Historia Do Amapa Parte I

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AGEPEN-AP

AGENTE PENITENCIÁRIO DO AMAPÁ

História do Amapá
História do Amapá – Parte I

Livro Eletrônico
HISTÓRIA DO AMAPÁ
História do Amapá – Parte I
Prof. Daniel Vasconcellos

SUMÁRIO
Apresentação..............................................................................................4
História do Amapá – Parte I........................................................................ 11
1. Colonização do estado do Amapá............................................................. 13
As Grandes Navegações............................................................................. 13
Capitanias Hereditárias.............................................................................. 20
Mão de Obra Escrava................................................................................. 21
2. Disputas territoriais e conflitos estrangeiros no Amapá................................ 24
Entradas e Bandeiras................................................................................. 25
Missões Jesuítas........................................................................................ 27
Criação da Capitania Cabo Norte.................................................................. 28
O Tratado de Ultrecht, 1713........................................................................ 28
Medidas tomadas pelo Marquês de Pombal.................................................... 31
Tomada de Caiena..................................................................................... 36
A “Questão do Amapá” .............................................................................. 38
O interesse nazista pela Amazônia............................................................... 40
A Guerra da Lagosta.................................................................................. 41
3. Principais Atividades Econômicas do Amapá: Séculos XIX e XX..................... 42
Ciclo do Ouro............................................................................................ 42
Ciclo da Borracha...................................................................................... 42
Projetos de extração.................................................................................. 43
Outras Riquezas Minerais............................................................................ 44
Outras Atividades...................................................................................... 44
Resumo.................................................................................................... 46
Questões de Concurso................................................................................ 51
Gabarito................................................................................................... 64

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História do Amapá – Parte I
Prof. Daniel Vasconcellos

Apresentação

Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem?

O Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (AGEPEN/AP) divul-

gou no Diário Oficial do Estado o edital de abertura do concurso para provimento de

100 vagas mais cadastro reserva. Trata-se de uma excelente oportunidade para

que você consiga a tão sonhada aprovação, a estabilidade empregatícia e toda a

gama de vantagens que poderá valer-se na condição de servidor público do Estado

do Amapá. Não é mesmo uma boa notícia?

Nesse sentido, ao elaborar esse material, o objeto primordial é que você alcance

plenas condições de GABARITAR A PROVA DE HISTÓRIA.

A organização do certame é de responsabilidade da Fundação Carlos Chagas

(FCC), uma das mais tradicionais do país, o que favorece o melhor entendimento

de como os conteúdos deverão ser abordados.

Assim, nosso curso será inteiramente focado na FCC. Abordaremos a forma como

os conteúdos serão cobrados e alguns “macetes” para que você, querido(a) aluno(a),

consiga resolver com tranquilidade e confiança as questões de História.

Devemos ressaltar que a FCC é uma banca habitual na elaboração das provas de

concursos para todo o país, tanto para órgãos públicos, quanto para a iniciativa pri-

vada e outras organizações, deixando um vasto banco de dados para estudo. Nesse

sentido, poderemos analisar, em detalhes, as questões de História produzidas pela

FCC. Além disso utilizaremos questões de outras bancas que se assemelham ao

“modelo” cobrado na prova, sempre com uma abordagem coerente com o conteúdo

listado no edital.

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Por falar em conteúdo, o edital valoriza, e muito, a tão rica e significativa

História do Amapá. Não é para menos. Registros de povoamento na região re-

montam pelo menos 2.000 anos. O Amapá foi motivo de disputas entre espanhóis,

portugueses, holandeses e franceses. Tão importante a ponto de influenciar os

destinos do país, os destinos de países europeus. Realmente, não é para menos!

Daí a necessidade de esmiuçarmos temas tão regionais e ao mesmo tempo tão ex-

pressivos para a história do Brasil.

Além disso, você, meu(minha) querido(a) aluno(a), precisa ter como

requisito o conhecimento da História da sociedade a qual deverá servir,

zelar. Você será membro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá,

Estado da Federação que possui uma população com características culturais muito

específicas. Como poderá intervir em uma sociedade que você não conhece? Não

é apenas uma disciplina cobrada para “encher linguiça”, para testar sua alfabetiza-

ção. É uma necessidade lógica muito bem trabalhada na seleção pela FCC.

Assim, é muito importante que você tenha um grande estofo de conhecimento

sobre a História do Amapá, conhecimento esse que possibilitará que você tenha um

alto índice de acertos nas questões ou, melhor ainda, que você gabarite a prova

e encaminhe com solidez a sua aprovação em um cargo público.

Para tanto, a base que norteará todo o nosso curso será o diálogo, favorecen-

do uma boa interação entre aluno(a) e professor e a resolução oportuna das

eventuais e possíveis dúvidas que por ventura surgirem.

Antes, porém, peço licença para uma breve apresentação.

Me chamo Daniel Vasconcellos, sou de Patos de Minas, interior de Minas Gerais.

Pouco antes de me formar em História, coisa de um ano antes, 2003, comecei a

trabalhar como professor no ensino médio. Tomei gosto pela coisa. Gosto do que

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faço, amo a docência. Foi muito rápido, quando percebi já atuava em cursinhos

preparatórios para concursos públicos, vestibulares e no ensino médio da rede

particular no interior de Minas. Passei a ministrar também aulas de Filosofia,

Sociologia e Geografia. Não faltava trabalho.

Tive a sorte de ser “engolido” pelo sistema particular de ensino e re-

cebia um salário razoável, pelo menos para quem desejava uma vida pacata

no interior. Com isso não criei o interesse por concurso público. Era feliz: traba-

lhava com o que gostava, mas... os ventos mudaram. Em 2013, após perder mi-

nha maior carga horária de trabalho, resolvi ir para Brasília, onde ainda resido.

Entre agosto e dezembro de 2013 tentei os concursos do Ministério do Traba-

lho, Câmara dos Deputados e Secretaria de Educação do Distrito Federal. Fiquei

muito mal quando não vi meu nome aprovado no concurso da Câmara. Me sen-

tia preparado, mas não era a minha área. A concorrência era enorme para um

salário de R$ 18.000. Três meses de preparação é muito pouco tempo. Para um

concurso deste porte eu já deveria estar me preparando. Tudo é planejamen-

to e disciplina.

Mas o negócio é levantar a cabeça, estudar mais e focar no próximo.

Em dezembro fiz as provas para a Secretaria de Educação, em fevereiro saiu o

resultado e em julho já estava fazendo o que gosto de novo! Mas o melhor de

tudo: fazendo o que gosto, ganhando bem e com estabilidade! A estabilidade

é a cereja do bolo do serviço público. Não existe mais aquela pressão de to-

dos os finais de anos letivos em que ficávamos apreensivos sem saber ao certo

se teríamos emprego no ano seguinte. Em apenas um ano minha vida deu uma

guinada radical e hoje só me arrependo de não ter buscado os concursos públi-

cos antes.

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Se existe algo que eu possa passar com essa experiência é que não se pode

perder tempo! Você precisa se dedicar, mas com planejamento, sem de-

sespero. Esse material foi feito com muito carinho para que seu tempo seja otimi-

zado, para que você não perca tempo com o que não tem possibilidade aparecer na

prova. Vamos ajudá-lo(a) a alcançar seu objetivo, e digo mais, num curto espaço

de tempo.

Você verá, meu(minha) caro(a) aluno(a), que o sacrifício vale muito!

Não vá se sentir culpado por não dedicar o tempo que seria justo à sua família e

ao seus amigos. Aquele encontro fica para depois, e vai ser muito mais prazeroso

porque carregado da alegria pela conquista do seu esforço!

Então vamos!!! Bora buscar seu cargo! Conte comigo em tudo o que for preciso

para alcançar seu objetivo.

Muito bem, feitas as apresentações, vamos ao curso.

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Aula 1: História do Amapá – Parte I

Colonização da região do Amapá.

Disputas territoriais e conflitos estrangeiros no Amapá.

Principais atividades econômicas do Amapá: séculos XIX e XX.

Aula 2: História do Amapá – Parte II

A Cabanagem no Amapá.

A Criação do Território Federal do Amapá.

Manifestações populares e sincretismo cultural no Amapá.

História da Região Norte.

Detalhes concurso AGEPEN/AP:

Concurso: Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Concurso AGEPEN/AP)

Banca organizadora: Fundação Carlos Chagas - FCC

Cargos: Agente Penitenciário

Escolaridade: Nível Médio

Número de vagas: 100 + CR (400)

Remuneração: Inicial de R$ 3.318,64

Inscrições: de 17 de setembro a 15 de outubro.

Data da prova: 09 de dezembro.

http://www.concursosfcc.com.br/concursos/iapen118/edital_de_abertura_iapen118_v1_-

-publicado.pdf

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Metodologia

A ideia do curso é que você não precise utilizar nenhum outro material

além deste para se preparar para as questões de História. Cada detalhe do curso

foi meticulosamente preparado para sanar todas as dúvidas que puderem surgir.

Na parte teórica você encontrará uma narrativa leve e objetiva, com intuito

de que consiga enxergar, compreender a História do Amapá como um processo.

Variados exemplos, esquemas e mapas mentais serão utilizados para que

consiga criar links cognitivos. Você, em curto espaço de tempo, conseguirá ler

uma alternativa e perceber o seu erro por um pequeno detalhe, saberá identificar

a única alternativa lógica para o Universo da História do Amapá.

Ao final de cada aula, os principais pontos dos temas estudados serão reunidos

em um RESUMO. É ele o responsável para que você não tenha que voltar a ler as

aulas incontáveis vezes. Esse resumo terá a função de fazer você recordar o que

fora estudado como uma cadeia de códigos que se conecta com sua memó-

ria, fazendo se lembrar, inclusive, de como o assunto poderá ser cobrado.

Além disso, as questões de História elaboradas pela FCC serão comen-

tadas para que você entenda o “jeito” da banca. Uma lista de exercícios com

questões sobre o tema também o(a) ajudará na fixação do conteúdo.

