Programa Proteção Respiratória 3

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RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 11

1. RECOMENDAÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PROTEÇÃO


RESPIRATÓRIA. SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES.

1.1. OBJETIVO

Apresentar recomendações para a elaboração, implantação e administração de um programa


de como selecionar e usar corretamente os equipamentos de proteção respiratória.
No ANEXO 1 estão definidos os termos técnicos utilizados.

1.2. PRÁTICAS PERMITIDAS

No controle das doenças ocupacionais provocadas pela inalação de artigo contaminado com
poeiras, fumos, névoas, fumaças, gases e vapores, o objetivo principal deve ser minimizar a
contaminação do local de trabalho. Isto deve ser alcançado, tanto quanto possível, pelas
medidas de controle coletivo (por exemplo: enclausuramento, confinamento da operação,
ventilação local ou geral, ou substituição de substâncias por outras menos tóxicas). Quando
as medidas de controle não são viáveis, ou enquanto estão sendo implantadas ou avaliadas,
devem ser usados respiradores apropriados, em conformidade com os requisitos apresentados
a seguir.

1.3. RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR

1.3.1. Fornecer o respirador, quando necessário, para proteger a saúde do trabalhador.

1.3.2. Fornecer o respirador conveniente e apropriado para o fim desejado.

1.3.3. Ser responsável pelo estabelecimento e manutenção de um programa de uso de respiradores


para proteção respiratória, cujo conteúdo mínimo está no item 2.

1.3.4. Permitir ao empregado que usa o respirador deixar a área de risco por qualquer motivo
relacionado com o seu uso. Essas razões podem incluir, mas não se limitam às seguintes:

a) falha do respirador que altere a proteção proporcionada pelo mesmo;


b) mau funcionamento do respirador;
c) detecção de penetração de artigo contaminado dentro do respirador;
d) aumento da resistência à respiração;
e) grande desconforto devido ao uso do respirador;
f) mal estar sentido pelo usuário do respirador, tais como: fraqueza, tosse, espirro,
dificuldade para respirar, calafrio, tontura, vômito, febre;
g) lavar o rosto e a peça facial do respirador, sempre que necessário, para diminuir a
irritação da pele;
h) trocar o filtro ou outros componentes, sempre que necessário;
i) descanso periódico em área não contaminada.
1.3.5. Investigar a causa do mau funcionamento do respirador e tomar providências para saná-la.
Se o defeito for de fabricação, o empregador deverá comunicá-lo ao fabricante e a SSST
(Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho).

1.4. RESPONSABILIDADES DO EMPREGADO

1.4.1. Usar o respirador fornecido de acordo com as instruções e treinamento recebidos.

1.4.2. Guardar o respirador, quando não estiver em uso, de modo conveniente para que não se
danifique ou deforme.
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1.4.3. Se observar que o respirador não está funcionando bem, deverá deixar imediatamente a área
contaminada e comunicar o defeito à pessoa responsável indicada pelo empregador nos
“Procedimentos operacionais escritos” (ver item 3).

1.4.4. Comunicar à pessoa responsável qualquer alteração do seu estado de saúde que possa
influir na sua capacidade de usar o respirador de modo seguro.

1.5. PROGRAMA MÍNIMO ACEITÁVEL DE USO DE RESPIRADORES

1.5.1. Administração do programa

O empregador deve atribuir a uma só pessoa a responsabilidade e a autoridade pelo


programa de uso de respiradores. Essa pessoa deve possuir conhecimentos de proteção
respiratória suficientes para administrar de modo apropriado o programa. A
responsabilidade do administrador pelo programa inclui o monitoramento dos riscos
respiratórios, a atualização dos registros e a realização das auditorias (ver item 2.3.).

1.5.2. Procedimentos operacionais escritos

Em toda empresa onde os respiradores forem necessários devem existir procedimentos


operacionais escritos cobrindo o programa completo de uso de respiradores. Além de existir,
esses procedimentos devem estar sendo cumpridos.

1.5.3. Limitações fisiológicas e psicológicas dos usuários de respiradores

Cabe a um médico determinar se uma pessoa tem ou não condições médicas de usar um
respirador. O conteúdo e a freqüência desse exame médico estão especificados no Anexo 6.
Com a finalidade de auxiliar o médico na sua avaliação, o administrador do programa deve
informá-lo sobre:

a) tipo de respirador para uso rotineiro e de emergência;

b) atividades típicas no trabalho; condições ambientais, freqüência e duração da atividade


que exige o uso do respirador;

c) substâncias contra as quais o respirador deve ser usado, incluindo a exposição provável
a uma atmosfera com deficiência de oxigênio.

1.5.4. A seleção do(s) tipo(s) de respirador(es) deve ser feita, considerando-se:

a) a natureza da operação ou processo perigoso;

b) o tipo de risco respiratório (incluindo as propriedades físicas, deficiência de oxigênio,


efeitos fisiológicos sobre o organismo, concentração do material tóxico, ou nível de
radioatividade, limites de exposição estabelecidos para os materiais tóxicos, concentração
permitida para o aerossol radioativo, e a concentração IPVS estabelecida para o material
tóxico);

c) a localização da área de risco em relação à área mais próxima que possui artigo
respirável;

d) o tempo durante o qual o respirador dever ser usado;

e) as atividades que os trabalhadores desenvolvem na área de risco;

f) as características e as limitações dos vários tipos de respirador;

g) o Fator de Proteção Atribuído para os diversos tipos de respirador conforme tabela 1.


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TABELA 1
FATORES DE PROTEÇÃO ATRIBUÍDOS
TIPO DE COBERTURA DAS VIAS RESPIRATÓRIAS
TIPO DE RESPIRADOR
PEÇA SEMIFACIAL (a) PEÇA FACIAL INTEIRA
PURIFICADOR DE AR 10 100

DE ADUÇÃO DE AR:
 MÁSCARA AUTÔNOMA (b) (DEMANDA) 10 100
 LINHA DE AR COMPRIMIDO (DEMANDA) 10 100
TIPO DE COBERTURA DAS VIAS RESPIRATÓRIAS
TIPO DE RESPIRADOR PEÇA PREÇA CAPUZ SEM
SEMIFA FACIAL CAPACETE VEDAÇÃO
CIAL INTEIRA FACIAL (e)
PURIFICADOR DE AR MOTORIZADO 50 1000(c) 1000 25

DE ADUÇÃO DE AR:
LINHA DE AR COMPRIMIDO
 DE DEMANDA COM PRESSÃO POSITIVA 50 1000 = =
 FLUXO CONTÍNUO 50 1000 1000 25

MÁSCARA AUTÔNOMA (CIRCUITO ABERTO OU


FECHADO)
 DE DEMANDA COM PRESSÃO POSITIVA = (d) = =
Observações sobre a Tabela 1:

a) Inclui a peça quarto facial, a peça semifacial filtrante e as peças semifaciais de elastômeros.

b) A máscara autônoma de demanda não deve ser usada para situações de emergência, como de
incêndios.

c) Os Fatores de Proteção apresentados são de respiradores com filtros P3 ou sorbentes (cartuchos


químicos pequenos ou grandes). Com filtros classe P2, deve-se usar Fator de Proteção Atribuído
100, devido às limitações do filtro.

d) Embora os respiradores de pressão positiva sejam considerados os que proporcionam maior


nível de proteção, alguns estudos que simulam as condições de trabalho concluíram que nem
todos os usuários alcançaram o Fator de Proteção 10.000. Com base nesses dados, embora
limitados, não se pode adotar um Fator de Proteção atribuído de 10.000 para esse tipo de
respirador. Para planejamento de situações de emergência, onde as concentrações dos
contaminantes possam ser estimadas, deve-se usar um Fator de Proteção Atribuído não maior
que 10.000.

e) Ver definição no Anexo 1.

NOTA: O Fator de Proteção Atribuído não é aplicável para respiradores de fuga. Para combinação de
respiradores, como por exemplo, respirador de linha de artigo comprimido equipado com um
filtro purificador de artigo, o Fator de Proteção a ser utilizado é o do respirador que está em
uso.

1.5.5. Treinamento

Cada usuário de respirador deve receber treinamento (e reciclagem), que deve incluir
explanação e discussão sobre:

a) o risco respiratório e o efeito sobre o organismo humano se o respirador não for usado de
modo correto;

b) as medidas de controle coletivo e administrativo que estão sendo adotadas e a


necessidade do uso de respiradores para proporcionar a proteção adequada;
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c) as razões que levaram à seleção de um tipo particular de respirador;

d) o funcionamento, as características e limitações do respirador selecionado;

e) o modo de colocar o respirador e de verificar se ele está colocado corretamente no rosto;

f) o modo correto de usar o respirador durante a realização do trabalho;

g) os cuidados de manutenção, inspeção e guarda, quando não estiver em uso;

h) o reconhecimento de situações de emergência e como enfrentá-las;

i) as exigências legais sobre o uso de respiradores para certas substâncias (ver anexo 7).

1.5.6. Ensaio de vedação

Antes de ser fornecido um respirador para uma pessoa, ela deve ser submetida ao teste de
vedação para verificar se aquele respirador proporciona boa vedação no seu rosto (ver item 7).
Após este teste preliminar, toda vez que for colocar ou ajustar o respirador no rosto ela deve
fazer a verificação da vedação (ver ANEXO 4).

1.5.7. Manutenção, inspeção e guarda

A manutenção deve ser realizada de acordo com as instruções do fabricante e obedecendo a


um procedimento que garante a cada usuário um respirador limpo, higienizado e em boas
condições de uso. O usuário deve examinar o respirador antes de colocá-lo, para verificar se
está em boas condições de uso. O respirador deve ser guardado em local conveniente, limpo e
higiênico (ver item 8).

1.5.8. Respiradores de fuga

Onde for distribuído respirador de fuga devido a riscos potenciais em uma emergência, os
usuários dessa área de risco devem ser treinados no seu uso. As pessoas que não realizam
tarefas nessa área, ou os visitantes, devem receber instruções breves sobre o seu uso. Para
estas pessoas, não é obrigatório o treinamento detalhado e o exame médico para verificar sua
compatibilidade com o respirador.

2. ADMINISTRAÇÃO DO PROGRAMA DE USO DE RESPIRADORES PARA PROTEÇÃO


RESPIRATÓRIA

2.1. INTRODUÇÃO

A responsabilidade e autoridade pelo programa de uso de respiradores para proteção


respiratória devem ser atribuídas a uma só pessoa. É preferível que seja da área de Higiene
Industrial da própria empresa, da Medicina do Trabalho ou do departamento de Engenharia de
Segurança. Nas empresas onde essas áreas ou departamentos não existem, o administrador
do programa pode ser uma pessoa qualificada responsável pela supervisão da fábrica.

2.2. QUALIFICAÇÕES

Para assumir as responsabilidades da administração do programa, a pessoa deve ter


conhecimentos de proteção respiratória, bem como conhecer e estar atualizada no que se
refere às publicações e aos regulamentos legais vigentes relativos.

2.3. RESPONSABILIDADES

As responsabilidades do administrador do programa devem incluir:


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a) medições, estimativas ou informações atualizadas sobre a concentração do contaminante


na área de trabalho, antes de ser feita a seleção do respirador, e periodicamente durante o
uso de respiradores, com a finalidade de garantir que o respirador apropriado está sendo
usado;

b) seleção do tipo ou classe de respirador apropriado que proporcione proteção adequada


para cada contaminante presente ou em potencial;

c) manutenção de registros e procedimentos escritos de tal maneira, que o programa fique


documentado e permita uma avaliação da sua eficácia;

d) avaliação da eficácia do programa, através de uma auditoria.

O programa, por mais abrangente que seja, é de pouco valor se não for mantido e executado
conforme foi planejado. Portanto, além ter acompanhado o seu desenvolvimento, ele deve ser
avaliado periodicamente para verificar se:

a) os procedimentos contidos no programa atendem os requisitos dos regulamentos legais


vigentes aplicáveis e os padrões aceitáveis da indústria;

b) o programa executado reflete os procedimentos operacionais escritos.

Para ser objetiva, a auditoria deve ser realizada por uma pessoa conhecedora do assunto, não
ligada ao programa nem ao seu administrador. A lista de pontos a serem verificados deve ser
preparada e atualizada, quando necessário, e deve abranger as seguintes áreas:

a) administração do programa;

b) treinamento;

c) avaliação médica;

d) ensaios de vedação;

e) amostragem do artigo e classificação do risco;

f) seleção e distribuição do respirador;

g) uso;

h) limpeza, manutenção e inspeção;

i) fontes de artigo respirável;

j) guarda dos respiradores;

k) prontidão para emergências;

l) problemas especiais.

A avaliação médica, quando realizada, pode incluir ensaios biológicos conduzidos


periodicamente para verificar se o usuário do respirador está sendo protegido adequadamente.
Os requisitos de um programa de avaliação médica devem ser determinados por um médico de
saúde ocupacional. As falhas ou deficiências detectadas durante a auditoria devem ser
corrigidas. A situação encontrada durante a auditoria deve ser documentada, inclusive os
planos para correção das falhas observadas, bem como os prazos para sua correção.

3. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ESCRITOS


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O empregador deve estabelecer procedimentos operacionais para o uso correto dos


respiradores em situações de rotina e de emergência. Cópias destes procedimentos devem
estar disponíveis para que os usuários as possam ler. O empregador deve ler e revisar estes
procedimentos periodicamente ou quando necessário. Os mesmos devem conter os elementos
a seguir:

3.1. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA USO ROTINEIRO DE RESPIRADORES

Os procedimentos operacionais devem ser escritos e cobrir o programa completo de uso de


respiradores para proteção respiratória. Devem incluir, no mínimo:

a) treinamento dos usuários;

b) ensaios de vedação;

c) distribuição dos respiradores;

d) limpeza, guarda e manutenção;

e) inspeção;

f) monitoramento do uso;

g) monitoramento do risco;

h) seleção;

i) política da empresa na área de proteção respiratória.

3.2. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA USO EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA E DE


SALVAMENTO

Embora não seja possível prever todas as situações de emergência e de salvamento para cada
tipo de operação industrial, pode-se prever muitas condições nas quais será necessário o uso
de respiradores. Pode-se chegar à escolha de respiradores apropriados para uma situação
concreta, pela análise cuidadosa dos riscos potenciais devidos a enganos na condução do
processo industrial ou a defeitos ou falhas no funcionamento.

