Henrique Murachco, Gramatica Grega - Teoria
Henrique Murachco, Gramatica Grega - Teoria
Henrique Murachco, Gramatica Grega - Teoria
Volume I
Teoria
LÍNGUA GREGA
Visão Semântica, Lógica, Orgânica e Funcional
Volume I
Teoria
discurso editorial
CDD 481
481.7
485
discurso editorial
Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 (sala 1033)
05508-900 – São Paulo – SP
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denotativo; isto é, devolve-se de fato! O aluno vai embora com seus cré-
ditos e o professor fica com a sensação de tarefa terminada.
Mas, como minha postura na sala de aula sempre foi de diálogo,
de querer saber se o aluno entendia ou não o que eu tentava passar-lhe,
surgiram as primeiras perguntas e contestações, e aí começaram as primei-
ras apostilas com redação pessoal, diferente dos manuais e gramáticas.
Mas, o que se dizia e se discutia na sala de aula era muito diferente
do que as apostilas traziam; ou melhor, o que se dizia na sala de aula
era não só diferente, mas muitas vezes mais extenso e variado do que o
que estava na apostila. E as edições das apostilas foram se sucedendo
em folhas avulsas, sempre com a intenção de servir aos alunos.
Nunca tive a idéia de escrever um método ou uma gramática de
grego. Não era necessário! Havia tantas gramáticas no mercado! Todas
elas lastreadas em tradição multissecular!
Era um respeito quase ou mais que religioso que me impedia dis-
cuti-las e muito menos criticá-las. Eu mesmo devia meus conhecimen-
tos de grego a elas.
Quantos helenistas não deviam seu sólido saber a elas?
Mas eu não encontrava nelas as respostas às perguntas que os alu-
nos faziam: por que essa função se exprime por esse caso e aquela pelo
outro. O que significa nominativo? O que significa acusativo? Por
que o sujeito vai para o nominativo e o objeto direto vai para o acu-
sativo? Por que a relação de lugar para onde vai também para o acusati-
vo? Não é uma relação adverbial?
Fui buscar essas explicações nas gramáticas. Passei pelas gregas (a
lista delas está na Bibliografia); passei pelas latinas, pelas portuguesas,
pelas francesas e sempre encontrei as mesmas coisas: uma nomenclatura
fixa, com algumas variações superficiais, mas definindo e delimitando de
uma maneira autoritária e final que as relações das palavras na frase esta-
vam definidas e que o que o aluno deve fazer é aprendê-las de cor e, pelos
exercícios, fixá-las na mente até que fiquem automáticas.
Todas as gramáticas são descritivas, historicistas, formalistas,
prescritivas.
Ao criticá-las não quero desmerecê-las. Elas prestaram relevantes
serviços à evolução cultural do Ocidente. Elas são preciosas sobretudo
porque nos conservaram e passaram centenas de documentos, de textos,
de testemunhos antigos, em todas as línguas. É um material imenso que
está à nossa disposição.
Além disso, quando os meninos aprendem a tocar cítara eles ensinam poemas
de outros poetas bons, os líricos, acordando-os ao som da cítara e condicionam
as almas dos meninos a se habituarem com os ritmos e com a harmonia para
que eles sejam mais calmos e para que, tornando-se mais bem ritmados e mais
harmoniosos, eles se tornem aptos para a fala e para a ação; pois toda a vida
do homem precisa de bom ritmo e de harmonia...
Pelo que se vê, a língua era aprendida nos textos e pelos textos.
Essa passagem de Protágoras nos dá ainda outra idéia: que o me-
nino ateniense, depois de aprender muitos textos dos poetas épicos (Ho-
mero e Hesíodo) e dos poetas líricos, que eram de toda a Grécia, ao pas-
sar para as aulas de ginástica, ele não é mais um menino ateniense, ele é
um menino grego! A unidade da Grécia, desde o Ponto Euxino até Mar-
selha e mesmo às Colunas de Heraclés, se fez pela língua. Os Jogos Olím-
picos a cada 50 lunações eram a expressão dessa Grécia3.
Foi essa a gramática de Platão, Aristóteles, Lísias, Demóstenes,
Górgias e outros.
Mas, a gramática pensada para os estrangeiros passou também a
ser empregada nas escolas, e os meninos do período alexandrino, aos pou-
cos, passaram a ter que aprender, além dos textos dos poetas, também as
regras de gramática.
É essa a origem da gramática descritiva e impositiva, prescritiva.
Ela se manteve intocável durante séculos; até agora mesmo. Como
exemplo poderíamos citar Konstantinos Láskaris, um dos intelectuais bi-
zantinos que emigraram para Nápoles, por ocasião da tomada de Cons-
tantinopla pelos turcos em 1453. Convidado por um nobre milanês para
ensinar a língua grega para suas filhas, escreveu uma gramática, em 1476.
A base dela é a de Dionísio Trácio, com alguns acréscimos, mas
sem aprofundar nada. Até os paradigmas são os mesmos!
No correr deste trabalho aludiremos muitas vezes a esses fatos, para
o que, antecipadamente, pedimos desculpas. Mas é vício de professor. A
repetição à exaustão acaba por prevalecer. Além disso, essa desordem, se
não foi pretendida no início, acabou prevalecendo, como uma conseqüên-
O que é o enunciado?
Podemos chamá-lo de frase, oração, período, discurso etc. O enun-
ciado é uma palavra ou um conjunto delas que exprime um pensamento
inteiro, acabado.
A base do enunciado é, como já disse, a essência (oésÛa) e o
predicado (kathgorÛa, kathgñreuma)4. Em outros termos: o sujeito
(tò êpokeÛmenon), o de que se diz alguma coisa e o verbo (=°ma), o
que é dito daquele de que se diz alguma coisa.5
O enunciado é a base do discurso. Ele repousa sobre dois pilares: o
sujeito e o predicado; o substantivo e o verbo; a essência e a ação.
O sujeito deve ser, necessariamente, um substantivo (êpokeÛme-
non) e o predicado deve ser, necessariamente, um verbo (=°ma). Não há
enunciado sem sujeito e predicado. É uma impossibilidade funcional,
lógica, semântica.
O enunciado, então, só é completo se contém sujeito e predicado,
num encadeamento de dependência: um não existe sem outro; a noção
do sujeito supõe o predicado e a noção do predicado supõe o sujeito 6.
as frases só com verbos. Na verdade o verbo está implícito nas frases nominais, e
o sujeito está implícito nas frases verbais.
7 Entendo por nomes, como Dionísio Trácio, tanto os substantivos como os ad-
jetivos e os dêiticos todos (comumente chamados de pronomes-adjetivos).
siva, que é uma relação de origem, separação; por isso é relação de geniti-
vo com preposição (ablativo latino com preposição).
Mostraremos também o valor semântico das relações do genitivo
nas regências de alguns verbos, como os verbos que significam poder,
domínio, privação, necessidade, desejo, aspiração etc. Insistiremos mui-
to sobre este fato da língua: os casos não são determinados por uma re-
gra exterior, mas pelas relações semânticas entre as partes, sobretudo entre
verbos e nomes.
Definiremos o dativo como o caso da dação, interesse, atribuição,
lateralidade, simultaneidade, exatamente como o dativo latino. Não acei-
tamos a inclusão das relações de instrumental e locativo sob a denomi-
nação de dativo por contradição nos próprios termos.
Separaremos esses dois casos, embora os três tenham a mesma
desinência. Nisto seguimos uma sugestão preciosa de Quintiliano.
Mostraremos que o locativo é a expressão do lugar onde, com a
idéia de estabilidade, de ausência de movimento. Ela pode ser concreta ou
metafórica. Os exemplos confirmarão essas afirmações. Mostraremos tam-
bém, pelos exemplos, que nos casos de dúvida, pela proximidade dos sig-
nificados entre a noção de lateralidade e de locativo, o próprio texto dará
a resposta certa.
Definiremos também o instrumental como o objeto inerte (que não
age por si) pelo qual passa o ato verbal desencadeado por um agente que
não ele, o instrumento.
Mostraremos também que a distinção entre o instrumental ou
complemento de instrumento ou meio e o agente da passiva não só
passa pela identificação formal (lugar de onde, expresso pelo genitivo com
êpñ), mas também, e sobretudo, pela relação semântica.
10 Ao introduzirmos o estudo das flexões faremos menção especial para esses fatos.
11 Salvo alguns raros casos, antigos na língua, como ³gagon. Ver na flexão do aoristo.
12 Faria contraponto com o vocativo, que é o gancho do diálogo apenas; não tem
função e por isso não tem desinência (caso).
13 ¤gÅ é absoluto; não tem plural nem feminino, e as flexões dele são sobre tema
diferente. Mas a variante -v de primeira pessoa não deve ser mera coincidência.
uma coerência total nessas construções. Mas para demostrá-la foram pre-
cisos inúmeros exemplos que fomos buscar em várias gramáticas.
A seguir abordaremos as conjunções e conetivos em geral, que a
gramática grega denomina sændesmoi, amarrações.
Mostraremos que o que chamamos de partículas são, na base,
conetivos da oralidade, que permaneceram na mente do homem grego.
Por coincidência, nos textos em que a oralidade está mais presente, como
no teatro ou nos diálogos de Platão, há mais desses conetivos do que nos
textos de Aristóteles, por exemplo. Mas eles são mais instrumentais e
marcadores, e por isso é difícil identificar neles um significado próprio,
independente, permanente. Eles são mais conotativos. Os inúmeros exem-
plos mostrarão isso com bastante clareza.
Mas não estudaremos as partículas separadas das conjunções; elas
estarão na mesma lista, por ordem alfabética.
Nas conjunções propriamente ditas, vemos amarrações entre fra-
ses, enunciados. Também aí, por meio de inúmeros exemplos, mostrare-
mos que as conjunções não regem esse ou aquele modo verbal. Elas
têm um significado próprio e o modo verbal é decorrente de como o enunciado
é passado do emissor para o receptor: se há uma realidade ou irrealidade é o
indicativo; se há uma eventualidade, o modo é o subjuntivo ou futuro; se
há uma possibilidade, ou atenuação da mensagem, o modo é o optativo.
A seguir estudaremos os advérbios propriamente ditos; eles dife-
rem das preposições, antigos advérbios, na medida em que não exigem
uma relação espacial depois deles; são usados de maneira absoluta. Eles
são os adjetivos do verbo, isto é, do =°ma, o que é dito do sujeito.
Eles são basicamente circunstanciais: modais, instrumentais, tem-
porais e espaciais, em suas várias relações de acusativo, genitivo e locati-
vo, e por isso muitos deles são formas petrificadas desses casos.
deviam ser traduzidas. Mas a teoria que estava nessas apostilas ou era su-
mária ou estava em processo de elaboração, e por isso nós solicitávamos
aos alunos que usassem a página anterior em branco para anotar nossa
exposição oral que às vezes até contrariava a escrita.
