Equações Paramétricas Das Cônicas PDF
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Ao estudarmos as retas no plano, vimos que a reta r que passa por dois pontos distintos
DeÆnição 1
SejaC uma curva plana. Dizemos que uma aplicação : D ! R2, (t) = (x(t); y(t)), é uma
parametrização de C se a sua imagem (D) coincide com C , ou seja,
Parametrização de um círculo
C é: 8
<x = r cost
C:: ; t 2 R:
y=r sen t
ções
Fig. 1: Círculo C : x2 + y2 = r2
x = r cos(at) e y = r sen(at), com t 2 R,
também são equações paramétricas para o círculo C , pois:
x2 + y2 = r2 cos2(at) + r2 sen2(at) = r2 :
Observe que as equações paramétricas
8
<x = r cost
C:: ; t 2 [0; ] ;
y=r sen t
C : (x - x0)2 + (y - y0)2 = r2
de centro ( x0; y0) e raio r > 0.
Exemplo 1
Parametrize o círculo C : x2 + y2 - 4x - 6y = 12.
Solução.
Completando o quadrado:
x2 - 4x + y2 - 6y = 12 () (x - 2)2 + (y - 3)2 = 12 + 4 + 9 = 25 ,
obtemos que C é o círculo de centro C = (2; 3) e raio r = 5. Logo, pelo visto acima,
8<
x = 2 + 5 cos t
C: :y ; t 2 R;
= 3 + 5 sen t
8< Como (
t
; ) = ax ; yb 2 C , e C :
=
t 2 R, é uma parametrização de C , temos que
cos
(
: = sen t
;
8<
x = a cos t
E: :y ; t 2 R;
= b sen t
E.
é uma possível parametrização da elipse
Cb OP t,
, tais que os vetores a e b fazem um ângulo medido em radianos, no sentido anti-
a reta rb : y = b sen t, paralela ao eixo- OX que passa pelo ponto Pb, nos dá o ponto P =
x2 y2
(a cos t; b sen t) pertencente à elipse E : a2 + b2 = 1 .
2 (y - y0)2
Seja, agora, a elipse E : (x -a2x0) +
b2
= 1 de centro (x0; y0).
Por uma translação dos eixos coordenados, obtemos um sistema de eixos O X Y, onde O =
(x0; y0) é o centro da elipse. Nas novas coordenadas x e y, a equação cartesiana da elipse Æca
2 2
E : ax2 + yb2 = 1
8<
na forma e, portanto,
x = a cos t
E: :y ; t 2 R;
= b sen t
Exemplo 2
Parametrize a elipse x2 + 4y2 - 2x - 16y = -1.
Solução.
Completando os quadrados:
obtemos que a elipse E tem centro no ponto (1; 2), reta-focal y = 2 paralela ao eixo-OX, a = 4
e b = 2. Então,
8<
x = 1 + 4 cos t
E: :y ; t 2 R;
= 2 + 2 sen t
é uma parametrização de E.
et + e-t et - e-t
Sejam cosh t =
2
e senh t =
2
, t 2 R, respectivamente, as funções cosseno
hiperbólico e seno hiperbólico. Os pontos (cosh t; senh t) e (- cosh t; senh t) pertencem à hi-
pérbole H, pois,
e2t + 2 + e-2t e2t - 2 + e-2t
(cosh t)2 - (senh t)2 = - =1 para todo t 2 R.
4 4
Além disso, variando t 2 R, vemos que x = cosh t percorre todos os valores em (- 1; -1] [
[1; + 1
), enquanto y = senh t percorre todos os valores reais.
8<
x = cosh t
Portanto,
:y ; t 2 R, é uma parametrização para o ramo H+ de H que intesecta
= senh t
8
<x = - t
t 2 R, é uma parametrização para o ramo H- de
cosh
o semi-eixo positivo OX, e :y = ;
t senh
Fig. 6: GráÆco de H = H+ [ H -
H : (x -a2x0) y - y0)2
2 (
Seja, agora, a hipérbole -
b2
= 1 de centro (x0; y0) e reta-focal paralela
ao eixo- OX.
H0 : 2 - 2 = 1
8
Considere a hipérbole .
x - x y - y < = t
Como (x; y) 2 H se, e só se, (; ) = ; b 0 2 H0 H0 : : t 2 R;
cosh
0
e ;
a = senh t
é uma parametrização de H0 8
, temos que
<x = x0 a t
t 2 R;
cosh
:y = y0 + b senh t
;
:y = y0 a cosh t
;
H : (y -a2y0) x x
2 ( - 0)2
são equações paramétricas da hipérbole -
b2
= 1 de centro (x0; y0) e reta-
focal paralela ao eixo- OY .