Detalharemos cada fato relevante à compreensão do processo, mas isto só terá

sentido na medida em que ajudá-lo(a) a resolver as questões, a fazer bem a prova.

Não vamos perder tempo com detalhes menores já que o objetivo não é que você

escreva um artigo científico sobre “A Influência da Revolução Científica Moderna

sobre o Governo de Maurício de Nassau em Pernambuco”.

Não se preocupe, ao final do curso você estará muito bem preparado para rea-

lizar uma excelente prova.

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Suporte

A dúvida é o princípio do conhecimento. Questionar, indagar... é assim que a

humanidade chegou no atual estágio de desenvolvimento. Por isso, questione. Não

tenha receio em perguntar.

Caso a dúvida não seja sanada de maneira firme, objetiva, o processo de apren-

dizagem pode ser comprometido. Por isso, não hesite em questionar. Estarei à dis-

posição para sanar quaisquer dúvidas que tiver.

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HISTÓRIA DO AMAPÁ – PARTE I


Os primeiros povos que ocuparam a região do atual estado do Amapá foram

grupos indígenas dos troncos aruaque e caribe, entre os quais destacam-se os

Guaiampis, Palicures, Tucuju. Vestígios da ocupação humana pré-colonial po-

dem ser vistos nos sítios arqueológicos de cerâmicas maracá-cunani e no Parque

Arqueológico do Solstício, a “Stonehenge do Amapá”, em Calçoene, que data de

pelo menos 2000 anos.

Monumento construído por povos milenares em Calçoene, a 374 quilômetros de Macapá.

Os primeiros sítios arqueológicos do Amapá foram estudados inicialmente por

pessoas sem preparo cientifico adequado. É atribuído ao D. S. Ferreira Penna a

localização oficial do primeiro sitio arqueológico no Amapá. Lá, encontrou diversas

urnas funerárias. Também foram encontradas urnas com a forma cilíndrica, repre-

sentando figuras humanas sentadas num banco, com braços e pernas bem desta-

cadas. Nestas urnas haviam sempre a caracterização do sexo.

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Cunani é uma vila pertencente ao município de Calçoene e possui grande

importância, tanto para a pré-história, como para a história, pois a vila chegou

mesmo a ser República Independente por duas vezes. Em uma expedição co-

ordenada por Emilio Goeldi, nos Montes Curu, descobriu-se dois túmulos que

tinham a forma de um cano longo, em cuja ponta estavam depositados vasos

funerários. Chapas de pedras serviam como laje de cobertura. A decoração

característica foi obtida por desenhos virgulares gregos, e linhas pintadas em

vermelho sobre o fundo branco.

A seguir, de maneira objetiva, uma lista das características socioculturais

desses povos antes da chegada dos europeus:

• Ágrafos: não dominavam nenhum tipo de escrita. É importante destacar

que pintura rupestre é uma forma de comunicação artística, rústica, mas

não pode ser classificada como algum tipo de escrita;

• Sociedades tribais;

• Propriedade era coletiva. Não existia propriedade privada;

• Coivara: faziam queimadas controladas para abrir clareiras e descampados.

Os índios do Amapá são os únicos do país que têm o privilégio de possuir

todas as suas reservas demarcadas, sem invasões de garimpeiros, madeireiros

e agricultores. Os primeiros contatos entre com os europeus foram registrados

em 1500, com a chegada do navegador espanhol Vicente Pinzón. Hoje o

Estado do Amapá abriga várias etnias em 49 aldeias: Galibi, Karipuna, Palicur,

Tiriyó, Kaxuyana, Wayana, Apalaí e Waiãpi.

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1. Colonização do estado do Amapá

Meu(minha) querido(a), a colonização do território do atual estado do Amapá

aconteceu de maneira muito diferente do que aconteceu no litoral leste brasileiro,

principalmente no que tange às disputas entre as potências marítimas europeias

do período. Para compreender a tão rica História do Estado do Amapá é necessário

que façamos uma contextualização. Foram muitas as transformações que ocorre-

ram na região, desde os primeiros povos que a ocuparam, passando pela chegada

dos colonizadores, até a sua importância econômica na atualidade. Vejamos como

isso foi possível.

As Grandes Navegações

Querido(a), é no contexto das Grandes Navegações que a região do Amapá será

colonizada. No século XV, portugueses e espanhóis partiram para o desbravamento

de novos mares, em busca de novas rotas comerciais e de novas terras.

Em 1488, em busca de um novo caminho para as Índias, região famosa em

especiarias cobiçadas pelos europeus, a expedição portuguesa de Bartolomeu Dias

encontrou uma passagem ao sul da África, que fora batizada de Cabo da Boa Es-

perança.

Mas é a chegada de Cristóvão Colombo à América, em 1492, a “descoberta”

mais significativa do período. O genovês convenceu os reis católicos espanhóis

(Fernando II de Aragão e Isabel de Castela) a financiar sua expedição para provar

que a terra era redonda, encontrando um caminho para as índias pelo ocidente.

Aportou em 12 de outubro com as caravelas Pinta, Niña e Santa Maria.

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Portugal e Espanha eram as duas grandes potências marítimas. As recentes

descobertas exigiam um acordo pela divisão das terras que poderiam ser desco-

bertas. Assim, o Papa agiu como mediador em um acordo, determinando a Bula

Intercoetera em 1493. Insatisfeito com a proposta, Portugal exigiu uma nova ne-

gociação que culminou no Tratado de Tordesilhas.

O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, foi um tratado cele-

brado entre o reino de Portugal e a Coroa de Castela (Espanha) para dividir as ter-

ras do globo, “descobertas e por descobrir”, por ambas as Coroas fora da Europa.

Tratado de Tordesilhas

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Linha imaginária de Tordesilhas sobre as atuais fronteiras políticas.

Note que, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, o território do Amapá

pertenceria à Espanha.

Celebrado do Tratado, as descobertas continuaram. Em 1498 a expedição de

Vasco da Gama chegou às Índias e, em 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral

chegou ao Brasil.

Foi o navegador espanhol Vicente Pinzón que, em janeiro de 1500, primeiro

aportou no litoral do nordeste brasileiro. Depois, navegou pelo litoral norte e na-

vegou pela foz do Rio Amazonas, o qual chamou de Mar Dulce. Foi o primeiro eu-

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ropeu a navegar pelo litoral do Amapá, o rio Oiapoque e seguir rumo às Guianas

e ao Caribe. Portanto, querido(a) aluno(a), os espanhóis foram os primeiros

a chegar ao Brasil. Entretanto, pelo tratado de Tordesilhas, a maioria do litoral

brasileiro, velejado pelos espanhóis, pertencia à Portugal. Entenda: mesmo sendo

os que chegaram primeiro, as terras não poderiam ser colonizadas. A única ex-

ceção era a região do atual estado do Amapá. Assim, ainda em 1500, outro

espanhol, Diogo de Lepe, primo de Pinzón, também navega pela costa do Amapá.

Outro navegador espanhol de grande importância para nossos estudos foi

Francisco Orellana. Ao participar da expedição de Francisco Pizarro aos Andes,

em 1540, acabou se desencontrando do restante das embarcações e desceu o Rio

Amazonas. Foi, portanto, o primeiro europeu a navegar por toda a extensão do

Rio Amazonas. Retornando à Espanha, recebe autorização do rei para colonizar e

explorar a região. Desse modo, em 1549, navega pelo litoral do Amapá, mas se

perde e morre na região.

O contato dos exploradores europeus com os povos nativos foi caracterizado

pela subjugação. Crentes na sua superioridade civilizacional, os colonizadores pro-

moveram a aculturação e usaram de violência para efetivar o domínio das novas

terras e de suas riquezas, inclusive os escravizando, como veremos mais adiante.

O insucesso da expedição de Francisco Orellana acabou tirando o entu-

siasmo dos espanhóis com a região e abrindo espaço para que outras nações

realizassem incursões no território. Antes, porém, é necessário que entendamos

o que levou os portugueses a ocuparem a região e como foi organizada essa co-

lonização.

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(FCC/SEPLAG/PM-MG/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2012) Com as Grandes Navega-

ções os europeus conquistaram inúmeros territórios ao redor do mundo, ampliaram

suas atividades econômicas e estabeleceram contato com diferentes culturas. Nes-

se processo de expansão, o contato dos europeus com os povos distantes caracte-

rizou-se pelo

a) intercâmbio esporádico, dificultado pelas diferenças linguísticas e hábitos cultu-

rais divergentes.

b) extenso domínio territorial, sobretudo na África e Ásia, onde existiam povos de-

senvolvidos e com enormes riquezas industriais.

c) convívio pacífico, incentivado pelos ideais religiosos cristãos, que fundamenta-

vam a evangelização e a prática da tolerância.

d) estranhamento, com o outro sendo visto, com frequência, por meio das crendi-

ces e lendas que marcavam o imaginário europeu.

Letra d.

Meu(minha) caro(a), o estranhamento diante das diferenças culturais e a crença

na superioridade do europeu cristão, levaram os índios a serem subjugados, tanto

para atividade escravagista, quanto na aculturação das missões jesuítas.

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Os portugueses chegaram ao Brasil em 1500 e, no entanto, não ocuparam o ter-

ritório de imediato. Daí a nomenclatura pré-colonial para nos referirmos aos trinta

anos que se seguem. Portanto, entre 1500 e 1530, a ocupação territorial se limitou

a FEITORIAS no litoral: uma mistura de forte para defesa do território e armazém.

Mas por que isso? A resposta fica mais interessante e compreensível quando feita

em partes:

a) por que a Coroa Portuguesa decidiu não explorar a colônia brasileira

entre os anos de 1500 e 1530?

• Porque não encontraram metais preciosos em expedições;

• Porque o comércio com as Índias era suficientemente lucrativo;

• Porque em 1500 a única nação que detinha tecnologia naval para tomar a

colônia brasileira de Portugal era a Espanha, que celebrou o Tratado de Tor-

desilhas com Portugal.

b) por que a Coroa Portuguesa decidiu passar a explorar a colônia brasilei-

ra a partir dos anos de 1530?

