Artigo Psicopedagogia Clínica e Institucional

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FACULDADE XV DE AGOSTO – FAQ

A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA PARA O


DESENVOLVIMENTO BIOPSICOSSOCIAL DA CRIANÇA EM
ÂMBITO CLÍNICO E INSTITUCIONAL

Resumo

Este artigo tem como objetivo o estudo da aprendizagem humana, mostrar as


contribuições que a Psicopedagogia tem no campo do conhecimento e suas
interlocuções com as áreas da educação e da saúde; e a compreensão dos padrões
evolutivos normais e patológicos do processo de ensino aprendizagem, considerando a
influência da família, da escola e da sociedade neste processo do desenvolvimento
humano.

A prática do psicopedagogo vivencia a parceria entre psicopedagogo-escola-


família. Pode-se concluir que o psicopedagogo pode fazer muitas diferenças no
desenvolvimento do educando, com uma escuta e um olhar mais sensível quanto às
demandas de professores, alunos e famílias.

Palavras-chave: psicopedagogia; aprendizagem; família.

Summary

This article takes as an objective the study of the human apprenticeship, to show
the contributions that the Psicopedagogia has in the field of the know ledge and his inter
phrases with the areas of the education and of the health; and the understanding of the
normal and pathological evaluative standards of the process of teaching apprenticeship,
considering the influence of the family, of the school and of the society in this process
of the human development.

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Especialização em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela Faculdade XV de Agosto - FAQ.


Carapicuíba- SP, Brasil. E-mail do autor: [email protected]. Orientadora: Edna Maria de Lima
Santiago Souza.

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The expert of the psicopedagogo survives the partnership between school
families. It is possible to end that the psicopedagogo can do many differences in the
development of educating, with a listening and a more sensitive glance as for the
demands of teachers, pupils and families.

key words: psicopedagogia; apprenticeship; family.

Introdução

O SISTEMA EDUCACIONAL

A maneira de ver e entender a educação vem sofrendo modificações ao longo do


tempo, tendo nesse processo grande contribuição de filósofos e educadores que
refletiram sobre a educação, desde os primórdios até os dias atuais, cada um em seu
tempo, alguns dedicaram uma vida toda a essa causa, deram sua contribuição, transitória
ou duradoura, porém todas, de alguma forma, foram imprescindíveis para o avanço do
sistema educacional, na perspectiva de conquistar uma educação de qualidade para
todos os seres humanos.

Refletir sobre o passado permite ao educador, no contexto atual, maior


compreensão da sua ação pedagógica, principalmente quanto à importância do seu papel
de educador no contexto social em que vivemos. Cabe aos educadores se preocuparem
com a formação humana de seus alunos; é por meio de atividades pensadas, bem
elaboradas e pesquisadas, voltadas para a realidade dos educandos que podemos atingir
o sucesso da aprendizagem.

A escola é uma instituição social que tem o objetivo de desenvolver a


capacidade física, cognitiva e afetiva dos alunos através de procedimentos, atitudes,
conhecimentos e valores. É o lugar onde o aluno passa grande parte de sua vida,
portanto, precisa ser um ambiente agradável e interessante para que as experiências
vividas lá dentro favoreçam o desenvolvimento e não reflita negativamente na vida
adulta de seus frequentadores.

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Qual é a lógica da escola moderna? Por que tantas propostas pedagógicas
importantes no sentido da melhoria do ensino acabam, muitas vezes, por caírem no
descrédito da comunidade escolar e ganhar pouca efetividade?

Até que ponto os ideais da escola para todos, defendidos pela lógica moderna
liberal, têm se traduzido em prática?

A lógica da escola moderna é a lógica econômica, capitalista, da mão de obra


barata, da utilidade, da competitividade, do individualismo e da livre concorrência, o
que gera desigualdades e exclusão. Ao longo dos anos escolares, já estava cristalizado
no imaginário da sociedade a ideia que a sala de aula era o espaço mais famoso da
escola e a seriação de atividades o tempo mais empregado pelos atores envolvidos.
Nessa perspectiva, a escola deve cumprir então o seu papel de instituição social,
conforme o que a sociedade espera dela. Freitas (2003, p. 14) ressalta que a escola, não
é um sistema social qualquer e um local ingênuo.