Os procedimentos escritos para emergência ou salvamento devem:

a) definir os prováveis respiradores a serem usados, considerando os materiais e as


substâncias utilizadas, os equipamentos, a área de trabalho, o processo e as pessoas
envolvidas em cada operação;

b) com base nesta análise preliminar, verificar se os respiradores disponíveis podem


proporcionar a proteção adequada quando os usuários tiverem que entrar no ambiente da
área potencialmente perigosa. Existem situações em que as limitações do respirador
podem impedir que os usuários entrem em uma atmosfera IPVS (por exemplo: ambientes
onde haja o risco potencial de atmosferas inflamáveis ou explosivas);

c) selecionar o respirador apropriado e distribuí-lo em quantidade adequada onde possam ser


necessários para uso nas situações de emergência ou salvamento;

d) esses respiradores devem ser mantidos, inspecionados e guardados de modo que sejam
facilmente acessíveis e estejam em condições de uso quando necessário.

O procedimento deve ser revisto por pessoa que esteja familiarizada com o processo em
particular ou com a operação. Deve-se levar em conta as ocorrências passadas que exigiram o
uso de respiradores para situações de emergência e de salvamento, e as conseqüências que
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resultaram do seu uso. Devem ser levadas em conta falhas do respirador, falta de energia,
ocorrência de reações químicas não controláveis, fogo, explosão e falhas humanas. Também
devem ser identificados os riscos potenciais que podem resultar do uso desses respiradores
para emergência e resgate.

4. SELEÇÃO, LIMITAÇÕES E USO DE RESPIRADORES

4.1. FATORES QUE INFLUEM NA SELEÇÃO DE UM RESPIRADOR

4.1.1. Atividade do usuário

Na seleção de um respirador deve ser levada em conta a atividade do usuário (por exemplo: se
permanece continuamente na área de risco ou não, durante o turno de trabalho, ou se o
trabalho é leve, médio ou pesado) e a sua localização na área de risco.

4.1.2. Condições de uso do respirador

É importante considerar na seleção o tempo durante o qual ele deve estar sendo usado. Cada
tipo de respirador tem suas características que o torna apropriado para uso rotineiro, não-
rotineiro, emergências ou resgate.

4.1.3. Localização da área de risco

Na seleção deve-se levar em conta a localização da área de risco relativamente a áreas seguras
que possuam artigo respirável. Isto permite planejar a fuga na ocorrência de uma emergência,
a entrada de pessoas para a realização dos serviços de manutenção ou reparos ou para as
operações de resgate.

4.1.4. Características e limitações dos respiradores

É muito importante levar em conta, também, as características físicas e funcionais dos


respiradores, bem como as suas limitações.

4.1.5. Características da tarefa

As condições do ambiente e o nível de esforço exigido de um usuário de um respirador podem


reduzir drasticamente a vida útil do respirador. Por exemplo: em casos de extremo esforço, a
autonomia de uma máscara autônoma fica reduzida pela metade, ou mais.

4.2. SELEÇÃO DE RESPIRADORES PARA USO ROTINEIRO

4.2.1. Uso de respiradores aprovados

Somente devem ser usados respiradores aprovados. Qualquer modificação, mesmo que
pequena, pode afetar de modo significativo o desempenho do respirador.

4.2.2. A seleção de um respirador exige o conhecimento de cada operação, para determinar os riscos
que possam estar presentes e, assim, selecionar o tipo ou a classe de respirador que
proporcione a proteção adequada.

4.2.2.1. Etapas para identificação do risco

A natureza do risco respiratório deve ser determinada do seguinte modo:

a) determinar o(s) contaminante(s) que possa(m) estar presente(s) no ambiente de trabalho;

b) verificar se existe limite de tolerância, ou qualquer outro limite de exposição, ou estimar


a toxidez do(s) contaminante(s). Verificar se existe a concentração IPVS;
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c) verificar se existem regulamentos ou legislação específica para o (s) contaminante(s) (por


exemplo: asbesto, sílica, etc.). Se existir, a seleção do respirador fica dependente dessas
indicações;

d) se existir o risco potencial de deficiência de oxigênio, medir o teor de oxigênio no


ambiente;

e) medir ou estimar a concentração do (s) contaminante(s) no ambiente;

f) determinar o estado físico do contaminante. Se for aerossol, determinar ou estimar o


tamanho da partícula. Avaliar se a pressão de vapor da partícula será alta na máxima
temperatura prevista no ambiente de trabalho;

g) verificar se o contaminante presente pode ser absorvido pela pele, produzir sensibilização
da pele, ser irritante ou corrosivo para os olhos ou pele;

h) se o contaminante é vapor ou gás, verificar se é conhecida a concentração de odor,


paladar ou de irritação da pele.

4.2.2.2. Etapas para seleção do respirador

O respirador apropriado deve ser selecionado conforme o seguinte procedimento:

a) se não for possível determinar qual o contaminante tóxico potencialmente presente no


ambiente, ou a sua concentração, considerar a atmosfera IPVS. Continuar no item 4.3;
b) se não existir limite de exposição ou valores de orientação disponíveis, e se não puder ser
feita a estimativa da toxidez, considerar a atmosfera IPVS. Continuar no item 4.3;
c) se existir limite de exposição ou orientação disponível para o contaminante, siga-a;
d) se a atmosfera for deficiente de oxigênio, o tipo de respirador selecionado dependerá da
pressão parcial de oxigênio, da pressão ambiente e da concentração dos contaminantes
que possam estar presentes. Continuar no item (e) e de 4.3.1 até 4.3.4;
e) se a concentração medida ou estimada do contaminante for considerada IPVS, continuar
no item 4.3;
f) dividir a concentração medida ou estimada de cada contaminante pelo limite de
exposição ou valores de orientação para obter o Fator de Proteção Requerido. Se mais de
uma substância estiver presente, considerar os efeitos sinérgicos. A partir da tabela i,
selecionar um respirador ou tipo de respirador que possua Fator de Proteção Atribuído
maior que o Fator de Proteção Requerido. Se o respirador selecionado for do tipo
purificador de artigo, continuar no item g);
g) se o contaminante for somente gás ou vapor, escolher o filtro químico adequado. A
concentração máxima de uso do filtro químico escolhido. Continuar no item m). Se o
contaminante for um aerossol, continuar no item h);
h) se o contaminante for à base de tinta, esmalte ou verniz, contendo solvente orgânico,
escolher filtro combinado: filtro químico contra vapores orgânicos e filtro mecânico classe
P1;
i) se o contaminante for um agrotóxico contendo veículo orgânico, usar filtro combinado:
filtro químico contra vapores orgânicos e filtro mecânico classe P2; se o contaminante for
um agrotóxico contendo veículo água, usar, somente, filtro mecânico classe P2;
j) se o contaminante for um aerossol mecanicamente gerado (por exemplo, poeiras e
névoas), usar filtro classe P1*;
k) se o contaminante for um aerossol termicamente gerado (por exemplo, fumos metálicos),
usar filtro classe P2*;
l) se o contaminante for uma aerossol que contenha asbesto ou sílica cristalizada, ver
Anexo 7;

(*) Se o aerossol for se substância altamente tóxica ou de toxidez desconhecido, deverá ser
selecionado um filtro classe P3.
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m) se o contaminante é um gás ou vapor com fracas propriedades de alerta, é recomendado


o uso de respiradores de adução de artigo. Se estes não puderem ser usados por causa
da inexistência de uma fonte de artigo respirável, ou por causa da necessidade de
mobilidade do trabalhador, o respirador purificador de artigo poderá ser usado, somente
quando:

 o respirador possuir um indicador confiável de fim de vida útil que alerte o usuário
antes de o contaminante começar a atravessar o filtro;

 existir um plano de troca de filtro que leve em conta a vida útil do filtro, bem como a
desorpção (a não ser que a substituição seja diária), a concentração esperada, o
modo de usar o tempo de exposição forem estabelecidos, e que o contaminante não
possua um Limite de Tolerância – Valor Teto.

4.3. SELEÇÃO DE RESPIRADORES PARA USO EM ATMOSFERAS IPVS, ESPAÇOS CONFINADOS


OU ATMOSFERAS COM PRESSÃO REDUZIDA

4.3.1. Atmosferas IPVS

Um local é considerado IPVS quando:


a) a concentração do contaminante é maior que a concentração IPVS, ou se suspeita que ela
esteja acima do limite de exposição IPVS;
b) é um espaço confinado com teor de oxigênio menor que o normal (20,9% em volume), a
menos que a causa da redução do teor de oxigênio seja conhecida e controlada;
c) o teor de oxigênio é menor que 12,5%, ao nível do mar, ou;
d) a pressão atmosférica do local é menor que 450mmHg (equivalente a 4240m de altitude) ou
qualquer combinação de redução na porcentagem de oxigênio e pressão reduzida que leve
a uma pressão parcial de oxigênio menor que 95mmHg.

4.3.2. Respiradores para uso em condições IPVS na pressão atmosférica normal

O respirador que deve ser usado em condições IPVS provocadas pela presença de
contaminantes tóxicos, ou pela redução do teor de oxigênio, como descrito nas condições a), b)
e c), em 4.3.1, é a máscara autônoma de demanda com pressão positiva, ou uma combinação
de um respirador de linha de artigo comprimido com cilindro auxiliar para escape. Enquanto o
trabalhador estiver no ambiente IPVS, uma pessoa, no mínimo, deve estar de prontidão num
local seguro, com o equipamento pronto para entrar e efetuar o resgate, se for necessário.
Deve ser mantida comunicação contínua (visual, pela voz, telefone ou outro sinal conveniente)
entre o trabalhador que entrou no ambiente IPVS e o que está de prontidão. Enquanto
permanecer na área IPVS, o usuário deve estar com cinturão de segurança e cabo que permita
a sua remoção, em caso de acidente. Devem estar também previstos outros recursos.

4.3.3. Considerações sobre os espaços confinados.

Os espaços confinados são causa de numerosas mortes e de sérias lesões. Portanto, qualquer
espaço confinado com menos que 20.9% de oxigênio deve ser considerado IPVS, a menos que a
causa da redução do teor de oxigênio seja conhecida e controlada. Esta restrição é imposta
porque qualquer redução do teor de oxigênio é, no mínimo, uma prova de que o local é mal
ventilado.
Pode ser possível entrar sem o uso de respiradores em espaço confinado que contenha de 16%
até 20.9% em volume de oxigênio ao nível do mar, somente quando se conhece e compreende a
causa da redução do teor de oxigênio e se tem certeza de que não existem áreas mal ventiladas
nas quais o teor de oxigênio possa estar abaixo da referida faixa. Não se conhecendo a causa
do baixo teor de oxigênio, e se ela não for controlada, a atmosfera do espaço confinado deve
ser considerada IPVS.

4.3.4. Pressão atmosférica reduzida.


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A pressão atmosférica, quando é reduzida, pode levar a pressão parcial de oxigênio ppO2 a
valores baixos, mesmo mantendo a concentração em 20,9%. Por isso, quando se realizam
trabalhos em pressão atmosférica reduzida, deve-se definir a concentração de oxigênio em
termos de pressão parcial de oxigênio e não em porcentagem em volume.

4.3.4.1. Definição de deficiência de oxigênio IPVS envolvendo pressão atmosférica reduzida.

Deve ser considerada uma condição IPVS, quando a pressão parcial de oxigênio é igual ou
menor que 95mmHg. Essa deficiência de oxigênio pode ser causada: pela redução da pressão
atmosférica até 450mmHg (equivalente a uma altitude de 4240m), ou pela combinação da
diminuição da porcentagem de oxigênio e da pressão atmosférica. A tabela 2 indica as
condições em que devem ser usadas as máscaras autônomas e os respiradores de linha de
artigo comprimido combinados com cilindro auxiliar para escape.

4.3.4.2. Definição de deficiência de oxigênio não IPVS

Um ambiente onde a pressão parcial de oxigênio está entre 95 e 122mmHg deve ser
considerado uma atmosfera com deficiência de oxigênio, mas não IPVS. Esse ambiente pode
afetar de modo adverso pessoas com pequena tolerÂncia a níveis reduzidos de oxigênio, ou
pessoas não aclimatadas desempenhando tarefas que requeiram grande acuidade mental ou
tarefas de atenuar esses efeitos. A tabela 2 indica as condições nas quais é recomendado o
uso desses respiradores.

Deve ser considerada qualquer condição médica adversa que afete a tolerância de um
indivíduo a níveis reduzidos de oxigênio. Para esses indivíduos pode ser recomendável o uso
de respiradores de adução de artigo a partir da pressão parcial de oxigênio mais elevada que
os valores indicados. Esta decisão deve ser tomada durante o exame médico que antecede a
atribuição daquela tarefa.

TABELA 2

EFEITOS COMBINADOS ALTITUDE E PORCENTAGEM DE OXIGÊNIOA (a)


RESPIRADORES RECOMENDADOS
ALTITUDE PRESSÃO OXIGÊNIO NO PPO2 TEOR DE OXIGÊNIO TEOR DE OXIGÊNIO ABAIXO DO
(m) (mmHg) AMBIENTE (mmHg) ABAIXO DO QUAL É QUAL É EXIGIDA MÁSCARA
(%) EXIGIDO O USO DE AUTÔNOMA (d) OU COMBINAÇÃO
RESP. DE ADUÇÃO LINHA DE AR COM CILINDRO
DE AR (c) AUXILIAR

O2 PPO2 O2 PPO2
% mmHg % mmHg
NÍVEL DO 760 20,9 160 16 122 12,5 95
MAR
757 694 20,9 145 17,5 122 13,7 95
1500 632 20,9 133 19,3 122 15 95
2270 575 20,9 121 <20,9 = 16,5 95
3030 523 20,9 110 <20,9 (b) = 18,2 95
3287 474 20,9 99 (b) = <20,9 =
4240 450 20,9 94 (b) = <20,9 =

Observações sobre a Tabela 2:

a) ppO2 = 95mmHg, que dita a necessidade de máscara autônoma ou combinação linha de


artigo/máscara autônoma, admite que a saúde do usuário seja normal. Deve ser levada em
consideração qualquer condição médica que afete desfavoravelmente os indivíduos com
intolerância à redução do teor de O2. Para estes indivíduos, é maior a ppO2 a partir da qual é
necessário o uso de máscara autônoma. Esta é uma decisão do médico.
b) Observe que em altitudes maiores que 3030 m, um respirador de adução de artigo ou
autônomos, que forneçam artigo com 20.9% de oxigênio, não conseguem atingir o ppO2 de
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 21

122mmHg. Portanto, nos casos em que se exige o uso de respirador porque o teor de O2 está
abaixo de 20.9%, deve-se escolher um respirador especial, aprovado, do tipo de adução de
artigo, que forneça oxigênio enriquecido ou máscara autônoma de circuito fechado. A 3030 m de
altitude, deve-se usar artigo com no mínimo 23% de O2 e, a 4240 m, o artigo deve conter 27%
de O2.
c) Ver ANEXO 1;
d) De demanda com pressão positiva.

