Tarefa2HE - Jose Assis
Tarefa2HE - Jose Assis
Tarefa2HE - Jose Assis
“Os jesuítas, que organizaram o primeiro sistema de ensino formal do Brasil, deixaram
profundas marcas da sua intenção de disseminação da fé, dos princípios da Igreja
Católica. Por outro, o trabalho não era bem visto, como registra Holanda (1995),
lembrando que entre as nações Ibéricas predominava a concepção antiga de que o ócio
importava mais que o negócio e que a atividade produtora. Longe do ensino formal, que
priorizava a elite, havia os processos educativos no cotidiano dos outros grupos, como
nas oficinas de artesãos, também chamadas por alguns historiadores como “escolas de
artífices”, e também nos quilombos. ” (p.11)
“Ainda no início dos anos 1930, também começam a ganhar espaço no Brasil
as escolas, para crianças e adolescentes, especializadas em arte, como a
Escola Brasileira de Arte, segundo os registros de Ana Mae Barbosa. Ficam
evidentes dois pólos no ensino da Arte. De um lado, a valorização do desenho
como técnica e, de outro, “a exaltação dos elementos internos expressivos
como constituintes da própria forma”, como diz Barbosa (2005). De 1937 a
1945 o estado político ditatorial implantado no Brasil, afastando das cúpulas
diretivas educadores de ação renovadora, entravou o desenvolvimento da arte-
educação e solidificou alguns procedimentos. ” (p.15)
“No contexto brasileiro, quatro movimentos são apontados por Góes (2002)
como “fundacionais”: o Movimento de Cultura Popular (MCP), no Recife, criado
em maio de 1960; a Campanha De Pé no Chão também se Aprende a Ler, em
Natal, deflagrado em fevereiro de 1961; o Movimento de Educação de Base
(MEB). Esses movimentos, mesmo tendo uma “ideologia comum de esquerda”
utilizaram diferentes estratégias para os seus propósitos, também comuns, de
“incluir os excluídos da sociedade”. Nos anos 1970, a apresentação dos
programas reflete a influência da tendência tecnicista. A divisão do trabalho
didático em quatro grandes blocos separados – objetivos, conteúdos, métodos
e avaliação. A LDB n. 5692/71 é tecnicista e incita à profissionalização.
Semelhante à divisão do trabalho na sociedade mais ampla, o trabalho
pedagógico fragmentou-se para tornar o sistema educacional efetivo e
produtivo. O currículo continua sendo visto como um dos elementos essenciais
para a socialização. ” (p.18)
“Em 1973, para suprir a demanda criada, vieram os cursos superiores para
preparar os professores polivalentes, inaugurando a Licenciatura em Educação
Artística. Inicia-se o processo de redemocratização. Muitos resistiram, mas
algumas ideias avançaram. Nos anos 1980, pode-se notar a busca de uma
orientação mais autônoma e a desvalorização dos modelos educacionais
associados aos governos militares. A política educacional do governo Sarney
encontra-se no documento Educação para Todos (1985). Neste documento, o
compromisso com a construção da democracia e da justiça social e com a
garantia de ensino fundamental gratuito e obrigatório para todos. Quanto ao
ensino da arte, houve um avanço que se concretizou por diversas vias,
especialmente pela via política, catalisada por movimentos de lutas envolvendo
arte-educadores. Com a nova LDBN, é extinta a Educação Artística e entra em
campo a disciplina Arte, reconhecida oficialmente como área de conhecimento:
“O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos
níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural
dos alunos. No Brasil, uma importante sistematização do ensino da Arte, com
a construção da Abordagem Triangular, por Ana Mae Barbosa, utilizada desde
o final dos anos 1980 até o início da década de 1990. Barbosa destaca uma
concepção que considera os trabalhos artísticos com base em uma percepção
estética precisa e analisa seus processos formativos, suas causas espirituais,
sociais e políticas e seus efeitos culturais. Em 1998, mais um passo foi dado no
reconhecimento oficial da arte como conhecimento, com a formulação dos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), claramente baseados na
Abordagem Triangular, a qual reconhece a importância da arte na formação e
desenvolvimento de crianças e jovens, incluindo-a como componente curricular
obrigatório da educação básica. O reconhecimento da arte como área de
conhecimento, refletem mudanças concretas que revelam um percurso
conceitual precioso para a compreensão da dimensão arte na formação
humana em qualquer espaço. (p.19)
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“No século 20, foram muitos fatores sociais, educacionais e culturais influir no
ensino artístico como a semana de 22, criação de universidades (anos 30),
manifestação das Bienais de São Paulo, a partir de 1951, dos movimentos
universitários ligados à cultura popular, da contracultura nos anos 70 e a
introdução da pós-graduação em ensino da arte. Consequentemente as novas
orientações educativas, incluindo artes, estão conectadas com mudanças
propondo encaminhamentos que considera o ser humano em seus aspectos
singulares e múltiplos, consciente de sua condição como cidadão do planeta,
mas também preparando para transformações e para o transformador
integrado a sua cultura. As mudanças que ocorrem são caracterizadas pela
dinâmica social que interferem modificando conservando as práticas vigentes.
