PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia

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HONORATO, M.T. et al.

Importância da escolha de receptoras em um programa de


transferência de embriões em bovinos. PUBVET, Londrina, V. 7, N. 19, Ed. 242, Art. 1601,
Outubro, 2013.

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

Importância da escolha de receptoras em um programa de


transferência de embriões em bovinos

Marília Torres Honorato¹, Rafael Alves Costa Ferro², Diogo Alves da Costa
Ferro², Klayto José Conçalves dos Santos²,Miliane Alves da Costa³, Joaquim
Luiz Rodrigues Filho³

¹ Zootecnista pela UEG-UnU de São Luís de Montes Belos


² Docentes do Curso de Zootecnia da UEG-UnU de São Luís de Montes Belos
³ Graduandos em Zootecnia pela UEG-UnU de São Luís de Montes Belos

Resumo
A utilização de biotecnologias reprodutivas representa cada vez mais a
evolução da produção animal no Brasil e no mundo. A Inseminação Artificial
em bovinos veio como a pioneira dessa evolução, seguida pela Transferência
de Embriões (TE) convencional que trouxe a Aspiração Folicular guiada por
ultra-sonografia para produção in vitro de embriões bovinos, possibilitando o
incremento da genética dos rebanhos, em quantidade e qualidade.
Objetivou-se descrever os aspectos relacionados a um programa de
transferência de embriões, relatando que em posição de destaque
encontram-se as receptoras responsáveis pela gestação de animais de
genética superior. O programa de Aspiração Folicular veio como a evolução
da TE convencional, tornando os processos mais práticos, viáveis e
eficientes, porém não se deve esquecer que os envolvidos nos processos
devem possuir experiência e habilidade profissional, pois eles são
HONORATO, M.T. et al. Importância da escolha de receptoras em um programa de
transferência de embriões em bovinos. PUBVET, Londrina, V. 7, N. 19, Ed. 242, Art. 1601,
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responsáveis por viabilizar sua execução. Os principais aspectos ligados à


realização dessa biotecnologia são: o embrião, o sêmen utilizado e a
receptora, destacando ainda a importância do aspecto sanitário que o
embrião livre de doenças infecto-contagiosas deve apresentar. As receptoras
desempenham um papel muito importante, trazendo consigo a
responsabilidade da gestação, parto e criação de um bezerro de elevado
valor genético que irá representar o melhoramento genético animal
proveniente de uma doadora e um touro com grande valor agregado.
Cuidados com a sanidade, nutrição e bem-estar dessas fêmeas são
fundamentais para que elas possam responder aos tratamentos hormonais a
elas impostos e assim cumpram o objetivo delas dentro de uma propriedade
que é um parto por ano e, além disso, desmamar um bezerro pesado e
saudável.
Palavras-chave: Aspiração folicular, fertilização in vitro, gestação, ultra-
sonografia

Importance of choosing a program receiving embryo transfer in


cattle

Abstract
The usage of reproductive biotechnologies is even more representing the
evolution of bovine production in Brazil and around the world. The artificial
insemination in cattle came as the pioneer of this evolution, followed by
conventional Embryos Transference (ET) that brought the Follicular
Aspiration guided by the ultrasonography for the production of bovine
embryos in vitro, making the enhancement of the cattle genetics possible, in
quantity and quality. Describing the aspects related to embryos transference
program was the aiming goal, reporting that the receptors responsible for
the gestation of genetic superior bovine are in a position of prominence. The
Follicular Aspiration program came as the evolution of the conventional ET,
making the processes more practical, viable and efficient, but it should not
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be forgotten that the ones involved in the processes must have professional
experience and ability, because they are responsible for making the process
execution viable. The main aspects related to the performing of this
biotechnology are: the embryo, the semen to be utilized and the receptor,
highlighting the importance of the sanitary aspects that the embryos free
from infectious diseases must present. The receptors play a very important
role, having the responsibility of gestation itself, to deliver and take care of
the high genetic value calf that will represent the bovine genetic
improvement from a cow (donor) and an ox (donor) of great value. Cares
with sanity, nutrition and welfare of these females are fundamental so that
they can respond to the hormonal treatments imposed to them and with that
accomplish their objective inside a property that is one delivery per year and
more, wean a big and healthy calf.
Keywords: Follicular aspiration, gestation, in vitro fertilization,
ultrasonography.

1 INTRODUÇÃO

A evolução da produtividade da pecuária brasileira está intimamente


associada às evoluções tecnológicas e científicas, fazendo uso de várias
biotecnologias reprodutivas que vem sendo desenvolvidas, utilizadas e
aprimoradas com objetivo principal de elevar a eficiência reprodutiva dos
animais geneticamente superiores, aumentando o número de descendentes
com essa carga genética, em um curto período de tempo.
Quando falamos das principais biotecnologias utilizadas no Brasil, não
se deve deixar de lado a Inseminação Artificial (IA), pois foi a primeira
biotecnologia adotada nos sistemas de produção brasileiros que tem como
intuito a multiplicação de animais de alto valor genético. Com a utilização
inicialmente de esquemas de ovulações múltiplas, recuperação e
transferência de embriões, mais conhecida como Multiple Ovulation and
Embryo Transfer (MOET) ou ainda transferência de embrião (TE)
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convencional, intimamente associado acriopreservação de embriões. Na