4.4. OPERAÇÕES DE JATEAMENTO

Deve-se selecionar respiradores especificamente aprovados para esse fim. O jateamento em


espaços confinados pode gerar níveis de contaminação que ultrapassem a capacidade de
qualquer respirador, exigindo a adoção de outros recursos para diminuir o Fator de Proteção
Requerido abaixo do Fator de Proteção Atribuído para aquele respirador. Deve-se estar atento ao
máximo nível de ruído permitido dentro do capuz (85 dBA) e à obrigatoriedade do uso de ar
respirável.

5. OUTROS FATORES QUE AFETAM A SELEÇÃO DE UM RESPIRADOR

5.1. PÊLOS FACIAIS

Um respirador com cobertura das vias respiratórias de qualquer tipo, seja de pressão positiva ou
negativa, não deve ser usado por pessoas cujos pêlos faciais (barba, bigode, costeletas ou
cabelos) possam interferir no funcionamento das válvulas, ou prejudicar a vedação na área de
contato com o rosto.

5.2. NECESSIDADE DE COMUNICAÇÃO

Na escolha de certos tipos de respiradores deve-se levar em conta o nível de ruído do ambiente e
a necessidade de comunicação. Falar em voz alta pode provocar deslocamento de algumas peças
faciais.

5.3. VISÃO

5.3.1. Quando o usuário necessitar usar lentes de contato, óculos de segurança, protetor facial,
óculos de soldador ou outros tipos de proteção ocular ou facial, eles não deverão prejudicar a
vedação.

5.3.2. Quando a peça facial for inteira ou do tipo que exija selagem perfeita, deverão ser usados
óculos sem tiras ou hastes que passem na área de vedação do respirador, seja de pressão
negativa ou positiva.

5.3.3. Somente é permitido o uso de lentes de contato quando o usuário do respirador está
perfeitamente acostumado ao uso desse tipo de lente. Com lentes de contato colocadas, o
trabalhador deve ensaiar o uso de respirador.

5.4. PROBLEMAS DE VEDAÇÃO NOS RESPIRADORES

5.4.1. Não devem ser usados gorros ou bonés com abas que interfiram com a vedação da peça facial
no rosto.

5.4.2. Os tirantes dos respiradores não devem passar sobre partes duras dos capacetes.

5.4.3. O uso de outros equipamentos do proteção individual, como capacetes ou máscara de soldador
não, devem interferir na vedação da peça facial.

5.5. USO DE RESPIRADORES EM BAIXAS TEMPERATURAS


RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 22

O desempenho do respirador pode ficar prejudicado quando este é usado em baixa


temperatura e isso deve ser levado em conta na seleção (lentes ou visores podem embaçar e
o congelamento pode prejudicar a vedação das válvulas).

A máscara aut6onoma aprovada para operar abaixo de 0o C deve possuir pinça nasal,
mascarilha interna ou outro meio que esses inconvenientes. A unidade do ar comprimido
deve estar dentro das especificações (ver NBR-12543), e devem ser observados outros
detalhes:

 checar todas as conexões que possam ser afetadas pela baixa temperatura;

 no frio, guardar com cuidado todos os componentes elastoméricos (peça facial, traquéia,
etc.), de modo que não se deformem e prejudiquem a vedação no rosto. Outros
componentes devem manter a elasticidade mesmo em baixa temperatura: guarnições,
gachetas, diafragmas e anéis óring.

Em temperatura muito baixa, as válvulas do respirador podem congelar abertas ou fechadas


devido à presença de umidade. Alguns respiradores de adução de ar usam o tubo Vortex
para aquecer o ar que chega à peça facial.

5.6. USO DE RESPIRADORES EM ALTAS TEMPERATURAS

Além de influir no desempenho de um respirador, o calor provoca o “stress” térmico que é


agravado pelo uso desse EPI. Por estas razões, na seleção do respirador deve-se levar em conta
esses fatores, e o médico deve aprovar a escolha.

Pode-se reduzir a contribuição ao “stress” devido ao respirador, usando respirador leve, de baixa
resistência à respiração e com espaço morto o menor possível. O ar exalado que permanece no
espaço morto do respirador é inalado no ciclo seguinte. Reduzindo o espaço morto, reduz-se o
teor de gás carbônico no ar inalado, que é o maior responsável pelo “stress” devido ao uso de
respirador. É recomendável o uso de respirador purificador de ar motorizado, respirador de
adução de ar do tipo fluxo contínuo, respirador com peça semifacial no lugar de facial inteira, se
possível, e o uso de peça facial inteira com mascarilha interna independente do modo de
operação.

O uso do tubo Vortex reduz a temperatura do ar fornecido à peça facial. A guarda de respirador
em ambiente em alta temperatura facilita a deterioração da peça facial e de componentes
elastoméricos criando deformações permanentes. Nessas condições a inspeção dever ser
freqüente.

6. TREINAMENTO

Com a finalidade de garantir o uso correto de equipamentos de proteção respiratória, devem


receber treinamento (e reciclagem periódica): o supervisor, os usuários e a pessoa que distribui o
respirador, e as equipes de emergência e salvamento.

O treinamento deve ser dado por uma pessoa qualificada (conforme a legislação vigente do MTb)
devendo ser registrados, por escrito, os nomes das pessoas que foram treinadas e as datas do
treinamento.

6.1. Supervisor

O supervisor, isto é, aquele que tem a responsabilidade de acompanhar a realização do trabalho


de uma ou mais pessoas que necessitam usar respirador, deve receber treinamento adequado
que inclua, no mínimo, os seguintes tópicos:

 conhecimentos básicos sobre práticas de proteção respiratória;


RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 23

 natureza e extensão dos riscos respiratórios a que as pessoas que estão sob sua supervisão
poderão ficar expostas;
 reconhecimento e resolução dos problemas que ocorrem com os usuários de respiradores;
 princípios e critérios de seleção de respiradores usados pelas pessoas que estão sob sua
supervisão;
 treinamento para usuários de respiradores;
 verificação, ensaio de vedação e distribuição dos respiradores;
 inspeção dos respiradores;
 uso e monitoramento do uso de respiradores;
 manutenção e guarda dos respiradores;
 regulamentos e legislação relativos ao uso dos respiradores.

6.1.2. Pessoa que distribui o respirador

A pessoa indicada para distribuir os respiradores deve receber treinamento adequado, a fim de
se garantir que o trabalhador receba o respirador adequado para a tarefa, definido pelos
procedimentos operacionais escritos.

6.1.3. Usuário do respirador

Para garantir o uso correto do respirador todo usuário deve receber um treinamento mínimo,
que deve incluir obrigatoriamente os seguintes itens:

 a necessidade do uso da proteção respiratória;


 a natureza, extensão e os efeitos dos riscos respiratórios encontrados no ambiente de
trabalho;
 a necessidade de informar o seu supervisor de qualquer problema que tenha ocorrido
consigo devido ao uso do respirador, ou com seus colegas de trabalho;
 explicação do porquê de a proteção coletiva não estar sendo realizada, ou não ser
adequada, e o que está sendo feito para diminuir ou eliminar a necessidade de uso de
respiradores;
 explicação do porquê de Ter sido escolhido aquele tipo de respirador contra aquele risco
respiratório;
 explicação sobre a operação, capacidade e as limitações do respirador selecionado;
 instruções sobre inspeção e colocação dos respiradores. Deve incluir a necessidade de ser
verificada a vedação cada vez que o respirador é colocado ou ajustado;
 explicações de como manter e guardar o respirador;
 instruções sobre procedimentos em caso de emergências e uso de respiradores em situação
de escape.

6.1.4. Equipamentos de emergência e salvamento

Devem ser criadas pelo empregador e treinadas sobre o uso de respiradores equipes de
atendimento para casos de emergência e de salvamento, como brigadas de incêndio. Deve ser
estabelecido um programa conveniente de treinamento que inclua a simulação de emergências
para assegurar a eficiência e familiaridade dos membros da equipe no uso de respiradores
durante as tarefas realizadas nas operações de emergência e salvamento.

6.2. FREQUÊNCIA DO TREINAMENTO

Todo usuário deve receber treinamento inicial quando é designado para uma atividade que exija
o uso de respirador, e a cada 12 meses o treinamento deve ser repetido.

6.3. REGISTROS

Para cada usuário deve ser mantido registro no qual conste a data, o tipo de treinamento
recebido, a avaliação do resultado obtido (se cabível) e o nome do instrutor.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 24

7. ENSAIOS DE VEDAÇÃO

Todo usuário de respirador deve ser submetido inicialmente a um ensaio quantitativo ou


qualitativo de vedação para determinar se o respirador se ajusta bem ao rosto.
Os ensaios de vedação considerados aceitáveis estão descritos no Anexo 5.

7.1. REQUISITOS DE UM ENSAIO DE VEDAÇÃO

7.1.1. Critérios aceitáveis

Se o ensaio de vedação utilizado for quantitativo, o valor do fator de vedação para os


respiradores de pressão negativa que se pretende fornecer ao usuário deve ser de no mínimo
10 (dez) vezes maior que o Fator de Proteção Atribuído.

Se o ensaio for qualitativo, somente devem ser utilizados os métodos recomendados (ver Anexo
5), pois garantem, no mínimo, um fator de vedação 10 (dez) vezes maior que o Fator de
Proteção Atribuído.

7.1.2. Respiradores de pressão positiva

Os respiradores que são do tipo com cobertura das vias respiratórias com vedação facial
devem ser colocados na posição “pressão negativa” e ensaiados qualitativa ou
quantitativamente. A finalidade deste teste é garantir que o respirador se ajuste bem no rosto,
evitando com isso que, operando na posição “pressão positiva”, ocorram vazamentos que
reduzam a autonomia. Deve ser obtido fator de vedação de no mínimo 100.

7.1.3. Peça facial

Quando, para a realização do ensaio de vedação, a cobertura das vias respiratórias com
vedação facial for modificada:

 a modificação não deverá aumentar significativamente o peso, de modo que afete o


equilíbrio ou que interfira nos ajustes;
 o fluxo de ar não deverá sofrer restrições;
 a peça facial modificada deverá ser testada preliminarmente na cabeça de manequim ou
equivalente para verificar vazamentos;
 a peça facial modificada somente deverá ser usada durante a realização do ensaio de
vedação.

7.1.4. Freqüência

O ensaio de vedação deve ser realizado para cada usuário de respirador com cobertura das
vias respiratórias com vedação facial, no mínimo uma vez a cada 12 meses.

7.1.5. Repetição do ensaio

O ensaio de vedação deve ser repetido toda vez que o usuário tenha uma alteração de condição
que possa interferir com a vedação facial, como por exemplo: mudança de 10% ou mais no
peso, cicatrizes na área de vedação, alteração na arcada dentária (perda de dente, próteses,
etc.), cirurgia reconstrutiva, etc.

7.1.6. Equipamentos de proteção

O ensaio de vedação deve ser realizado com a pessoa equipada com todos os EPIs que deve
usar para a realização do seu trabalho e que possam interferir na vedação: óculos, proteção
facial, máscara de soldador, etc. O respirador deve ser ensaiado com filtro que será usado.

7.1.7. Limpeza
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 25

Os respiradores usados nos ensaios de vedação devem ser limpos de acordo com as indicações
do item 8.1.

7.2. PROBLEMAS DE VEDAÇÃO E ALTERNATIVAS

Não deve ser permitido o uso de respirador por pessoa com cicatriz, ossos de face
excessivamente protuberantes, fronte côncava, rugas profundas na face, ausência de dentes
ou de dentadura, ou configuração facial que impeça a vedação.

Se não for possível conseguir vedação satisfatória com um respirador que exija vedação na
face são recomendadas as alternativas.

 fornecer à pessoa um respirador do tipo que não exija vedação perfeita na face (capacete
ou capuz), mas que possua Fator de Proteção Atribuído apropriado para o risco previsto;
 transferir a pessoa para outra atividade que não exija o uso de respirador.

7.3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSAI DE VEDAÇÃO

7.3.1. Número de respiradores.

É praticamente impossível que um só tamanho e modelo de respirador se adapte bem em


todos os tipos e tamanhos de face de um grupo de pessoas. É aconselhável que se tenha à
disposição delas um número apropriado de tamanhos e modelos, para que seja escolhido o
mais apropriado para cada uma.

7.3.2. Aceitação pelo usuário

O conforto é um fator importante na aceitação de uso de um respirador. Outros fatores que


influem são: resistência à respiração, diminuição da visão, dificuldade de comunicação e peso
do respirador. Os respiradores com maior aceitação são usados durante mais tempo,
proporcionando maior proteção. A aceitação de um dado respirador pelo usuário deve ser
levada em conta durante a seleção do respirador, uma vez que isso pode determinar o uso
correto do mesmo. Se o ensaio de vedação mostrar que a vedação á satisfatória com dois ou
mais modelos de respiradores, a escolha deve ser do usuário.

7.4. REGISTROS DOS ENSAIOS DE VEDAÇÃO

Os registros escritos dos ensaios de vedação devem conter as seguintes informações:

 procedimentos escritos sobre o programa de ensaios de vedação, incluindo critérios de


aceitação/rejeição;
 tipo de ensaio de vedação adotado;
 equipamento e instrumentação usados para realização do ensaio;
 calibração, manutenção e reparos dos equipamentos e instrumentos usados, quando
aplicável;
 nome ou identificação do operador do ensaio;
 identificação completa do respirador ensaiado (modelo, tamanho, etc.);
 nome ou identificação da pessoa que usou o respirador;
 data do ensaio;
 resultado do ensaio de vedação, incluindo fator de vedação obtido (quando o ensaio é
quantitativo), aceitação/rejeição (quando o ensaio é qualitativo), observações ou
dificuldades na colocação do respirador (uso de lentes de contato ou óculos, dentaduras,
cicatrizes, etc.).

8. MANUTENÇÃO, INSPEÇÃO E GUARDA

O programa de manutenção deve incluir os itens:


RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 26

a) limpeza e higienização;
b) inspeção de defeitos;
c) manutenção e reparos;
d) guarda;
e) garantia de qualidade do ar respirável.

8.1. LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO

O respirador usado por uma só pessoa deve ser limpo e higienizado freqüentemente. Os usados
por mais de uma pessoa devem estar limpos e higienizados antes do uso por pessoas diferentes.
Os respiradores de emergência devem ser limpos e higienizados após cada uso (informações
sobre limpeza e higienização no Anexo 3).

8.2. INSPEÇÃO

Com a finalidade de verificar se o respirador está em boas condições, o usuário deve inspecioná-
lo imediatamente antes de cada uso. Após cada limpeza e higienização, cada respirador deve ser
inspecionado para verificar se está em condições apropriadas de uso, se necessita de
substituição de partes, reparos, ou se deve ser jogado fora. Os respiradores guardados para
emergências ou resgate devem ser inspecionados no mínimo uma vez por mês.