Portanto, está claro que a escola não é uma instituição independente da


sociedade, e que ela tem um papel fundamental na formação da criança e do jovem.
Porém, esse papel não deve ser visto de modo ingênuo, pois há contradições que
permeiam esse processo. Ensinar com qualidade todos os alunos na escola é um grande
desafio, pois os sujeitos têm tempos diferentes para aprender, além dos conhecimentos
que trazem do meio externo serem bastante diversificados. Então, surge como um ponto
de interrogação “como podem todos aprender tudo” e em um mesmo tempo?

É dentro desse contexto que se faz necessária a presença de um profissional


capacitado para ajudar a sanar estes problemas.

A Psicopedagogia é um campo do conhecimento que faz interlocução com as


áreas da educação e da saúde e possui como objeto de estudo a aprendizagem humana.
Tem por finalidade compreender os padrões evolutivos normais e patológicos do
processo de aprendizagem, considerando a influência da família, da escola e da
sociedade no desenvolvimento.

Desta forma, apoiar o professor para facilitar o processo de ensino-aprendizagem


e contribuir com a formação permanente dos alunos, é um dos propósitos permanentes
desta área de estudo. E tem como objetivo a aprendizagem e as dificuldades na
aprendizagem; é também uma área de conhecimento que se dedica ao estudo do

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processo de aprendizagem nos seus aspectos cognitivos, emocionais e corporais.
Pressupõe também a atuação tanto no processo normal do aprendizado, como na
percepção de dificuldades (diagnóstico) e na interferência no planejamento das
instituições e no trabalho de re-educação(terapia psicopedagógica).

É o estudo do processo de aprendizagem e suas dificuldades. Este estudo tem


caráter preventivo e terapêutico, detectando as causas dos problemas de aprendizagem
através de provas (testes) psicopedagógicos tais como, provas operatórias (Piaget),
provas projetivas (desenhos), EOCA e anamnese.

A Psicopedagogia segundo a Associação Brasileira de Psicopedagogia – 1990 é


a área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e suas dificuldades. Com
especialistas que atuam no espaço escolar, por meio de trabalho clínico ou institucional
preventivo, ou seja, agindo nas dificuldades do processo de ensino-aprendizagem.

Utilizando métodos, técnicas e instrumentos específicos da psicopedagogia,


assessorar equipes interdisciplinares da educação e saúde mental nos trabalhos
realizados em espaços institucionais.

Esses profissionais atuam em busca um saber existencial, às condições


subjetivas e relacionais, especialmente à família e à escola, busca por uma maior
compreensão e caminhos para as questões que envolvem o fracasso escolar, procura
meios investigativos para que esta problemática, que na maioria das vezes, recai só
sobre o aluno. E não é bem assim, é um conjunto de fatores, envolvendo principalmente
a família, a escola, e comunidade.

Geralmente o período para diagnosticar o problema psicopedagógico dura de 8 a


10 sessões de 50 minutos cada. Em alguns casos, o profissional pode encaminhar o
paciente para outros profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, neurologistas,
otorrinos, entre outros para uma avaliação transdisciplinar.

Pode-se dizer, então, que a psicopedagogia é a área que estuda e lida com o
processo de aprendizagem e suas dificuldades, com contribuições científicas das áreas
do conhecimento como Psicologia, Neurologia, Pedagogia, Psicolinguística e
Psicomotricidade.

Segundo o professor João Beauclair Mestre em


Educação, afirma que “a psicopedagogia é um campo de

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conhecimento que se propõe a integrar de modo
coerente, conhecimentos e princípios de diferentes
Ciências Humanas com a meta de adquirir uma ampla
compreensão sobre os variados processos inerentes ao
aprender humano”.

AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA

Com o objetivo em destacar as contribuições que a Psicopedagogia institucional,


tanto na fundamentação teórica como na prática, existem pesquisas que comprovam
êxito nas mais variadas instituições, analisando e assinalando os fatores que favorecem,
intervêm ou prejudicam uma boa aprendizagem.

