Contabilidade Gerencial 3ed
Contabilidade Gerencial 3ed
Contabilidade Gerencial 3ed
Contabilidade Gerencial
Professor
Altair Borgert
2014
3ª edição
Copyright 2014. Todos os direitos desta edição reservados ao DEPTO. DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO (CAD/CSE/UFSC)
1ª edição – 2009
Inclui bibliografia
Curso de Graduação em Administração, Modalidade a Distância
ISBN: 978-85-7988-148-0
CENTRO SOCIOECONÔMICO
Caro estudante,
Na disciplina Contabilidade Básica, vista no período anterior, o
enfoque era destinado ao usuário externo, com a atenção voltada para
a estrutura formal das demonstrações financeiras e os aspectos legais
por exigência governamental. Essa é a denominada Contabilidade Fi-
nanceira, sujeita aos princípios contábeis e preocupada em gerar in-
formações no tempo, voltada para o registro dos fenômenos passa-
dos.
A partir de agora, vamos nos concentrar, também, na Contabi-
lidade Gerencial. Ao contrário da Financeira, a Contabilidade
Gerencial está voltada para o usuário interno e não possui restrições
de princípios contábeis ou legislações. Sua ênfase é no futuro, na to-
mada de decisões. A Contabilidade Gerencial pode focar a organiza-
ção como um todo, como a Contabilidade Financeira, mas também
suas partes.
Recomendamos que você leia atentamente o texto e busque
informações complementares a ele, de modo que possa estabelecer os
devidos relacionamentos com as demais disciplinas do curso, princi-
palmente aquelas voltadas para a tomada de decisões. Sugerimos,
ainda, que busque informações em outras fontes de conhecimento,
não somente nas indicações desta apostila.
Voe, viaje longe!
Não se esqueça de realizar as atividades propostas ao final de
cada Unidade e encaminhá-las ao seu tutor através do Ambiente Vir-
tual de Ensino-Aprendizagem – AVEA.
Bons estudos!
Um Breve Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Custos e Contabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Unidade 4 – Custeio por Absorção – Com Departamentalização
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
O Conceito de Atividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Materiais Diretos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160
Minicurrículo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162
Introdução à Teoria
1
UNIDADE
Geral de Custos
Objetivo
Nesta Unidade, você entenderá
desdobramentos da contabilidade, bem como os
um dos
UNIDADE
Olá estudante,
Seja bem-vindo à primeira Unidade da disciplina
Contabilidade Gerencial , na qual você estudará so-
bre os desdobramentos da contabilidade e os prin-
cipais conceitos relacionados à área gerencial.
Então, mãos à obra!
Bons estudos.
A
Contabilidade Gerencial, por algum tempo, foi entendida como
uma subárea ou um desdobramento da Contabilidade Geral.
Isso foi necessário para que pudéssemos entender a importân-
cia das informações contábeis para fins de tomada de decisão.
Ou seja, paralelamente às questões formais e/ou legais da contabilidade
existe uma série de necessidades, em termos de tomada de decisão, que
também fazem parte da grande área denominada Contabilidade.
Contudo, com o desenvolvimento tecnológico, tanto na área de
produção (máquinas mais modernas e produtivas) quanto na área de
gestão (novas técnicas de administração com sistemas de controle
automatizados), a contabilidade, como um todo, passou a exercer um
papel mais informativo para os seus usuários, principalmente os in-
ternos (gestores). Inclusive, alguns autores consideram o
enquadramento da contabilidade como gerencial. Ou seja, antes de
qualquer outra função específica, primeiramente, a preocupação da
contabilidade é apoiar a tomada de decisão; deve funcionar como o
principal centro das informações financeiras de uma empresa, por
exemplo.
Normalmente, em grandes empresas, a contabilidade está
estruturada por meio de uma área denominada Controladoria, cujas
funções são, além das convencionais da contabilidade – registro e apu-
ração do resultado –, o controle e a emissão de relatórios para a to-
mada de decisão em tempo real, mesmo antes do respectivo lança-
mento formal na Contabilidade Financeira.
Período 4 13
1 De qualquer modo, hoje, entendemos a contabilidade como
uma função muito mais voltada para a gestão empresarial do que
para fins de registros fiscais. Ambas as funções são consideradas
UNIDADE
!
a mensuração e análise dos custos, o planejamento, a
auditoria e o controle das operações, e o processo de
tomada de decisões. Configura-se, portanto, num sis-
tema de apoio à decisão, voltado para a função admi-
nistrativa de controle.
Um Breve Histórico
UNIDADE
Leia mais sobre Re-
culo XIX. Porém, as principais mudanças no ambiente da contabili-
volução Industrial
dade ocorreram durante o Século XX, como:
em: <http://
www.suapesquisa.
o desenvolvimento dos primeiros sistemas de controle de com/industrial/>.
custos como o RKW (Reichskuratorium für Acesso em: 12
Wirtschaftlichtkeit); mar. 2012.
os títulos das empresas, cada vez mais nas mãos do públi-
co externo, e as crises periódicas dos mercados de capitais Leia mais sobre as
exigiram da contabilidade a apresentação de demonstrati- Guerras Mundiais em:
v
< h t t p : / /
vos financeiros auditados, sobretudo com a ocorrência das
w w w. i e d u c a c a o .
Guerras Mundiais que desestruturaram até as economias
com.br/guerras/>.
dos países considerados mais estáveis;
Acesso em: 12 mar.
na década de 1960 surgiram os primeiros computadores, 2012.
que permitiram o desenvolvimento de sistemas de custos
automatizados;
RKW – (abreviação de
a Pesquisa Operacional, na década de 1970, apresentou
Reichskuratorium für
certa influência na escola de Administração com repercus- Wirtschalftlichtkeit) foi de-
são de trabalhos acadêmicos na Contabilidade; senvolvido no início do Sé-
culo XX, na Alemanha, e
por volta do final dos anos de 1980, iniciou-se a discussão consiste numa sistemática
de alocação não só dos cus-
sobre a perda da relevância da Contabilidade Gerencial,
tos de fabricação, mas,
sobretudo, advinda da literatura Americana; também, das despesas en-
volvidas com o processo de
as principais críticas sobre a Contabilidade Gerencial res-
gerenciamento da empresa.
saltaram a necessidade em oferecer melhores informações Fonte: Martins (2003).
para a análise da competitividade das empresas no mundo
Auditados – de auditoria,
globalizado; exame comprobatório rela-
tivo às atividades contábeis
nos anos de 1990 iniciou-se uma revolução nos sistemas
e financeiras de uma em-
computadorizados, com a criação dos sistemas integrados presa ou instituição. Fonte:
de gestão empresarial (ERP); e Houaiss (2009).
v
formatos contábeis claramente definidos e conhecidos como princípios
contábeis geralmente aceitos (ou princípios fundamentais de contabi-
Conselho Federal de lidade, conforme o Conselho Federal de Contabilidade – CFC).
Contabilidade – CFC: Por outro lado, a gestão de custos produz informações para
< h t t p : / / usuários internos (tomadores de decisão). De acordo com Hansen e
www.cfc.org.br/>. Mowen (2001), a gestão de custos identifica, coleta, mensura, classifi-
Acesso em: 12 mar. ca e relata as informações que são úteis aos gestores para o custeio
2012.
(que significa determinar quanto custa alguma coisa), planejamento,
controle e tomada de decisão. Ainda, de acordo como os autores, a
gestão de custos requer uma compreensão profunda da estrutura e
dos custos da empresa. Os gestores precisam ser capazes de determi-
nar os custos a longo e curto prazo de atividades e processos, assim
como os custos dos produtos, serviços e outros objetos de interesse
(por exemplo, os clientes).
Contudo, os custos de atividades e processos não aparecem
nas demonstrações financeiras. E é aí que entra a Contabilidade
Gerencial como um sistema que trata da gestão dessas informações,
seja por meio de sistemas inseridos dentro da Contabilidade Geral,
seja por meio de controles paralelos, não inseridos na contabilidade
formal. Portanto, a gestão de custos engloba tanto o sistema de infor-
UNIDADE
de acordo com os princípios contábeis – assim como apresentamos expressão
na Demonstração do Resultado do Exercício. Por outro lado, quando Contabilida-
usados com propósitos internos, a contabilidade fornece informações de de Custos
para nos refe-
de custos sobre produtos, clientes, serviços, projetos, atividades, pro-
rirmos àque-
cessos e outros detalhes que podem ser de interesse para a gerência,
la parte da
mas sem, necessariamente, seguir os princípios contábeis. Até por-
Contabilida-
que, como se tratam de informações internas, devido às particularida-
de que se destina ao le-
des de cada organização, dificilmente chegaríamos a um consenso vantamento e ao cálcu-
sobre a melhor forma de apresentação dos relatórios. lo dos custos dos produ-
tos fabricados em uma
empresa industrial.
Estoques Iniciais
(+) Compras
(–) Estoques Finais
(=) Custo das Mercadorias Vendidas
Período 4 17
1 Por fim, confrontamos esse montante de custos com as receitas
líquidas obtidas na venda dos mesmos bens e chegamos ao lucro bru-
to do período, do qual basta deduzir as despesas necessárias para a ma-
UNIDADE
v
também sabe que tem o seu custo, ou seja, a sua
Mão de obra: em ge-
mão de obra. Enfim, como descobrir o custo final
ral, o termo representa desse bolo preparado na própria residência da dona
o custo com os salários de casa? Este é o desafio da contabilidade de cus-
do pessoal da produ- tos, ou melhor, da Contabilidade Gerencial (con-
ção, que pode se divi- forme denominação utilizada nesta disciplina).
dir em direta (chão de
fábrica) e indireta
(supervisores). Já, para Se nas atividades empresariais os produtos e serviços tivessem
os gastos com pessoal os seus valores definidos pela aquisição, como nas empresas comerci-
administrativo é mais ais, então tudo seria mais fácil.
utilizada a denomina- Agora, imaginemos uma empresa que não fabrique apenas um
ção “honorários” ou ain- tipo de bolo, mas uma infinidade de produtos diferentes entre si (tor-
da “salários”.
UNIDADE
fabricados por elas, deve então corresponder ao montante que seria o
equivalente ao valor das "compras" na empresa comercial. Portanto,
passa a compor o valor dos produtos e os diversos fatores de produ-
ção utilizados na sua obtenção, deixando de lado apenas aqueles que
já eram assim tratados nas empresas comerciais (as despesas
operacionais). Contudo, como a finalidade da contabilidade de cus-
tos também envolve a tomada de decisão, eventualmente, para fins
internos podemos ter o interesse em, também, imputar as despesas
aos produtos e serviços.
onde vai a Contabilidade Gerencial é longa, já que
existem diversos propósitos para ela. Assim, quan-
do o propósito for apenas o cálculo do custo de
produção, muitas vezes utilizamos simplesmente o
termo contabilidade de custos, como uma subárea
da Contabilidade Gerencial. Mas, não se esqueça
que a discussão central está em torno do custo do
“bolo”. Para tanto, existem diversos métodos para
a sua determinação, uns mais simples, outros mais
complexos.
Período 4 19
1 bém era grande, não havia a necessidade de precisão na mensuração
dos custos.
A importância dos custos indiretos de produção, bem como dos
UNIDADE
UNIDADE
Nesta Unidade você acompanhou um breve relato sobre
os desdobramentos da contabilidade (Financeira e Gerencial),
bem como a sua evolução até os dias atuais em que, além dos
aspectos formais – cujas informações são voltadas para o públi-
co externo – também é importante o atendimento das necessi-
dades internas para fins de tomada de decisões como, por exem-
plo, o controle dos custos de produção. E é aí que entra a Con-
tabilidade Gerencial como um sistema que trata da gestão des-
sas informações, seja por meio de sistemas inseridos dentro da
Contabilidade Geral, seja por meio de controles paralelos não
inseridos na contabilidade formal. Portanto, a questão central
desta Unidade (e desta disciplina como um todo) envolve mui-
to mais do que os aspectos formais, já que a gestão dos custos
engloba tanto o sistema de informações da contabilidade finan-
ceira quanto o da Contabilidade Gerencial. Além disso, o texto
chama a atenção para a mudança no paradigma da contabili-
dade, na medida em que sua função mais importante é o con-
trole das operações, paralelamente ao aumento da complexida-
de das empresas em termos de estruturas de custos de produção.