década de 80 a cadeia produtiva de bovinos passou assim a ter uma
poderosa ferramenta para aumentar o número de gestações de origem de
fêmeas de alto mérito genético (Rodrigues, 2001).
De acordo com Thibier (2000), a produção embrionária fazendo uso da
TE é uma biotécnica difundida mundialmente e vem apresentando um
crescimento acentuado com mais de 500.000 embriões sendo colhidos e
transferidos ou congelados anualmente.
Diz-se da Fertilização In Vitro (FIV) a terceira geração de biotecnologia
aplicada ao Melhoramento Genético Animal, após a IA e a TE. No início, na
década de 90, com a utilização da aspiração folicular guiada por ultra-
sonografia seguida pela produção in vitro de embriões, elevou cada vez mais
a expectativa em torno do incremento da produtividade das fêmeas
(Renesto, 2004).
Para que um programa de TE obtenha sucesso em uma propriedade
rural, onde vários indivíduos diferentes e com grau de instrução diferenciado
se encontram unidos, uma interação dessa equipe tem que acontecer, onde
todos devem “falar a mesma língua” de modo que eles se entendam. Além
disso, a correta aplicação da técnica e uma administração eficiente da
propriedade têm papel muito importante (Reichenbach et al., 2002).
Mesmo com suas vantagens a TE convencional ainda apresenta
algumas limitações, como a discrepância nas respostas aos tratamentos
hormonais e os esforços reunidos para a realização destes que levam a uma
considerável restrição ao programa. Além destes aspectos, a seleção
adequada e o manejo adequado das receptoras de embriões são
indispensáveis para o sucesso da TE, uma vez que a mortalidade após a
transferência é ainda significativa e limita muito a eficiência desse método
(Bóet al., 2002).
As receptoras têm papel muito importante num programa de
transferência de embriões, bons manejos nutricionais e sanitários e também
o bem-estar desses animais tem que ser empregados para que elas possam
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responder aos tratamentos hormonais aos quais são submetidas, estando


aptas a receber um embrião, manter uma gestação, ter um parto normal e
ainda desmamarem bezerros saudáveis.
Objetivou-se descrever os aspectos relacionados a um programa de
transferência de embriões, relatando que em posição de destaque
encontram-se as receptoras responsáveis pela gestação de animais de
genética superior.

2 REVISÃO DELITERATURA

2.1 Transferência de Embriões em Bovinos

A Transferência de Embriões tem grande importância no


melhoramento zootécnico, porque acelera e confere maior precisão no
processo de seleção animal. Além de conferir a animais com distúrbios
reprodutivos adquiridos sem caracterização genética, que sejam
geneticamente superiores, a possibilidade de se reproduzirem e também
impedir que o descarte destes seja realizado precocemente (Reichenbach et
al., 2002).
Analisando o processo de transferência de embriões como um todo,
três níveis de risco estão envolvidos, são eles: o embrião que será
transferido, o sêmen que é utilizado para fecundação dos oócitos“in vivo” ou
“in vitro” e a receptora. Faz-se necessário que sejam tomadas medidas que
diminuam a possibilidade de contaminação do embrião em todos os três
níveis, conferindo ao processo de transferência de embriões menor risco de
transmissão de doença (Parra et al., 2008).
Levando em consideração que na natureza, o potencial genético e
reprodutivo dos animais fica limitado, a transferência de embriões
representa uma alternativa substancial no avanço da eficiência reprodutiva.
Em bovinos, em média, uma fêmea gera uma cria por ano, ou seja, de oito a
dez produtos durante toda a sua vida reprodutiva, já nos machos são de
quinze a vinte produtos por ano. Fazendo uso da TE aliada àIA há então
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ganhos genéticos em larga escala nos programas de melhoramento animal,


além de que a seleção passa a ser mais eficiente (rápida e precisa),
diminuindo ainda o intervalo entre gerações obtendo vários produtos de
doadoras de mérito confirmado (vacas) ou previsível (novilhas) (Costa &
Silva, 2004).
A TE traz uma série de vantagens quando falamos em seleção
zootécnica além de um consequente reflexo sobre a produção animal, alguns
deles são: seleção das mães dos touros geneticamente superiores para
inseminação, aumentando o número de descendentes desses animais,
redução do intervalo entre gerações e aumento da velocidade do
melhoramento (Andrade et al., 2002). Contribui ainda para ampliar os
conhecimentos de fisiologia, patologia e endocrinologia que advém da
relação entre embrião, órgãos genitais internos e sistema nervoso central,
além de equacionar os problemas relativos à ordem genética e sanitária
(Reichenbach et al., 2002).
Para se realizar a TE as instalações na fazenda devem atender a
necessidade dos animais, conferindo espaço suficiente para manejar e alojar
os animais com o mínimo de estresse e risco de ferimentos, lembrando que
a segurança das pessoas que irão manejá-los também tem que ser
considerada. É de suma importância que se tenha um tronco com brete, de
preferência coberto e com um número suficiente de currais de apartação
(Mapletoft & Stookey, 1999).

2.1.1 Programa convencional de transferência de embriões

O objetivo de um programa de TE é triplicaras taxas médias de uma a


três gestações/coleta e aumentar a frequência de coletas para seis a oito por
ano. Além disso, a transferência ainda veio para mudar o conceito de que o
processo de seleção genética e características fenotípicas ficassem restritos
ao macho, pois essa biotécnica possibilita a fêmea produzir um maior
número de descendentes do que seria possível fisiologicamente,
proporcionando ainda, através do congelamento de embriões o transporte
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internacional de germoplasma sem o risco de transmissão de doenças, a


conservação de raças em perigo de extinção dentre outros aspectos
(Reichenbach et al., 2002).

