Critérios Diagnósticos Das Infecções Relacionadas À Assistencia À Saúde
Critérios Diagnósticos Das Infecções Relacionadas À Assistencia À Saúde
Critérios Diagnósticos Das Infecções Relacionadas À Assistencia À Saúde
Diretores
Antônio Barra Torres
Alex Machado Campos
Cristiane Rose Jourdan Gomes
Meiruze Sousa Freitas
Romison Mota
Adjuntos de Diretor
Daniela Marreco Cerqueira
Fabiana Barini Rodrigues Alves
Jacqueline Condack Barcelos
Juvenal de Souza Brasil Neto
Patrícia Oliveira Pereira Tagliari
Estagiários
Diego Muniz de Souza
Taynara Gabrielle Marques Santos
Revisão
Comissão Nacional de Prevenção e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (CNCIRAS)
Grupos de Trabalho para Elaboração dos Critérios Diagnósticos de IRAS da Anvisa (listados no Manual
de Critério Diagnósticos de IRAS publicado em 2017)
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer
fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens deste documento é da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária – Anvisa.
Introdução ........................................................................................................................................ 4
2.5 Infecção do trato urinário associada a cateter vesical de demora – pacientes adultos e
pediátricos ...................................................................................................................... 23
Diante do exposto, esta Nota Técnica tem a compilação, de forma sucinta, dos
Critérios Diagnósticos das IRAS de notificação obrigatória ao Sistema Nacional de
Vigilância Epidemiológica das IRAS a serem utilizados no ano em 2021, com
exceção dos critérios de infecção em serviços de diálise que estão contemplados na
Nota Técnica GVIMS/GGTES/Anvisa n° 02/2019.
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NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA nº 02/2021
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É importante destacar que os critérios diagnósticos devem ser utilizados para
a definição das IRAS sob o ponto de vista epidemiológico e não devem ser confundidos
com os critérios clínicos, utilizados para a definição de casos clínicos de infecção e qual
tratamento deve ser instituído pelo médico do paciente.
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NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA nº 02/2021
Critérios Diagnósticos das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde - 2021
1. Conceitos e orientações gerais para a aplicação dos Critérios
Diagnósticos de IRAS
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Quadro 1 – Exemplo de como definir as IRAS associadas ao uso de dispositivo
invasivo.
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Quadro 2 – Exemplo de Período de janela da infecção.
03 dias antes
Período de janela da
infecção Data do primeiro exame laboratorial ou de imagem com resultado
positivo ou do primeiro sinal/sintomaespecífico.
03 dias após
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Data da infecção: dia 03
D1 – Transferência do paciente X
D2 X
D3 X
D4 X
D5 X
… X
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Observações: Microrganismos tipicamente causadores de infecções comunitárias:
microrganismos pertencentes aos gêneros Blastomyces, Histoplasma, Coccidioides,
Paracoccidioides, Cryptococcus e Pneumocystis raramente são conhecidos por serem causas de
IRAS. Porisso, do ponto de vista epidemiológico, as infecções causadas por estes não devemser
computadas como IRAS. Também devem ser consideradas as observações referentes a
microrganismos relacionados a sítios específicos.
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2. Critérios Diagnósticos das IRAS de notificação nacional obrigatória
o Febre (>38°C)
o Calafrios
o Hipotensão (pressão sistólica ≤ 90 mmHg)
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Duas ou mais hemoculturas, coletadas em momentos distintos* no mesmo dia ou no máximo no
dia seguinte, positivas para agentes contaminantes de pele: Corynebacterium spp.
(excluiC. diphtheriae), Bacillus spp. (exclui B. anthracis),Propionibacterium spp., Staphylococcus
coagulase negativa, Streptococcus do grupo viridans, Aerococcus spp. e Micrococcus spp.