As frases foram reunidas enfocando um ponto determinado da
matéria, que foi dividida em unidades didáticas, ou módulos, na seguinte
ordem:
O alfabeto grego
Signo grego som Denominação Exemplos fonéticos
A- a16 a lfa álpha altar, fada
B-b b b°ta béta belo, bolo
G-g gue gmma gáma gato, guerra
D-d d d¡lta délta dado, dedo
E-e e ¦ cilñn e psilón17 mesa, medo
Z-z dz z°ta dzéta Zeus (Dzeus/Zdeus)
H-h é ·ta éta atleta, tese
Y-y th y°ta théta th (ingl. thing)
I -i i ÞÇta ióta nada
K-k k kppa kápa Kant, Kent
L-l l lmbda lámbda lado, lido
M-m m mè mû mês, mal
N-n n nè nû nada
J, j ks jÝ ksî axioma
O-o o ö mikrñn o mikrón tolo
P-p p pÝ pî pedra
R-r r /rh =ñ rhô rei, rato (vibrante)
S - s, w18 s (ç) sÝgma sîgma sal, ser (sempre ç)
T-t t tau tau tarde
U-u y ë cilñn y psilon hypnose (u francês)
F-f ph fÝ phî fuga
X-x kh xÝ khî kháris
C-c ps cÝ psî psicose
V-v ó Î m¡ga o méga hora
fvsfÒrow
fvsfñrow phosphóros polÊglvttow
polæglvttow polyglottos
§pitãfiow
¤pitfiow epitáphios §p¤gramma
¤pÛgramma epígramma
=eumatismÒw
=eumatismñw rheumatismós a_morrag¤a
aßmorragÛa haimorragía
profulatikÒw
profulatikñw prophylatikós YeÒdvrow
Yeñdvrow Theódoros
d°rma
d¡rma dérma Ípote¤nousa
êpoteÛnousa hypoteínousa
kubernetikÆ
kubernetik® kybernetiké ÉAy_nai
Ay°nai Athénai
lÒgow
lñgow lógos nÒmow
nñmow nómos
kan_n
kanÅn kanón k¤nhma
kÛnhma kínema
k¤nhsiw
kÛnhsiw kínesis kvmikÒw
kvmikñw komikós
diskobÒlow
diskobñlow diskobólos kunikÒw
kunikñw kynikós
gevrgikÒw
gevrgikñw georgikós c¤ttakow
cÛttakow psíttakos
parãdojow
pardojow parádoksos duspec¤a
duspecÛa dyspepsía
kÊklvc
kæklvc kyklops fãntasma
fntasma phántasma
paxÊdermow
paxædermow pakhydermos k°ntaurow
k¡ntaurow kéntauros
sËrigj
sèrigj syrinks fÒrmigj
fñrmigj phórminks
sÊgxronow
sægxronow synkhronos lÆyh
l®yh léthe
kay°dra
kay¡dra kathédra xrusostÒmow
xrusostñmow krysostómos
boukolikÒw
boukolikñw boukolikós aÂma
aåma haîma
±x_
±xÅ ekhó noma
önoma ónoma
·ppow
áppow híppos ¥liow
´liow hélios
¹m_numow
õmÅnumow homónymos xrusãnyemon
xrusnyemon khrysánthemon
mayhmatikÒw
mayhmatikñw mathematikós t°tanow
t¡tanow tétanos
tuf_n
tufÅn typhón èrmon¤a
rmonÛa harmonía
p°ntaylon
p¡ntaylon péntathlon metevrolog¤a
metevrologÛa meteorología
mËyow
mèyow mythos yumÒw
yumñw thymós
éylhtÆw
ylht®w athletés lurikÒw
lurikñw lyrikós
gevmetr¤a
gevmetrÛa geometría ériymhtikÆ
riymhtik® arithmetiké
politikÒw
politikñw politikós pÒliw
pñliw pólis
biblioyÆkh
biblioy®kh bibliothéke ékrobãthw
krobthw akrobátes
êtomow
tomow átomos éster¤skow
sterÛskow asterískos
Ùbel¤skow
ôbelÛskow obelískos éstronom¤a
stronomÛa astronomía
épolog¤a
pologÛa apología tragd¤a
tragÄdÛa tragoidía /tragodía
kvmd¤a
kvmÄdÛa komoidía/ _larÒw
ßlarñw hilarós
komodía
despñthw
despÒthw despótes yÅraj
y_raj thóraks
katlogow
katãlogow katálogos dÛskow
d¤skow dískos
filnyrvpow
filãnyrvpow philánthropos ceudÅnumow
ceud_numow pseudónymos
must®rion
mustÆrion mysteríon kataklusmñw
kataklusmÒw kataklysmós
diãlektow
dilektow diálektos aÈtÒxyvn
aétñxyvn autókhthon
roskÒpow
Éroskñpow horoskópos strathgÒw
strathgñw strategós
aÈsthrÒw
aésthrñw austerós ÍpokritÆw
êpokrit®w hypokrités
lejikñn
lejikÒn leksikón brbarow
bãrbarow bárbaros
tojikñw
tojikÒw toksikós yrñnow
yrÒnow thrónos
seismñw
seismÒw seismós prñblhma
prÒblhma próblema
frsiw
frãsiw phrásis ôbolñw
ÙbolÒw obolós
dñgma
dÒgma dógma Perikl°w
Perikl_w Periklés
Pltvn
Plãtvn Pláton Svkrthw
Svkrãthw Sokrátes
Dhmosy¡nhw
Dhmosy°nhw Demosthénes Al¡jandrow
Al°jandrow Aléksandros
Diog¡nhw
Diog°nhw Diogénes EéklÛdhw
EÈkl¤dhw Euklídes
Puyagñraw
PuyagÒraw Pythagóras Arxim®dhw
ÉArximÆdhw Arkhimédes
LevnÛdaw
Levn¤daw Leonídas Axilleæw
ÉAxilleÊw Akhilleús
PrÛamow
Pr¤amow Príamos Aristot¡lhw
ÉAristot°lhw Aristotéles
Miltidhw
Miltiãdhw Miltiádes Odusseæw
ÉOdusseÊw Odysseús
Agam¡mnvn
ÉAgam°mnvn Agamêmnon Sofokl°w
Sofokl_w Sophoklés
Jenof_n
XenofÅn Ksenophón Aristofnhw
ÉAristofãnhw Aristophánes
Zeèw
ZeËw Zeûs PoseidÇn
Poseid«n Poseidón
Erm°w
ÑErm_w Hermés
Arhw
ÖArhw Áres
Apñllvn
ÉApÒllvn Apóllon Hfaistow
ÜHfaistow Héfaistos
Hra
ÜHra Héra Dhm®thr
DhmÆthr Deméter
EstÛa
ÉEst¤a Estía AfrodÛth
ÉAfrod¤th Aphrodíte
Artemiw
ÖArtemiw Ártemis Ay®na
ÉAyÆna Athéna
KliÅ
Kli_ Klió Melpom¡nh
Melpom°nh Melpoméne
OéranÛa
OÈran¤a Ouranía Eét¡rph
EÈt°rph Eutérpe
Tercixñrh
TercixÒrh Terpsikhóre KalliÅph
Kalli_ph Kalliópe
YalÛa
Yal¤a Thalía EratÅ
ÉErat_ Erató
PolumnÛa
Polumn¤a Polymnía
Normas de transliteração
Para comodidade do aluno, transcrevemos a seguir as Normas de
transliteração de palavras do grego antigo para o alfabeto latino acor-
dadas pela Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos, com algumas dis-
cordâncias de nossa parte, expressas nas Observações.
Signo grego Denominação Signo latino Exemplos
A, a lfa - alfa A, a gph - agápe
Ai, & ióta suscrito ai dv/idv - ádo / áido
B, b b°ta - beta B, b brbarow - bárbaros
G, g gmma - gama G, g gevrgñw - georgós
gg gama nasal ng ggelow - ángelos
gk nk ögkow - ónkos
gj nks slpigj - sálpinks
gx nkh gxein - ánkhein
D, d d¡lta - delta D, d dÛkh - díke
E, e ¦ cilñn - e psilón E, e eàdvlon - êidolon
Z, z z°ta - dzéta/ zéta Z, z z®thsiw - zétesis
H, h ·ta - éta E, e ´liow - hélios
Hi, ú ióta suscrito ei cux» / cux°i - psykhé / psykhéi
Y, y y°ta - théta Th, th yeñw - theós
I, i ÞÇta - ióta I, i Þd¡a - idéa
K, k kppa - kápa k kakñn - kakón
L, l lmbda - lámbda L, l l¡vn - léon
M, m mè - mü / my M, m marturÛa - martyría
N, n nè - nü / ny N, n nñmow - nómos
J, j jÝ - ksi Ks, Ks julñn - ksylón
O, o ö mikrñn - o mikrón O, o ôlÛgow - olígos
P, p pÝ - pi P, p potamñw - potamós
R-, =- =Ç - rhô (inicial) Rh, rh =uymñw - rhythmós
-r- rÇ - rô (interno) R, r riymñw - arithmós
S, -s-, -w sÝgma - sîgma S, s SfÝgj - Sphînks
T, t taæ - tau T, t taèrow - taûros
Alguns dados
de fonética aplicada
Considerações gerais
tural grega foi transmitida oralmente, desde a tradição oral anterior aos
poemas homéricos, os próprios poemas homéricos, as obras de Hesíodo,
a introdução do alfabeto (séc. VIII e VII a.C.) e os líricos, para não ultra-
passarmos o século VI a.C. Mas, mesmo depois da introdução do alfabe-
to, os meios de transmissão da palavra escrita eram extremamente raros e
caros. A oralidade e a memória eram as grandes armas para a transmis-
são e conservação do conhecimento.
É o que vemos na língua grega: uma língua só, com variantes lo-
cais, mas que todos os gregos entendiam, durante os Jogos Olímpicos,
por exemplo. É essa língua que o menino ateniense vai aprender ao de-
corar passagens de Homero, Hesíodo e dos líricos na casa do mestre,
segundo diz Protágoras (Platão, Protágoras, 325c6-326c6). E quando, de-
pois de saber de cor esses poemas, aprender a cantá-los ao som da lira ou
da cítara, o menino vai para o mestre de ginástica, ele não é um menino
só ateniense, circunscrito ao ambiente familiar, ele é um menino grego.
E é esse o sentimento que o acompanha a vida toda.
Essa transformação, essa inserção do menino, do efebo, e depois
do adulto, na nação grega, foi feita pela língua grega.
21 Para Aristóteles, todas as "quebras" no final das palavras são ptÅseiw, que os
gramáticos latinos traduziram por "casus". Mas a tradição da gramática ocidental
reservou a palavra "caso" para a flexão nominal, com certa ampliação do significado
no sistema das "declinações".
até que receba uma ptÇsiw, isto é, um casus, uma desinência, que lhe
dá essa função dentro do enunciado.
A flexão dos nomes é simples: consiste na identificação desse tema
e na aplicação das desinências que correspondam à função que o nome
exercerá no enunciado. Veremos isso na Flexão nominal.
A flexão verbal segue o mesmo modelo: haverá um tema, sede do
significado virtual, e o sistema de desinências (são poucas) que darão ao
tema a pessoa, a voz (sujeito agente ou paciente), o número (se é singu-
lar, dual ou plural) e o modo. Veremos isso na Flexão verbal.
Tanto a flexão nominal quanto a flexão verbal são absolutamente
regulares, normais. Bastaria, então, conhecer as ptÅseiw/casus/desi-
nências nominais e verbais (que são muito poucas) e aplicá-las aos temas
nominais ou verbais.
Todo e qualquer ser humano, que usa da fala, quer comunicar al-
guma coisa, e da maneira mais clara e prática possível. Esse princípio é
ainda mais fundamental na transmissão oral: a relação entre o emissor e
receptor da mensagem é momentânea, fugaz; então a maior brevidade e
clareza são indispensáveis. É evidente que o código dos dois (emissor/
receptor) deve ser o mesmo, e bem conhecido. Vemos, então, que clareza
(significado) e praticidade (lei do menor esforço) se vigiam mutuamente.
As transformações e simplificações só se admitem quando não des-
caracterizam as formas e a mensagem. Teremos ocasião de repetir isso inú-
meras vezes no curso da apresentação das flexões. Mas esses comentá-
rios, repetidos, exageradamente, propositadamente repetidos, estão
dispersos.
É preciso ter em conta que a língua grega foi transmitida por via
oral. Não havia outro registro. A escrita entrou tardiamente, quando já
havia uma larga tradição cultural e literária.
Então, essas modificações fonéticas que constatamos foram aceitas
e transmitidas porque ou quando não causavam dano à mensagem,
isto é, ao conteúdo da mensagem, e sobretudo não causavam dano à in-
tegridade da língua grega, que era o fator de unificação daquele povo.
As vogais
As vogais são modificações do som glotal, que é produzido pelas
cordas vocais superiores ou inferiores, com o sopro mais ou menos forte
que vem dos pulmões.
Essas cordas vocais, obedecendo à vontade, ora se aproximam, ora
se afastam; se se aproximam, comprimem o ar e produzem um som que
se pode chamar de som glotal; se se afastam, o ar sai livre sem ser modi-
ficado e não produz som. A esse som glotal, produzido pelas cordas vo-
cais, chamamos vogais. Como diz Aristóteles (Poética, 1456b): ¤sti tò
fvn°en m¢n neu prosbol°w ¦xon fvn¯n koust®n... a vogal é
o que tem um som audível sem aplicação (sem articulação, isto é, sem
aplicação da língua ou dos lábios).
Conforme é a abertura ou o fechamento do aparelho fonador (boca),
no sentido vertical ou horizontal, é produzido esse ou aquele timbre da
vogal.
Os timbres extremos das vogais gregas são: a, da abertura máxima
e u, i, mínima, próxima à glote. O -i- é a vogal mais fraca; é a última das
vogais. Da posição máxima do a, posição anterior, da frente, até a míni-
ma, posterior de u, i, há uma progressão de fechamento das vogais: as
variantes do som o velares, redondas, e as variantes do som e glotais late-
rais (palatais).
Além de diferença de timbre, o grego reconhecia uma diferença de
duração nas vogais: uma vogal longa tinha a duração de duas breves.
termo gramatical vem do latim ad spiratum, isto é soprado para (em cima) de spiritus,
sopro. Então teremos vogais e consoantes aspiradas, isto é, sopradas, acompanha-
das de uma lufada de ar. Todas as vogais podem ser sopradas e as consoantes oclusivas
surdas (mudas), p, k, t.
Os ditongos
Segundo A.C. Juret, o ditongo é um timbre em movimento. É
uma espécie de deslocamento do som vocálico de uma posição de abertu-
ra, para a de fechamento; o ponto extremo do ditongo é a posição u/i,
que são chamadas semivogais. Por isso se diz que o ditongo são dois sons
pronunciados em uma só emissão de voz.
Na composição do ditongo a vogal é protática e a semivogal é
hipotática24.
São basicamente 12, assim definidos pelos gramáticos antigos:
1. difyñggoi kat krsin - ditongos por fusão (uma só emissão de
voz); por isso são chamados kæriai, principais, e são:
au, eu, ou, ai, ei, oi (o u soa u em au, eu, ou).
O ditongo ou soa u;
em português: au, eu, ou (u), ai, ei, oi.
2. difyñggoi kat di¡jodon - ditongos pela saída, porque a vogal
protática sendo longa, a voz permanece mais tempo sobre ela e só no
fim (saída) é que vai para a hipotática, e são:
hu, vu, ui (u longo).
Para os gramáticos, esses ditongos são kakñfvnoi, cacófonos, e
os primeiros kat krsin são eëfvnoi, êufonos.
3. difyñggoi kat ¤pikrteian - ditongos por dominação, porque
prevalece o som de uma vogal só, a que se ouve. São:
hi, vi, ai (a longo).
O enfraquecimento do -i- desses ditongos já é completo desde o
IV séc. a.C. e passou a ser subscrito a partir do séc. XII:
o -hi- se tornou e aberto25;
o vi se tornou ó aberto (desde 150 a.C.);
o ai se tornou a longo (desde 100 a.C.).