Período 4 21
1
Chegamos ao final da primeira Unidade. Aqui você
pôde conhecer os desdobramentos da contabilida-
UNIDADE
Atividades de aprendizagem
aprendizagem
1. Quais os objetivos da gestão de custos nas organizações?
2. Por que é necessário que as empresas industriais tenham um bom
sistema de custos?
3. Qual foi o principal motivo para o surgimento da Contabilidade de
Custos?
4. Fale sobre o uso do custo de produção para fins de:
a) Formação do preço de venda; e
b) Tomada de decisão.
UNIDADE
Terminologia
UNIDADE
Aplicável a Custos
Objetivo
Nesta Unidade, você entenderá os primeiros
conceitos básicos que permeiam a disciplina
Contabilidade Gerencial com enfoque nos custos de
produção. Tratam-se de termos aplicáveis à área e
que são imprescindíveis ao acompanhamento da
sequência da disciplina.
Período 4 23
2
UNIDADE
UNIDADE
Olá estudante,
Agora você terá a oportunidade de estudar sobre
os conceitos básicos que permeiam a disciplina
Contabilidade Gerencial com enfoque nos custos
de produção.
Tal assunto é importante para o seu estudo e, prin-
cipalmente, para a sua formação como administrador.
Bons estudos!
A
lguns termos, comumente utilizados na literatura contábil, mais
precisamente na Contabilidade Gerencial, devem ser esclare-
cidos no sentido de uniformizar o entendimento do assunto em
questão, já que estamos tratando de uma área técnica e, portanto,
precisamos uniformizar o entendimento da terminologia empregada.
!
imposição legal, foi a contabilidade que se preocupou
mais efetivamente com essa questão. Normalmente é
mais usual encontrarmos a aplicação do termo “Con-
tabilidade de Custos” do que “Administração de Cus-
tos”, inclusive na área literária dos negócios. Hoje, no
entanto, é comum o uso de planilhas de custos nos
mais diversos níveis da estrutura empresarial para fins
de tomada de decisão, independentemente do seu uso
para fins de registro formal na Contabilidade Financei-
ra, ou até mesmo dos princípios contábeis.
Período 4 25
2 Nesse sentido, obviamente, os termos a seguir apresentam uma
conotação contábil, já que a área de custos nas empresas, em geral,
fica sob a responsabilidade da Controladoria.
UNIDADE
ções aos tomadores de de-
cisão. Fonte: Elaborado pelo
autor deste livro. Vale lembrar que, de acordo com Martins (2003),
somente existe um gasto no momento da passa-
gem para a propriedade da entidade do bem ou
serviço, ou seja, no momento em que existe o re-
conhecimento contábil da dívida assumida ou da
redução do ativo dado em pagamento.
UNIDADE
Atenção: não devemos confundir com a conta “In-
vestimentos” do Ativo Permanente. O termo em re-
ferência diz respeito a qualquer ativo que pode ser
classificado tanto como um estoque quanto como
um imobilizado.
Período 4 27
2 mente, sempre que o gasto acontecer no setor fabril, ele
será classificado como custo; quando no setor administra-
tivo, despesa. No final das contas, para a contabilidade,
UNIDADE
!
Assim, por exemplo, a matéria-prima, que noutro mo-
mento foi “gasto”, transformada em “investimento” e pos-
teriormente considerada como “custo", se torna, final-
mente, por ocasião da venda do produto, em “despesa”.
UNIDADE
na aplicação dos conceitos do Custeio Variável, em que os custos e as
despesas variáveis são utilizados para o entendimento do conceito de O conceito
margem de contribuição. de margem
Tal afirmativa pode ser conferida por meio da importância que de contribui-
os administradores atribuem aos diferentes setores empresariais. As ção será de-
senvolvido
atividades comerciais, representadas pelo setor de vendas, são tão ou
quando da apresentação
mais importantes que as do setor produtivo, porque talvez seja mais
do Custeio Variável,
difícil vender do que produzir um determinado produto. Em suma, toda
mais adiante.
indústria, antes de qualquer negócio é um comércio; ninguém produz
com a finalidade de estocar produtos, mas sim para vendê-los.
Período 4 29
2 Já, numa empresa prestadora de serviços, em geral, não existe
uma clara separação entre o processo produtivo (fábrica) e o setor
administrativo. Como regra geral, nas atividades-meio são realizados
UNIDADE
UNIDADE
pagamento de qualquer gasto efetuado, à vista ou a prazo,
ou seja, a quitação, normalmente pela entrega de dinheiro,
por conta da aquisição de alguma coisa.
Perda: representa um bem (produto ou serviço) consumi-
do de forma involuntária e que não seja decorrência do
processo normal de produção. Assim, por exemplo, os reta-
lhos resultantes do corte de uma peça de tecido para a fa-
bricação de uma camisa fazem parte do custo de produ-
ção, na medida em que tal sobra é normal e não há como
evitá-la. Por outro lado, a deterioração de um lote inteiro de pro-
dução por conta da falta de energia se constitui numa perda; e
isso deve receber um tratamento diferenciado na contabilidade.
Custo de produção do período: representa a soma dos
gastos incorridos no processo produtivo (fábrica) durante
um determinado período de tempo. Em geral, os custos são
apurados mensalmente, para fins de identificação do valor
dos bens produzidos. Assim, o custo de produção do perío-
do é o total de custos registrados do início ao final do mês,
dentro do setor produtivo.
Custo da produção acabada: trata-se do valor dos bens
(produtos e serviços) que são acabados num determinado
momento do tempo. Como o processo de produção pode
levar mais do que um período, por exemplo, mais de um
mês para ficar pronto, o custo da produção acabada repre-
senta a soma dos custos das unidades acabadas naquele
período. Assim, uma unidade que só ficou pronta no mês
de junho pode conter custos de meses anteriores, como
maio, abril, etc.
Custo dos produtos ou serviços vendidos: representa
a soma dos custos incorridos na fabricação dos bens (pro-
dutos e serviços) que estão sendo vendidos em um deter-
minado momento, independentemente da época em que
foram produzidos. Essa é a conta que aparece no relatório
contábil denominado Demonstração do Resultado do Exer-
cício, pelo reconhecimento do valor do custo de produção
dos bens vendidos num determinado período.
Período 4 31
2 Classificação dos Custos
UNIDADE
UNIDADE
produto exige o consumo de um quilo de matéria-prima
para ser produzido, dois produtos exigem dois quilos; e,
assim, sucessivamente.
Custos fixos: são aqueles que não variam em função da
quantidade de bens (produtos e serviços) produzidos num
determinado período. Como exemplo típico dessa classifi-
cação temos o aluguel, que não depende absolutamente da
quantidade de bens produzidos. Ou seja, independentemen-
te de a empresa produzir ou não alguma coisa, ela tem que
arcar mensalmente com o valor do aluguel do prédio para
o funcionamento da fábrica, por exemplo.
!
Por fim, podemos estabelecer uma relação entre os
custos diretos e os variáveis; e entre os custos indire-
tos e os fixos. Ou seja, os mesmos itens de custos
podem ser classificados dentro das duas óticas, de-
pendendo do objetivo da análise.
Período 4 33
2 Para esclarecer: se uma empresa paga aluguel men-
sal no valor de R$ 2.000,00 do prédio onde funciona
a fábrica e produz 500 unidades de um determinado
UNIDADE
!
medida em que aumenta a produção, diminui o custo
fixo por unidade atribuído a cada produto.
Já, com o custo variável o comportamento é diferente.
Quando aumenta a produção, o custo também aumenta.
Se uma empresa gasta em matéria-prima R$ 2.000,00
por mês para produzir as mesmas 500 unidades de
um determinado produto, então, para produzir 1.000
unidades em outro mês o custo passa para
R$ 4.000,00, já que o custo unitário de R$ 4,00 é o
mesmo para as duas situações.
UNIDADE
Obviamente, não há necessidade de voltarmos a destacar quais
são os princípios contábeis segundo a Resolução CFC n. 750, de 29
de dezembro de 1993, uma vez que se trata de conteúdo já discutido
na disciplina de Contabilidade Básica. Contudo, convém destacar
aqueles princípios que influenciam diretamente nos procedimentos
técnicos para a elaboração dos relatórios de custos nas empresas. São
eles: princípio do “registro pelo valor original” e princípio da “compe-
tência”. Veja:
Período 4 35
2
!
Sobre o princípio da competência convém destacar que
para os gestores, em geral, pode fazer mais sentido –
ou é mais fácil o entendimento – trabalhar com o regi-
UNIDADE
Custos e Contabilidade
UNIDADE
dicas (IRPJ), figuradas pela regulamentação do IR instituída pelo Decre-
to n. 3.000/99 – Regulamento do Imposto de Renda – RIR (BRASIL,
1999). Essa Lei e esse Decreto determinam e normatizam uma série de
técnicas, conceitos e procedimentos a serem seguidos, dentre os quais
as formas de valoração e avaliação dos estoques, influenciando a for-
ma de utilização dos métodos de custeio e os sistemas de controle nas
empresas, quando o objetivo é a contabilidade financeira.
No artigo 290 do RIR é citado o Decreto-Lei n. 1.598/77 (BRA-
SIL, 1977) que aborda, no seu artigo 13, o custo de bens e serviços.
Assim, de acordo com essa norma, para fins legais, ou seja, para fins
de atendimento à contabilidade financeira, o custo de um determina-
do produto deve ser composto da seguinte maneira:
Período 4 37
2 carregar consigo aquela parcela de custos, já que o seu valor é assim
determinado. Lembra-se do processo de produção do bolo pela dona
de casa? Numa empresa não é diferente. A soma dos ingredientes,
UNIDADE
!
de produtos acabados, sem aparecer na DRE, pelo
fato de nem todas as unidades produzidas no período
terem sido vendidas. No entanto, para fins fiscais, nada
impede que uma empresa aproprie como "custo" um
determinado gasto da área administrativa como, por
exemplo, os salários do pessoal do setor de vendas.
Contabilmente não seria um procedimento correto (devi-
do à necessidade de separação das atividades-fins das
atividades-meio), mas do ponto de vista fiscal não repre-
sentaria um problema pela antecipação de impostos.
UNIDADE
!
Portanto, diferentemente do que algumas pessoas pen-
sam, a legislação brasileira não determinou qual o
método de custeio que as empresas devem aplicar para
fins contábeis, mas tão somente, quais os gastos que
r
devem ser imputados para fins de cálculo dos custos
de produção e avaliação de estoques.
Resumindo
Nesta Unidade você começou a se familiarizar com os
principais termos utilizados na área da Contabilidade Gerencial.
Nesse sentido, vários conceitos foram elucidados, como a se-
paração entre custos e despesas, que é um aspecto estrutural
contábil e, ao mesmo tempo, necessário para o entendimento
de como são processados os gastos empresariais. Vale destacar
que os gastos ocorridos na fábrica são os custos propriamente
ditos, normalmente classificados como diretos – e muitos de-
les, como a matéria-prima, em variáveis. Por outro lado, os gas-
tos ocorridos na administração do negócio dizem respeito às
despesas do período que, em geral, são classificadas como in-
diretas e quase sempre fixas por período. Você verificou, ainda,
que existem diferenças significativas entre empresas industri-
ais e prestadoras de serviço, quanto à caracterização do que é
produzido – um bem físico ou um serviço. Por fim, nesta Uni-
dade esclarecemos a obrigatoriedade, no Brasil, da utilização
de certos esquemas para o cálculo dos custos para fins de con-
tabilidade financeira. Entre eles, destacamos o Decreto-Lei
n. 1.598/77, que estabelece as regras para fins de cálculo dos
custos nas empresas, tendo em vista as questões legais (tribu-
tação). Em respeito aos princípios contábeis, entendemos por-
Período 4 39
2 que são aplicados certos procedimentos, como, por exemplo, o
regime de competência e não o regime de caixa.
