12o Ano As Transformacoes Das Primeiras Decadas Do Seculo XX

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12º Ano - As transformações das primeiras décadas do


século XX
História A (Ensino Secundário (Portugal))

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12º Ano

Módulo 7

Unidade 1

As transformações das primeiras décadas do século XX

Um novo equilíbrio global

Assinatura do armistício pela Alemanha a 11 de novembro de 1918, termina a primeira guerra, e


os países vencedores reordenaram o espaço europeu, estabelecendo uma nova ordem
internacional pacífica.

Os governantes Clémenceau da Franca, Wilson dos Estados unidos e o primeiro ministro do reino
unido Lloyd George, trabalharam para a realização da conferencia de paz que teve início em
janeiro de 1919 em paris. Terminou com o Tratado de Versalhes assinado pela Alemanha.

I. A geografia política após a primeira guerra mundial


Da europa dos impérios à europa dos Estados

A primeira guerra terminou com a vitória das democracias ocidentais europeias sobre os velhos
impérios.

• O Império Russo
Devido à revolução socialista de 1917, a Rússia retirou-se da primeira guerra e o seu velho
império autocrático deu lugar a uma república de partido único, transformando-se na URSS
(União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).

• O Império Alemão
Derrotada e responsabilizada pela guerra, a Alemanha teve de abandonar o território da Polonia e
perdeu as regiões francesas (alsácia e lorena). Os restantes territórios acabaram por alagar
territórios de outros países vizinhos.

• O Império Austro-húngaro
Foi desmembrado e nasceu três novos estados – Áustria, Hungria e Checoslováquia.

• O Império Otomano
O Império viu o seu território reduzido para a atual Turquia, que deu origem a novos estados.

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Outros estados que lutaram para a sua independência e soberania, viram a sua luta reconhecida
pela comunidade internacional.

Os novos estados na sua maioria constituíam repúblicas parlamentares, assentes no sufrágio


universal e na democracia representativa, consolidando o triunfo da democracia liberal no leste e
sul da europa.

II. A sociedade das Nações e a nova ordem internacional


A sociedade das Nações (SDN)
Na base das propostas de negociação para a paz, o Presidente Wilson, propor a formação de
uma organização geral das nações, com o objetivo de assegurar as garantias de independência
política e integridade territorial para todos os estados.
A organização veio a concretizar-se em 1919, com a formação da Sociedade das Nações.
A sociedade tinha como objetivo desenvolver a cooperação entre as nações, garantir a paz e a
segurança.
Assim, 45 países participantes, mantiveram as relações francas e abertas, para salvaguardar a
paz e a preservação do direito internacional.
Conflitos que surgissem entre países signatários da sociedade, seriam resolvidos pela arbitragem
– o tribunal permanente de justiça internacional.

Para preservar a paz era aconselhado o desarmamento, e o respeito pela integridade territorial e
independência recíproca dos estados.
Qualquer estado que infringissem os princípios seriam aplicadas sanções.

A agressão a qualquer país pertencente à sociedade, obrigava os restantes a ajudarem na


defesa.

A nova ordem internacional e o fracasso da Sociedade das Nações


A conferencia de paz não fortificou o sucesso político da SDN:

✓ Paz entre vencedores e vencidos, não foi tratada, mas sim imposta (obrigada), pelos
países vencedores aos países vencidos;
✓ Entre os vencedores havia a necessidade de superioridade face aos vencidos;
✓ A distribuição das reparações de guerra – nem todos os países tiveram os seus interesses
acautelados, como é o caso de Portugal;
✓ Frustração dos interesses geostratégicos – países ficaram sem territórios que lhes haviam
sido conquistados durante a guerra;
✓ A redefinição das fronteiras não teve em conta as minorias nacionais, pois dividiam-se
povos sem respeito pela sua identidade étnica e cultural.
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O senado americano nunca aprovou a entrada dos EUA na Sociedade das nações, o que resultou
no maior enfraquecimento da sociedade.

Assim a ordem internacional continuou em causa, bem como a SDN.

III. A difícil recuperação económica da Europa


A primeira guerra provocou transformações na situação económica e financeira do continente
europeu.

✓ Alterações demográficas – perda humanas, diminuição da mão de obra,


envelhecimento da população e excesso de população feminina;
✓ Perdas materiais – solos agrícolas foram devastados, casas, fábricas e minas foram
destruída. A europa estava em ruínas;
✓ Inflação galopante – foi necessário racionar-se os bens essenciais, assim os preços
aumentaram. Houve um aumento do dinheiro a circular, o que agravou mais ainda a
inflação;
✓ Agravamento do défice – a situação económica e financeira europeia era complicada
pois defendia dos empréstimos e fornecimento de materiais vindas do estrangeiro. A
contração de empréstimos era necessário e o défice dos estados aumentava.
As políticas de estabilização monetária e controlo dos défices levou a europa a um período de
prosperidade, conhecida como os “felizes anos 20”, contudo durou pouco tempo. ~

IV. A dependência em relação aos Estados Unidos

A europa a partir de 1914, estava numa situação irreversível de dependência face aos EUA.
Os EUA forneciam matérias-primas, alimentos e armas durante o 1º conflito mundial. Para a
reconstrução europa, os EUA forneceram investimentos e financiamento.
Os capitais americanos investidos na europa regressão aos EUA com juros, assim nos anos 20,
metade do ouro mundial concentrava-se nos EUA.
Com a europa com dificuldades a levantar-se dos estragos da guerra, os EUA em 1922,
intensificavam o seu desenvolvimento industrial e comercial.

Foram tempos de progressos técnicos sob o signo da organização racional das empresas.

A implantação do marxismo-leninismo na Rússia


Em 1917, a Rússia persistia num modelo político conservador, autocrático que num primeiro
momento o triunfo da burguesia liberal era adepta de alguns reformas liberais.

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Contudo, em 1917 já era tarde para implementar o liberalismo e movimentos iniciados em


fevereiro do mesmo ano prepararam um golpe para acabar com as pretensões da burguesia.

A revolução socialista inspirada nas propostas marxistas acabou por triunfar, num segundo
movimento do processo revolucionário.

I. A construção do modelo soviético


Fevereiro de 1917 – A revolução burguesa
Em 1917, na Rússia, a conjuntura económica era favorável a difusão do sentimento de
contestação e revolta.
Assim, criavam-se movimentos políticos, uns inspirados no liberalismo burguês, outros na
ideologia socialista. Os movimentos socialistas ponderavam uma fação de adeptos da revolução
proletária.