Alternância vocálica
Chama-se alternância vocálica (metafonia/apofonia) a alteração do
timbre vocálico que se verifica no corpo de uma palavra, em suas diversas
partes (raiz/tema, sufixos, desinências), ligada aos diversos aspectos do
significado que ela assume. Essas alterações nunca acontecem juntas, isto
é, presas a um paradigma. Elas são sempre isoladas e na maior parte das
vezes acontecem na raiz ou no tema (radical).
Essa alternância não é exclusiva da língua grega. Muitas línguas
antigas e mesmo as modernas as têm. Assim, em português, o verbo fa-
zer sofre alternância vocálica em faço, fazemos, fiz, fez, feito.
A alternãncia pode ser qualitativa (variação do timbre), como fiz/
fez/faço; e quantitativa (variação da duração - longas/breves), como em
fez/feito, em português.
1. Alternância qualitativa:
Em grego temos três graus de alternância vocálica, na alternância
qualitativa; é o que se chama de vocalismo;
vocalismo o (grau fraco);
vocalismo e (grau forte), e
vocalismo zero (reduzido), corresponde à ausência de vogal.
2. Alternância quantitativa:
É a alternância de duração (quantidade da vogal: longa/breve):
fhmÜ/ fam¢n digo / dizemos
tÛ-yh-mi / tÛ-ye-men coloco / colocamos
dÛ-dv-mi / dÛ-do-men dou / damos
3. Observação:
Na flexão nominal dos nomes e adjetivos de tema em soante / líqüida,
há uma falsa alternância vocálica; nos temas masculinos e femininos em vogal
breve, essa vogal se alonga no nominativo singular e permanece breve nos ou-
tros casos. É um fato normal, porque no nominativo masculino e feminino o
alongamento se faz compensando a apócope do sigma, marca do nominativo
dos seres animados, sobretudo dos masculinos. Não se trata pois de alternância
vocálica.
26 Nesse caso, o que vemos é uma consoante de ligação. O -d- se desenvolve natural-
mente entre o ponto de articulação do -n- e do -r-. O castelhano e o francês tam-
bém desenvolvem um d epentético na flexão verbal: je viendrais < venirais; yo
viendria < veniria.
27 As semivocálicas são sentidas como consonânticas.
Encontro de vogais
O encontro de vogais é chamado hiato, isto é, vácuo, vazio; para todos
os gramáticos o hiato é uma cacofonia e a tendência geral é eliminá-lo.
Essa é a tendência no dialeto ático; nos dialetos jônico, dórico e
eólico o hiato permanece. 28
No grego ático há três maneiras de eliminar um hiato:
a) pela elisão da vogal anterior; um sinal apóstrofo, no lugar da vo-
gal elidida, registra o fato;
b) pela crase (fusão) de duas vogais entre duas palavras diferentes (entre
a última da anterior e a primeira da seguinte; é indicada por um
sinal igual ao apóstrofo, colocado sobre a vogal resultante da fu-
são, chamado de coronis/corônide.
c) pela contração, que é a redução do hiato que se encontra no meio
da palavra.
Elisão: (¦kyliciw)
Na seqüência de duas palavras: a anterior terminando em vogal e a
seguinte começando por vogal, pode-se dar uma elisão, que é a apócope
(corte) da vogal final da palavra anterior. Nesse caso essa apócope é mar-
cada pelo apóstrofo.
1. Em geral a vogal elidida é uma breve; raramente um ditongo, e o
-u- jamais se elide.
ll ¤gÅ > ll ¤gÅ mas eu
pò ¤moè > p ¤moè de mim, a partir de mim
2. Pode acontecer uma elisão invertida: em lugar de elidir a vogal fi-
nal da palavra anterior elide-se a vogal inicial da seguinte. Esse pro-
cesso se chama aférese (faÛresiw), isto é, retirada.
É rara e em geral só se usa na poesia e nos diálogos.
Î naj > Î naj ó senhor, ó chefe
Î gay¡ > Î gay¡ ó meu caro (bom)
gor ¤n Ay®naiw > gor n Ay®naiw mercado em Atenas
Eufonia
Quando, para a harmonia e o fluxo da frase, não há interesse nem
em elisão nem em crase na seqüência de uma palavra terminada em vogal
e outra iniciada por vogal, usa-se um -n eufônico no final da palavra an-
terior para evitar o hiato e por isso a elisão ou crase.
Contração
Na flexão verbal e nominal, quando um tema vocálico se encontra
com uma vogal de ligação, formando um hiato, no dialeto ático esse hia-
to é eliminado pela contração; no jônico não.
A contração se faz da maneira seguinte:
1. a contração de duas vogais breves resulta numa longa;
2. uma vogal longa absorve a breve e o resultado é uma longa;
3. quando duas vogais longas se seguem, abrevia-se a vogal anterior, que
depois se contrai com a seguinte.
Alteração de vogais
Em determinadas posições, as vogais podem alterar a quantidade e
o timbre:
1. Quando duas vogais longas se seguem, a vogal anterior se abrevia. É um
produto da lei do menor esforço. Acontece com mais freqüência no
ático:
As consoantes
Elas são sæmfvna, isto é, com-soantes, que soam junto.
Aristóteles (Poética, 1456b) começa por chamá-las áfonas = mudas 31:
... fvnon d¢ tò met prosbol°w kay aêtò mhdemÛan ¦xon
fvn®n, met d¢ tÇn ¤xñntvn tin fvn¯n gignñmenon kous-
tñn. ... mudo (áfono, mudo) é o que não tem nenhum som por si pela
aplicação (dos lábios e da língua) mas que se torna audível com alguns que
têm som. Ver, também, Platão, Crátilo, 424c.
gramático, filólogo ou lingüista. Afvnon quer dizer "sem som", portanto, mudo.
Vamos tratá-las assim: mudas, e não surdas.
32 Esses sons são chamados guturais pelos gramáticos. É uma denominação que per-
siste há muito tempo e que se repete por rotina. Não há razão de chamá-los gutu-
rais porque não são produzidos na garganta e sim na região da glote e palato duro
(céu da boca). Os lingüistas atuais preferem denominá-las velares, de véu palatino
= céu da boca.
33 tristes
e horríveis, de que a Grécia carece.
34 Alguns gramáticos incluem nessa categoria, além dessas duas, as outras líqüidas
(l, m, n) e as consoantes duplas (z, c, j). As líqüidas também são conhecidas por
soantes ou consoantes-vogais.
As soantes
É um nome genérico dado a algumas consoantes que ficam numa
zona limítrofe entre consoantes e vogais. O grego herdou do indo-euro-
peu duas soantes: uma labiovelar, de som próximo do -u-, denominada
digama pela representação gráfica de dois gamas superpostos: W, que os
especialistas chamam de waw/vau, e outra, linguopalatal, de som próxi-
mo do -i-, representada por um j, e por isso denominada yod. Elas tam-
bém são chamadas de semivogais, provavelmente, porque em determina-
das posições, sobretudo depois de consoantes, se vocalizam em -u- e -i-
respectivamente.35
As vibrantes -r- e -l- e as oclusivas sonoras nasais -m- e -n- tam-
bém são chamadas de soantes ou líqüidas, mas seu uso mais geral é como
consoantes.
35 O -u- e o -i- também são chamados de semivogais, quando se juntam a vogais para
formarem ditongos.
Mas na flexão nominal o sigma do dat. loc. instr. plural -si não
sofre síncope, provavelmente para não confundir-se com o dat. loc. instr.
singular -i.
Assim:
=®tvr - =®tor-i - =®tor-si o orador - ao orador - aos oradores
O -n- :
ou desenvolve um -a- ou -h- epentéticos quando numa posição depois
ou entre consoantes oclusivas:
yn-tñw > yn-h-tñw mortal
yn-tñw > y--natow morte
may > ma-n-y-n-v > many--nv eu entendo eu aprendo
ou vocaliza-se em-a- entre oclusivas:
pe-prg-ntai > peprgatai foram feitos, estão feitos
ou, em posição final, vocaliza-se depois de consoante:
1. na 1a pessoa do singular do aoristo sigmático:
¦-lu-s-n > ¦lusa eu desliguei, desligo
2. na 1a pessoa do singular do perfeito ativo:
l¡-lu-k-n > l¡luka eu desliguei, terminei o ato de desligar
3. no acusativo singular e plural dos temas em consoante:
kñrak-n > kñraka corvo
kñrak-nw > kñrakaw corvos
Essas soantes/líqüidas quando em posição final, depois de vogal,
permanecem, menos o -m, que passa a -n.
2. Em posição intervocálica:
2.a. O yod (j) sofre síncope e as vogais postas em contato se contraem:
tim-j-v > timv > timÇ eu honro
2.b. O digama/waw/vau (W) sofre síncope e as vogais postas em
contato:
quando do timbre -e- se contraem:
basileWew > basil¡ew > basileÝw os reis (nom.)
no caso de outros timbres, o hiato permanece:
boWñw > boñw do boi, da vaca
basil®Wa > basil®a > basil¡a o rei (acus.)
Encontro de consoantes
Quando duas consoantes se encontram entre duas palavras que se
seguem ou no corpo mesmo da mesma palavra (na junção do tema com
as desinências, nominais ou verbais), podem acontecer conflitos quanto
ao ponto ou modo de articulação.
Como no caso dos encontros entre vogais, também esses conflitos
são resolvidos pela lei do menor esforço, sempre num processo de aco-
modação, de facilidade, temperada pelo conteúdo semântico, que não pode
sofrer danos.
Vamos ver os diversos conflitos dos encontros entre consoantes:
Oclusiva + s:
1. Para as labiais e velares o alfabeto grego já tem uma letra própria (con-
soante composta):
labiais: p, b, f + s > c
velares: k, g, x + s > j
2. As dentais seguidas de s acomodam-se ao s (assimilação), por causa
da proximidade do ponto de articulação, produzindo dois ss que de-
pois se reduzem a um:
t, d, y + s > ss > s
Supressão de consoantes
1. Uma palavra grega não pode terminar por uma consoante, a não ser
por -n, -r e -w (-c, -j), as outras sofrem apócope.
É por isso que vemos muitas palavras neutras de nominativo em
vogal, mas de tema em consoante, sobretudo -t
T : svmat-, nom. sing.: sÇma, mas nom. pl.: sÅmat-a
A razão disso é que o neutro tem desinência zero no nominativo,
isto é, é o próprio tema. E se o tema termina em qualquer consoante que
não seja n, r, w, essa consoante em posição final cai.
Apenas a preposição ¤k / ¤j e a negação oé / oék / oéx mantêm
a oclusiva final, por eufonia.
2. Um s- inicial sofre aférese (prócope) diante de vogal ou -r.;
2.1. diante de vogal, foi substituído pelo espírito rude:
sWaduw > sadæw > dæw / ²dæw doce, suave (latim, suauis)
s¡pomai > §pomai eu acompanho (latim, sequor)
2.2. diante de -r- cai simplesmente:
sr¡v > =¡v eu fluo (a água)
2.3. Diante de uma nasal o -s- sempre cai:
smÛa > mÛa uma
smikrñw > mikrñw pequeno
3. O -s- entre duas consoantes sofre síncope:
p¡-peiy-sye > p¡peiyye > p¡peisye fostes, estais convencidos
p¡-prag-sye > p¡pragye > p¡praxye fostes, estais feitos
t¡-trib-sye > t¡tribye > t¡trifye fostes, estais esmagados
4. Na flexão verbal, em posição desinencial intervocálica, sendo a ante-
rior vogal de ligação, o -s- sofre síncope, provocando um hiato, que,
no ático é reduzido pela contração.
No jônico, o hiato permanece.
faÛn-e-sai > faÛneai -jônico- tu apareces
faÛn-e-sai > faÛneai > faÛnhi -ático- tu apareces
> faÛnú/-ei
¤-yaumsa-so > ¤yaumsao -jônico- tu admiraste, tu admiras
¤-yaumsa-so > ¤yaumsv -ático- tu admiraste, admiras
¤-yaumz-e-so > ¤yaumzeo -jônico- tu estavas admirando
¤-yaumz-e-so > ¤yaumzou -ático- tu estavas admirando
faÛn-e-so > faÛneo -jônico- aparece, manifesta-te
faÛn-e-so > faÛneo > faÛnou -ático- aparece, manifesta-te
Supressão da aspiração
1. Sempre que duas sílabas subseqüentes começam por consoante aspira-
da, uma delas, geralmente a primeira, é substituída pela muda corres-
pondente:
¤-y¡-yh-n > ¤-t¡-yhn eu fui colocado, sou colocado
É uma espécie de dissimilação, comandada pela lei do menor es-
forço; é uma simplificação (psilose). Pronunciar duas sílabas seguidas
começadas por aspirada soprada exige esforço!
2. Quando numa flexão, verbal ou nominal, uma consoante aspirada, por
motivos fonéticos, tem a muda36 assimilada, a aspiração se desloca para
a consoante mais próxima compatível com a aspiração, ou mudando o
espírito suave em rude da vogal anterior.