UNIDADE
Atividades de aprendizagem
aprendizagem
1. A empresa pode, para fins de contabilidade financeira, deixar de
apropriar como custo de produção num determinado mês a folha de
pagamento do pessoal da fábrica? Por que sim ou por que não?
2. E o salário do pessoal do escritório, pode entrar no custo de produção
para fins fiscais?
Exercício proposto n. 1
A ICP – Indústria Cerâmica Palhoça Ltda. foi constituída em 1°/01/
20x9, quando iniciou as suas atividades com o objetivo de produzir
cerâmica para revestimento de pisos e paredes em diferentes classes
e modelos.
Após o primeiro mês de operações, em 31/01/20x9, o seu balancete
era formado pelas seguintes contas, com os respectivos saldos:
Aplicações em bancos: $ 10.300;
Aluguel da fábrica: $ 25.100;
UNIDADE
Capital social: $ 250.000;
Depreciação – equipamentos de produção: $ 16.450;
Depreciação – veículos para entrega: $ 2.000;
Depreciação acumulada – equipamentos de produção:
$ 16.450;
Depreciação acumulada – veículos para entrega: $ 2.000;
Despesas com o setor de Recursos Humanos: $ 18.750;
Despesas comerciais: $ 32.000;
Despesas financeiras: $ 26.500;
Duplicatas a receber: $ 57.500;
Empréstimos de longo prazo com bancos: $ 43.000;
Energia elétrica da fábrica: $ 57.500;
Esmalte consumido na produção: $ 38.000;
Estoques de matéria-prima: $ 10.000;
Fornecedores: $ 30.300;
Fornos para queima: $ 35.000;
Jazidas de argila: $ 100.000;
Mão de obra direta: $ 65.250;
Mão de obra indireta – chefias da fábrica: $ 24.200;
Massa utilizada na produção: $ 84.375;
Materiais diversos consumidos na manutenção da fábrica:
$ 13.775;
Materiais de expediente consumido na administração:
$ 21.800;
Prensas: $ 79.500;
Receita bruta de vendas: $ 435.000;
Salários a pagar: $ 14.750; e
Veículos para entrega: $ 20.000.
Período 4 41
2 Pedimos para você:
1. Classificar as contas de acordo com a estrutura do balanço patrimonial:
UNIDADE
UNIDADE
Custeio por
UNIDADE
Absorção – Sem
Departamentalização
Objetivo
Nesta Unidade, a partir do entendimento dos
conceitos iniciais aplicados à Contabilidade
Gerencial, você começará a se familiarizar com a
elaboração das primeiras planilhas de custos, em
obser vância a uma das metodologias mais
comumente aplicadas nas empresas.
Período 4 43
3
UNIDADE
UNIDADE
Prezado estudante,
Agora partiremos para o estudo dos conceitos ini-
ciais aplicados à Contabilidade Gerencial. Nesta
Unidade, você irá aprender a elaborar as primeiras
planilhas de custos, em observância a uma das
metodologias mais comumente aplicadas nas empresas.
Mãos à obra!
A
metodologia de custeio mais antiga, que temos notícia na lite-
v
ratura, é a que aloca todos os custos aos produtos fabricados.
O Custeio por Absorção (ou Integral, como preferem alguns Leia mais sobre Cus-
autores) representa a apropriação de “todos” os custos – quer sejam teio por Absorção em:
diretos ou indiretos, quer sejam fixos ou variáveis – aos bens produzi- <http://www.portalde
dos, e tem como objetivo principal valorar monetariamente os produ- contabilidade.
tos e serviços. com.br/tematicas/
Esse método foi desenvolvido nas empresas numa época em custeioporabsorcao.htm>.
Acesso em: 12 mar.
que a mão de obra e os materiais diretos eram os principais fatores de
2012.
produção; a tecnologia era estável; os custos de coleta e processamento
de informações eram altos; os custos fixos representavam uma peque-
na parte dos gastos empresariais e existia um número limitado de pro-
dutos. O método tem como objetivo principal a valoração dos esto-
ques de produtos acabados e em elaboração e o fornecimento de in-
formações para os demonstrativos contábeis voltados para o público
externo. No Brasil, tal metodologia aloca somente aqueles gastos ca-
racterizados como “custos”, ou seja, aqueles que acontecem na fábrica.
Todos os demais gastos, ou seja, aqueles que acontecem na área adminis-
trativa (fora da fábrica), por sua vez, são classificados como “despesas” e
lançados diretamente na Demonstração do Resultado do Exercício.
Período 4 45
3 O surgimento do custeio por absorção vincula-se ao RKW
(Reichskuratorium für Wirtschalf tlichtkeit), cujo objetivo é a
mensuração do valor de produzir e vender os diversos bens produzi-
UNIDADE
dos. Por isso, essa metodologia é muito utilizada pelas empresas, tam-
bém, para o estabelecimento do preço de venda dos seus produtos e
serviços.
Em tal metodologia, está pressuposto que os produtos e os seus
correspondentes volumes de produção sejam os causadores dos cus-
tos nas empresas. Assim, os custos de produção tornam-se, individu-
almente, o centro das decisões. Além disso, os custos são classifica-
dos em diretos e indiretos em relação aos produtos e/ou serviços e
alocados por meio de critérios de rateio.
Com o objetivo principal de atribuir valor aos produtos e servi-
ços, formas alternativas de utilização do custeio por absorção alocam
custos com base, por exemplo, no consumo de mão de obra direta, na
quantidade de horas máquinas, no volume produzido de cada um dos
itens ou, ainda, em proporção a um conjunto destes fatores.
Como regra geral, esta metodologia apresenta formas alternati-
vas para melhorar o processo de mensuração do desempenho dos pro-
dutos, em base econômico-financeira, através da identificação de cri-
térios de rateio que melhor demonstrem a relação entre a ocorrência
dos custos e o consumo destes no processo produtivo das empresas.
Para isso, são criados vários esquemas matemáticos para a identifi-
cação dos custos, alguns mais simples, outros mais complexos. Uma
maneira simples para a apropriação dos custos é alocar todos eles
com base num único critério, como a mão de obra; ou, de uma forma
mais complexa, por departamentos. Essas formas serão exaustivamente
apresentadas na sequência da matéria.
UNIDADE
Assim, vamos supor que durante o seu primeiro mês de opera-
ções, a empresa fabricou os seguintes produtos:
!
No entanto, como temos quatro tipos diferentes de
cerâmica, será que apenas um custo pode representá-
los adequadamente? Não deveríamos ter, também, quatro
custos diferentes? Um custo para cada tipo de cerâmica?
Período 4 47
3 Antes de prosseguir seus estudos sobre Custeio
por Absorção, é importante que você faça uma re-
UNIDADE
Uma maneira simples para a alocação dos gastos aos bens (pro-
dutos e serviços) é o denominado custeio por absorção – sem
departamentalização. Trata-se de um modelo em que os custos são
separados em diretos e indiretos, sendo estes últimos distribuídos com
base em um ou poucos critérios, como por exemplo, proporcional ao
consumo de material direto, nas horas de mão de obra, ou com base
na média dos dois itens.
Assim, em forma gráfica, o esquema pode ser apresentado con-
forme a Figura 1:
Diretos
Despesas
3
UNIDADE
Rateio
Produto A Vendas
Produto B
Produto C
Estoque
Custo dos
Produtos Vendidos
Resultado
Período 4 49
3 Para ilustrar o esquema de alocação de custos sem
departamentalização, vamos voltar ao caso da ICP.
UNIDADE
UNIDADE
a massa utilizada na produção, no valor de $ 84.375, é
diferente para cada tipo de cerâmica. Os modelos para pa-
rede, por serem mais finos, utilizam 1 kg por metro quadra-
do, enquanto que os modelos para piso, mais grossos, utili-
zam 1,25 kg por metro quadrado;
o esmalte consumido na produção, no valor de $ 38.000, é
o mesmo para cada metro quadrado dos diversos tipos de
cerâmica;
a mão de obra direta, no valor de $ 65.250, é distribuída a
cada tipo de cerâmica, proporcionalmente ao tempo utili-
zado na produção. Foi constatado que os tempos, por metro
quadrado, são os seguintes para os diversos modelos:
A – 0,25 h;
B – 0,30 h;
C – 0,15 h; e
D – 0,20 h;
os custos indiretos de produção (aluguel, depreciação, ener-
gia elétrica, mão de obra indireta e materiais diversos), no
valor total de $ 137.025, serão alocados conjuntamente com
base no valor da mão de obra direta para cada tipo de
cerâmica.
Período 4 51
3
v
Os valores na
Assim, a apresentação da planilha é iniciada com destaque
planilha foram para a identificação do custo com a massa utilizada na produção, que
calculados com é distribuída com base no peso (kg) consumido por cada tipo de cerâ-
UNIDADE
!
Uma forma alternativa, mas matematicamente equiva-
lente, seria dividir o custo total ($ 84.375,00) pela
quantidade total de massa utilizada na produção
(112.500 kg), o que daria um custo de $ 0,75 por kg.
Como o produto A gasta 1,25 kg/m2, então teríamos
um custo unitário de massa no valor de $ 0,9375 por
m², e multiplicando esse custo pelo total de cerâmica
produzida (30.000 m2) teríamos, então, o mesmo custo
total de $ 28.125,00 para o produto A.
UNIDADE
B 20.000
C 35.000
D 15.000
TOTAL 100,000 100,00 38.000,00
Período 4 53
3 ITENS DE CUSTO
A B
PRODUTO
C D
TOTAL
UNIDADE
UNIDADE
no caso mencionado. Outros critérios, entretanto, poderiam ser apli-
cados (vide Questões para responder, números 2 e 3, ao final desta
Unidade).
Para entendermos a taxa de aplicação de custos indiretos, va-
mos raciocinar assim:
Os custos indiretos de produção (aluguel, depreciação, energia
elétrica, mão de obra indireta e materiais diversos), somam um valor
total de $ 137.025. O valor da mão de obra direta é de $ 65.250.
Então, se dividirmos o valor dos custos indiretos pela mão de obra
direta temos o resultado de $ 2,10,
Período 4 55
3 Resumindo
r
UNIDADE
UNIDADE
1. Você considera que os custos de cada tipo de cerâmica, conforme
apresentados no Quadro 5, estão corretos? Por que sim ou por que não?
2. Elabore um novo quadro de distribuição dos custos indiretos de pro-
dução com base no valor da massa atribuído a cada produto, bem
como apresente o custo total e unitário (custos diretos + indiretos)
para cada tipo de cerâmica, no mesmo formato do Quadro 5.
3. Da mesma forma que na questão 2, elabore mais um quadro de dis-
tribuição dos custos indiretos de produção, só que com base na soma
dos custos diretos (materiais e mão de obra direta) atribuídos a cada
produto.
4. Compare os novos resultados encontrados com os do Quadro 5.
5. Alguma das formas encontradas lhe parece adequada ou mais exata?
Exercício proposto n. 2
Agora, após o cálculo do custo de cada tipo de produto, conforme
demonstrado (rateio dos custos indiretos com base na mão de obra
direta), você é desafiado a elaborar o Balanço Patrimonial de 31/01/20x9,
bem como a Demonstração do Resultado do Exercício para o mês de
Jan/20x9, da Indústria Cerâmica Palhoça Ltda., levando em consi-
deração, também, o balancete apresentado na Unidade 2 e as se-
guintes informações adicionais:
Período 4 57
Custeio por
4
UNIDADE
Absorção – Com
Departamentalização
Objetivo
Nesta Unidade, com base nos conhecimentos
adquiridos na Unidade 3, você irá aprofundar os
estudos acerca da alocação dos custos aos produtos
por meio dos departamentos. Assim, iremos melhorar
o nível de informações da Contabilidade Gerencial,
já que detalharemos um pouco mais o processo de
distribuição dos custos indiretos de produção, além
de conhecer os custos dos diversos departamentos
que compõem a fábrica.