2.1.1.1 Superovulação aplicada ao programa convencional de transferência


de embriões

A chamada superovulação (SOV) é denominada como o aumento do


número fisiológico de ovulações próprias da espécie, induzida via
administração de gonadotrofinas. Na espécie bovina, entende-se que houve
resposta ao tratamento quando há produção de mais de duas ovulações
(Caboevila&Torquati, 2001).
Devido há alta variabilidade de respostas fornecidas por tratamentos
gonadotróficos houve uma motivação para a realização de estudos com
intuito de formular protocolos que possam ser capazes de estabilizar e
racionalizar os programas de SOV (Andrade et al., 1999). Segundo Bó
(2002), o tratamento deve ser realizado no começo de uma onda folicular,
antes da seleção do folículo dominante, com intuito de obter a melhor
resposta possível.
Vale ressaltar que o tratamento superovulatório não irá promover o
desenvolvimento folicular e sim, permitir aqueles folículos que normalmente
entrariam em atresia, uma maneira adequada para que continuem seus
processos de maturação, resultando na ovulação (Diniz et al., 1999).
São vários os protocolos de SOV existentes, por exemplo, utilizando o
cio natural ou em qualquer fase do ciclo estral. No primeiro o tratamento
tem início entre o dia oito e doze após a manifestação do estro, juntamente
com o início da segunda onda folicular. São realizadas oito aplicações de
Hormônio Folículo Estimulante(FSH) de 12 em 12 horas, com objetivo de
aumentar o recrutamento dos folículos. Ao terceiro dia realiza-se duas
aplicações de prostaglandina para que ocorra a luteólise do corpo lúteo,
assim haverá a redução da progesterona e consequente pico de Hormônio
Luteinizante(LH), seguida da ovulação (Bó, 2002).
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O tratamento superovulatório tem objetivo de obter o número superior


de embriões fertilizados e transferidos com elevada probabilidade de
ocorrência de prenhez (Mapletoftet al., 2002).
O tipo de hormônio e a variação de cada indivíduo são aspectos de
grande relevância no desempenho referente à superovulação. O estado em
que se encontra o ovário vem se mostrando fator determinante na resposta
ao tratamento de SOV, tornando-se uma característica estudada
constantemente com intuito de elevar o índice de recuperação de embriões
viáveis. Além deste, outros componentes da dinâmica folicular, como por
exemplo, o tamanho, as condições dos folículos antrais e a distribuição
influenciam a resposta ovulatória mediante tratamento hormonal (Visitinet
al., 1999).

2.1.1.2 Colheita, exame e avaliação dos embriões

Deve-se realizar a colheita de embriões preferencialmente, entre o


sexto e o oitavo dia após a primeira inseminação das doadoras,pois nesse
período o embrião encontra-se flutuando, num filme líquido no lúmen da
ponta dos cornos uterinos, o que permite sua captação por meio da técnica
de lavagem dos cornos uterinos. Essa colheita, feita com o animal
posicionado em estação, é realizada pelo método transcervical com o auxílio
de um cateter de borracha ou de plástico flexível contendo um balão inflável
na sua extremidade distal. Inicialmente, esse cateter, contendo um mandril
de metal em seu lúmen para torná-lo rígido, é introduzido e posicionado em
um dos cornos uterinos (Demétrio, 2003).
Posteriormente, o balão é inflado com dez a 20 ml de ar e em seguida
é retirado o mandril do interior do cateter, sendo importante destacar que
todo manuseio do cateter no interior do útero é auxiliado por palpação retal.
O tempo médio necessário para a colheita de embriões é de 20 minutos,
sendo igualmente importante conter a doadora. Deve-se atentar ao fato de
que o cateter estando corretamente posicionado, os embriões podem ser
obtidos sem que haja risco de refluxo do meio de cultivo durante o
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procedimento de colheita de embriões em ambos os cornos uterinos


(Demétrio, 2003).
Com esse método de lavagem por via transcervical, utiliza-se um
grande número de lavagens por corno uterino, com intuito de uma maior
taxa de recuperação de embriões. Porém, o procedimento leva um grande
número de placas a ser analisado, por doadora submetida a colheita, o que
exige tempo. Vale ressaltar que, um longo período de exposição dos
embriões às condições de ambiente pode repercutir, de maneira negativa,
na viabilidade dos mesmos e, como consequência pode comprometer os
resultados da inovulação, a fresco ou após a congelação (Munaret al., 2001).
Outros aspectos a serem considerados na técnica diz respeito a grande
possibilidade de contaminação do lavado uterino com partículas de
suspensão no ar, pêlos, fezes e urina do próprio animal, com suor dos
envolvidos no ato da colheita, havendo ainda, o risco de perda de todo o
material colhido após movimentação brusca da doadora. Então, com a
utilização de um circuito fechado, tem-se que a colheita por via transcervical
torna-se uma técnica prática, asséptica e segura para a doadora, com a
menor possibilidade de contaminação ou de perda dos embriões. Esse
circuito fechado propicia uma maior pressão no interior do corno uterino, o
que favorece a recuperação do meio de lavagem intra-uterina infundido
(Munar et al., 2001).
Os embriões coletados são transportados do filtro de colheita para
placas de Petri com diâmetro de 12 cm, com o auxílio de um estereoscópio
faz-se a primeira busca na placa com suaves movimentos circulares, onde
toda e qualquer estrutura encontrada é retirada com a ajuda de uma seringa
tipo de insulina e ponteira estéril para uma placa menor, contendo gotas do
meio de manutenção (Demétrio, 2003).
Os embriões localizados devem ser colocados em outra placa com
solução de coleta contendo soro fetal bovino (SFB) ou albumina sérica
bovina (BSA), essas soluções devem ser de boa qualidade e esterilizadas. Os
embriões encontrados são colocados na placa com meio fresco e lavados
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novamente em outros banhos. Na avaliação morfológica de um embrião


considera-se com relação as estruturas e qualidades os seguintes aspectos:
forma esferóide; simetria dos blastômeros; aparência clara e nítida dos
blastômeros; tonalidade escura e uniforme; uniformidade da membrana
celular; proporcionalidade entre o embrião e fragmentos celulares no espaço
perivitelíneo; ausência de fragmentos celulares aderidos à zona pelúcida;
compactação dos blastômeros entre si (Goodhand et al., 2005).
Os embriões encontrados na placa de Petri, que já passaram por
avaliação morfológica e que foram designados viáveis podem ser congelados
ou inovulados em receptoras (Costa, 2005).

