Livro de Resumos - V Simpeco
Livro de Resumos - V Simpeco
Livro de Resumos - V Simpeco
Pernambucano de
Ecologia
resumos
ANA CAROLINA BORGES LINS E SILVA (coordenadora)
resumos
Simpósio Pernambucano
de Ecologia
5º edição
Recife
UFRPE
2021
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Sistema Integrado de Bibliotecas da UFRPE
Biblioteca Central, Recife-PE, Brasil
E-book: PDF
Acesso: http://www.editora.ufrpe.br/catalogo-download
ISBN: 9786586547238.
CDD 574.5
V Simpósio
Pernambucano de
Ecologia
COORDENAÇÃO:
ANA CAROLINA BORGES LINS E SILVA
COMISSÃO ORGANIZADORA:
ALESSON ANTONIO SILVA SOARES
ANDRINE DA SILVA FERNANDES
DANILO DEYWID PEREIRA DANTAS
JOEL FRANCOLINO DA SILVA JUNIOR
JOÃO MATHEUS FERREIRA DE SOUZA
JOSIVAN WASHINGTON M. DOS SANTOS
JÚLIO CÉSAR MARTINS BARBOSA
LIDIANE SOARES DA CONCEIÇÃO
MATEUS HENRIQUE GUIMARÃES MELLO
MIRELLY GONZAGA DOS SANTOS
SOFIA TENÓRIO DE V. NEVES CAVALCANTI
WARLEY WILK ÂNGELO DA SILVA
WILIANE MARINHO FEITOSA
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V Simpósio
Pernambucano de
Ecologia
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Apresentação
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
SUMÁRIO
ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
ECOLOGIA MARINHA
ECOLOGIA TERRESTRE
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
O conteúdo dos textos dos resumos é de inteira responsabilidade dos respectivos autores.
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Módulo 1
Ecologia humana e
educação ambiental
Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
Joel Francolino da Silva Júniora, Ana Maria da Costa de Souzaa & Karine Matos Magalhãesa
a. Graduandos em Bacharelado em Ciências Biológicas (Bolsista PET) e Engenharia de Pesca (Bolsista BEXT);
Professora do Departamento de Biologia - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
*E-mail: [email protected]
Desde dezembro de 2019 convivemos com a COVID-19, doença causada por um novo vírus, o
SARS- CoV-2. Devido à sua novidade, virulência e rápida propagação, a COVID-19 se espalhou
mundialmente e em março de 2020, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou essa
doença como uma pandemia. Diante do elevado número de infecções e mortes em todo mundo,
uma das principais medidas protetivas adotadas foi a suspensão de atividades consideradas não
essenciais e, em alguns casos, a quarentena. De repente nos vimos diante de um “novo normal”,
onde contato físico e atividades presenciais foram reduzidos ao mínimo possível, dando espaço
às atividades remotas. Algumas consequências foram sentidas no meio ambiente, como as
condições atmosféricas urbanas que melhoraram pela menor produção de poluentes, mas, por
outro lado, o crime ambiental de 2019, o derramamento de petróleo no litoral brasileiro caiu no
esquecimento. Diante da impossibilidade de seguir com atividades de ensino, pesquisa e
extensão, que passaram a atuar em atividades remotas on-line, surgiu a necessidade de divulgar e
alertar a população em geral sobre a combinação dos efeitos da COVID-19 no meio ambiente,
surgindo assim o @diario.ambiental. O projeto foi desenvolvido por discentes de diferentes
cursos da UFRPE, biólogos e professores com o apoio da PROEXC para a criação de um perfil
em uma plataforma acessível a todos os públicos (Instagram) acompanhado de um site próprio
para a divulgação de publicações elaboradas a partir de pesquisas em revistas científicas e
reportagens, tudo em uma linguagem descontraída e em três idiomas (Português, Inglês e
Francês). Entre o período de agosto e dezembro de 2020 já haviam sido publicadas um total de
26 postagens autorais, descartando os stories semanais pelo qual a equipe mantinha um contato
maior com o público. No período analisado, as postagens abordaram temas ambientais como o
impacto da COVID-19 nas emissões de carbono, dificuldades e expectativas sobre o impacto do
petróleo nos tempos atuais, além de entrevistas com especialistas convidados. Desta forma,
apesar da pandemia, houve a necessidade se continuar a divulgar o ensino e pesquisa e as
plataformas digitais se mostraram uma excelente alternativa para atingir a sociedade e não deixar
temas importantes serem esquecidos. Com a retomada das atividades a partir de uma vacina ou
diminuição das infecções, nossa equipe pretende adaptar os conteúdos do @diario.ambiental
para continuar trazendo a público conteúdo ligado ao meio ambiente.
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
Bárbara Gabrielly Silva Barbosaa*, Thiago Breno de Medeiros Carmoa & Carlos de Oliveira Bispob
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
Alexandre Junior de Souza Menezesa*, Ricardo José Rocha Amorimb & Adelson Dias de Oliveiraa
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
Nattan Ádler Tavares dos Santos a* & Alexandre Junior de Souza Menezesb
a. Mestrando em Ciências Florestais, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
b. Doutorando em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial, Universidade Federal do Vale do São Francisco,
Juazeiro, BA, Brasil.
* e-mail: [email protected]
Com base na constituição de 1988, as comunidades indígenas têm direito a educação básica,
fundamentada em suas diversidades e características, valorizando a interculturalidade, ideologias e
a multilíngue, balizando o currículo nacional e tais especificidades desses povos. Tais direitos estão
estruturados nas bases legais que regem a educação brasileira e principalmente nas Diretrizes
Curriculares Nacionais - DCN. Entre as temáticas, a Educação Ambiental - EA é uma destas que
deve seguir a sua estrutura curricular e o contexto local e da realidade da comunidade escolar. Este
trabalho tem como objetivo analisar o conteúdo documental com ênfases na EA nos diferentes
contextos presentes no Projeto Político Pedagógico - PPP da Escola Estadual Indígena José Pedro
Pereira localizada na aldeia Massapê (Povo ATIKUM) no II distrito Conceição das Crioulas
pertencente ao município de Salgueiro – PE. A pesquisa tem caráter qualitativo, de abordagem
documental, onde foi utilizada a perspectiva do estudo comparativo, onde as fontes utilizadas foram
os documentos públicos da escola estudada e relacionada aos documentos legais em vigência no
território brasileiro, por fim, a análise seguiu o padrão comparativo e reflexível com base na análise
documental. É visto que o PPP apresenta mudanças significativas que divergem do modelo
conservacionista e que as outras áreas de conhecimento e seus componentes curriculares necessitam
abraçar EA conservando a identidade indígena e as especificidades de cada povo. Também é
observado que a EA está inserida em diversos contextos e nas diversas formas de se trabalhar, o que
nos mostra a importância e a ligação do povo Atikum com o mesmo. No entanto, só é abordada em
poucas disciplinas, o que pode ser bem preocupante devido às escolas indígenas estarem dentro de
ambientes rurais, nos quais se consegue proporcionar um maior contato com a natureza, além de
possuírem um contexto cultural e de sobrevivência que estão ligados diretamente. Conclui-se que o
PPP não segue o modelo conservacionista, é importante que na próxima atualização deste
documento, permita uma atenção maior nos usos dos termos durante o documento, além disso, é
ressaltada a necessidade de revisões feitas por profissionais que possuam um entendimento maior
sobre a elaboração do PPP, corroboram assim, para que haja consciência e acima de tudo um
comportamento ambiental qualificado no espaço em que vivem. Assim, a EA seja abraçada por em
todas as suas áreas de conhecimento e seus componentes curriculares sem perder de vista a
identidade indígena e as especificidades de cada povo, aproveitando que a comunidade já está
inserida neste contexto, assim, contribuindo para aprimoramento e/ou desenvolvimento de algumas
práticas de uso sustentável.