• Porque tiveram notícias da descoberta de ouro e prata na América espanhola;

• Porque o comércio com as Índias entrou em crise;

• Porque países como França, Inglaterra, Holanda e Bélgica desenvolveram

suas frotas marítimas e passaram a representar uma grande ameaça ao con-

trole português sobre a colônia.

Entre 1500 e 1530, o único produto explorado era o pau-brasil. Como ainda

não havíamos passado pela Revolução Industrial, não existiam corantes sintéticos.

O pau-brasil foi muito utilizado nas manufaturas têxteis. As concessões para explo-

ração eram dadas pela Coroa e chamadas de estanco. Para cortar a madeira e levar

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aos navios, era necessária uma grande quantidade de mão de obra. A modalidade

de exploração da mão de obra indígena recebeu o nome de escambo: troca de pre-

sentes, de artefatos e de animais que não existiam aqui pelo trabalho dos índios. A

escravidão indígena será sim utilizada no início da colonização, mas logo será subs-

tituída pela mão de obra africana pois a Coroa Portuguesa seguirá ao ordenamento

da Igreja em não escravizar os nativos, considerados “almas puras do paraíso”.

Querido(a) aluno(a), a Coroa Portuguesa voltou seus olhos para a colônia brasi-

leira e decidiu povoá-la, explorá-la, a fim de resolver sua crise econômica e impedir

que outras nações tomassem seu território. O problema é que a Coroa Portuguesa

não tinha recursos financeiros para promover essa empreitada. Eis então a solução

proposta: terceirizar a tarefa da colonização, entregando lotes de terras a fidalgos

(nobres portugueses). Nasceram assim as Capitanias Hereditárias.

Observe:

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Capitanias Hereditárias

Faixas de terra que partiam do litoral para o interior até a linha imaginária do

Tratado de Tordesilhas. De início, foram quinze Capitanias entregues para usufruto

do donatário. É importante destacar que o donatário não era dono da terra,

ele possuía o direito de explorá-la, direito esse estendido a seus descendentes. No

campo jurídico, existiam dois documentos para regulamentar as relações entre a

Coroa Portuguesa e os donatários:

• Carta de Doação: documento que dava ao donatário o direito de exploração

da terra e repassava esse direito a seus descendentes. Também autorizava o

donatário a construir vilas e engenhos com o objetivo de povoar.

• Carta Foral: documento que regulamentava tributos e a divisão dos lucros

da Capitania entre a Coroa e os donatários.

O sistema de Capitanias era extremamente vantajoso para a Coroa Portugue-

sa, pois transferia a responsabilidade da empresa de colonização para os

fidalgos. Entretanto, os donatários passaram por grandes dificuldades: desenvol-

ver a colônia com poucos recursos financeiros, a distância em relação à metrópole

(Portugal) e os constantes conflitos com os nativos. Diante dessas dificuldades, a

maioria das Capitanias não conseguiu vingar, desenvolver sua economia e gerar

tributos para a Coroa. As únicas exceções, em função do sucesso na exploração

do açúcar, foram a Capitania de Pernambuco e a Capitania de São Vicente.

Guarde bem esse assunto pois o retomaremos mais adiante quando tratarmos da

criação da capitania de Cabo Verde, atual Amapá.

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História do Amapá – Parte I
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Como vimos, a região do Amapá pertencia à Espanha. Assim, os primeiros

colonizadores europeus chegaram à costa amapaense em 1499, com quatro

caravelas lideradas pelo espanhol Vicente Yañez Pinzón. A região ficou sob o do-

mínio espanhol a partir do Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 entre Portugal

e Espanha.

Entretanto, você há de se recordar, como os espanhóis se desencantaram com

a região do Amapá, em função do fracasso da expedição de Francisco Orellana, os

portugueses passam a se interessar pela área. Em 1553, Luís Melo da Silva passa

pelo litoral do Amapá, mas sua expedição acaba massacrada por índios na região

da Guiana.

Mão de Obra Escrava

Querido(a), a escravidão não é uma invenção dos portugueses e nem foram eles

os responsáveis por introduzir essa prática no continente africano. Os africanos

de tribos inimigas capturavam negros para serem vendidos nas Feitorias do litoral

africano. Mas, antes de seguirmos, preciso atentá-lo(a) para uma característica

fundamental das economias europeias que influenciou consideravelmente o Tráfi-

co de Escravos. Estamos falando do Mercantilismo.

O mercantilismo é o conjunto de ideias e práticas econômicas adotadas durante

o Capitalismo Comercial (séculos XIV a XVIII). A base da atividade era a troca de

mercadorias e o lucro era, não em dinheiro, mas em espécie.

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Os portugueses realizavam o chamado comércio triangular: Trocavam o açú-

car brasileiro ou produtos manufaturados por escravos africanos, traziam os es-

cravos nos navios negreiros e trocavam por mais do açúcar brasileiro. Trocavam

manufaturados europeus por escravos e pelo açúcar etc.

Entre os povos africanos que foram trazidos podemos citar os:

• Bantos: mais ao sul do país, na mineração.

• Sudaneses: mais altos e fortes, foram usados nas lavouras de cana-de-açú-

car do nordeste brasileiro.

Essa migração, somada a existência de povos nativos e à chegada dos europeus

fez com que a miscigenação se tornasse um traço evidente no nosso país. Recorde

comigo a miscigenação básica da nossa cultura:

• Mulato: resultado da mistura de brancos e africanos - na época colonial,

quase sempre branco e negra -, vem de mula;

• Cafuzo ou carafuzo: é resultado da união entre negro e índio;

• Mameluco: mestiço de branco e índio.

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No Amapá, de início, não existiu uma atividade agrícola que desse interesse

dos colonizadores portugueses, como a produção de cana de açúcar no Nordeste,

além de não encontrarem ouro. Assim, a atividade econômica foi voltada para ex-

ploração de produtos da Amazônia, as chamadas “drogas do sertão”: frutas, raízes,

sementes, temperos, urucum, canela, cravo, óleo de copaíba e de tartaruga.

Como essas atividades eram praticadas, em sua maioria, por índios, a presen-

ça de negros para mão de obra na região não ocorreu em grande quantidade. Os

primeiros negros chegaram no Amapá em 1749. Fugidos de Belém, fundaram qui-

lombos às margens do Rio Anauerapucu, nas terras tucujus. Foram descobertos por

acaso por colonos caçadores de índios. Entretanto, oficialmente, foram trazidos em

1751 a mando de Mendonça Furtado, então governador do estado do Grão Pará e

Maranhão, para trabalhar para colonos portugueses dos Açores em Macapá.

Com a fundação da Nova Mazagão, em 7 de junho de 1770, chegaram 103

negros para trabalhar na construção da Fortaleza de São José do Macapá. Muitos

destes escravos fugiram formando quilombos como Maruanum, Igarapé do Lago e

Ambé.

Ao longo do século XIX, diante de movimentos abolicionistas que ocorriam no

Brasil, surgiram várias entidades que se organizaram no Amapá pelo fim da escra-

vidão negra. Foram elas a Sociedade Ypiranga, a União Redentora e a liga Reden-

tora dos Cativos do Pará.

(FCC/TJ-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO/2014) Uma das estratégias da Coroa Portugue-

sa, para a administração de sua colônia na América, foi a instituição das capitanias

hereditárias, cada qual a cargo de um donatário. Eram atribuições do donatário

a) representar o rei, administrar a justiça, distribuir sesmarias.

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b) negociar livremente e vender pelo melhor preço a capitania recebida, cobrar

impostos, criar regras locais.

c) defender o território, estabelecer comércio internacional, viabilizar o tráfico in-

dígena para outras colônias portuguesas.

d) conquistar capitanias vizinhas, fundar vilas, apoiar as missões jesuíticas.

e) arrendar sesmarias, barrar as entradas e bandeiras, erguer igrejas e colégios.

Letra a.

Caro(a) aluno(a), a alternativa “b” está errada porque o donatário não poderia ne-

gociar a capitania recebida. A alternativa “c” está errada porque o donatário tam-

bém não poderia estabelecer comércio internacional a não ser que exclusivamente

com Portugal. Além disso, a colônia portuguesa não realizava o tráfico de indígenas.

A alternativa “d” está errada porque o donatário não poderia conquistar capitanias

vizinhas já que eram doadas pela Coroa. Por fim, a alternativa “e” também está

errada porque o donatário não podia barrar as entradas e bandeiras.

2. Disputas territoriais e conflitos estrangeiros no Amapá

Como vimos, até 1530, Portugal e Espanha reinaram absolutos pelos mares.

A tecnologia de navegação que levaram séculos para desenvolver, foi copiada em

trinta anos por ingleses, franceses e holandeses. Essas novas potências marítimas

não reconheciam o Tratado de Tordesilhas e passaram a tentar colonizar a costa

brasileira. Exemplos disso foram:

• as Invasões Holandesas na região nordeste (Salvador em 1624 e Recife em

1630).

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• as Invasões Francesas. Tomada do Rio de Janeiro em 1555 com fundação

da França Antártica; e a fundação da cidade de São Luís do Maranhão com a

França Equinocial.

Além disso, ingleses e holandeses passaram a frequentar o norte da costa ama-

zônica. Ocuparam a região das Guianas e, a partir de 1600, adentraram a bacia

amazônica, construindo feitorias e fortificações. Fizeram o mesmo na região do

Cabo Norte e nas ilhas paraenses. Ali comercializavam mercadorias como tabaco,

peixe-boi, madeira, urucum, entre outras especiarias.

A região parecia dominada por holandeses, apesar da presença de portugueses

e ingleses, mas um novo fator contribuiria para a ação dos portugueses pelo seu

controle: União Ibérica, 1580 a 1640. Em 1580 D. Sebastião, rei de Portugal,

faleceu sem deixar herdeiros. Felipe II, Rei da Espanha e parente mais próximo

do morto, unificou as Coroas Portuguesa e Espanhola sob sua batuta. O controle

espanhol sobre Portugal implicava em controle espanhol também sobre as colônias

portuguesas. Por outro lado, os portugueses na colônia brasileira também enten-

diam que, se a região do Amapá pertencia à Espanha, necessariamente deveriam

controlá-la. Isso incentivou os portugueses a ocuparem de vez a região do Amapá

e combater as ocupações estrangeiras.

