Manual para Elaboração de Um Laudo de Inspeção Predial
Manual para Elaboração de Um Laudo de Inspeção Predial
Manual para Elaboração de Um Laudo de Inspeção Predial
Inspeção Predial
Sumário
1. Introdução
2. Classificação da Inspeção Predial
3. Etapas da Inspeção Predial
4. Como deve ser o Laudo da Inspeção Predial
5. Classificação das anomalias e falhas
6. Classificação em nível de criticidade da falha ou anomalia
7. Indicação de prioridades
8. O Registro Fotográfico
9. Periodicidade de Inspeções
10. Principais termos
11. Conclusões
12. Referências
Introdução
Em 2009, o IBAPE/SP fez uma pesquisa de Causa X Efeito para acidentes em edificações
com mais de 10 anos de construída. O resultado atenua a importância de se fazer a
manutenção adequada em edificações com o intuito de se diminuir o colapso e a
deterioração precoce das edificações.
NÍVEL 1
NÍVEL 2
A Inspeção Predial nesse nível é elaborada por profissionais habilitados em uma ou mais
especialidades.
NÍVEL 3
Sendo assim, segue abaixo uma lista dos sistemas a ser analisado pelo inspetor:
A ABNT (2012) e a IBAPE/SP (2012) declaram que o checklist deve orientar a inspeção,
considerando os seguintes quesitos:
Para elaboração do laudo, alguns pontos devem ser abordados de acordo com o IBAPE
(2012):
• Identificação do solicitante;
• Classificação do objeto da inspeção;
• Localização;
• Data da Diligência;
• Descrição Técnica do objeto;
• Tipologia e Padrão Construtivo;
• Utilização e Ocupação;
• Idade da edificação;
• Nível utilizado;
• Documentação solicitada, documentação entregue e documentação analisada;
• Descrição do Critério e Método da Inspeção Predial;
• As informações gerais consideradas;
• Lista de verificação dos elementos construtivos e equipamentos vistoriados,
descrição e localização das respectivas anomalias e falhas constatadas;
• Classificação e análise das anomalias e falhas quanto ao grau de risco;
• Indicação de prioridade;
• Avaliação da manutenção e condições de uso da edificação e dos sistemas;
• Recomendações técnicas;
• Recomendações gerais e de sustentabilidade;
• Relatório Fotográfico;
• Recomendação do prazo para nova Inspeção Predial;
• Data do laudo.
• Assinatura do(s) profissional (ais) responsável (eis), acompanhado do nº do CREA
ou do CAU;
• Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade
Técnica (RRT).
Além disso, é importante observar os itens citados pelo Código de Processo Civil (CPC),
bem como pela NBR 13752 (ABNT, 1996) listados abaixo, para definir os requisitos
mínimos de um laudo.
A Inspeção Predial pode ser responsável por encontrar uma ou mais patologias nos
edifícios.
Classificação de anomalias
• Endógena
o Proveniente da própria edificação (projetos, materiais e execução)
• Exógena
o Decorrente de fatores externos, ou seja, provocadas por terceiros
• Natural
o Decorrente de fenômenos da natureza
• Funcional
o Degradação por envelhecimento natural dos sistemas construtivos
Classificação de falhas
• Planejamento
o Decorrente de especificações, processos ou periodicidade inadequadas
do plano de manutenção
• Execução
o Proveniente de falha na execução de manutenções e atividades
• Operacional
o Procedimentos inadequados de registro e controle e demais atividades
pertinentes
• Gerencial
o Decorrente da falha ou da falta de controle de qualidade, bem como de
custos dos serviços de manutenção.
Classificação em nível de criticidade da falha ou anomalia
A classificação quanto à criticidade de uma anomalia ou falha deve ser realizada levando
em consideração aspectos técnicos, como probabilidade de causar acidentes, custo de
reparo, grau de deterioração, comprometimento do valor imobiliário e perda do
desempenho desejado.
a) CRÍTICO: risco de provocar danos contra a saúde e segurança das pessoas e do meio
ambiente; perda excessiva de desempenho e funcionalidade causando possíveis
paralisações; aumento excessivo de custo de manutenção e recuperação;
comprometimento sensível de vida útil.
Como explicam Costa e Zancan (2012), para adequar o método à inspeção predial,
“deve-se atribuir pesos a cada anomalia existente e fazer a multiplicação entre eles
obtendo-se assim, o total de pontos”.
Gomide, Pujadas e Fagundes Neto (2009) propuseram a adaptação do sistema GUT para
manutenção predial, conforme a figura:
Figura 3 – Critérios do grau de risco e pesos referentes a metodologia utilizada para a classificação da ordem de
prioridades das irregularidades
Quanto maior o valor final maior a criticidade e prioridade. Pode-se então facilmente
elencar as prioridades, com menor subjetividade no trabalho.
Esta ordenação servirá para avaliar e auxiliar o plano de manutenção da edificação, bem
como verificar não conformidades concentradas em um sistema, subsistema ou área
específica
O Registro Fotográfico
Com relação à periodicidade em que as inspeções devem ser feitas nas edificações, não
há uma norma oficial que determine tais prazos, porém alguns períodos são
recomendados (CREA-SP, 2018):
• A cada 5 (cinco) anos para edifícios de até 20 (vinte) anos;
• A cada 3 (três) anos para edifícios entre 21 (vinte e um) e 30 (trinta anos), e,
independentemente da idade para todas as edificações não residenciais;
• A cada 2 (dois) anos, para edificações entre 31 (trinta e um) e 50 (cinquenta
anos);
• A cada 1 (um) ano, para edificações com mais de 50 (cinquenta) anos.
Principais Termos
É importante ressaltar que a Inspeção Técnica não é Manutenção, esta tem por objetivo
direcionar a manutenção. Além disso, lembre-se que a deficiência no diagnóstico das
falhas causa retrabalho e gastos desnecessários, sem contar que o problema poderá
ressurgir, agravando a situação e causando prejuízo ainda maior.
Por isso, ambos os serviços (inspeção e manutenção) devem ser feitos por profissionais
capacitados e responsáveis.
Referências
_____. ABNT 13752: Perícias de engenharia na construção civil. Rio de Janeiro, 1996.
CÓIAS, V. Inspeções e ensaios na reabilitação de edifícios. 2 ed. IST Press: Lisboa. 2009.
SENA, Gildeon; LEONI, Matheus; CARIM, Abdala. Patologia das Construções. 1ª Edição.
Salvador: Editora 2B, 2020.