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
Nas últimas décadas, a temática meio ambiente, tem ganhado foco nos cenários políticos,
econômico, acadêmico e educacional, onde deve-se ser tratado e abordado no contexto escolar de
modo transversal e interdisciplinar, onde todas as disciplinas devem abordar o tema meio ambiente
de diversas maneiras, afim de contribuir para a sensibilização e posteriormente a conscientização
ambiental, objetivando no desenvolvimento pessoal e social das gerações. As ciências da natureza –
química, física e biologia, têm um papel fundamental neste processo, uma vez que contempla em
seus conteúdos, alguns aspectos. Um dos ramos da química é a química ambiental, responsável por
estudar e compreender todos os processos e fenômenos vinculados ao meio ambiente, tais como a
composição do ar, chuva ácida, efeito estufa, mudanças climáticas, entre outros. Este artigo tem o
objetivo verificar a presença ou não de artigos voltados ao ensino da química e educação ambiental,
realizando um mapeamento bibliográfico nos COBEAI realizados. O trajeto metodológico está
fundamentado na pesquisa qualitativa, a abordagem metodológica/epistemológica que também se
converte em ferramenta/técnicas, é o mapeamento bibliográfico (MENEZES; OLIVEIRA;
AMORIM, 2018; MENEZES, AMORIM & OLIVEIRA, 2018), que indicam um balanço nas bases
de dados, evidenciando as pesquisadas até então realizados, além de identificar os que já foram
desenvolvidos. O locus e sujeitos da pesquisa, são os anais do Congresso Brasileiro de Educação
Ambiental – COBEAI, onde trabalhou-se com as quatros primeiras edições. Para tanto, foi feita
uma pesquisa no site do referido Congresso, analisando os artigos, bem como uma revisão
bibliográfica sobre o ensino da química, química ambiental e educação ambiental. Após aplicação
das etapas do método e os critérios de inclusão e exclusão, chegou-se a um resultado de nove
trabalhos, sendo que sete sobre Química Ambiental – 4 (III COBEAI) e 3 (IV COBEAI) e dois
sobre Ensino de Química – 1 (II COBEAI) e 1 (IV COBEAI). Verificou-se a ausência de artigos de
química ambiental e ensino de química, apesar da grande relevância da química no estudo da
educação ambiental, que tem caráter interdisciplinar. Conclui-se que, dar espaço a química, é
oportunizar a criação de práticas de Educação Ambiental em que as atividades pedagógicas
desenvolvidas aliadas ao conhecimento da química, possibilitam aos alunos o desenvolvimento de
conhecimentos e procedimentos práticos para solucionar problemas do dia-a-dia existentes. Além
disto, os eventos de cunho acadêmico voltados para as temáticas ambientais devem potencializar a
discussão interdisciplinar e a inclusão da química.
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
Sérgio Batista Ramosa*, Maria Margarida Gonçalves Dinizb & Athaline Gonçalves Dinizc
a. Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE,
Brasil.
b. Residente em Saúde Coletiva com Ênfase em Gestão de Redes de Saúde, Escola de Governo em Saúde Pública
de Pernambuco, Serra Talhada, PE, Brasil.
c. Doutoranda em Biologia de Fungos, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil
*E-mail: [email protected]
O contexto ambiental no qual o indivíduo está inserido possui grande influência nos níveis de
qualidade de vida. Estudos apontam que, a existência de áreas verdes (parques, jardins, praças,
bosques e ruas arborizadas) proporciona sensações de relaxamento e bem-estar, possibilitando
também a prática de atividades físicas, o que favorece a promoção da saúde mental na população.
Esta pesquisa é um trabalho de revisão bibliográfica, que teve como objetivo avaliar os efeitos de
áreas verdes sobre a saúde mental das pessoas, em trabalhos publicados em revistas científicas
nacionais. O levantamento bibliográfico foi realizado a partir de buscas no banco de dados da
Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde (LILACS). Durante a busca foram encontrados 16 artigos, porém apenas 7 foram
selecionados. Os critérios para seleção incluíram o período de tempo do material, datados a partir
dos últimos quatro anos, de 2016 a 2020, e publicados nos bancos de dados citados, com o idioma
em língua portuguesa, que retratassem a temática tratada. A partir da leitura dos artigos, foi
identificada uma elevada prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) em áreas urbanas no
país. Estes transtornos são caracterizados pela presença de sintomas como ansiedade, depressão e
estresse. Há evidências de que indivíduos com status socioeconômico mais baixo apresentam mais
dependência do entorno e possuem piores condições de saúde de forma geral. Medidas que tragam a
ampliação de áreas verdes nos centros urbanos podem favorecer condições climáticas mais
agradáveis, assim como fazer com que as pessoas passem mais tempo fora de casa e sejam
fisicamente mais ativas, potencializando a sensação de relaxamento, reduzindo o estresse e
melhorando a capacidade de raciocínio e atenção. Áreas verdes em ambientes urbanos são de
extrema importância para a saúde mental das pessoas. Além de proporcionarem diversos benefícios,
os espaços verdes viabilizam a realização de exercícios físicos, assim como momentos de lazer e
recreação. Tais atividades são consideradas “antiestresse” e trazem relaxamento. Ao entrar em
contato com os elementos naturais, as pessoas estão propícias a estabelecer relações sociais que
ajudam a lidar melhor com a ansiedade, estresse e o medo, vivenciando a sensação de
pertencimento a um determinado grupo. A interação com o outro, também gera motivação para
projetos futuros e possibilita o compartilhamento de sentimentos e vivências.
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Na atualidade tem-se buscado alternativas de conexão entre o ser humano e o meio natural. Nesse
contexto, o desenvolvimento de práticas em unidades de conservação surge como um caminho na
busca dessa aproximação. A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma unidade de
conservação de uso sustentável criada em área privada, gravada em caráter de perpetuidade. Essa
pesquisa é fruto de duas vivências realizadas no ano de 2019 com base no roteiro metodológico de
atividades do Projeto Curumim de educação ambiental da Reserva Ecológica Amadeu Botelho,
localizada no município de Jaú, São Paulo, que prioriza a preservação do meio ambiente e
aproximação da vida natural. Na primeira vivência participaram 30 alunos dos 6º anos e na segunda,
30 alunos dos 8º anos das escolas EMEF Profº Valdomiro Casagrande, EMEFEI Oscar Novakoski e
EMEFEI Profª Laura Rebouças de Abreu do município de Dois Córregos, São Paulo. O objetivo foi
levá-los à reflexão da importância dos espaços protegidos por meio do contato direto com a floresta.
As atividades na reserva foram fundamentadas em uma roda de conversa sobre unidade de
conservação, a ida dos alunos ao Centro de Educação Ambiental Curumim onde os mesmos
participaram de uma palestra ministrada pelo gestor da RPPN, sendo apresentado um breve relato
histórico do local e a exposição de sementes, frutos, rochas, esqueletos e fotos da fauna e flora que
são encontradas na mata. Em seguida, experienciaram uma atividade de uso dos sentidos que os
levou a observar, sentir, experimentar, questionar e descobrir fatos sobre os grupos característicos
da região. A atividade monitorada dispôs de aproximadamente quatro horas cada. Por fim, foi
realizado um quiz rápido com os alunos visando à avaliação da visita com as seguintes questões: “O
que você achou da vivência de educação ambiental na reserva ecológica?” e “Você achou mais fácil
assimilar o conteúdo através da atividade prática? O resultado demonstrou alunos interessados e
fixação de conteúdos, comprovando que as RPNNs são ferramentas eficientes para a sensibilização
ambiental, uma vez que a vivência serviu para reforçar os conteúdos das aulas e levou os alunos à
reflexão de que todos são parte integrante da natureza. Destaca-se a importância de estimular
atividades que envolvam ecologia, educação e ser humano em reservas ecológicas, uma vez que
estas se apresentam como um laboratório natural de aprendizagem e em muitos casos, uma
realidade pouco conhecida, porém acessível à população.