A inspeção deve incluir: verificação de vazamento nas conexões; condições da cobertura das vias
respiratórias, dos tirantes, válvulas, traquéias, tubos, correias, mangueiras, filtros, indicador do
fim de vida útil, componentes elétricos e datas de vencimento em prateleira; funcionamento dos
reguladores, alarmes ou outros dispositivos de alerta. Todo componente de borracha ou de outro
elastômero deve ser inspecionado para verificar a sua elasticidade e sinas de deterioração. Os
cilindros de ar comprimido ou oxigênio devem ser inspecionados para assegurar que estejam
totalmente carregados de acordo com as instruções do fabricante. Para os respiradores de
emergência e resgate deve ser mantido registro com sa datas de cada inspeção. Os que não
satisfizerem os critérios de inspeção devem ser imediatamente retirados de uso, enviados para
reparo ou substituídos.

8.3. SUSBTITUIÇÃO DE PARTES E REPAROS

Somente pessoas treinadas na manutenção e montagem de respirador devem fazer a


substituição de peças ou realizar reparos. Somente devem ser usadas as peças de substituição
indicadas. O ajuste ou reparos de válvulas de admissão, reguladores e alarmes somente deve ser
efetuado pelo fabricante ou técnico com ele treinado. Os instrumentos para ajuste de válvulas,
regulador ou alarme devem ser calibrados contra padrões, no mínimo, a cada três anos.

8.4. GUARDA

Os respiradores devem ser guardados de modo que estejam protegidos contra agentes físicos e
químicos tais como: vibração, choque, luz solar, calor, frio extremo, umidade excessiva ou
agentes químicos agressivos. Devem ser guardados de modo que as partes de borracha ou outro
elastômero não se deformem. Não devem ser colocadas em gavetas, caixa de ferramentas, a
menos que estejam protegidos contra contaminação, distorção ou outros danos. Os de
emergência e resgate que permanecem na área de trabalho devem ser facilmente acessíveis
durante todo o tempo e devem estar em armários ou estojos marcados de modo que sua
identificação seja imediata.

8.5. Qualidade do ar para as máscaras autônomas e os respiradores de linha de ar comprimido

8.5.1. O ar comprimido gasoso utilizado nos respiradores de adução de ar deve ser de qualidade
respirável, isto é, satisfazer, no mínimo, os requisitos indicados na Norma Brasileira NBR –
12543 e os da Tabela 3.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 27

Tabela 3
QUALIDADE DO AR RESPIRÄVEL.
(De acordo com a norma ANSI-CGA G-7.1 – 1989; ar respirável grau D)

COMPONENTE REQUSITOS
- Porcentagem de Oxigênio (% em volume) 19,5 a 23,5
(o restante com predominância de nitrogênio)
Gás Carbônico 1000 ppm (máx.)
Monóxido de Carbono 10 ppm (máx.)
Óleo (névoa, vapor e material particulado) 5mg/m³
Odor (a)
Água líquida Nenhuma
Umidade (ponto de orvalho) 10oC abaixo da mínima temperatura esperada,
ou –29oC (400 ppm a 760 mmHg)

a) O ar normalmente pode Ter um ligeiro odor, porém, se for pronunciado, ele é impróprio para
consumo. Não existe procedimento para medir o odor. É verificado cheirando-se o ar que escoa em
baixa vazão.

8.5.2. Riscos do uso de oxigênio

O ar comprimido pode conter baixa contaminação de óleo devido aos equipamentos usados. Se
num orifício contaminado por óleo/graxa passar oxigênio em alta pressão, pode ocorrer
explosão ou fogo. Portanto, oxigênio gasoso comprimido não deve ser usado em respiradores
de linha de ar ou em máscaras autônomas de circuito aberto que tenham usado em
respiradores de linha de Concentrações de oxigênio acima de 23,5% somente devem ser
usadas em equipamentos projetados para operarem com oxigênio.

8.5.3. Ponto de orvalho

O ponto de orvalho do ar usado para recarga do cilindro da máscara autônoma deve ser de –
54ºC ou menos (menos que 25ppm de vapor de água). As máscaras autônomas que serão
usadas abaixo de –32ºC, devem ser carregadas com ar com ponto de orvalho de –73ºC ou
menos.

8.5.4. Ar respirável de cilindros ou de compressores de ar

O ar respirável pode provir de cilindros ou de compressores de ar.

8.5.4.1. Os cilindros devem ser ensaiados e mantidos de acordo com a legislação aplicável (por
exemplo CFR Title 49 Part 173 e Part !&%). Alguns ensaios estão indicados na tabela 4.

TABELA 4
GUIA PARA AMOSTRAGEM PERÓDICA NA COMPRA DE AR RESPIRÁVEL

MÉTODO DE PREPARAÇÃO DE AR ANÁLISE RECOMENDADA

Compressão: o fornecedor não enche os cilindros Verificar em 10% dos cilindros de cada lote o teor
com outros gases de CO (ppm) e odor

Compressão: o fornecedor enche o cilindro com Verificar em todos os cilindros a % de O2: verificar
outros gases em 10% dos cilindros de cada lote o teor de CO
(ppm) e odor

Recomendação Verificar em todos os cilindros a % de O2: verificar


em 10% dos cilindros de cada lote e teor de CO
(ppm) e odor
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 28

8.5.4.2. O compressor deve ser construído de modo a evitar a entrada de ar contaminado. Para todos
os compressores, inclusive os portáteis, a localização da tomada de ar deve merecer cuidados
especiais, bem como monitorada para garantir a qualidade do ar que alimenta o compressor.
Quando necessário, o sistema deve possuir filtro com sorbene na própria linha para garantir
a qualidade do ar respirável. A manutenção e revisão do compressor e do filtro deve ser
periódica e realizada por pessoa treinada, obedecendo às recomendações do fabricante.

8.5.4.3. Como parte dos testes iniciais de aceitação do compressor, e antes do início do seu uso,
deve-se fazer uma amostragem representativa do ar que sai, para verificação de sua
concordância com os requisitos dos itens 8.5.1. e 8.5.4. Para garantir a qualidade do ar e
verificar qualquer ponto de contaminação no sistema de distribuição, deve-se também retirar
amostra do ar nos diversos pontos de uso do ar. As amostras devem ser retiradas
periodicamente conforme programa existente. Na tabela 5 estão indicadas algumas
recomendações.

TABELA 5

AMOSTRA PERIÓDICA DO AR COMPRIMIDO

TIPO DE COMPRESSOR
TIPO/AMOSTRA LUBRIFICADO A ÓLEO NÃO-LUBRIFICADO A ACOPLADO A MOTOR DE
ÓLEO COMBUSTÃO
Vapor de água X X X
Monóxido de carbono X -- X
Hidrocarbonetos condensados X -- X
Dióxido de Carbono X -- X
Odor X x X

NOTAS:

a)Quando usar o compressor de ar, é importante localizar bem a aspiração do ar, bem como
monitorar a sua qualidade.
b) Não é indicada a freqüência da verificação da qualidade do ar devido à grande variedade de tipos
de compressor e de condições ambientais.
c)Não é necessário o monitoramento contínuo da temperatura do ar e do teor de CO.
d) Para compressores não-lubrificados a óleo, operados a menos de 2,2 bar, não é necessária a
determinação do vapor de água.
e)Esses requisitos são aplicáveis para sistema projetado para uso de ar respirável. Outros
respiradores de adução de ar necessitam de uma avaliação caso a caso para serem fixados a
freqüência e o tipo de teste.

8.5.4.4. O ponto de orvalho do ar respirável deve ser mais baixo que a menor temperatura ambiente
na qual vai ser usado o regulador ou a válvula de controle do respirador de adução de ar.

8.5.4.5. A conexão do respirador de adução de ar com a linha de suprimento deve ser incompatível
com as utilizadas para outros gases não-respiráveis. As tomadas de ar respirável devem
estar convenientemente identificadas.

8.5.4.6. Os cilindros de ar respirável devem ser marcados de acordo com a Norma Brasileira
apropriada.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 29

ANEXOS

1. DEFINIÇÕES

2. MONITORAMENTO DOS RISCOS RESPIRATÓRIOS

3. SUGESTÃO DE PROCEDIMENTOS PARA LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DE RESPIRADORES


4. RECOMENDAÇÕES PARA “VERIFICAÇÃO DA VEDAÇÃO” NO LOCAL DE TRABALHO
5. PROCEDIMENTOS PARA REALIZAÇÃO DOS “ENSAIOS DE VEDAÇÃO” QUALITATIVO E
QUANTITATIVOS
6. AVALIAÇÃO MÉDICA DE TRABALHADORES CANDIDATOS À UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
INDIVIDUAIS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
7. MTb. SSST – INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1, DE 11 DE ABRIL DE 1994.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 30

ANEXO 1 – DEFINIÇÕES

Para fins desta Publicação são definidos os seguintes termos:


1. Aerossol: partículas sólidas ou líquidas suspensas no ar.

2. Ar respirável: ar adequado para respiração. Deve obedecer aos requisitos especificados na


Norma Brasileira NBR – 12543 e na Tabela 3.

3. Atmosfera perigosa: atmosfera que contém um ou mais contaminantes em concentração


superior ao Limite de Exposição, ou que seja deficiente de oxigênio.

4. Cobertura das vias respiratórias: parte de um respirador que cobre as vias respiratórias do
usuário. Pode ser uma peça facial, capacete, capuz, roupa inflável e bocal com pinça nasal.

5. Cobertura das respiratórias com vedação facial: tipo de cobertura das vias respiratórias
projetada para proporcionar vedação completa na face. A face semifacial (inclusive a quarto
facial e a peça facial filtrante) cobre o nariz e a boca; a facial inteira cobre o nariz, a boca e os
olhos.

6. Cobertura das vias respiratórias sem vedação facial: tipo de cobertura das vias respiratórias
projetada para proporcionar vedação parcial na face. Não cobre o pescoço e os ombros, podendo
ou não proporcionar proteção da cabeça contra impacto e penetração.

7. Contaminante: substância ou material perigoso, irritante ou incômodo.

8. Capacete: capuz que oferece também proteção contra impacto e penetração.

9. Capuz: tipo de cobertura das vias respiratórias que cobre completamente a cabeça, o pescoço,
podendo cobrir parte dos ombros.

10. Diâmetro aerodinâmico: diâmetro de uma partícula esférica com densidade unitária que
possui a mesma velocidade terminal que a partícula considerada.
11. Diâmetro aerodinâmico médio mássico: ponto na distribuição de tamanho das partículas, na
qual a metade da massa das partículas tem diâmetro menor que o diâmetro aerodinâmico médio
mássico, e a outra metade tem diâmetro maior.

12. Ensaio de vedação: é o uso de certas substâncias com a finalidade de avaliar a vedação de um
respirador específico em um dado indivíduo.

13. Ensaio de vedação qualitativo: ensaio do tipo aprova/reprova baseado na resposta sensorial à
substância utilizada no ensaio.

14. Ensaio de vedação quantitativo: ensaio que utiliza instrumento para a medida da
concentração da substância empregada no ensaio, dentro e fora do respirador.

15. Espaço confinado: espaço fechado com as seguintes características: a) sua principal função não
é a ocupação humana; b) possui entrada e saída de pequenas dimensões. Exemplos de espaços
confinados: tanques, silos, vasos, poços, redes de esgoto, tubulações, carros-tanque, caldeiras,
fossas sépticas e cavernas. Tanques e estruturas em construção, enquanto não fechadas
completamente, não podem ser considerados espaços confinados. Entrada e saída de pequenas
dimensões significa que para passar é necessário o uso das mãos ou contorção do corpo.

16. Fator de Proteção Atribuído: nível de proteção que se espera alcançar no ambiente de
trabalho, quando um trabalhador treinado usa um respirador) em bom estado e ajustado de
modo correto.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 31

17. Fator de Proteção Requerido: é o quociente entre a concentração do contaminante presente e o


seu limite de exposição.

18. Fator de vedação: medida quantitativa da vedação obtida pelo uso de um respirador específico
por um dado indivíduo. É o quociente entre a concentração da substância utilizada no ensaio,
fora e dentro do respirador.

19. Filtro: é o dispositivo destinado a reter impurezas específicas contidas no ar.

20. Fracas propriedades de alerta: característica de substâncias cujo odor, sabor ou efeitos
irritantes não são detectáveis ou não são persistentes em concentração abaixo do limite de
exposição.
21. Fumos: aerodispersóides, gerados termicamente, constituídos por partículas sólidas formadas
por condensação de vapores metálicos ou por reação química.

22. Gás: fluido que não tem forma ou volume e que tende a se expandir indefinidamente.

23. Higienização: remoção de contaminantes e inibição da ação de agentes causadores de infecções


ou doenças.

24. IPVS (Imediatamente perigoso à vida ou à saúde); qualquer atmosfera que apresente risco
imediato à vida ou produza imediato efeito debilitante irreversível à saúde.

25. Limite de exposição: máxima concentração permitida de um contaminante no ar, à qual um


indivíduo pode estar exposto. Pode ser o Limite de tolerância – Média Ponderada, Limite de
Tolerância – Valor Teto, ou limites de curta exposição.

26. Limite de Tolerância – Média Ponderada: a concentração média de um contaminante no


ambiente durante um tempo especificado.

27. Limite de Tolerância – Valor Teto: representa a concentração máxima que não pode ser
excedida em momento algum da jornada de trabalho.

28. Máscara autônoma: aparelho autônomo de proteção respiratória no qual o usuário transporta o
próprio suprimento de ar respirável que é independente da atmosfera ambiente. Pode ser de
circuito aberto ou fechado.

29. Névoa: aerodispersóide, gerado mecanicamente, constituído por partículas líquidas formadas
pela ruptura mecânica de um líquido.

30. Peça facial: parte do respirador que cobre as vias respiratórias, podendo ou não proteger os
olhos.

31. Peça semifacial filtrante: peça semifacial constituída total ou parcialmente de materiais
filtrantes. O mesmo que máscara descartável.

32. Poeira: aerodispersóide, gerado mecanicamente, constituído por partículas sólidas formadas por
ruptura mecânica de um sólido.
33. Respirador: equipamento de proteção respiratória que visa a proteção do usuário contra a
inalação de contaminantes. O mesmo que máscara.