2.1.1.3 Transferência dos embriões (inovulação)

A inovulação consiste em depositar o embrião no terço médio-final do


corpo uterino ipsilateral ao CL. As receptoras devem ser contidas em um
tronco, mantidas em estação e anestesiadas via epidural, o reto esvaziado e
a vulva limpa com papel toalha. Para transferência a fresco, o embrião deve
sofrer três banhos consecutivos com meio de manutenção para lavagem,
após os banhos o embrião é envasado em palhetas de 0,25 ml. A palheta é
carregada primeiramente com o meio de manutenção, deixa-se um espaço
com ar e logo em seguida se carrega o embrião com meio de manutenção.
Posteriormente, a segunda parte de ar é inserida e a última camada
novamente com o meio. A palheta contendo o embrião é colocada em uma
bainha estéril e em seguida no inovulador, é utilizada uma camisinha
sanitária para manter a bainha livre de contaminações (Costa, 2005).

2.1.2 Aspiração folicular guiada por ultra-sonografia para produção in vitro


de embriões bovinos

Obter oócitos através da aspiração folicular in vivo é a primeira etapa


para a produção in vitro de embriões. Após a recuperação destes oócitos,
outros processos como seleção, maturação, fecundação e desenvolvimento
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são realizados em laboratórios especializados (Senedaet al., 2005).


No início da década de 90, com a introdução da Ovum Pick-up(Punção
Folicular), seguida pela produção in vitro de embriões (OPU-PIV), a
expectativa no incremento da produtividade das fêmeas aumentou. A
aplicação dessa técnica é de grande importância para a multiplicação rápida
de animais, e exibe algumas vantagens quando comparada com a MOET
(Renesto, 2004).
Nibartet al. (1995), demonstraram que se pode obter até 18 gestações
em três meses utilizando a aspiração folicular, enquanto que com a TE
convencional, no mesmo período, seria possível obter apenas cinco
gestações. Outras vantagens da OPU-PIV são a obtenção de oócitos em
qualquer fase do ciclo estral sem utilização de tratamento gonadotrófico
(Merton et al., 2003), permitindo realizar repetidas recuperações de oócitos
de animais vivos sem trauma aparente do trato reprodutivo, a produção de
embriões oriundos de vacas com patologias reprodutivas adquiridas
(Rodrigues, 2001), ou vacas prenhez, durante o primeiro trimestre de
gestação (Meintjes et al., 1995) ou em novilhas pré-puberes (Brogliatti&
Adams, 1996). Além destas vantagens tem-se a maximização do uso do
sêmen, permitindo maior produção de embriões com doses de alto valor
comercial e inclusive sêmen sexado (Faber et al., 2003).
Resultados de campo mostram que quando a aspiração folicular é
realizada em fases aleatórias do ciclo estral a qualidade dos oócitos não
sofre alteração, porém o número de folículos disponíveis para a aspiração
revela considerável variação, onde no início da onda é o momento mais
favorável devido ao maior número de folículos e pela maior eficiência de
captação dos oócitos (Senedaet al., 2005). Hendriksenet al. (2004)
mostraram que o folículo dominante é quem reduz o desenvolvimento e a
competência dos oócitos pertencentes aos folículos subordinados, então a
aspiração realizada nos dias dois a cinco do ciclo estral ou dois a cinco dias
após a discrepância do folículo dominante o que poderia conferir à produção
in vitro um incremento.
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A FIV contribui como uma alternativa para a SOV e maior produção de


embriões por unidade de tempo quando comparada a TE convencional.
Porém, mesmo com os progressos obtidos nos processos de maturação in
vitro (MIV), fecundação in vitro (FIV) e cultivo in vitro (CIV) para o
desenvolvimento embrionário e da técnica, algumas desvantagens precisam
ser melhoradas e solucionadas. As taxas de blastocistos oriundos de oócitos
maturados e fertilizados in vitropermanecido relativamente estáticas na
última década, onde apenas um terço(Lonergan et al., 1994; Dayan et al.,
2000) dos oócitos selecionados morfologicamente antes de serem
submetidos a MIV resultam em embriões viáveis (Renesto, 2004).

2.1.2.1 Sequência de procedimentos da aspiração folicular até a avaliação


morfológica dos embriões para a transferência

O procedimento de aspiração folicular é realizado utilizando-se


equipamento de ultra-som com transdutor conectado a guia de biópsia, com
agulhas e linha de aspiração em tubos de centrífuga de 50 ml. Com intuito
de evitar movimentos peristálticos e desconforto ao animal é feita anestesia
epidural e em seguida o transdutor é inserido até o fundo vaginal e, com
auxílio da manipulação transretal, os ovários são posicionados para obtenção
de uma boa visualização na tela do ultra-som. Os folículos a serem aspirados
são posicionados no percurso da linha de punção indicada na tela do ultra-
som e quando a agulha está próxima do folículo, o pedal da bomba de vácuo
é pressionado e o folículo aspirado (Nibart et al., 1995), o mesmo
procedimento tem que ser repetido em todos os folículos visíveis de cada
ovário. O material aspirado é transferido para um filtro de colheita de
embriões e lavado com a mesma solução utilizada na aspiração. O que resta
no filtro é observado em placas de Petri e é feita a busca e contagem dos
oócitos e posterior classificação da qualidade. Os oócitos são classificados de
acordo com a sua morfologia (número de camadas de células do cumullus e
aspecto do citoplasma) em graus I, II, e III (GI, GII e GIII), oócitos sem
cumullus(s/c), expandidos (exp), degenerados (deg) e atrésicos (atr),
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segundo Lonerganet al. (1994).