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
A educação ambiental permeia todas as áreas do conhecimento nos diversos níveis do ensino e
práticas que contemplem a preservação do ambiente podem ser inseridas no processo de
aprendizado de cada cidadão. O ensino voltado à educação ambiental, através de temas relacionados
à sustentabilidade, reflete na qualidade de vida e estimula a adoção de práticas que irão refletir na
manutenção da vida no planeta. Realizar atividades lúdicas sobre a educação ambiental é
importante, pois torna o processo de construção de conhecimento atrativo para o público envolvido.
O objetivo do presente trabalho é relatar atividades e apresentar resultados obtidos no projeto de
extensão “Educação ambiental e qualidade de vida: aprendendo com os jogos didáticos”,
desenvolvido nas cidades de Pombos e Vitória, em Pernambuco, tendo como público alvo
estudantes de escolas municipais desses mesmos municípios. O projeto foi desenvolvido entre os
anos de 2018 e 2020, contando com atividades voltadas a temas de cunho ambiental, tendo como
principal metodologia o uso de jogos didáticos adaptados à temática. Foram utilizados instrumentos
de cunho diagnóstico, em forma de pergunta com alternativa “sim” ou “não” para entender o
engajamento do público sobre temas como: sustentabilidade, conservação, alimentos orgânicos e
qualidade de vida. As perguntas procediam da seguinte forma: “Você sabe o que significa
desmatamento? Sim ou não?”. Caminhadas em ambientes verdes, palestras e dinâmicas sensoriais
também serviram como meio de inteirar o público alvo à temática proposta. Ressaltamos que houve
um esforço da equipe do projeto para que nas práticas o público se tornasse parte integrante da
atividade, tornando-o protagonista do seu próprio processo de ensino – aprendizagem. Avaliando o
resultado do questionário diagnóstico, através da análise descritiva dos dados, percebemos o baixo
nível de conhecimento nas áreas propostas. Seguimos as demais atividades ancoradas nos resultados
do questionário, podendo trabalhar da melhor forma a problemática encontrada. Os resultados
devem ser considerados de forma qualitativa, visto que foram resultados advindos de prática
extensionista. Sobre os resultados do projeto, podemos citar: artigos e resumos aceitos em
congressos, jogos didáticos criados a partir de material reciclável, um documentário criado e
disponível aos professores e alunos envolvidos no projeto, eventos realizados na área de educação
ambiental, cartazes, folhetos e uma cartilha didática e adaptada ao ensino ambiental. É importante
comentar que os resultados de uma ação extensionista estão, principalmente, na experiência
vivenciada e nos diálogos compartilhados, e, para a equipe do projeto, esse foi o resultado de maior
valor qualitativo.
Palavras-chave: educação ambiental; qualidade de vida; jogos didáticos; sustentabilidade.
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
Maria Margarida Gonçalves Diniza*, Sérgio Batista Ramosb & Athaline Gonçalves Dinizc
a. Residente em Saúde Coletiva com Ênfase em Gestão de Redes de Saúde, Escola de Governo em Saúde Pública
de Pernambuco, Serra Talhada, PE, Brasil.
b. Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE,
Brasil.
c. Doutoranda em Biologia de Fungos, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
*E-mail: [email protected]
O aumento na produção de alimentos para suprir a demanda da população mundial contribui para a
comercialização de agrotóxicos e o seu uso indiscriminado. De acordo com a ANVISA, o Brasil é
líder mundial no consumo de agrotóxicos, que além de causar danos ao meio ambiente no que se
refere à contaminação de solo, água e ar, afeta também a saúde animal e humana. Os prejuízos à
saúde humana são inúmeros, como doenças cardiovasculares, morbidade respiratória, doença de
Parkinson, câncer, dentre outros. Além dos problemas físicos, a saúde mental de trabalhadores
rurais que estão em contato direto com os agrotóxicos é extremamente afetada. Estudos destacam o
surgimento de transtornos mentais ansiosos e depressivos, irritabilidade, dores de cabeça,
esquecimento e falta de concentração. Essa pesquisa teve como objetivo analisar estudos acerca do
uso de agrotóxicos e sua repercussão na saúde mental de trabalhadores rurais por meio do
levantamento bibliográfico de publicações em revistas científicas brasileiras. Para realização do
estudo foram feitas buscas no Google Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (Scielo) e
Portal de Periódicos CAPES/MEC. Na análise emergiram 18 artigos, porém apenas 7 foram
selecionados. Os critérios para seleção incluíram o período de tempo do material, datados a partir
dos últimos nove anos, de 2011 a 2020, e publicados nos bancos de dados citados, com o idioma em
língua portuguesa, que retratassem a temática tratada. Os resultados demonstram que o contato
direto ou indireto de trabalhadores rurais com agrotóxicos, ocasiona o aparecimento de doenças
neurológicas. Da mesma forma que existe uma intensidade de sintomas físicos, também são
notórios os sintomas emocionais, tais como insônia, agitação, dificuldade de concentração e
irritabilidade. Há uma prevalência de transtornos mentais com as variáveis de baixa escolaridade,
problema de saúde, e carga horária de trabalho semanal. A utilização de agrotóxicos compromete a
saúde física e mental de trabalhadores rurais. Os agrotóxicos que aparentam ser uma solução exitosa
para o alcance de uma grande produção agrícola, trazem consigo muitos perigos. É preciso que os
órgãos fiscalizadores não sejam negligentes quanto ao manejo e uso de agrotóxicos, sendo
indispensável o acompanhamento médico e psicológico. Além disso, a realização de ações de
promoção à saúde do agricultor que ofereçam orientações quanto ao uso de equipamento de
proteção individual e a manipulação adequada dos agrotóxicos é de extrema necessidade.
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
Elmir Bezerra de Limaa*, Moisés Oliveira Cantoa & José Carlos da Costaa
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
A Educação Ambiental visa construir uma população inquieta frente às atitudes praticadas pelo ser
humano, bem como consciente e sensível para com o ambiente e com a consequência de seus atos.
Sendo assim, o Ministério do Meio Ambiente, em 27 de abril de 1999 define em Lei (9-795) que a
“Educação Ambiental é um processo por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do
meio ambiente”. A partir dessa conceituação, passamos a compreender que a Educação Ambiental
não pode ser encarada como uma disciplina dentro da grade curricular de ensino na educação
básica, mas com teor interdisciplinar a partir da introdução de temas transversais aos componentes
curriculares, podendo ser estudada no contexto de todas as disciplinas com tanto que produza a
construção de valores e mudança de comportamento. Sendo assim, este trabalho tem por base
material o cinema e a utilização de filmes que possam trabalhar de maneira lúdica, mas enfática a
Educação Ambiental. Busca-se compreender o cinema como um elemento que atua na formação
cultural do ser humano, não podendo ser ignorada pela Educação, assim apresentaremos a análise
de alguns recursos áudio visuais (filmes, curta metragens, documentários e afins) como recurso
didático para a abordagem da Educação Ambiental. A fim de convalidar o estudo, apresentamos
como exemplo os filmes infantis animados “Os Sem Florestas”, “Procurando Nemo” e “A Era do
Gelo” que podem ser abordados à luz da Educação Ambiental. Os Sem Florestas vêm retratando a
perda de hábitat, desmatamento e migração de animais para meios urbanos, Procurando Nemo
aborda a pesca exacerbada bem como a criação de peixes em aquários, já A Era do Gelo levanta a
discussão para o derretimento das geleiras. Com a utilização de tal metodologia, favorecerá o aluno
à reflexão do que foi visto, trazendo um debate crítico para o espaço escolar, mas autônomo ao
aluno. Reconhecemos que além de ser uma metodologia inovadora introduz a tecnologia da
informação dentro do ambiente escolar, constatando efeito positivo na utilização de filmes frente a
aquisição de conhecimento, mudança de atitudes e valores frente ao meio ambiente. Contudo é
necessário aproximar o conteúdo do filme com a matéria de ensino, pois tal recurso não deve ser
utilizado como simples exibição sem problematização, não atendendo aos requisitos educativos e
críticos que a Educação Ambiental visa promover através da promoção e efetivação de
conhecimento.