Dentre as mais relevantes diferenças sociais e culturais que marcam o ensino
de aprendizagem artísticos brasileiros podemos destacar: os
comprometimentos do ensino artístico com industrialização visando a uma
preparação para o trabalho; princípio do liberalismo e do positivismo. (p.38)
“A partir dos anos 50, além do desenho, faziam parte do currículo escolar as
matérias músicas, canto orfeônico e trabalhos manuais. No entanto, firmava
pela valorização dos aspectos nacionalista e noções de civismo e organização.
a temática das músicas escolhidas era diversificada e com base na cultura
popular brasileira. O canto em conjunto era enriquecido com as variedades
melódicas oriundas de diferentes canções folclóricas. ” (p.46)
“São incapazes de lutar com seus próprios instrumentos culturais, porque estão
convencidos de sua inferioridade cultural. “De tanto ouvirem de si mesmos que
são incapazes que não valem nada que não pode saber(...) Não podemos
admitir passivamente modelos educacionais de ditados por autoridades
culturais estrangeiras, baseados em interesses econômicos e políticos alheios
as nossas necessidades. A cronologia de ensino de arte no Brasil deverá ser
entendida como um esforço voltado para conscientização do passado com
referência ao presente. Por isso, esta análise baseia-se na internalização do
fenômeno de dependência e da “invasão cultural”. (p.40)
“Jeanne Milde (1900-1997, uma belga que partiu da Europa para o Brasil, no
início do século XX, juntamente com um grupo de pedagogos para participar do
processo de renovação do ensino a ser promovida em Minas Gerais. O Brasil
vivia uma situação de crise provocada pelo acelerado desenvolvimento urbano-
industrial. A busca por soluções para os problemas dos anos vinte era a grande
preocupação de intelectuais e políticos da época. A emergência de uma nova
realidade social veio acompanhada de uma preocupação relativamente ao
papel do indivíduo na sociedade, de sua formação como cidadão e como
membro de uma coletividade. Inúmeras manifestações político-culturais, de
que é exemplo a Semana de Arte Moderna de 1922. Esta expandiu o
movimento modernista para várias regiões do país. Visando atender às
pressões democratizadoras e manter a ordem social, a educação torna-se um
dos problemas sociais mais discutidos no país. ”(p.1)
“O artista plástico que atuava em Belo Horizonte era considerado, até então,
um sujeito marginal na sociedade, a maioria era “autodidata e artista-gráfico.