Observação 1
H : ax2 - yb2 = 1
2 2
Podemos obter outras equações paramétricas para a hipérbole , utilizando as
funções trigonométricas.
A seguir, assumimos 0 < b < a (faça as adaptações necessárias para o caso em que 0 < a < b).
Acompanhe o procedimento na Figura 7.
Para obter a coordenada x do ponto P, seja P2 o ponto de interseção da semi-reta OP1 com a
Para obter os pontos do quarto quadrante, fazemos a mesma construção, variando t no intervalo
(- 2 ; 0]. Neste caso, o ponto P = (x; y) da hipérbole tem a sua segunda coordenada negativa
OX faz com o vetor OP1 , no sentido horário, onde P1 é o ponto de interseção da reta s1 : x = -b
0 0 0
H : ax22 - yb22 = 1 :
8<
Com essa análise, chegamos às seguintes equações paramétricas da hipérbole
x = a sec t
H: :y ; t 2 (- 2 ; 2 ) [ ( 2 ; 3
2)
= b tg t
Observação 2
Podemos determinar equações paramétricas de cada ramo da hipérbole isoladamente, fazendo
variar
8<
t num mesmo intervalo. De fato, já sabemos que as equações paramétricas:
H+ : x = a sec t ; t 2 - 2 ; 2 ;
:
y = b tg t
descrevem as coordenadas dos pontos do ramo H+ de H que intersecta o semi-eixo positivo
OX.
3
Também, como t2 - ; se, e somente se, t + 2 ; , e:
2 2 2 2
a sec(t + ) = -a sec t e b tg(t + ) = b tg t ,
vemos que as coordenadas dos pontos do ramo H- de H , que intersecta o semi-eixo negativo
8<
8<
x = a sec t x = -a sec t
H+ : :y ;t2 - ;
2 2
; H- : :y ;t2 - ;
2 2
= b tg t = b tg t
De modo geral, podemos veriÆcar que
8<
H: x = a t + x0
sec
; t2 - ;
:y = b tg t + y0 2 2
;
2 (y - y0)2
são equações paramétricas da hipérbole H : (x -a2x0) -
b2
= 1 de centro (x0; y0) e reta-
focal paralela ao eixo- OX, e
8<
x = b tg t + x0
H: :y ;t 2 - ;
= a sec t + y0 2 2
2 (x - x0)2
são equações paramétricas da hipérbole H : (y -a2y0) -
b2
= 1 de centro (x0; y0) e reta-
focal paralela ao eixo- OY .
Exemplo 3
Parametrize a hipérbole H : x2 - 4y2 + 2x - 8y = 7 de duas maneiras diferentes.
Solução.
Completando os quadrados, temos:
8< 8<
H: x = 2 t-1
cosh
t 2 R; H: x = 2 t-1
sec
t2
:y = senh t - 1
; e
:y = tg t - 1
; - ; ;
2 2
Exemplo 4
Parametrize a hipérbole H : -x2 + 9y2 + 18y - 2x - 1 = 0 de duas maneiras.
Solução.
Completando o quadrado, obtemos:
As equações cartesianas canônicas das parábolas se caracterizam por apresentar uma das
variáveis no primeiro grau. Isso permite expressar essa variável como dependente da variável
do segundo grau.
cartesiana
(x - a)2 = k(y - b) () y =
1
k
(x - a)2 + b,
1
y = t2 + b.
k
P : (x - a)2 = k(y - b) :
P Fig. 10:
8<
Portanto, tem por equações paramétricas:
x =t+a
P: :y 1 ;t2R
= t2 + b
k
Exemplo 5
Parametrize a parábola P : y2 - 2x + 4y = 0 .
Solução.
Completando o quadrado:
y2 + 4y - 2x = 0 () (y + 2)2 = 2x + 4 = 2(x + 2) ;
vemos que P é uma parábola de vértice V = (-2; -2) e reta-focal y = -2 paralela ao eixo-OX.
(y + 2)2
x= - 2,
8<
Então, como temos que:
2
t2
x -2
P: :y
=
2 ; t 2 R;
= t-2
Observação 3
O procedimento utilizado para obter equações paramétricas das parábolas se aplica para obter
Exemplo 6
Considere a elipse:
2 2
E : ax2 + yb2 = 1 .
y2 x2 x2
r b2 p a2
b2
= 1-
a2
=) y2 = b2(1 - a2
)= )y = a2
(a2 - x2) =) y = ab ( - x2):
Note que a expressão que aparece no radicando, no lado direito da última igualdade, está deÆ-
8<
x = t, obtemos as equações paramétricas:
8<
E+ :
x
:y
=
=
b
t
pa2 - t2
; t 2 (-a; a] ; E- :
x
:y
=
=-
t
b p a2 - x2
; t 2 [-a; a) ;
a a
onde E+ é a semi-elipse contida no semiplano superior incluindo o vértice V1 = (a; 0) e excluindo
o vértice V2 = (-a; 0). Analogamente, E- é a semi-elipse contida no semiplano inferior, incluindo
o vértice V2 = (-a; 0) e excluindo o vértice V1 = (a; 0). Veja as Figuras 11, 12 e 13.