Há estudos dos últimos trinta anos das origens do atendimento psicopedagógico


bem como as diferentes percepções de fracasso escolar. O psicopedagogo poderá mais
precisamente auxiliar nas atividades a serem propostas a cada aluno, revertendo o
quadro que este se encontra.

A procura por este atendimento vem crescendo, isto porque, a família já


vivenciou ou vivenciam experiências de dificuldades de aprendizagem, com isso
compreender melhor tais crianças cada uma com sua particularidade e procurar um
trabalho específico fundamenta teoricamente o psicopedagogo, contribuindo com seus
resultados de pesquisas empíricas, direcionando o profissional a identificar os níveis e
seus reguladores da motivação do aluno.

Neste sentido, o presente trabalho objetivou analisar a importância da atuação


psicopedagógico nas instituições escolares. Para isso, inicialmente realizamos o resgate
da história e o conceito de Psicopedagogia, caracterizando seu objeto de estudo, que é o
processo de aprendizagem do sujeito. Além disso, caracterizou a prática da
Psicopedagogia Institucional, que ressalta e aspectos específicos sobre a importância da
ação psicopedagogia no contexto escolar, tendo a escola como uma instituição e
destacando sua organização e funcionamento numa abordagem sistêmica.

Com a pesquisa e o estudo bibliográfico realizado foi possível analisar o


contexto psicopedagógico no Brasil e compreendê-lo na sua trajetória histórica, no
contexto atual, bem como, em suas futuras perspectivas.

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Muito além da junção de Psicologia e Pedagogia, a psicopedagogia deve ser
vista como uma área interdisciplinar que busca analisar todos os elementos que fazem
parte do processo ensino aprendizagem, identificando fatores que contribuem ou que
dificultam a aprendizagem dos sujeitos. Busca compreender o ato de aprender e de
ensinar, considerando os fatores internos e externos que de uma maneira ou de outra
influenciam no processo de aprender.

As dificuldades de aprendizagem evidenciam-se nas instituições escolares no


momento em que há baixo rendimento no desempenho dos alunos. E é nesse momento
que o psicopedagogo pode contribuir assessorando a equipe da escola para melhorar as
condições de aprendizagem e também atuar na prevenção das dificuldades.

Existem várias classificações, dando origem as Dificuldades da Aprendizagem.


Alguns autores dividem as Dificuldades da Aprendizagem em Primárias e Secundárias,
de acordo com sua origem. As Dificuldades da Aprendizagem consideradas Primárias,
seriam aquelas cuja causa não pode ainda ser atribuída a elementos psico-neurológicos
bem estabelecidos ou esclarecidos.

Esses casos englobam, principalmente, as chamadas disfunções cerebrais e,


dentro das dessas disfunções, teríamos o Transtorno da Leitura, Transtorno da
Matemática e Transtorno da Expressão Escrita, bem como os transtornos da linguagem
falada, os quais englobam o Transtorno da Linguagem Expressiva e o Transtorno Misto
da Linguagem Receptivo-Expressiva.

As Dificuldades da Aprendizagem consideradas secundárias seriam aquelas


consequentes a alterações biológicas específicas e bem estabelecidas e alterações
comportamentais e emocionais bem esclarecidas. Em relação às alterações biológicas
(neurológicas) teríamos as Lesões Cerebrais, Paralisia Cerebral, Epilepsia e Deficiência
Mental. Envolvem também os sistemas sensoriais, através da deficiência auditiva,
hipoacusia, deficiência visual e ambliopia.

Dentro das causas biológicas, as situações de Dificuldades da Aprendizagem


conseqüentes a outros problemas perceptivos que afetam a discriminação, síntese,
memória e relação espacial e visualização.

Como profissional habilitado, o psicopedagogo, adota uma postura ética e


própria para realizar seus atendimentos, utilizando-se de técnicas, dinâmicas e métodos

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estudados ao longo de sua formação, e assim enfrenta de forma significativa muitos
desafios,seja no atendimento de professores, alunos, equipe diretiva e pedagógica como
das famílias envolvidas. São muitas as intervenções que podem ser realizadas e cada
uma depende da situação e do estudo do caso em questão.