Entradas e Bandeiras

Meu(minha) querido(a), a ocupação do território do atual Estado do Amapá

também recebeu a contribuição de expedições de bandeirantes. Mas vamos por

partes, antes de seguir, vejamos alguns conceitos:

• entradas eram expedições oficiais (organizadas pela Coroa) que saiam do

litoral em direção ao interior do Brasil.

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• descidas foram expedições dos jesuítas do Pará que tinham criado na

Amazônia um sistema bem estruturado de “aldeias” de aculturação indí-

gena. Buscando índios para estas aldeias, os jesuítas organizaram diver-

sas expedições fluviais, subindo o Tocantins.

• bandeiras eram expedições organizadas e financiadas por particulares,

principalmente paulistas. Partiam de São Paulo e São Vicente rumo às

regiões centro-oeste e sul do Brasil. Em seguida, as principais bandeiras

em Goiás.

Em 1616, diante da ameaça constante de invasões à Colônia portuguesa na

América, organizaram uma foça militar luso-brasileira para expulsar os estran-

geiros e tomar posse da região. Derrotaram os franceses em São Luís e foram

para o delta do Rio Amazonas. Ali, enfrentaram batalhas sangrentas. Novamen-

te vitoriosos, fundaram o Forte Presépio, que deu origem à cidade de Belém,

no mesmo ano. Caro(a) aluno(a), estrategicamente falando, quem controlava

os mares e rios, controlava o transporte, essencialmente fluvial, e seu

comércio. Por isso sua fundação foi tão importante.

Com a fundação de Belém do Pará, a vila serviu de ponto de apoio e par-

tida para várias entradas para exploração da Amazônia nas regiões dos atuais

Estados do Pará, Amazonas e Amapá. Nesse sentido, Bento Maciel Parente

foi um dos mais importantes exploradores. Veterano de guerras na Paraíba e no

Rio Grande do Norte, foi Capitão-Mor da Capitania do Grão-Pará. Guarde bem o

nome de Bento Maciel, pois foi muito importante na criação da Capitania Cabo

Norte em 1637, como veremos mais adiante.

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Bento Maciel foi responsável pela fundação dos fortes de Mariocai e Santo

Antônio de Gurupá, ao longo do rio Xingu. Também expulsou holandeses que

haviam montado fortes na região. Entretanto, abandonou as entradas quando se

dirigiu para lutar na Insurreição Pernambucana, que expulsou os holandeses de

Pernambuco.

O Aviso de 4 de novembro de 1621 do Conselho da Regência de Portugal, reco-

mendava medidas urgentes para povoar e fortificar a região costeira, desde o Brasil

até São Tomé da Guyana e a foz do rio Drago, na Venezuela. Nesse sentido, outros

dois importantes sertanistas foram Francisco de Azevedo, primeiro a liderar en-

tradas aos sertões de Turi e Gurupi, e Luís Aranha de Vasconcelos, que viajou

por grande parte do atual território do Amapá entre os anos de 1622 e 1624.

Os holandeses foram expulsos e recuaram para as Guianas. Os ingleses

abandonaram temporariamente a região e os franceses foram para Caiena.

A violência do conflito também atingiu populações indígenas. Milhares de Tupinam-

bás foram massacrados pelos portugueses.

Missões Jesuítas

Outro fator importante na colonização portuguesa foi a chegada dos Jesuítas.

Realizaram expedições no Pará, criando na Amazônia um sistema bem estruturado

de “aldeias” de aculturação indígena. Buscando índios para estas aldeias, os jesuítas

organizaram diversas expedições fluviais pelo Amazonas e Oiapoque. Ignácio de

Loyola (1491-1556) criou a Companhia de Jesus – irmandade que objetivava ex-

pandir e fortalecer o catolicismo e combater o protestantismo. Autodenominavam-se

Soldados de Cristo. A ordem jesuíta foi muito importante para a reação católica con-

tra as Reformas Protestantes, realizando grandes obras missionárias, não só nas

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Américas, como também no Oriente. Várias aldeias jesuítas foram criadas na região
sertaneja, onde também ensinavam os membros da elite colonial que, posteriormen-
te, eram encaminhados à Europa para cursar Direito, Medicina ou Engenharia.
A significância da presença jesuíta na região pode ser exemplificada. Os mis-
sionários jesuítas, na região do atual Estado do Amapá, convenceram a Coroa Es-
panhola a expedir uma Carta-Régia que libertasse os índios da escravidão imposta
por colonos. Outro exemplo se deu em 1639, quando o jesuíta espanhol Cristobal
de Acuña encontrou um forte e uma missão portuguesa, na região pertencente à
Espanha, com vários índios catequizados.

Criação da Capitania Cabo Norte

Em 1627 o novo Governador do Maranhão, Francisco Coelho de Carvalho, envia


o chefe militar da região, Bento Maciel Parente, á Portugal para relatar sua atu-
ação na colônia. Lá, convence a Coroa da necessidade de colonizar definitivamente
o delta do Rio Amazonas.
Apesar da relativa demora em atender ao pedido, em 1637, a Coroa Portugue-
sa criou a Capitania Cabo Norte, que aglutinava os territórios do atual estado do
Amapá até os limites do Rio Parú. No entanto, Bento Maciel Parente não conseguiu
colonizar a região, por falta de recursos e por estar envolvido na Insurreição Pernam-
bucana. Assim, a Coroa Portuguesa acabou reanexando à Capitania do Grão-Pará.

O Tratado de Ultrecht, 1713

No final do século XVII, questionando “onde estaria o testamento de Adão que


dividia o mundo entre espanhóis e portugueses”, os franceses partiram de Caiena
(Guiana) realizando novas expedições na Capitania Cabo Norte.

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Para combater as incursões francesas, os portugueses fundaram missões jesuíti-

cas na região. Além disso, fundaram o Forte de Santo Antônio do Macapá em 1688.

Entretanto, em 1697, o Marquês de Ferroles liderou os franceses numa inva-

são que tomou o Forte de Santo Antônio do Macapá chegando até às margens do

Rio Parú. A reação portuguesa foi rápida, expulsando os franceses e conseguindo

impor o Tratado de 4 de março de 1700. Por esse Tratado Provisório, confirmado

em 1701, ficava estabelecida uma trégua em que a região entre os Rios Oiapoque

e Amazonas seria neutra. Assim, os portugueses tiveram que desativar os fortes

de Araguari, Cumaú e Macapá. Mas franceses e portugueses não tardariam em se

enfrentar numa nova guerra na Europa, colocando o Tratado de 1700 em desuso.

As disputas somente chegam ao fim em 1713, com a assinatura do Primeiro

Tratado de Ultrecht, por meio da intermediação da Coroa Inglesa. Isso fez com que

os franceses recuassem e aceitassem o Rio Oiapoque como limite entre a Colônia

Portuguesa e a Colônia Francesa (Guiana).

Limites acordados pelo Tratado de Ultrecht

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Mesmo após a assinatura do Tratado de Ultrecht, os franceses continuaram a

fazer incursões na Capitania Cabo Norte. Para combatê-las, os portugueses orga-

nizaram expedições guarda-costas, principalmente entre 1722 e 1728. Também

reativaram o Forte de Santo Antônio do Macapá.

(FCC/PM-AP/SOLDADO/2017) Em diferentes momentos históricos, houve disputas

entre portugueses e demais colonizadores europeus pela ocupação da região do

Amapá. Durante o período colonial, um episódio, que exemplifica essas disputas é

o da:

a) expulsão dos holandeses, por tropas portuguesas e brasileiras, quando estes

ocuparam inicialmente o Nordeste e estenderam seus domínios por toda a região

Norte.

b) reivindicação dessa região pela França como sendo parte de seu território

além-mar, apesar da divisão territorial em favor de Portugal ter sido oficializada

pelo Tratado de Utrecht.

c) construção da Fortaleza de São José de Macapá, para proteger a região da cons-

tante invasão de piratas ingleses e de embarcações russas atraídos pelos minérios

e pelo comércio da borracha.

d) assinatura do Tratado de Tordesilhas, entre Espanha e Portugal, que retirou a

região do Amapá e suas adjacências da possessão da Coroa espanhola, após diver-

sos conflitos coloniais.

e) decretação da Guerra da Lagosta, entre colonos portugueses e franceses, uma

vez que habitantes da Guiana Francesa pescavam ilegalmente lagostas no litoral

brasileiro.

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Letra b.

Querido(a), a alternativa “a” está errada, pois a Holanda não estendeu seus domí-

nios até o Amapá. A alternativa “c” está muito errada, pois fala em embarcações

russas, o que nunca aconteceu. A alternativa “d” está errada, porque o Tratado de

Tordesilhas fora realizado antes mesmo de que os primeiros navegadores europeus

passassem pelo litoral do Amapá. A alternativa “e” também está errada porque a

Guerra da Lagosta aconteceu apenas em 1960.

Medidas tomadas pelo Marquês de Pombal

Querido(a), o Período Pombalino corresponde à ocasião em que o Marques de

Pombal foi primeiro-ministro em Portugal, de 1750 a 1777, durante o reinado de

Dom José I.

Podemos listar, de maneira objetiva, as principais ações de Pombal que tiveram

impactos na Colônia, especialmente na região do atual Estado do Amapá:

• Criação do Estado do Grão-Pará e Maranhão;

• Criou a Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia Geral de

Pernambuco e Paraíba;

• Expulsão dos jesuítas do Brasil, tirando-os do controle do sistema educacio-

nal e das missões jesuítas, além de tomar posse de propriedades da Igreja

Católica no Brasil;

• Em 1759, decretou o fim das Capitanias Hereditárias e a devolução das mes-

mas ao controle da Coroa Portuguesa;

• Implantou o cultivo de algodão no Maranhão.