Os oócitos considerados viáveis são classificados em GI, GII e GIII,
colocados em criotubos com meio de maturação em banho Maria a 35ºC. O
transporte é feito em meio de maturação líquida e atmosfera de 5% de CO2
e 5% de O2. O tempo médio de transporte pode variar de seis a oito horas,
não devendo ultrapassar oito horas do início da aspiração na primeira vaca
até a chegada dos oócitos ao laboratório. Quando chegam ao laboratório são
lavados três vezes em meio de lavagem, e em seguida transferidos para
placas de Petri, onde permanecem incubados por 24 horas a 38,5ºC em
atmosfera de 5% de CO2(Renesto, 2004).
Depois são lavados mais três vezes em meio de fecundação e
transferidos para microgotas de meio de fecundação, o sêmen é adicionado
e então são incubados em temperatura de 39ºC por 18 a 20 horas, com
atmosfera de 5% de CO2 em ar, para fecundação. Após o tempo de
fecundação, os zigotos são lavados por três vezes e as estruturas
transferidas para meio de cultivo, recobertas por óleo mineral,
permanecendo nestas por um período de seis a oito dias até os zigotos
atingirem os estádios de mórula (Mo) e blastocisto (Bl). O meio de cultivo é
renovado a cada microgota no terceiro e quinto dia (feeding) e no sexto e
sétimo dia é observado o desenvolvimento embrionário. Sete dias após a
primeira IA, os embriões são recolhidos pelo método não cirúrgico e
recuperados em filtro próprio, em seguida, são rastreados e transferidos
para uma placa de Petri para avaliação do estágio de desenvolvimento do
embrião (mórula, blastocisto, blastocisto em expansão e blastocisto
eclodido), quanto ao formato e integridade da zona pelúcida e a morfologia
são classificados em normais, degenerados, não fertilizados e sem zona
pelúcida (Boland et al., 1991).

2.2 Aspectos Relacionados às Doadoras de Embriões

Para dar início à seleção de doadoras, deve-se ter o controle


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zootécnico, que é um requisito de grande importância para fazer o uso de tal


biotecnologia, uma vez que uma criteriosa avaliação se faz necessária,
devido à influência que essas fêmeas exercerão sobre as próximas gerações,
fazendo uso de animais geneticamente superiores (Simão, 2004).
Além dos aspectos zootécnicos é de fundamental importância que as
doadoras possam fornecer embriões com qualidade sanitária, pois este é um
dos principais requisitos para o trânsito internacional (Sutmoller, 1996). Em
âmbito nacional o aspecto sanitário dos embriões passa a ser relevante
principalmente com relação a áreas livres de Febre Aftosa (Brasil, 1999).
A doadora tem que ser examinada clinicamente por um Médico
Veterinário credenciado estando livre de doenças infecto-contagiosas, o
rebanho do qual tenham origem deve estar livre de sinais clínicos de febre
aftosa, peste bovina e não estarem em zona infectada por trinta dias antes e
depois da coleta. Quanto à legislação brasileira e dos países do MERCOSUL
quando se referem a normas sanitárias para a produção de embriões é mais
severa, pois exige que o rebanho de doadoras não tenha sido afetado por
febre aftosa ou estomatites vesiculares nos 90 dias precedentes à coleta de
embriões e que as doadoras sejam testadas contra Brucelose e Tuberculose
nos trinta dias subsequentemente à coleta (Parra, et al., 2008).
Além do controle zootécnico e sanitário outro aspecto está
intimamente relacionado ao sucesso da utilização da TE, o estado
nutricional, pois não é interessante uma dieta que esteja com excesso ou
até mesmo falta de energia que são critérios que vão interferir
negativamente a produção de embriões (Rigolonet al., 2000). O hormônio
responsável por regular a liberação do Hormônio Liberador de Gonadotrofina
(GnRH), que reflete o estado nutricional e as reservas energéticas é um
hormônio derivado dos adipócitos, denominado leptina, que exerce
importante papel na transmissão dos efeitos da condição metabólica do
animal sobre sua fertilidade (Foster &Nagatani, 1999). Quando em baixas
condições nutricionais, os níveis de leptina e gonadotrofina estão
relativamente baixos, sendo revertidas as concentrações de FSH e LH após
HONORATO, M.T. et al. Importância da escolha de receptoras em um programa de
transferência de embriões em bovinos. PUBVET, Londrina, V. 7, N. 19, Ed. 242, Art. 1601,
Outubro, 2013.