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
Cláudio Henrique Gomes Fialhoa, Camilla Silva de Oliveirab, Amanda Lucena dos Santosa, João Antônio da
Silvaa & Paula Braga Gomesa
Os ecossistemas costeiros são muito importantes e diversos, sendo utilizados por inúmeras espécies
na obtenção de alimento, reprodução e como abrigo. Além disso, fornecem serviços ecossistêmicos
variados para as populações humanas, como a pesca de subsistência e o ecoturismo. O município do
Ipojuca está localizado no litoral sul do estado de Pernambuco e conta com a exploração turística
dos ambientes costeiros como umas de suas principais fontes de arrecadação. Porém, o crescimento
desse setor de forma desordenada, atrelado a outros fatores antrópicos como poluição crônica, pode
levar esses ambientes a estados de degradação, sendo necessárias ações preventivas e mitigatórias,
tanto dos gestores públicos, como da iniciativa privada. Nesse contexto, este trabalho apresenta os
resultados de uma das etapas do projeto de extensão “A universidade vai à praia: conhecimento
científico aplicado na conservação recifal”, que visou disponibilizar à Secretaria de Meio Ambiente
do Ipojuca uma síntese da produção científica em seus ecossistemas costeiros. Para isso, foram
realizadas pesquisas em plataformas de periódicos e repositórios de monografias, dissertações e
teses, utilizando um intervalo temporal do ano 2010 a 2020, e buscando por palavras-chave como
coral reefs, Ipojuca, Porto de Galinhas, recifes de corais, ecologia, conservação, entre outras. Foram
encontrados 99 trabalhos, sendo 47 artigos publicados em periódicos, 39 dissertações de mestrado,
11 teses de doutorado e 4 monografias. Dos quais foram extraídos a autoria e os principais objetivos
e resultados, sendo esses dados posteriormente organizados em um documento para entregar aos
gestores do município. Os trabalhos na área de ecologia representaram 67,7% do total (oito
tratavam especificamente do impacto do turismo nos ecossistemas), seguidos pelas áreas de
taxonomia (13,5%), bioquímica (9,4%), etnoecologia (3,1%), geografia (2,1%) e outras com menos
de 1%. Em relação aos ecossistemas estudados, foi predominante os estudos realizados em
ambientes recifais (65,6%), seguidos por estuários (10,8%), praias arenosas (11,8%), zonas
oceânicas costeiras (8,6%) e naufrágios (3,2%). Os grupos biológicos mais estudados foram,
cnidários (corais e zoantídeos) somando 22,9% dos trabalhos publicados, peixes e crustáceos ambos
com 15,2%, seguidos por tartarugas com 8,6% e os outros com menos de 8% de representatividade.
Apesar dos vários estudos já realizados, as informações obtidas estavam dispersas, dificultando sua
aplicabilidade na gestão desses ecossistemas pelos órgãos responsáveis. Dessa forma, a
possibilidade de uma análise conjunta dos dados gerados pelos trabalhos, poderá fornecer subsídios
para a conservação e o manejo das áreas estudadas no município.
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Renata Carolina Maria da Cruza*; Regina Célia Macêdo do Nascimentob & Vinicius Perez Dictorob
a. Graduada em Bacharelado em Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE,
Brasil.
b. Doutorandos em Ciências Ambientais, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil.
*E-mail: [email protected]
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Módulo 2
Ecologia Marinha
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ECOLOGIA MARINHA
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ECOLOGIA MARINHA
Lucas Garcia Martinsa*, Vinicius da Silva Borges b, Wesley Assunção da Costac, Valdo Sena Abreua &
Wagner César Rosa dos Santosd
a. Graduando e Graduado em Bacharelado em Engenharia de Pesca, Universidade Federal Rural da Amazônia,
Belém, PA, Brasil.
b. Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Pará, Belém, PA, Brasil.
c. Graduando de Bacharelado em Oceanografia, Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil.
d. Doutorando em Biodiversidade e Evolução, Museu Emílio Goeldi, Belém, PA, Brasil.
*E-mail: [email protected]
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
Vitória Maria Soares dos Santos Carlosa*, Juliana Kelly Macena Alves Feitoza a, Yasmim Victória Santos
Pereiraa, Raphaella Maria Amorim Silvaa & Maria José de Holanda Leitea
As tartarugas marinhas são répteis da Ordem Testudines e podem ser divididas em duas famílias:
Cheloniidae e Dermochelyidae. A tartaruga-verde (Chelonia mydas sp.) que será abordada neste
trabalho, pertence à família Cheloniidae, sendo geralmente encontrada em zonas tropicais,
subtropicais, áreas costeiras, ilhas, baías, lagoas rasas e em alto mar, podendo ser encontrada em
toda a costa brasileira e que atualmente encontra-se ameaçada de extinção. O presente trabalho teve
como principal objetivo avaliar o conhecimento comum de estudantes do curso de Medicina
Veterinária da Universidade Federal de Alagoas e do ensino médio do Instituto Federal de Alagoas
sobre a ecologia e conservação da Chelonia m. Para responder a nossa hipótese de trabalho,
produziu-se um questionário com auxílio de uma ferramenta do Google (Google Forms) sobre a
ecologia e conservação da tartaruga-verde. No total 69 alunos de graduação e 16 do ensino médio,
onde 53,6% eram do sexo feminino e 46,4% do sexo masculino. Os seguintes resultados foram
obtidos: 66,7% não tinha conhecimento que C. mydas sp. pode ser encontrada em todo o litoral
brasileiro, do mesmo modo que 69,6% não sabiam que a tartaruga-verde é um animal
predominantemente herbívoro. Vale destacar que, 37 dos 69 entrevistados não conheciam ou não
tinham certeza se a espécie era ou não ameaçada de extinção. Quando foram indagados sobre ter
conhecimento dos órgãos responsáveis e ou projetos vigentes de conservação, 5,52% não
conheciam nenhum órgão ou projeto de conservação. Por outro lado, 10,1% acreditam que o único
fator que torna as diversas espécies de tartarugas marinhas ameaçadas de extinção é o consumo de
detritos gerados pela poluição dos mares. Além disso, 58 dos entrevistados sugeriram programas de
fiscalização, conscientização e conservação como soluções para a preservação da espécie em
estudo, entretanto, apenas 12 souberam responder a importância das tartarugas marinhas para o
ecossistema marinho. Diante disso, observou-se que, dentre os entrevistados, as pessoas que
demonstraram maior entendimento sobre o tema foram os alunos do ensino superior. Com a
conclusão desta pesquisa, cabe destacar que é de suma importância a criação de mais políticas
públicas com a finalidade de conscientizar a população quanto ao estado de vulnerabilidade das
tartarugas marinhas e de demais espécies oceânicas, como baleias, peixes, águas-vivas, tendo em
vista seu papel singular junto ao ecossistema que vivem.
