Ficha Resumo Geografia 7 Ano Relevo

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1.

O relevo

O relevo corresponde ao conjunto das irregularidades existentes na superfície


terrestre, e varia de acordo com a altitude, forma e inclinação das vertentes (Figura 1).

Figura 1 – O relevo.
[Fonte: Adaptado de Tomaz, P., 2010]

A altitude corresponde à distância, medida na vertical, que vai desde o nível médio
das águas do mar até um determinado ponto. É medida em metros.
A profundidade de um local é uma designação dada a um local quando este possui
uma altitude negativa. Neste caso na imagem, os pontos C e D estão a uma altitude
negativa.

1.1. Principais formas de relevo

1.1.1. Montanhas

As montanhas correspondem a formas de relevo elevado (altitude superior a 600


metros), com vários desníveis e declive bastante acentuado. Os cumes (ponto mais alto)
podem terminar em forma de pico ou ser arredondados, consoante se trata de montanhas
mais recentes ou mais antigas, respetivamente.
As principais cadeias montanhosas mundiais são os Himalaias (Ásia), Andes
(América do Sul), Alpes (Europa), Montanhas Rochosas (América do Norte),
Quilimanjaro (África), sendo as principais cordilheiras europeias: Pirinéus, Alpes,
Apeninos, Alpes Dináricos, Balcãs, Cárpatos, Cáucaso, Montes Urais, Montes
Escandinavos (Figuras 2 e 3 e Quadro 1).

Figura 2 – As grandes cordilheiras a nível mundial: 1 – Montanhas Rochosas, 2 – Andes, 3 – Montes


Escandinavos, 4 – Pirinéus, 5 – Alpes, 6 – Cáucaso, 7 – Himalaias, 8 – Quilimanjaro, 9 – Montes Atlas, 10 –
Montes Urais.
[Fonte: Adaptado de Mendes et al., 2002].

Figura 3 – As grandes cordilheiras europeias: A – Pirinéus, B – Alpes, C – Apeninos, D – Alpes Dináricos,


E – Cárpatos, F – Balcãs, G – Cáucaso, H – Montes Urais, I – Montes Escandinavos.
[Fonte: Adaptado de Teixeira, T., 2013].
Quadro 1 – Principais cadeias montanhosas europeias e pontos mais altos.

Letra Cadeia Montanhosa Ponto mais alto


A Pirinéus Pico Aneto (3404m)
B Alpes Monte Branco (4810 m)
C Apeninos Gran Sasso D’Italia (2914 m)
D Alpes Dináricos Prokletije (2694 m)
E Cárpatos Tatra (2655m)
F Balcãs Musala (2925 m)
G Cáucaso Elbrus (5642 m)
H Montes Urais Monte Naroda (1895 m)
I Montes Escandinavos Galdophiggen (2469 m)
[Fonte: Adaptado de Teixeira, T., 2013].

1.1.2. Planaltos

Os planaltos correspondem a terrenos planos situados a grande altitude (superior a


200 metros). São montanhas que se transformaram em planaltos devido à ação dos agentes
erosivos.
Os principais planaltos mundiais são: planalto brasileiro, planalto do Decão,
planalto do Tibete, planalto da Etiópia, Grand Canyon (Figura 4).

Figura 4 – Os principais planaltos a nível mundial: 1 – Planalto brasileiro, 2 – Planalto da Etiópia, 3 –


Planalto do Decão, 4 – Planalto do Tibete.
[Fonte: Adaptado de Mendes et al., 2002].
Geografia 7º ano – O relevo

1.1.3. Planícies

As planícies correspondem a superfícies de baixa altitude (inferior a 200 m) e


relativamente planas, com suaves ondulações. Estas podem ser sedimentares, se tiverem
origem na acumulação de detritos (sedimentos) transportados pelos cursos de água, ou
planícies de erosão, se tiverem origem no desgaste do relevo antes ai existente.
As principais planícies mundiais são: planície central americana, planície central
amazónica, planície central europeia. (Figura 5).

Figura 5 – As principais planícies a nível mundial: 1 – Planície Central Americana, 2 – Planície Amazónica,
3 – Planície Central Europeia.
[Fonte: Adaptado de Mendes et al., 2002].

Figura 6 – Relevo a
nível mundial.
[Fonte: Adaptado de
Tomaz, P., 2010].

Esperança Marques 4
1.1.4. Colinas

As colinas correspondem a formas de relevo de baixa altitude (geralmente inferior a


400 m), com fraco declive e cumes arredondados (Figura 7).

Figura 7 – Colinas irlandesas.


[Fonte: Adaptado de Tomaz, P., 2010].

1.1.5. Vales

Os vales correspondem a locais que ficam geralmente entre montanhas, pelo que
possuem uma forma relativamente estreita e alongada. Normalmente possuem cursos de
água.
De acordo com a inclinação das vertentes, a forma e a largura do fundo, os vales
podem ter diferentes configurações (Figura 8):
 Vale em “U”;
 Vale em “V” fechado ou garganta;
 Vale em “V” aberto;
 Vale em caleira aluvial.
A B

C D

Figura 8 – Diferentes configurações dos vales: A – Vale em “U”, B – vale em “V” fechado ou garganta, C –
Vale em “V” aberto, D – vale em caleira aluvial.
[Fonte: Adaptado de Tomaz, P., 2010].