aplicação exógena desse hormônio. Existem relevantes evidências de que a


leptina é o sinal metabólico para inibir a atividade reprodutiva em condições
nutricionais deficientes e reservas energéticas inadequadas (Cunningham et
al., 1999).
Com a avaliação periódica das fêmeas submetidas a punções
foliculares o monitoramento da ocorrência e intensidade de lesões
subsequentes ao procedimento é realizado com eficiência (Senedaet al.,
2005). Os resultados obtidos por Viana et al. (2002) mostraram que
perfurações do fundo do saco vaginal foram rapidamente cicatrizadas, e em
apenas duas ocasiões foram constatadas irritações transitórias da vagina e
cérvix. Diferente do observado na região vaginal, Viana et al. (2003)
encontraram incidência significativa de alterações na consistência ou
mobilidade dos ovários. As perfurações dos ovários podem levar a aderência
e fibrose, especialmente em vacas submetidas a muitas sessões de
aspiração. Vale ressaltar o quanto as variáveis técnicas e a habilidade do
operador na ocorrência dessas lesões são importantes.
Segundo Williams (2001), para fazer a inclusão de uma doadora em
um programa de TE convencional ela tem que estar com pelo menos 60 dias
pós-parto, ser observado rigorosamente a regularidade de no mínimo dois
ciclos estrais consecutivos. Além disso, o bem-estar dessa fêmea deve ser
levado em consideração, uma vez que, sob situações de estresse ela não
responde ao tratamento superovulatório ou o fazem de forma muito
deficiente.
Quando falamos em novilhas púberes para incluir num programa de TE
convencional o seu desenvolvimento de massa muscular deve ser
representativa de seu peso adulto, 40 a 50%, e o desenvolvimento
anátomo-fisiológico tem que estar de acordo com sua idade cronológica e
que permita a realização dos procedimentos necessários para coleta de
embriões (Reichenbach et al., 2002).
HONORATO, M.T. et al. Importância da escolha de receptoras em um programa de
transferência de embriões em bovinos. PUBVET, Londrina, V. 7, N. 19, Ed. 242, Art. 1601,
Outubro, 2013.

2.3 Aspectos Gerais Relacionados às Receptoras em um Programa de


Transferência de Embriões

As receptoras de embriões também merecem atenção, pois elas são


peças fundamentais dentro de um programa de TE, porque são elas que vão
levar a gestação até o momento do parto. Para serem selecionadas como
receptoras as fêmeas devem apresentar: atividade cíclica regular, e quando
se tratar de primíparas e pluríparas que estejam paridas há mais de 60 dias;
que o puerpério tenha transcorrido normalmente e que estejam livres de
doenças ou anomalias do trato reprodutivo (Williams, 2001). Scarpelli
(2003) salienta que seria ideal que as fêmeas utilizadas sejam oriundas da
mesma propriedade pelo fato de que se tenha conhecimento do histórico
produtivo e reprodutivo de cada uma. Porém quando houver necessidade de
se comprar fêmeas, que elas estejam com cria ao pé e quando se tratar de
novilhas que o seu desenvolvimento corporal esteja adequado a sua idade
cronológica e o ciclo estral regular.
Como a avaliação de qualidade zootécnica da receptora não é
solicitada, alguns aspectos de seleção devem ser adotados, tais como: porte
adequado com a raça do embrião a ser transferido, possibilitando uma
gestação e parto normal, evitando partos distócicos (Andrade et al., 2002),
bem como apresentar boa habilidade materna e rusticidade (Valentim
&Gofert, 2004).
Segundo Fernandes (2005) o estado de condição corporal da fêmea
bovina pode reduzir o desenvolvimento do concepto. A principal fase na qual
a nutrição pode afetar o desenvolvimento é no início da gestação, sendo
esse efeito particularmente delicado até o reconhecimento materno da
gestação, que ocorre entre 17 e 25 dias após a concepção.
Entretanto, o que vai classificar finalmente uma fêmea como apta à
transferência ocorre somente no dia da transferência do embrião, pois é
baseada nos sinais de estro evidenciados após a realização da sincronização
HONORATO, M.T. et al. Importância da escolha de receptoras em um programa de
transferência de embriões em bovinos. PUBVET, Londrina, V. 7, N. 19, Ed. 242, Art. 1601,
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e da avaliação do corpo lúteo funcional (Reichenbach et al., 2002).


De acordo com Neves et al. (2002), o diagnóstico de gestação por
palpação retal é um método seguro, que não oferece risco a integridade da
receptora e também para a viabilidade do feto, quando realizada por um
profissional habilitado. É considerado ainda um método prático e preciso
para o diagnóstico em fêmeas bovinas, desde que seja realizado entre 45 e
50 dias de pós-serviço, deve se atentar que a capacidade do examinador
tem que ser considerada. Para Reichenbach et al. (2002), esse diagnóstico
deve ser realizado de forma precoce, proporcionando assim a possibilidade
de utilizar, de forma mais racional, o rebanho de receptoras, assim vai
permitir que elas sejam usadas intensivamente em programas sucessivos de
TE.

2.3.1 Seleção de receptoras aptas ao processo de transferência de embrião

De acordo com a caracterização do corpo lúteo (CL) informações


importantes são fornecidas sobre o estado reprodutivo da fêmea bovina,
além de possibilitar o desenvolvimento adequado de procedimentos de
manipulação ou sincronização do ciclo estral (Viana et al., 1999). A seleção
das receptoras aptas é realizada no dia da transferência de embriõesé feita
considerando-se o tamanho do CL mediante palpação transretal. Apesar de
ser prático e fácil de ser executado, esse método tem como limitante a baixa
sensibilidade e especificidade (Sprecheret al., 1989).
Segundo Viana (1996), a seleção de receptoras realizada através da
projeção do CL não é adequada. Um CL com projeção pequena pode ter uma
grande porção embebida no estroma ovariano, enquanto que um CL com
projeção maior pode ter massa luteal total pequena. Deste modo a projeção
nem sempre está ligada ao tamanho do CL. Uma maneira mais eficiente de
avaliar a massa luteal total por palpação transretal é pelo volume
aumentado que o CL proporciona ao ovário no qual está presente
(Fernandes & Velásquez, 1997).
HONORATO, M.T. et al. Importância da escolha de receptoras em um programa de
transferência de embriões em bovinos. PUBVET, Londrina, V. 7, N. 19, Ed. 242, Art. 1601,
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2.3.2 Efeito do manejo e de variáveis bioclimáticas sobre a taxa de gestação