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Preocupado com a estratégia de defesa da região do Amazonas, Pombal nego-

ciou o Tratado de Madri, em 1750, com a Espanha. Por meio dele, definiu-se as

fronteiras entre as colônias das duas Coroas, sobrepondo o já desrespeitado Tratado

de Tordesilhas. Também ficou definido o princípio do Uti possidetis, segundo o qual,

quem possui de fato, quem ocupa de fato a região, deve ter o direito de possuí-la.

Limites acordados pelo Tratado de Madri de 1750

Caro(a) aluno(a), novamente preciso chamar sua atenção para a importância es-

tratégica de controle das rotas fluviais. Preocupado com essa questão, o Marquês de

Pombal delegou a responsabilidade a seu irmão, Francisco Xavier de Mendonça Fur-

tado, indicado governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão entre 1751 e 1759.

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Francisco Xavier tratou de trazer colonos para impulsionar as plantações e

promover a extração de riquezas. Centenas de colonos vindos da Ilha dos

Açores chegaram a Macapá dando origem ao povoado nos arredores do forte.

Em 1770, cerca de 360 famílias açorianas fundaram no Amapá a vila de Nova

Mazagão.

Rapidamente os colonos açorianos entraram em conflito com os jesuítas, pois

pretendiam utilizar a mão de obra indígena como escrava. Esse foi um dos motivos

de o Marquês de Pombal expulsar os jesuítas do Brasil. Como a questão ainda não

fora solucionada, em 1757, Pombal cria uma legislação sobre os indígenas, o “Di-

retório dos Índios”. Assim, a Coroa Portuguesa buscava regulamentar a inserção do

índio na sociedade colonial.

Em 1758 Macapá é elevada a categoria de Vila, realizando exportação de

milho, arroz, melancia, banana e frangos para Belém.

(FCC/TCE-AP/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2012) Considere as seguintes

afirmações sobre a história do Amapá.

I – A costa do Amapá foi descoberta pelo espanhol Vicente Pinzón.

II – Pelo Tratado de Tordesilhas apenas metade do atual espaço amapaense era

de Portugal.

III – Durante séculos, ocorreram disputas entre brasileiros e ingleses pela delimi-

tação das fronteiras.

IV – Em meados do século XVIII, o Marques de Pombal ordenou o povoamento de

Macapá com colonos açorianos.

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Está correto o que consta APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) I e IV.

d) II e III.

e) III e IV.

Letra c.

Querido(a), a alternativa “II” está errada, porque afirma que o atual espaço amapa-

ense era metade português de acordo com o Tratado de Tordesilhas. Você há de se

recordar que toda a região do Amapá pertencia à Espanha pelo Tratado de Tordesi-

lhas. A afirmação “III” também está errada, porque as disputas seculares pela região

aconteceram entre portugueses e franceses. Não que não tivessem ocorrido conflitos

com os ingleses, mas estes foram durante as primeiras décadas do século XVII.

Pombal promoveu o povoamento do ponto mais ao norte da Colônia. Toda a

área ao longo do curso e da foz do Rio Amazonas foram ocupadas por fortale-

zas militares. Em 1764, ordenou a construção da Fortaleza de São José do

Macapá, localizado a esquerda do rio Amazonas, próxima a antiga Província dos

Tucujus, atual cidade de Macapá. Levou quase vinte anos para ser construída e foi

inaugurada no dia 19 de março de 1782.

Entretanto, por priorizar a administração do Grão-Pará, Pombal deixou as terras

do Cabo Norte em segundo plano. Se aproveitando disso, os franceses expandiram

as terras da Guiana Francesa ocupando a região entre o Rio Oiapoque e a região de

Calçoene, no século XIX.

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(FCC/PC-AP/2017) A história da fundação da vila na localidade de Macapá, no pe-

ríodo colonial, está diretamente relacionada

a) à chegada de milhares de “deportados” no território brasileiro, enviados pela

Coroa Portuguesa a fim de constituírem pequenos núcleos autônomos de povoa-

mento, sendo um deles fundado em Macapá.

b) ao combate aos numerosos quilombos que ali foram constituídos por escravos

de outras regiões, razão pela qual se construiu uma Intendência que servia de base

para as capturas e cujo marco central era um pelourinho.

c) às entradas e bandeiras que foram abundantes no período e levaram bandei-

rantes paulistas a se enveredarem pelo norte do Brasil, onde acharam minérios e

fundaram vilas, a exemplo da Vila de São José do Macapá.

d) à preocupação, por parte da Coroa Portuguesa, em ocupar o território mediante

a construção de fortes e vilas em locais estratégicos, a exemplo da Fortaleza de São

José do Macapá.

e) ao empenho dos jesuítas em construírem missões exploratórias no Novo Mundo,

razão pela qual se instalaram em Macapá e lá passaram a usar mão de obra indí-

gena para extrair e exportar o pau-brasil para Portugal.

Letra d.

Querido(a), a Vila de Macapá foi fundada em 1758 no contexto de ocupação e de-

fesa da Colônia Portuguesa. Pombal incentivou a chegada de colonos açorianos e

construiu a fortaleza de São José do Macapá.

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Tomada de Caiena

Meu(minha) caro(a), em 1808, a Família Real portuguesa, acompanhada de uma

Corte de aproximadamente 1500 pessoas, desembarcou no país fugindo das tropas

napoleônicas, escoltada pela marinha britânica. Acontece que, na Europa, a França

de Napoleão Bonaparte havia imposto um Bloqueio Continental à Inglaterra, de

modo que, nenhum país da Europa Continental poderia comercializar com a

Inglaterra sob a pena de ser invadido pelo temido exército francês. Como

D. João, príncipe regente de Portugal, desobedeceu a essa exigência, Napoleão in-

vadiu Lisboa. Isso teve impactos profundos na colônia.

Como consequência, tivemos a vinda da Família Real portuguesa para o Bra-

sil, o fim do Pacto Colonial (exclusividade do comércio da colônia por parte de

Portugal), o aumento de tributos para sustentar a corte no Rio de Janeiro e a

Tomada de Caiena.

Uma das primeiras medidas tomadas por D. João foi invadir Caiena, capital da Guia-

na Francesa, como resposta militar à França. Como vimos, o território onde hoje se en-

contra a Guiana Francesa já pertenceu a espanhóis e a holandeses antes que se tornas-

se uma colônia da França, o que só aconteceu em 1667 por meio do Tratado de Breda.

Pelo Tratado de Utrecht (1713), Portugal e França determinaram os limites

entre suas colônias no norte da América do Sul, ficando definido o Pará, que incluía

também o território do atual Estado do Amapá, e o Maranhão como posse de Por-

tugal, e a Guiana, controlada pelos franceses.

Além do sentimento de desforra por parte de D. João para com Napoleão, tam-

bém havia a preocupação de que a França usasse a Guiana Francesa como local

estratégico para as pretensões napoleônicas na América do Sul. Aproveitou-se en-

tão da aliança diplomática com a Inglaterra para impor o controle militar da Colônia

Francesa.

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Para tanto, já em 1808, enviou o tenente Valério José Gonçalves e o aspirante

Florentino José da Costa, oficiais do Forte de São José do Macapá, para, disfarça-

dos, espionarem as atividades de defesa em Caiena. Com as informações colhidas,

D. João recebeu da Inglaterra o navio de guerra HMS Confiance, comandado pelo

experiente capitão James Lucas Yeo. O comando da operação ficou por conta do

governado da Capitania do Grão-Pará, José Narciso Magalhães.

Em 6 de janeiro de 1809, as forças anglo-portuguesas tomaram o Fort Diamant.

No dia seguinte o Fort Dégrad des Cannes. Um dia depois foi a vez de tomar o Fort

Trió. Em uma semana, a ilha de Caiena foi dominada e, em seguida, a Guiana.

A Guiana voltaria ao controle francês somente após o Congresso de Viena.

Em conferências realizadas entre setembro de 1814 e junho de 1816, as nações

europeias determinam a restauração das monarquias e das fronteiras imperiais à

configuração anterior à Revolução Francesa de 1789. Assim, Portugal restaura sua

monarquia e desocupa a Guiana Francesa.

Apesar de a questão ter sido aparentemente resolvida, os franceses continua-

ram contestando os limites geográficos estabelecidos, reivindicando áreas entre o

rio Oiapoque e o Rio Araguari. A solução viria somente em 1900, como veremos a

seguir. Antes, mais uma questão de concurso para analisarmos.

(DIRETORIA DE ENSINO DA MARINHA /MINISTÉRIO DA DEFESA - MARINHA DO

BRASIL O OFICIAL SEGUNDA CLASSE/2017) Após chegada da Família Real ao Bra-

sil, a 7 de março de 1808, D. João iniciou movimentos de política externa, o que

permitiu elevar significativamente o papel da Marinha. Quais foram as duas ações

iniciais de política externa empreendidas por D. João?

a) A expulsão dos franceses do Rio de Janeiro e a criação do Arsenal de Marinha.

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b) A conquista de Caiena e a ocupação da banda Oriental.

c) A assinatura do Tratado de Trégua entre Portugal e Holanda e a formação da

primeira Força Naval.

d) A declaração de guerra à França e a adesão à causa da Independência.

e) A abertura dos portos ao comércio estrangeiro e a criação da Esquadra brasileira.

Letra b.

Vamos lá! A alternativa “a” está errada, pois os franceses foram expulsos do Rio

de Janeiro ainda no século XVI. A alternativa “c” não tem relação alguma com as

ações do Período Joanino elencado no texto. A alternativa “d” está muito errada

em afirmar que D. João era adepto da causa da independência. Finalmente, a

alternativa “e” também está errada, porque o enunciado pede ações da política

externa de D. João.

A “Questão do Amapá”

A descoberta de ouro na região do rio Calçoene, em 1895, reacendeu o inte-

resse francês. O Tratado de Utrecht de 1713, do qual você há de se recordar, foi

assinado entre França e Portugal, estabelecendo o rio Vicente Pinzón ou Oiapoque

como fronteira entre a Guiana Francesa e o Amapá, na época pertencente ao ter-

ritório do Estado do Grão-Pará e Maranhão. O governo francês questionou os limi-

tes, alegando que o rio Vicente Pinzón não era o Oiapoque, e sim o rio Araguari,

mais ao sul.