O Psicopedagogo lida com uma realidade escolar complexa, em que as


dificuldades de aprendizagem aparecem em diferentes momentos e contextos;
condicionadas por diferentes fatores, deixando perplexos os envolvidos que, na maioria
das vezes, não conseguem entendê-las, parecendo-lhes impossível encontrar solução
para a questão sem o auxílio de um profissional especializado.

Atuar de forma investigativa, preventiva e terapêutica no processo de


aprendizagem não é tarefa fácil, porém necessária. Nesse sentido é que a atuação da
psicopedagogia em instituições escolares torna-se cada vez mais significativa, uma vez
que sua forma de atuação é multidisciplinar e numa visão sistêmica. O psicopedagogo
somente atingirá seus objetivos no momento em que conseguir compreender as
necessidades de aprendizagem dos educandos que se encontra com dificuldades, após
será possível viabilizar recursos e estratégias que permitam atender as necessidades do
sujeito tornando assim a psicopedagogia uma ferramenta poderosa nas instituições
escolares, com vista ao auxílio na aprendizagem.

O psicopedagogo pode atuar de forma preventiva e terapêutica. Na forma


preventiva cabe a ele detectar obstáculos que estejam interferindo no processo de
aprendizagem, para isso precisa participar das relações existentes na escola no intuito de
qualificar as trocas e as relações, além de promover orientações aos indivíduos que
fazem parte da comunidade escolar. Na forma terapêutica trabalha diretamente com as
dificuldades de aprendizagem, realizando diagnóstico, estudando cada caso,
desenvolvendo técnicas e orientações aos envolvidos no processo de aprendizagem do
sujeito que apresenta dificuldade, assumindo o papel de mediador no momento em que
busca e solicita colaboração de outros profissionais tanto da saúde como da educação.

Os estudos que estão sendo realizados nos últimos anos evidenciam a


necessidade da atuação da psicopedagogia em instituições com um enfoque preventivo,
na defesa da ideia de que é preciso atuar no processo de aprendizagem antes do
surgimento das dificuldades e antes do aparecimento de problemas que só serão
solucionados com atendimento clínico.

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A atuação psicopedagógico na instituição nos possibilita a compreensão dos
processos associados à aprendizagem de uma cultura e às dinâmicas interativas
presentes na instituição que, segundo uma visão sociológica, consiste em complexos
integrados por ideias, padrões de comportamento, relações inter-humanas, constituindo-
se com equipamentos e materiais, organizados acerca de interesses socialmente
reconhecidos, sustentados por leis e normas.

Ao se referir a instituições educativas apresenta-se o sistema escolar que


constitui-se num todo organizado em que as partes dependem reciprocamente uma das
outras. . O psicopedagogo contribui preventivamente desenvolvendo trabalhos que
possibilitem a integração entre o que se sabe e o que se faz e sente.

É necessário um trabalho que envolva o âmbito grupal, visualizando nele os


sujeitos cognitivos, afetivos, sociais e biológicos em movimento. O profissional deve ter
uma visão vertical e horizontal do processo grupal, de maneira que a relação entre as
histórias individuais e as grupais seja aproveitada como experiência para o crescimento
e a criação de uma autonomia que se fortifique no interior do grupo e reflita no
funcionamento da instituição, para que alcance seus objetivos.

Dessa forma a psicopedagogia atua primeiramente na elaboração de uma


avaliação diagnóstica. A partir dela e de sua análise, passa-se para o trabalho de
intervenção com a aplicação de um projeto; que elaborado pelo profissional, apresenta o
processo para contribuir com o desenvolvimento do individuo.

É importante destacar que o psicopedagogo pode contribuir, no âmbito das


instituições escolares, de forma preventiva e remediativa, procurando melhorar o
processo de ensino e a qualidade da aprendizagem, promovendo a integração,
cooperação, trabalho em grupo, formação profissional, compartilhamento de ideias,
revisão de métodos, recursos e estratégias didáticas, interação família e escola.

