Crimes Contra A Liberdade e A Autodeterminação Sexual Dos Menores
Crimes Contra A Liberdade e A Autodeterminação Sexual Dos Menores
Crimes Contra A Liberdade e A Autodeterminação Sexual Dos Menores
3 Sobre esta evolução, com referências bibliográficas, MARIA JOÃO ANTUNES, “Crimes contra
menores: incriminações para além da liberdade e da autodeterminação sexual”, Boletim da
Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, vol. LXXXI, 2005, pp. 57 e ss. Mais
recentemente, cf. ANA RITA ALFAIATE, A Relevância Penal da Sexualidade dos Menores, Coim-
bra Editora, 2009, pp. 26 e ss.
4 Cf. FIGUEIREDO DIAS, Direito Penal. Parte Geral. Questões Fundamentais. A Doutrina Geral
do Crime, Coimbra Editora, 2004, p. 118, e Comentário Conimbricense do Código Penal.
Parte Especial, tomo I, Coimbra Editora, 1999, Nótula antes do artigo 163.º, § 3. Sobre o
objecto de protecção do direito penal sexual, nomeadamente atenta toda a discussão doutrinal
gerada em torno de documentos como o Wolfenden Report inglês, de 1957, o Model Penal
Code americano, de 1962, o Projecto Governamental alemão, de 1962, e o Projecto Alternativo
alemão, de 1968, cf. KARL PRELHAZ NATSCHERADETZ, O direito penal sexual: conteúdo e limi-
tes, Almedina, 1985, pp. 89 e ss. e, especialmente, pp. 22 e ss. e 123 e ss.
5 A incriminação vinha sendo criticada pela doutrina: MOURAZ LOPES, “Os Crimes Contra a
Liberdade e Autodeterminação Sexual no Código Penal, após a Revisão de 1995, Coimbra
Editora, 1995, p. 67, TERESA PIZARRO BELEZA, “A revisão da Parte especial na reforma do
Código Penal: legitimação, reequilíbrio, privatização, «individualismo»”, Jornadas Sobre a
Revisão do Código Penal, Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa, 1998,
pp. 91 e s., e “Sem Sombra de Pecado. O Repensar dos Crimes Sexuais na Revisão do
Código Penal”, Jornadas de Direito Criminal. Revisão do Código Penal I, Centro de Estudos
Judiciários, Lisboa 1996, p. 181, JORGE DIAS DUARTE, “Homossexualidade com menores.
Artigo 175.º do Código Penal”, Revista do Ministério Público, Ano 20, n.º 78, 1999, pp. 106
e s., e MARIA JOÃO ANTUNES, Comentário Conimbricense do Código Penal. Parte Especial,
tomo I, Coimbra Editora, 1999, artigo 175.º, §§ 4 e s. Deve também salientar-se que o
Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 247/2005 julgou inconstitucional, por violação dos arti-
gos 13.º, n.º 2, e 26.º, n.º 1, da Constituição, a norma do artigo 175.º do Código Penal, na
parte em que pune a prática de actos homossexuais com adolescentes mesmo que se não
verifique, por parte do agente, abuso da inexperiência da vítima (Diário da República, II Série,
27 de Outubro de 2005); e que o Acórdão n.º 351/2005 do mesmo Tribunal julgou inconsti-
tucional, por violação dos artigos 13.º, n.º 2, e 26.º, n.º 1, da Constituição, a norma do
artigo 175.º do Código Penal, na parte em que pune a prática de actos homossexuais com
adolescentes mesmo que se não verifique, por parte do agente, abuso da inexperiência da
vítima e na parte em que na categoria de actos homossexuais de relevo se incluem actos
sexuais que não são punidos nos termos do artigo 174.º do mesmo Código (Diário da Repú-
blica, II Série, 20 de Outubro de 2005).
7 Assim, ANA RITA ALFAIATE, ob. cit., pp. 88 e ss., relativamente a certos comportamentos, por
referência aos artigos 69.º e 70.º da Constituição da República Portuguesa.
8 Sobre isto, GIOVANNI COCCO, “Puo costituire reato la detenzione di pornografia minorile?”,
Rivista Italiana di Diritto e Procedura Penale, 2006, pp. 862 e ss., e ALBERTO CADOPPI, Com-
mentario delle norme contro la violenza sessuale e contro la pedofilia, CEDAM, 2006, pp. 41
e ss. Entre nós, COSTA ANDRADE, “Bruscamente no Verão Passado”, a reforma do Código de
Processo Penal. Observações críticas sobre uma Lei que podia e devia ter sido diferente,
Coimbra Editora, 2009, p. 34, MARIA JOÃO ANTUNES, “Crimes contra a liberdade e a autode-
terminação sexual de menores”, Revista do CEJ, 1.º semestre 2008, número 8 (especial),
pp. 208 e ss.
9 “O «direito penal do bem jurídico» como princípio jurídico-constitucional. Da doutrina penal,
da jurisprudência constitucional portuguesa e das suas relações”, XXV Anos de Jurispru-
dência Constitucional Portuguesa, Coimbra Editora, 2009, p. 41.
10 Veja-se o exemplo recente da Petição Parem esta Lei (a lei é o Código de Execução de Penas
e Medidas Privativas da Liberdade, aprovado pela Lei n.º 115/2009, de 12 de Outubro, recen-
temente entrado em vigor).
11 Cf. Exposição de Motivos da Proposta de Lei n.º 98/X, que esteve na base da Lei n.º 59/2007.
Com relevo para a discussão em redor do n.º 3 do artigo 30.º do CP, especificamente no que
toca a crimes contra a liberdade e a autodeterminação sexual de um mesmo menor, cf.
Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, de 5 de Novembro de 2008 (processo 08P2812).
Em geral, MARIA DA CONCEIÇÃO VALDÁGUA, “As alterações ao Código Penal de 1995, relativas
ao crime continuado. Propostas no Anteprojecto de Revisão do Código Penal”, Revista Por-
tuguesa de Ciência Criminal, 2006, pp. 527 e ss.
Já depois das Jornadas terem tido lugar, foi apresentada na Assembleia da República o Pro-
jecto de Lei n.º 277/XI, no sentido da eliminação da parte final do n.º 3 do artigo 30.º, cuja
exposição de motivos é significativa de uma opção que é apenas “político-criminalmente cor-
recta”. Contrariando o que aí se afirma, note-se que o instituto não tem aplicação quando o
circunstancialismo “aumenta o grau de culpa do agente”.
12 A conclusão decorre, desde logo, da comparação com o artigo 5.º da Lei de Identificação Cri-
minal (Lei n.º 57/98, de 26 de Outubro).
13 Cf. o artigo 178.º, n.os 3 e 4, do CP e, com conteúdo algo distinto, o artigo 281.º, n.º 7, do
CPP. Sobre isto, COSTA ANDRADE, ob. cit., pp. 34 e ss., e SÓNIA FIDALGO, Revista Portu-
guesa de Ciência Criminal, 2008, p. 277.