1.2. Relevo da Europa

A Europa possui um relevo muito diversificado, mas regra geral, as áreas de


montanha predominam no sul – Alpes, Alpes Dináricos, Apeninos, Cárpatos, Cáucaso e
Pirinéus, enquanto as planícies predominam no norte e este, como a grande planície
central (Figura 9).

Figura 9 – O relevo da Europa.


[Fonte: Adaptado de Tomaz, P., 2010].
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1.3. O relevo de Portugal

Portugal é um país de contrates:


 A norte do rio Tejo e no interior predominam as terras altas como planaltos e
serras;
 A sul do rio Tejo e no litoral predominam as terras baixas e planas, como as
planícies do Alentejo, estuários do Tejo e Sado (Figura 10).

Figura 10 – O relevo de Portugal continental.


[Fonte: Adaptado de Tomaz, P., 2010].

1.3.1. Principais montanhas e serras de Portugal

Tabela 2 – Principais montanhas e serras portuguesas e pontos mais altos.

Nome Altitude (m)


Pico (Açores) 2351
Serra da Estrela 1993
Serra do Gerês 1554
Serra do Marão 1415
Serra de S. Mamede 1205
Serra de Monchique 902
Serra do Caldeirão 577
Serra de Sintra 528
A B

C D

Figura 11 – Principais montanhas e serras portuguesas: A – Serra da Estrela, B – Serra do Marão, C – Serra
de Monchique, D – Serra de Sintra.

2. Bacias hidrográficas

As bacias hidrográficas correspondem a uma região que é delimitada pelos pontos de


maior altitude, e para a qual escorrem as águas da chuva, formando-se uma rede
hidrográfica.
A rede hidrográfica é o conjunto formado pelo rio - curso permanente de água doce,
e seus afluentes, sendo os afluentes rios que desaguam noutros rios.
Numa bacia hidrográfica é possível distinguir-se 3 cursos (Figura 12):
 Curso superior do rio – local mais a montante do rio (isto é, perto da nascente).
Contém vales em “V” fechado ou em garganta. A água é mais veloz neste local,
arrancando alguns sedimentos (zona de desgaste ou erosão).
 Curso médio do rio – neste local os vales são em “V” aberto, a água possui uma
velocidade média, transportando os sedimentos arrancados no curso superior (zona de
transporte).
 Curso inferior do rio – é o local mais a jusante do rio (isto é, mais perto da foz).
Os vales são em caleira aluvial, a água possui menor velocidade. É neste local que os
sedimentos arrancados no curso superior e transportados pelo curso médio são depositados
(zona de acumulação/sedimentação).

Figura 12 – Cursos de um rio.

2.1. Principais bacias hidrográficas na Península Ibérica e em Portugal

Figura 13 – Principais bacias hidrográficas na Península Ibérica e em Portugal.

2.2. Principais rios portugueses

 Minho – nasce em Espanha, na região de Lugo, e desagua em Caminha (Portugal).


Tem cerca de 340 km.
 Lima – nasce em Espanha e desagua em Viana do Castelo.
 Ave – nasce na Serra da Cabreira e desagua em Vila do Conde.
 Cávado – nasce na Serra do Larouco e desagua em Esposende.
 Douro - Nasce em Espanha, na Serra de Urbion, e desagua no Porto. Tem cerca de
850 km. Tem vários afluentes: Tua, Corgo, Tâmega, Côa, Távora, Castelo de Paiva.
 Vouga – nasce na Serra da Lapa e desagua em Aveiro. Tem como afluentes os rios
Caima e Águeda.
 Mondego – nasce na Serra da Estrela e desagua na Figueira da Foz. É o maior rio
totalmente português, tendo cerca de 227 km de comprimento. Tem vários afluentes: Dão,
Alva, Arunca.
 Lis – nasce em Porto de Mós e desagua em Leiria.
 Tejo - Nasce em Espanha, na Serra de Albarracim, e desagua em Lisboa. Tem cerca
de 1120 km. É o maior rio da Península Ibérica. Tem vários afluentes: Erges, Ponsul,
Zêzere, Alviela, Sever, Nisa.
 Sado – nasce na Serra do Caldeirão e desagua em Setúbal. Corre de sul para norte.
 Guadiana - Nasce em Espanha, nas Lagoas de Ruidera, e desagua na Vila Real de
St. António. Tem cerca de 829 km. Tem como afluentes Caia, Cobres, Vascão, Ardila e
Xança (Figura 14).

A B

C D

Figura 14 – Principais rios em Portugal: A – Douro, B – Mondego, C – Tejo, D – Guadiana.

2.3. Principais rios Continente Europeu

 Sena – nasce a sudeste de Paris e possui 770 km de extensão.