em vacas receptoras de embriões

Nos ambientes tropicais, as elevadas temperaturas do ar, ligada à


umidade e radiação alta, diminui consideravelmente a eficiência da perda de
calor e, com isso, incrementa o estresse térmico (Silva et al., 2007), o que
se torna limitante ao desenvolvimento, a reprodução e produção animal
(Torres Júnior et al., 2008). O animal tem a capacidade de se ajustar
fisiologicamente mediante estresse por calor, em função de alta umidade do
ar e temperatura(o que se observa são a temperatura retal e a frequência
respiratória), utilizando esses mecanismos fisiológicos o animal está
tentando perder o calor absorvido (Azevedo et al., 2005; Morais et al.,
2008). É considerado confortável, um ambiente, quando o animal está em
estabilidade, ou seja, quando o calor produzido pelo metabolismo é perdido
para o meio ambiente sem prejudicar sua homeostase (Silva, 2000).
É evidente que existem diferenças na resistência ao estresse por calor
de acordo com a genética, pois as raças zebuínas tem maior eficiência em
regular a temperatura corporal do que as raças de origem européia. Os
zebuínos possuem a pele preta sob pêlos claros, condição ideal para se
evitar a ação dos raios solares sobre o organismo; além disso, os zebuínos
comparados com os taurinos possuem glândulas sudoríparas maiores e mais
próximas da superfície corporal, o que facilita a perda de calor por
transpiração.Bostaurus(Angus) apresentam temperatura retal maior do que
Bosindicus(Brahman) e Bostaurusadaptada (Senepol e Romosinuano), a raça
Angus também apresenta frequência respiratória mais rápida que Brahman,
Senepol e Romosinuano (Hammondet al., 1996).
O estresse por calor dificulta o desenvolvimento folicular de fêmeas
bovinas, pela fragilidade dos folículos ovarianos às altas temperaturas
internas. A dominância folicular é deprimida e a dinâmica folicular é
modificada (Wolfensonet al., 1995). Essas alterações da dinâmica folicular,
que advém do estresse térmico, podem prejudicar o folículo pré-ovulatório
prejudicando em seguida a função do corpo lúteo e a secreção de
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progesterona (Breuelet al., 1993).


Um bom manejo reprodutivo demanda constante contato humano com
os animais, e é nesse ponto que o estresse pode ter efeitos negativos sobre
a eficiência reprodutiva. Um dos principais efeitos do estresse é a elevação
da concentração sanguínea de cortisol (Sapolskyet al., 2000), Debus et al.
(2002) afirmam que altas concentrações de cortisol sanguíneo podem levar
a prejuízos reprodutivos, mais especificamente ao atraso (ou mesmo
inibição) do pico pré-ovulatório do hormônio luteinizante (LH), ocasionando
problemas à ovulação, fecundação e/ou qualidade embrionária. O
comportamento de cio pode ser anulado ou diminuído sob diferentes
circunstâncias, algumas delas são: tipo de piso, inibição social, calor intenso,
barulho,etc (Oriuhela, 2000).
Todo fator externo que provoca estresse denomina-se estressor
(Encarnação, 1997). Os chamados agentes estressores podem ser de
natureza biológica (agentes infecciosos, fatores psíquicos, condição
nutricional), mecânica (traumatismos cirúrgicos ou não), química (drogas),
física (calor, frio, som) ou ainda uma combinação deles. O frio ou calor
culminam em estresse climático que aciona mecanismos fisiológicos no
organismo em resposta aos agentes térmicos, com intuito de promover
adaptação (Souza et al., 1999).
Estresse crônico ou agudo causam mudanças nos sistemas endócrino,
nervoso e imune, o que culmina em modificações no comportamento animal.
Algumas respostas ao estresse são: redução do tamanho do bezerro,
incapacidade de exibir o estro e baixa taxa de concepção (Varley&Stedman,
1994).
Vários tecidos do sistema reprodutivo, especialmente o tecido
embrionário no período de pré-implantação, são comprometidos por
exposição a altas temperaturas. Alterações na duração do ciclo estral, no
aumento na percentagem de óvulos anormais e na incidência de morte
embrionária são as manifestações mais comumente observadas durante os
períodos mais quentes do ano, em decorrência de distúrbios nos
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mecanismos homeostáticos, com conseqüências diretas sobre a taxa de


concepção. Em relação à gestação e ao periparto, observa-se que a
exposição de fêmeas prenhez ao estresse por calor resulta em uma elevada
incidência de crias mais leves e menos desenvolvidas que o normal, além de
um incremento na mortalidade de animais novos (Azêvedo& Souza, 2007).

