Aula 01 - História Da Farmacologia - Completo
Aula 01 - História Da Farmacologia - Completo
Aula 01 - História Da Farmacologia - Completo
Pré-história:
O homem passa a observar os efeitos benéficos e tóxicos de muitos materiais
advindos de origem vegetal e animal;
Os primeiros registros escritos foram encontrados na China e no Egito onde
eram mencionados diversos tipos de remédios, incluindo fármacos utilizados até
os dias de hoje, sendo um exemplo a morfina.
Conceito Geral:
-Seu agente químico apresenta-se como uma molécula definida, ou sob a forma de
extrato e ela utiliza os processos endógenos que você tem para realizar o tratamento, ou
seja:
´´A farmacologia reflete a natureza´´
-Nos seus processos vitais usa compostos químicos como intermediários indispensáveis;
-Desde os mais básicos (digestão) ate os mais complexos (SNC-Neurotransmissores)
´´Estuda o resultado da interação do fármaco com o sistema biológico´´
-Resposta ou efeito:
Benéfica (medicamento)
Maléfica (toxico)
-Estuda:
Compostos biologicamente ativos:
Exógenos;
Endógenos.
Divisões da Farmacologia:
Farmacologia Geral:
Entender os conceitos básicos e comuns a todas as drogas;
Farmacodinâmica: é a parte da farmacologia que estuda o local de
ação, o mecanismo de ação (o que ele provoca naquele lugar que
modifica a atividade celular), ações e efeitos terapêuticos e
tóxicos;
-O que o fármaco faz com o organismo?
Farmacocinético: vias e sistemas de administração (qual a melhor
via? Oral, intravenosa, intramuscular...), destino do fármaco
(absorção, distribuição, biotransformação e eliminação).
-O que o organismo faz para que ele chegue ao seu local de ação?
Farmacologia Aplicada:
Fármacos reunidos em grupos e de ação similar.
Setores de Estudo:
Farmacoterapia:
Orientação do uso racional de medicamentos;
Assistência farmacêutica – como esse medicamento deve ser consumido
pelo paciente.
Farmacologia Pré-clínica:
Eficácia do fármaco nos animais (mamíferos).
Farmacologia clínica:
Eficácia do fármaco no homem (voluntario sadio; voluntario doente).
Fitoterapia:
Uso de fármacos vegetais (plantas medicinais).
Farmacognosia:
Estudo a origem das substancias ativas nos animais, vegetais e minerais
no estado natural e sua fonte;
(Procurar a origem de cada substancia ativa no medicamento, seja ele
derivado de animais, vegetais ou minerais, no seu estado mais natural
possível).
Farmacoepidemiologia:
Estudo das RAM (reações adversas dos medicamentos), do
risco/benefício e custo dos medicamentos numa população.
Farmacotécnica:
Ocupa-se da preparação das formas farmacêuticas é a arte do preparo e
conservação do medicamento em diferentes formas
Toxicologia:
Efeitos tóxicos de qualquer produto, inclusive dos medicamentos,
determinando também qual a sua dose tóxica.
Farmacologia Molecular:
Baseia-se nas iterações entre as moléculas dos fármacos e os sistemas
biológicos
Farmacovigilância:
Validade; Concentração; Apresentação; Eficácia farmacológica;
Industrialização; Comercialização e custo; Controle de qualidade de
medicamentos já aprovados e licenciados pelo Ministério da Saúde.
-Generalidades
Histórico; uso empírico.
-Química:
Relações entre estrutura e atividade;
Nomenclatura e sinonímia.
-Farmacocinética
-Farmacodinâmica
-Toxicidade
Principais Fitoterápicos:
Alcalóides:
Um dos componentes mais ativos de uma planta, representa uma
substância de caráter básico que reage com ácidos para formar sais;
A grande vantagem dos alcalóides é que eles possuem aminas terciárias,
podendo atravessar facilmente as barreiras, sendo também lipossolúveis e
de fácil absorção;
Ex: cafeína; nicotina; atropina; quinino; estriquinina; morfina; ácido
acetilsalicílico; cocaína; pilocarpina.
Glicosídeos:
Igualmente ativos (alguns altamente tóxicos);
Representa uma droga que resulta da união de um composto químico
orgânico não glicídio, com uma molécula de açúcar (monossacarídeo);
Sua desvantagem é a de possuir uma dose eficaz muito próxima da dose
tóxica, devendo ser usado com extremo cuidado;
Ex: Glicosídeos cardiotônicos (digitálicos).