Em fevereiro, em São Petersburgo, manifestações populares para exigir o fim do Czarismo, leva a
burguesia liberal a aproveitar-se para exigir o fim do regime e aos manifestantes socialistas para
prepararem uma revolução operária.

Em março, o czar abdica e entrega o poder aos liberais e socialistas reformistas. O governo
provisório adota o modelo democrático parlamentar, semelhante ao ocidental, onde se preparava
para iniciar um processo eleitoral e a elaboração de uma constituição.
A revolução burguesa parecia triunfar no leste europeu.

Outubro de 1917 – A revolução Socialista

A revolução de fevereiro favoreceu o movimento socialista russo para intensificar a sua ação de
propaganda contra o poder burguês.
Os sovietes (deputados) de São Petersburgo, que constituíam o lado da Duma no parlamento
russo, dificultavam o normal funcionamento das instituições, devido à agitação social e às
contestações ao governo provisório.

Dentro do Partido dos operários, havia os Bolcheviques e os Mencheviques, que se haviam


dividido devido às divergências de opções.
Entre os principais agitadores estavam os Bolcheviques, que eram a maioria e defendiam a
defesa da revolução para levar o operariado ao poder.
Os Mencheviques, preferiam reformar o estado, assim aceitando trabalhar com o governo
provisório ao lado da burguesia.
São os Bolcheviques que se opunham à democracia liberal e pretendiam a revolução operária
para a instituição da ditadura do proletariado.

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Com uma campanha contra a presença russa na primeira guerra, acusavam o governo provisório
de ser incapaz de resolver os problemas económicas e sociais do pais e assim organizaram uma
revolta armada sob direção de Lenine.

A democracia dos sovietes

O primeiro ato do novo governo de Lenine foi retirar a Rússia da guerra, pois era necessário para
o prosseguimento da revolução.
Nos finais de 1917, foram organizadas eleições para a Assembleia constituinte e transferiu o
poder para o congresso dos Sovietes. O congresso foi o órgão máximo da soberania Russa.

Todos os partidos foram proibidos, menos o dos Bolcheviques que se constituiu como partido
comunista.
O poder passava para as mãos dos trabalhadores organizados em sovietes, dirigido pelo Partido
Comunista.

A construção da sociedade socialista

Primeiros decretos revolucionários:


✓ Decreto sobre a paz – abandonar o conflito mundial na condição de derrotado;
✓ Decreto sobre a terra – abolição das propriedades fundiárias e entrega aos sovietes
camponeses;
✓ Decreto sobre o controlo operário – os operários eram responsáveis pelo controlo da
empresa e produção;
✓ Decreto das nacionalidades – fim das desigualdades entre os vários povos do antigo
império e todos tinha direito à autodeterminação, contudo sobre o poder socialista.

A guerra civil e o comunismo de guerra


Origina uma violenta guerra civil em que o exército vermelho (forças revolucionárias) confronta o
exército branco (forças conversadoras).
O exército branco é constituído pelas forças capitalistas (grandes proprietários e antigos
dirigentes políticos), na qual reagem aos decretos revolucionários com receio da
internacionalização do processo revolucionário.

O poder revolucionário veio a instituir o comunismo de guerra, e conseguiu consolidar o partido


único (partido comunista), os recursos económicos foram encaminhados para a guerra, para a
criação de um sistema policial persecutório e repressivo.
A democracia dos sovietes acabou e tudo foi nacionalizado.

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O fim da democracia dos sovietes, instituiu o centralismo democrático.

Da democracia dos sovietes ao centralismo democrático


Para os marxistas-leninistas, o poder só é democrático se for exercido pelos proletários das
fábricas, pelas forças armadas e pelos camponeses. Nem que seja exercido por uma única
organização (partido comunista), excluindo todos os outros partidos por não representarem o
povo.
Esta constituição do poder é considerada democrática pois baseia-se no sufrágio universal
exercido de baixo para cima. Ou seja, começava na população.

É considerada centralista pois o poder era centralizado numa instituição suprema e exercido de
forma autoritária.
Sobre este modelo, em 1922, nasce a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

A NEP e o triunfo da revolução socialista


Os Bolcheviques venceram a contrarrevolução do exército branco, mas em 1920, a Rússia era
um pais economicamente arruinado.
Lenine pós em prática um programa económico, que se trato da Nova Política Económica (NEP).

Com a NEP, o governo socialista recuava no processo das nacionalizações, mantendo a


produção essencial nacionalizada, bem como os setores fundamentais da economia.
Lenine realizava um recuo que considerava ser meramente estratégico.

Em 1927, a pequena burguesia (nepmen) e pequenos proprietários (Kulaks), tinham conseguido


repor e até ultrapassar os níveis de produtividades anteriores à 1ª guerra mundial.

Mutações nos comportamentos e na cultura


I. As transformações da vida urbana

Com a concentração industrial, comercial e de serviços nas áreas urbanas, a população rural
mudava-se para as cidades, criando núcleos habitacionais gigantescos, com dezenas de
quilómetros quadrados de extensão e onde concentrava milhões de habitantes.
Nasciam grandes metrópoles no século XX e por vezes megalópoles.

II. A nova sociabilidade urbana


O desenraizamento das pessoas

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As populações aparecem num mundo totalmente novo, diferente do mundo rural, onde se
submetem a novos ritmos de trabalho.

O mundo urbano, era caracterizado por serem precárias as condições de vida e os vínculos
laborais, o que não favorece a fixação das populações.
O desenvolvimento dos transportes favorece a mobilidade das populações entre cidades.

A desagregação das solidariedades tradicionais


Nos grandes blocos residenciais ou nas grandes unidades empresariais, as pessoas são
marcadas pelo anonimato e pelo individualismo.
A organização do trabalho na linha de montagem dificulta a constituição da ajuda ao próximo
(solidariedade).

A desumanização do trabalho

O trabalho em serie e a produção massiva leva à maior ligação do operário ao processo produtivo
(O trabalhador é desumano).
A materialização da vida urbana é uma causa das condições de trabalho a que os operários estão
sujeitos.

A remuneração do operário é proporcional ao nível de produtividade.


O trabalho racional (em massa), transforma o homem num escravo da atividade profissional e dos
valores materiais.