-T. trix- cabelo, pelo
Nom. sing. trÛx-w > yrÛj,
D.L.I. pl. trix-sÛ > yrijÛ
mas: trix-ñw, trix-Û, trÛx-ew, trix-Çn, trÛx-aw
-T. sx- eu seguro, eu tenho
Pres. sex-v > §xv > ¦xv
Fut. ¦x-s-v > §jv
-T. tref- eu nutro, alimento
Pres. tr¡f-v
Fut. tr¡f-s-v > yr¡cv,
Aor. ¦-tref-sa > ¦yreca
-taxæw, æ veloz
Comp. yttvn, on mais veloz
A acentuação
I. Natureza do acento
Nas palavras de mais de uma sílaba, com significado próprio, as
vogais não eram pronunciadas na mesma elevação de voz. Segundo
Dionísio de Halicarnasso, essa elevação era de uma quinta (De comp. verb.,
11). Platão, em Crátilo, 416b fala de rmonÛa - ajuste, acordo.
Usavam-se também as palavras tñnow - esticamento, tensão de uma
corda, e prosÄdÛa - canto, para falar dessa modulação de vogais.
Aristóteles, Poét., 20, Platão, Crátilo, 399b, Dionísio Trácio, Bekker,
II, 629, 27 falam, do acento ôjæw - agudo, pontudo, e baræw - grave, pesado.
Uma sílaba não acentuada se dizia grave, bareÝa; uma sílaba acen-
tuada com acento agudo se dizia ôjeÝa - aguda; uma sílaba acentuada com
o acento circunflexo se dizia, perispvm¡nh, esticada por cima, ou tam-
bém dÛtonow, de dois tons, m°sh, média ou ôjubareÝa, tônica-grave.
Havia apenas dois acentos: o acento agudo, em forma de ponta de
agulha, ´ tñnow ôjæw ou prosÄdÛa ôjeÝa, canto (entonação) agu-
do, e tñnow perispÅmenow, acento esticado por cima, envolvente: cir-
cunflexo. Esse acento marcaria os dois tons da vogal longa: o primeiro,
em elevação (rsiw) de baixo para cima, inclinado para a direita, e a se-
guir o segundo, marcando a posição (y¡siw), descendo em plano inclina-
do para a esquerda. Isso daria um chapéu que equivale ao nosso acento
circunflexo ^ . A seguir passou-se a esticá-lo e arredondá-lo nas extre-
midades, para diminuir o ângulo. Hoje, muitas vezes, na pressa e no des-
cuido, fazemos um traço que se assemelha ao nosso til. Isso às vezes con-
funde o principiante e fá-lo pensar que o grego tem vogais nasais.
Na escrita erasmiana37, que o mundo ocidental segue desde o sé-
culo XVI, todas as palavras gregas são acentuadas. E, como os nossos
Os acentos são:
1. Agudo ´ , que pode aparecer nas três posições finais de uma palavra
e sobre vogais breves ou longas e ditongos; proparoxítonas (antepenúl-
tima sílaba), nyrvpow, homem; paroxítonas (penúltima sílaba),
nñmow, costume, lei, e oxítonas (última sílaba), gor, mercado,
praça.
2. Circunflexo ^ , que pode aparecer nas duas posições finais de uma
palavra, mas só sobre vogais longas ou ditongos: properispômenas (pe-
núltima sílaba), dÇron, dom, presente, e perispômenas (última síla-
ba), ¤n t» gor, no mercado.
3. Grave ` , que não é um acento propriamente dito; ele é um acento
substituto: só é usado nas palavras oxítonas, substituindo o acento agudo
no meio da frase, para marcar seqüência; kalòw kaÜ gayñw belo e bom.
Os gramáticos antigos chamavam isso de baritonização da tônica
final.
Como já dissemos, os acentos podem combinar com os espíritos:
õ nyrvpow o homem
² ìbriw o descomedimento, a desmedida
¤n Ú em que
39 Os ditongos finais -ai / -oi são considerados breves para efeito de acentuação
(não na métrica), menos as formas do optativo læsai, eu desligaria, desligasse, po-
deria desligar, e nos locativos oàkoi, em casa. Os -i i- do locativo e do optativo são
longos.
40 Quando usamos a palavra tempo queremos dizer unidade tônica.
As enclíticas
O que são as palavras enclíticas? São as palavras encostadas, dei-
tadas em, apoiadas em, isto é, palavras que, desprovidas de tonicidade
própria, na prosÄdÛa canto da frase, precisam se encostar na palavra
precedente, anterior, para formar uma unidade tônica, prosódica.
Por serem en-clíticas, isto é, encostadas em, elas não podem
começar uma frase.
São enclíticas:
1. as formas flexionadas do pronome da 1a e da 2a pessoa do singular:
mou / sou de mim / de ti
moi / soi me, a mim / te, a ti
me / se me / te
2. Os indefinidos correspondentes aos advérbios interrogativos de lugar
e tempo e aos dêiticos interrogativos de identidade, qualidade, quan-
tidade/dimensão, idade:
tÛw; quem? tiw alguém, algum,
poÝow; de que qualidade? poiow* de alguma/certa qualidade
pñsow; de que dimensão? posow de alguma/certa dimensão
pñsoi; quantos? posoi uma certa quantidade
phlÛkow; de que idade phlikow de certa/alguma idade
pñterow; quem dos dois? poterow algum dos dois
poè; / poyÛ; onde? pou/poyi em algum lugar, de algum modo
pñyen; de onde? poyen de algum lugar
poÝ; para onde? poi para algum lugar
p»; por que meio? como? pú por algum meio, de algum modo
pÇw; como? pvw/pv de algum modo, de alguma maneira
pñte; quando? pote um dia, certa vez
3. As partículas:
ge, yen, nu(n), per, te, toi
* As palavras enclíticas de duas sílabas fazem recair a tonicidade sobre a última síla-
ba; assim, mesmo não acentuadas, elas se pronunciam como oxítonas:
tinñw, poiñw, posñw, posoÛ.
43 Nada mais é do que a lei dos três tempos, isto é, das três unidades tônicas, porque
a enclítica faz uma unidade prosódica com a palavra anterior.
As proclíticas
As proclíticas são palavras monossilábicas (em geral partículas) que
se apóiam na palavra seguinte, na frente, formando com ela uma unidade
prosódica.
São as seguintes:
1. Os artigos masculino e feminino no singular e no plural:
õ / oß - ² / aß
2. As preposições: ¤n - em, eÞw/¤w - para, ¤k/¤j - de
3. As conjunções: eÞ - se, Éw - para, como
4. A negação: oé / oék / oéx
A pontuação
Os antigos não usavam sinais de pontuação; as partículas, herança
viva da língua oral, serviam para marcar as divisões e a entonação do discurso.
O uso da pontuação se desenvolveu muito tardiamente, com a in-
trodução da escrita minúscula.
Os textos gregos editados a partir do sécula XV são pontuados de
conformidade com as regras e os hábitos da língua do editor (francês,
inglês, italiano, alemão, holandês).
Não há regras gregas de pontuação.
Os sinais de pontuação usados na escrita erasmiana são os seguin-
tes, fazendo equivalência com o português:
1. Ponto final . = igual ao português;
2. vírgula , = igual ao português;
3. ponto alto : " em grego = ; ponto e vírgula em português;
4. ponto alto : " em grego = : dois pontos em português;
5. ponto e vírgula ; em grego = ? ponto de interrogação em português;
6. ponto e vírgula ; em grego = ! ponto de exclamação em português.
te, voz ativa) a ação de perseguir, que se completa no lobo (termo da ação
verbal), chamado objeto direto.
Na segunda frase, acontece exatamente o contrário; as funções se
invertem: o que o lobo era na primeira frase, objeto direto, por vir depois
do verbo transitivo perseguir e por completar-lhe o sentido, passa a ter a
função de homem, que na primeira era sujeito e estava antes do verbo e
agora é objeto direto, por estar depois de perseguir e por completar-lhe o
sentido. Nas línguas analíticas, como o português, as funções de sujeito
e objeto direto são identificadas pelas posições respectivamente antes ou
depois do verbo; daí a necessidade da análise lógica para se entrar no
significado das frases. No grego, essas duas frases podem ser expressas
mantendo-se as palavras (sujeito, verbo e objeto direto) na mesma posi-
ção. O que vai mudar são as desinências. Assim nas frases O lèko-w
diÅkei tò-n nyrvpo-n e Tò-n lèko-n diÅkei õ nyrvpo-w, as
posições de lèko-w / lèko-n e nyrvpo-w / nyrvpo-n são as mes-
mas, mas as funções, caracterizadas pelas desinências -w/-n, são diferentes.
Nessas duas frases, com dois nomes de tema em -o, nyrvpo- e
luko-, a desinência -w do nominativo identifica o sujeito õ lèkow, na
primeira, e õ nyrvpow, na segunda; e a desinência -n do acusativo
identifica o objeto direto nyrvpon, na primeira e lèkon, na segunda.
Entre os sujeitos-nominativo lèkow e nyrvpow e os objetos diretos-
acusativo lèkon e nyrvpon está o verbo diÅkei, terceira pessoa do
singular do presente do indicativo da voz ativa de diÅkv, eu persigo. Ao
perguntarmos ao verbo quem persegue?, obteremos a resposta õ lèkow /
õ nyrvpow, isto é, no nominativo, porque o nominativo é o caso da
nomeação, da denominação, da identificação, daquilo de que se trata: õ
lèkow diÅkei, o lobo persegue e õ nyrvpow diÅkei, o homem persegue.
Temos agora dois elementos essenciais do enunciado: o sujeito e
o verbo, sujeito e predicado: aquilo de que se diz alguma coisa ou aquilo
que diz alguma coisa daquilo de que se diz alguma coisa. Mas imediata-
mente constatamos que um dos elementos está incompleto: õ lèkow
diÅkei / õ nyrvpow diÅkei o lobo persegue / o homem persegue,
é um conceito concreto: o que está disposto embaixo, disposto sob os olhos, o que está
na mesa, submetido a exame. É aquilo de que se trata. Essa aplicação do conceito
de sujeito lógico para sujeito gramatical começou com os estóicos e se desenvolveu
no período alexandrino.
2 Veremos, contudo, que as expressões objeto direto, objeto indireto em nada aju-
dam a compreensão do discurso. São meramente descritivas, formalistas.
Casos e funções
Pelo exposto, concluímos que, enquanto as línguas analíticas ex-
primem as relações sintáticas basicamente pela ordem das palavras na frase
e pelas preposições, o grego as exprime pelos casos.
A gramática tradicional afirma que o sânscrito tem 8 casos, o gre-
go tem 5 e o latim tem 6.
É uma visão meramente descritivista. A primeira impressão que o
aluno tem é que o número de casos é diretamente proporcional à com-
plexidade das estruturas da língua estudada, o que daria, em escala de-
crescente, o sânscrito, o latim e o grego. É um erro. Nossa experiência
mostra que a complexidade dessas línguas se manifesta ao estudioso não
na quantidade de casos, mas na falta de clareza de definição do que é um
caso. Os casos correspondem a funções; o enunciante associa os dois de
maneira concreta, numa relação estreita entre significante e significado;
ele pensa na função e depois no caso, isto é, na forma. E, se algumas
formas morfemas, desinências exprimem mais de uma função, ele
não se espanta porque em sua língua há inúmeras formas e sons conver-
gentes, mas os elementos denotativos, circunstanciais, contribuem para
a compreensão do enunciado.
Assim, em grego, as relações de dativo, de instrumental e de loca-
tivo são expressas pela desinência -i, e o falante grego, como os falantes
das línguas modernas, como as eslavas, não tem dificuldade em entender
e se fazer entender, mesmo no plano da oralidade.
Mas os gramáticos, querendo classificar, organizar e ordenar os fa-
tos da língua, por causa da desinência -i que eles viram primeiramente
no dativo (caso epistolar ou da atribuição), catalogaram junto com o dativo
duas outras relações completamente distintas: o instrumental e o locativo
e criaram essas pérolas semânticas dativo-instrumental e dativo-locativo.
Essas expressões são contraditórias nos seus próprios termos e passam a
idéia da arbitrariedade da nomenclatura gramatical, em que não existiria
nenhuma relação de significante-significado.
Mas o aluno brasileiro, e também o de todas as línguas ocidentais,
está disposto a engolir mais essa definição gramatical. Aliás, ele está acos-
tumado a receber obedientemente, passivamente, como dogmas, tudo o
que dizem as gramáticas, e no seu subconsciente está registrado que não
se deve querer entender a gramática: ela se deve aprender e pronto. Há
sempre uma autoridade que não convém contestar. Por isso, nunca lhe
passou pela cabeça que há uma relação de significante e significado em
tudo o que dizemos. Voltaremos ao assunto na explicação dos casos.
O tema
Mas, o que é tema? Todas as gramáticas gregas falam de declinação
atemática ou temática, de aoristo temático e atemático etc. Não vamos en-
trar em discussão com as várias interpretações lingüísticas da palavra tema.
Vamos tentar entendê-la no seu significado etimológico, denotativo, e
vamos ver sua funcionalidade no sistema de flexão da língua grega.
A palavra tema vem da raiz the, yh do verbo tÛ-yh-mi, eu coloco,
em ponho, mais o sufixo -ma, que é o resultado da ação. Significa, então:
o que está colocado, posto diante de.
É assim que entendem, por exemplo, Quintiliano, IV, 2, 28 (tema
ou raiz de uma palavra) e Apolônio Díscolo, Sintaxe, 53, 4 (a palavra que
serve para formar uma outra, como mfv para mfñterow. Aqui ele
entende tema como base para um sufixo gramatical -terow, a, on que
acrescenta uma idéia de comparação ao significado constante do tema.