4
UNIDADE
UNIDADE
Olá estudante,
Vamos iniciar a quarta Unidade, na qual você co-
A
maneira mais convencional de alocação dos custos dentro da custo é sinônimo de
sistemática do custeio por absorção é a criação de mais um departamento. Apesar
de alguns autores
estágio de distribuição de custos. Ou seja, ao invés de alocar
v
defenderem a ideia de
os custos (Custos Indiretos de Produção) diretamente para os produ-
que um centro de
tos, alocamos, primeiramente, para os departamentos – ou centros de
custo pode transcender
custos – onde os recursos (custos) foram gastos. E, somente após a
o limite de um setor ou
identificação dos custos com os departamentos é que eles serão departamento, na
alocados aos produtos. prática, o mais comum
é atribuir responsabili-
dade por departamen-
Vale lembrar que o nosso problema continua sen- to, respeitando a
do a distribuição dos custos indiretos, já que os estrutura formal da
diretos são identificados objetivamente com cada empresa pelo fato da
produto, independentemente da metodologia de necessidade de existir
custeio aplicada, ou seja, sempre são alocados di- alguém – chefe,
retamente. gerente, diretor, etc. –
que pode ser responsa-
bilizado pelo custo.
Podemos supor que, em geral, é mais fácil verificar onde ocor-
reu o custo do que qual bem (produto ou serviço) o consumiu. Portan-
to, o esquema completo de alocação de custos pode ser visualizado na
Figura 2. Veja:
Período 4 61
4 Indiretos
Custos
Diretos
Despesas
UNIDADE
R Comuns Específicos
Depto. Apoio A
R
Depto. Apoio B Vendas
R
Produto X
Depto. Produção C
R Produto Y
Depto. Produção D
Produto Z
R
Estoque
Resultado
UNIDADE
segregação dos gastos entre custos e despesas;
apropriação dos custos diretos, diretamente aos produtos
com base em quantidades físicas e objetivas;
alocação dos custos indiretos aos departamentos, tanto de
apoio quanto de produção, por meio de rateios;
realocação dos custos acumulados nos departamentos de
apoio aos demais departamentos; e
atribuição dos custos indiretos, concentrados nos depar-
tamentos de produção, aos produtos e/ou serviços fabricados.
Período 4 63
4 Os materiais diversos para manutenção da fábrica, no va-
lor de $ 13.775, por falta de um critério melhor, serão
alocados com base na soma dos demais custos indiretos
UNIDADE
!
tamentos foram divididos em dois grandes grupos, com
a finalidade de uma melhor leitura: Apoio e Produção,
sendo que os departamentos de apoio foram dispostos
numa sequência lógica: daquele que mais presta ser-
viço para o que mais recebe do outro. Por exemplo, no
caso da ICP, supomos que o departamento de apoio
"Administração Geral" mais presta serviço para o
"Almoxarifado", do que recebe. Esse procedimento fa-
cilita a visualização da sequência da alocação dos custos
entre os departamentos de apoio.
UNIDADE
Então, podemos apresentar o Quadro 7, com os respectivos
valores alocados para cada departamento, com base nos critérios anun-
ciados.
DEPARTAMENTOS
APOIO PRODUÇÃO
*Nota: O valor dos materiais diversos foi alocado com base na proporção da soma dos custos que cada depar-
tamento recebeu até o momento. Assim, por exemplo, a Adm. Geral recebeu $ 335 de um total de $ 13.775 pelo
fato de seu custo de $ 3.000 corresponder a 2,43% do total de $ 123.250. E, assim, sucessivamente para os demais
departamentos. Os valores foram arredondados.
Período 4 65
4 Como o valor do aluguel totaliza $ 25.100,00, então significa
que a sua divisão pela área total de 5.020 m 2 fornece um custo uni-
tário de $ 5,00/m2,
UNIDADE
!
Esses procedimentos foram adotados para todos os
demais itens de custos constantes do Quadro 7. Verifi-
que a observação feita para os “materiais diversos”.
É comum, nas empresas, a existência de pequenos
valores registrados numa conta denominada “custos
diversos” que não apresenta um critério adequado para
o seu rateio. Portanto, utilizamos a soma dos diversos
custos já recebidos pelos departamentos como critério
para sua distribuição. Tal procedimento foi aplicado
no caso da ICP.
UNIDADE
Geral da fábrica receba mais serviço do Almoxarifado do que vice-
versa. Portanto, a Administração Geral será o departamento que pri-
meiro vai alocar os seus custos aos demais (tanto de apoio como pro-
dutivos) de modo que o seu valor fique zerado. Em seguida, o
Almoxarifado repassará o seu custo total (valor inicial mais o que re-
cebeu da Administração Geral) para os demais departamentos, sem
devolver valor para a Administração Geral, uma vez que esta já foi
zerada. Por fim, após essa etapa, todos os custos estarão concentra-
dos nos departamentos produtivos.
Assim, no caso da ICP, foi elaborado um levantamento junto
aos gerentes e, com base no tempo dedicado a cada setor, verificamos
que os custos da Administração Geral devem ser repassados para os
demais departamentos da seguinte maneira:
Almoxarifado: 27 horas;
Prensagem: 130 horas;
Esmaltação: 260 horas;
Queima: 136 horas; e
Embalagem: 114 horas.
Período 4 67
4 APOIO
DEPARTAMENTOS
PRODUÇÃO
UNIDADE
*Nota: Observem que, até aqui, a planilha já havia sido apresentada no Quadro 7. Os valores foram arredondados.
Prensagem $ 44.850;
Esmaltação $ 45.270;
Queima $ 25.360; e
Embalagem $ 21.545.
UNIDADE
Com base nesse custo unitário por hora, podemos, então,
multiplicá-lo pelo tempo destinado a cada departamento para chegar
aos valores alocados no Quadro 8 (conforme a linha: Rateio Adm.
Geral).
Assim:
Horas Custo (em $)
Almoxarifado 27 x 5,00 = 135,00
Prensagem 130 x 5,00 = 650,00
Esmaltação 260 x 5,00 = 1.300,00
Queima 136 x 5,00 = 680,00
Embalagem 114 x 5,00 = 570,00
Período 4 69
4 PRODUTO
PRENSAGEM
UNIT. TOTAL
ESMALTAÇÃO
UNIT. TOTAL UNIT.
QUEIMA
TOTAL
EMBALAGEM
UNIT. TOTAL
UNIDADE
*Nota: Os valores da planilha foram calculados com mais casas decimais após a vírgula do
que aparecem. Portanto, os números foram arredondados para facilitar a apresentação.
UNIDADE
A planilha inicia com os custos totais alocados a cada departa-
mento produtivo. Assim, com base no número total de horas trabalha-
das em cada departamento (vide Quadro 9), podemos calcular o cus-
to de uma hora ali trabalhada.
Por exemplo: na “Prensagem” que custou um total de $ 44.850
no mês de jan/20x9 e trabalhou um total de 17.100 horas, temos que
o custo de uma hora trabalhada é de $ 2,6228.
!
Mesmo que isso não represente um valor exato, por
essa metodologia já temos a noção dos custos do
trabalho realizado em cada departamento. Saber quan-
to custa uma hora de trabalho em cada setor da em-
presa é uma importante informação para a tomada
de decisão.
Período 4 71
4 Custo Total (Diretos + Indiretos)
UNIDADE
PRODUTO
ITENS DE CUSTO TOTAL
A B C D
Massa 28.125 18.750 26.250 11.250 84.375
Esmalte 11.400 7.600 13.300 5.700 38.000
Mão de obra direta 22.500 18.000 15.750 9.000 65.250
Soma – Custos Diretos 62.025 44.350 55.300 25.950 187.625
Custos Indiretos de Produção* 43.439 25.192 50.329 18.065 137.025
Total 105.464 69.542 105.629 44.015 324.650
!
apresentamos a soma dos custos totais, conforme os
procedimentos desenvolvidos anteriormente, de modo
que podemos identificar o custo de cada tipo de cerâ-
mica com base no custeio por absorção com
departamentalização, em que os custos indiretos passa-
ram pelos departamentos antes de chegar aos produtos.
UNIDADE
Esta Unidade apresentou uma versão aprimorada do cus-
teio por absorção, em que os custos foram, inicialmente, dis-
tribuídos por departamentos (Centros de Custos) antes de che-
gar aos produtos. Assim, observamos que é mais fácil identifi-
car onde ocorreram os custos (setor, unidade de negócio, cé-
lula de produção, etc.) do que qual produto foi o responsável
pelo consumo de determinado recurso. Por meio da sequência
do caso da ICP, verificamos que o esquema, agora mais com-
pleto, se resume no seguinte: a) alocação dos custos indiretos
aos departamentos, tanto de apoio quanto de produção, por
meio de rateios; b) realocação dos custos acumulados nos de-
partamentos de apoio aos demais departamentos; e c) atribui-
ção dos custos indiretos, concentrados nos departamentos de
produção, aos produtos e/ou serviços fabricados. Obviamente
tivemos que estabelecer um ordenamento dos departamentos
na planilha, bem como qualificar os dois tipos de departa-
mentos: de apoio e produtivos.
Período 4 73
4 Atividades de aprendizagem
aprendizagem
UNIDADE
Exercício proposto n. 3
1. Novamente, após o cálculo do custo de cada tipo de produto, com
departamentalização, conforme demonstrado anteriormente, você é
desafiado a elaborar o Balanço Patrimonial de 31/01/20x9, bem
como a Demonstração do Resultado do Exercício para o mês de
jan/20x9, da Indústria Cerâmica Palhoça Ltda., levando em consi-
deração os dados já informados, como preço de venda e estoque fi-
nal de cada produto.
2. Faça uma análise da margem de lucro unitária de cada produto e
compare com o resultado anterior (sem departamentalização).
UNIDADE
Custeio Baseado em
Atividades – ABC UNIDADE
Objetivo
Nesta Unidade você aprenderá uma nova
possibilidade de gestão de custos com um maior
refinamento do processo de controle das operações,
isto é, além de conhecer o custo de um departamento
(Centro de Custos) você descobrirá quanto custa
realizar cada atividade do processo produtivo que é
executada dentro daquele departamento.
Período 4 75
5
UNIDADE
UNIDADE
Olá estudante,
Seja bem-vindo à quinta Unidade!
Agora você estudará a gestão de custos com um
maior refinamento do processo de controle das ope-
rações, ou melhor, conhecerá o custo de um de-
partamento e descobrirá quanto custa realizar cada
atividade do processo produtivo executada dentro
deste departamento.
Bons estudos.
E
m geral, a literatura que trata do ABC vincula o seu surgimento
à necessidade de controles mais precisos, tendo em vista alguns
fatores como:
Período 4 77
5 objetivo é o rastreamento do fluxo produtivo através da identificação
das atividades relevantes.
Essa metodologia foi desenvolvida de modo a possibilitar duas
UNIDADE
análises importantes:
v
a econômica – ou financeira: no sentido de apropriação
mais detalhada dos custos por meio de atividades realiza-
das nos departamentos. Essa abordagem é denominada,
Não signifi-
na literatura, como abordagem vertical.
ca dizer
que mais detalhado é a do fluxo produtivo: no sentido de que permite uma
o mesmo que mais abordagem horizontal (esta segunda abordagem está mais
exato. Apenas, que há próxima daquilo que alguns autores denominam de ABM –
um maior refinamen- Activity Based Management) para a análise e gestão dos
to do processo de processos empresariais, através das diversas atividades de-
alocação de custos. senvolvidas nos respectivos departamentos.
