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Ação de Consignação em Pagamento-1

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EXCELENTÍSISMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DAS VARAS CÍVEIS DA

COMARCA DE SÃO PAULO/SP

PRISCILA ZEFERINA, brasileira, maior, capaz, solteira,


desempregada, portadora da Cédula de Identidade RG n.º 12.345.789-89
expedida pela SSP/SP e inscrita no CPF/MF sob o n.º 012.345.789-89, endereço
eletrônico [email protected], residente e domiciliada na Rua Logo Ali, n.º
0, Bairro Não Sei, na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, CEP: 00.000-
00, por intermédio do seu advogado subscritor (instrumento de procuração
anexo), com endereço profissional localizado na Rua 10, n.º 10, Centro, na
cidade de São Paulo/SP, endereço eletrônico [email protected], onde deverá
receber as intimações, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com
fulcro nos arts. 539 e seguintes do Código de Processo Civil, propor

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO COM PEDIDO DE


TUTELA PROVISÓRIA

contra WAGNER DE TAL, brasileiro, maior, capaz, casado, comerciante,


portador da Cédula de Identidade RG n.º 12.345-6 expedida pela SSP/SP e
inscrito no CPF/MF sob o n.º 123.456.789-10, endereço eletrônico
desconhecido, residente e domiciliado na Av. dos Caloteiros, n.º 1, Bairro dos
Quebrados, na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, CEP: 00.000-00,
pelas razões de fato e de direito apresentadas a seguir:

I. DOS FATOS

Foi pactuado entre as partes um Contrato de Compra e Venda de


Veículo no dia 10/08/2020 (Anexo Doc. n.º 01), cujo objeto foi um veículo Ford
Fiesta, RENAVAM 123, Chassi 321, Placa ABC-123, Cor Predominante Branca,
ano modelo 18/19, que fora negociado pelo valor de R$ 28.000,00 (vinte e oito
mil reais).
Nos termos do contrato, fora dado um sinal no valor de R$ 10.000,00
(dez mil reais), com o parcelamento do valor restante em 09 (nove) parcelas
sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada 30 dias, com vencimento todo
dia 10 de cada mês.
Assim, as parcelas foram regularmente quitadas pela autora até a 7ª
(sétima) parcela, cujo vencimento ocorreu em 10/03/2021, conforme
comprovantes de pagamento anexos (Doc. n.º 02).
Ocorre que, Excelência, no final do mês de março do ano de 2021,
fruto da crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19, a empresa onde
a requerente trabalhava infelizmente teve que encerrar as suas atividades, tendo
ela perdido o seu emprego (CTPS anexa – Doc. n.º 03).
Portanto, como a autora não tinha mais fonte de renda, ela não
conseguiria quitar as duas últimas parcelas do contrato avençado entre as
partes, motivo pelo qual entrou em contato diretamente com o réu para explicar
a sua situação e solicitar o reajuste do vencimento da 8ª (oitava) parcela, para
que ela fosse quitada com a 9ª (nona) parcela que venceria no dia 10 do mês
corrente, tendo o demandado concordado com o pedido da autora, como
comprova as conversas registradas por mensagens de texto anexas (Doc. n.º
04).
Deste modo, crente do combinado, a autora não realizou o pagamento
da 8ª (oitava) parcela no dia 10/04/2021, uma vez que, infelizmente, não contava
com o valor para fazê-lo. Porém, para cumprir a sua parte no contrato, 05 (cinco)
dias antes do vencimento da 9ª (nona) e última parcela (05/10/2021), a autora
conseguiu um empréstimo para adimplir as 02 (duas) últimas parcelas e quitar o
seu veículo (Doc. n.º 05).
Por fim, a autora se locomoveu até o endereço da concessionária para
realizar o pagamento das parcelas faltantes (concessionária localizada na Av.
tal, n.º tal, bairro tal, na cidade de São Paulo/SP, de propriedade do réu,
conforme Doc. n.º 06 anexos), conforme determinava o contrato, porém não o
encontrou lá. Depois disto, foi até a residência do demandado, cujo endereço
está indicado no cabeçalho desta exordial, mas, ele também não estava naquele
local, ficando impossibilitada de quitar as parcelas restantes.
Ainda mais aborrecida ficou a autora ao descobrir que o réu havia
incluído o seu nome no Serviço de Proteção ao Crédito – SPC (Doc. n.º 07),
diante do débito da 8ª (oitava) parcela na data acordada, a saber, 08/04/2021.
Com a finalidade de quitar a dívida, no dia 06 do mês corrente, a
demandante efetuou o depósito do montante de R$ 4.000,00 (quatro mil reais)
em uma conta bancária por ela aberta em nome do credor e, ato contínuo,
enviou-lhe uma notificação noticiando o depósito efetuado (Doc. n.º 08). Em
contrapartida, o réu, na data 11 de maio, 05 (cinco) dias após a sua cientificação,
recusou imotivadamente o depósito efetuado pela autora, através do envio de
uma carta endereçada ao estabelecimento bancário (Doc. n.º 09).
Diante dos fatos apresentados, Nobre julgador, devidamente
comprovados pela documentação anexa, a autora tem o direito ao pagamento
da sua dívida e à liberação da obrigação, ante a negativa injustificada do réu à
consignação extrajudicial efetuada pela demandante, não resto outra alternativa
a ela senão a propositura da presente ação.
II. PRELIMINARMENTE: ASSISTENCIA JURÍDICA GRATUÍTA

A autora conforme supracitada encontra-se no atual momento


desempregada (Conforme documentos anexos), não possuindo uma fonte de
renda, sobrevivendo com o auxílio dos familiares.
Desta forma, conclui-se que a autora é hipossuficiente, o que a
impossibilita que ela quite as custas processuais e demais despesas oriundas
da demanda.
Assim, requer a concessão do benefício da Justiça gratuita à autora,
nos termos do artigo 1° da lei n.º 7.115/83 e artigos 98 e seguintes do Código de
Processo Civil.

III. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

O Código Civil de 2002, em seu artigo 334, assevera que o deposito judicial
ou em estabelecimento bancário da coisa devida extinguirá a obrigação. Assim
aduz o referido dispositivo legal:

Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito


judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e
forma legais.

Tal deposito se trata da consignação, ademais, o mesmo diploma legal


estatui no artigo 335, inciso I, que “a consignação tem lugar, se o credor não
puder, ou, sem justa causa, recusar-se a receber o pagamento, ou dar quitação
na forma devida”, ou ainda se for declarado ausente, conforme inciso III do
mesmo artigo.
Com base nos fatos narrados, constata-se que a autora, com intuito de
cumprir com a obrigação compactuada, procurou o requerido em sua residência
e em seu ambiente de trabalho, locais onde comumente realizava os
pagamentos, sendo que, nesta ocasião, o requerido não pode receber o
pagamento, uma vez que encontrava-se ausente, momento em que a autora,
valendo-se do direito que lhe é assegurado no artigo 334, anteriormente citado,
realizou a consignação do valor devido em um estabelecimento bancário oficial.
Entretanto, conforme verifica-se nos autos, o requerido realizou a indevida
inclusão do nome da autora no Serviço de Proteção de Crédito – SPC, e sendo
notificado acerca da consignação, o requerido recusou-se, injustificadamente, a
receber o valor depositado em consignação, reconhecer o cumprimento da
obrigação e remover a restrição incluída indevidamente ao nome da autora.
A recusa injustificada pelo requerido da quitação realizada através do
deposito em consignação, conforme aduz o art. 539, § 3º do CPC, enseja Ação
de Consignação em Pagamento, senão, vejamos:

Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro


requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da
coisa devida.
[...]
§ 3º Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento
bancário, poderá ser proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de
consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da
recusa.

Pelo exposto, verifica-se que há interesse de agir pela parte autora, bem
como cumprem-se os requisitos para a propositura da presente ação, motivo
pelo qual roga-se pelo deferimento da presente Ação de Consignação em
Pagamento, reconhecendo-se o cumprimento da obrigação pela parte autora, e
consequentemente sendo removido de seu nome as restrições presentes nos
órgãos de proteção de crédito.

IV. DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

Convém salientar que a autora não pode esperar pelo provimento


jurisdicional, tendo em vista que sua dívida se encontra em protesto, o que está
lhe ocasionando grande dano.

Com isso, a concessão da tutela de urgência, para que tenha


satisfação atendida é medida que se impõe, sob pena de ter sérios prejuízos.

Nesse sentido, o art. 300 do Código de Processo Civil/2015, é


cristalino ao afirmar que:

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.

§ 1° Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir


caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte
possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2° A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação
prévia.

§ 3° A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando


houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão”.

Desta forma, presente se faz a probabilidade do direito, visto que é


totalmente plausível o pedido, partindo-se do pressuposto de que o demandado
apenas quer exercer o seu direito ao pagamento da dívida, bem como o faz na
forma que fora acordada com o réu.

O segundo requisito (perigo de dano) advém do fato de que a autora


foi negativada arbitrariamente pelo credor, tendo ele descumprido com a sua
parte no acordo. Para piorar, como comprovado pelos documentos anexos, a
demandante está à procura de um emprego e a negativação indevida efetuada
pelo réu a impede de realizar a contratação.

Com efeito, o fundado receio de dano irreparável está intrinsecamente


ligado ao perigo da demora, pois, não vindo a prestação jurisdicional a tempo, a
requerente corre o risco de ver-se penalizado injustamente com a inclusão do
seu nome nos cadastros de inadimplentes, sendo impedida de formalizar um
vínculo de emprego para poder ter uma nova fonte de renda.

Por outro lado, cabe mencionar que a medida é reversível, já que nada
impede que futuramente seja alterada, a depender dos novos contextos fáticos
que se desenharem com o decurso do tempo.

Sendo assim, face ao exposto é a presente para requerer a Vossa


Excelência no que tange a concessão da Tutela provisória de urgência
antecipada, a determinação imediata da retirada do nome da autora dos Órgãos
de Proteção ao Crédito.

V. DOS PEDIDOS

Em face de todo o exposto, vem respeitosamente a presença da vossa


excelência requerer:

I. Seja deferido os benefícios da justiça gratuita ao requerido, nos


termos do art. 98 e seguintes do CPC;
II. Seja concedida liminarmente a antecipação da tutela requerida
no tópico XX desta peça, determinando-se o imediato
cancelamento dos registros do nome da autora junto aos
órgãos de proteção de crédito;
III. Seja autorizado o depósito em juízo do valor de R$ 4.000 (quatro
mil reais) referente aos débitos;
IV. Citação do réu para conhecimento do valor depositado, ou se quiser,
apresentar resposta no prazo legal, sob pena de sujeitar aos efeitos
da revelia;
V. A produção de todas as provas em direito admitidas, inclusive
testemunhal, se necessário fizer;
VI. A condenação do réu nas custas processuais e nos honorários
sucumbenciais nos termos do Art. 85, § 2º e § 6º, do CPC/2015.

Nestes termos pede e espera o deferimento.

Dá-se à presente causa o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Lucas do Rio Verde - MT, 21 de outubro de 2021.

____________________________________
Edmilson Renato Piccini
OAB/MT 11.111

____________________________________
Ewerton de Miranda Gonçalves
OAB/MT 22.222

____________________________________
Pedro Leony
OAB/MT 33.333

____________________________________
Wurias Pacheco Ribeiro
OAB/MT 44.444

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