Os casos: definições
N OMINATIVO: Onomastik¯ ptÇsiw (önoma - ônomzv). Nomina-
tiuus casus (nomen - nominare) - nome-nomear, nominativo.
7 A apresentação clássica dos nomes, quer nas gramáticas, quer na entrada dos dicio-
nários se faz pelo nominativo e genitivo. O genitivo identifica a declinação a que a
palavra pertence. Mais nada, tanto em latim quanto em grego. Cremos que se re-
gistrássemos entre parênteses o tema ajudaríamos muito mais o estudioso.
8 É mais provável que esse -n seja eufônico, isto é, vem apenas para proteger a vogal
átona final, como em ¤sti (-n), eÞsi(-n), ¦lue(-n).
1. Usa-se o vocativo apenas nos diálogos e nas interpelações (que são uma
forma de diálogo). Em geral aparece a interjeição Î, que precede o
nome:
[Î] ndrew dikastaÛ;
Senhores juízes!
Î ndrew AyhnaÝoi;
Cidadãos [varões] Atenienses!
eÜ ÷moiow eä, Î Apollñdvre (Plat., Banq., 173d)
Tu és sempre semelhante, Apolodoro! 9
Î fÛle FaÝdre; (Plat., Fedro, 277a)
Ó amigo Fedro!
Î b¡ltiste SÅkratew;
Ó excelente Sócrates!
2. Contudo, às vezes, a interjeição pode vir entre o vocativo e seu atributo:
megalopñliew Î Surkosai; (Pínd., Pít., 2, 1)
Grande cidade, ó Siracusa!
xaÝre, pter , Î jeÝne; (i, 408)
Salve, pai, ó hóspede!
fÛlow Î Men¡lae (D, 189)
Ó amigo Menelau! [Menelau, meu amigo!]
3. Algumas vezes a interjeição é omitida, para dar mais vivacidade ao dis-
curso. Demóstenes ora emprega a interjeição ora não, dependendo da
ênfase que quer dar ao discurso.
lhreÝt AyhnaÝoi; (Dem., 8, 31)
Estais dizendo bobagens, atenienses.
Andrew AyhnaÝoi é mais freqüente do que Î ndrew AyhnaÝoi.
Platão usa mais com a interjeição do que sem.
Por não ser função, o vocativo não é caso, isto é, não tem desinên-
cia própria. É o próprio tema. Mas ele está intimamente ligado ao nomi-
nativo, que é o caso da nomeação; ele não existe, ou está implícito, por
exemplo nos pronomes pessoais, nos adjetivos possessivos, nos demons-
trativos, por razões semânticas, é claro.
Essas categorias são identificadoras, com funções próximas das do
nominativo.
Nos nomes femininos de tema em -a / -h, ele é igual ao nomina-
tivo e é o próprio tema nos masculinos.
Nos nomes de tema em -o, ele é o próprio tema, mas com vocalismo
-e nos masculinos e femininos e é igual ao nominativo nos neutros.
Nos nomes neutros de tema em consoante, soante e semivogal, ele
é igual ao nominativo, e nos masculinos e femininos ele é ou o próprio
tema, ou é igual ao nominativo.
prttomai tin ti
Eu exijo algo de alguém [faço exigência em relação a algo].
No latim também:
Me, me, adsum qui feci
In me convertite ferrum... (Virg.)
Eu?! Eu?! eu, que fiz, estou aqui
Dirigi contra mim a lança...
Nesses casos o que se sente não é o todo, mas uma parte. A relação
semântica é importante. Contudo, não é uma regra absoluta; o contexto
nos dirá, e também a presença ou não do artigo; a ausência do artigo
exclui a visão do todo; ouvir barulho (genitivo partitivo) e ouvir o barulho
(complemento objeto direto-acusativo) 15:
pñnoi ptontai toè sÅmatow os trabalhos atingem o corpo
(tocam = parte de)
geæesyai m¡litow provar mel
geæesyai toè melitow provar do/desse mel
koæein t°w slpiggow ouvir a trombeta
(o som da trombeta)
uma posicão diante de. Não se pensa na relação semântica, que é o essen-
cial. É o que acontece nos compostos, tanto substantivos quanto adjeti-
vos ou verbos.
A língua grega os considera sempre como unidades autônomas,
semanticamente independentes, e o resultado final é a somatória do sig-
nificado das partes.
¤ntÛyhmi é igual a tÛyhmi ¤n eu ponho em, eu imponho
eÞsgv é igual a gv eÞw eu conduzo para, eu induzo
¤jgv é igual a gv ¤k eu tiro de dentro, eu exijo
A relação espacial irá respectivamente para o locativo, acusativo e
genitivo-ablativo, e os complementos dos verbos irão para o acusativo, nos
exemplos acima, ou para o caso que o significado pedir.
A relação genitivo-ablativo está também muito clara na função do
agente da passiva, tanto em grego (genitivo) quanto em latim (ablativo).
O ponto de vista do ato verbal em relação ao sujeito é diferente: o sujeito
não domina, não exerce, não desencadeia o ato verbal; ele não é ativo,
não é o agente; ele é passivo, paciente, receptor, inerte. Mas ele é sujei-
to; é dele que se fala.
O ato verbal é desencadeado fora, distante do sujeito, por um agente,
sob a ação de uma força externa e recai sobre o sujeito, que é o centro, o
assunto da oração, que recebe, aceita, sofre o ato verbal.
O grego tem consciência desse espaço imaginário percorrido pelo
ato verbal, desde o ponto em que foi desencadeado sob o efeito de -êpñ-
dessa força, desse agente: genitivo espacial (lugar de onde).
O latim também registra esse espaço imaginário entre o ponto de
partida (agente) e o ponto de chegada (paciente) do ato verbal: a / ab +
ablativo.
trinsecus addi demonstrat vel accedere: O dativo demostra que algo de fora
se junta ou é acrescentado (Ars Anonyma Bernensis, séc. VIII-IX).
É uma definição interessante que enfatiza a relação significante-
significado. A metáfora e a metonímia fazem o resto. Mas ela é também
abrangente, porque, a partir da idéia de ser acrescentado ou se juntar
a, podemos enumerar as relações de amizade, hostilidade, utilidade, pro-
veito, interesse, comunidade, ajuda, agrado, serviço, servidão, afinidade, se-
melhança, contigüidade, horizontalidade, igualdade, comparação, lateralidade,
interesse, paralelismo, simultaneidade etc.
É esse o dativo propriamente dito em grego e em latim.
16 Assim podÛdvmi eu dou a partir de, eu atribuo (um nome a). Nas Categorias,
Aristóteles o emprega com o significado de atribuir (dar) um nome a. Nesse caso,
a idéia contida na preposição a partir de, de está implícita, mas não é relevante; a
idéia de dação é mais forte e o caso então é dativo.
Os gêneros
No sânscrito, no grego e no latim são três:
rsenikñn, masculinum, masculino;
yhlikñn, femininum, feminino e
oéd¡teron, m¡son, neutrum, neutrius generis, neutro.
17 Por ser oéd¡teron = nenhum dos dois, o neutro não tem desinências próprias:
desinência zero nos casos síntáticos (N.V.A.) e desinências emprestadas dos gêne-
ros animados nos outros casos.
Os números
Os números, riymoÛ, são três:
õ ¥nikñw, singularis, singular;
õ duikñw, dualis, dual;
õ plhyuntikñw, pluralis, plural.
A flexão nominal:
os temas nominais
Definidos os casos, as funções, os gêneros, os números, vamos pas-
sar aos modelos, paradigmas de flexão.
Em grego podemos dividir os nomes em dois grandes grupos:
nomes de tema em vogal;
nomes de tema em consoante e soante/semivogal.
Temas em vogal
temas em -o
temas em -a/h
Os de temas em -o são:
masculinos: õ lñgow-ou - a palavra, o discurso
femininos: ² õdñw-oè - o caminho
neutros: tò t¡knon-ou - a criança, o filho
Não há distinção formal entre os masculinos e femininos (gênero
anímico), mas os femininos são pouco numerosos.
Os temas em a/h são:
femininos: ² kefal®-°w a cabeça
² gor-w a praça, o mercado
² paideÛa-aw a educação
² glÅtta-hw a língua
masculinos: õ polÛthw-ou o cidadão
õ neanÛaw-ou o rapaz, o jovem
adjetivos qualificativos de tema em -o
dêiticos de tema em -a / -h
adjetivos qualificativos:
dÛkaiow dikaÛa dÛkaion justo
mikrñw mikr mikrñn pequeno
kalñw kal® kalñn belo, bom
dikow dikow dikon injusto, injusta
dêiticos:
õ - ² - tñ o, a (artigo)
÷de - ´de - tñde este, esta, isto
oðtow - aìth - toèto esse, essa, isso
¤keÝnow-¤keÛnh-¤keÝno aquele, a, aquilo
aétñw-aét®-aétñ ele, o mesmo
llow-llh-llo outro, outra
Notas:
1. A lista dos dêiticos (demonstrativos) não é completa, mas representativa;
2. Os adjetivos podem ter três formas: uma para cada gênero (adjetivos
triformes); e duas formas: uma para o masc./fem., e outra para o neu-
tro (adjetivos biformes); esses são basicamente os compostos.
Observações:
A variação -a / -h do feminino dos adjetivos se identifica da se-
guinte maneira:
os de vogal temática precedida de semivogal i / u e r fazem o femini-
no em -a: dikaÛa, mikr
os de vogal temática precedida de qualquer outra consoante o fazem em
-h: kal®
Essa norma é válida também para os nomes. Entretanto, há alguns
nomes em que podem conviver o vocalismo -a e -h, como peÝna / peÛnh
a fome, dÛca / dÛch a sede.
Outros ainda, apesar de terem a vogal temática precedida de con-
soante, mantêm o vocalismo -a no nom., voc., e acus. singular e -hw no
genitivo, -ú no dat. instr. loc.
A gramática os chama de nomes em -a impuro ou misto. Ex.:
N.dñja, V.dñja, A.dñjan, G.dñjhw, D.L.I. dñjú
Todo o plural dos nomes de tema em a/h é em -a.
Há ainda alguns nomes próprios de origem dórica que mantêm o
vocalismo -a em toda a flexão, como:
N.L®da, V.L°da, A.L®dan, G.L®daw, D.L.I. L®d&:
Leda, mãe de Castor e Pólux, Helena e Clitemnestra;
e Filom®la - rouxinol.
18 Aparentemente, apenas. O que houve foi o seguinte: a vogal longa antes do -i-
longo se abreviou e a seguir houve metátese de quantidade, naturalmente, e o -i-,
agora breve, se subscreveu ou se adscreveu.
No dat. loc. instr. plural deu-se o mesmo que nos nomes de tema em -
o (-aisi > -aiw).
A desinência -svn do genitivo plural é um empréstimo da flexão dos
dêiticos; o -s- encontrando-se em posição intervocálica sofre uma sín-
cope, provocando o hiato entre a vogal temática -a e-vn (--svn >
vn) que no ático se contrai > Çn.
É essa a razão do deslocamento da tônica no genitivo plural dos
nomes de tema em -a/-h, de temas paroxítonos e proparoxítonos:
glÇtta > glvtt-svn > glvttvn > glvttÇn
g¡fura > gefur-svn > gefurvn > gefurÇn19
O nominativo singular dos masculinos tem -w.
O genitivo singular dos masculinos é em -ou e não em-aw/hw como
se espera (no dialeto dórico é -a). Seria um empréstimo da desinência
do artigo masculino; certamente por razões de clareza, para não con-
fundir com o nominativo singular.
Nota importante:
Nos quadros de flexão das páginas seguintes, o aluno encontrará as
palavras flexionadas em sua forma final. Em alguns casos a separação en-
tre vogal temática e desinência é complicada, como ficou demonstrado
no quadro geral das desinências. Seguiremos então o costume, destacan-
do as variações visíveis da flexão, separando vogal temática da desinência,
quando for possível. Convém no entanto não esquecer que a flexão é uma
combinação de temas e desinências, o caso dos nomes.