Da mesma forma que
no custeio por absor- Segundo Martins (2003), a visão horizontal reconhece que um
ção, os custos dos pro- processo é formado por um conjunto de atividades encadeadas,
dutos no ABC depen- exercidas através dos vários departamentos da empresa, de modo que
dem dos direcionadores os processos sejam analisados, custeados e aperfeiçoados através da
(em última análise, cri- melhoria de desempenho na execução das atividades.
térios) mais ou menos Assim, o ABC pode ser visto como uma técnica de análise dos
subjetivos em termos fluxos de custos, e quanto mais processos interdepartamentais houver
matemáticos.
na empresa, devido à complexidade do processo produtivo, tanto
maiores podem ser os seus benefícios.
Uma das principais questões conceituais relaciona-se com a
definição do conjunto de atividades relevantes que devem ser objeto
de controle. Portanto, a abordagem dos custos pelo ABC envolve a
relação entre os recursos consumidos (o que foi gasto), as ativi-
dades executadas dentro dos departamentos (onde foi gasto) e
os produtos/serviços (para quem foi gasto).
Overhead – conjunto de Os objetivos da implementação de um sistema ABC relacio-
despesas operacionais, a
parcela de uma produção
nam-se com a facilidade e precisão que a administração pode ter para:
cujos custos por unidade
produzida não estão pron- apurar e controlar os custos de produção, sobretudo os cus-
tamente consignados, por tos indiretos de fabricação (overhead);
não se referirem ao trabalho
nem à matéria-prima. Fon- identificar e mensurar os custos da não qualidade (falhas
te: Houaiss (2009). internas e externas, prevenção, avaliação, etc.);
levantar informações sobre as oportunidades de elimina-
ção de desperdícios e aperfeiçoamento das atividades;
UNIDADE
identificar o custo dos produtos em suas diversas fases;
subsidiar o redimensionamento das linhas de produção e
seus produtos, bem como a plataforma de vendas (distri-
buidores e revendedores);
melhorar a base de informações para o processo de toma-
da de decisões; e
estabelecer um conjunto de indicadores de desempenho para
medir a eficiência e a eficácia empresarial sob os aspectos
produtivo, comercial, financeiro e societário.
O Conceito de Atividade
Período 4 79
5 vidades e alocação dos custos das atividades para os produtos e/ou
serviços. Veja:
v
De acordo
UNIDADE
v
tos e/ou serviços: a partir dos custos das atividades, por
Dentro da sistemática meio do levantamento do número de direcionadores, os
ABC, normalmente os
valores são transferidos dos recursos consumidos para os
critérios de distribui-
objetos de custeio (produtos e/ou serviços) com base nas
ção de custos são
atividades que os geraram.
referenciados como
"direcionadores de cus-
tos". Para saber mais
sobre o assunto, con- Vamos apresentar um exemplo prático: o caso da
sulte Martins (2003). Indústria Cerâmica Palhoça Ltda. sob uma nova
abordagem, em continuidade ao problema apre-
sentado na Unidade anterior.
É comum a utilização
do esquema proposto
no custeio por absor-
ção naquelas empresas
que já o possuem. As- Exemplo Prático: o caso da Indústria
sim, é possível incor- Cerâmica Palhoça Ltda.
porar dentro do Cus-
teio Baseado em Ativi-
v
dades o conceito de
Tendo em vista que a empresa já apresentou o mapa de alocação
Departamentalização
dos custos aos respectivos departamentos, o processo de cálculo pelo
(neste caso chamado
ABC pode ser facilitado com a utilização do mapa de alocação dos
de Centro de Ativida-
des) para fins de con-
custos (Quadro 8) definido na Unidade anterior.
trole de custos e admi-
nistração por responsa-
bilidade.
UNIDADE
Somente para lembrar, os custos totais alocados aos departa- mesmos
mentos produtivos, de acordo com o Quadro 8 foram: procedi-
mentos
Prensagem: $ 44.850 para os de-
Esmaltação: $ 45.270 partamen-
Queima: $ 25.360 tos de apoio,
caso desejássemos um
Embalagem: $ 21.545
detalhamento maior dos
Total: $ 137.025
custos do fluxo de todos
os processos envolvi-
dos. Nesse caso, deve-
ríamos, também, iden-
Identificação das Atividades Relevantes tificar as atividades re-
levantes desenvolvidas
dentro da Administra-
Neste caso, vamos supor que cada departamento (Centro de ção Geral e do
Atividades) desenvolva pelo menos duas atividades importantes Almoxarifado para, pos-
(Quadro 12). teriormente, serem
custeadas e seus cus-
DEPARTAMENTOS ATIVIDADES tos alocados aos pro-
dutos.
Prensagem Preparar massas
Operar máquinas
Esmaltação Diluir componentes
Estampar cerâmica
Queima Carregar esteiras
Queimar cerâmica
Embalagem Embalar
Despachar
Período 4 81
!
5 Vale lembrar que o número de atividades relevantes
deve ser definido por cada empresa, de acordo com as
suas necessidades. Talvez um número muito grande
UNIDADE
Assim, vamos supor que no caso da ICP, com base num levan-
tamento minucioso do tempo que os colaboradores destinaram para
cada atividade, bem como na identificação dos diversos gastos (alu-
guel, depreciação, energia elétrica, mão de obra indireta e materiais
diversos) com as atividades, por meio de diversos critérios, a empresa
concluiu que os custos dos departamentos serão atribuídos com base
em percentuais, de acordo com o Quadro 13:
UNIDADE
Total 44.850
Esmaltação Diluir componentes 30% 13.581
Estampar cerâmica 70% 31.689
Total 45.270
Queima Carregar esteiras 15% 3.804
Queimar cerâmica 85% 21.556
Total 25.360
Embalagem Embalar 60% 12.927
Despachar 40% 8.618
Total 21.545
Período 4 83
5
v
Em geral, direcionador deve representar a “melhor relação de causa e efeito”
em qual- entre atividade e produto, supomos que, após minucioso estudo, os
q u e r escolhidos sejam os apresentados no Quadro 14.
UNIDADE
metodologia
de custeio, DEPARTAMENTOS ATIVIDADES DIRECIONADORES
o maior Prensagem Preparar massas Kg de massa
problema é Operar máquinas Tempo de operação
a escolha Esmaltação Diluir componentes Número de componentes
dos me- Estampar cerâmica Tempo das máquinas
lhores critérios para Queima Carregar esteiras Número de peças (m²)
distribuição dos cus- Queimar cerâmica Tempo dos fornos
tos aos produtos e/ou Embalagem Embalar Tempo de embalagem
atividades. Para aju- Despachar Número de lotes
dar nesta tarefa, po-
Quadro 14: Levantamento dos direcionadores de atividades
demos utilizar méto-
dos estatísticos como Fonte: Elaborado pelo autor deste livro
a correlação entre va-
riáveis. Assim, por exemplo, para a atividade “preparar massas”, su-
pondo que os materiais são homogêneos e que o fator que diferencia
os diversos tipos de cerâmica é a quantidade de massa utilizada con-
forme determinado no Quadro 1 da Unidade 3, o direcionador utiliza-
do é o “kg de massa”.
No caso do departamento “esmaltação”, em que a atividade
“diluir componentes” utiliza como direcionador o “número de compo-
nentes”, pode haver a necessidade de ponderarmos o valor monetário
dos componentes com a quantidade, caso os produtos utilizem ingre-
dientes com características muito diferentes uns dos outros.
UNIDADE
Kg de massa 37.500 25.000 35.000 15.000 112.500
Tempo de operação (horas) 3.000 2.500 2.900 1.600 10.000
Número de componentes 5 4 7 5 21
Tempo das máquinas (horas) 700 200 500 600 2.000
Número de peças (m²) 30.000 20.000 35.000 15.000 100.000
Tempo dos fornos (horas) 500 500 400 400 1.800
Tempo de embalagem (horas) 2.500 1.500 1.200 800 6.000
Número de lotes 300 100 350 75 825
Período 4 85
5 ATIVIDADES
A B
PRODUTO
C D
UNIDADE
UNIDADE
Massa utilizada na produção 28.125 18.750 26.250 11.250 84.375
Esmalte consumido na produção 11.400 7.600 13.300 5.700 38.000
Mão de obra direta 22.500 18.000 15.750 9.000 65.250
Soma – Custos Diretos 62.025 44.350 55.300 25.950 187.625
Custos Indiretos de Produção * 44.176 27.370 38.293 27.186 137.025
TOTAL 106.201 71.720 93.593 53.136 324.650
Quadro 17: Mapa dos custos unitário (m2) e total dos produtos pelo ABC
Fonte: Elaborado pelo autor deste livro
Período 4 87
5 Resumindo
r
UNIDADE
UNIDADE
Exercício proposto n. 4
1. Novamente, após o cálculo do custo de cada tipo de produto, de
acordo com o Custeio Baseado em Atividades, você é desafiado a
elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) para o ano
20x9, da Indústria Cerâmica Palhoça Ltda., levando em considera-
ção os dados já informados, como preço de venda e estoque final de
cada produto.
2. Faça uma análise da margem de lucro unitária de cada produto e
compare com os resultados anteriores (sem e com
departamentalização).
Período 4 89
6
UNIDADE
UNIDADE
Custos Diretos UNIDADE
Objetivo
Nesta Unidade você terá a oportunidade de discutir
as particularidades que envolvem os dois principais
custos diretos nas empresas: os materiais diretos e
a mão de obra direta. Em especial, entenderá como
esses custos são compostos e como é o tratamento
contábil a ser dado a cada um.
Período 4 91
6
UNIDADE
UNIDADE
Caro estudante,
Nesta Unidade você irá estudar os dois principais
custos diretos nas empresas: os materiais diretos e
a mão de obra direta. Aprenderá como tais custos
são compostos e como é o tratamento contábil dado
a cada um.
Bons estudos; e não esqueça que estamos à sua
disposição!
O
s materiais diretos, em geral, representados pelas matérias-pri-
mas, componentes, embalagens e outros materiais diretos uti-
lizados no processo de fabricação, são apropriados diretamen-
te aos produtos por seu valor histórico de aquisição. Assim como em
relação aos produtos acabados, aqui também temos problemas espe-
cíficos relativos ao controle e à avaliação dos mesmos.
Normalmente, a mensuração física de cada um destes itens nas
empresas é realizada por meio da engenharia do produto, comumente
designada de “ficha técnica” do produto, onde se encontram as
especificações de cada um dos itens diretos que compõem um deter-
minado produto.
Para exemplificar, vamos utilizar os dados da ICP – Indústria
Cerâmica Palhoça Ltda., conforme já apresentados nas Unidades
anteriores. Podemos fazer, então, o seguinte resumo:
PRODUTOS
A B C D
Materiais Diretos
Massa (kg/m²) 1,25 1,25 1,00 1,00
Esmalte (ml/m²) 10,00 10,00 10,00 10,00
Mão de obra Direta (hs/m²) 0,25 0,30 0,15 0,20
Quadro 18: Ficha técnica de produção – custos diretos
Fonte: Elaborado pelo autor deste livro
Período 4 93
6 Este levantamento, obviamente, foi efetuado com o
detalhamento do processo produtivo, em que algum profissional da
área de produção acompanhou e anotou as quantidades de cada item
UNIDADE
!
informatizado ou não, com o objetivo de acompanhar
o que está sendo produzido. Vale ressaltar que isso
não atende apenas aos aspectos contábeis dos custos
de produção, mas também ao sistema de controle da
qualidade, já que os lotes de produção devem seguir
um padrão em termos de especificações técnicas.
UNIDADE
caso das empresas comerciais, o valor do ativo integra todos os gas-
tos necessários para colocá-lo em condições de venda. Se a empresa
adquiriu alguma coisa para consumo ou uso próprio, fazem parte do
montante todos os gastos incorridos até o seu consumo ou utilização.
!
em gastos com armazenagem de mercadorias destina-
das à venda, não os trata como ativos e sim como
despesas. E, na segunda, ao estocar matéria-prima
para posterior consumo na fábrica, não considera os
gastos com armazenagem como despesas e sim como
acréscimo ao valor dos itens estocados.