34. Respirador de adução de ar: equipamento constituído de peça facial interligada por meio de
mangueira ao sistema de fornecimento de ar, que pode ser obtido por simples depressão
respiratória, forçado por meio de ventoinha ou similar e ar comprimido proveniente de
compressor ou de cilindros de ar comprimido. Pertencem a essa categoria: a máscara autônoma,
o respirador de linha de ar comprimido, o respirador de linha de ar comprimido com cilindro
auxiliar para fuga e o respirador de ar natural.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 32

35. Respirador aprovado: equipamento tido como bom, após ensaio que demonstre o atendimento
aos requisitos mínimos exigidos pela norma correspondente. Deve possuir o certificado de
aprovação.

36. Respirador de ar natural: peça facial inteira conectada a uma mangueira de ar de comprimento
limitado, pela qual o ar atmosférico ambiente é conduzido, pela depressão de inalação, até as
vias respiratórias do usuário e liberado ao ambiente por válvula de exalação.

37. Respirador de demanda: respirador independente da atmosfera ambiente, que fornece ar


respirável à peça facial somente quando a pressão dentro desta fica negativa, pela inalação.

38. Respirador de demanda com pressão positiva: respirador no qual o ar respirável é admitido à
peça facial quando a pressão positiva dentro da mesma é reduzida devido à inalação.

39. Respirador de fluxo contínuo: respirador independente da atmosfera ambiente, que fornece
um fluxo contínuo de ar respirável ao usuário.

40. Respirador de fuga: aparelho que protege o usuário contra a inalação de atmosferas perigosas
em situações de emergência, com risco à vida ou à saúde, durante o escape.

41. Respirador de linha de ar comprimido: respirador no qual o ar respirável provém de um


compressor ou de uma bateria de cilindros.

42. Respirador purificador de ar: respirador no qual o ar ambiente passa através de um filtro para
remoção do contaminante antes de ser inalado.

43. Respirador purificador de ar motorizado: é um respirador purificador de ar equipado com


ventoinha para forçar o ar ambiente até a cobertura das vias respiratórias.

44. Respirador de pressão negativa: respirador no qual a pressão na zona próxima ao nariz ou
boca fica negativa em relação ao ambiente externo durante a fase de inalação.

45. Respirador de pressão positiva: respirador no qual a pressão na zona próxima ao nariz ou
boca fica positiva em relação ao ambiente externo durante a fase de inalação.

46. Usuário: todo indivíduo que use equipamento de proteção respiratória independente da
natureza da sua relação de trabalho com o fornecedor do mesmo.

47. Vapor: fase gasosa de uma substância que em condições ambientes de temperatura e pressão é
líquida ou sólida.

48. Verificação da vedação: teste realizado pelo próprio usuário com a finalidade de verificar se o
respirador está adaptado corretamente no rosto.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 33

ANEXO 2 – MONITORAMENTO DOS RISCOS RESPIRATÓRIOS

O nível de exposição a que está submetido um usuário de respirador é conhecido graças ao uso de
instrumentos que medem a concentração dos contaminantes ou do oxigênio no ar. Para conhecer o
risco potencial ou efetivo a que estará exposto o usuário do respirador, devem ser coletadas amostras
e feitas análises convenientes, ou cálculos apropriados para determinar a concentração média
ponderada, e quando cabível, a concentração de curta exposição. A concentração de uma substância
no ar pode ser influenciada por mudanças nas operações do processo, alterações da velocidade e
direção do vento, mudanças da temperatura ambiente entre o dia e a noite, e pela estação do ano. Por
essas razões, ao se traçar um programa para monitoramento dos riscos respiratórios, esses fatores
devem ser levados em conta. Para que a determinação da concentração do contaminante no local de
trabalho seja precisa, é essencial que o volume de ar amostrado contenha a quantidade suficientes da
substância responsável pelo risco. O volume de ar a ser coletado, ou a duração de amostragem,
depende dos seguintes fatores:

 concentração estimada da substância no ar;


 sensibilidade do instrumento e procedimentos de amostragem;
 valores estabelecidos para a concentração média ponderada no tempo e limite de exposição para
curta duração.

Embora se reconheçam as dificuldades para medir ou calcular a concentração da substância tóxica


no ambiente numa emergência, deve-se colocar todo empenho para estimá-la.

É recomendável o uso do monitoramento contínuo com alarme, a fim de alertar o usuário de


respiradores, em caso do aparecimento súbito de altas concentrações da substância tóxica.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 34

ANEXO 3 – SUGESTÃO DE PROCEDIMENTOS PARA LIMPEZA E


HIGIENIZAÇÃO DE RESPIRADORES

Além dos procedimentos recomendados pelo fabricante, são sugeridos os seguintes:

a) antes de limpar e higienizar, remover, quando necessário: filtros mecânicos e químicos, diafragma
de voz, membrana das válvulas e qualquer outro componente recomendado pelo fabricante;
b) lavar a cobertura das vias respiratórias com uma solução normal de limpeza e higienização (no
máximo a 43oC). Usar escova para remover a sujeira. Não usar escova com fios metálicos;
c) enxaguar com água morna (no máximo 43oC);
d) escoar a água e secar com ar seco;
e) limpar e higienizar todas as partes retiradas do respirador conforme indicação do fabricante;
f) secar as partes retiradas do respirador. Se necessário remover com um pano que não solte fiapos,
qualquer material estranho depositado sobre as membranas e sede das válvulas;
g) inspecionar as peças e substituir aquelas com defeito;
h) montar as partes do respirador;
i) recolocar os filtros;
j) fazer uma inspeção visual onde possível, verificar o funcionamento de alguns componentes;
k) para guardar, colocar o respirador na embalagem apropriada.

Para a limpeza podem ser usadas máquinas de uso industrial e doméstico adaptadas
convenientemente (suportes internos para montar os respiradores no lugar).

Tem sido usadas com sucesso máquinas de limpeza por ultra-som, máquinas de lavar roupa, de lavar
louça e secadoras de roupa. Devem ser tomadas precauções para evitar quedas ou agitação, bem
como a exposição a temperaturas acima das recomendadas pelo fabricante (geralmente, 43 oC no
máximo).

Para higienização são recomendáveis os compostos quaternários de amônia, encontrados no mercado,


que têm ação bactericida.

Agentes de limpeza e higienização muito concentrados e diversos solventes podem danificar os


componentes de borracha e de outros elastômeros.

Outro procedimento alternativo é lavar os respiradores com uma solução detergente e depois imergi-lo
na solução higienizante. Algumas soluções higienizantes se mostraram eficientes:

a) solução de hipoclorito (50ppm de cloro), 2 minutos de imersão;


b) solução aquosa de iodo (50ppm de iodo), 2 minutos de imersão;
c) solução aquosa do composto quaternário de amônia (200ppm de sal quaternário em água com
dureza total menor que 500ppm), 2 minutos de imersão.

A concentração do composto quaternário irá depender da dureza da água. Se o composto quaternário


não for completamente removido do respirador, pelo enxágüe com água, ele poderá provocar irritação
da pele (dermatite).

As soluções de hipoclorito e iodo são instáveis e perdem o seu efeito com o tempo. Elas podem causar
deterioração dos componentes de borracha ou de outros elastômeros e corroer componentes
metálicos. Os tempos de imersão são os indicados acima e, após a higienização, os respiradores
devem ser enxaguados com bastante água limpa.

Os respiradores podem ficar contaminados com substâncias tóxicas. Se a contaminação for leve, os
procedimentos normais de limpeza são suficientes por outro lado, às vezes são necessários
procedimentos especiais de descontaminação antes de se efetuar a limpeza e higienização.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 35

ANEXO 4 – RECOMENDAÇÕES PARA “VERIFICAÇÃO DA VEDAÇÃO” NO


LOCAL DE TRABALHO

NOTA: convém observar a diferença entre as expressões: “VERIFICAÇÃO DE VEDAÇÃO” e “ENSAIO


DE VEDAÇÃO” empregados nesta publicação. A “VERIFICAÇÃO DE VEDAÇÃO” é um ensaio
rápido feito pelo próprio usuário antes de entrar na área de risco, ou na própria área, sem o
uso de nenhum agente químico. O “ENSAIO DE VEDAÇÃO” é feito numa sala, fora da área de
risco, onde uma pessoa espalha um agente químico ao redor do rosto do usuário e observa as
suas respostas.

Toda vez que o usuário colocar o respirador antes de entrar na área de risco ou ajustá-lo quando já
estiver no local, deve-se verificar a vedação para garantir que ele está ajustado corretamente na face.

Essa “verificação de vedação” não substitui os “ensaios de vedação” qualitativos ou quantitativos.

São recomendados dois procedimentos: o de Pressão Negativa e o de Pressão Positiva. Durante a fase
de treinamento, os usuários devem ficar familiarizados com eles. Pode-se também utilizar o
procedimento indicado pelo fabricante do respirador.

1. “Verificação de vedação” pelo teste de pressão negativa

Este procedimento pode ser usado com os respiradores purificadores de artigo ou de adução de
artigo, equipados com coberturas das vias respiratórias com contato facial. É difícil fazer esta
verificação nos respiradores sem válvula. AS aberturas de entrada de artigo (filtros) são
bloqueadas completamente pela palma da mão ou pela colocação de um selo na entrada do filtro
químico de tamanho médio ou grande, ou retrangulando a traquéia ou mangueira. O usuário deve
inalar suavemente e segurar a respiração. Se a peça facial aderir ao rosto, pode-se afirmar que a
vedação da peça facial é satisfatória.

2. “Verificação de vedação” pelo teste de pressão positiva

Este teste pode ser usado em respiradores com cobertura das vias respiratórias com contato facial
e que contenham válvula de inalação e de exalação. Pode ser difícil ou impossível realizar ensaio
nos que não possuem válvulas. A válvula de exalação, ou traquéia, ou ambas são bloqueadas, e o
usuário deve exalar suavemente. A vedação será considerada satisfatória quando o usuário sentir
ligeira pressão dentro da peça facial e não conseguir detectar nenhuma fuga de artigo na zona de
vedação entre a peça facial e o rosto. Em alguns respiradores será necessário remover
temporariamente a cobertura da válvula de exalação antes do teste.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 36

ANEXO 5 – PROCEDIMENTOS PARA REALIZAÇÃO DOS


“ENSAIOS DE VEDAÇÃO” QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS
NOTA: convém observar a diferença entre as expressões: “VERIFICAÇÃO DE VEDAÇÃO” e “ENSAIO
DE VEDAÇÃO” empregados nesta publicação. A “VERIFICAÇÃO DE VEDAÇÃO” é um ensaio
rápido feito pelo próprio usuário antes de entrar na área de risco, ou na própria área, sem o
uso de nenhum agente químico. O “ENSAIO DE VEDAÇÃO” é feito numa sala, fora da área de
risco, onde uma pessoa espalha um agente químico ao redor do rosto do usuário e observa as
suas respostas.

I. ENSAIO QUALITATIVO COM VAPOR DE ACETATO DE ISOAMILA (óleo de banana)

A. Ensaio preliminar de sensibilidade olfativa

1. São necessários 3 frascos de vidro com capacidade para 1 litro e com tampa.

2. Para preparar as soluções usar água destilada, a aproximadamente 25ºC.

3. Para preparar a solução padrão de acetato de isoamila (também chamado de acetato de


isopentila): adicionar 1ml do acetato puro em 800 ml de água destilada contido no frasco de
vidro; agitar durante 30 segundos. Esta solução pode ser usada, no máximo, durante uma
semana.

4. O ensaio preliminar de sensibilidade olfativa deve ser realizado numa sala separada da que é
utilizada para o “ensaio de vedação”. Ambas as salas devem ser bem ventiladas, mas não
interligadas ao mesmo sistema de circulação de artigo.

5. Preparar a solução para o teste de odor num segundo frasco, colocando com o auxílio de
uma pipeta limpa 0,4 ml da solução padrão em 500 ml de água destilada e agitando durante
30 segundos. Deixar em repouso por 2 ou 3 minutos para que a concentração dos vapores
acima da solução atinja o equilíbrio. Esta solução somente pode ser usada durante um dia.

6. Preparar no terceiro frasco uma “prova em branco” na qual se adiciona somente 500 ml de
água destilada.

7. Identificar, com o número 1, o frasco com a solução para o teste de odor e com o número 2,
o frasco para a prova em branco. Se a etiqueta de identificação estiver colocada na tampa,
ela deve ser periodicamente trocada, para garantir a confiabilidade do ensaio.

8. Na frente dos dois frascos deve ser colocado um aviso contendo as instruções: “Este ensaio
tem por finalidade saber se você consegue sentir o cheiro de banana em concentrações
baixas. Os dois frascos na sua frente contém água, um deles contém pequena quantidade de
óleo de banana. Verifique se a tampa do frasco está bem ajustada e agite cada frasco por 2
segundos. Tire a tampa dos dois frascos, uma de cada vez, e cheire a boca do frasco. Mostre
para a pessoa encarregada do ensaio qual o frasco contém o óleo de banana”.

9. As misturas usadas no teste de odor devem ser preparadas em área separada daquela onde
se realiza esse teste, para evitar a fadiga olfativa da pessoa.

10. Se a pessoa submetida ao ensaio não conseguir identificar o frasco que contém o óleo de
banana, ela não poderá ser submetida ao teste com óleo de banana para o “ensaio de
vedação” do respirador.

11. Se a pessoa conseguir identificar corretamente o frasco que contém o óleo de banana, ela
poderá continuar no processo de seleção do respirador que se adapte ao seu rosto.

B. Escolha do respirador pelo usuário


RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 37

1. Deve ser permitido à pessoa escolher o respirador mais confortável (entre vários tamanhos e
fabricantes diferentes).

2. A escolha deve ser realizada numa sala diferente daquela onde se realiza o ensaio de vedação
para evitar a fadiga olfativa. Deve-se mostrar ao usuário, antes de definir a opção, como se
coloca e se posiciona na face, como se ajusta a tensão os tirantes. A sala deve ter espelho
para auxiliá-lo na colocação correta. Estas instruções não constituem o treinamento formal
sobre o uso que todo trabalhador deve receber, mas é somente uma revisão.

3. A pessoa deve compreender que o empregador está procurando escolher o respirador que lhe
proporcionar mais conforto, e que se for usado de modo correto lhe proporcionará a proteção
adequada.

4. A pessoa deve colocar os respiradores no rosto e eliminar aqueles que não dão um ajuste
confortável. Normalmente se começa com um semifacial, e se nenhum der boa vedação,
deve-se experimentar a peça facial inteira.

5. As peças faciais mais confortáveis são separadas, e aquela que preliminarmente se


mostrou mais confortável deve ser colocada e usada por no mínimo 5 minutos. Todos os
ajustes devem ser realizados pelo próprio usuário sem assistência ou ajuda da pessoa que
conduz o ensaio ou de outra pessoa. A avaliação do conforto pode ser feita discutindo os
pontos indicados no parágrafo 6, apresentado a seguir. Se a pessoa não está habituada a
usar aquele tipo de respirador, deve ser orientada para colocar o respirador algumas vezes e
fazer os ajustes dos tirantes toda vez, de modo que encontre a tensão correta dos tirantes.