Critério 3 – IPCSL causada por agente contaminante de pele em Paciente >28 dias
e ≤ 1ano
Paciente > 28 dias e ≤ 1ano em uso de cateter central por um período maior que dois dias de
calendário (sendo o D1 o dia de instalação do dispositivo) e que na data da infecção o paciente
estava em uso do dispositivo ou este foi removido no dia anterior
o Febre (>38°C)
o Hipotermia (<36°C)
o Apnéia
o Bradicardia
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*A frase “duas ou mais hemoculturas coletadas em momentos distintos” significa que as amostras de
sangue de pelo menos duas coletas foram obtidas de forma separadas no mesmo dia ou em dias
consecutivos OU que foram coletadas de forma a sugerir quehouve dois preparos diferentes do sítio de
coleta. Desta forma, reduz-se o risco de contaminações de coletas serem consideradas IPCS. Por exemplo,
duas coletas de sangue de diferentes sítios (diferentes punções venosas, a combinação de uma punção
venosa e coleta de um lúmen do cateter central, ou coleta de dois lúmens diferentes deum mesmo cateter
central) ou de um mesmo sítio, coletadas em diferentes horários e preparadas de forma separadas.
Pelo menos DOIS dos seguintes sinais e sintomas** sem outra causa não infecciosa reconhecida
e sem relação com infecção em outro local:
o Instabilidade térmica
o Bradicardia
o Apneia
o Intolerância alimentar
o Piora do desconforto respiratório
o Intolerância à glicose
o Instabilidade hemodinâmica
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o Hipoatividade/letargia
o Pelo menos UMA hemocultura positiva, coletada por punção periférica*****, para
Staphylococcus coagulase negativa, com positividade até 48 horas de
incubação. E pelo menos um dos seguintes:
* ou maior que essa idade no caso dos pacientes que permanecerem na unidade neonatal,
principalmente prematuros. Adotar esse critério até a alta da unidade neonatal.
** Parâmetros clínicos, escore hematológico e outros parâmetros laboratoriais vide anexosdo manual
de neonatologia
***A frase “duas ou mais hemoculturas coletadas em momentos distintos” significa que as amostras de
sangue de pelo menos duas coletas foram obtidas em sítios distintos e de forma separadas no mesmo dia
ou em dias consecutivos. Desta forma, reduz-se o risco de contaminações de coletas serem consideradas
IPCS. Aceita-se, portanto, duas coletasde sangue de diferentes sítios (diferentes punções venosas ou a
combinação de uma punção venosa e de um lúmen do cateter central). A coleta de dois lumens de um
mesmocateter central deve ser considerada uma única amostra.
***** obrigatoriamente deve haver uma amostra coletada de cateter periférico. Se houver apenasamostras
colhidas no cateter central, não valorizar.
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Infecção primária da corrente sanguínea clínica - IPCSC sem confirmação
laboratorial em neonatologia
Paciente ≤ 28 dias* em uso de cateter central por um período maior que dois dias de calendário
(sendo o D1 o dia de instalação do dispositivo) e que na data da infecção opaciente estava em
uso do dispositivo ou este foi removido no dia anterior
Pelo menos DOIS dos seguintes sinais e sintomas** sem outra causa não infecciosa
reconhecida e sem relação com infecção em outro local:
o Instabilidade térmica
o Apneia
o Bradicardia
o Intolerância alimentar
o Piora do desconforto respiratório
o Intolerância à glicose
o Instabilidade hemodinâmica
o Hipoatividade/letargia
* ou maior que essa idade no caso dos pacientes que permanecerem na unidade neonatal, principalmente
prematuros. Adotar esse critério até a alta da unidade neonatal.
**Parâmetros clínicos, escore hematológico e outros parâmetros laboratoriais vide anexos domanual de
neonatologia.
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2.3 Pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV) em pacientes adultos e
pediátricos
Com doença cardíaca ou pulmonar de base* com DOIS ou mais exames de imagens** seriados
com um dos seguintes achados novo e persistente ou progressivo e persistente:
o Infiltrado
o Opacificação
o Cavitação
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PAV Definida Microbiologicamente
Paciente em ventilação mecânica (VM) por um período maior que dois dias de calendário
(sendo que o D1 é o dia de início da VM) e que na data da infecção o paciente estava
em VM ou o ventilador mecânico havia sido removido no dia anterior.