Período 4 95
6 Se a empresa não tem nenhum tipo de isenção do IPI nas
matérias-primas, mas a tem nos produtos acabados, por
exemplo, então esse gasto acaba funcionando como um
UNIDADE
UNIDADE
dentes na comercialização dos produtos e serviços
por se tratarem de assuntos de disciplinas volta-
das para a área Tributária. Contudo, os principais
aspectos relacionados aos tributos incidentes so-
bre as mercadorias foram abordados.
v
datas diversas. Então, como controlá-los em termos de valor e quanti-
dade? Para isso existem vários critérios. Aqui estão incluídos
Vamos supor a existência de um produto com a seguinte movi- também os produtos
mentação: acabados, destinados
à venda.
ENTRADAS SAÍDAS
D IA
QUANT. (KG) PREÇO UNIT. ($) TOTAL ($) QUANT. (KG)
5 100 10,00 1.000,00
10 300 12,00 3.600,00
14 300
23 150 11,00 1.650,00
28 100
Período 4 97
6 Em alguns casos, por necessidade de arredondamentos ou
para facilitar o processamento, quando realizado por siste-
mas computadorizados, o preço médio é atualizado inclu-
UNIDADE
$ 4.600
Dia 14: Preço Médio do estoque => 400 kg = 11,50/kg .
Quantidade Utilizada x Preço Médio = Custo Matéria-
Prima usada:
300 kg x $ 11,50/kg = $ 3.450,00.
Dia 28: Preço Médio do estoque.
Quantidade Utilizada x Preço Médio = Custo Maté-
ria-Prima usada:
100 kg x $ 11,50/kg = $ 1.150,00 (remanescen-
te dos 400 kg).
150 kg x $ 11,00/kg = $ 1.650,00;
250 kg x ? = $ 2.800,00; e
$ 2.800,00 ÷ 250 kg = $ 11,20/kg.
Quantidade Utilizada x Preço Médio = Custo Maté-
ria-Prima usada:
100 kg x $ 11,20/kg = $ 1.120,00.
Matéria-Prima Total aplicada no mês:
$ 3.450,00 + $ 1.120,00 = $ 4.570,00.
UNIDADE
Dia 14: 300 kg x $ 11,3636/kg = $ 3.409,09; e
Dia 28: 100 kg x $ 11,3636/kg = $ 1.136,36.
Período 4 99
6 Com a utilização deste critério, há uma tendência de apropriar
custos mais recentes aos produtos feitos, o que provoca normalmente
redução do lucro contábil. De acordo com Martins (2003), possivelmente
UNIDADE
por esse motivo, tal forma de apropriação, apesar de aceita pelos princí-
pios contábeis, ainda não é aceita pelo Imposto de Renda, no Brasil.
UNIDADE
autor tem sua forma de apresentação. Contudo, podemos adotar uma
classificação geral que divide os encargos sociais em quatro grupos distintos:
v
em uma questão, poderíamos resumir, ou até expandir a classificação prazo determinado x
apresentada. Contudo, essa é a mais comumente empregada nas em- indeterminado. In: IX
presas para fins de cálculo do custo da mão de obra. Congresso Brasileiro de
Para a realização de um estudo numa determinada empresa, Custos. São Paulo,
sugerimos a obtenção de todos os possíveis dados que possam inter- 2002. Anais... São
Paulo: FECAP, 2002.
ferir no custo salarial, junto ao Departamento de Pessoal e à Contabi-
lidade, relativos a uma média anual que desejamos investigar.
v
Para exemplificar o presente texto, no que se refere aos direitos
Saiba mais sobre a CLT
dos trabalhadores, adotamos índices que se baseiam na CLT (Conso-
em: <http://
lidação das Leis do Trabalho), na CF (Constituição Federal), na Lei
www.planalto.gov.br/
n. 9.601/98 e no Decreto n. 2.490/98.
ccivil_03/decreto-lei/
Assim, iniciamos a demonstração do custo da mão de obra a Del5452.htm>. Aces-
partir dos seguintes parâmetros básicos: so em: 14 mar. 2012.
Período 4 101
6 Horas por mês: 51,3333 x 4,3452 = 223,0556 horas; e
Total de horas por ano: 365 x 7,3333 = 2.676,6667
horas.
UNIDADE
UNIDADE
mos pelo menos uma falta em média por empregado ao
ano: 1,0 x 7,3333 = 7,3333 h.
Licença Paternidade: segundo as Disposições Transitó-
rias da Constituição Federal (art. 10, §1 o), o prazo da licen-
ça paternidade é de cinco dias. Consideramos 0,5 falta por
empregado em média: 0,5 x 7,3333 = 1,4667 h.
Auxílio Doença e Acidente de Trabalho: este auxílio é
devido ao empregado (segurado) que ficar incapacitado
para o trabalho por mais de 15 dias consecutivos. Contu-
do, não vamos considerar essa variável.
Aviso Prévio Trabalhado: para o cálculo do coeficiente
de incidência deste item utilizamos diversos fatores, como
o percentual de empregados que recebem o aviso prévio
trabalhado, e o percentual dos que o recebem indenizado.
Devemos considerar, ainda, o número de empregados que
recebem o aviso prévio e os que pedem demissão. Além dis-
so, devemos considerar o período médio de permanência no
emprego.
Período 4 103
6
UNIDADE
!
Vale ressaltar que os Encargos Básicos no valor
percentual de 36,8% são uma estimativa aproximada
do quanto as empresas, em geral, recolhem a título
de: INSS, FGTS, SESI, SENAI, Seguro Acidente do Tra-
balho, etc. Isso depende do setor em que atuam e dos
tributos a que estão sujeitas.
UNIDADE
Portanto, o percentual encontrado vale para fins de computar
nos custos mensais da mão de obra o percentual condizente com o
tipo de contratação – mensalista ou horista.
Resumindo
r
Nesta Unidade, tratamos dos principais aspectos envol-
vidos com os mais importantes itens de custos diretos: a maté-
ria-prima e a mão de obra. Destacamos que todos os gastos in-
corridos para a colocação do ativo em condições de uso (equi-
pamentos, matérias-primas, ferramentas, etc.) ou em condições
de venda (mercadorias, etc.) devem incorporar o valor desse
mesmo ativo. No que diz respeito aos controles, os principais
critérios discutidos para os materiais, em termos de Ficha de
Controle de Estoque, que é exigência da Contabilidade Finan-
ceira, foram apresentados: Custo Médio (Móvel e Fixo), PEPS e
UEPS. Quanto à mão de obra, destacamos os principais encar-
gos sociais incidentes sobre a mesma, bem como os procedi-
mentos para o cálculo do custo da hora efetivamente trabalhada.
Período 4 105
6 Para verificar seu aprendizado nesta Unidade, res-
ponda às questões do exercício proposto abaixo e
UNIDADE
Atividades de aprendizagem
aprendizagem
Exercício proposto n. 5
Durante o seu primeiro mês de atividades, para a produção dos di-
versos tipos de cerâmica, a ICP – Indústria Cerâmica Palhoça Ltda.
utilizou diferentes quantidades (kg) de matéria-prima (massa).
Algumas informações adicionais são importantes:
Estoque final de matéria-prima (massa): $ 10.000,00; e
Quantidade consumida (massa): 112.500 kg (no valor total
de $ 84.375,00).
A movimentação deste insumo, durante o mês de jan/20x9 foi a se-
guinte:
Dia 2 – compra de 40.000 kg pelo total de $ 20.000,00;
Dia 7 – compra de 12.500 kg pelo total de $ 10.625,00;
Dia 9 – consumo de 37.500 kg para a produção de cerâmica;
Dia 16 – compra de 57.500 kg pelo total de $ 51.750,00;
Dia 18 – consumo de 25.000 kg para a produção de cerâmica;
Dia 23 – compra de 15.000 kg pelo total de $ 12.000,00; e
Dia 25 – consumo de 50.000 kg para a produção de cerâmica.
UNIDADE
estoques, teve um Lucro Líquido no período de $ 75.009 (aplican-
do o custeio por absorção e rateio dos custos indiretos de produção
com base na soma dos custos diretos).
Pedimos a você que:
Apenas por diferenças no valor do estoque final de matéria-
prima (massa), mostre qual seria o lucro líquido do mês se
a ICP utilizasse o Preço Médio Ponderado Móvel, sabendo
que não houve outros estoques finais de matéria-prima, e
que os demais custos incorridos foram os apresentados no
caso da ICP, ao longo desta disciplina.
Idem, pelo UEPS.
Explique a razão da não aceitação do UEPS por parte do
Imposto de Renda no Brasil, com base nos resultados en-
contrados.
Período 4 107
Custeio Variável
7
UNIDADE
Objetivo
Nesta Unidade você aprenderá uma forma diferente
para o tratamento dos custos, ou seja, uma
metodologia que não apresenta planilhas de rateio.
Trata-se do custeio variável, normalmente utilizado
para decisões financeiras de curto prazo.
7
UNIDADE
UNIDADE
Olá estudante,
Você está iniciando a Unidade 7, e nela irá estu-
dar uma forma diferente para o tratamento dos cus-
tos, ou seja, uma metodologia que não apresenta
planilhas de rateio.
Bons estudos!
E
ssa metodologia também é chamada por alguns autores de cus-
teio direto, pelo fato de podermos fazer uma associação dos cus-
tos diretos com os custos variáveis.
Em termos práticos, todavia, podemos fazer uma equivalência
entre custos diretos e variáveis, e, entre custos indiretos e fixos. As-
sim, para fins dessa nova metodologia, a classificação dos custos apre-
senta características de fixos ou variáveis, e é utilizadas principal-
mente para a tomada de decisão.
Portanto, na metodologia do custeio variável, apropriam-se aos
produtos e/ou serviços somente os custos variáveis, sendo que os cus-
tos fixos são separados e considerados como despesas do período.
Período 4 111
7 das planilhas de rateio de custos, mas tão somente são trabalhadas
com os custos (e despesas) variáveis, ou seja, aqueles que têm ligação
direta com os produtos e/ou serviços.
UNIDADE
UNIDADE
Pelo método do custeio variável, cada produto e/ou serviço
absorve somente os custos e despesas que incidem diretamente sobre
si mesmos (isto é, os gastos variáveis para produzir e vender). Assim,
a diferença entre esses custos variáveis e o preço de venda de cada
produto e/ou serviço é o que se denomina de margem de contribuição,
que pode ser expressa pela fórmula seguinte:
Período 4 113
7
v
ção fiscal (Decreto lei n. 1.598/77) não aceita a avaliação de estoques
sem a alocação dos custos fixos ocorridos na fábrica.
Entretanto, mesmo que tal metodologia não seja aceita para
UNIDADE
Leia mais sobre essa fins externos, a empresa deve utilizá-la para efeitos internos, ou seja,
Lei, em: <http:// para a tomada de decisões, já que no comparativo entre os diversos
www.portaltributario.
produtos, aquele que apresentar maior margem de contribuição é o
com.br/legislacao/
que tem maiores condições de cobrir os custos fixos e contribuir para
dl1598.htm>. Aces-
a realização do lucro do período. Portanto, paralelamente, é recomen-
so em: 13 m a r.
dável que as empresas mantenham controles sobre os valores das
2012.
margens de contribuição de cada produto e/ou serviço.
UNIDADE
Massa utilizada na produção 28.125 18.750 26.250 11.250
Esmalte consumido na produção 11.400 7.600 13.300 5.700
Mão de obra direta 22.500 18.000 15.750 9.000
Total 62.025 42.350 55.300 25.950
!
da quantidade produzida, ou seja, os funcionários re-
cebem salários fixos por mês. Assim, tanto a mão de
obra direta quanto os custos indiretos (aluguel da fá-
brica, depreciação, energia elétrica, mão de obra indi-
reta e materiais diversos) serão considerados fixos para
fins da presente metodologia de custeio.