Jeanne Milde não estava diretamente ligada a nenhum movimento de
vanguarda nas artes, mas sua presença em Belo Horizonte. Milde viera de um
meio artístico muito diferente do que encontrou no Brasil. Mesmo assim, a
escultora teve uma vida artística intensa entre os anos 30 e 40, buscando
conquistar um melhor espaço para as artes plásticas em Belo Horizonte. Na
tentativa de aproximar os artistas locais, a escultora procurava promover
encontros em seu sítio, perto de Santa Luzia: Milde transitava por vários
espaços artísticos da capital mineira, era acolhida por artistas acadêmicos e
modernos, mostrava-se aberta a novas formas de expressão. Estava sempre
entre o novo (as vanguardas) e o antigo (o acadêmico)21, desenvolvendo,
paralelamente às atividades didáticas, seu trabalho pessoal como escultora. ”
(p.4)
“A partir dessas atividades práticas desenvolvidas com madeira, argila, fios etc,
Milde procurou criar situações em que o aluno pudesse produzir objetos do seu
uso cotidiano, a partir da matéria-prima regional. A artista recorreu a materiais
alternativos como cabos de vassoura, palha de milho, restos de pó-de-serra e
outros tipos de matérias-primas que poderiam ser reaproveitadas na confecção
de móveis. Jeanne Milde introduziu na educação mineira uma arte erudita ao
ensinar técnicas de escultura, pintura, desenho e outras; mas, também,
desenvolveu uma arte mais aplicada, ao orientar as alunas na criação de
objetos de uso cotidiano, inserindo na construção destes materiais alternativos
encontrados na própria região de Minas. A artista passaria a adotar, em suas
aulas, as atividades manuais como situações mais próximas da realidade do
aluno e das alunas-professoras, mudando o conceito e a mentalidade da
época, que se restringia à cópia de modelos em gesso, economia doméstica,
costura, trabalhos de agulhas e ao ensino do desenho agregado à matemática.
” (p.8)
“Assim, Jeanne Milde passaria a aliar arte e vida por meio das atividades
manuais e de uma proposta de arte unificada. Nesse sentido, a artista acabaria
colocando em prática as ideias reformistas idealizadas pelas escolas de arte do
século XIX e início do século XX: ... A partir de então, a professora passaria a
estreitar a relação entre o trabalho manual e a arte. Esta seria desenvolvida por
meio de variadas oficinas de criações, tanto na Escola Normal Modelo, as
atividades introduzidas por Milde, em relação ao trabalho manual, não era de
facilitar a mecanização ou a mera reprodução de objetos, mas o de buscar
provocar a criatividade do aluno por meio desses materiais alternativos, de fácil
acesso. Milde tinha como responsabilidade fundamental preparar as
normalistas e professoras para a disciplina de Trabalhos Manuais, que seria
ministrada por elas nas escolas públicas primárias. Ela procurava desenvolver,
nesse espaço, uma consciência comunitária sobre a arte, elaborada a partir de
sua visão pessoal como artista. ” (p.9)
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BARBOSA, Ana Mae. Ensino da arte: memória e história. In. Entre memória e
história. São Paulo: Perspectiva, 2008.
“Anita Malfatti Batman mantinha curso para crianças e jovens em seu Atelier na
escola Mackenzie. Tinha uma orientação baseada na livre expressão. A
contribuição de Mário de Andrade foi muito importante para que comesse a se
encarar a produção pictórica da criança com critérios investigativos. O estado
político ditatorial implantado no Brasil de 1937 a 1945 fechou Universidade
Distrito Federal. Nesta Universidade foi criado o primeiro curso de formação
professor de desenho, organizado por Anísio Teixeira além de Mário de
Andrade também Portinari ensinou no curso. Fechado o curso os alunos de
professorado de desenho não tinham para onde ir eram discriminados lá e cá.
Eram vistos como professores quadrados e na pedagogia com artistas
aloucados. ”(p.3)
“Alguns livros sobre artes plásticas na escola, escritos por brasileiros foram
publicados na década de 1960 inícios 1970. Eram, entretanto, redutores, todos
eles traziam como núcleo central a descrição e técnicas e me parece que a
origem dessa sistematização que técnicas foram as apostilas distribuídos pela
escolinha de arte do Brasil nos anos de 1950. As técnicas mais utilizadas eram
lápis de cera e anilina, lápis de cera e varsol, desenho de olhos fechados,
impressão, pintura de dedo, mosaico de papel, recorte e colagem coletiva
sobre o papel preto, carimbo de batata bordado criador, desenho raspado,
desenho de giz molhado etc. A lei de diretrizes e bases de 1961, eliminando a
uniformização dos programas escolares, permitiu a continuidade de muitas
experiências iniciada em 1958, mas a ideia de introduzir a arte na escola