 Ródano – nasce nos Alpes suíços e tem cerca de 800 km de extensão.
 Reno – nasce nos Alpes e tem cerca de 1300 km de extensão.
 Danúbio – nasce nos Alpes alemães e tem mais de 2800 km de extensão.
 Volga – nasce na Rússia e tem cerca de 3531 km de extensão (Figura 15).

A B C
Figura 15 – Principais rios continente europeu: A – Sena, B – Danúbio, C – Volga.

3. Processos de evolução do litoral

O litoral é a área de influência direta ou indireta da ação do mar.


É também no litoral que se situam a maior parte das indústrias, devido às
disponibilidades hídricas, à facilidade de transportes (melhores vias rodoviárias, acesso a
portos de escoamento de produtos e de entrada de matérias primas) e à proximidade dos
maiores centros económicos.
O mar é um poderoso agente erosivo cuja ação se faz sentir, principalmente, sobre a
linha de costa – área de contato entre a terra e a mar.
A linha de costa, em Portugal Continental, apesar do seu traçado bastante regular, é
variável de acordo com a natureza dos materiais rochosos que a constituem.
Embora o litoral Português seja dominado essencialmente por praias, existem áreas
de costa predominantemente rochosa. Quanto aos tipos de costa do litoral, é possível
distinguir (Figura 16):
 Costa alta ou de arriba – costa alta e escarpada, de relevo alto constituído por
formações rochosas resistentes á erosão marinha. Exemplos: costa a norte de Espinho,
Estremadura Meridional e Barlavento algarvio.
 Praia – costa baixa e arenosa, de relevo baixo e que resulta da acumulação de
areias.
B

Figura 16 – Principais tipos de costa: A – praia, B – arriba.


[Fonte: Adaptado de Zamith, R., 2011].

As arribas podem sofrer um processo de abrasão/erosão marinha (isto é, desgaste


provocado pelo mar), resultando num desmoronamento da arriba, e formando-se uma
arriba morta ou fóssil, isto é, a arriba já não sofre ativamente a ação erosiva do mar (Figura
17).

A B C

Figura 17 – Esquema representativo do desmoronamento e recuo progressivo das arribas: A – arriba viva, B
– desmoronamento, C – arriba fóssil, D – plataforma de abrasão.
[Fonte: Adaptado de Zamith, R., 2011].

3.1. Formas litorais

São várias as formas litorais que é possível encontrar na costa portuguesa, umas
resultam de fenómenos de erosão como baía ou enseada, golfo, península, arriba, cabo,
outras como praia, estuário, ilha e tômbolo resultam de fenómenos de acumulação (Figura
18 e Quadro 2).
 Enseada ou baía - Reentrância da costa bem aberta em direção ao mar, com uma
pequena penetração dele. Forma-se quando existem formações rochosas menos duras que
permitem a penetração do mar.
 Golfo – corresponde a uma porção de água que avança em terra firme, e que
desenha no litoral uma curva muito ampla. É uma baía de grandes dimensões.
 Cabo – saliência da linha da costa que entra pelo mar dentro.
 Estuário – corresponde à parte terminal de um rio, constituída por um único braço,
que se alarga e aprofunda na foz. Os estuários formam-se em locais onde a força das marés
e das correntes marítimas é intensa.
 Delta – foz de um rio quando este desagua no mar por “vários braços”.
 Tômbolo – faixa arenosa que une uma pequena ilha rochosa ao continente (istmo
formado por areia). Esta forma-se devido à acumulação de areias e seixos.
 Península – corresponde a uma extensão de terra rodeada de mar por todos os lados
menos por um, relativamente estreito, pelo qual está unida a outra terra de maior extensão.
A zona de união entre a península e a terra designa-se por ístmo.

Figura 18 – Principais formas litorais: 1- arriba, 2 - enseada (baía/golfo), 3- cabo, 4- praia, 5- estuário, 6-
tômbolo, 7- delta.
[Fonte: Adaptado de Zamith, R., 2011].

Quadro 2 – Principais acidentes litorais que resultam de fenómenos de erosão e de fenómenos de


acumulação.

Acidentes litorais resultantes de Acidentes litorais resultantes de


fenómenos de erosão fenómenos de acumulação
Enseada ou baía Praia
Golfo Estuário
Cabo Tômbolo
Arriba Delta
Península Ilha
3.2. Principais acidentes litorais na costa portuguesa

Figura 19 – Principais acidentes da costa portuguesa: A – ria de


Aveiro, B – Baía de São Martinho, C Tômbolo de Peniche, D –
Estuário do Tejo e do Sado, E – ria Formosa.
[Fonte: Adaptado de Zamith, R., 2011].

3.3. Os problemas da costa

Atualmente mais de metade da população mundial vive em áreas do litoral, e isso


tem vindo a provocar problemas ambientais como a erosão do litoral, devido à construção
de estruturas como molhes e pontões, remoção de areias, densificação urbanística.
Algumas das consequências desses comportamentos serão no futuro: o agravamento
da erosão das praias e o recuo de arribas, a salinização de algumas regiões junto aos
estuários, a possibilidade de submersão de algumas regiões, devido à transgressão marinha,
isto é, avanço das águas sobre regiões continentais.

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