Quadro de flexão:
S. Nom. õ nño-w > noèw tò ôst¡o-n > ôstoèn xrus¡o-w > xrusoèw
Voc. Î nñe > noè Ù ôst¡o-n > ostoèn xrus¡o-w > xrusoèw
Acus. tòn nño-n>noèn tò ôst¡o-n > ôstoèn xrus¡o-n > xrusoèn
Gen. toè nñ-ou > noè toè ôst¡-ou > ôstoè xrus¡-ou > xrusoè
Dat. tÒ nñ-Ä > nÒ tÒ ôst¡-Ä > ôstÇ xrus¡-Ä > xrusÒ
Loc. tÒ nñ-Ä > nÒ tÒ ôst¡-Ä > ôstÇ xrus¡-Ä > xrusÒ
Instr. tÒ nñ-Ä > nÒ tÒ ôst¡-Ä > ôstÇ xrus¡-Ä > xrusÒ
Pl. Nom. oß =ño-i > =oÝ t ôst¡-a > ôst xrus¡-a > xrus°
Voc. Î =ño-i > =oÝ Î ôst¡-a > ôst xrus¡-a > xrus°
Acus. toçw =ñ-ouw > =oèw t ôst¡-a > ôst xrus¡-a > xrus°
Gen. tÇn =ñ-vn > =Çn tÇn ôst¡-vn > ôstÇn xrus¡-vn > xrusÇn
Dat. toÝw =ño-iw >=oÝw toÝw ôst¡o-iw > ôstoÝw xrus¡o-iw > xrusoÝw
Loc. toÝw =ño-iw > =oÝw toÝw ôst¡o-iw > ôstoÝw xrus¡o-iw > xrusoÝw
Instr. toÝw =ño-iw >=oÝw toÝw ôst¡o-iw>ôstoÝw xrus¡o-iw > xrusoÝw
Quadro de flexão:
T nhñ- nhñw > neÅw o templo
T ®o- ´ow > §vw aurora
T álho- álhow > álevw propício (ático)
/ álao- > álaow (Homero)
Singular Nom. nhñ-w > neÅw ´o-w > §vw álho-w > álevw
Voc. nhñ-w > neÅw ´o-w > §vw álh-ow > álevw
Acus. nhñ-n > neÅn ´o-n > §vn álh-on > álevn
Gen. nh-oè > neÅ ´-ou > §v álh-ou > álev
Dat. nh-Ò > neÐ ´-Ä > §Ä ßl®-Ä > ßl¡Ä
Loc. nh-Ò > neÐ ´-Ä > §Ä ßl®-Ä > ßl¡Ä
Instr. nh-Ò > neÐ ´-Ä > §Ä ßl®-Ä > ßl¡Ä
Plural Nom. nho-Û > neÐ ´o-i > §Ä álho-i > áleÄ
Voc. nho-Û > neÐ ´o-i > §Ä álho-i > áleÄ
Acus. nh-oæw > neÅw ´-ouw > §vw ßl®-ouw > ßl¡vw
Gen. nh-Çn > neÇn ´-vn > §vn ßl®-vn > ßl¡vn
Dat. nho-Ýw > neÐw ´o-iw > §Äw ßl®o-iw > ßl¡Äw
Loc. nho-Ýw > neÐw ´o-iw > §Äw ßl®o-iw > ßl¡Äw
Instr. nho-Ýw > neÐw ´o-iw > §Äw áßl®o-iw > ßl¡Äw
Dual N.V.A. nh-Å > neÅ ´-v > §v ßl®-v > ßl¡v
G.D.L.I. nho-Ýn > neÒn ´o-in > §Än ßl®o-in > ßl¡Än
Quadro de flexão:
T. g¡a ² g° a terra
T. mna ² mn a mina
T. rgur¡a rgur prateada, de prata
T. xrus¡a xrus° dourada, de ouro
T. Erm¡a Erm°w Hermes
21 A flexão dos comparativos e superlativos não apresenta problemas, porque são ad-
jetivos ou de tema em vogal ou de tema em consoante, e cada tema recebe seus
casos sufixos (ptÅseiw).
* quando a vogal da sílaba pretemática é longa, a vogal temática se mantém inalterada;
** quando a vogal da sílaba pretemática é breve, a vogal temática é alongada.
*** não é impossível encontrar: geraiñterow/geraiñtatow; é uma questão da
lei do menor esforço.
23 Na verdade, seriam formas independentes, com significado próprio, que pela pro-
ximidade semântica passaram a figurar no quadro dos comparativos e superlativos
de alguns adjetivos, que não criaram comparativos e superlativos normais, por-
que já existiam esses outros. Seriam redundantes.
Observações:
As formas sincopadas são as mais usadas, mas só se encontram nos
casos sintáticos: nom., voc., acus.
Qualquer adjetivo no grau normal e no comparativo ou superlati-
vo pode ser usado como advérbio. Na verdade, trata-se mais de um
predicativo do infinitivo sujeito, nas orações ditas de verbo impessoal.
Contudo, quando usados adverbialmente, eles se comportam assim:
normal: o neutro singular do adjetivo deinñn
comparativo: o neutro singular do comparativo deinñteron
superlativo: o neutro plural do superlativo deinñtata
Adjetivos numerais
Os indicadores de número são os seguintes:
1. cardinais: são adjetivos, mas só os 4 primeiros cardinais têm flexão;
2. ordinais: são adjetivos triformes.
Além deles, o grego tem os multiplicativos adverbiais formados com
o sufixo -kiw.
Para registrar os cardinais, os gregos usavam as letras do alfabeto:
as 9 primeiras para as unidades a =1; b =2;
as 9 seguintes para as dezenas i = 20, k = 30;
as nove restantes para as centenas r = 100, s = 200.
Os números até 999 têm no alto à direita um sinal ´:
a´ (1).
Os números superiores a 999 têm esse índice em baixo à esquerda:
,a (1000).
Notas:
1. Para registrar 6, usa-se o stigma w, interrompendo-se a seqüência nor-
mal do alfabeto (seria o z)24:
para registrar 90, usa-se o kopa q;
para registrar 900, usa-se o sampi Q.
2. Os cardinais compostos de dois números podem ser expressos de três
maneiras:
25 - ke - eàkosi kaÜ p¡nte
25 - ke - p¡nte kaÜ eàkosi
25 - ke - eàkosi p¡nte
Quadro paradigmático:
m. f. n. m. f. n. m. f. n. m. f. n.
N. eåw mÛa §n dæo treÝw trÛa t¡ssar-ew / -a
V.
A. §n-a mÛa-n §n dæo/dæv treÝw trÛa t¡ssar-aw / -a
G. ¥n-ñw miw ¥n-ñw duo-Ýn tri-Çn tri-Çn tessr-vn
D.L.I. ¥n-Û mi ¥n-Û duo-Ýn/du-sÛ tri-sÛ tri-sÛ t¡ssar-si
Relativos
O grego tem três relativos básicos (anafóricos), que podemos defi-
nir assim:
Notas:
1. Os relativos podem vir reforçados com o sufixo -per, (às vezes -ge ) -
precisamente, exatamente:
÷sper, ´per, ÷per exatamente que
oáosper, oáaper, oáonper exatamente qual
÷sosper, ÷shper, ÷sonper exatamente quanto
2. Nas expressões:
kaÜ ÷w, e ele
¸ d ÷w, e ele disse,
trata-se de uma antiga forma de artigo, com valor demonstrativo,
anafórico (este, esse). Heródoto o emprega com freqüência.
3. O relativo ÷w, ´, ÷ se compõe também com os indefinidos:
tiw, ti - poiow,a,on, - posow,posh, poson - phlikow, h, on
para exercerem duas funções:
a) de interrogativos indiretos de identidade, qualidade, dimensão/quan-
tidade e idade, sobretudo nas interrogativas indiretas:
- eÞp¡ moi : tÛw eä; - Dize-me: - quem és? (interrogação direta)
- oék oäda ÷stiw eä. - Eu não sei quem és. (interrogação indireta)
b) de relativo indefinido:
makriow ÷stiw oésÛan kaÜ noèn ¦xei - feliz quem (qualquer
um que) tem posses e juízo.
Veremos isso com mais detalhes no quadro dos correlativos (p. 162).
T o-, h-, to- (-de) ÷de, ´de, tñde* este, esta, isto
T oðto-/ toèto-, aìth-, oðtow, aìth, toèto esse, essa, isso
T ¤keÝnow-, h-, o-** aquele, aquela, aquilo
Notas:
1. Há uma outra construção, analógica a ÷de, ´de, tñde, com a partícu-
la restritiva-enfática -ge com o artigo õ, ², tñ > ÷ge, ´ge, tñge,
com significado paralelo, e com a flexão só do artigo.
2. O significado de ÷de, ´de, tñde corresponde ao demostrativo lati-
no hic, haec, hoc, e ao portugês: este, esta, isto, isto é, referente à 1a
pessoa e aos advérbios aqui, agora.
É catafórico: - minha opinião é esta: (a que vou expor)
O significado de oðtow, aìth, toèto corresponde ao demons-
trativo latino iste, ista, istud, e ao português esse, essa, isso, referen-
te à 2a pessoa e ao advérbio aí. Também, como em latim e portu-
guês, às vezes é usado com sentido depreciativo.
É essa! (aponta-se com o dedo)
É anafórico: é essa a minha opinião (a que acabei de expor)
O significado de ¤keÝnow, h, o corresponde ao demonstrativo lati-
no ille, illa, illud, e ao português aquele, aquela, aquilo, referente à
3a pessoa e ao advérbio lá.
3. Tanto ÷de, ´de, tñde quanto oðtow, uth, toèto são às vezes re-
forçados com o sufixo -i (locativo), que, ou substitui a vogal final bre-
ve: - õdÛ, ²dÛ, todÛ, este aqui ou se acrescenta à vogal longa: - aêthÛ,
essa aí, toutouÛ, desse aí e à consoante final: - oêtosÛ, esse aí (nom.)
toutonÛ, esse aí (acus.).
4. Os demostrativos de identidade ÷de, ´de, tñde e oðtow, aìth,
toèto se compõem também com outros demonstrativos:
de qualidade: toÝow,a,on de tal qualidade, tal
de dimensão: tñsow,h,on de tal dimensão, de tal valor, tanto
de quantidade: tñsoi,ai,a de tal quantidade, tantos
de idade: thlÛkow,h,on de tal idade 25
para fazer os seguintes demonstrativos compostos:
25 Esses demostrativos simples são usados por Homero, Hesíodo e pelos líricos; na
prosa e no ático só se usam as formas compostas (4.1 e 4.2).
Interrogativos e indefinidos
Quadro de flexão:
T. tin- tÛw, tÛ quem? o que?
T. tin- tiw, ti alguém, alguma coisa
Interrogativo Indefinido
m. f. n. m. f. n.
Sing. Nom. tÛ-w tÛ tiw ti
Voc.
Acus tÛn-a tÛ tina ti
Gen. tÛn-ow / toè tÛn-ow / toè tin-ow / tou tin-ow / tou
Dat. tÛn-i / tÒ tÛn-i / tÒ tin-i / tÄ tin-i / tÄ
Loc. tÛn-i / tÒ tÛn-i / tÒ tin-i / tÄ tin-i / tÄ
Instr. tÛn-i / tÒ tÛni- / tÒ tin-i / tÄ tini- / tÄ
Pl. Nom. tÛn-ew tÛn-a tin-ew tin-a
Voc.
Acus. tÛn-aw tÛn-a tin-aw tin-a*
Gen. tÛn-vn tÛn-vn tin-vn tin-vn
Dat. tÛ-si tÛ-si ti-si ti-si
Loc. tÛ-si tÛ-si ti-si ti-si
Instr. tÛ-si tÛ-si ti-si ti-si
Dual N.V.A. tÛn-e tÛn-e tin-e tin-e
G.D.L.I. tÛn-oin tÛn-oin tin-oin tin-oin
* As gramáticas registram uma forma alternativa tta. Não acreditamos que seja o
caso, isto é, uma forma alternativa, sincopada, ser igual ou maior do que a normal.
Veremos tta por tina < tina. É mais coerente.
Quadro de flexão:
Notas:
1. O pronome indefinido átono tiw, ti ficou em posição enclítica; os
acentos são do relativo ÷w, ´, ÷n.
2. Todos esses relativos indefinidos podem receber mais um sufixo de
indeterminação (-oun / -d®pote / -d®); nesses casos a indetermi-
nação fica mais generalizada:
õstis-oèn / õstis-d®pote / õstis-d® qualquer um, seja qual for
õpoter-oèn seja qual for dos dois
õpoios-oèn /-d® /-d®pote seja de que qualidade for
õposos-oèn /-d®/ -d®pote seja do tamanho que for
õpñsoi-oèn /-d® /-d®pote sejam quantos forem
Singular Plural
masc./fem. neutro masc./fem. neutro
Nom. deÛna deÛna deÝnew deÝna
Voc.
Acus. deÛna deÛna deÛnaw deÝna
Gen. deÝnow deÝno deÛnvn deÛnvn
Dat. deinÛ deinÛ deisÛ deisÛ
Loc. deinÛ deinÛ deisÛ deisÛ
Instr. deinÛ deinÛ deisÛ deisÛ
Observação: embora classificado como indefinido ele vem
freqüentemente precedido de artigo õ, ², tñ.
4. Há alguns adjetivos que são difíceis de enquadrar: ou entre os determi-
nativos, dêiticos, ou entre os indefinidos. Além disso, convém estar
atentos para sua função ou de mero adjunto adnominal ou com o nome
implícito, elíptico.
Assim:
§kastow,h,on cada um, cada:
¥ksth pñliw - cada cidade
¥kterow,a,on cada um dos dois:
¥kat¡ra ² xeÛr - cada uma das duas mãos
lloi outros
oß lloi os outros (adj. substantivado), os outros (a outra parte):
² llh Ellw - a outra Grécia (adjetivo, adjunto adno-
minal) - o restante da Grécia.
§terow,a,on um dos dois, alter
õ §terow,a,on aquele dos dois (adjetivo substantivado)
Atenção às crases: elas são estranhas:
toè ¥t¡rou > yat¡rou
tÒ ¥t¡rÄ > yat¡rÄ
t §tera > ytera
tò §teron > yteron
Quadro de flexão:
Notas:
Os correlativos
A palavra correlativo não deve nos prender ao quadro deles. Cada
uma dessas palavras tem seu significado e função próprias. Contudo, há
uma linha racional, semântica, relacional, que pode ser vista no processo
de composição (prefixação e sufixação).
Assim, de um interrogativo direto, vamos ao indireto e daí ao inde-
finido e ao demonstrativo, que sugere o relativo e finalmente o relativo
indefinido.
O quadro da página seguinte é ilustrativo de coerência semântica e
formal.