Nos exemplos abaixo veremos como parametrizar cônicas que não estão na forma canônica.
Exemplo 7
Determine a equação cartesiana e equações paramétricas da hipérbole equilátera H que passa
pelo ponto P0 = (-1; -5) e tem os eixos coordenados como assíntotas.
Solução.
Como as assíntotas se intersectam na origem e uma de suas bissetrizes é a reta-focal, temos
y = x.
Por uma rotação de 45o em torno da origem no sentido
8>
O X Y , sendo:
p 8> p
>< x =
2
(x - y)
>< x =
2
(x + y)
2 2
>>: y =
p
2
(x + y)
(1) e
>>: y =
p
2
(-x + y)
(2)
2 2
2 2
H : ax2 - ay2 = 1 () H : x2 - y2 = a2 ;
é a equação da hipérbole nas coordenadas x e y.
Como -1 e -5 são, respectivamente, as coordenadas x e y do ponto P0, temos, por (2), que:
p p
2
x = (-1 - 5) = -3 2
p2 p
2
y = (1 - 5) = -2 2 ;
2
() 4xy = 20
() xy = 5 ;
H H : x2 - y2 = 10,
p
Para parametrizar a hipérbole , parametrizamos primeiro a hipérbole com
a=b= 10:
8< p
H: x = 10 t
t 2 R:
p
cosh
:y = 10 senh t
;
>< x 2 p
= 10 cosh t- 10 senh t
H: >>: y
2
p p p ; t 2 R;
2
=
2
10 cosh t+ 10 senh t
5 5
Podemos também parametrizar a hipérbole H fazendo y = s, s 2 R - f0g, e x =
y
= .
s
8< 5
Para s 2 (0; + 1
), a parametrização
x
:y
=
s cobre a parte da curva situada no primeiro
s
8<
=
5
2 (-1; 0)
x =
quadrante e, para s , a parametrização
:y =
s
s
cobre a parte da curva situada no
terceiro quadrante.
Exemplo 8
Determine uma parametrização da cônica dada pela equação do segundo grau:
Solução.
Os coeÆcientes da equação são A = 9, B = -24, C = 16, D = -20, E = 110, F = 50 e seu
B 24 -24
Como A 6= C, temos que tg(2) = = >0e =
A - C 9 - 16 7
r r
1 1
cos 2 =
1 + (tg 2)2 =
1 + 576=49
= p7 =
7
25
;
625
de onde obtemos:
r r
1 + cos 2 1 + 7=25 4
cos = = = ;
2 2 5
r r
1 - cos 2 1 - 7=25 3
sen = = = ;
2 2 5
onde é o ângulo que devemos girar os eixos OX e OY para obter um novo sistema de eixos
8>
As relações de mudança de coordenadas são:
8>
<x =
1
5
(4x - 3y) <x =
1
5
(4x + 3y)
>: y =
1
(3x + 4y)
(1) e
>: y =
1
(-3x + 4y)
(2) ,
5 5
e a equação da cônica nas coordenadas x e y Æca na forma:
A x2 + C y2 + D x + E y + F = 0;
onde F = F = -50;
! ! ! !
A 0 1 1 4 3 9 -12 4 -3
0 C
=
5
5 -3 4 -12 16 3 4
! ! !
1 0 0 4 -3 0 0
= = ;
25 -75 100 3 4 0 25
ou seja, A = 0 e C = 25;
! ! ! !
D 1 4 3 -20 50
= = ;
E 5 -3 4 110 100
ou seja, D = 50 e E = 100.
Logo, a equação da cônica nas coordenadas x e y é dada por:
25y2 + 50x + 100y - 50 = 0 ()
y2 + 2x + 4y - 2 = 0 :
Completando o quadrado, temos:
1
Assim, a curva representa uma parábola de vértice V = (3; -2), parâmetro p = + , reta-focal
2
1 5 1 7
` : y = -2, foco F = 3 - ; -2 = ; -2 e diretriz L : x = 3 + = .
2 2 2 2
Portanto,
8
< x = - t2 + 3
t 2 R;
: y = t -2 2 ;
>> 1 t2
< x = 5 4 - 2 + 3 - 3(t - 2) = - 15 (2t2 + 3t - 18)
P:> t 2 R;
>: y = 1 3 - t2 + 3 + 4(t - 2) = 1 - 3 t2 + 4t + 1
;
5 2 5 2