2.3.3 Fatores que influenciam a taxa de gestação em receptoras de


embriões

É denominado período de gestação o intervalo que vai desde a


concepção até o momento do parto. Embora seja determinado
geneticamente, pode sofrer modificações por fatores maternos (idade e
raça), fetais (tamanho, placenta e sexo), genéticos (raça) e ambientais
(estação do ano). A perda da gestação é a responsável pela maior parte das
falhas gestacionais em animais domésticos, essa perda pode ser dividida em
mortalidade embrionária e mortalidade fetal (Hafez & Hafez, 2004).
Segundo Molina (2005), a morte embrionária pode acontecer antes do
reconhecimento materno, sendo denominada morte embrionária precoce, ou
depois deste, sendo chamada de morte embrionária tardia, podendo ser
causada por fatores endócrinos, estado nutricional da fêmea e estresse,
entre outros. Estes aspectos podem afetar apenas a mãe ou o embrião, em
separado, ou ainda afetar a interação materno-embrionária.
Os fatores hormonais resultam do desequilíbrio estrogênio-
progesterona o que leva a morte pré-implantação, uma vez que o efeito
luteolítico não é impedido ocorrendo assim a regressão do CL, levando a
consequente falha gestacional. O suprimento calórico e as deficiências
nutricionais afetam as taxas e ovulação e fertilização, causando assim a
morte embrionária (Peixoto et al., 2004).
A morte fetal é provocada por causas não infecciosas como a ação de
agentes químicos, problemas hormonais, drogas, plantas tóxicas, genéticos
e imunológicos, ou por causas infecciosas como protozoários, bactérias,
vírus e fungos(Hafez & Hafez, 2004).
HONORATO, M.T. et al. Importância da escolha de receptoras em um programa de
transferência de embriões em bovinos. PUBVET, Londrina, V. 7, N. 19, Ed. 242, Art. 1601,
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Após a transferência dos embriões, a taxa de sobrevivência


embrionária pode ser influenciada por fatores como anormalidades
cromossômicas, efeito da doadora, idade e qualidade dos embriões
transferidos, método e local de transferência, sincronia doadora-receptora,
estado nutricional e níveis séricos de progesterona na receptora, bem como
o estresse calórico (Ribeiro Filho, 2007).
Além destes, um dos principais fatores ligados à mortalidade
embrionária é a concentração de progesterona no período inicial da
gestação, devido ao fato de que a progesterona tem papel determinante no
processo de placentação e na manutenção do embrião durante a adesão
placentária (Araújo, 2005).
Segundo Ball &Peters (2006), é durante as duas primeiras fases da
gestação que ocorrem mais perdas, devendo-se ter atenção especial ao
manejo das doadoras até o sétimo dia de gestação, e em seguida o das
receptoras a partir do sétimo dia até o final da gestação, em se tratando de
TE convencional. Isto para que o embrião possa sinalizar a sua presença à
fêmea receptora e impedir a luteólise, que ocorreria se a fêmea não
estivesse gestante.

2.3.4 Diferenças entre as espécies BosTauruse BosIndicus

Falando em termos de fisiologia, o Bosindicus apresenta um


metabolismo mais lento do que Bostaurus. As fêmeas Bosindicus tem um
estro de duração mais curta, com maior incidência noturna. As fêmeas
Bostaurus têm ciclos estrais com predominância de duas a três ondas em
contrapartida as Bosindicus podem ter até quatro ondas por ciclo. Outra
diferença consiste no número de folículos recrutados por onda, onde é maior
em Bosindicus. Além disso, a puberdade em animais da espécie Bostaurus
ocorre mais precocemente do que em Bosindicus, apresentando o folículo
dominante e o CL em menor tamanho do que nas últimas, produzindo
menos progesterona (Baruselliet al., 2007).
Outra característica que diferenciaas duas espécies é a obtenção de
HONORATO, M.T. et al. Importância da escolha de receptoras em um programa de
transferência de embriões em bovinos. PUBVET, Londrina, V. 7, N. 19, Ed. 242, Art. 1601,
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estágios embrionários mais avançados em Bosindicus quando comparados


com os obtidos em Bostaurus. Isso pode ser explicado pelo fato do LH
apresentar uma onda pré-ovulatória entre 20 a 22 horas antes da ovulação
ou três a seis horas depois do início do estro em fêmeas Bosindicus,
enquanto que em fêmeas Bostaurus esta ocorre de forma mais precoce.
Assim, em fêmeas Bosindicus a ovulação ocorre de forma mais precoce, o
que pode ser traduzida em fertilizações também mais precoces, o que dá
aos embriões tempo adicional para se desenvolverem, permitindo ainda que
atinjam estágios de desenvolvimento mais avançados no dia da recolha,
quando comparados com os embriões obtidos de fêmeas Bostaurus(Fonseca
et al., 2001).
Por último, a duração da gestação em Bosindicus é dez dias mais longa
do que em Bostaurus, podendo o anestro pós-parto ser também superior
nesta espécie (Baruselli et al., 2007). A Tabela 1 traz um resumo das
diferenças entre as espécies.

Tabela 1. Principais diferenças na fisiologia reprodutiva de fêmeas Bostaurus


e Bosindicus.
Bosindicus Bostaurus
Duração do estro (horas) 12,9 +/- 2,9 16,3 +/- 4,8
Número de ondas de crescimento 2–4 2–3
folicular
Diâmetro do folículo ovulatório (mm) 11,6 – 12,1 13,9 – 16,5
Diâmetro do corpo lúteo (mm) 17 – 21 20 – 30
Fonte: Barusselliet al. (2007).

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A transferência de embriões é uma biotecnologia reprodutiva que esta


sendo empregada para a utilização mais eficiente de animais geneticamente
superiores promovendo um incremento nos rebanhos bovinos.
Manejos nutricionais, sanitários e o bem-estar animal são aspectos
HONORATO, M.T. et al. Importância da escolha de receptoras em um programa de
transferência de embriões em bovinos. PUBVET, Londrina, V. 7, N. 19, Ed. 242, Art. 1601,
Outubro, 2013.

que não devem ser deixados de lado em nenhum momento dentro de um


sistema de produção, sendo empregados desde as doadoras de embriões
que possuem um elevado valor agregado até as receptoras que não
carregam uma carga genética importante, mas são as responsáveis pela
gestação e criação dos descendentes de animais superiores.

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