162
Interr. Diretos Interr. Indir. Indefinidos Demonstrativos Relativos Relativos Indef.
tÛw,tÛ ÷stiw, ´tiw, ÷ti tiw, ti ÷de,´de,tñde ÷w ,´, ÷ ÷stiw, ´tiw, ÷ti
oðtow, aëth, toèto ÷sper,
¤keÝnow,h,o ´per, ÷sper õstisoèn,
õstisd®
÷per õstisd®pou
quem? o que? quem, o que alguém, algo este, esse, aquele que qualquer que
162
Pronomes pessoais
São os verdadeiros pronomes, isto é, vêm em lugar do nome; nem
anafóricos nem catafóricos. Eles têm origem na oralidade e são basica-
mente de 1 a e 2a pessoas: eu, tu, numa linha horizontal, direta, binária e
singular. Os outros pronomes: 1 a e 2a pessoas do plural são analógicas; o
mesmo se pode dizer do dual.
O único e verdadeiro pronome (ntinvmÛa) é ¤gÅ, eu, que não
tem gênero, nem plural (nós não significa vários eu) e não tem deri-
vados (as formas de outras funções se constroem sobre uma outra raiz:
¤gÅ eu sujeito nominativo
¤m¡ me objeto direto acusativo
¤moè de mim complemento/adjunto adnominal genitivo
¤moÛ a mim, mim, me complemento/adjunto adnominal dativo
Primeira pessoa
Singular Plural
Nom. ¤gÅ eu ²meÝw nós
Voc.
Acus. ¤m¡ / me me ²mw nos
Gen. ¤moè / mou de mim ²mÇn de nós
Dat. ¤moÛ / moi a mim ²mÝn a nós
Loc. ¤moÛ / moi em mim ²mÝn em nós
Instr. ¤moÛ / moi por mim ²mÝn por nós
Dual
N.V.A. nÅ / nÇi nós dois
G.D.L.I. nÒn / nÇin a, de nós dois
Segunda pessoa
Singular Plural
Nom. sæ tu êmeÝw vós
Voc.
Acus. s¡ / se te êmw vos
Gen. soè / sou de ti êmÇn de vós
Dat. soÛ / soi a ti êmÝn a vós
Loc. soÛ / soi em ti êmÝn em vós
Instr. soÛ / soi por ti êmÝn por vós
Dual
N.V.A. sfÅ / sfÇi vós dois
G.D.L.I. sfÒn / sfÇin a, de vós dois
Notas:
Singular Plural
N. sfeÝw - eles mesmos (suj.)
A. § < sWe se sfw se mesmos (o.d.)
G. oð de si (sui) sfÇn de si mesmos
D. oå / oß a si mesmo (sibi) sfÛsi a si mesmos
Masc./Fem. Neutros
Singular
Nom. -w/alongamento da vogal temática Tema puro/desinência zero
Voc. Tema puro/desinência zero
/igual ao nom. Tema puro/desinência zero
Ac. -n > a Tema puro/desinência zero
Gen. -ow -ow
Dat. -i -i
Loc. -i -i
Instr. -i -i
Plural
Nom. -ew -a
Voc. -ew -a
Ac. -nw > aw / enw> eiw -a
Gen. -vn -vn
Dat. -si -si
Loc. -si -si
Instr. -si -si
Dual
N.V.A. -e -e
G.D.L.I. -oin -oin
Notas:
28 Uma outra hipótese é que o -t do tema em posição final sofre apócope e a seguir
a vogal anterior se alonga no nominativo masc./fem., como os temas en -n.
29 Sucessivamente do t e do n.
30 Sucessivamente do t e do n.
31 Seria uma espécie de compensação pela queda do -w final, que é a marca do nom.
masc./fem.
Instruções:
1. Na primeira coluna está o genitivo singular 32.
Isolada a desinência do genitivo, em princípio, teremos o tema.
Convém notar, contudo, que, em algumas palavras, a desinência
do genitivo singular sofre alterações fonéticas, como nos temas em -w,
W, e j.:
T. g¡nes- g¡nes-ow > g¡neow > g¡nouw do gênero, da raça
T. steW- steW-ow > ste-ow > stevw da cidadela
T. pñlj-, ej-, hj- pñlhj-ow > pñlh-ow > pñlevw da cidade
Esse fato dificulta a identificação do tema.
2. Na segunda coluna está o nominativo singular:
Se é igual ao tema, trata-se de um neutro, porque o neutro tem
desinência zero no nom. sing.
Os neutros de tema em oclusiva não a mantêm em posição final:
T. sÇmat- sÅmat-ow tò sÇma o corpo
T. luy¡nt- luy¡nt-ow luy¡n desligado, solto
a) Os neutros de tema em -w e em -r têm a vogal anterior ao -s-
breve, por serem o próprio tema, contrariamente aos masculinos
e femininos que a têm longa:
T. g¡nes- g¡nes- ow > g¡nouw tò g¡now raça, gênero
T. SÅkrates- Svkrtes-ow > Svkrtouw õ Svkrthw Sócrates
T. lhy¡s- (masc. e fem.) lhy®w, real, verdadeiro
(neutro) lhy¡w
b) Se tem um -w combinado ou não com outra consoante oclusiva:
T. fl¡b- > fleb-ñw fl¡c, ² a veia
T. aäg- > aÞg-ñw aäj, ² a cabra
T. lampd- > lampd-ow lampw, ² a tocha, archote
trata-se de um masculino ou feminino.
Temas em -nt-
Tema Nom. sing. D.L.I. pl.
-nt (a) gigant- gigante gÛgaw gÛgasi
luyent- desligado luyeÛw (masc.) luyeÝsi
luyent- desligado luy¡n (neutro) luyeÝsi
deiknunt- que mostra deiknæw deiknèsi
ont (b) leont- leão l¡vn l¡ousi
luont- que desliga lævn (masc.) læousi
luont- que desliga lèon (neutro) læousi
Observação:
As informações necessárias para a flexão dos nomes em consoante e
semivogal estão aí. Contudo, há uma lista de alguns nomes que apresentam
uma certa anormalidade. Não são propriamente irregularidades; são algu-
mas formas que evoluíram foneticamente e ficaram petrificadas, ao lado de
outras; mas são muito poucas e estão no quadro prático de reconhecimento do
tema e na lista dos heteroclíticos (p. 216).
Quadros de flexão:
1. Nomes de tema em oclusiva velar:
Notas:
Notas:
1. O vocativo singular é igual ao nominativo.
É que o vocativo de desinência zero terminaria nas oclusivas p, b,
f, que, em posição final, sofreriam apócope com a conseqüente desca-
racterização fonética e semântica da palavra.
2. A alternância t/y em kay°lic corresponde à alternância f/c da
desinência: assimilação da consoante surda p e deslocamento da aspi-
ração sobre a dental próxima t > y.
Notas:
Notas:
Mas,
ìpar (indecl.) visão, constatação com os olhos
y¡nar y¡nar-ow palma da mão
¦ar ¦ar-ow / ·r-·r-ow primavera
n¡ktar n¡ktarow néctar
têm a flexão normal em -r que é o próprio tema.
Notas:
1. Pelo que se pode observar, sempre que há uma síncope de -nt- antes
de -w, há um alongamento compensatório da vogal anterior:
-antw > aw -antsi > asi
-entw > eiw -entsi > -eisi
-untw > uw, untsi > usi -ontsi > ousi
Nomin. Gen.
T. lè-o-nt- > lævn læont-ow (masc.) desligante, desligando,
que desliga
T. lè-o-nt- > lèon læont-ow (neutro) desligante, desligando,
que desliga
T. lè-s-o-nt- > læs-vn læsont-ow (masc.) havendo de desligar,
que haverá de desligar, que desligará
T. lès-ont- > lèson læsont-ow (neutro) havendo de desligar,
que haverá de desligar, que desligará
T. læ-sant- > læsaw læsant-ow (masc.) tendo desligado
T. lu-sa-nt- > lèsan læsant-ow (neutro) tendo desligado
T. lu-yh-nt- > luyeÛw luy¡nt-ow (masc.) tendo sido desligado
T. luy®nt- > luy¡n luy¡nt-ow (neutro) tendo sido desligado
T. stal-®-nt- > staleÛw stal¡nt-ow (masc.) tendo sido enviado
T. stal®nt- > stal¡n stal¡nt-ow (neutro) tendo sido enviado
6. Nomes de tema em -n
T. daÝmon- õ daÛmvn daÛmon-ow o nume
T. delfÝn- õ delfÝn delfÝn-ow o delfim
T. poim¡n- õ poim®n poim¡n-ow o pastor
T. m®n- õ m®n mhn-ñw o mês, a lua
T. gÅn- õ gÅn agÇn-ow a luta, a liça, o combate
T. Ellhn- õ Ellhn Ellhn-ow o grego, o heleno
S. Nom. daÛmvn delfÝw poim®n m®n gÅn Ellhn
Voc. daÝmon delfÝn pom¡n m®n gÅn Ellhn
Acus. daÛmon-a delfÝn-a poim¡n-a m°n-a gÇn-a Ellhn-a
Gen. daÛmon-ow delfÝn-ow poim¡n-ow mhn-ñw gÇn-ow Ellhn-ow
Dat. daÛmon-i delfÝn-i poim¡n-i mhn-Û gÇn-i Ellhn-i
Loc. daÛmon-i delfÝn-i poim¡n-i mhn-Û gÇn-i Ellhn-i
Instr. daÛmon-i delfÝn-i poim¡n-i mhn-Û gÇn-i Ellhn-i
P. Nom. daÛmon-ew delfÝn-ew pom¡n-ew m°n-ew gÇn-ew Ellhn-ew
Voc. daÛmon-ew delfÝn-ew pom¡n-ew m°n-ew gÇn-ew Ellhn-ew
Acus. daÛmon-aw delfÝn-aw poim¡n-aw m°n-aw gÇn-aw Ellhn-aw
Gen. daimñn-vn delfÛn-vn poim¡n-vn mhn-Çn gÅn-vn Ell®n-vn
Dat. daÛmosi delfÝsi poim¡si mhsÛ gÇsi Ellhsi
Loc. daÛmosi delfÝsi poim¡si mhsÛ gÇsi Ellhsi
Instr. daÛmosi delfÝsi poim¡si mhsÛ gÇsi Ellhsi
D. N.A.V. daÛmon-e delfÝn-e poim¡n-e m°n-e gÇn-e Ellhn-e
G.D.L.I. damñn-oin delfÛn-oin pom¡n-oin m®n-oin gÅn-oin Ell®n-oin
Notas:
1. Há temas em vogal breve e temas em vogal longa; os de vogal breve
alongam-na no nominativo singular e constroem o restante sobre tema
breve: os de vogal longa não a alteram ao longo da flexão.
A vogal longa do nominativo singular masculino seria uma com-
pensação pela ausência do -w. Mas em:
T. kten-w kteÝw kten-ñw pente
T. ¥n-w eåw ¥n-ñw um, (cardinal masc.)
T. =in-w =Ýw =in-ñw nariz
houve a síncope do -n- pré-sigmático e alongamento compensatório da vogal.
2. No D.L.I. plural o -n temático sofre síncope antes de -si sem nenhu-
ma alteração na vogal anterior.
Notas:
1. A alternância longa/breve da vogal temática identifica o masculino e o
neutro (longa para o m./f. e breve para o neutro).
2. Os adjetivos em -vn/-on são biformes.
3. Mas os adjetivos em -hn/-en, -an/an fazem o feminino com o sufixo
-ja:
t¡ren-ja > t¡renia > t¡reina-hw
m¡lan-ja > m¡lania > m¡laina-hw
Esses femininos são temas em -a impuro e assim se declinam.
masc./fem. neutro
S. Nom. fÅr =®tvr y®r gast®r ptvr pator
Voc. fÅr =°tor y®r gster pator pator
Acus. fÇr-a =®tor-a y°r-a gast¡r-a ptor-a pator
Gen. fvr-ñw =®tor-ow yhr-ñw gast¡r-ow ptor-ow ptor-ow
Dat. fvr-Û =®tor-i yhr-Û gast¡r-i ptor-i ptor-i
Loc. fvr-Û =®tor-i yhr-Û gast¡r-i ptor-i ptor-i
Instr. fvr-Û =®tor-i yhr-Û gast¡r-i ptor-i ptor-i
Notas:
Notas:
masc./fem. neut.
S. Nom. Þsxæw kÛw Erinæw dkruw sèw àdriw àdri
Voc. Þsxæ kÛ(w)
Erinu(w) dkru sè(w) àdri àdri
Acus. Þsxæ-n kÛ-n Erinæ-n dkru-n sè-n àdri-n àdri
Gen. Þsxæ-ow ki-ñw Erinæ-ow dkru-ow su-ñw àdri-ow àdri-ow
Dat. Þsxæ-i ki-Û Erinæ-i dkru-i su-Û àdri-i àdri-i
Loc. Þsxæ-i ki-Û Erinæ-i dkru-i su-Û àdri-i àdri-i
Instr. Þsxæ-i ki-Û Erinæ-i dkru-i su-Û àdri-i àdri-i
Notas:
masc./fem.