comum de maneira mais extensiva não frutificou. A ditadura de 1964 perseguiu
professores e escolas experimentais foram aos poucos desmontada. Até
Escola de Educação Infantil foram fechadas. A partir daí a prática de artística
nas escolas públicas primárias foi dominada em geral pela sugestão de tema e
por desenhos alusivos a comemorações cívicas religiosas e outras festas. No
nível universitário foi destruída experiência Renovadora da Universidade de
Brasília, onde se criavam uma escolinha de arte baseada em pesquisa, ideias,
aprendida com a Bauhaus, de circundar criança com desenho. ” (p.8)
“Hoje pode parecer estranho que uma ditadura tem tornando obrigatório o
ensino de arte nas escolas públicas, contudo tratava-se de um mascaramento
humanístico para uma lei tecnicista, que pretendia profissionalizar os jogos de
escola média. Como as escolas continuavam pobres sem laboratório que se
assemelhasse aos que eram operados nas indústrias, os resultados para
aumentar a empregabilidade dos jovens foram nulos. Por outro lado, o fosso
entre a elite e pobreza se aprofundou, pois, as escolas particulares
continuavam preparando os estudantes para o vestibular, para entrar na
universidade. No que diz respeito ao ensino da arte cursos universitários de
dois anos foram criados para preparar professores aligeirados, que ensinassem
todas as artes ao mesmo tempo, tornando a arte na escola uma ineficiência a
mais no currículo. A obrigatoriedade do ensino da arte com a reforma
Educacional de 1971 estabeleceu um novo conceito de ensino de arte: a
prática de polivalência. Segundo essa reforma as artes plásticas, a música e as
artes cênicas (teatro e dança) deveriam ser ensinadas conjuntamente com o
mesmo professor, da primeira à oitava série do primeiro grau. Em1973 foram
criados curso de licenciatura em educação artística com duração de dois anos.
O Ministério da Educação organizou e convênio com a escolinha de arte do
Brasil, um curso para preparar o pessoal das secretarias educação, a fim de
orientar a implantação da norma disciplina. ” (p.10)
“Entretanto, poucos estados desenvolveram um trabalho de preparação de
professores para aplicar estender as normas gerais e atividades sugeridas nos
guias curriculares. As secretarias de estado desenvolveram um trabalho mais
efetivo de reorientação e atendimento de professores de educação artística. ”
(p.11)
“Entretanto, há muita coisa dita social que é mera exploração dos pobres
artistas que fazem trabalhar de graça em projetos totalmente definidos e
controlados pelos próprios artistas. O terceiro setor, no geral, aplaudido
indiscriminadamente pela classe média até agora, órfã de proteção estatal e
com má consciência em relação aos mais pobres. As Fundações estão ligadas
a maioria das vezes a marketing da empresa outras ditas Fundações só
apoiam economicamente projetos que possam se auto sustentar em
determinado prazo e a projetos sociais que nunca poderão se autofinanciar. ”
(p.16)
“Um novo veículo de intercomunicação têm sido a internet. Arte/ Educar foi
criado na internet, embora mais informativo que crítico tem aglutinado as artes
educadores, apresentado trabalhos em congresso e, finalmente criou-se uma
revista na internet independente do arte/educar, mas com muitas pessoas da
lista. Além de boletins se associações e Fundações e entre os quais por fazer
parte da Funarte da década de 1980. No período dominado pelo modernismo
atividades de animação foi prática frequente nos grandes museus no Rio em
São Paulo a Pinacoteca e no Centro Cultural de São Paulo, também tiveram
muito bem conduzidos atelier livre. A partir do fim da década de 1980 foram
muito influentes na formação dos professores de arte introduzindo-os a
condição pós-moderna. (p.17)
“Na década de 1990 o Masp recriou e museus como o MAM/ Rio/SP, e entre
outros criaram o setor educacional. A pedagogia questionadora usada pelo
CCBB São Paulo em algumas de suas exposições e muito apropriada. Em vez
de visita guiada com informações fornecidas pelos monitores, são propostas
questões que exigem a reflexão, análise e interpretação sem que sejam
evitadas informações que esclarecem e apoiam interpretações. Foram
produzidos por museus, centros culturais, bienais e pelo Sesc interessantes
materiais para levar à compreensão da arte. Contudo, estes materiais são
sempre produzidos em material e projeto gráfico é muito inferior aos ricos
catálogos dedicados a exposição. ” (p.18)
“Ação política foi a luta pela criação da comissão especialista de Arte Design
da sesu-mec todos os cursos superiores já estavam com suas comissões
especialista trabalhando a todo vapor. (p.21)
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