COM doença cardíaca ou pulmonar de base* com DOIS ou mais exames de imagens**
seriados com um dos seguintes achados novo e persistente ou progressivo e persistente:
o Infiltrado
o Opacificação
o Cavitação
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o Na bacterioscopia do lavado broncoalveolar, achado de ≥ 5% de leucócitos e
macrófagos contendo microrganismos (presença de bactérias intracelulares).
o Cultura positiva de tecido pulmonar.
o Exame histopatológico mostrando pelo menos uma das seguintes evidências de
pneumonia:
Formação de abscesso ou foco de consolidação com infiltrado de
polimorfonucleares nos bronquíolos e alvéolos;
Evidência de invasão de parênquima pulmonar por hifas ou pseudo-hifas.
o Vírus, Bordetella, Legionella, Chlamydophila ou Mycoplasma identificados a partir
de cultura de secreção ou tecido pulmonar ou identificados por teste microbiológico
realizado para fins de diagnóstico clínico ou tratamento.
o Aumento de 4 vezes nos valores de IgG na sorologia para patógeno (exemplo:
influenza, Chlamydophila).
o Aumento de 4 vezes nos valores de IgG na sorologia para Legionella.
pneumophila sorogrupo I titulada ≥ 1:128 na fase aguda e convalescença por
imunofluorescência indireta.
o Detecção de antígeno de Legionella pneumophila sorogrupo I em urina.
Paciente em ventilação mecânica (VM) por um período maior que dois dias de calendário(sendo
que o D1 é o dia de início da VM) e que na data da infecção o paciente
estava em VM ou o ventilador mecânico havia sido removido no dia anterior.
COM doença cardíaca ou pulmonar de base* com DOIS ou mais exames de imagens**
seriados com um dos seguintes achados novo e persistente ou progressivo e persistente:
o Infiltrado
o Opacificação
o Cavitação
o Pneumatocele, em crianças menores de 1 ano.
E
Os sinais/sintomas e os exames de imagens e laboratpriais ocorreram no
Péríodo de Janela de Infecção.
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Pneumonia em Crianças > 4 Semanas e ≤ 1 Ano
Paciente em ventilação mecânica (VM) por um período maior que dois dias de calendário(sendo
que o D1 é o dia de início da VM) e que na data da infecção o paciente
estava em VM ou o ventilador mecânico havia sido removido no dia anterior.
COM doença cardíaca ou pulmonar de base* com DOIS ou mais exames de imagens**
seriados com um dos seguintes achados novo e persistente ou progressivo e persistente:
o Infiltrado
o Opacificação
o Cavitação
o Pneumatocele
Piora da troca gasosa (dessaturação, como por exemplo PaO2/ FiO2 < 240) ou aumentoda oferta
de oxigênio ou aumento dos parâmetros ventilatórios).
o Instabilidade térmica.
o Leucopenia (≤4000 cel/mm3) ou leucocitose (≥ 15000 cel/mm³) e desvio a
esquerda (≥ 10% bastonetes).
o Surgimento de secreção purulenta ou mudança das características da secreção
ou aumento da secreção respiratória ou aumento da necessidade de aspiração.
o Apneia, taquipneia, batimento de asa de nariz e tiragem intercostal.
o Ausculta com sibilos, roncos ou estertores.
o Tosse.
o Bradicardia (< 100bmp) ou taquicardia (> 170bpm).
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Com doença cardíaca ou pulmonar de base* com DOIS ou mais exames de imagens** seriados
com um dos seguintes achados novo e persistente ou progressivo e persistente:
o Infiltrado
o Opacificação
o Cavitação
* Pacientes SEM doença pulmonar ou cardíaca de base (exemplos: síndrome de desconforto respiratório
agudo, displasia broncopulmonar, edema pulmonar ou doença pulmonar obstrutiva crônica), 01 (UMA)
radiografia de tórax com as alterações descritasjá é aceitável.
*** Pacientes imunocomprometidos incluem aqueles com neutropenia (absoluta de neutrófilos <500/ mm³),
leucemia, linfoma, HIV com contagem de CD4 <200 ou esplenectomia; transplantados e aqueles que estão
em quimioterapia citotóxica, ou com altas doses de corticoides ou outros imunodepressores diariamente
por > 2 semanas (porexemplo:> 40mg de prednisona ou seu equivalente, > 160mg de hidrocortisona, >
32mg
de metilprednisolona, > 6mg dexametasona, > 200mg cortisona).
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2.4 Pneumonia associada a ventilação mecânica em neonatologia
PAV em neonatologia
Paciente ≤ 28 dias em ventilação mecânica (VM) por um período maior que dois dias de
calendário (sendo que o D1 é o dia de início da VM) e que na data da infecção o paciente estava
em VM ou o ventilador mecânico haviasido removido no dia anterior.