Os novos comportamentos
A vida urbana é marcada pela despersonalização dos comportamentos, pois a estandardização
do trabalho provocou também a estandardização (generalização/igualar) dos modos de vida.
Saem sempre às mesmas horas, entram às mesmas horas, frequentam os mesmos espaços
etc…

Uma nova cultura

Para ocupar os tempos livres, os habitantes usufruem dos espaços públicos – cafés, esplanadas,
jardins, salões de baile, cinemas etc…
As populações procuram viver de forma intensa e frenética. É o tempo dos ruídos (anos 20),
ritmos como o jazz, foxtrot e o charleston.

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Um novo conceito de família

✓ O casamento-contrato de jovens que crescem juntos dá lugar ao casamento por amor –


conhecessem-se nas cidades e vivem períodos longos juntos antes do casamento;
✓ O casamento torna-se mais instável com a regulamentação do divorcio;
✓ Há uma redução do número de nascimentos por casal devido ao controlo da natalidade.

III. A crise dos valores tradicionais


O início da 1ª guerra mundial (1914), pós em causa todas as certezas e otimismo económico,
social e político.

A crise de consciência da civilização ocidental


O avanço dos totalitarismos perante as consequências da primeira guerra, levaram a mentalidade
europeia a permanecer na incerteza e inquietação, e com medo e despesero.
Os velhos pilares que assegurava a ordem europeia, como o humanismo, a moral cristã, a
democracia liberal, foram abalados durante a guerra e desmoronaram-se nos anos 20, dando
lugar a novas atitudes e comportamentos:
✓ Valores humanistas cederam – devido à violência e aos totalitarismos;
✓ Moralidade cristã, puritanismo burguês, foram cedendo perante a masterização da vida –
no meio urbano procurava-se o prazer fácil e imediato;
✓ Democracia liberal burguesa cedeu – devido à agitação socialista e a reação
conservadora;
✓ Preponderância da lei e das instituições cedeu – devido à desordem, caos e violência.
Torna-se numa anomia social devido à inexistência da solidariedade tradicional.

IV. Os movimentos feministas


Devido à ocupação feminina das funções anteriormente ocupadas pelos homens durante a 1ª
guerra mundial, as mulheres conseguiram uma relativa independência financeira e conseguiram
mentalizar-se de que o seu papel nestas funções não correspondia ao estatuto social e político
que detinham.

O século XX foi marcado pela luta das mulheres pela sua liberdade e pelo reconhecimento da
igualdade de direitos civis e políticos.
Movimentos feministas em muitos países exigiam:

✓ Direito de participar nos sufrágios eleitorais e exercer funções públicas;


✓ Direito de acesso a cargos públicos;
✓ Igualdade no quadro familiar e no trabalho.

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Assim que emancipadas e libertadas, as mulheres podiam conviver socialmente:

✓ Frequentar festas, clubes sozinhas;


✓ Viajar sozinhas, praticar desporto, fumar e beber livremente nos espaços públicos;
✓ Usar saias curtas, sem terem problemas de mostrar demais as pernas;
✓ Usar cabelo curto, cortado e penteados (masculinos);
✓ Abandonam o espartilho (corpete) e adotam o soutien.

V. As novas conceções científicas e a descrença no pensamento positivista


Para esta crise de consciência europeia, surge novas descobertas operadas nas ciências físicas
e humanas.

No início do século XX, é descoberto que é impossível adquirir um conhecimento exato sobre as
partículas da matéria, é apenas possível um conhecimento assente na probabilidade.
Teoria da relatividade de Einstein, releva que o espaço e o tempo são grandezas relativas, não
absolutas.

A relatividade do conhecimento
Nesta conjuntura atual, verifica-se que o homem não consegue desvendar todas as leis do
universo com uma certeza absoluta. Pois existem áreas do conhecimento que a certeza é
impossível e não podem ir além de probabilidades.

O culto pelo racionalismo clássico é abandonado e passa-se a adotar a incerteza e o relativismo.


Da certeza objetiva, o conhecimento passou a ser subjetivo. O conhecimento nunca poderá ser
absoluto, mas sim relativa ao sujeito e condicionada às suas emoções.

As conceções psicanálise

Freud, enquanto criador da psicanálise, foi capaz de mostrar a importância do inconsciente no


comportamento humano.
Freud concluiu que o comportamento humano também é comandado por impulsos inconscientes,
escondidos na profundeza da mente humana.

Estudou inúmeros doentes mentais, e concluiu que determinados complexos eram resultado do
recalcamento no inconsciente, ou seja, tendências eróticas e conflitos emocionais na infância.
Com a psicanálise, a analise dos sonhos e dos pensamentos foi possível através da hipnose,
assim conseguindo libertar o paciente dos seus complexos e neuroses.

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VI. As vanguardas: rutura com os cânones das artes e da literatura

Muitos jovens artistas e das letras, reconheciam a relatividade do conhecimento e as teses de


Freud, constituindo um movimento de vanguarda cultural ao proporem uma estética inteiramente
nova.
Modernistas foi o nome atribuído a estes criadores e modernismo ao movimento estético e
literário.

VII. As inovações na pintura

O expressionismo alemão

• Contexto intelectual

Pintores libertários, críticos do conservadorismo e da moral burguesa pretendiam aproximar-se


mais dos elementos agitadores e revolucionários.

Os pintores expressionistas tinham influências do cromatismo de Van Gogh e de Munch. A


simplicidade e o primitivismo de alguns das suas reproduções revelam influencias da arte
africana.

• Mensagem
Os expressionistas repudiavam a materialização e afirmavam que a pintura era a expressão
instintiva e individual dos sentimentos. Muitas das obras eram geradas pela angústia e dramas
interiores do homem.
Estas reproduções seriam para denunciar o mal-estar vivido nas primeiras décadas do século XX.

Nas pinturas verifica-se a angústia, o desespero, os dramas e a miséria social.

• Estrutura formal
Na pintura expressionista sobressai a deformação intencional das imagens visuais através da
pincelada larga e uma escala de cores fortemente intensas, contrastantes e livremente aplicadas.

O fauvismo francês

• Contexto intelectual

A novidade artística proposta pelo vanguardismo em Paris, provocou fortes críticas e escândalos.
O fauvismo destina-se a um ato de provocação ao racionalismo clássico.

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• Mensagem

Os praticantes do fauvismo não se preocupavam em expressar os sentimentos e as críticas


sociais.

• Estrutura formal

O fauvismo é a exaltação da cor. Os fauvistas recorriam as cores fortes que aplicavam no estado
puro, com tonalidades fortes aplicadas de forma irracional.

O cubismo

• Contexto intelectual

O movimento cubista é contemporâneo da corrente expressionista. Os críticos ressaltam os


“pequenos cubos” que compunham as obras cubistas.