Com base nesses aspectos é que a psicopedagogia tem como base o pensar,
buscando compreender o funcionamento do sistema cognitivo e emocional e a forma
como cada sujeito aprende, bem como os recursos que utiliza para aprender.

São muitos os desafios que surgem para o psicopedagogo dentro de instituições


escolares. Para atuar juntamente dos educadores e auxiliá-los deve realizar atendimentos
individualizados

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Nas instituições escolares, a psicopedagogia além de levar em conta os aspectos
anteriormente citados, também visa fortalecer a identidade da instituição, realizar
orientação educacional, propor intervenções no currículo, no projeto político
pedagógico e na metodologia de ensino utilizada pela escola.

E para Fernández (2001, p. 36).

“A psicopedagogia dirige-se para a relação entre a


modalidade ensinante da escola e a modalidade de
aprendizagem de cada aluno, e a este como aprendente
e ensinante em seu grupo de pares”.

Em face do exposto, a psicopedagogia institucional assume no ambiente escolar


um papel muito relevante e abrangente, pois estuda e procura entender todos os
processos de aprendizagem que acontecem nas escolas, tanto os processos de
aprendizagem docentes como os discentes, as facilidades e as dificuldades que estão
abarcadas no contexto do processo ensino aprendizagem nas escolas.

A coleta de dados para a realização deste artigo partiu do estudo e da análise de


materiais impressos, utilizando-se de pesquisa bibliográfica. Segundo Cervo (1996,
p.27), a pesquisa bibliográfica é meio de formação por excelência, uma vez que é feita
com o intuito de recolher informações e conhecimentos prévios sobre um determinado
problema para o qual se procura resposta ou acerca de uma hipótese que se quer
experimentar.

NA PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EDUCACIONAL

Na instituição educacional o psicopedagogo observa e analisa os diferentes


setores em todos os aspectos, como por exemplo, a dinâmica das respectivas rotinas, a
estrutura organizacional, o procedimento da distribuição do trabalho, os
relacionamentos, as questões metodológicas do ensino, etc., desenvolvendo uma
abordagem reflexiva e crítica junto à equipe pedagógica e docente, com objetivo de
contribuir para a redução do fracasso escolar.

Observa-se atualmente que as instituições que pretendem oferecer qualidade de


ensino, preocupam-se em criar espaços e ações pedagógicas tanto quanto desenvolver
proposta de formação continuada à equipe docente.

Para Santos (2010), o psicopedagogo institucional é o profissional que:

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“A partir de uma macro visão da instituição, como um
todo, proporcionada através do diagnóstico
psicopedagógico institucional que poderá tomar
decisões mais acertadas nos momentos de crise. A
previsão de tais momentos e as estratégias para evitá-
los e ainda o adequado planejamento culminarão para
o alcance dos objetivos da instituição. Evidencia-se
assim, ser esta uma atividade constante” (p.1).

Na perspectiva de Santos (2010) existem preocupações que um psicopedagogo


deve ter em sua atuação em uma instituição de ensino as quais seguem em elenco:

• Estar em sintonia com o processo de aprender do estudante e a proposta


metodológica da instituição de ensino;

• Intervir para a solução dos problemas de aprendizagem e de ensino;

• Realizar diagnóstico e intervir psicopedagogicamente, utilizando teorias,


métodos, instrumentos e técnicas próprias da Psicopedagogia;

• Desenvolver pesquisas e estudos científicos relacionados ao processo de


aprendizagem das diferentes faixas etárias do corpo discente;

• Assessorar psicopedagogicamente todos os trabalhos realizados no espaço da


instituição escolar;

• Orientar, coordenar e supervisionar as questões de ensino e de aprendizagem


decorrentes da estrutura curricular da instituição educacional;

• Monitorar e intervir na relação professor-aluno nos aspectos subjetivos;

• Orientar nas questões vocacionais do estudante;

• Assessorar e orientar a aplicação do Projeto Político Pedagógico bem como a


implementação de novos projetos e/ou propostas metodológicas de ensino;

• Promover encontros socializadores entre equipes docente, discente, pedagógica,


administrativo, de apoio, etc.;

• Viabilizar na equipe docente, contextos de reflexões sobre o processo


metodológico de ensino;

• Mediar no processo de construção cognitiva do estudante;

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• Sondar as dificuldades do processo de aprendizagem do estudante e intervir
para a superação;

• Mediar na construção do conhecimento do aluno para que forme a consciência


analítico-crítico.