6. A avaliação do conforto deve incluir a discussão com o usuário dos seguintes pontos, dando
a ele, porém, o tempo adequado para que possa fazer as suas observações.

 posicionamento do respirador no nariz;


 compatibilidade com EP1 para proteção ocular;
 facilidade para falar;
 posicionamento do respirador na face.

7. Para auxiliar a verificação de que o ajuste do respirador é satisfatório ou não, devem ser
usados alguns critérios:

 ajuste no queixo bem feito;


 tensão dos tirantes;
 ajuste correto no nariz;
 tendência a escorregar;
 auto-observação no espelho.

8. A pessoa deve verificar a vedação pelo teste convencional de pressão negativa e positiva (ver
Anexo 4). Antes de realizar essa verificação a pessoa deve fazer com que o respirador se
acomode ao rosto, movimentando rapidamente a cabeça para os lados e de cima para baixo,
enquanto respira profundamente.

9. A pessoa está, agora, pronta para realizar o ensaio de vedação.

10. Depois de realizar o ensaio de vedação deve ser perguntado novamente à pessoa sobre o
conforto do respirador. Se for considerado desconfortável, deve-se experimentar outro tipo ou
modelo.

11. Deve ser dado ao usuário, a qualquer tempo, a oportunidade de selecionar outra peça facial,
se aquela escolhida se mostrar muito desconfortável.

C. “Ensaio de Vedação” no respirador escolhido


RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 38

1. A câmara de ensaio deve ser semelhante a um tambor de 200 I com a boca para baixo. É
formada por um plástico transparente suportado por m aro com diâmetro de 60cm e com o
topo da câmara a 15cm acima da cabeça da pessoa. No centro do topo da câmara, pelo lado
interno, deve existir um pequeno gancho.

2. Em cada respirador que vai ser ensaiado deve ser colocado um filtro químico contra vapores
orgânicos. Os filtros devem ser trocados no mínimo semanalmente.

3. Em uma sala diferente da utilizada para o ensaio preliminar de sensibilidade olfativa, a


pessoa deve selecionar, colocar no rosto e ajustar corretamente o respirador. Esta sala deve
estar separada da outra criada, ser bem ventilada (exaustão geral ou por capela do
laboratório, para evitar a contaminação de todo o ambiente).

4. Pelo lado de dentro da câmara deve existir uma cópia do procedimento dos exercícios e do
trecho que vai ser lido.

a) Respire normalmente.
b) Respire profundamente. Esteja consciente de que sua respiração seja
profunda e regular.
c) Vire a cabeça completamente para um lado e para o outro. Inale em cada
lado. Esteja certo de que os movimentos foram completos. Não deixe o respirador bater
nos ombros.
d) Movimente a cabeça para cima e para baixo. Inale enquanto a cabeça
estiver voltada para cima (olhando para o teto). Esteja certo de que os movimentos foram
completos. Não deixe o respirador bater no peito.
e) Durante alguns minutos, leia em voz normal, o trecho indicado.
f) Ande sem sair do lugar.
g) Respire normalmente.

Texto para leitura: (aproximadamente 8 linhas completas).

5. Antes de realizar o ensaio de vedação cada pessoa deve usar o respirador pelo menos 10
minutos.

6. Depois de entrar na câmara a pessoa deve receber e pendurar no gancho do topo um pedaço
de papel toalha (13 x 15cm) ou um outro absorvente poroso, dobrado na metade e
umedecido com 0,75 ml de acetato de isoamila puro.

7. Aguardar dois minutos antes de iniciar os exercícios do ensaio de vedação para garantir que
o vapor se espalhe pela câmara. Durante esse tempo é conveniente explicar para a pessoa o
ensaio de vedação, a importância da cooperação, a necessidade dos movimentos da cabeça,
ou demonstrar alguns dos exercícios.

8. Executar durante 1 minuto cada exercício especificado no parágrafo 4.

9. Durante a realização do ensaio, se a pessoa sentir o cheiro de banana o ensaio deverá ser
suspenso, e imediatamente a pessoa deverá deixar a câmara e a sala para evitar a fadiga
olfativa. O respirador não está vedando o suficiente, o ensaio falhou, ou seja, o uso do
respirador não foi aprovado.

10. Se o ensaio falhou, a pessoa deve voltar para a sala onde foi feita a escolha do respirador,
retirar o que estava usando, repetir o ensaio preliminar de acuidade olfativa, escolher e
colocar outro respirador, voltar para a sala de ensaio de vedação e recomeçar o procedimento
descrito no parágrafo 4 até o 8. O procedimento continua até que se encontre o respirador
que se ajuste bem naquela pessoa. Se o ensaio de acuidade ao odor realizado neste parágrafo
falhou, aguardar 5 minutos antes de repeti-lo, pois, geralmente, após esse tempo, a
sensibilidade volta.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 39

11. Se nenhuma peça semifacial deu resultado satisfatório, a pessoa deve tentar uma peça facial
inteira.

12. Quando um respirador for considerado aprovado neste ensaio, a pessoa antes de deixar a
câmara deve levantar ligeiramente a aba de vedação para provocar vazamento, e com isso
assegurar que a pessoa não sentirá o cheiro de banana devido à fadiga olfativa, mas sim por
causa da boa vedação.

13. Quando a pessoa deixar a câmara deve remover o papel absorvente e entregá-lo a quem
conduz o ensaio. Para manter a área livre do cheiro de banana nos ensaios subseqüentes, os
papéis usados devem ser colocados em saco hermético.

14. Convém que sejam selecionadas pelo menos duas peças faciais e que a pessoa possa usá-las
por uma semana para que escolha a mais confortável.

15. Pessoas que tenham sido aprovadas neste ensaio podem usar respiradores com peça
semifacial, em ambiente com concentração de até 10 vezes o limite de tolerância.

16. O ensaio não deve ser realizado se a pessoa estiver com barba ou pêlos faciais crescidos na
área de vedação do respirador.

17. Se o cabelo crescido ou o corte do cabelo interferirem com a vedação, devem ser alterados ou
removidos, de modo a eliminar a interferência e permitir ajuste satisfatório. Se for impossível
alcançar um bom ajuste, deve ser usado um respirador com pressão positiva (motorizado,
linha de ar ou autônomo).

18. Se a pessoa sentir dificuldade para respirar durante a realização do ensaio de vedação,
deverá ser encaminhada a um médico especialista em moléstias pulmonares para verificar se
tem condições de executar o trabalho previsto.

19. O ensaio qualitativo deve ser realizado no mínimo a cada 12 meses.

20. Como a vedação do respirador pode ser afetada, deve-se imediatamente repetir o ensaio
qualitativo quando a pessoa tenha:

 alteração no peso de 10kg ou mais;


 cicatrizes significantes na área facial de vedação;
 mudanças significantes na arcada dentária: extrações múltiplas sem prótese, colocação
de dentadura;
 cirurgia plástica ou reconstrutiva;
 qualquer outra condição que interfira na vedação.

D. Registro dos resultados

Deve ser mantido por três anos um registro resumido com os resultados dos ensaios, contendo:

1. Nome da pessoa.

2. Data do ensaio.

3. Nome da pessoa que conduziu o ensaio.

4. Respiradores selecionados (fabricante, modelo, tamanho, número do CA).

5. Substância usada no ensaio de vedação.

II. ENSAIO QUALITATIVO COM AEROSSOL DE SOLUÇÃO DE SACARINA:


RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 40

A. Escolha do respirador pelo usuário

O respirador deve ser escolhido de acordo com os procedimentos descritos no item B do ensaio
com vapor de acetato de isoamila, com exceção de que o respirador deve estar agora com filtro
mecânico classe P1.

B. Ensaio preliminar de acuidade de paladar

1. Para realizar o ensaio preliminar de sensibilidade de paladar e o ensaio de vedação, deve-se


usar um capuz que cubra a cabeça e os ombros. Deve ter diâmetro aproximado de 30cm,
altura de 40cm e pelo menos a parte frontal livre para não interferir com os movimentos da
cabeça do usuário quando com o respirador.

2. Na frente do capuz, na altura do nariz e da boca do usuário, deve existir um orifício com
diâmetro aproximado de 20mm para acomodar o bico nebulizador.

3. Antes da realização do ensaio preliminar e do ensaio de vedação a pessoa deve receber uma
explicação sobre todo o conteúdo e procedimentos.

4. Durante o ensaio preliminar de acuidade de paladar a pessoa deve colocar o capuz e respirar
com a boca, com a língua estendida.

5. Usando um nebulizador (DeVilbiss Modelo 40 para inalação de medicamentos ou


equivalente), a pessoa que conduz o ensaio de nebulizar a solução de sacarina para o ensaio
preliminar dentro do capuz. Este nebulizador deve estar identificado perfeitamente para
poder ser distinguido do usado com solução para o ensaio de vedação.

6. A solução para o ensaio preliminar é preparada dissolvendo-se 0,83g de sacarina sódica


(pró-análise) em 100 ml de água. Pode ser , também, preparada colocando-se 1ml da solução
usada para o ensaio de vedação em 100 ml de água (ver parágrafo 7 do item C).

7. Para gerar o aerossol o bulbo do nebulizador deverá ser apertado firmemente, de modo que
uma parede do bulbo encoste na outra e deixando se expandir totalmente.

8. Dar 10 bombadas rapidamente e perguntar à pessoa que está com o capuz se está sentindo
o gosto da sacarina.

9. Se a resposta for negativa, bombear rapidamente mais 10 vezes e repetir a pergunta.

10. Se a segunda resposta for negativa, bombear rapidamente mais 10 vezes e repetir a
pergunta.

11. A pessoa que conduz o ensaio deve anotar o número de bombadas necessárias para
conseguir uma resposta positiva.

12. Se com 30 bombadas (parágrafo 10) a pessoa não sentir o sabor da sacarina, o ensaio de
vedação com sacarina não pode ser usado com ela.

13. Se a pessoa conseguir sentir o sabor, deve-se pedir a ela que procure se lembrar dele, porque
vai ser usado no ensaio de vedação.

14. Usando corretamente o nebulizador é suficiente 1 ml da solução colocada no bulbo para


realizar o ensaio preliminar.

15. O nebulizador deve ser bem lavado, deixado secar e enchido novamente, no mínimo, pelo
menos a quatro horas.

C. “Ensaio de Vedação” no respirador escolhido


RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 41

1. A pessoa deve colocar e ajustar o respirador sem a assistência de ninguém.

2. O capuz empregado no ensaio é o mesmo descrito no item B-2.

3. A pessoa deve usar o respirador pelo menos durante 10 minutos antes de realizar o ensaio.

4. A pessoa deve colocar o capuz quando já estiver usando o respirador equipado com filtro
mecânico.

5. Pelo menos durante 15 minutos antes do ensaio de vedação a pessoa não deve comer,
beber (água pura é permitida) ou mascar goma.

6. Usar um segundo nebulizador, igual ao primeiro, para nebulizar a solução dentro do


capuz. Deve estar marcado de modo visível para distingui-lo do usado durante o ensaio
preliminar.

7. Preparar a solução para o ensaio de vedação dissolvendo 83g de sacarina em 100 ml de


água morna.
8. Como antes, a pessoa deve respirar com a boca aberta e a língua para fora.

9. Colocar o bico do nebulizador no orifício do capuz e nebulizar a solução para o ensaio de


vedação, usando a mesma técnica empregada no ensaio preliminar de acuidade de
paladar, e o mesmo número de bombadas necessárias para obter a resposta naquele
ensaio (ver parágrafos B-8 até B-10).

10. Após a geração do aerossol, ler as instruções para a pessoa que usa o respirador. Cada
exercício deve ser realizado durante um minuto.

a) Respire normalmente.
b) Respire profundamente. Esteja consciente que sua respiração seja profunda e regular.
c) Vire a cabeça completamente para um lado e para outro. Inale em cada lado. Esteja
certo de que os movimentos foram completos. Não deixe o respirador bater nos ombros.
d) Movimente a cabeça para cima e para baixo. Inale enquanto a cabeça estiver voltada
para cima (olhando para o teto). Esteja certo de que os movimentos foram completos.
Não deixe o respirador bater no peito.
e) Durante alguns minutos leia em voz normal o trecho indicado.
f) Ande sem sair do lugar.
g) Respire normalmente.

Texto para leitura: (aproximadamente 8 linhas completas).

11. Para manter uma concentração de aerossol adequada durante este ensaio, nebulize a cada
30 seg. a metade do número de bombadas utilizadas no ensaio de sensibilidade de paladar
(10, 20 ou 30).

12. A pessoa deve avisar o operador do ensaio o instante em que sentir o gosto de sacarina.

13. Se o gosto de sacarina for detectado, a vedação não foi satisfatória e deve-se procurar outro
respirador.

14. Convém que sejam selecionadas pelo menos duas peças faciais e que a pessoa possa usá-
las por uma semana para que escolha a mais confortável.

15. Pessoas que tenham sido aprovadas neste ensaio podem usar respiradores com peça
semifacial, em ambiente com concentração de até 10 vezes o limite de tolerância.

16. O ensaio não deve ser realizado se a pessoa estiver com barba ou pêlos faciais crescidos na
área de vedação do respirador.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 42

17. Se o cabelo crescido ou o corte do cabelo interferirem com a vedação, devem ser alterados
ou removidos, de modo a eliminar a interferência e permitir ajuste satisfatório. Se for
impossível alcançar um bom ajuste, deve ser usado um respirador com pressão positiva
(motorizado, linha de artigo ou autônomo).

18. Se a pessoa sentir dificuldade para respirar durante a realização do ensaio de vedação,
deverá ser encaminhada a um médico especialista em moléstias pulmonares para verificar
se tem condições de executar o trabalho previsto.

19. O ensaio qualitativo deve ser realizado no mínimo a cada 12 meses.

20. Como a vedação do respirador pode ser afetada, deve-se imediatamente repetir o ensaio
qualitativo quando a pessoa tenha:

 alteração no peso de 10kg ou mais;


 cicatrizes significantes na área facial de vedação;
 mudanças significantes na arcada dentária: extrações múltiplas sem prótese, colocação
de dentadura;
 cirurgia plástica ou reconstrutiva;
 qualquer outra condição que interfira na vedação.

D. Registro dos resultados

Deve ser mantido por três anos um registro resumido dos resultados dos ensaios, contendo:

1. Nome da pessoa.
2. Data do ensaio.
3. Nome da pessoa que conduziu o ensaio.
4. Respiradores selecionados (fabricante, modelo, número do CA).
5. Substância usada no ensaio de vedação.