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Os ânimos se exaltaram na região quando o paraense Francisco Xavier da Veiga

Cabral, o Cabralzinho, assassinou o tenente Lunier, comandante de um destaca-

mento francês no Amapá. Cabralzinho se tornou “herói do Amapá”. A partir de en-

tão, ocorreram vários conflitos entre brasileiros e franceses, levando os governos

de Brasil e França a submeterem a questão à arbitragem do governo Suíço.

O Laudo Suíço, dado em Berna no dia 1º de dezembro de 1900, foi favorável ao

Brasil na disputa pela área. Nesse sentido, merece destaque a atuação do Barão do

Rio Branco como defensor brasileiro.

(FCC/PC-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2017) A fronteira entre a Guiana Francesa e o

Brasil foi alvo de constantes divergências e conflitos entre os dois países. A chama-

da “Questão do Amapá” só foi legalmente solucionada

a) após a atuação da diplomacia brasileira, quando o Barão do Rio Branco obteve

posicionamento favorável da arbitragem internacional do governo da Suíça, que

reconheceu que o Brasil tinha direito às terras localizadas ao sul do rio Oiapoque,

antes pertencentes ao Império Português.

b) depois da derrota das tropas francesas que haviam invadido parte do território

do Amapá, avançando até o rio Araguari, e foram vencidas pelo Exército Brasileiro,

com a colaboração de milícias armadas enviadas pela Guiana e pelo Suriname.

c) mediante um acordo pacífico entre a França e o Brasil, que estabeleceu os li-

mites fronteiriços definitivos, em troca de favorecimentos comerciais envolvendo

as cidades de Caiena e Macapá, bem como a livre navegação dos rios de ambos os

territórios envolvidos.

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d) durante a Segunda Guerra Mundial, quando França e Brasil apoiaram conjun-

tamente os Aliados, e cessaram suas disputas por fronteira em nome do Tratado

Interamericano de Assistência Recíproca, firmado no Rio de Janeiro por diversos

países sul-americanos.

e) por pressão do governo dos Estados Unidos, interessado na exploração de mi-

nério de ferro e manganês na região, a qual estava sendo prejudicada pelos con-

flitos territoriais, solucionados com a vinda de peritos que deram ganho de causa

ao Brasil.
1

O interesse nazista pela Amazônia

Entre 1935 e 1937, o biólogo e geógrafo alemão Otto Schulz-Kamphenkel lide-

rou uma expedição do Belém do Pará, passando pelas margens do Rio Jari, até à

fronteira da Guiana Francesa. Em um relatório de 1940, elaborado para os nazistas,

recomendou a tomada das Guianas como de fundamental importância para as pre-

tensões de Hitler na América do Sul.

Havia, inclusive, um plano dos alemães de, após vencerem a Segunda Guerra,

dominar toda a América do Sul por meio de ações de colônias da Argentina e do sul

do Brasil. A “Operação Guiana” objetivava colonizar as Guianas Francesa, Holande-

sa e Inglesa, além da tomada da foz do Rio Amazonas.

1
Gabarito: letra a.

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A Guerra da Lagosta

Entre 1961 e 1963, ocorreu uma das maiores crises diplomáticas entre Brasil e

França. Mais do que a possibilidade de um conflito armado, recebeu essa nomen-

clatura jocosa pela imprensa do período, em função dos eventos cômicos relacio-

nados à questão.

A Marinha do Brasil expulsou um navio francês que estaria pescando lagos-

tas clandestinamente na costa de Pernambuco. A crise tomou proporção perigosa

quando os dois países mobilizaram suas forças armadas, deslocando recursos mili-

tares para regiões próximas ao incidente. Além disso, a França mobilizou tropas e

navios para a fronteira entre a Guiana Francesa e o Amapá.

A parte cômica fica pelas discussões na imprensa francesa sobre o direito de

pesca ou não: A lagosta nada ou anda? Caso nadasse, poderia se dizer que estava

em águas internacionais; caso andasse, estaria em território brasileiro, já que se

admitia, à época, que o fundo do mar pertencia ao Brasil. A discussão se alongou

com o Brasil alegando que a lagosta era um recurso pertencente à plataforma

continental, devido a sua “natureza sedentária”. Já os franceses argumentavam o

contrário: ela nadava e, portanto, pertencia às águas internacionais.

Querido(a) aluno(a), somente expliquei a Guerra da Lagosta, e por alto, em

função de ela ter aparecido em questões da banca como distração, para tirar o foco

do candidato da alternativa correta. Ela não possui nenhuma relação com História

do Amapá, a não ser pela presença próxima das forças armadas francesas. O in-

cidente terminou com a França retirando seus navios pesqueiros e sem que fosse

dado nenhum tiro.

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3. Principais Atividades Econômicas do Amapá: Séculos XIX e XX

Querido(a), desde a colonização europeia a região Norte é uma área de vazio


demográfico. Algo compreensível já que seus aspectos naturais dificultaram a sua
ocupação mais intensiva.
Durante o século XIX, a economia na região do futuro estado do Amapá foi ba-
seada no ciclo do ouro e na produção de borracha, que havia atingido altos preços
internacionais, o que acabou promovendo um atrativo populacional. A descoberta
de riquezas, no entanto, fez crescer as disputas territoriais que, como vimos, levou
à invasão dos franceses em maio de 1895. Vejamos:

Ciclo do Ouro

Em 1894, os brasileiros Germano e Firmino Ribeiro, naturais de Curuça, no Pará,


encontram ouro no leito do rio Calçoene. Na Guiana Francesa também se encontrou
o metal. Essas descobertas, como você deve se recordar, provocaram a “Questão
do Amapá”, solucionada com arbitragem suíça.
Podemos afirmar que a atual cidade de Calçoene teve origem no movimento
de garimpeiros e faiscadores de ouro. Entre 1893 e 1898 foram extraídas aproxi-
madamente 10 toneladas de ouro das minas de Calçoene. Em 1901 sua população
chegou a 1.600 habitantes.

Ciclo da Borracha

No final do século XIX, a Amazônia começa a viver o ciclo da borracha e o sul do


Amapá também se beneficia da atividade extrativista. O fluxo de pessoas e merca-
dorias se intensificaram pelos rios, possibilitando novos negócios e o surgimento de
uma economia subsidiária da atividade extrativista do látex.

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Após o declínio do Ciclo da Borracha, no início do século XX, a região sofreu uma

queda na quantidade de imigrantes, com algumas exceções, como a imigração ja-

ponesa que ocorreu na década de 1930.

Projetos de extração

Em 1950, iniciou-se a construção da rodovia Belém-Brasília, como parte do

ambicioso projeto integração nacional de Juscelino Kubitscheck. Já na década de

1960, a estratégia do Regime Militar (1964-1985) se baseava em políticas desen-

volvimentistas e nacionalistas. Nesse sentido, como veremos na nossa próxima

aula, os militares criaram bancos de fomento e superintendências de segurança

que promoveram um atrativo populacional, principalmente para exploração de ma-

deira e minérios.

Manganês

Embora tenha sido encontrada uma grande reserva de manganês na Serra do

Navio em 1945, sua exploração se iniciou em 1957, com a concessão da atividade

à Indústria e Comércio de Minérios S.A. (ICOMI), subsidiária da norte-americana

BethIehem Steel.

Principal riqueza do estado do Amapá, o manganês revolucionou a economia

local. Com as maiores reservas do país, extrai 80% da produção total de manganês

do país na década de 60. Suas jazidas foram arrendadas por 50 anos pela Icomi,

que paga royalties de 4 a 5% do valor do minério extraído ao governo local, sendo

as encomendas asseguradas por um contrato com o Defense Materials Procure-

ment Agency, órgão governamental norte-americano.

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A renda dos royalties do manganês foi usada na construção da Usina de Pare-

dão, objetivando produzir energia para atrair indústrias. Também foi construída,

pela Icomi, uma estrada de ferro com capacidade para 700 mil toneladas de mi-

nério e 200 mil toneladas de outros tipos de mercadorias, bem como como um

porto com capacidade para receber navios de até 45 mil toneladas.

Outras Riquezas Minerais

Além do manganês, o Amapá possui uma grande reserva de recursos natu-

rais sendo exploradas e muitas com potencialidades para o futuro. Entre elas,

incluímos o ouro dos garimpos dos rios Calçoene, Cassiporé, Igarapé de Leona e

Gaivota.

Na região de Santa Maria podem ser encontrados diamantes e a hematita é

explorada em uma jazida de 9,6 toneladas pela empresa Hanna Company. Tam-

bém são extraídos o caulim e o granito.

Outras Atividades

Na década de 1970, o empresário norte americano Daniel Ludwig implantou

o Projeto Jari, na divisa com o Pará e às margens do rio Jari. Objetivava explo-

rar madeira, cultivar arroz e produzir celulose. Apesar do grande investimento, o

projeto fracassa e, em 1982, é assumido pelo Grupo Caemi e pelo Banco do Brasil

Em termos de extrativismo vegetal, são exploradas a castanha-do-pará, o

palmito e a madeira. A produção agrícola limita-se ao cultivo de arroz e man-

dioca. Na pecuária predominam as criações de búfalo e o gado bovino.

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O setor industrial dedica-se ao processamento das principais riquezas do esta-

do, ou seja, a extração mineral, a madeira e também a pesca. Esta última, a

atividade econômica de maior potencialidade para ser explorada. A exploração dos

recursos pesqueiras do Estado é caracterizada como artesanal. A pesca industrial

concentra-se basicamente na captura do camarão-rosa. O desenvolvimento da ativi-

dade pesqueira depende fortemente da iniciativa e do investimento governamental.

A pecuária se limita a produção para a região norte, destacando o rebanho de

bubalinos (búfalos) como sendo mais numeroso que o de bovinos e a área destina-

da à atividade é muito maior que a destinada à agricultura.