A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NA CLÍNICA

O psicopedagogo inicia o seu tratamento com o diagnostico clinico, que dará


suporte para identificar as causas dos problemas de aprendizagem. Utilizando de seus
instrumentos de análise como: Anamnese, provas operatórias e provas projetivas. De
acordo com Bossa (200, p.102), em geral, no diagnóstico clínico, ademais de entrevistas
e anamnese, utilizam-se provas psicomotoras, provas de linguagem, provas de nível
mental, provas pedagógicas, provas de percepção, provas projetivas e outras, conforme
o referencial teórico adotado pelo profissional.

São consideradas dificuldades de aprendizagem àquelas apresentadas, ou só


percebidas, no momento de ingresso da criança no ensino formal. O conceito é
abrangente e incluem problemas decorrentes do sistema educacional, de características
próprias do indivíduo e de influências ambientais. Todo este contexto apresenta uma
condição de vulnerabilidade psicossocial.

A criança com dificuldade na aprendizagem pode desenvolver sentimentos de


baixa autoestima e inferioridade essas dificuldades são acompanhadas de déficits em
habilidades sociais e problemas emocionais ou de comportamento.

Para a sua análise com a criança, o psicopedagogo utilizará recursos como jogos,
desenhos, brinquedos, brincadeiras, conto de histórias, computador e outras situações
que forem oportunas. Na maioria das vezes, a criança não consegue falar, expor de seus
sentimentos, aflições e problemas e é através dos jogos, brincadeiras e principalmente
os desenhos, que ela consegue expressaras suas ansiedades e dificuldades.

Além do trabalho com a criança, o psicopedagogo vai orientar os pais e a escola


indicando a melhor atitude a ser tomada. Pois só com a integração da tríade (aluno x
pais x escola), irão conseguir construir ótimos resultados.

A Psicopedagogia Clínica tem como objetivo identificar as dificuldades de


aprendizagem, utilizando de sentimentos de alta autoestima, fazendo-as perceber suas

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potencialidades, recuperando desta forma, seus processos internos de apreensão de uma
realidade, nos aspectos: cognitivo, afetivo-emocional e de conteúdos acadêmicos. O
atendimento é individual, facilitando assim a criação de um vinculo entre aluno e
psicopedagogo. Durante o tratamento são realizadas diversas atividades, com o objetivo
de identificar a melhor forma de se aprender e o que poderá estar causando este
dificuldade.

A criança, muitas vezes, não consegue falar sobre seus problemas e são através
de desenhos, jogos, brinquedos que ela poderá revelar a causa de sua dificuldade. É
através dos jogos que a criança adquire maturidade, aprende a ter limites, aprende a
ganhar e perder desenvolve o raciocínio, aprende a se concentrar, adquire maior
atenção.

O Psicopedagogo irá ajudar a criança ou adolescente, a encontrar a melhor forma


de estudar para que ocorra a aprendizagem, organizando, assim, o seu modelo de
aprendizagem.

As crianças que apresentam dificuldades comportamentais além de dificuldades


de aprendizagem podem apresentar um autoconceito mais negativo do que aquelas que
apresentam apenas dificuldades de aprendizagem, este autoconceito mais negativo se
justificaria pelo fato de essas crianças receberem um feedback negativo do ambiente,
não só em relação ao domínio acadêmico, mas também em relação ao domínio social.
Segundo Rock e cols. (1997),

“estudantes no início da escolarização que apresentam a


coexistência de dificuldades de aprendizagem e
desordens comportamentais tendem a apresentar um
declínio no de aprendizagem escolar”. Rio de Janeiro,
DP&A, 2003. WEISS, M. L. Psicopedagogia clínica:
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