III. ENSAIO QUALITATIVO COM FUMOS IRRITANTES

A. Escolha do respirador pelo usuário

Os respiradores devem ser escolhidos de acordo com o descrito no item B do ensaio com acetato
de isoamila, com exceção de que o respirador deve estar equipado com um filtro mecânico classe
P3.

B. Ensaio de vedação no respirador escolhido

1. Deve-se deixar a pessoa que vai ser submetida ao ensaio sentir o cheiro de baixas
concentrações do agente de teste, para familiarizar-se com o odor característico.

2. A pessoa deve usar o respirador pelo menos durante 10 minutos antes de realizar o ensaio.

3. O condutor do ensaio deve rever com a pessoa que vai usar o respirador o procedimento
completo do ensaio.

4. A pessoa deve fazer a “Verificação de vedação” pelos métodos convencionais de pressão


positiva e negativa. Se esta verificação mostrar vazamentos, deve ser escolhido outro
respirador.

5. Quebrar as duas extremidades do tudo de fumaça para teste de ventilação contendo cloreto
estânico ou tetracloreto de titânio. Colocar um tubo curto em uma extremidade do tubo de
fumaça e ligar a outra extremidade do tubo de fumaça à sucção de uma bomba para artigo,
de baixa pressão, ajustada para um fluxo de 200 ml/min (ou um bulbo de borracha com
válvulas direcionais).
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 43

6. Avisar que os fumos podem irritar os olhos e que, portanto, convém que fiquem fechados
durante a realização do ensaio.

7. O condutor do ensaio deve dirigir a corrente de fumos irritantes para a zona de vedação do
respirador. Deve-se iniciar o ensaio com a extremidade da mangueira afastada 30 cm da
peça facial e movimentando sempre a mangueira ao redor de todo o perímetro da peça facial,
aproximar do rosto, gradualmente, com incrementos de 3 cm.

8. A pessoa deve ser avisada para realizar cada exercício durante um minuto, enquanto está
submetida aos fumos irritantes:

a) Respire normalmente.
b) Respire profundamente. Esteja consciente que sua respiração seja profunda e regular.
c) Vire a cabeça completamente para um lado e para outro. Inale em cada lado. Esteja certo
de que os movimentos foram completos. Não deixe o respirador bater nos ombros.
d) Movimente a cabeça para cima e para baixo. Inale enquanto a cabeça estiver voltada
para cima (olhando para o teto). Esteja certo de que os movimentos foram completos. Não
deixe o respirador bater no peito.
e) Durante alguns minutos leia em voz normal o trecho indicado.
f) Ande sem sair do lugar.
g) Respire normalmente.

9. Se a pessoa sentir o cheiro irritante, a passagem de artigo pelo tubo de fumaça deverá ser
suspensa e o respirador rejeitado. Escolher outro para novo ensaio.

10. Quando o respirador for considerado aprovado (a pessoa não sentiu cheiro irritante), deve-se
deixar a pessoa sentir o cheiro irritante do agente de teste para verificar se ela reage a esse
estímulo. Se ela não sentir o cheiro, o ensaio de vedação deverá ser considerado sem valor.

11. As etapas B4, B9 e B10 deste procedimento devem ser realizadas num local com exaustão
apropriada para evitar a contaminação da sala de teste pelo agente irritante.

12. Convém que sejam selecionadas pelo menos duas peças faciais e que a pessoa possa usá-las
por uma semana para que escolha a mais confortável.

13. Pessoas que tenham sido aprovadas neste ensaio podem usar respiradores com peça
semifacial, em ambiente com concentração de até 10 vezes o limite de tolerância.

14. O ensaio não deve ser realizado se a pessoa estiver com barba ou pêlos faciais crescidos na
área de vedação do respirador.

15. Se o cabelo crescido ou o corte do cabelo interferirem com a vedação, devem ser alterados ou
removidos, de modo a eliminar a interferência e permitir ajuste satisfatório. Se for impossível
alcançar um bom ajuste, deve ser usado um respirador com pressão positiva (motorizado,
linha de artigo ou autônomo).

16. Se a pessoa sentir dificuldades para respirar durante a realização do ensaio de vedação,
deverá ser encaminhada a um médico especialista em moléstias pulmonares para verificar se
tem condições de executar o trabalho previsto.

17. O ensaio qualitativo deve ser realizado no mínimo a cada 12 meses.

18. Como a vedação do respirador pode ser afetada, deve-se imediatamente repetir o ensaio
qualitativo quando a pessoa tenha:

 alteração no peso de 10kg ou mais;


 cicatrizes significantes na área facial de vedação;
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 44

 mudanças significantes na arcada dentária: extrações múltiplas sem prótese, colocação


de dentadura;
 cirurgia plástica ou reconstrutiva;
 qualquer outra condição que interfira na vedação.

C. Registro dos resultados

Deve ser mantido por três anos um registro resumido dos resultados dos ensaios, contendo:

1. Nome da pessoa.
2. Data do ensaio.
3. Nome da pessoa que conduziu o ensaio.
4. Respiradores selecionados (fabricante, modelo, número do CA).
5. Substância usada no ensaio de vedação.

IV. PROCEDIMENTOS PARA ENSAIO QUANTITATIVO DE VEDAÇÃO

1. Introdução

a) Este método somente é aplicável para os respiradores purificadores de artigo não-motorizados.


b) O empregador deve designar uma pessoa que assuma toda a responsabilidade pelo programa
de ensaio quantitativo de vedação.

2. Definições

a) Ensaio de vedação quantitativo é uma medida da eficiência da vedação alcançada pelo uso de
um respirador ao impedir a penetração da atmosfera ambiente pela zona de contato da peça
facial com o rosto. O resultado do ensaio é expresso pelo quociente entre a concentração do
agente de ensaio da câmara e a concentração do agente de ensaio dentro da peça facial
quando o elemento filtrante normalmente utilizado é, substituído por um filtro mecânico
classe P3.

b) Agente de ensaio: contaminante introduzido na câmara de ensaio de modo que se possa


comparar a sua concentração na câmara e dentro do respirador.

c) Posição normal: significa que a pessoa está de pé em posição ereta com os braços estendidos
ao longo do corpo e olhando para a frente.

d) Fator de vedação: quociente entre a concentração doa gente de ensaio na câmara e a


concentração do agente de ensaio dentro da peça facial ou cobertura das vias respiratórias.

3. Equipamento

a) ensaio quantitativo de vedação: podem ser usados os sistemas usuais de geração, diluição e
medida que empregam aerossol de óleo de milho, de cloreto de sódio ou de outras substâncias.
São aceitos também outros métodos quantitativos.

b) Câmara de ensaio: deve ser o suficientemente grande para permitir a realização dos exercícios
sem interferir com a distribuição do agente de ensaio ou com o equipamento de medição,
evitar que o agente se espalhe pelo ambiente da sala e que mantenha a concentração
uniforme.

c) O filtro normal usado no respirador deve ser substituído por um filtro mecânico classe P3 do
mesmo fabricante.

d) O resultado das concentrações medidas devem ser registrados automaticamente num


instrumento capaz de detectar fator de vedação de no mínimo 2000.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 45

e) Deve-se evitar que a concentração do agente dentro do respirador ultrapasse o limite de


exposição. Para isso, pode ser necessário alterar a concentração da câmara.

f) A sonda de amostragem deve ser construída e colocada no respirador de modo que não
ocorram vazamentos no ponto de inserção, e que não interfira na vedação do mesmo.

g) A câmara deve permitir que se acompanhe o ensaio e observe o usuário do respirador, durante
a sua realização.

h) A concentração do agente dentro da câmara deve ser constante, com variação máxima de 10%
durante a realização do ensaio.

i) O tempo de resposta dos instrumentos utilizados, incluindo o registrador, deve ser menor que
2 segundos.

j) O diâmetro e comprimento dos tubos de amostragem devem obedecer às recomendações do


fabricante.

k) O artigo que sai da câmara de ensaio deve passar por um filtro classe P3 antes de ser lançado
na sala.

l) Quando se usa como agente o cloreto de sódio, a umidade relativa da câmara deve ser, no
máximo, 50%.

4. Preparação para o ensaio

a) O ensaio deve começar pelas peças semifaciais. Devem estar disponíveis respiradores de mais
de um fabricante.
 Verificação de vedação pelo teste de pressão positiva: com a válvula de exalação bloqueada,
a pressão provocada por uma exalação suave não deve provocar vazamentos na área de
contacto com a face.
 Verificação de vedação pelo teste de pressão negativa: com as entradas de artigo
bloqueadas pela palma da mão, a pressão provocada por uma inalação suave deve-se
manter constante, por alguns segundos.

b) Depois de ter ajustado corretamente o respirador, a pessoa deve usá-lo, pelo menos, durante 5
minutos, antes de realizar um dos ensaios de vedação descritos a seguir e executando
exercícios contidos no item 5.
 Ensaio com Acetato de isoamila: com filtro contra vapores orgânicos colocado no
respirador, o usuário deve responder se sente o cheiro de banana quando o agente de
ensaio é dirigido para as partes mais vulneráveis de vazamento na zona de vedação. Deve
ser verificado, antes e depois do ensaio, se o usuário detecta o cheiro do acetato de
isoamila.
 Ensaio com fumos irritante: com filtro mecânico classe P3 colocado, no respirador o
usuário com os olhos fechados durante todo o ensaio, deve responder se sente o cheiro
irritante do agente de ensaio (cloreto estânico ou tetracloreto de titânio usados nos ensaios
de ventilação), quando ele é dirigido para as partes mais vulneráveis de ventilação.

c) Somente quando o respirador for aprovado no ensaio de vedação


descrito no item 4b é que a pessoa poderá ser submetida ao ensaio de vedação
quantitativa.

d) Antes de a pessoa entrar na câmara a concentração do agente de


ensaio dentro dela deve estar razoavelmente constante.

e) A concentração do agente do respirador deve ser medida


imediatamente após a entrada de 5% para as peças semifaciais, e de 1% para as peças
inteiras.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 46

f) Antes de iniciar o ensaio confirmar se a concentração, dentro da


câmara, está constante. Os tirantes não devem estar apertados demais, mas ajustados
com a tensão normal de uso.

5. Exercícios

Antes de entrar na câmara a pessoa deve receber instruções completas sobre qual será a sua
participação nos ensaios. Deve realizar, na seqüência indicada, todos os seguinte exercícios:

a) Respiração normal: durante um minuto, em posição normal, sem falar, respirar normalmente.

b) Respiração profunda: durante um minuto, em posição normal, respirar profundamente, mas


sem provocar hiperventilação.

c) Virar a cabeça em posição normal, girar completa e lentamente a cabeça de um lado para
outro, manter a cabeça por 5 segundos em cada posição extrema e realizar, no mínimo, 3
ciclos completos.

d) Levantar e abaixar a cabeça: em posição normal, levantar e abaixar a cabeça completa e


lentamente, mantendo-a em cada posição extrema por 5 segundos. Repetir, no mínimo, 3
ciclos completos.

e) Leitura: a pessoa deve ler vagamente um texto em voz alta, de modo que o condutor do ensaio
ou outra a pessoa possa ouvir claramente.

f) Caretas: a pessoa deve fazer caretas, sorrir, ficar carrancuda etc., de modo a usar os músculos
faciais durante 15 segundos, no mínimo.

g) Curvar-se: a pessoa deve curvar-se para tocar os sapatos com as mãos e retornar à posição
normal. Repetir a operação durante 30 segundos, no mínimo.

h) Andar: andar sem sair do lugar durante 30 segundos no mínimo.

i) Respiração normal: como no parágrafo 5.a.

Texto para leitura (aproximadamente 5 linhas completas).

6. O ensaio deve ser suspenso quando ocorrer um pico de penetração do agente de ensaio maior que
5% para os respiradores com peça semifacial e 1% para os de peça facial inteira. A pessoa pode
reajustar o respirador e repetir o exercício. Se dois ensaios em três forem suspensos, o ensaio de
vedação reprovou o uso daquele respirador para aquela pessoa.

7. Cálculo do fator de vedação

a) O fator de vedação determinado pelo ensaio quantitativo de vedação é igual a concentração do


agente de ensaio na câmara dividido pela concentração média dos picos medidos dentro do
respirador.

b) A concentração do agente de ensaio na câmara é a média aritmética da concentração no início


e no fim do ensaio.

c) A concentração média dos picos dentro do respirador é a média dos picos obtidos nos nove
exercícios. Em cada exercício, o valor do pico é calculado pela média dos picos obtidos em
cada inalação.

d) A média dos picos em um exercício pode ser determinada graficamente, se não houver grande
variação.

8. Interpretação dos resultados


RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 47

O valor do Fator de Vedação medido deve ser igual ao menor dos três fatores de proteção obtidos
nos três ensaios realizados.

9. Outros requisitos

a) Não deve ser permitido a uma pessoa usar um respirador com peça semifacial ou facial inteira,
se não forem alcançados, no mínimo, os fatores de vedação 100 e 1000, respectivamente. Se o
cabelo crescido ou barba interferirem na vedação, eles devem ser cortados para eliminar os
vazamentos. Se a vedação não for satisfatória, deve-se fornecer respiradores de pressão
positiva, tais como: purificadores de artigo motorizados, de adução de artigo ou máscaras
autônomas.

b) O ensaio não deve ser realizado se o pêlos faciais interferirem com a vedação.

c) Se a pessoa sentir dificuldades para respirar durante a realização do ensaio de vedação deve
ser encaminhada a um médico especialista em moléstias pulmonares para verificar se tem
condições de executar o trabalho previsto.

d) Deve ser dada a oportunidade de a pessoa usar o respirador escolhido por uma semana. Se
não mostrar vedação aceitável durante o uso, a pessoa poderá solicitar outro ensaio de
vedação quantitativo, o qual deverá ser realizado imediatamente.

e) Deve ser fornecida, ao trabalhador, uma ficha do fator de vedação contendo:

 Nome;
 Data do ensaio de vedação;
 Fator de proteção obtido com cada respirador ensaiado (nome do fabricante, modelo e
número do CA.);
 Nome e assinatura da pessoa que executou o ensaio.

f) Os filtros mecânicos usados nos ensaios de vedação devem ser substituídos semanalmente, ou
sempre que a resistência à respiração tenha aumentado ou, ainda, quando o agente de ensaio
tenha alterado a sua integritude. Os filtros contra vapores orgânicos devem ser trocados
diariamente ou antes, se permitirem a passagem do agente.