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
ECOLOGIA MARINHA
Ana Maria da Costa de Souzaa*, Ruan Monte da Silva a & Karine Matos Magalhães
As angiospermas marinhas são plantas vasculares adaptadas à vida submersa que ocorrem em zonas
costeiras de todo mundo, com exceção do continente Antártico. Formam prados que atuam na
redução da erosão costeira, ciclagem de nutrientes, estocagem de carbono, abrigo e alimento para
fauna, entre outros serviços ecossistêmicos. Entre as espécies consideradas raras e vulneráveis
(IUCN, 2010) está a Halophila baillonii Ascherson, angiosperma cujos registros no Brasil eram de
fragmentos levantados entre 1934 e 1983 e que, recentemente, tiveram 2 novas populações
descritas. Com novas populações também sendo registradas na América Latina e mais uma em
Pernambuco, levantamos a hipótese de que essas novas populações não são realmente novas
ocorrências, mas sim que não estávamos identificando corretamente as angiospermas marinhas.
Para responder nossa pergunta, realizamos uma revisão sistemática sobre a espécie (palavra-chave:
“Halophila bailloni*”) a fim de revisar sua distribuição atual e passada e a caracterização de seus
prados. Foram utilizadas as bases de dados Web of Science, Scopus e Google acadêmico, com
último acesso em 29 de dezembro de 2020. Houve o total de 51 registros, dos quais 37 foram
selecionados após triagem, sendo 10 considerados para nosso estudo. A espécie tem distribuição em
regiões do mar do Caribe e costa do Pacífico da América Central, além da costa brasileira, com
registros recentes de 4 países desde 2014: Belize, Brasil, Costa Rica e Honduras. Um fato
preocupante é que apenas 3 registros se localizavam em Área de Proteção Ambiental, deixando as
populações dessa espécie rara mais expostas a pressões antrópicas. As populações têm sido
encontradas em profundidades que variam de 0 a 30 metros em prados de ~100 a 900.000 m². Esses
prados podem ser tanto monoespecíficos ou prados multiespecíficos ocorrendo com as
angiospermas Halodule emarginata, H. wrightii e H. decipiens. Alguns trabalhos apontam que a
espécie é confundida com Halophila decipiens em trabalhos mais antigos da mesma área, indicando
que nossa hipótese de que as populações da espécie estejam sendo mal identificadas ou mal
amostradas pode ser confirmada. Verificamos poucos detalhes sobre a fragmentação do habitat,
fauna associada e morfologia da espécie, comprovando que, apesar dos novos registros, Halophila
baillonii continua sendo pouco estudada. Novas análises para levantamento de requerimento de
habitat e características morfológicas serão realizadas a fim de aprofundarmos nosso conhecimento
sobre sua ecologia, contribuindo para a conservação da espécie.
28
Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
ECOLOGIA MARINHA
Lidiane Soares da Conceiçãoa, Maria Cecília Santana de Lima a & Karine Matos Magalhães a
Em agosto de 2019, manchas de óleo bruto com propriedades geoquímicas da bacia sedimentar da
Venezuela, espalharam-se por cerca de 3000 km da costa brasileira, principalmente na região
Nordeste. Cerca de 6 mil toneladas de óleo foram retiradas da costa, afetando 55 áreas marinhas
protegidas e ecossistemas ameaçados, como recifes de corais, manguezais, prados de angiospermas
marinhas e áreas de estuário. Entre estes ecossistemas, os efeitos iniciais observados nos prados de
angiospermas marinhas foram a destruição de habitat pela retirada de plantas junto com a limpeza
das praias, morte de animais associados aos prados e a retenção de óleo junto ao sedimento.
Contudo, devido à pandemia causada pelo SARS-COV2 o trabalho de campo foi suspenso e os
efeitos seguintes não foram possíveis de ser observados. Assim, para dar prosseguimento as
investigações sobre os impactos do desastre de 2019 sobre as angiospermas marinhas, foi realizada
esta revisão sistemática para o levantamento dos impactos já registrados em acidentes prévios ao
redor do planeta, observando-se, também, as formas de remediação implantadas. Uma pesquisa
utilizando as palavras-chave: (seagrass* OR “marine angiosperm*” OR “marine plant*” OR
“SAV” OR “marine phanerogam*” OR halodule OR ruppia OR halophila) AND (petro* OR
“HPA*” OR oil*) foi realizada nas bases de dados Scopus e Web of Science (acesso em
01/02/2021). A combinação das palavras escolhidas permitiu a inclusão de estudos que usaram até
termos genéricos mais amplos, como “derramamento de óleo”. Com a lista de trabalhos gerada, o
software Mendeley®,foi utilizado para a exclusão das duplicatas e triagem do material que foi feita
em duas etapas: na primeira, os trabalhos foram selecionados apenas pelo título e resumo, excluindo
artigos que não encaixassem no tema proposto; na segunda etapa, os textos selecionados foram lidos
por completo, excluindo trabalhos que não se encaixaram nos critérios de inclusão. Foram
encontrados 347 artigos no Scopus e 213 no Web of Science. Com a exclusão das duplicatas
obtivemos 440 artigos para triagem. Os 440 trabalhos ainda estão sendo triados e vão ser
classificados de acordo com espécies, tipo de observação (experimental ou observação em campo),
se houve a utilização de dispersante e tipo de óleo. Os resultados preliminares indicam que há
impactos tanto pelo óleo derramado quanto pelos dispersantes e trabalhos manuais utilizados na
limpeza. Dentre impactos mais significativos, estão a perda de abundância, diminuição da taxa
fotossintética e queima da região foliar, além do “efeito cascata” sobre a biodiversidade dos locais
atingidos.
29
Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
ECOLOGIA MARINHA
Ruan Monte da Silvaa*, Ana Maria da Costa de Souza a, Joel Francolino da Silva Júniora & Karine Matos
Magalhãesa
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
ECOLOGIA MARINHA
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Módulo 3
Ecologia terrestre
Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
ECOLOGIA TERRESTRE
João Matheus Ferreira de Souza a* & Marina Isabel Lima de Oliveira Reis a
a. Graduando em Bacharelado em Engenharia Floresta (Bolsista PET); Graduada em Bacharelado em Ciências
Biológicas - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
*E-mail: [email protected]
A destruição de habitats naturais por ações humanas provoca o aumento do contato de animais
silvestres com animais domésticos e humanos. Algumas pesquisas, em diferentes habitats,
demonstram que a interferência humana, associada ao desmatamento e aos modelos de produção
convencionais, está diretamente associada com a ocorrência de zoonoses, mostrando que há uma
correlação positiva entre as modificações no ambiente de floresta natural e estas doenças.
Objetivou-se fazer uma revisão de artigos sobre os fatores envolvidos na ocorrência de doenças
infecciosas emergentes, para investigar o potencial da agrossilvicultura sustentável como possível
ferramenta de redução da ocorrência de zoonoses epidêmicas e pandêmicas, a partir dos valores de
conservação da fauna nos sistemas agroflorestais. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica de
artigos científicos com foco na relação entre conservação de biodiversidade em agroflorestas e a
causa do surgimento de doenças infecciosas emergentes. O procedimento metodológico aplicado
baseou-se na busca por palavras-chave: zoonoses, conservação de sistemas agroflorestais e
agrossilvicultura. Para este trabalho foram encontrados 30 artigos relacionados com os temas
selecionados. Dentre esses, 53% apontaram que os principais hospedeiros e transmissores das
doenças infecciosas emergentes são os morcegos, roedores, aves, macacos e artrópodes, que perdem
seus habitats para atividades relacionadas com o uso indevido da terra, modificando seus hábitos e
entrando em contato com humanos. 37% apresentaram que diversas práticas de agricultura
sustentável, em associação com espécies arbóreas, demonstram potencial na conservação de
assembleias de aves e morcegos, além de outros vertebrados, assim como o aumento na diversidade
de artrópodes, que podem servir de alimento para estes animais. Entretanto, a efetividade da
conservação desse sistema, depende principalmente do modelo agroflorestal escolhido para o local,
devido aos fatores edafoclimáticos. Com a conservação e diversificação de fauna em sistemas
agroflorestais, é possível que se intensifique a abundância de espécies hospedeiras. 10% dos artigos
indicam que uma alta diversidade de animais hospedeiros, não competentes para alguns patógenos,
pode diminuir a probabilidade de infecção das espécies vetoras, resultando no “efeito diluição”,
diminuindo a chance de transmissão dessas zoonoses. Assim, comunidades mais diversas compondo
ecossistemas equilibrados, podem diminuir simultaneamente a prevalência de infecções e aumentar
a densidade populacional da fauna, fornecendo aos vetores mais oportunidades de alimentação, a
partir de animais reservatórios ineficientes de doenças, do que teriam em comunidades pobres em
espécies. A revisão feita por este estudo dá suporte a hipótese de que as agroflorestas podem ser
utilizadas como forma de mitigar surtos de doenças zoonóticas.