A produção de energia elétrica no Amapá supera o seu consumo doméstico.

Entre junho de 1993 e julho de 1994, foram produzidos 451 milhões de kwh de

energia, para um consumo local de 220 milhões de kwh.

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RESUMO

Querido(a) aluno(a), os mapas mentais que se seguem foram elaborados para

que você consiga criar links cognitivos. Para tanto, é necessário que pratique um

pequeno exercício: Observe cada um deles e tente descrever o máximo de informa-

ções sobre a temática, como se estivesse contanto um causo a alguém. Pegue um

papel e uma caneta e tente escrever, por tópicos mesmo, tudo aqui que conseguir

se lembrar. Caso não consiga se lembrar de tudo, revisite a aula. Quando conseguir

analisar um mapa mental sem que seja necessário retornar a aula, terá fixado o

conteúdo necessário para fazer uma excelente prova.

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Seminômades

TRATADOS DE LIMITES
relacionados ao Amapá
Anulando a Bula Alexandrina, estabeleceu a divisão do
Tratado de Tordesilhas - 1494 globo terrestre em dois hemisférios por um meridiano
localizado 370 léguas a Oeste das ilhas de Cabo Verde.
Firmado entre Portugal e a França para estabelecer os limi-
Primeiro Tratado de Utrecht - tes entre os dois países na costa norte do Brasil. Estas dis-
1713 posições serviram, quase dois séculos após, para defender
a posição brasileira na questão do Amapá.
Também entre Portugal e a Espanha, estabeleceu os limites
entre as colônias dos dois, na América do Sul, respeitando
a ocupação realmente exercida nos territórios e abando-
Tratado de Madri - 1750 nando inteiramente a "linha de Tordesilhas". (A Colônia de
Sacramento passaria para o domínio da Espanha). Com
esse Tratado o Brasil ganhou já um perfil próximo ao de
que dispõe hoje.
Ainda entre Portugal e Espanha. Seguiu em linhas gerais
Tratado de Santo Ildefonso -
os limites estabelecidos pelo Tratado de Madri, embora
1777
com prejuízo para Portugal no extremo sul do Brasil.

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (FCC/TJ-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO/2014) A criação do Território Federal do

Amapá

a) ocorreu após a Guerra da Lagosta, conflito militar entre Brasil e França, que ter-

minou com a vitória brasileira e foi motivado pela disputa desses países pelo direito

à pesca na região.

b) concretizou-se após a arbitragem internacional realizada pelo governo da Suíça,

depois de o Barão do Rio Branco ter apresentado documento que reivindicava a

posse brasileira da região disputada pela França.

c) recebeu o aval da França e o reconhecimento internacional durante a Segunda

Guerra Mundial, período em que a região foi considerada geograficamente estraté-

gica pelos aliados.

d) resultou da compra, pelo Estado do Pará, da região que até então era parte da

Guiana Francesa, mas que possuía maioria de população brasileira e vivia da explo-

ração da cana-de-açúcar.

e) efetivou-se com o Tratado de Utrecht, assinado pelos governos do Brasil e da

França, que reconhecia o rio Oiapoque como fronteira entre os domínios territoriais

dos dois países.

2. (FCC/TCE-AP/TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO/2012) Na disputa final pela

posse do território que mais tarde comporia o estado do Amapá, em 1899, teve

grande importância a argumentação apresentada

a) por Francisco Xavier da Veiga Cabral.

b) pelo senador Candido Mendes Ferreira.

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c) por Joaquim Caetano da Silva.

d) pelo Barão do Rio Branco.

e) por João Severiano Maciel.

3. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2016) As reformas pombalinas, no

período colonial, foram um conjunto de medidas decretadas pelo governo portu-

guês, que, entre outras mudanças, acarretaram a

a) fundação das companhias de comércio como a Companhia das Índias Ociden-

tais, para incrementar a exploração colonial e as trocas comerciais.

b) proibição da instalação de manufaturas, a fim de revitalizar o Pacto Colonial e

reforçar o poder português sobre a colônia, em plena atividade mineradora.

c) expulsão da Companhia de Jesus do território colonial brasileiro sob acusações

de conspiração, e o confisco de seus bens pelo Estado.

d) centralização do poder sobre a colônia pela Coroa portuguesa mediante a extin-

ção de órgãos administrativos e de cargos importantes, como o de vice-rei.

e) flexibilização da cobrança de impostos em troca de maior apoio político da elite

colonial, a fim de evitar o contrabando e a sonegação fiscal.

4. (FCC/TJ-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA APOIO ESPECIALIZADO/2014) No sé-

culo XVIII, tiveram grande impacto na administração colonial as chamadas refor-

mas pombalinas, que resultaram, entre outras consequências, na

a) criação de um governo geral como forma de centralizar a defesa e a administra-

ção em Salvador, capital da colônia.

b) concentração de poderes nas mãos do marquês de Pombal, que passa de minis-

tro a rei em virtude do êxito político e econômico de suas medidas.

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c) opção pela monocultura da cana como carro-chefe da economia colonial, sendo

o engenho transformado em unidade administrativa autônoma.

d) abertura dos portos para nações amigas, levando à flexibilização do comércio,

ao surgimento de arraiais e ao desenvolvimento da vida urbana.

e) expulsão dos jesuítas de Portugal e de suas colônias, acompanhada do confisco

de seus bens e da dispersão dos índios abrigados nas missões.

5. (FGV/FISCAL DA RECEITA FEDERAL/2010) No final do século XIX, o Brasil e a

França envolveram-se numa disputa com relação a demarcação dos limites entre

o Amapá e a Guiana Francesa – a chamada Questão do Amapá. A argumentação

brasileira estava centralizada na localização de um rio e no texto de um tratado.

O rio e o tratado são, respectivamente:

a) Calçoene e Westfália.

b) Oiapoque e Utrecht.

c) Araguari e Madrid.

d) Oiapoque e Santo Ildefonso.

e) Caciporé e Westfália.

6. (FCC/AL-PB/ASSISTENTE LEGISLATIVO/2013) Assumindo os ideais iluministas

no reino, o Marquês de Pombal expulsou os jesuítas de Portugal e colônias. Na

Paraíba, os jesuítas foram expulsos por Pombal, em 1759. A consequência dessa

expulsão para a capitania foi a

a) criação de uma cultura formada por valores Indígenas Católicos.

b) expansão da pecuária sobre as terras dos indígenas no Sertão da Paraíba.

c) introdução de novos conhecimentos espirituais e científicos vindos da Europa.

d) intensificação dos conflitos que ocorriam entre colonos e os Tupis-Guaranis.

e) desarticulação do sistema de ensino mantido por essa Ordem Religiosa.

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7. (FCC/MPE-RN/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2010) Durante a

União Ibérica, a Capitania do Rio Grande do Norte passou a fazer parte do interesse

expansionista de Filipe II da Espanha, tendo em vista

a) o sucesso da economia de subsistência praticada pelos índios potiguares no

interior da capitania, cuja produção poderia fornecer altos lucros no mercado con-

sumidor de produtos tropicais.

b) a constante invasão de povos estrangeiros na capitania, particularmente de

holandeses, que estabeleciam fortes laços de aliança com os indígenas da tribo

potiguar no sertão nordestino.

c) a posição geográfica da capitania, que possibilitava acesso estratégico à colô-

nia e exploração de todas as terras da costa brasileira, especificamente da região

nordestina.

d) a necessidade de expansão da colonização e a implantação de núcleos de povo-

amento, a organização e a criação de órgãos administrativos capazes de promover

a expulsão dos franceses da capitania.

e) o fracasso do sistema de capitanias hereditárias que favorecia incursões estran-

geiras, principalmente francesas, na capitania que colocavam em risco o domínio

espanhol em terras brasileiras.

8. (FGV/DPE-RO/TÉCNICO DA DEFENSORIA PÚBLICA/2015) Durante o processo

de União Ibérica (1580/1640), Portugal avançou o seu território na América, resul-

tando na transformação do espaço físico brasileiro que passou a ser continental.

Assim foi possível a ocupação da região norte e, especificamente, a área do atual

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Estado de Rondônia. Tal processo de ocupação de Rondônia se deu pela presença

dos jesuítas na região, buscando a catequização dos indígenas. Acerca da conquista

territorial de Rondônia entre os séculos XVII e XVIII, um outro grupo responsável

por esse processo foi:

a) a elite açucareira interessada na ampliação dos engenhos de açúcar na região

norte;

b) a elite pecuarista que avançou da região sul em busca de melhores pastagens;

c) os bandeirantes que buscavam a exploração econômica da região;

d) os produtores de borracha interessados na riqueza oferecida pelo produto no

exterior;

e) os produtores de soja que tinham o interesse de ampliar a sua produção.

9. (FCC/PM-AP/SOLDADO/2017) A formação de vilas de colonização portuguesa na

região do Amapá aconteceu quando foram:

a) descobertas jazidas de ouro nas encostas do rio Amazonas, próximas a sua foz, por

colonos aventureiros remanescentes da tripulação de Pedro Álvares Cabral, em 1621.

b) enviadas diversas tropas reais portuguesas para combater as tribos indígenas

da região, que foram completamente dizimadas nesses combates, em meados do

século XVI.

c) distribuídas as capitanias hereditárias, pela Coroa Portuguesa, em 1534, sendo a

capitania do Amapá a mais isolada e a de maior extensão territorial em toda a colônia.

d) empreendidas ações de povoamento, no século XVIII, por Francisco Xavier de

Mendonça Furtado, quando este foi governador do Estado do Grão Pará e Maranhão.

e) erguidas várias casas e uma praça central, no século XVII, pelo colonizador

português Francisco de Orellana que batizou esse lugar de Adelantado de Nueva

Andaluzia.

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10. (FGV/SEAD-AP/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2010) “A conquista e ocupação

da Amazônia, no período colonial, foram empreendimentos conduzidos pelo Estado,

planejados e executados com prioridade política pelo governo metropolitano”.


(Freitas Rezende, Tadeu Valdir. In: A conquista e a ocupação da Amazônia brasileira no período
colonial: a definição das fronteiras).