PRODUTO ( CERÂMICA)
ITENS DE CUSTO
A B C D
Massa utilizada na produção 28.125 18.750 26.250 11.250
Esmalte consumido na produção 11.400 7.600 13.300 5.700
Total 39.525 26.350 39.550 16.950
Período 4 115
7 Portanto, com base nos custos variáveis identificados para cada
tipo de cerâmica, podemos calcular a margem de contribuição unitá-
ria a partir da fórmula já apresentada, conforme o Quadro 19, a seguir:
UNIDADE
PRODUTO (CERÂMICA)
A B C D
Preço de Venda Unitário 6,80 4,80 5,20 3,70
Custo Variável Unitário ($/m²) 1,3175 1,3175 1,1300 1,1300
Margem de Contribuição 5,4825 3,4825 4,0700 2,5700
UNIDADE
PRODUTO
RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS COM
BASE NA MOD A B C D
Preço de Venda 6,80 4,80 5,20 3,70
Custo Unitário ($/m²)* 3,64 4,11 2,53 2,99
Lucro por unidade 3,16 0,69 2,67 0,71
Margem de Lucro (%) 46,4% 14,4% 51,4% 19,2%
Ordem de Lucratividade 2º 4º 1º 3º
PRODUTO
A B C D
Preço de Venda 6,80 4,80 5,20 3,70
Custo Unitário ($/m²) 3,52 3,48 3,02 2,93
Lucro por unidade 3,28 1,32 2,18 0,77
Margem de Lucro (%) 48,3% 27,6% 41,9% 20,7%
Ordem de Lucratividade 1º 3º 2º 4º
Período 4 117
7 A B
PRODUTO
C D
UNIDADE
UNIDADE
A metodologia denominada custeio variável (ou custeio
direto, como preferem alguns autores) consiste na identificação
dos custos variáveis dos produtos para fins de cálculo da mar-
gem de contribuição. Nesse método não há planilha de custos,
nem qualquer tipo de rateio, já que o que interessa é trabalhar
somente com os custos variáveis, considerados os “verdadei-
ros” custos dos produtos, sendo os custos fixos tratados como
esforços da fábrica, para que esta possa funcionar. Assim, para
fins de decisão, os custos fixos são tratados à parte, como se
fossem “despesas”. Portanto, a margem de contribuição, que
representa a diferença entre o preço de venda e o custo variá-
vel de um determinado produto representa a capacidade que
este tem em, inicialmente, cobrir os referidos custos fixos e, por
fim, contribuir para a geração do lucro do período.
Assim, conforme observado no cálculo da margem de con-
tribuição (Quadro 19), temos uma ordem de prioridade cujo
produto mais interessante para a empresa é aquele que apre-
senta a maior margem de contribuição, já que individualmente
tem condições de cobrir uma parcela maior dos custos fixos.
Período 4 119
7 Atividades de aprendizagem
aprendizagem
UNIDADE
A empresa ICP decidiu abrir uma nova fábrica com a finalidade es-
pecífica de produzir outros três tipos especiais de cerâmica, em
porcelanato, nos seguintes modelos: X, Y e Z, os quais têm as carac-
terísticas de custos abaixo, quando são produzidos 2.000 m2 de cada
modelo por mês:
UNIDADE
Análise Custo/ UNIDADE
Volume/Lucro
Objetivo
Nesta Unidade você estudará o conceito de volume
de produção para complementar o entendimento do
custeio variável e da margem de contribuição.
Aprenderá também sobre o conceito de ponto de
equilíbrio e sua utilidade para a tomada de decisão.
Período 4 121
8
UNIDADE
UNIDADE
Caro estudante,
Chegamos à Unidade 8, em que você estudará os
conceitos de volume de produção, de margem de
contribuição, de ponto de equilíbrio e aprenderá
qual a utilidade disso para a tomada de decisão.
Bons estudos!
N
a Unidade anterior apresentamos a dificuldade que existe para
a definição de uma ordem de lucratividade dos diversos tipos
de produto da empresa ICP, principalmente, no que se refere à
apropriação dos custos indiretos de produção que, em geral, são fixos.
A saída encontrada para dirimir o problema foi o cálculo da
margem de contribuição por produto e, assim, estabelecer uma ordem
de prioridades.
Contudo, a margem de contribuição, isoladamente, não forne-
ce resposta sobre qual dos produtos pode ser mais interessante para a
empresa, dependendo do volume de produção. Assim, um elemento
importante de análise é a consideração da quantidade a ser vendida
de cada produto. Por exemplo, no caso da ICP o produto A apresenta
maior margem de contribuição do que os demais. No entanto, caso a
Um aspecto impor-
demanda seja maior para outro produto, aí teremos que levar em con-
tante para o gerencia-
sideração mais um item na nossa análise, o volume. mento de uma empre-
sa é o entendimento
de como se compor-
v
tam os custos. Uma
Comportamento dos Custos discussão sobre a se-
paração entre custos
fixos e variáveis foi
De qualquer modo, uma representação simplificada dos cus- apresentada na Unida-
tos fixos é a apresentada na Figura 4, em que uma linha paralela ao de anterior em comple-
eixo “x” representa que os custos fixos se mantêm constantes, inde- mento aos conceitos
da Unidade 2. Lem-
pendentemente do volume produzido.
bra-se? Se ficou com
alguma dúvida, volte e
releia a Unidade 7.
Período 4 123
8
UNIDADE
Volume
Figura 5: Representação dos custos variáveis
Fonte: Elaborada pelo autor deste livro
Variáveis
Fixos
Volume
Figura 6: Representação do comportamento dos custos totais
Fonte: Elaborada pelo autor deste livro
UNIDADE
A junção do gráfico apresentado na Figura 6 (com destaque
para o custo total) com o comportamento da receita total é o que
se chama de representação gráfica do ponto de equilíbrio, conforme
apresentado na Figura 7:
$
RECEITAS TOTAIS
Ponto de Equilíbrio
o
Lucr
Custos Variáveis
CUSTOS
uízo TOTAIS
Prej Custos Fixos
Volume
RT = (C + D) T
PEQ= CF
MC/un
Onde:
PEQ = Ponto de equilíbrio em quantidade (unidades físicas)
MC = Margem de contribuição unitária
CF = Custos fixos
PE$= CF
% MC
Período 4 125
8 Onde:
PE$ = Ponto de equilíbrio em valor (Receita Total)
% MC = Margem de contribuição em termos percentuais so-
UNIDADE
Exemplificando:
Vamos supor o caso de uma empresa que tenha apenas um
produto, com os seguintes dados:
Portanto:
40.000
PEQ = = 2.000 un / mês
20
40.000
PE$ = = $ 160.000 / mês
0,25
UNIDADE
Neste caso, podemos aplicar as fórmulas abaixo para o cálculo
do ponto de equilíbrio em quantidade física e, também, em valor mo-
netário.
CF
PEunidades =
∑ (MCi x Qi)
∑ Qi
Onde:
PE = Ponto de equilíbrio
CF = Custos fixos
MCi = MC unitária por produto
Qi = Volume previsto de venda por produto
= Somatório
CF
PEvalor =
∑ (%Mci x PUi x Qi)
∑ (PUi x Qi)
Onde:
PE = Ponto de equilíbrio
CF = Custos fixos
%MCi = Margem de contribuição percentual sobre o preço
de venda por produto
PUi = Preço de venda unitário do produto
Qi = Volume previsto de venda por produto
= Somatório
Período 4 127
8 Produto A: 20.500 m2/ano;
Produto B: 13.500 m2/ano;
UNIDADE
PRODUTO (CERÂMICA)
A B C D
Preço de Venda Unitário 6,80 4,80 5,20 3,70
Custo Variável Unitário ($/m²) 1,3175 1,3175 1,1300 1,1300
Margem de Contribuição 5,4825 3,4825 4,0700 2,5700
202 . 275 , 00
PE un =
( 5 , 4825 × 20 . 500 u ) + ( 3, 4825 × 13 . 500 u ) + ( 4 , 07 × 23 . 250 u ) + ( 2 ,57 × 15 . 200 u )
20 . 500 u + 13 . 500 u + 23 . 250 u + 15 . 200 u
202 . 275 , 00
PE un =
293 . 096 , 50
72 . 450 u
202 . 275 , 00
PE un =
4 , 0455
PE un = 50 . 000 unidades
UNIDADE
deve produzir e vender um total de 50.000 m2 de cerâmica por ano
para cobrir todos os seus custos fixos e não apresentar nem lucro e
nem prejuízo, ou seja, para atingir o seu ponto de equilíbrio.
Todavia, nos interessa saber quais produtos deverão ser vendi-
dos e em que quantidades, já que se tratam de quatro tipos diferentes
de cerâmica. Assim, com base na demanda esperada de cada produ-
to, podemos sugerir a quantidade de cada um, para a composição do
total a ser produzido e vendido por período, conforme demonstramos
no Quadro 24.
PARTICIPAÇÃO
PRODUTO PE EM UNIDADES (COM
UNIDADES % ARREDONDAMENTO)
*Nota: Os resultados foram calculados com mais casas decimais após a vírgula do que
aparecem no texto.
Período 4 129
8 Assim, comprovamos que, com as quantidades definidas no
ponto de equilíbrio para os diversos produtos, a empresa ICP não
r
apresenta lucro, mas também não apresenta prejuízo, ou seja, encon-
UNIDADE
Resumindo
Para finalizar o entendimento da margem de contribui-
ção e a sua utilidade para fins de tomada de decisões, verifica-
mos nesta Unidade a análise Custo/Volume/Lucro que, associa-
da a uma determinada quantidade de produção, pode demons-
trar o ponto de equilíbrio da empresa, ou ainda, a quantidade
que esta necessita produzir e vender para alcançar certo resul-
tado. Vale destacar que o ponto de equilíbrio representa um
resultado nulo para a empresa; o momento em que não há lucro
e nem prejuízo.
UNIDADE
a) No caso da nova fábrica da ICP, conforme os dados anunciados nas
atividades de aprendizagem da Unidade anterior (final da Unidade 7),
calcule o ponto de equilíbrio individual para cada produto, conside-
rando a possibilidade de produzir apenas um tipo de cerâmica (ou X,
ou Y, ou Z) e a existência de custos fixos totais de $ 310.000,00 por
mês.
b) Caso a ICP decida realmente pela produção dos três tipos de cerâmi-
ca (X, Y e Z) simultaneamente, calcule o ponto de equilíbrio da em-
presa (total e a participação de cada tipo de cerâmica no total) con-
siderando uma demanda mensal prevista conforme segue:
Mod. X = 1.800 m2;
Mod. Y = 2.500 m 2; e
Mod. Z = 2.100 m2.
Período 4 131
Análise das
9
UNIDADE
Demonstrações
Financeiras
Objetivo
Nesta Unidade você empregará a análise das
demonstrações contábeis e irá aprender a utilizá-las
para fazer análises econômico-financeiras e perceber
como está a saúde financeira da organização.
9
UNIDADE
UNIDADE
Caro estudante,
Até o presente momento, em termos de contabili-
dade, você já estudou a estrutura de funcionamen-
to (principalmente na disciplina de Contabilidade
Básica) e, nesta disciplina, Contabilidade Gerencial,
você verificou as questões mais voltadas para a
tomada de decisões.
A partir de agora, como uma espécie de “fecha-
mento” da contabilidade, você conhecerá um es-
tudo sobre a análise das demonstrações financei-
ras, no sentido de verificar como foi o desempenho
da nossa empresa.
Sabemos que essas informações podem ser úteis
nas decisões dos administradores, inclusive para
fazerem negócios com certos fornecedores, inves-
tirem em outras empresas e analisarem a perspec-
tiva da empresa em relação a seus concorrentes,
entre outras situações.