10. O ensaio quantitativo deve ser repetido imediatamente quando ocorrer:

 alteração no peso de 10kg ou mais;


 cicatrizes significantes na área facial de vedação;
 mudanças significantes na arcada dentária: extrações múltiplas sem prótese, colocação de
dentadura;
 cirurgia plástica ou reconstrutiva;
 qualquer outra condição que interfira na vedação.

11. Registro de resultados

Deve ser mantido por três anos um registro resumido dos resultados dos ensaios, contendo:

 Nome da pessoa.
 Data do ensaio.
 Nome da pessoa que conduziu o ensaio.
 Fator de vedação obtido com cada respirador ensaiado (fabricante, modelo, tamanho e
número do CA.).
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 48

ANEXO 6 – AVALIAÇÃO MÉDICA DE TRABALHADORES CANDIDATOS À


UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS INDIVIDUAIS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

A utilização de proteção respiratória individual contra inalantes deve ser adotada apenas após a
avaliação dos seguintes parâmetros:

1. Características físicas do ambiente de trabalho, notadamente a temperatura, umidade e pressões


parciais de O2 e necessidades de utilização de outros EPIs.
2. Demandas físicas específicas das atividades a que o usuário está alocado.
3. Tempo de uso em relação à jornada de trabalho *uso contínuo durante a jornada ou não).
Estas informações devem ser encaminhadas ao médico examinador pelo responsável pela área de
higiene e segurança do local em questão. Com estes dados o examinador procederá à entrevista,
exame clínico e, se necessário, funcional do candidato ao uso do EPI. As condições abaixo listadas
exigem uma avaliação cuidadosa:

 Deformidades faciais: A presença de deformidades faciais ósseas ou cicatrizes extensas pode


impedir um ajuste facial adequado do respirador e impedir sua utilização. O uso de próteses
dentárias também deve ser adequado, pois a ausência de próteses nos maxilares inferior ou
superior causa deformidades faciais.

 Pêlos faciais: A barba impede um ajuste facial adequado.

 Doenças pulmonares: candidatos à utilização de EPR com doenças pulmonares obstrutivas e


restritivas previamente diagnosticadas e sintomáticos não devem utilizá-los. A presença isolada de
sintomas, notadamente a dispnéia de esforços, exige uma avaliação cuidadosa, incluindo
avaliação funcional respiratória. A asma brônquica, com crises esporádicas pode não excluir a
utilização de respiradores, com a devida orientação ao usuário.

 Doenças cardiovasculares: a insuficiência coronariana crônica, as arritmias, notadamente as


arritmias ventriculares, e os usuários com infarto prévio não devem utilizar EPR mecânica com
pressão negativa.

 Doenças neurológicas: a epilepsia controlada, isto é, ausência de crises nos últimos 12 meses e
bom controle farmacológico não contra-indicam a utilização de EPR.

 Alterações psíquicas: Candidatos apresentando claustrofobia não devem utilizar EPR. A ansiedade
pode ser também um fator limitante, dependendo de sua magnitude.

A avaliação médica específica dos usuários de EPR deve ser renovada anualmente, juntamente com o
exame periódico. Na ocorrência de queixas relacionadas ao sistema respiratório, é necessário que se
atente para a conveniência de uso continuado do EPR em relação aos achados clínicos.

APÊNDICE: AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR

Os testes de função pulmonar recomendados para os candidatos à utilização de EPR, com queixas
respiratórias prévias, são basicamente o Volume Expiratório Forçado no 1º segundo (VEF 1), a
Capacidade Vital Forçada (CVF), a relação VEF1/CVF e a Ventilação Voluntária Máxima (VVM).
Critérios para exclusão de uso de equipamento de proteção respiratória com filtros mecânicos com
pressão negativa são um ou mais dos itens abaixo:
1. VEF1/CVF menor que o limite inferior de normalidade e VEF1 menor que 80% do previsto
2. VEF1/CVF normal com CVF menor que 70% do previsto
3. VVM menor que 75% do previsto
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 49

Estes testes deverão ser feitos sempre por técnicos treinados e equipamentos que estejam em
conformidade com as normas da American Thoracic Society (American Thoracic Society
Standardization of Spirometry-1987. Am. Rev. Respir. Dis. 1987;136:1285-98).

ANEXO 7

MINISTÉRIO DO TRABALHO

SECRETARIA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1, DE 11 DE ABRIL DE 1994

A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso de suas atribuições e,

CONSIDERANDO a necessidade de um controle eficaz dos ambientes de trabalho por


parte das empresas, como condição a uma adequada política de segurança e saúde para os
trabalhadores;

CONSIDERANDO que, quando as medidas de proteção coletiva adotadas no ambiente de


trabalho não forem suficientes para controlar os riscos existentes, ou estiverem sendo implantadas,
ou ainda em caráter emergencial, o empregador deverá adotar, dentre outras, aquelas referentes à
proteção individual que garantam condições adequadas de trabalho;

CONSIDERANDO as dúvidas suscitadas em relação à adequada proteção dada aos


trabalhadores quando da adoção de equipamentos de proteção respiratória por parte das empresas;

CONSIDERANDO a necessidade de disciplinar a utilização desses equipamentos, dentro


de critérios e procedimentos adequados, quando adotados pelas empresas;

CONSIDERANDO os artigos 166 e 167 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT;

CONSIDERANDO a Norma Regulamentadora nº 06 da Portaria nº 3.214, de 08/06/78, e


alterações posteriores, resolve:

Baixar a presente Instrução Normativa – I.N., estabelecendo Regulamento Técnico sobre o


uso de equipamentos para proteção respiratória.

Art. 1º. O empregador deverá adotar um conjunto de medidas com a finalidade de


adequar a utilização dos equipamentos de proteção respiratória-EPR, quando necessário para
complementar às medidas de proteção coletiva implementadas, ou enquanto as mesmas estiverem
sendo implantadas com a finalidade de garantir uma completa proteção ao trabalhador contra os
riscos existentes nos ambientes de trabalho.

§ 1º. As medidas previstas neste artigo deverão observar os seguintes princípios:

I. o estabelecimento de procedimentos escritos abordando, no mínimo:

a. os critérios para a seleção dos equipamentos;


b. o uso adequado dos mesmos levando em conta o tipo de atividade e as
características individuais do trabalhador;
c. a orientação ao trabalhador para deixar a área de risco por motivos
relacionados ao equipamento;

II. a indicação do equipamento de acordo com os riscos aos quais o trabalhador


está exposto;
III. a instrução e o treinamento do usuário sobre o uso e as limitações do EPR;
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 50

IV. o uso individual dos equipamentos, salvo em situações específicas, de acordo


com a finalidade dos mesmos;

V. a guarda, a conservação e a higienização adequada;

VI. o monitoramento apropriado e periódico das áreas de trabalho e dos riscos


ambientais a que estão expostos os trabalhadores;

VII. o fornecimento somente a pessoas fisicamente capacitadas a realizar suas


tarefas utilizando os equipamentos;

VIII. o uso somente de respiradores aprovados e indicados para as condições em


que os mesmos forem utilizados;

IX. a adoção da proteção respiratória individual após a avaliação prévia dos


seguintes parâmetros:

a. características físicas do ambiente de trabalho;


b. necessidade de utilização de outros EPI;
c. demandas físicas específicas das atividades de que o usuário está
encarregado;
d. tempo de uso em relação à jornada de trabalho;
e. características de atmosfera imediatamente perigosas à vida ou à saúde.

X. a realização de exame médico no candidato ao uso do EPR, quando por


recomendação médica, levando em conta, dentre outras, as disposições do
inciso anterior, sem prejuízo dos exames previstos na NR 07.

§ 2º. Para a adequada observância dos princípios previstos neste artigo, o empregador
deverá seguir, além do disposto nas Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho,
no que couber, as recomendações da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho – FUNDACENTRO contidas na publicação intitulada “PROGRAMA DE PROTEÇÃO
RESPIRATÓRIA – RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES” e também as Normas
Brasileiras, quando houver expedidas no âmbito do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial – CONMETRO.

Art. 2º. A seleção das EPR deverá observar, dentre outros, os valores dos fatores de
proteção – FP atribuídos contidos no Quadro 1 anexo à presente I.N.

Parágrafo único. Em atmosferas contendo sílica e asbesto, além dos requisitos


estabelecidos neste artigo, o empregador deverá observar, na seleção do respirador adequado, as
indicações dos Quadros II e III anexo à presente I.N.

Art. 3º. Os EPR somente poderão ser comercializados acompanhados de instruções


impressas contendo, no mínimo, as seguintes informações:

I. a finalidade a que se destina;


II. a proteção oferecida ao usuário;
III. as restrições ao seu uso;
IV. a sua vida útil;
V. orientação sobre guarda, conservação e higienização.
Parágrafo único. As instruções referidas neste artigo deverão acompanhar a menor
unidade comercializada de equipamentos.

Art. 4º. Esta I.N. entra em vigor 120 dias após a data de sua publicação, ficando
revogada a I.N. SSST/MTb nº 01, de 13 de julho de 1993.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 51

QUADRO I – FATORES DE PROTEÇÃO ATRIBUÍDOS PARA EPR (5)

TIPO DE COBERTURA DAS VIAS RESPIRATÓRIAS


TIPO DE RESPIRADOR
PEÇA SEMIFACIAL (1) PEÇA FACIAL INTEIRA
PURIFICADOR DE AR 10 100

DE ADUÇÃO DE AR:
 MÁSCARA AUTÔNOMA (b) (DEMANDA) 10 100
 LINHA DE AR COMPRIMIDO (DEMANDA) 10 100
TIPO DE COBERTURA DAS VIAS RESPIRATÓRIAS
TIPO DE RESPIRADOR PEÇA PREÇA CAPUZ SEM
SEMI- FACIAL CAPACETE VEDAÇÃO
FACIAL INTEIRA FACIAL (e)
PURIFICADOR DE AR MOTORIZADO 50 1000(3) 1000 25

DE ADUÇÃO DE AR:
LINHA DE AR COMPRIMIDO
 DE DEMANDA COM PRESSÃO POSITIVA 50 1000 - -
 FLUXO CONTÍNUO 50 1000 1000 25

MÁSCARA AUTÔNOMA (CIRCUITO ABERTO OU


FECHADO)
 DE DEMANDA COM PRESSÃO POSITIVA - (4) - -

NOTAS:

1. Inclui a peça quarto facial, a peça semifacial filtrante e as peças semifaciais de elastômeros.
2. A máscara autônoma de demanda não deve ser usada para situações de emergência como
incêndios.
3. Os fatores de proteção apresentados são de respiradores com filtros P3 ou sorbentes (cartuchos,
químicos pequenos ou grandes). Com filtros classe P2, deve-se usar fator de proteção atribuído
100 devido às limitações do filtro.
4. Em situações de emergência, onde as concentrações dos contaminantes possam ser estimadas,
deve-se usar um fator de proteção atribuído não maior que 10.000,
5. O fator de proteção atribuído não é aplicável para respiradores de fuga.

QUADRO II – RECOMENDAÇÕES DE EPR PARA SÍLICA CRISTALIZADA

CONCENTRAÇÃO AMBIENTAL EQUIPAMENTO


Até 10 vezes o limite de tolerância Respirador com peça semifacial ou peça semifacial filtrante
Filtros P1, P2 ou P3, de acordo com o diâmetro aerodinâmico das
partículas (1)
Até 50 vezes o limite de tolerância Respirador com peça facial inteira com filtro P2 ou P3 (1)
Respirador motorizado com peça semifacial e filtro P2
Linha de ar fluxo contínuo e peça semifacial
Linha de ar de demanda e peça semifacial com pressão positiva
Até 100 vezes o limite de tolerância Respirador com peça facial inteira com filtro P2 ou P3 (1)
Linha de ar de demanda com peça facial inteira
Máscara autônoma de demanda
Até 1000 vezes o limite de tolerância Respirador motorizado com peça facial inteira e filtro P3
Capuz ou capacete motorizado e filtro P3
Linha de ar fluxo contínuo e peça facial inteira
Linha de ar de demanda e peça facial inteira com pressão positiva
Máscara autônoma de pressão positiva
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 52

Maior que 1000 vezes o limite de tolerância Linha de ar de demanda e peça facial inteira com pressão positiva
e cilindro de fuga
Máscara autônoma de pressão positiva

NOTA:

1. Para diâmetro aerodinâmico médio mássico maior ou igual a 2 micra pode-se usar filtros classe
P1, P2 ou P3. Para diâmetro menor que 2 micra deve-se usar o de classe P3.

QUADRO III – RECOMENDAÇÕES DE EPI PARA ASBESTO

Até 2 fibras/cm3 Respirador com peça semifacial com filtro P2 ou peça semifacial
filtrante
Até 10 fibras/cm3 Respirador com peça com filtro P3
Respirador motorizado com peça semifacial e filtros P2
Linha de ar de demanda com peça semifacial e pressão positiva
Até 100 fibras/cm3 Respirador com peça facial inteira com filtro P3
Linha de ar de fluxo contínuo com peça facial inteira
Linha de ar de demanda
Máscara Autônoma de demanda
Até 200 fibras/cm3 Respirador motorizado com peça facial inteira e filtro P3
Linha de ar fluxo contínuo com peça facial inteira
Linha de ar de demanda com peça facial inteira e pressão positiva
Capuz ou capacete motorizado com filtro P3
Linha de ar fluxo contínuo com capuz ou capacete
Maior que 200 fibras/cm3 Linha de ar fluxo com peça facial inteira e cilindro de escape
Linha de ar de demanda com peça facial inteira, pressão positiva e
cilindro de escape
Máscara autônoma de demanda com pressão positiva

RESUMO PARA O CATÁLOGO DAS PUBLICAÇÕES DA FUNDACENTRO.

Objetivando garantir a proteção do usuário de respiradores, a Instrução Normativa nº 1, de


11/04/94, após apresentar considerações importantes, como, por exemplo, a priorização das medidas
de Proteção Coletiva, estabeleceu um Regulamento Técnico sobre o uso de Equipamentos de Proteção
Respiratória (EPR).
Esta publicação contém os requisitos mínimos para o estabelecimento e implantação de um Programa
de Proteção Respiratória, como, por exemplo, escolha do respirador; treinamento das pessoas
envolvidas; ensaio de vedação do respirador na face do usuário; manutenção dos EPR e realização de
auditoria.
A correta implantação do Programa de Proteção Respiratória ajuda a preservar a saúde do
trabalhador e ajuda a empresa no cumprimento das normas legais.
RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 53

SOBRE O LIVRO

Formato: 21 x 28 cm. Tipologia: Bookman 10/12.


Papel: Offset 75 g/m (miolo). Couche Liso 150 g/m
(capa. Impressão: Gráfica da FUNDACENTRO.
Tiragem: 5.000. 2a edição: 1995

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