• Mensagem

Os pintores cubistas conseguem desmantelar por completo a perspetiva do objetivo, e propõem


uma visão intelectual do espaço.

• Estrutura formal

Cubismo analítico – durante a criação, procede-se a uma minuciosa decomposição das imagens
no plano, articulando com pequenos sólidos geométricos.

Nesta fase do cubismo analítico, há uma separação entre a representação da figura dos objetivos
e a sua realidade natural.
Cubismo sintético – recriava a realidade representada através da ligação lógica e coerente das
figuras geométricas.
Nesta fase, regressa a cor, à qual se juntam outros materiais (que não sejam tinta) e acentua a
essência e a verdade pretendida pelos pintores cubistas.

• Principais praticantes

Picasso, Duchamp etc…

O abstratismo

• Mensagem

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O abstratismo constitui o juntar da pintura livre, sem preocupações na representação do objeto.

Assim, nas produções abstratas, o objeto desaparece totalmente.


O artista assim coloca na tela o seu mundo interior, uma realidade subjetiva, oculta e profunda.

• Estrutura formal

O abstracionismo lírico, sensível ou expressionista – Kandisnky; abstracionismo geométrico – Piet


Mondrian.
O abstracionismo de Kandisnky evidencia complexos jogos de cores fortes e virantes, e
complexas combinações de linhas.

Em total liberdade, é expresso o interior do pintor e a originalidade da sua criação.


O abstracionismo de Piet Mondrian dá às suas obras uma forte carga geométrica, com linhas
retas e cores primárias.

Mondrian pretendeu contribuir para a construção de um mundo melhor, pela representação da


ordem e harmonia, através do equilíbrio das formas geométricas e das cores primárias e neutras.

O futurismo

• Mensagem

Os futuristas desenvolveram uma batalha contra as formas culturais tradicionais de inspiração


burguesa. Propuseram-se a destruir tudo o que era clássico e tradicional.

• Estrutura formal

Expressou-se na música produzida por instrumentos e ruídos dos motores, na literatura, onde
defendiam a total liberdade, na produção plástica, onde produziam imagens complexas, como por
exemplo o movimento do ar causado pela velocidade das máquinas.

O dadaísmo

• Mensagem
Os dadaístas, assumidamente niilistas, negavam a realidade substancial, as normas morais e
cívicas, bem como toda a autoridade política.
Dada não significa nada!
O objetivo dos dadaístas era negar todos os conceitos de arte e técnicas artistas. Basicamente
vulgarizar a criação artística.
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A arte para os dadaístas era a antiarte, por isso optaram por subverteram os valores.

O objetivo deste movimento era chocar e suscitar reações negativas.

• Estrutura formal

Através de manifestações espontâneas, libertarias e anárquicas como espetaculares, marcada


pelo caos e pelo barulho.

Inventaram os ready-made, pratica de elevação de um objeto comum à categoria de obra de arte.

• Principais praticantes

Marcel Duchamp, etc…

O surrealismo

• Contexto histórico

O surrealismo pode considerar-se uma continuação do movimento Dada.

• Mensagem
O surrealismo tem uma ligação próxima ao pensamento freudiano (freud).

Os surrealistas afirmam que o pensamento é automaticamente comandado pelo inconsciente.


As suas obras eram expressão da interioridade do seu inconsciente.

• Estrutura formal

As suas obras caracterizam-se pela livre fluência automática dos motivos e movimentos
inconscientes (através das drogas, fomes ou crises emocionais).

• Principais praticantes

Salvador Dalí, etc…

Portugal no primeiro pós-guerra


No final da primeira guerra mundial, em Portugal triunfava a república.

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Tal como na restante europa, intensificava-se a agitação social a que os governos republicanos
não conseguiam dar vazão. Com a credibilidade dos governos republicanos minada pela
inoperância política, prenunciava-se a transição da democracia liberal, para a ditadura.

I. As dificuldades económicas e financeiras

As dificuldades económicas
A economia portuguesa no início do século XX, continuava a assentar na atividade agrícola que
não evidenciava grandes desenvolvimentos técnicos.

A produção industrial continuava impossibilitada devido à debilidade do setor dos transportes e


das comunicações.
Os setores rodoviários e ferroviários mantinham-se iguais e não foram reparados. Os grandes
portos marítimos de Lisboa e Leixões, não estavam adaptados às novidades da circulação
marítima, como a marinha mercante.

As dificuldades financeiras

A insuficiência produtiva, levou Portugal a racionar e a aumentar o preço dos produtos.


Para responder aos problemas, eram emitidas notas de banco (desvalorizadas), que provocavam
o agravar da inflação.

As dificuldades do país deviam-se sobretudo, à fuga de capitais nacionais para o estrangeiro,


devido à queda do valor do escudo.
Num país descapitalizado, os governos da 1ª república assistiam ao agravamento do défice da
balança comercial e ao disparar da dívida pública.

II. A instabilidade da Primeira República

Durante 16 anos, da primeira república, houve 8 eleições para a presidência da República, e 9


eleições legislativas e foram nomeados 45 governos.

A instabilidade política
Houve divergências dentro do Partido Republicano motivadas pelas ambições pessoais de poder.

Assim, surgiam as primeiras divisões internas e o movimento republicano acabou por se desfazer
em várias pequenas fações.
A constituição de 1911, estipulava o predomínio do poder legislativo sobre o poder executivo.

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A constante interferência do congresso na atividade governativa, tornava ineficaz as ações dos


governos.

Os desentendimentos entre partidos do congresso, inviabilizava maiorias parlamentares e fazia


cair governos e presidentes.
Numa situação económica e financeira frágil, os governos republicanos deixavam transparecer
uma maior inoperância na resolução das dificuldades e eram vistos como uma continuação da
administração corrupta (da monarquia).

A instabilidade social
Juntando o quadro económico e financeiro ao quadro político, estavam criadas as condições para
um quadro social explosivo.
A desvalorização da moeda e a inflação provocam uma serie de dificuldades nas classes médias
titulares de rendimentos fixos.

Os operários não conseguiam suportar os custos de vida e as situações de desemprego


frequentes.

A agitação social – manifestações e greves, são cada vez mais violentas e o poder político fica
mais fragilizado.
Os setores conservadores – grupos económicos e altas patentes militares – receiam que Portugal
siga a vida do socialismo.

Em Portugal, como noutros países europeus, o regime parlamentar é culpado de causar todos os
males da república, e assim aspiram por um governo forte e autoritário que resolva os problemas
do país.