Glicosídeos cianogênico (encontrado na mandioca).
Flavanóides:
São polifenóis de baixa massa molecular, encontrados em diversas
plantas, frutas e vegetais em geral, assim como em alimentos processados
como chá e vinho;
Propriedades antioxidantes – envelhecimento precoce.
Outros produtos de origem vegetal que podemos usar para produzir medicamentos são:
Gomas (confere ao produto a capacidade de atrair ou reter água); óleos voláteis (ex
menta); óleos fixos (ex rícino, oliva); esteroides.
Proteínas:
Hormônios: insulina - cacitonina – PTH;
Enzimas: pancreatina – pepsina.
Óleos e Gorduras:
Óleo de fígado de bacalhau, ômega 3.
Definições Básicas:
Esses medicamentos podem ser divididos entre:
Magistral x Oficinal
Medicamento Magistral:
É preparado em farmácias de manipulação a partir de uma fórmula prescrita pelo
médico;
Requer uma elaboração artesanal, personalizada e precisa ao que se confere a
preparação, qualidade, segurança e eficácia.
Medicamento Oficinal/Oficial:
Substância ou formulação identificada como padrão em uma farmacopéia (livro
que oficializa as drogas de uso corrente e consagradas como eficazes e úteis);
Geralmente preparados em laboratórios farmacêuticos de acordo com as normas
e doses estabelecidas nas farmacopéias e com uma designação uniforme.
Medicamento de Referência:
Medicamento inovador que possui marca registrada, com qualidade, eficácia terapêutica
e segurança comprovadas através de testes científicos.
Medicamento Genérico:
Cópia do medicamento de referência;
Não apresenta nome comercial;
Geralmente produzido após a expiração ou renúncia de proteção patentária;
Produto farmacêutico intercambiável;
Produzido geralmente após a renúncia ou expiração da patente;
São mais baratos porque o fabricante não precisa investir tempo e recursos
financeiros em pesquisas cientificas, nem realizar divulgações científicas para a
classe média;
Precisa passar por comprovação de eficácia e segurança podendo ser:
Equivalência farmacêutica – testes ´´in vitro´´
(ex teste fisioquímico)
Bioequivalência – testes ´´in vivo´´
(ex teste de biodisponibilidade)
Medicamento Similar:
Aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, mesma
concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação
terapêutica dos medicamentos de referência;
Possui nome comercial;
Não é intercambiável;
Não tem sua bioequivalência comprovada com o medicamento de referência.
Biodisponibilidade:
-Medida da quantidade de medicamento, contida em uma formula farmacêutica,
que chega à circulação sistêmica e da velocidade na qual ocorre esse processo;
-Indica a velocidade e a extensão de absorção de um principio ativo em uma
forma de dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação
sistêmica ou sua excreção na urina.
(Aponta a velocidade e a extensão em que esse medicamento é absorvido, em
determinada forma farmacêutica, a partir de uma curva de concentração)
Bioequivalência:
Refere-se a comparação de biodisponibilidades de diferentes formulações ou
lotes do mesmo produto farmacêutico.
Medicamento Fitoterápico:
Medicamentos obtidos usando-se, como princípio ativo, exclusivamente,
derivados de drogas vegetais;
Medicamento seguro e eficaz.
Obs: Planta medicinal não é fitoterápico!
(Fitoterápico passa por diversos processamentos)
Nomenclatura:
Nome químico:
É um nome científico que descreve com exatidão sua estrutura
atômica e molecular.
Nome genérico:
Uma forma simples de identificar o medicamento;
Geralmente é o nome do princípio ativo que compõe o
medicamento.
Nome de marca:
É selecionado pelo fabricante;
O nome é seguido de um símbolo que indica que o nome está
registrado e pertence ao fabricante do medicamento
Obs: depois de 10 anos o produto é liberado e qualquer
fabricante pode produzi-lo, passando a ser identificado por
um nome de fantasia
Placebo:
Não contem fármaco;
Humanização na relação entre profissionais da saúde e paciente.
Formas Farmacêuticas:
Estado físico no qual se apresenta um medicamento;
Tem como objetivo facilitar:
-Fracionamento (é possível dividir as doses no horário mais
cômodo ao paciente);
-Posologia;
-Administração;
-Absorção;
-Conservação.
Princípio Ativo:
Componente principal de uma formula farmacêutica;
Representa a principal substancia encontrada em um medicamento, sendo
responsável pelo efeito terapêutico.