Duas* ou mais radiografias de tórax seriadas com um dos seguintes achados novo epersistente
ou progressivo e persistente:
o Infiltrado
o Consolidação
o Cavitação
o Pneumatocele
Piora da troca gasosa (por exemplo: piora da relação PaO2/FiO2, aumento da necessidade de
oferta de oxigênio, aumento dos parâmetros ventilatórios).
o Instabilidade térmica (temp. axilar > de 37,5ºC ou < que36ºC) sem outra
causa conhecida.
o Hemograma com ≥ 3 parâmetros alterados.
o Mudança do aspecto da secreção traqueal, aumento da secreção
respiratória ou aumento da necessidade de aspiração e surgimento de
secreção purulenta.
o Sibilância, roncos.
o Bradicardia (<100 batimentos/min) ou taquicardia (>160 batimentos/min).
o Apneia, taquipneia, gemência e batimento de asa de nariz com retração
torácica.
Tosse.
* Nos RN sem doença pulmonar ou cardíaca de base, aceita-se apenas umaradiografia com imagem
característica de pneumonia.
** Parâmetros clínicos, escore hematológico e outros parâmetros laboratoriais vide anexos domanual de
neonatologia
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2.5 Infecção do trato urinário associada a cateter vesical de demora –
pacientes adultos e pediátricos
ITU-AC em Pacientes > 1 ano
Paciente > 1 ano em uso de cateter vesical de demora instalado por um período maior que
dois dias (> 2) no calendário (sendo que o D1 é o dia da instalação do cateter) e que na
data da infecção o paciente estava com o cateter instalado ou este havia sido removido
no diaanterior.
Apresenta pelo menos UM dos seguintes sinais e sintomas, sem outras causas
reconhecidas:
Possui cultura de urina positiva com até duas espécies microbianas** com ≥ 105 UFC/mL.
Apresenta pelo menos UM dos seguintes sinais e sintomas, sem outras causas reconhecidas:
Possui cultura de urina positiva com até duas espécies microbianas** com ≥ 105 UFC/mL.
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E
Os sinais/sintomas e a primeira urocultura positiva ocorreram no Período de Janela de Infecção
* Em paciente que removeu o cateter no dia anterior à data da infecção.
** Acima de duas espécies microbianas, há grande possibilidade de ter ocorrido contaminação daamostra.
** Cultura de urina com isolamento apenas de Cândida spp, levedura não especificada, fungos
dimórficos ou parasitas não devem ser consideradas para o diagnóstico de ITU associada
à cateter vesical de demora. Considerar esses microrganismos, para fins de notificação, apenasquando
identificados na cultura de urina juntamente com outra espécie microbiana com ≥
105 UFC/mL.
*** O indicador de ITU associado a cateter vesical de demora não é monitorado nacionalmente,uma vez que
o uso desse dispositivo é raro nessa população.
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2.6 Classificação e critérios definidores de infecção de sítio cirúrgico
ISC Ocorre nos primeiros 30 dias após o procedimento cirúrgico (sendo o 1º dia a data
INCISIONAL do procedimento), envolve apenas pele e tecido subcutâneo e apresenta pelo
SUPERFICIAL menos UM dos seguintes critérios:
(IS)**
o Drenagem purulenta da incisão superficial.
o Cultura positiva de secreção ou tecido da incisão superficial, obtido
assepticamente*.
o A incisão superficial é deliberadamente aberta pelo cirurgião na vigência de
pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: dor, aumento da
sensibilidade, edema local, hiperemia ou calor, EXCETO se a cultura for
negativa.
o Diagnóstico de infecção superficial pelo cirurgião ou outro médico assistente.
ISC Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia (sendo o 1º dia a data do
INCISIONAL procedimento) ou até 90 dias, se houver colocação de implantes, envolve tecidos
PROFUNDA moles profundos à incisão (ex.: fáscia e/ou músculos) e apresenta pelo menos
(IP) UM dos seguintes critérios:
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ISC ÓRGÃO/ Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia ou até 90 dias, se houver colocação
CAVIDADE de implantes, envolve qualquer órgão ou cavidade que tenha sido aberta ou
(OC)*** manipulada durante a cirurgia e apresenta pelo menos UM dos seguintes
critérios:
**Não são definidos como ISC Superficial o abscesso do ponto (inflamação mínima ou drenagem
Confinada aos pontos de penetração de sutura).