III. A falência da Primeira República


A 28 de maio de 1926, com a incapacidade do governo de restaurar a ordem e a tranquilidade, e
de resolver a economia do país, foi levado acabo um golpe de estado e instituído um regime de
ditadura militar.

IV. Tendências culturais: entre o naturalismo e as vanguardas

No início do século XX, em Portugal, persistia o classicismo racionalista e naturalista, o que


evidenciava uma forte resistência à inovação.
Os interesses materiais dos burgueses sobrepunham-se aos interesses culturais, condicionando
a liberdade de expressão.

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Módulo 7

Grupos de intelectuais organizaram-se em círculos de contestação à velha ordem e iniciaram


estratégias provocatórias, como resposta às formas políticas e culturais conservadoras.

O modernismo, estético e literário rompe a fraqueza intelectual em Portugal.


O analfabetismo da população portuguesa e o conservadorismo dos meios urbanos, não
proporcionada abundância de publico culturalmente interessado nos novos eventos culturais.

O modernismo na literatura

• O primeiro modernismo – a revista Orpheu


Tratava-se de uma revista onde Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros e Fernando Pessoa,
levados pelos novos temas, publicaram os primeiros poemas de intervenção na contestação à
velha ordem literária.
O movimento não se fez apenas à volta das publicações, reforçou a adesão de novos criadores.

• O segundo modernismo

O movimento inseriu-se intelectualmente na linha de pensamento do movimento Orpheu,


continuou a luta pela crítica livre contra o academismo literário, inspirados na psicanálise, e o
primado do individual sobre o coletivo.

Unidade 2
O agudizar das tensões políticas e sociais a partir dos anos 30

As opções totalitárias

O período entre as duas guerras mundiais foi de avanço e ascensão ao poder das forças
conservadoras de direita, radicalmente contrárias à democracia parlamentar.
Apesar de os regimes totalitários terem surgido sobretudo na Itália e Alemanha toda a Europa
viveu a experiência totalitária.

Regimes totalitários entende-se como sendo um Estado com um valor absoluto ao qual se devem
subordinar todos os interesses individuais que passam a ser subordinados a uma única
orientação ideológica – a ideologia do partido único.

I. Os fascismos: teoria e práticas


As rejeições dos regimes totalitários

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✓ O individualismo, os direitos do individuo tinham de ser submetidos ao interesse do estado;


✓ O princípio da igualdade – algumas raças nascem para mandar outras para obedecer;
✓ O princípio da liberdade – enfraquece o sistema totalitário;
✓ O princípio da fraternidade – o totalitarismo é responsável pela guerra, logo não pode ser
fraterno;
✓ A democracia – é considerado um regime de fraqueza por não conseguir salvaguardar o
interesse nacional;
✓ O pluralismo partidário – gera divisões e discussões inúteis;
✓ Sistema parlamentar – manifestação de fraqueza do poder;
✓ A razão – é inútil, pois os nazi-fascistas pretender desenvolver as suas qualidades animais
(irracionais);
✓ O socialismo e o comunismo – Assenta na luta de classes e leva ao enfraquecimento da
sociedade;
✓ O liberalismo económico – privilegia os interesses individuais e não nacionais.

As afirmações dos regimes totalitários


✓ Ultranacionalismo – a nação é o valor sagrado, um bem supremo (a nação é o mais
importante);
✓ O imperialismo – o nacionalismo deve ser orgulhoso e ambicioso;
✓ O militarismo – defende o culto da forma e da violência e exaltam a aventura, o conflito e a
guerra;
✓ O autoritarismo do estado – propõe regimes de ditadura ou estados policiais;
✓ Culto do chefe, providencial, guia e salvador da nação – o chefe de estado é o líder
máximo;
✓ Partido único – única forma política no poder;
✓ Socialismo nacional corporativista – arma para combater o comunismo e aluta de classes;
✓ Ideal da autarcia – Estado deve ser autossuficiente, em produção agrícola e industrial;
✓ Criação de um homem novo – deve ser formado para acreditar, obedecer e combater.

As práticas nazi-fascistas

• Da atuação das milícias armadas à constituição do aparelho repressivo do estado


Os totalitarismos nazi-fascistas, contaram com o apoio de milícias armadas para a repressão
violenta das greves e outras manifestações organizadas.
Estas milícias na edificação de um estado policial (autoritário), vem a constituir a força de
sustentação do estado, transformando-se em forças policiais institucionais de repressão.

• A encenação da força

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Formas de influenciar a opinião publica é a manifestação de força e o desenvolvimento de intensa


ação de propaganda.

As forças de repressão e militares apresentavam manifestações espetaculares de ordem,


disciplina, força e autoridade.

• A Propaganda
Os regimes desenvolviam intensas propagandas para justificar a sua governação. Esta
propaganda era apoiada com técnicas modernas audiovisuais.
Na propaganda, os ditadores:

✓ Propõem a resolução da crise económica e a promessa de emprego;


✓ Propostas de reconstituição da grandeza nacional;
✓ Por o fim à agitação socialista e combater o comunismo;
✓ Apelar à pureza da raça e eliminar fatores que causassem impureza;
✓ Prometer ordem, disciplina e estabilidade.

• A repressão da inteligência

Os ministérios de propaganda em Itália e na Alemanha:


✓ Controlavam as publicações – radio, cinema, escrita e apertavam a censura;
✓ Colocavam a produção intelectual ao serviço do estado totalitário;
✓ Proibiam a publicação de produção intelectual contraria à ideologia do regime.

• A mobilização e arregimentação das massas

A educação das crianças, era orientada para a formação de fiéis e submissos ao partido e ao
estado.

Os valores nacionalistas e anticomunistas eram orientados através de programas de ensino


rigorosos e constituíam instrumentos da ideologia totalitarista.
Para se ter uma vida livre, sem suspeitas e perseguições, era necessária a filiação ao partido do
poder (totalitário).

O corporativismo italiano
O fascismo italiano, caracterizava-se por ser corporativismo, segundo a qual se pretendia
ultrapassar as tensões da sociedade industrial.

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Todas as forças de produção eram organizadas numa economia nacional – em corporações e


corporativistas.

As corporações permitiam ao estado:


✓ Planificar a produção e realizar a autarcia nacional;
✓ Intervir como mediador na resolução de conflitos de trabalho;
✓ Proibir sindicados libres, de inspiração socialista;
✓ Preservar o equilíbrio social e a justiça em questões laborais.