ECOLOGIA TERRESTRE
Marina Isabel Lima de Oliveira Reis a*, Nathan Castro Fonsêca a, Jéssica Stéfane Alves Cunhaa &
Ana Carolina Borges Lins e Silva a
A supressão e a fragmentação das florestas vêm causando uma perda sem precedentes da
biodiversidade e dos benefícios que a natureza provém. Entretanto, é notável o aumento de
iniciativas de restauração desses ecossistemas para recuperação dos serviços perdidos, sendo
necessária a avaliação da efetividade destes processos por indicadores da biodiversidade. Objetivou-
se fazer uma análise da assembleia arbórea em um corredor ripário-CR de Mata Atlântica após onze
anos de restauração ativa, de forma a avaliar a efetividade das estratégias de recuperação do
ecossistema florestal. O trabalho foi realizado na usina São José Agroindustrial, localizada no
município de Igarassu, em Pernambuco. Foram selecionados um CR restaurado e uma floresta
ripária-FR no interior de um fragmento em bom estado de conservação, como referência. Nas duas
áreas, foram alocadas dez parcelas de 10 x 10 m, sendo cinco em cada um dos lados do rio
(totalizando 20 parcelas), distanciadas 10 m uma da outra e 10 m do rio. Em cada parcela, os
indivíduos com DAP ≥ 5 cm foram mensurados e identificados. Posteriormente, calculou-se o
índice de diversidade inverso de Simpson (ISimp). No CR restaurado, foram encontrados 90
indivíduos, distribuídos em cinco famílias e sete espécies, sendo a família Fabaceae a predominante.
Na FR conservada, foram inventariados 216 indivíduos, distribuídos em 18 famílias e 26 espécies,
sendo a família Annonaceae a predominante. Para DAP e altura, foram registrados valores médios
de 20 cm e 8,5 m em CR, contra 11 cm e 10,5 m em FR. Os valores do CR tiveram influência das
árvores presentes antes do início da restauração. Pachira aquatica Aubl., Samanea tubulosa
(Benth.) Barneby & J.W Grimes e Inga edulis Mart. foram as espécies abundantes no CR,
representando 91% do total de indivíduos, e riqueza de 1,84 (ISimp.). Das espécies mencionadas, as
duas primeiras não são nativas da Mata Atlântica e a primeira tem grande potencial invasor.
Symphonia globulifera L.f., uma morfoespécie e Rinorea guianensis Aubl. foram as espécies
abundantes na FR, representando 63% dos indivíduos, sendo as duas identificadas nativas da Mata
Atlântica. Foi obtido o valor de 5,44 para o ISimp, indicando que há diversidade muito inferior e
com alta dominância oligárquica na área restaurada, encontrada na mesma paisagem. Conclui-se
que são necessárias iniciativas de restauração ativa complementares, como manutenção da
vegetação e monitoramento, fazendo o uso de mais espécies próprias do domínio fitogeográfico da
Mata Atlântica, para que a floresta siga efetivamente seus estágios de sucessão.
34
Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
ECOLOGIA TERRESTRE
a. Graduado em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, Instituto Federal Ciências e Tecnologia do Pará,
Tucuruí, PA, Brasil.
b. Graduando em Licenciatura em Química, Instituto Federal Ciências e Tecnologia do Maranhão, São João dos
Patos, MA, Brasil.
*E-mail: [email protected]
Atualmente os morcegos estão inseridos na ordem Chiroptera, proveniente do grego cheir (mão)
pteron (asa), sendo os únicos mamíferos capazes de voar. Os quirópteros constituem um dos grupos
mais diversificados, ocupando cerca de 20% do total das espécies mamíferos do mundo, com 18
famílias, 202 gêneros e mais de 1300 espécies descritas. Comunidades de morcegos estão entre as
mais ricas e ecologicamente diversas entre todas as comunidades de mamíferos. No Brasil os
quirópteros correspondem à segunda maior ordem em riqueza de espécies, sendo superada somente
pela ordem Rodentia, que possui 235 espécies registradas. De acordo com Baucells et al. (2016),
das 18 famílias de morcegos registradas, nove destas famílias estão presentes na Amazônia
Brasileira, sendo elas (Phyllostomidae, Thyropteridae, Furipteridae, Noctilionidae, Mormoopidae,
Emballonuridae, Vespertilionidae, Molossidae e Natalidae). Esta riqueza está distribuída em 68
gêneros e 178 espécies, sendo que dois gêneros e 10 espécies são endêmicos do Brasil. Esse
trabalho foi elaborado a partir de revisões na literatura, realizadas entre outubro de 2018 a março de
2019. Para tanto realizou-se uma consulta por livros e trabalhos de conclusão de curso presentes no
acervo da biblioteca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Pará
(IFPA) – Campus Tucuruí, além de pesquisas por artigos científicos selecionados através de busca
no banco de dados do Scielo e Google Acadêmico. Logo, foram utilizadas as palavras chave
‘‘Morcegos no Estado do Pará’’, ‘‘Diversidade de Morcegos’’ e ‘‘Distribuição de Morcegos’’. Os
critérios para a inclusão dos estudos encontrados foram trabalhos dos últimos 20 anos que
apresentavam quaisquer registros de morcegos ao longo de todo o território do Estado do Pará.
Foram excluídos estudos que não compreendem registros de morcegos no território paraense. A
partir das pesquisas, buscou-se estudar e compreender as diversidades e distribuição de táxons
ocorrentes ao longo do território paraense para se criar uma tabela contendo os táxons registrados.
Os resultados apresentaram a existência de registros em 18 Municípios paraenses. Foram
registradas 128 espécies, 60 gêneros e 09 famílias. Com isto, o estado do Pará apresenta 8 novos
registros, além de conter representantes das 09 famílias já descritas para o Brasil. Pouco se conhece
sobre a distribuição de quirópteros no estado do Pará, pois foram encontrados registros em apenas
18 municípios, ou seja, 13% do total, logo faz-se necessário que estudos desta categoria se tornem
mais frequentes, tendo em vista o eficaz potencial ecológico que esses táxons desempenham em seu
habitat.