***Toda infecção do trato urinário após cirurgia urológica será considerada ISC-OC. Não considerar que a
eliminação de secreção purulenta através de drenos seja necessariamentesinal de ISC-OC.
****Os critérios definidores de infecção em um sítio específico de ISC/OC estão no Manual de Critérios
Diagnóstico de Iras publicado pela Anvisa.
Observações:
Os critérios diagnósticos de infecção de sítio cirúrgico relacionada a parto cesariano também estãodisponíveis
no Manual Medidas de Prevenção e Critérios Diagnósticos de Infecções Puerperais em Parto Vaginal e
Cirurgia Cesariana (https://www.gov.br/anvisa/pt-
br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/publicacoes).
A notificação das ISCs relacionadas a cirurgia cesariana, implante de prótese mamária, implante de prótese
de quadril primária, implante de prótese de joelho primária deve incluir as IS, IP e ISC/OC. Quando
identificado mais de um tipo de ISC relacionada a um procedimento cirúrgico (IS, IP e ISC/OC)computar e
notificar o tipo mais grave. A notificação de ISC relacionadas a cirurgia de pós- revascularização do miocárdio
e cirurgia de derivação interna neurológica deve incluir apenas as infecções de OC.
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2.7 Classificação e critérios definidores de infecção de sítio cirúrgico (ISC) em
neonatologia.
ISC INCISIONAL Ocorre nos primeiros 30 dias após o procedimento cirúrgico (sendo o 1º dia a
SUPERFICIAL data do procedimento), envolve apenas pele e tecido subcutâneo e apresenta
(IS)** pelo menos UM dos seguintes critérios:
• Dor;
• Aumento da Sensibilidade;
• Edema local;
• Hiperemia ou calor localizado.
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ISC ÓRGÃO/ Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia ou até 90 dias, se houver
CAVIDADE colocação de implantes, envolve qualquer órgão ou cavidade que tenha sido
(OC)*** aberta ou manipulada durante a cirurgia e apresenta pelo menos UM dos
seguintes critérios:
**Não são definidos como ISC Superficial o abscesso do ponto (inflamação mínima ou drenagemconfinada
aos pontos de penetração de sutura).
***Toda infecção do trato urinário após cirurgia urológica será considerada ISC-OC.
OBSERVAÇÃO:
Qualquer infecção de sítio cirúrgico relacionada a cirurgia fetal considerar como infecção de sítio cirúrgico
órgão específico
Não considerar que a eliminação de secreção purulenta através de drenos seja necessariamente sinal
de ISC-OC.
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Referências Bibliográficas
[CDC] Centers for Disease Control and Prevention. National Healthcare Safety Network (NHSN)
Patient Safety Component Manual. January 2019. Disponível em:
https://www.cdc.gov/nhsn/pdfs/pscmanual/pcsmanual_current.pdf
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Anexo
Elaborado pelo Dr. Eduardo Alexandrino Servolo de Medeiros (SP) e Dr. Marcelo Maia (DF) e
revisado pelo Grupo de Trabalho de Trato Respiratório da Anvisa instituído pela Portaria nº
815, de 30 de dezembro de 2020 da Anvisa (https://www.gov.br/anvisa/pt-
br/assuntos/servicosdesaude/prevencao-e-controle-de-infeccao-e-resistencia-
microbiana/grupos-de-trabalho/portaria-815-2020-gt-de-pav.pdf/view)..
Introdução
Em pacientes críticos com pneumonia devido a COVID-19 acredita-se que diferentes
fenótipos estejam envolvidos [1], os critérios de Síndrome do Desconforto Respiratório
Agudo (SDRA) estabelecidos pelas definições de BERLIM, relacionados a infiltrados
radiológicos bilaterais com hipoxemia grave, se mantem presentes. Dentre as disfunções
orgânicas, em pacientes com COVID-19, a disfunção respiratória está presente e
associada a ventilação mecânica invasiva (VMI) prolongada, decorrente do processo
inflamatório, como a presença de microembolizações. Estratégias com posição prona,
sedação, analgesia e bloqueadores musculares são utilizadas por vários dias, além disso
a utilização de corticosteróides, imunomoduladores e linfopenia podem diminuir a
resposta imune (2) Estes fatores estão associados a um risco elevado de infecções
relacionadas a assistência à saúde (IRAS) e principalmente pneumonia associada ao
ventilador (PAV).