Na prática, a organização corporativa, tinha como objetivo subordinar o trabalho ao capital. Ou


seja, o que interessava era o lucro, não os trabalhadores.
O caracter corporativista italiano, levou à substituição da camara dos deputados pela camara dos
fascios e das corporações, que se tratava de uma camara de representação das corporações.

O culto da força e da violência e a negação dos direitos humanos


Na Alemanha, a violência e negação dos direitos humanos tiveram maior expressão, com um
caracter militarista e racista.

• A eugenia nazi

O primeiro objetivo nazi foi a purificação da raça ariana, pela seleção dos membros genuínos e
eliminação dos impuros.

• O antissemitismo

Uma das raças inferiores eram os judeus, que eram causadores dos males da sociedade, e, por
conseguinte, fizeram do seu extermínio um dos grandes objetivos políticos.
Primeiramente – boicotando-os;

Segundamente – provocando investidas contra judeus e os seus bens;


Terceiramente – genocídio de milhões de homens, mulheres e crianças nos campos de
concentração.

• O militarismo

Uma das maiores humilhações para a nação Alemã foi o tratado de Versalhes, que resultou no
desmembramento por vários espaços que tinham sido conquistados ou pertenciam a Alemanha.
A junção de todos os alemães numa só pátria e num só povo constituiu um dos principais
objetivos da propaganda nazi.
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Para isso era necessário a realização de uma política para anexar militarmente os territórios
perdidos em sequência da derrota da 1ª guerra mundial.

Assim, Hitler lançou uma violenta agressão às democracias europeias, o que conduziu à 2ª
guerra mundial.

A autarcia como modelo económico


No poder, os regimes totalitários fizeram da autossuficiência económica e da resolução dos
programas do desemprego os veículos ao nacionalismo político.

• Na Itália

Mussolini, ficou ligado ao lançamento de campanhas de produção, onde era necessário trabalhar
intensivamente para conseguir altos níveis de produtividade.

As atividades industriais tiveram um forte controlo do estado, com o lançamento de programas de


industrialização e de controlo do volume de exportações e importações.
Os resultados foram positivos e o desenvolvimento do pais foi feito à custa de sacrifícios da
população.

• Na Alemanha

Para tornar a Alemanha independente de empréstimos estrangeiros, relançou a economia para


resolver o problema de 6 milhões de desempregados.
Hitler, levou a cabo a política de grandes obras publicas e desenvolvimento dos setores
automóveis, aeronáuticos, químicos, siderúrgicos e energia elétrica.
Para combater o desemprego, foi relançada a indústria militar e a reconstituição do exército e
força aérea. A Alemanha estava remilitarizada e preparada para se lançar na conquista da
europa.

II. O estalinismo

Após a morte de Lenine em 1924, gouve dois membros destacado a concorrerem para a direção
do partido comunista – Trotsky e Estaline.
Das duas propostas, a vencedora foi da tese de Estaline, que propôs consolidar a revolução
primeiro na URSS e depois internacionaliza-la.
Durante a chefia de estado de Estaline, iniciou-se um processo de controlo absoluto das
estruturas e poder e direção do partido, em 1928, foi considerado chefe incontestado da URSS.

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Até à sua morte, a sua ação política teve dois objetivos: construção irreversível da sociedade
socialista e transformar a URSS numa grande potencia mundial.

Coletivização e planificação da economia


Estaline reforçou o centralismo económico.
A partir de 1928, interrompeu o processo liberalizador (instituído pela NEP) e arrancou para a
nacionalização de todos os setores da economia.

O estado apropriou-se da terra, subsolo, fabricas, redes de distribuição, comercio e capitais.


Em oposição a este processo, os Kulaks e os Nepmen, foram repreendidos em massa, por força
da autoridade do centralismo democrático.

O estado soviético é o único representante dos trabalhadores.


A economia é totalmente dirigida e subordinada aos planos fixados pelo estado – produção a
atingir, setores económicos a privilegiar etc..

A propriedade rural foi organizada em dois tipos de propriedades:


✓ Kolkhoses – grandes propriedades agrícolas coletivas trabalhadas pelos camponeses;
✓ Sovkhoses – gandes propriedades dirigidas pelo estado, onde trabalhavam assalariados.

O comercio foi organizado em cooperativas de consumo local.


A indústria foi algo de sucessivos planos quinquenais (de 5 anos):

✓ Primeiro plano (1928-1932) – prioridade à indústria pesada;


✓ Segundo plano (1933-1937) – indústria ligeira e melhorar a qualidade de vida;
✓ Terceiro plano (1938 – acabou em 1939 com o início da 2ª guerra) – setor energético e as
indústrias químicas.
O sucesso dos planos foi uma manifestação favorável da autoridade central, a industrialização
estalinista foi possível:

✓ Pela forte disciplina e a imposição de trabalhos forçados;


✓ Por a deportação em massa de trabalhadores para locais necessários;
✓ Pelo interesse pessoal, através de prémios como a glorificação pública;
✓ Através de campanhas de propaganda nacionalista ao culto a Estaline e ao Estado
soviético.

O totalitarismo estalinista
O poder central tinha de ser dotado de autoridade ilimitada para manter a unidade nacional
pretendida no decorrer na constituição da URSS.

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Com Estaline no poder, o centralismo democrático evoluiu para a ditadura. Mas não foi a ditadura
do proletariado, mas sim a ditadura do partido comunista.

Estaline, em 1924, perseguiu todos os seus opositores.


Eliminou todos os potenciais concorrentes ao poder, incluindo o próprio Trotsky.

Em 1939, os bolcheviques foram afastados do partido e muitos condenados à morte e campos de


concentração.
Com a promulgação da constituição da URSS, em 1936, o estado foi confirmado como totalitário
(como já era percetível pelas suas práticas).

A coletivização e a planificação da economia visavam a autarcia como modelo económico,


eliminando a liberdade económica na URSS.
O partido comunista tornou-se o único partido autoridade e único detentor do poder.

Na URSS, também:
✓ Houve uma elite de membros do partido, que pretendia a burocratização dos poderes do
Estado;
✓ Esta elite punha em causa a igualdade social e a eliminação de classes;
✓ Para manter o controlo ideológico, houve a arregimentação das massas em organizações
do partido – para crianças sobretudo;
✓ Insistiu-seno culto ao chefe de Estado e ao estado;
✓ Afirmou-se o culto à violência e a negação dos direitos humanos;
✓ Vivia-se num ambiente de total ausência de liberal intelectual.

A resistência das democracias liberais


Nos países com uma forte tradição democrática, os partidos organizaram-se para apoiar
governos intervencionistas para controlar os avanços totalitários.