A partir do texto, analise as afirmativas a seguir.

I – Em 1621, a administração do Estado do Maranhão e Grão-Pará, entidade polí-

tica autônoma e independente do Estado do Brasil, passou a ser diretamente

subordinada ao governo de Lisboa, iniciando-se um processo irreversível de

exploração e penetração territorial pela vasta rede hidrográfica amazônica.

II – Na primeira metade do século XVIII, Portugal passou a priorizar a definição

de suas fronteiras coloniais com o propósito de revisar os acordos anteriores

de limites e abolir o Tratado de Tordesilhas.

III – A aproximação das Coroas Ibéricas favoreceu as negociações diplomáticas

que resultaram na assinatura, em 1750, do Tratado de Madri, que legalizou,

pelo argumento de posse da terra (uti possidetis) e pela busca de fronteiras

naturais, a ocupação da Amazônia.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

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11. (CESPE/TJ-RO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) O recrutamento de colonos para

povoar regiões consideradas estratégicas por Portugal em sua colônia americana

foi uma das medidas políticas empreendidas pelo Marquês de Pombal, por meio de

uma política colonial claramente mercantilista, com o objetivo de fortalecer o po-

der da realeza e reduzir históricos privilégios concedidos a comerciantes ingleses.

Nesse sentido, a decisão tomada pelo governo de Lisboa de enviar colonos prove-

nientes dos Açores e de Mazagão, no norte da África, para a região Norte brasileira

foi motivada:

a) pelo comprovado sucesso do emprego de mão de obra imigrante nas lavouras

de café no centro-sul da colônia, fato que indicava bons prognósticos para sua uti-

lização na Amazônia.

b) pela urgente necessidade de povoar o Norte do Brasil, uma vez que, em face da

crescente pressão exercida por Inglaterra, França e Holanda, era preciso integrar a

área às demais regiões da colônia.

c) pela expansão da produção aurífera ao longo do século XVIII, cujo andamento

das atividades dependia do fornecimento de gêneros alimentícios produzidos nos

mais diversos pontos da colônia.

d) pela necessidade de controle do território do Norte, que permitiria ao governo

de Portugal ampliar seus domínios americanos e, a partir do mapeamento hidrográ-

fico da Amazônia, controlar a estratégica bacia platina.

e) pelo fato de as correntes migratórias externas poderem substituir, com vanta-

gem, as populações nativas que, nesse contexto, haviam sido dizimadas em larga

medida.

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12. (ESPCEX/2016) As relações entre a metrópole e a colônia foram regidas pelo


chamado pacto colonial, sendo este aspecto uma das principais características do
estabelecimento de um sistema de exploração mercantil implementado pelas na-
ções europeias com relação à América. Com relação ao Brasil, do que constava este
pacto?
a) As colônias só poderiam produzir artigos manufaturados.
b) A produção agrícola seria destinada, exclusivamente, à subsistência da colônia.
c) A produção da colônia seria restrita ao que a metrópole não tivesse condições
de produzir.
d) A colônia poderia comercializar a produção que excedesse às necessidades da
metrópole.
e) Portugal permitiria a produção de artigos manufaturados pela colônia, desde de
que a matéria-prima fosse adquirida da metrópole.

13. (ESPCEX/2006) O sistema de Capitanias Hereditárias era regulamentado por


dois documentos jurídicos, que definiram os direitos e os deveres dos donatários.
Um desses documentos cedia ao donatário uma ou mais capitanias, a administração
sobre ela, as suas rendas e o poder legal para interpretar e ministrar a lei. O outro
estabelecia os direitos e deveres dos donatários, como promover a prosperidade
da capitania, conceder sesmarias, receber a redizima das rendas da metrópole e a
vintena da comercialização do pau-brasil e do pescado.
Esses documentos eram, respectivamente:
a) Carta de Doação e Foral
b) Foral e Regimento de Tomé de Souza
c) Carta de Doação e Regimento de Tomé de Souza
d) Foral e Carta de Doação
e) Regimento de Tomé de Souza e Foral

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14. (UNAERP/SP) Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de

ocupação do Brasil seria através da colonização. Era necessário colonizar, simulta-

neamente, todo o extenso território brasileiro. Essa colonização dirigida pelo gover-

no português se deu através da:

a) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil.

b) criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais.

c) criação das capitanias hereditárias.

d) montagem do sistema colonial.

15. (CFSD/PM-PA) O ano de 1570 marca a publicação da primeira lei da Coroa Por-

tuguesa proibindo a escravização indígena na colônia estabelecida no Novo Mundo.

O efeito concreto dessa legislação foi:

a) a disputa acirrada com outras potências europeias pelo controle dos nativos do

novo continente recém descoberto.

b) a escalada da luta das elites coloniais pela revogação da proibição de exploração

compulsória da mão de obra africana.

c) alianças e conflitos com diferentes grupos indígenas, através dos quais foi ne-

gociada a expansão colonialista portuguesa.

d) a escolha pela escravização de africanos, pela completa impossibilidade de ex-

ploração do trabalho indígena.

e) o aumento de conflitos entre missionários de ordens religiosas, colonos portu-

gueses e autoridades coloniais pela exploração da mão de obra indígena.

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16. (FUVEST) Os indígenas foram também utilizados em determinados momen-

tos, e sobretudo na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar

problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que

talvez tenha importado é a rarefação demográfica dos aborígines, e as dificuldades

de seu apresamento, transporte etc. Mas na “preferência” pelo africano revela-se,

mais uma vez, a engrenagem do sistema mercantilista de colonização; esta se pro-

cessa num sistema de relações tendentes a promover a acumulação primitiva de

capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, o abastecimento das colônias

com escravos, abria um novo e importante setor do comércio colonial, enquanto o

apresamento dos indígenas era um negócio interno da colônia. Assim, os ganhos

comerciais resultantes da preação dos aborígines mantinham-se na colônia, com

os colonos empenhados nesse “gênero de vida”; a acumulação gerada no comércio

de africanos, entretanto, fluía para a metrópole; realizavam-na os mercadores me-

tropolitanos, engajados no abastecimento dessa “mercadoria”. Esse talvez seja o

segredo da melhor “adaptação” do negro à lavoura ... escravista. Paradoxalmente,

é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial,

e não o contrário.
(Fernando Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec,
1979. p; 105. Adaptado).

Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa:

a) os escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africa-

na, e por isso a metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que eram mais produ-

tivos e mais rentáveis.

b) os escravos africanos aceitavam melhor o trabalho duro dos canaviais do que os

indígenas, o que justificava o empenho de comerciantes metropolitanos em gastar

mais para a obtenção, na África, daqueles trabalhadores.

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c) o comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropo-

litanos preocupavam-se com as condições de vida dos trabalhadores africanos,

enquanto outros os consideravam uma “mercadoria”.

d) a rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu

decisivamente para que, a partir de certo momento, também escravos africanos

fossem empregados na lavoura, o que resultou em um lucrativo comércio de

pessoas.

e) o principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato

de que esta precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a

abertura de um rentável comércio para a metrópole, que se articulava perfeita-

mente às estruturas do sistema de colonização.

17. (PUC-RIO/2009) Sobre as características da sociedade escravista colonial

da América portuguesa estão corretas as afirmações abaixo, À EXCEÇÃO de

uma. Indique-a.

a) O início do processo de colonização na América portuguesa foi marcado pela

utilização dos índios – denominados “negros da terra” – como mão de obra.

b) Na América portuguesa, ocorreu o predomínio da utilização da mão de obra

escrava africana seja em áreas ligadas à agroexportação, como o nordeste açu-

careiro a partir do final do século XVI, seja na região mineradora a partir do

século XVIII.

c) A partir do século XVI, com a introdução da mão de obra escrava africana,

a escravidão indígena acabou por completo em todas as regiões da América

portuguesa.

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d) Em algumas regiões da América portuguesa, os senhores permitiram que al-

guns de seus escravos pudessem realizar uma lavoura de subsistência dentro dos

latifúndios agroexportadores, o que os historiadores denominam de “brecha cam-

ponesa”.

e) Nas cidades coloniais da América portuguesa, escravos e escravas trabalharam

vendendo mercadorias como doces, legumes e frutas, sendo conhecidos como “es-

cravos de ganho”.

18. (IPAD/IPAD/PC-AC/2012) Durante os embates relacionados à disputa entre

Brasil e Bolívia pelo controle da região do atual estado do Acre, destacou-se a atu-

ação do Barão de Rio Branco e de Assis Brasil, que, em novembro de 1903 conse-

guiram, por meio da diplomacia, aprovar a assinatura de um acordo entre as duas

nações, o qual ficou conhecido como:

a) Tratado de Madri.

b) Tratado de Santo lldefonso.

c) Tratado de Petrópolis.

d) Tratado Badajoz.

e) Tratado de Utrecht.

19. (FCC/TCE-AP/TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO/2012) Considere as seguintes

afirmações sobre a agropecuária do Amapá.

I – O rebanho bovino do estado é o maior da região amazônica.

II – Os bubalinos são mais numerosos que os bovinos.

III – A área destinada a pastagens é mais extensa que a destinada aos cultivos.

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Está correto o que se afirma APENAS em

a) I.

b) I e II.

c) I e III.

d) II.

e) II e III.

20. (FGV/SEAD-AP/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2010) Na segunda metade do

século XIX, as terras do sul do Amapá foram incorporadas à economia da borracha.

Alguns fatores responsáveis pela expansão da economia da borracha pelo vale do

Amazonas estão relacionados a seguir, à exceção de um. Assinale-o.

a) O aumento da demanda externa.

b) As inovações tecnológicas.

c) A ocorrência de espécies gomíferas.

d) O crescimento do consumo regional.

e) A disponibilidade de mão de obra barata.

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GABARITO
1. b

2. d

3. c

4. e

5. b

6. d

7. c

8. c

9. e

10. e

11. b

12. c

13. d

14. c

15. d

16. e

17. c

18. c

19. e

20. d

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