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
ECOLOGIA TERRESTRE
Agrícia Gabriella Estevam Barros Correia Vasques a*, Karine de Matos Costab & Ana Virgínia Leitea
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
Nathan Castro Fonsêcaa*, Jéssica Stéfane Alves Cunhaa & Ana Carolina Borges Lins
e Silvaa
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
ECOLOGIA TERRESTRE
Letícia Menezes Camurçaa*, Cibele Cardoso de Castrob, André Mauricio Melo Santos c & Ana Virgínia Leitea
As flores possuem características que tem como função a atração de polinizadores. Por essa razão,
muitos predadores, como mantídeos e aracnídeos, utilizam flores como sítio de forrageamento. Um
desses predadores são as aranhas da família Thomisidae, que possuem estratégia de caça do tipo
senta-e-espera e ficam nas flores à espera de seus visitantes. A presença dessas aranhas nas flores
pode ter um efeito benéfico, quando caçam principalmente antagonistas, como herbívoros e
pilhadores de néctar, ou maléfico, quando se alimentam de polinizadores ou, indiretamente,
reduzem a frequência de visitas, impactando o fitness reprodutivo da planta. Também podem
apresentar efeito neutro, quando a densidade de aranhas é muito baixa e não causa efeito a nível
populacional. O presente estudo objetivou quantificar o efeito que aranhas Thomisidae exercem
sobre os visitantes florais. Foi realizada uma revisão sistemática na base de dados Periódicos da
Capes, com as palavras-chave *pollinat*, *plant reproduction*, *flower* e *plant fitness*
associadas, através do operador booleano "AND", com as palavras-chave *spider* e *predation
risk*. As informações foram armazenadas em uma planilha do Excel, contendo informações acerca
da espécie vegetal, família, número de flores com e sem aranhas e a frequência de visitantes florais,
onde os dados foram analisados. Foram inseridos na planilha 17 artigos que discutiam a presença de
aranhas em 19 espécies vegetais, dos quais foram observados efeitos benéficos (21%), maléficos
(79%) e não foram relatados efeitos neutros. A presença de aranhas provocou uma redução de 19%
(t = 0,14545, P = 0,8847) na frequência de visitas dos visitantes florais, sendo Apis mellifera e as
abelhas dos gêneros Bombus sp. e Trigona sp. as espécies mais atacadas. Essa diminuição na
frequência de visitas ocasiona uma redução dos serviços de polinização, o que impacta diretamente
no fitness reprodutivo da planta, além da qualidade dos frutos e capacidade de germinação das
sementes. Isso pôde ser observado em alguns artigos (70,6%) onde, além da predação, os visitantes
florais apresentaram comportamento de refugo ao perceber a presença do predador, muitas vezes
sem sequer pousar na flor, resultando em uma redução de até 22% do sucesso reprodutivo de
algumas espécies, como a Alstroemeria aurea Graham. Com isso, pode-se concluir que embora a
presença de aranhas, em alguns casos específicos, tenha efeito benéfico ou neutro, a maior parte dos
trabalhos demonstra um efeito negativo dessa interação para as plantas.
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
ECOLOGIA TERRESTRE
Maria Stela Marrelli Caldas Leite Lucas a*, Álvaro Doria dos Santosb & Edmaykon Rafael Gaias Ribeiroc
a. Bacharel em Ciências Biológicas, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP, Brasil.
b. Doutorando em Sistemática, Taxonomia Animal e Biodiversidade, Museu de Zoologia da Universidade de São
Paulo, São Paulo, SP, Brasil
c. Mestrando em Ciências Ambientais, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Toledo, PR, Brasil.
*E-mail: [email protected]
A ordem Chiroptera (Mammalia), composta pelos morcegos, possui cerca de 180 espécies no
Brasil. Aproximadamente metade das espécies ocorre na região sudeste, a qual abriga importantes
biomas brasileiros. Com o objetivo de observar o estado da arte dos estudos com morcegos nesta
região, foi realizada uma análise bibliométrica dos últimos dez anos de pesquisa no portal de
periódicos Web of Science. As seguintes palavras-chave foram utilizadas (em diferentes
combinações) para a análise: bats, brasil, brazil, espírito santo, minas gerais, morcegos, rio de
janeiro, são paulo, southeast, sudeste. Os dados encontrados foram extraídos e tabulados conforme a
combinação de palavras-chave utilizadas. A seguir as referências foram cruzadas e refinadas. Todas
as referências foram categorizadas conforme a sua temática. Dados de localidades foram
extraídos para a confecção de mapas com o auxílio do software QGIS 3.16. No total foram
encontrados 250 artigos publicados em periódicos. Observou-se uma grande quantidade de estudos
focados no estado de São Paulo (90 artigos). O ano com o maior número de registros foi o de 2018 e
o com o menor registros foi o ano de 2012. Os estudos encontrados foram separados em 13 tópicos
de pesquisa, sendo os mais estudados: parasitologia (46 artigos), sendo representado principalmente
com pesquisas com o vírus da Raiva; morfologia (42), principalmente relacionado aos órgãos
sexuais masculinos (incluindo artigos de histologia) e ecologia (40). Artigos voltados a taxonomia,
inventários de fauna e distribuição foram representados por cerca de 16% dos artigos encontrados.
Os dados obtidos sugerem uma média de 25 artigos por ano com um leve crescimento na literatura
nos últimos três anos, indicando um maior interesse no estudo deste clado.
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
Alismataceae está representada por 11 gêneros e 75 espécies distribuídas pelo mundo, constituindo
uma família subcosmopolita de plantas aquáticas com ocorrência em rios, lagos e lagunas. O
presente trabalho objetivou catalogar a diversidade polínica de espécies de Alismataceae
disponíveis no acervo dos herbários Vasconcelos Sobrinho (PEUFR/UFRPE), Geraldo Mariz
(UFP/UFPE) e Dárdano de Andrade Lima (IPA), juntamente com dados da literatura sobre o pólen
e o tipo de polinizador. A acetólise foi feita para as espécies Hydrocleys parviflora, Limnocharis
flava, Echinodorus subalatus, Echinodorus grandiflorus e E. lanceolatus. A coleta de informações
na literatura foi feita no Google scholar, Science direct, Scielo, Springer link, Reflora e Rede de
Catálogos Polínicos Online (RCPol). Nos herbários estão disponíveis um total de 29 espécies, sendo
nove no PEUFR, seis no UFP e 11 no IPA. Foi possível verificar que a as espécies de Echinodorus
possuem grãos de pólen quase sempre pantoporados e esféricos, Limnocharis e Sargitaria são
pouco vistas na literatura e mesmo assim apresentam variações; já Hydrocleys é descrita em sua
maioria com pólens espiculados. A família no geral é bem definida entre seus gêneros quanto à
morfologia polínica e suas respectivas ornamentações que é predominantemente pantoporada com
grãos esféricos, tendo em vista que alguns gêneros poderiam ser definidos previamente a partir da
classificação do pólen, como Hydrocleys e Limnocharis. Entre as abelhas, foram registrados os
gêneros Protodiscelis (com 38,9% de ocorrência), Trigona (16% de ocorrência), Apis (16% de
ocorrência), Augochlora, Dialictus (11,11% de ocorrência), Exomalopsis, Pseudoaugochloropsis,
Thygater, Xylocopa (11,11% de ocorrência), Plebeia, Analis, Pereirapis, Augohlora, Halictus,
Polybia, Episyrphus e Syrphid. Dentre as espécies registradas, o gênero Protodiscelis spp. é
formado por abelhas oligoléticas, as quais mantêm uma relação especializada com as plantas que
visitam e são consideradas as principais espécies polinizadoras da família.