• O fármaco vai ser constituído por uma base (que seria o princípio ativo) e por
um excipiente, que pode ser sólido (comprimido) ou líquido (pomada, xarope).
Esse excipiente atua como um coadjuvante, auxiliando o princípio ativo na sua
função terapêutica e caracterizando-se também como um constituinte técnico
(atuando como estabilizador, corretivo, ajudando a dar forma e a mudar
propriedades orgânicas).
Comprimidos:
Princípio ativo + excipiente são submetidos a compreensão em um molde
geralmente cilíndrico – (Princípio ativo associado a uma farinha).
Uso:
Via oral (ingeridos ou sublingual);
Implantes (subcutâneos) para ação prolongada.
Drágeas:
São comprimidos revestidos por uma camada de substancia açucarada
com ou sem corante.
Utilidade:
Evitar a desagregação (que o comprimido se quebre antes
do tempo), proteção (evitar que o princípio ativo entre em
contato com o ácido gástrico e seja inativado antes mesmo
de ser absorvido), mascarar propriedades organolépticas
(sabor amargo).
Uso:
Via oral (não podem ser partidos).
Pílulas:
Geralmente são pequenos comprimidos em forma esférica (podendo ou
não ser revestida de substância açucarada).
Cápsulas:
Medicamentos em pó, grânulos ou líquido, envolvido em gelatina
solúvel, que deve ser dissolvido no intestino.
Uso:
Via oral (não podem ser abertas).
Supositório:
Forma alongada, sendo sua base de glicerina, gelatina ou manteiga de
cacau;
Paciente inconsciente.
Xarope:
Medicamento + açúcar + água.
Elixir:
Medicamento + açúcar +álcool
Emulsão/Suspensão:
Medicamento obtido pela associação de dois componentes que não se
misturam.
Deve ser agitado antes de usar.
Farmacologia e Terapêutica:
Conceito:
Terapêutica é a ciência e arte de tratar o doente, aliviando seu sofrimento,
curando-o quando possível e sempre confortando-o;
A farmacologia médica tem como finalidade principal fornecer o
substrato da terapêutica medicamentosa.
Objetivo:
Obter um efeito benéfico desejado com mínimos efeitos adversos.
Reposição:
Fornecimento de elementos carentes ao organismo.
Ex: vitaminas, sais minerais, proteínas, hormônios...
Profilaxia:
Prevenção de doença ou infecção.
Ex: soros e vacinas.
Tratamento de Infecções:
Ex: Antibióticos.
Tratamento de Câncer:
Ex: Quimioterápicos.
Sistemas Terapêuticos:
Tratamento Específico:
É uma droga terapêutica etiológica que se dirige a causa da doença;
Se contrapõe a polifarmácia (muitos medicamentos ao mesmo tempo
porque só se conhece a sintomatologia).
(atira e acerta no alvo; faz o diagnóstico correto e utiliza o determinado
medicamento específico para a cura ou controle da doença do paciente)
Homeopatia:
Semelhante cura semelhante;
O efeito da droga é potencializado pela diluição;
No há limites para as diluições.
(o princípio ativo encontra-se diluído em partículas por milhões)
Alopatia:
Doenças tratadas com a produção de uma condição ou antagonistas
incompatíveis com o estado patológico.
Farmacoterapia do Futuro:
Baseia-se nas novas descobertas químicas, melhor compreensão das
abordagens imunofarmacológicas, cultivo de células como fonte de
materiais biológicos, intensa pesquisa clínica e maior racionalidade no
controle oficial.
Uso:
Anticorpos monocionais;
Técnicas de DNA recombinante;
Nanotecnologia.
Conhecer o Paciente:
Favorece a adesão ao tratamento
Avaliar as fontes de variabilidade: idade, gênero, peso, genética,
disfunção orgânica...
Avaliar a evolução da doença e as respostas do paciente ao tratamento
instituído.
Conhecer a Doença:
Significa avaliar a história natural da doença, conhecendo sua fisiopatologia e
estabelecendo se a terapêutica pretendida será de curta ou longa duração.
Estabelecer se a terapêutica instituída visa:
Controle dos sintomas;
Controle da doença;
Cura do paciente.
Conhecer a Droga:
Entender como ela age do ponto de vista farmacocinético e farmacodinâmico;
Estabelece a relação dose/resposta (ajuste da posologia);
Avaliar as fontes de variabilidade farmacocinética e/ou farmacodinâmica;
Avaliar os efeitos obtidos (benéficos e adversos).