I. O intervencionismo do Estado

A depressão dos anos 30 marcou o fim do capitalismo liberal (do século XIX).
Os teóricos liberais vêm a admitir que o estado deve ter um papel ativo na regulamentação do
mundo laboral e no desenvolvimento das economias nacionais.

De liberais, alguns economistas evoluíram para intervencionistas.


Keynes foi o grande defensor da intervenção do estado – defendeu a adotação de uma inflação
controlada.
O estado era incumbido de acompanhar o emprego e ser um novo e importante patrão, nas
políticas de investimento.
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O New Deal americano


O new deal foi um programa de reformas sociais e económicas empreendido pelo presidente
Roosevelt, a partir de 1933, para resolver os problemas causados pela crise de 1929 numa
primeira fase.

Numa segunda fase serviu para a promoção e garantia do bem-estar da população americana.
Para resolver o problema do desemprego, o governo americano:

• Adotou rigorosas medidas financeiras – intervenção do estado nas atividades bancárias,


para as reorganizar;
• Empreendeu-se uma política de obras publicas para combater o desemprego;
• Lançou-se o controlo da produção agrícola para estabilizar os preços dos produtos;
• Lançou-se o controlo da produção industrial, para regular as cotas de produção, preços,
salários e horários;
Na segunda fase, o new deal instituiu o Estado-Providência.

O new deal ao incluir a publicação de muita legislação social – reforma, fundo publico de
desemprego, salário mínimo, horários semanais de trabalho – deu origem a uma nova conceção
de estado, na qual o estado deve assegurar aos cidadãos felicidade e bem-estar.

Os governos de frente Popular e a mobilização dos cidadãos

Com o avanço da extrema-direita, em França e Espanha, grupos de cidadãos mobilizaram-se


para formar alianças políticas que congregassem forças democráticas e de esquerda.

A Frente Popular em França


A frente popular francesa, constituída por socialistas, comunistas etc.., veio a denunciar ao
avanço do nazismo na Alemanha e propõe o relançamento da economia nacional e melhoria das
condições de vida dos trabalhadores.
No poder até 1938, o governo de frente popular desenvolveu uma política fortemente
intervencionista e que ajudou a dar um grande impulso na legislação social.

Entre as grandes conquistas dos trabalhadores (devido à legislação social) – liberdade sindical,
aumentos salariais, redução do horário de trabalho, ferias etc…
A dignificação da classe operária permitiu a melhoria da sua qualidade de vida. Com a
generalização de práticas de lazer – desporto, cinema e teatro.

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A guerra civil na Espanha

Com a instituição de um governo de ditadura conservadora em 1923, os partidos republicanos de


esquerda, juntaram-se para organizar uma frente popular e intensificarem os protestos.
A república é declarada em 1931, com a queda do governo ditatorial e a queda do rei, Afonso XIII.
A crise política continua com a intensificação da ação conservadora.

A frente popular sai vencedora das eleições de 1936 e arranca com um intenso programa de
reformas políticas e sociais favoráveis aos interesses das classes dos trabalhadores.
Contudo, algumas medidas foram lesivas para a tradição católica espanhola, para a unidade do
pais e para os interesses das forças conservadoras.

Assim, partidos nacionalistas de direita e monárquicos, levaram acabo um avanço militar que
perante as forças republicanas evoluiu para uma guerra civil.
Em 1939, com a vitoria das forças conservadoras lideradas por Franco, a frente popular
espanhola fracassou e a ditadura fascista triunfou – franquismo.

Portugal: O Estado Novo

Devido às dificuldades da ditadura instituída em 1926, em 1928, António Oliveira de Salazar foi
convidado para a pasta das finanças.
Com Salazar no governo, encaminha-se a construção do estado novo, com a Constituição de
1933.

I. O triunfo das forças conversadoras

O novo estado totalitário é de ideologia fascista – salazarismo.


Com poderes sobre os orçamentos de todos os ministérios, Salazar implanta uma política de
austeridade e controlo das despesas públicas, enquanto simultaneamente aumentava
gradualmente os impostos. Em 15 anos, Salazar, conseguiu eliminar o défice publico e equilibrar
o orçamento.
Considerado milagreiro, os militares concederam-lhe autoridade para intervir nas grandes
decisões políticas do governo.

Em 1932, Salazar é nomeado chefe do governo.

II. A progressiva adoção do modelo fascista italiano


Salazar pretendia instaurar uma nova ordem política que resolvesse os problemas financeiros do
país e instaurasse a ordem e a disciplina social.

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Em Portugal confirma-se o autoritarismo do estado e o condicionamento das liberdades


individuais.

As novas instituições
✓ União nacional – força política (do governo), criada em 1930, único partido autorizado;
✓ Ato Colonial – aprovado 1930, reafirma a missão civilizadora nos territórios ultramarinos;
✓ Estatuto do trabalho Nacional – aprovado em 1933, regulamentava a organização
corporativista do setor produtivo nacional;
✓ Constituição de 1933 – põe fim à ditadura militar e institui o estado novo.

A ideologia do Estado Novo

• Autoritário e dirigista – um presidencialismo bicéfalo

Repudiou o sistema parlamentar pluripartidário.

A verdadeira autoridade era exercida pelo governo, na pessoa do presidente do conselho de


ministros (Salazar).
Apenas havia a necessidade de submeter as propostas de lei à Assembleia Nacional, que era
constituída por deputados do partido do governo – União Nacional.

Tratava-se de um regime presidencialista, cujo o presidente do conselho de ministros tem mais


poder que o presidente da república – um presidencialismo bicéfalo.

• Personalizado no chefe – o culto da personalidade

Salazar era o “Salvador da pátria”, a figura central da governação interveniente em todos os


setores da vida nacional, a sua imagem esta presente em todos os lugares, era venerado pelas
multidões.
Salazar numa usou uma farda militar, como Mussolini ou Hitler.

• Conservador – a consagração da tradição e da ruralidade

Contrário à ideologia marxista e o seu caracter urbano e industrial, Salazar pretendia a imagem
tradicional e rural do país.

A família rural, tradicional e conservadora devia ser a imagem da sociedade portuguesa.

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• Nacionalista – a exaltação dos valores nacionais

As divisões fragilizam a Nação, logo todos os partidos foram proibidos e todos os portugueses “de
boa vontade” se deviam juntar à União Nacional.
O estado empreendeu uma intensa campanha de exaltação dos valores nacionais – através do
passado glorioso de Portugal e a valorização da produção cultural nacional.