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
ECOLOGIA TERRESTRE
Lucas Silva Santos Júniora*, Mauricio Souza dos Santosa, Ronalt Santana Macielb & José Policarpo Miranda
Júnior c
As savanas amazônicas são de grande importância para a conservação, sendo o lar de várias
espécies endêmicas da flora e fauna brasileira, entre os grupos faunísticos presentes nas savanas
amazônicas, os mamíferos possuem um importante papel no equilíbrio ecológico. Conhecer a fauna
de uma determinada região é de grande importância em estudos de conservação, uma vez que estes
permitem detectar qualquer sinistro que envolva as comunidades faunísticas. Para inventários e
monitoramento da mastofauna terrestre, o uso de armadilhas fotográficas associadas a outras
metodologias é uma das melhores opções de coleta de dados. O emprego de iscas é comumente
aplicado em estudos que envolvam o uso de armadilhas fotográficas, sendo um meio bastante
eficiente para atrair os animais pertencentes à mastofauna para frente das câmeras, favorecendo
desta forma, o registro das espécies faunísticas que compõem a diversidade da savana amazônica. O
presente estudo foi realizado no município de Santana, Estado do Amapá, compreendendo o período
entre junho e novembro de 2018, contemplando a estação chuvosa e seca. A área de estudo foi
dividida em 10 pontos distanciados em linha reta e igualmente em 1 km, sendo em cada ponto
instalada uma armadilha fotográfica, totalizando uma bateria de 10 armadilhas, onde estas ficaram
ativas durante 10 dias consecutivos no início de cada mês. Dentre as armadilhas instaladas, 5 foram
armadas sem iscas, enquanto que as demais tiveram iscas depositadas em frente às câmeras. Como
atrativo foram usados abacaxi, manga, banana e proteína animal bovina. Para o período de
amostragem registrou-se 9 indivíduos nas armadilhas sem atrativos, enquanto que as que
apresentaram iscas obtiveram 21 indivíduos registrados, mostrando assim maior eficiência para as
armadilhas com atrativo alimentar. Dentre os registros realizados pelas armadilhas com atrativos
alimentares observou-se que o período seco representou 66,66% dos registros, podendo-se inferir
que a maior abundância para este período é decorrente da escassez de alimento para a mastofauna.
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
ECOLOGIA TERRESTRE
Maurício Mateus Rios de Souzaª, Karina Maria da Silvaª & Maria da Penha Moreira Gonçalvesª
Os insetos podem conter uma grande diversidade de espécies pragas para o setor florestal,
principalmente quando atuam como brocas no interior das árvores. O grupo de Coleoptera
conhecido como besouros-de-ambrosia, está entre os principais causadores de prejuízos em
florestas, podendo levar a morte do vegetal. Com isto, o presente estudo teve como objetivo
verificar a ocorrência de besouros-de-ambrosia em um plantio de Eucalipto em ambiente de
carrasco na Chapada do Araripe. As coletas foram realizadas em janeiro de 2019, em área de
reflorestamento de eucalipto com 18 anos e área de mata nativa conservada, como controle,
localizado na estação experimental do IPA, em Araripina – PE. O modelo de armadilha etanólica
utilizada foi a Carvalho 47. Os insetos foram classificados até subfamília. De acordo com os
resultados, foram registrados 30 insetos do grupo dos besouros-de-ambrosia, sendo 24 indivíduos na
área de plantio de eucalipto e apenas 06 na área de mata. Na área de eucalipto os indivíduos
capturados foram representados pelas subfamílias Scolytinae (23) e Platypodinae (1). Na área de
mata, foram encontrados apenas indivíduos da subfamília Scolytinae (6). Assim, foi registrada
maior riqueza de espécies de besouros-de-ambrosia no eucalipto, em comparação com a mata
nativa, isto pode estar relacionada aos fatores microclimáticos mais favoráveis no plantio adensado
de eucalipto em relação à área de mata de carrasco mais aberta e à maior disponibilidade de
recursos alimentares, já que na área de eucalipto foram observadas várias plantas nestas condições e
sob estresse, sendo essa uma condição favorável para a colonização de besouros-de-ambrosia em
um povoamento florestal. A partir da constatação da presença de besouros-de-ambrosia na área de
eucalipto, recomenda-se o monitoramento dessa população para tomada de decisão sobre possíveis
medidas de controle dos insetos na área, antes que atinjam nível de dano econômico .
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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
ECOLOGIA TERRESTRE
Vinícius Alcântara Carvalho Lima Santos a*, Júlia Isabelle Freire Peres Quintasb, Carlos Henrique Campos
Bezerra Neves c, Ana Cristina Lauer Garcia b & Martín Alejandro Montes a
As espécies exóticas são aquelas que conseguiram se estabelecer e prosperar em áreas fora da sua
localização original, a partir do momento que começam a causar problemas socioeconômicos,
sanitários ou ecológicos nas regiões que passou a ocupar; passam a ser classificadas como espécies
invasoras. As espécies invasoras são a segunda maior causa de perda de biodiversidade no planeta,
perdendo apenas para a destruição dos habitats; grande parte dos problemas ecológicos causados
pelas espécies invasoras é decorrente de sua vantagem competitiva ante às nativas. Na família
Drosophilidae, várias espécies já demonstraram algum potencial invasor, inclusive no Brasil, como
por exemplo, as espécies: Drosophila malerkotliana, D. melanogaster, D. nasuta, Zaprionus
indianus, etc. Neste trabalho pretendeu-se avaliar a abundância de drosofilídeos exóticos e nativos
em um fragmento da Floresta Atlântica ao norte do Rio São Francisco. Os drosofilídeos foram
coletados durante o ano de 2019 em um fragmento florestal de 382 hectares na Estação Ecológica do
Tapacurá (São Lourenço da Mata, Pernambuco). Para medir a variação sazonal da abundância foram
feitas duas coletas, uma no período seco e outra no chuvoso. Para a captura dos drosofilídeos foram
utilizadas armadilhas contendo isca de banana, as quais foram penduradas a uma distância de 40 m
umas das outras e distribuídas aleatoriamente no local de estudo, sendo penduradas a 1,5 metros do
solo e permanecendo no campo por três dias. Obteve-se 5.208 moscas pertencentes a 19 espécies de
drosofilídeos. As espécies exóticas atingiram um pouco mais de 73% da abundância total e foram
representadas por seis espécies, sendo elas, seguidas por suas abundâncias relativas: D.
malerkotliana(41%), Drosophila simulans(9,7%), Zaprionus indianus(3%), D. ananassae(2,4%), D.
nasuta(1,1%), Scaptodrosophila latifasciaeformis(0,03%). Em questão à sazonalidade da riqueza, no
período chuvoso (cinco espécies) a riqueza foi um pouco menor que na estação seca (seis espécies).
No quesito abundância, as espécies exóticas foram menos abundantes na estação chuvosa (64%) que
na estação seca (88%). Acredita-se que esses resultados demonstrem o sucesso das espécies exóticas
no local amostrado; e em relação à sazonalidade, o fato de haver mais competição pelos escassos
recursos alimentícios no período seco, faz com que a vantagem competitiva das invasoras tenha mais
peso nesse que no período chuvoso, quando os recursos são mais abundantes.
43
Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia
ECOLOGIA TERRESTRE
Addinson Díaz Hernández a*, Luciano Alves dos Anjosb, Carlos Frederico Duarte Rochaa & Vanderlaine
Amaral de Menezes c
44
PET Ecologia
45
46
Agradecimentos
47
Créditos das fotos
48
ALESSON ANTONIO SILVA SOARES
ANA CAROLINA BORGES LINS E SILVA
ANDRINE DA SILVA FERNANDES
DANILO DEYWID PEREIRA DANTAS
JOEL FRANCOLINO DA SILVA JUNIOR
JOÃO MATHEUS FERREIRA DE SOUZA
JOSIVAN WASHINGTON M. DOS SANTOS
JÚLIO CÉSAR MARTINS BARBOSA
LIDIANE SOARES DA CONCEIÇÃO
MATEUS HENRIQUE GUIMARÃES MELLO
MIRELLY GONZAGA DOS SANTOS
SOFIA TENÓRIO DE V. NEVES CAVALCANTI
WARLEY WILK ÂNGELO DA SILVA
WILIANE MARINHO FEITOSA