Para ajudar nesse processo, necessitamos conhe-
cer quais as características que fazem com que a
informação contábil seja útil para o usuário e como
devemos analisá-la. Você já deve ter observado a
importância que o usuário tem nesse processo. Re-
almente, as demonstrações financeiras são prepa-
radas para que sejam úteis a ele e melhorem seu
processo decisório.
Nesta Unidade, vamos detalhar algumas dessas
questões.
Bons estudos!
Um termo comumente
v
utilizado pelos autores,
P
para designar a análi-
ara Matarazzo (1985, p. 19), a análise de balanços tem como
se das demonstrações
objetivo extrair informações das demonstrações financeiras para
financeiras é “análise
a tomada de decisões, sendo um instrumento de grande impor- de balanços”.
tância e utilidade para os usuários da informação, de modo geral.
Período 4 135
9 A análise é feita através de exame isolado das contas, na com-
paração de grupos de contas entre si ou em relação ao todo. Essas
comparações podem ser feitas por números absolutos, números-índi-
UNIDADE
situação financeira;
situação econômica;
desempenho;
eficiência na utilização dos recursos;
pontos fortes e fracos;
tendências e perspectivas;
quadro evolutivo;
adequação das fontes às aplicações de recursos;
UNIDADE
evidência de erros da administração;
providências que deveriam ser tomadas e não foram; e
avaliação das alternativas econômico-finaceiras futuras.
Período 4 137
9 em relação ao Ativo Total. Basta dividir a cifra representa-
tiva do Ativo Circulante pela cifra do Ativo Total, multipli-
car o resultado encontrado por 100 e colocar o sinal de
UNIDADE
percentagem.
!
No caso da Indústria Cerâmica Palhoça Ltda., por exem-
plo, o analista pode verificar como está indo o desem-
penho econômico-financeiro ao longo dos diversos
períodos (meses, anos, etc.) em comparação ao setor,
ou mesmo com ela própria. E, assim, tirar as suas
conclusões se vale a pena continuar investindo neste tipo
de negócio – que é a fabricação e venda de cerâmica.
UNIDADE
comparando com padrões preestabelecidos, fará com que tenham gran-
de utilidade para as análises de crédito e de tendências.
A periodicidade com que deve ser feita a análise das demons-
trações depende da finalidade para a qual estamos fazendo-a. Para
fins financeiros externos, podem ser feitas semestralmente ou até mes-
mo uma vez por ano.
Todos os quocientes perdem seus significados se não forem
analisados em conjunto com outros grupos. Neste caso, todos os quo-
cientes de rentabilidade e de atividade têm, ao longo dos anos, um
efeito muito grande sobre os de liquidez. A posição de endividamento
é o foco inicial para uma boa ou má situação de rentabilidade futura.
É importante que o administrador, gerente da entidade, faça o
cálculo e a análise dos quocientes de liquidez, pois estes medem a
capacidade de pagamento em determinados prazos e até mesmo ime-
diatamente. Devemos deixar claro que os índices de liquidez não são
índices extraídos do fluxo de caixa que comparam as entradas com as
saídas de dinheiro. Esses índices procuram medir a solidez financeira
das empresas, de modo geral.
Vamos conhecer alguns deles.
Quocientes de Liquidez
Disponibilidades
Liquidez Imediata =
Passivo Circulante
Período 4 139
9 Liquidez Corrente =
Ativo Circulante
Passivo Circulante
UNIDADE
Os quocientes apresentados com seus respectivos problemas
mostram que, por mais eficaz que seja analisá-los separadamente,
são muito melhores quando analisados em conjunto.
Exigível Total
Participação do Capital de Terceiros sobre os Recursos Totais = Exigível Total + Patrimônio Líquido
Período 4 141
9 empréstimo. Se a primeira se mantiver menor do que a segunda, a
participação de capitais de terceiros será benéfica para a empresa,
excluindo algumas situações.
UNIDADE
Exigível Total
Capitais de Terceiros / Capitais Próprios =
Patrimônio Líquido
Esse quociente é o mais utilizado para retratar a situação das
empresas com relação ao capital de terceiros. Se o índice apresenta-
do for, durante vários anos, acentuadamente maior do que 1, significa
que a empresa depende exageradamente de recursos de terceiros.
Grande parte das empresas que vão à falência apresenta este índice
bastante elevado; daí surge o cuidado que deve ser tomado com rela-
ção à projeção de captação de recursos. Devem ser, na medida do
possível, projetados os efeitos das políticas alternativas de captação
de recursos próprios e de terceiros.
Passivo Circulante
Participação do Exigível a Curto Prazo sobre Exigível Total =
Passivo Exigível Total
!
que se insere a entidade objeto do estudo se faz ne-
cessária para validar tais índices. E em qualquer caso,
a capacidade de pagamento da empresa está condicio-
nada à boa rentabilidade (formação de capital próprio)
e à existência de satisfatórios índices de liquidez, te-
mas que já tratamos anteriormente.
UNIDADE
Tratam-se de quocientes de alta relevância para a análise de
créditos, pois expressam a velocidade com que determinados elemen-
tos patrimoniais se renovam durante certo período de tempo. Normal-
mente, esses quocientes relacionam em si itens da Demonstração do
Resultado do Exercício e do Balanço Patrimonial ao mesmo tempo
(IUDICIBUS; MARION, 2006).
!
O valor do estoque médio é obtido pela soma dos sal-
dos mensais, dividindo o resultado pelo número de
meses considerados, em geral 12. Não existindo sal-
dos mensais, a alternativa é o valor da soma do esto-
que do balanço anterior com o do balanço sob exame,
dividida por dois (SAVYTZKY, 2007).
Período 4 143
9 se for ao contrário, significa que o negócio pode não estar indo bem,
ou a empresa está com alto nível de estoques, o que não é interessante
nos dias atuais.
UNIDADE
UNIDADE
Agora, vamos aprender outro índice muito usado
para calcular a rotatividade das compras a prazo.
Fornecedores Médio
Prazo Médio de Pagamento de Contas a Pagar =
Compras Médicas a Prazo
Período 4 145
9 Ainda, temos outros índices que são de uso importante para a
gestão financeira das empresas, como o índice de rotação do ativo
(giro do ativo):
UNIDADE
Vendas
Posicionamento do Ativo =
Ativo Médio
Quocientes de Rentabilidade
UNIDADE
que você os entenda antes de prosseguir a leitura.
Período 4 147
9 Lucro líquido – é o lucro operacional, adicionado das
receitas extraoperacionais (ganhos na alienação de valo-
res do Ativo Permanente) e deduzido das despesas
UNIDADE
UNIDADE
Lucro Operacional
Margem Operacional =
Vendas Líquidas
ou:
Lucro Líquido
Margem Líquida =
Vendas Líquidas
v
senta-se baixo ou alto de acordo com o tipo de empreendimento.
Giro do ativo – este quociente já foi visto como quociente Já trabalhamos com
de rotatividade e aqui ganha importância para compor o esse índice na seção
retorno sobre o investimento. anterior, quando trata-
mos dos quocientes de
Pode ser calculado de duas formas:
rotatividade.
Vendas Líquidas
Giro do Ativo Operacional =
Ativo Operacional Médio
ou:
Margem Operacional X
RSI – Operacional =
Giro do Ativo Operacional
ou:
Margem Líquida X
RSI – Total =
Giro do Ativo Total
UNIDADE
Retorno Sobre o Patrimônio Líquido – RSPL
De grande importância, há duas maneiras para calcular este
quociente sem que o resultado encontrado seja diferente:
Lucro Líquido
Quociente de RSPL =
Patrimônio Líquido Médio
ou:
Lucro Líquido
PL Médio
Alavancagem Financeira =
Lucro Líquido + Despesa Financeira
Ativo Médio
Período 4 151
9 Saiba mais...
Alavancagem financeira – tem como base o aumento do lucro líquido, em
UNIDADE
Outros Quocientes
UNIDADE
Esse quociente pode ser importante para o investidor, mas sua
relação com o valor mensal da ação é pequena em nosso mercado.
De modo geral, tal quociente expressa uma tendência de capi-
talização da empresa, mas, por ser afetado pelas práticas contábeis, é
um elemento de comparação entre o valor da ação e o valor patrimonial
em momentos distintos (IUDICIBUS; MARION, 2006).
Período 4 153
9 Comparação de Quocientes
UNIDADE
UNIDADE
médio do setor (Serasa – Centralização de Serviços
de Bancos).
Leia mais
Por grupos: faça uma análise isolada: sobre o
Serasa
da liquidez;
e m :
do endividamento (estrutura de capital); <http://
da rentabilidade; e serasa.com.br/
de outros quocientes de interesse. visitantes/>. Acesso
em: 13 mar. 2012.
Compare com os quocientes e as conformações dos
grupos acima, do setor. Anote algumas conclusões
preliminares para cada grupo.
Coloque todos os principais quocientes numa folha de tra-
balho. Compare atentamente a situação de liquidez, de
endividamento, os quocientes de atividades e a posição de
rentabilidade. Procure formar uma opinião de conjunto
sobre os quocientes. Se a rentabilidade for adequada e a
liquidez não, verifique atentamente os quocientes de
rotatividade e de endividamento. Escreva todas as suas
observações e conclusões.
Período 4 155
9
UNIDADE
Portanto:
UNIDADE
Devido ao fato de alguns índices só refletirem algo importante
se analisados juntamente com outros, e ao fato de que um índice ana-
lisado isoladamente pode levar a um parecer equivocado, é que res-
saltamos a importância da análise em conjunto de tais índices para
ver os reflexos que causam.
Devemos, também, observar fatores que fogem do controle dos
administradores e empresários, como: sazonalidade, políticas fiscais,
econômicas, etc.
Nas análises é importante considerar a perda do poder aquisi-
tivo. O coeficiente deflator pode ser qualquer índice apurado pelo IBGE,
FGV ou outros específicos do setor em pauta.
Esse coeficiente multiplicado pelo valor de qualquer item do Deflator – que ou o que é
aplicado às séries flutuan-
exercício mais recente converte-o ao nível do exercício anterior, ou
tes de preços com a finali-
seja, elimina o efeito do processo inflacionário. dade de restabelecer-lhes o
Os fluxos financeiros e econômicos se inter-relacionam: valor descaracterizado pela
inflação, para comparações
no início, quando o volume de vendas influi na rotação do posteriores (diz-se de índi-
ce ou coeficiente de corre-
estoque e do custo operacional; ção). Fonte: Houaiss
(2009).
no meio, quando a rotatividade determina a necessidade
de capital e colabora para a fixação do índice de rentabili-
dade; e
no final, quando ambos podem levar a problemas de liquidez
e custo operacional.
Período 4 157
9 Resumindo
r
UNIDADE
UNIDADE
a) Para que servem os índices de liquidez?
b) Quais os índices de rotatividade que você considera mais importan-
tes?
c) Na sua visão, a análise financeira realmente ajuda o administrador
no processo de tomada de decisão?
d) No final da Unidade 3 (exercício proposto número 2) você elaborou
o Balanço Patrimonial de 31/01/20x9, bem como a Demonstração
do Resultado do Exercício para o mês de jan/20x9, da Indústria Ce-
râmica Palhoça Ltda. Agora, você é desafiado a calcular o fator de
insolvência para a ICP e interpretar o resultado conforme o risco da
empresa.
Período 4 159
Referencias
^
¨
REFERÊNCIAS
Período 4 161
MINICURRÍCULO
Altair Bor
Altair gert
Borgert
Doutor em Engenharia de Produ-
ção (1999); Mestre em Administração
(1991); Graduado em Ciências
Contábeis (1988). Atualmente é Profes-
sor Associado da Universidade Federal
de Santa Catarina – UFSC; Professor do
Departamento de Ciências Contábeis; Professor do curso de
Mestrado em Administração; Professor do curso de Mestrado em
Contabilidade; Membro da Associação Brasileira de Custos; Con-
sultor Empresarial; Consultor ad hoc do Conselho Estadual de
Educação; e autor de diversos artigos publicados em Congressos
e Revistas.