• Corporativo – a concórdia na organização económica e social

À semelhança do fascismo Italiano, o Estado Novo pretendeu que toda a vida económica e social
do pais se organizasse em corporações.

O estatuto do trabalho nacional estabelecia que os trabalhadores portugueses eram organizados


em sindicatos nacionais e os patrões em grémios.
Grémios e sindicatos juntavam-se em negociações de matérias laborais, com o estado a mediar e
controlar a negociação.
Para além dos sindicatos e dos grémios, havia a casa do povo que fazia representar os patrões e
trabalhadores rurais; A casa dos Pescadores – associação de gentes do mar e seus empresários.

Havia corporações morais – fins de assistência e caridade;


Corporações intelectual – com objetivos científicos, literários e artísticos.
Todas estas associações básicas eram representadas na camara corporativa, que era um órgão
consultivo que emitia pareceres sobre projetos de lei do governo para apresentar à Assembleia
Nacional.

• Repressivo – a liberdade amordaçada


Para preservar a autoridade, o regime teve de criar um aparelho repressivo que subordinasse aos
interesses do Estado os direitos e liberdades dos cidadãos, ainda que fossem
constitucionalmente reconhecidos.
Através da censura Prévia, eram vigiadas todas as produções intelectuais escritas e audiovisuais.

Tratava-se de uma ditadura intelectual.


A polícia política (PIDE) – apoiada em processos de perseguição, tortura, assassinato e detenção
para todos os que se manifestassem contra o regime.

• Assente em estruturas de enquadramento das massas – a inculcação


A união nacional foi a principal estrutura de enquadramento das massas.

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A legião portuguesa – organização que os funcionários públicos tinham de fazer parte.

A mocidade Portuguesa – foi uma organização juvenil, obrigatória, de caracter paramilitar, onde
eram instruídos rigorosamente.
FNAT – Federação Nacional para a Alegria no Trabalho, foi uma organização para ocupar os
tempos livres dos trabalhadores.

Obra das Mães para a educação Nacional – visava a formação de futuras mães e mulheres.

III. Uma economia submetida aos imperativos políticos


Salazar abandonou o liberalismo económico e adotou um modelo fortemente dirigista –
protecionismo e intervencionismo, tem em vista a autossuficiência do pais e consequente
afirmação do nacionalismo económico.

A prioridade à estabilidade financeira

Para além de Salazar importar aos vários ministérios uma política de limitação de despesas,
impunha impostas, para aumentar a receita fiscal.
Durante a 2ª guerra mundial, Salazar preferiu a neutralidade, e assim conseguiu evitar
consequências negativas de uma possível participação bélica.

Ao não participar, conseguiu aproveitar as necessidades económicas dos países envolvidos para
dinamizar as exportações de Portugal – fardamento, conservas etc…

A importância da agricultura
Salazar empreendeu um conjunto de medidas de fomento das atividades agrícolas.

De todas as medidas agrícolas impostas, a que obteve melhores ressoltados foi a dinamização da
produção do trigo, com o objetivo da autossuficiência para alimentar a população.
Foram os tempos da Campanha do Trigo à semelhança de Mussolini.

O condicionamento industrial

Relativamente à indústria, os constrangimentos tradicionais impedir o desenvolvimento do pais –


deficiente rede de comunicação, baixos níveis de produtividade, dependência das importações,
falta de iniciativa e salários baixos.

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• Conceito

Na década de 30 foi quando se fez sentir mais a política de condicionamento industrial.


Para haver as iniciativas empresariais, deviam enquadrar-se no modelo económico definido pelo
estado. Qualquer indústria para funcionar dependência da autorização do estado. A liberdade dos
empresários era submetida aos interesses do estado dirigista e intervencionista.

• Objetivo

Salazar com esta política pretendia controlar a indústria nacional e regular a atividade produtiva.

• Consequências

A política de condicionamento industrial veio a ser um forte constrangimento à modernização do


país e a baixos níveis de produtividade que caracterizavam o estado novo.

A limitação da concorrência levou também ao aparecimento de grandes empresas monopolistas


(que o regime protegia) e que acabaram por ser o suporte social do regime.

As grandes obras públicas


Para dar uma imagem nacional e internacional de modernização, Portugal empreendeu um
programa de obras publicas com o objetivo de desenvolver o pais e resolver o problema do
desemprego.

As obras foram um grande legado do Estado Novo.

A política colonial – Portugal, um país pequeno na Europa, mas grande no Mundo


As colonias desempenhavam um papel fundamental na política de nacionalismo económico e o
fomento do orgulho nacionalista.

A vocação colonial do estado novo, levou em 1930, à assinatura do ato colonial onde eram
clarificadas as relações de dependência das colonias e as limitações de intervenção das
potencias estrangeiras nelas.
Para demonstrar que as colonias faziam parte da histórica missão civilizadora de Portugal, em
1940, realizou-se a exposição do mundo Portugal, com uma mística imperial.

IV. O projeto cultural do regime – a “Política do Espírito”


Caracterização

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A liberdade criativa em Portugal – criação artística e literária foi condicionada pelos interesses do
regime.

Os interesses do estado eram: evitar os excessos intelectuais (para não por em causa a coesão
nacional; dinamizar a criação cultural de propaganda da grandeza nacional.

Meios
Os autores portugueses eram submetidos a uma autêntica ditadura intelectual.

Os ideológicos do regime conceberam a “Politica do espirito”, que se tratava de uma intensa


propaganda para mostrar o ideal do estado novo.
Para por em prática esta política – propaganda do regime e padronização da cultura e das artes,
foi criado em 1933 o secretariado da Propaganda Nacional, tal como aconteceu na Alemanha e
em Itália.

António Ferro foi o diretor do secretariado e um ideário retrógrado (ideário do estado novo),
idealizava um projeto diferente da criação modernista.
António ferro pretendia conciliar o conservadorismo e a vanguarda.

Realizações

O secretariado da Propaganda nacional desenvolveu um programa de realizações culturais do


espírito português – que foram cuidadosamente vigiadas pela censura.
Foram feitas realizações emblemáticas – salões de pintura, prémios literários, exposições,
inaugurações etc… todas em alta pompa e circunstância.

O estado contava com o apoio de intelectuais e artistas que patrocinava para a realização do
enaltecimento nacional. O estado constituiu-se como um grande mecenas.
A exposição do mundo português, em 1940 celebrou a fundação de Portugal, a restauração da
independia, manifestações do grande império português e o orgulho nacional.

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