Os critérios tradicionais utilizados em PAV são pouco válidos em pacientes críticos com
COVID-19. Da mesma forma, o Clinical Pulmonary Infection Score (CPIS, temperatura,
secreções traqueais, infiltrado radiológico, leucocitose e alterações na PaO2 / FiO2),
possuem pouco valor adicional, uma vez que seus componentes se sobrepõem àqueles
da pneumonia por COVID-19 em pacientes com ventilação mecânica [4]. A detecção
microbiológica de secreções das vias respiratórias permanece como o critério mais
fidedigno para apoio no diagnóstico de PAV em pacientes com COVID-19. A realização
de lavado broncoalveolar (LBA) é pouco viável em casos de pacientes com hipoxemia
grave. Desta forma, a maioria das UTIs realiza aspirado endotraqueal (AET), por ser
menos invasivo, com coleta de culturas quantitativas ou semiquantitativas, apesar de
serem menos fidedignos, que apoiam na definição sobre a utilização de antibióticos ou
não. É muito difícil distinguir SDRA associada a COVID-19 com colonização bacteriana
assintomática de um paciente com PAV utilizando apenas valores com ponto de corte
tradicionais (ou seja, 10⁵ UFC/ml).
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NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA nº 02/2021
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Diante do exposto, o grupo técnico formado pela Anvisa para revisão das medidas de
prevenção e dos critérios diagnósticos de IRAS do trato respiratório, propôs um critério
alternativo para o diagnóstico epidemiológico de PAV em pacientes com COVID-19.
Ressalta-se que esses critérios, que foram elaborados com base nos achados da
literatura até o momento e na opinião de especialistas, tem o objetivo de responder a
demanda de vários profissionais controladores de infecção, que relataram dificuldade em
fechar o diagnóstico de PAV em pacientes com COVID-19 utilizando os critérios
tradicionais apresentados acima.
Paciente em uso de ventilador mecânico (VM) por um período maior que dois dias
consecutivos (ou seja, considerar a partir do D3, sendo que o D1 é o dia da instalação
do VM) e que na data da infecção o paciente estava em uso de VM ou o mesmo havia
sido removido no dia anterior e que atenda a uma das seguintes situações:
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NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA nº 02/2021
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PAV em pacientes adultos com COVID-19
Paciente com diagnóstico de COVID-19 submetido a ventilação mecânica que após um
período de estabilidade ou melhora das trocas gasosas e afebril por pelo menos 2 dias
consecutivos, apresente pelo menos dois dos seguintes sinais e sintomas:
o Febre (temperatura: >38ºC) sem outra causa associada.
o Surgimento de secreção purulenta ou mudança das características da secreção ou
aumento da secreção respiratória ou aumento da necessidade de aspiração.
o Piora da troca gasosa*, dessaturação ou aumento da demanda de oxigênio ou
aumento dos parâmetros ventilatórios, por pelo menos 2 dias.
E
Pelo menos um dos critérios abaixo:
o Hemocultura positiva, sem outro foco de infecção
o Cultura positiva do líquido pleural
o Cultura quantitativa positiva de secreção pulmonar maior ou igual a 105 UFC/mL
para bactérias obtidas por procedimento com menor potencial de contaminação
(lavado broncoalveolar ou aspirado endotraqueal)
o Antigeno urinário positivo para Legionella spp. ou pesquisa de Chlamydophila ou
Mycoplasma identificados a partir testes microbiológicos ou sorológico
o Identificação de Aspergillus spp. em secreção traqueal ou pesquisa positiva de
galactomanana na secreção ou sangue.
E
Os sinais/sintomas e os exames laboratoriais ocorreram no Período de Janela de Infecção
*aumento ≥ 3 cm H2O na PEEP ou um aumento ≥ 20% na fração mínima diária de
oxigênio inspirado.
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Referências
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NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA nº 02/2021
Critérios Diagnósticos das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde - 2021
COVID-19 patients. Critical Care (2020) 24:289
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