S. Nom. tri®rhw aÞdÅw lhy®w
Voc. trÛhrew aÞdñw lhy¡w
Acus. tri®res-a > ea > h aÞdñs-a > ña > Å lhy¡s-a > ¡a > °
Gen. tri®res-ow > eow > ouw aÞdñs-ow > ñow > oèw lhy®s-ow > ¡ow > oèw
Dat. tri®res-i > ei aÞdñs-i > ñi > oÝ lhy¡s-i > ¡i > eÝ
Loc. tri®res-i > ei aÞdñs-i > ñi > oÝ lhy¡s-i > ¡i > eÝ
Instr. tri®res-i > ei aÞdñs-i > ñi > oÝ lhy¡s-i > ¡i > eÝ
P. Nom. tri®res-ew > eew > eiw lhy¡s-ew > ¡ew > eÝw
Voc. tri®res-ew > eew > eiw lhy¡s-ew > ¡ew > eÝw
Acus. tri®rew-nw > enw > eiw lhy¡w-nw > ¡nw > eÝw
Gen. trihr¡s-vn > ¡vn > Çn lhy¡s-vn > ¡vn > Çn
Dat. tri®res-si > tri®resi lhy¡s-si > lhy¡si
Loc. tri®res-si > tri®resi lhy¡s-si > lhy¡si
Instr. tri®res-si > tri®resi lhy¡s-si > lhy¡si
Notas:
P. Nom. nyes-a > ea > h kr¡as-a > aa > a lhy¡s-a > ¡a > °
Voc. nyes-a > ea > h kr¡as-a > aa > a lhy¡s-a > ¡a > °
Acus. nyes-a > ea > h kr¡as-a > aa > a lhy¡s-a > ¡a > °
Gen. ny¡s-vn > ¡vn > Çn kres-vn > vn > Çn lhy¡s-vn > ¡vn > Çn
Dat. nyes-si > nyesi kr¡as-si > kr¡asi ley¡s-si > lhy¡si
Loc. nyes-si > nyesi kr¡as-si > kr¡asi ley¡s-si > lhy¡si
Instr. nyes-si > nyesi kr¡as-si > kr¡asi ley¡s-si > lhy¡si
D. N.A.V. nyes-e > ee > ei kr¡as-e > kr¡ae > kr¡a lhy¡s-e > ¡e > eÝ
G.D.L.I. ny¡s-oin > ¡oin > oÝn kres-oin > oin > Òn lhy¡s-oin > ¡oin > oÝn
Notas:
Notas:
Singular Plural
N. basil®W-w > basil®uw > basileæw basil®Wew > basil®ew > basil¡hw
> basil°w/bassileÝw
V. basil®W > basil®u > basileè basil®Wew > basil®ew > basil¡hw
> basil°w/bassileÝw
A. basil®W-n > basil®a > basil¡a basil®Wnw > basil®aw > basil¡aw
G. basil®W-ow > basil®ow > basil¡vw basil®Wvn > basil®vn > basil¡vn
D. basil®W-i > basil®i > basileÝ basil®Wsi > basil¡Wsi > basileèsi
L. basil®W-i > basil®i > basileÝ basil®Wsi > basil¡Wsi > basileèsi
I. basil®W-i > basil®i > basileÝ basil®Wsi > basil¡Wsi > basileèsi
Dual
N.V.A. basil®We > basil®e > basil¡h
> basil°/basileÝ
G.D.L.I. basil®Woin > basil®oin > basil¡oin
Notas:
S. Nom. stW > stu graW-w > graèw boW-w > boèw
Voc. stW > stu graW > graè boW > boè
Acus. stW > stu graW-n > graèn boW-n > boèn
Gen. steW-ñw > stevw graW-ñw > grañw boW-ñw > boñw
Dat. steW-i > stei graW-Û > graÛ boW-Û > boÛ
Loc. steW-i > stei graW-Û > graÛ boW-Û > boÛ
Instr. steW-i > stei graW-Û > graÛ boW-Û > boÛ
P. Nom. steW-a > stea / h graW-ew > grew boW-ew > bñew
Voc. steW-a > stea / h graW-ew > grew boW-ew > bñew
Acus. steW-a > stea / h graW-nw > graèw boW-nw > boèw
Gen. steW-vn > stevn graW-vn > graÇn boW-vn > boÇn
Dat. steW-si > stesi graW-sÛ > grausÛ boW-si > bousÛ
Loc. steW-si > stesi graW-sÛ > grausÛ boW-si > bousÛ
Instr. steW-si > stesi graW-sÛ > grausÛ boW-si > bousÛ
D. N.A.V. steW-e > stee > stei graW-e > gre boW-e > bñe
G.D.L.I. st¡W-oin > st¡oin graW-oin > graoÝn boW-oin > booÝn
Notas:
Nota:
Singular Plural
Nom. polW-w > polæw poll® polW >polæ polloÛ pollaÛ poll
Voc. polW > polæ poll® polW > polæ polloÛ pollaÛ poll
Acus. polWn > polæn poll®n polW > polæ polloæw pollw poll
Gen. polloè poll°w polloè pollÇn pollÇn pollÇn
Dat. pollÒ poll» pollÒ polloÝw pollaÝw polloÝw
Loc. pollÒ poll» pollÒ polloÝw pollaÝw polloÝw
Instr. pollÒ poll» pollÒ polloÝw pollaÝw polloÝw
Dual
N.A.V. pollÇ poll pollÇ
G.D.L.I. polloÝn pollaÝn polloÝn
Nota:
Esses adjetivos (²dæw, ²deÝa, ²dæ - polæw, poll®, pollæ) cha-
mados mistos, por flexionarem o masculino e o neutro sobre um tema e o
feminino sobre outro, assustam às vezes o estudante, que está acostuma-
do a estudar toda a flexão sobre paradigmas fechados, estáticos ou em
cascata. Mas, para se libertar dessas amarras, basta atentar para o fato de
que toda a flexão, quer nominal, quer verbal repousa sobre um tema.
Cada nome, cada verbo tem seu tema independente, e é sobre ele
que se faz a flexão.
Há outros adjetivos que têm um tema comum para o masculino e
neutro, e outro, derivado do primeiro, para o feminino, de tema em -a.
Eis alguns deles:
T. xarÛent- xarÛeiw, xarÛeissa, xarÛen
gracioso, delicado, agradável
T. m¡gan- m¡gaw, meglh, m¡gan grande
T. f¡ront- f¡rvn, f¡rousa, f¡ron particípio infectum de f¡rv portar
T. luy¡nt- luyeÛw, luyeÝsa, luy¡n particípio aoristo passivo de læv
soltar
T. læsant- læsaw, læsasa, lèsan particípio aoristo ativo de læv soltar
T. lelukot- lelukÅw, lelukuÝa, lelukñw part. perf. ativo de læv soltar
S. Nom. ´rvWw > ³rvw dmÅWw > dmÅw ptrvWw > ptrvw
Voc. ´rvW > ´rv dmÅW > dmÅ ptrvW > ptrv
Acus. ´rvWa > ´rva/´rv dmÅWa > dmÅa ptrvWa > ptrva
Gen. ´rvWow > ´rvow dmvWñw > dmvñw ptrvWow > ptrvow
Dat. ´rvWi > ´rvi dmvWÛ > dmvÛ ptrvWi > ptrvi
Loc. ´rvWi > ´rvi dmvWÛ > dmvÛ ptrvWi > ptrvi
Instr. ´rvWi > ´rvi dmvWÛ > dmvÛ ptrvWi > ptrvi
P. Nom. ´rvWew > ´rvew dmÇWew > dmÇew ptrvWew > ptrvew
Voc. ´rvWew > ´rvew dmÇWew > dmÇew ptrvWew > ptrvew
Acus. ´rvWaw > ´rvaw dmÇWaw > dmÇaw ptrvWaw > ptrvaw
Gen. ²rÅWvn > ²rÅvn dmvWvn > dmÅvn patrÅWvn > patrÅvn
Dat. ´rvWsi > ´rvsi dmvWsÛ > dmvsÛ ptrvWsi > ptrvsi
Loc. ´rvWsi > ´rvsi dmvWsÛ > dmvsÛ ptrvWsi > ptrvsi
Instr. ´rvWsi > ´rvsi dmvWsÛ > dmvsÛ ptrvWsi > ptrvsi
D. N.A.V. ´rvWe > ´rve dmÇWe > dmÇe ptrvWe > ptrve
G.D.L.I. ²rÅWoin > ²rÅoin dmÅWoin > dmÅoin patrÅWoin > patrÅoin
Notas:
Nomes heteroclíticos
Há finalmente alguns nomes que têm certas variantes em algumas
formas, como se flexionassem sobre dois temas distintos.
Em geral não são duas flexões paralelas; são algumas formas
paralelas.
Vamos relacioná-los em ordem alfabética, apresentando as formas
na ordem convencionada neste trabalho: nominativo, vocativo, acusati-
vo, genitivo e dat./loc./inst.
São os seguintes:
Arhw -
Arevw, õ - Ares (Marte) T.
Ares- /
AreW-
N.
Arhw
V.
Arew /
Areu
A.
Arh /
Arhn
G.
Arevw
D.
Arei
gñnu - gñnatow, tñ - o joelho, T. gñnW- / gonat-
Sing. Pl.
N. gñnu, N. gñnata,
V. gñnu, V. gñnata,
A. gñnu, A. gñnata
G. gñnatow G. gontvn
D.L.I. gñnati D.L.I. gñnasi
Dual gñnate
gontoin
dkru - uow, tñ - a lágrima, T. dkru-
Sing. Pl.
N. dkru N. dkrua
V. dkru V. dkrua
A. dkru A. dkrua
G. dkruow G. dakrævn
D.L.I. dkrui D.L.I. dkrusi / dakræoiw
Dual dkrue
dakræoin
T. öxo-
Sing. Pl.
N. öxow N. öxoi,
V. öxe V. öxoi,
A. öxon A. öxouw
G. öxou G. öxvn
D.L.I. öxÄ D.L.I. öxoiw
Dual öxv
öxoin
T. öxes-
Sing. Pl.
N. öxow, N. öxea > h
V. öxow, V. öxea > h
A. öxow, A. öxea > h
G. öxes-ow > öxeow > öxouw G. ôx¡s-vn > ôx¡vn > ôxÇn
D.L.I. öxes-i > öxei D.L.I. öxes-si > öxesi
Dual öxee > ei
ôx¡oin > oxoÝn
T. skñtes-
Sing. Pl.
N. skñtow, N. skñtes-a > skñtea > skñth
V. skñtow, V. skñtes-a > skñtea > skñth
A. skñtow, A. skñtes-a > skñtea > skñth
G. skñtes-ow > skñteow > skñtouw G. skot¡s-vn > skot¡vn > skotÅn
D.L.I. skñtes-i > skñtei D.L.I. skñtes-si > skñtesi
Dual skñtee > ei
skotoÝn
T. skæfes-
Sing. Pl.
N. skæfow N. skæfes-a > skæfea > skæfh
V. skæfow V. skæfes-a > skæfea > skæfh
A. skæfow A. skæfes-a > skæfea > skæfh
G. skæfes-ow > skæfeow > skæfouw G. skuf¡s-vn > skuf¡vn > skufÇn
D.L.I. skæfes-i > skæfei D.L.I. skæfes-si > skæfesi
Dual skæfee > ei
skufoÝn
Nomes indeclináveis:
Por serem neutros podem servir aos casos sintáticos: nom., voc., acus.
Os nomes das letras do alfabeto:
tò lfa, tò b°ta ktl.
Os números cardinais de 5 a 100:
p¡nte (5), d¡ka (10), §ndeka (11), pentekaÛdeka (15),
¥katñn (100).
1 É bom lembrar sempre que o tema é a parte fixa, sede do significado, sobre o que
se sucedem as desinências. Se o tema absoluto, puro do verbo, é o tema do aoristo,
que em geral coincide com a raiz, os temas do infectum e do perfectum são radi-
cais, isto é raiz modificada.
Os aspectos verbais:
tempo interno do verbo
Inacabado (infectum)
Significados do infectum
1. Uma ação que se desenvolve no momento em que estamos falando,
que começou há pouco mas que continua ou que está começando no
momento em que se fala;
DareÛou kaÜ Parustidow gÛgnontai paÝdew dæo
(Xen., An., 4, 7, 7)
De Dario e Parisátis nasceram [e estão vivos] dois filhos.
¤peid¯ ¤ggçw ·san ¤mpÛptousin (Tuc., 2, 81, 5)
como estavam próximos, caem em cima.
ßketeæom¡n se pntew
nós todos te suplicamos [estamos suplicando].
oäda ÷ti poll paraleÛpv (Isócr., 16.22)
eu sei que deixo [estou deixando] passar muitas coisas.
(aqui há uma combinação do perfeito oäda, acabado e do presente
paraleÛpv, ingressivo-simultâneo)
taèta grfv
eu escrevo essas coisas [estou escrevendo, entro no ato de escrever].
2. Uma ação que começou há pouco ou que se inicia, mas que continua
ou que se tornou ou se torna um hábito, que se repete, ou uma afir-
mação que vale para todos os tempos. Acontece sobretudo com ver-
bos em cujo significado não se percebe a separação de início pontual e
continuidade da ação.
nikÇ = eu venço = venci = eu sou vencedor
Aoristo
É o ato verbal em sua essência, expresso pelo tema verbal puro
(freqüentemente a própria raiz), sem contornos, sem limites. É usado:
(1) nas máximas e provérbios (aoristo gnômico, não enquadrado) e
(2) nos quadros narrativos em que enumera fatos isolados (pontuais) que
incidem sobre a linha do processo narrativo (aoristo narrativo, enquadrado).
Acabado (perfectum)
É o ato acabado. Perfeito. É o resultado presente de um ato que
terminou. Sem conotação temporal nem espacial externa ou delimitada.
A conclusão do processo verbal é interna.
É o ato verbal que está completo e cujo resultado perdura até agora.
1. Resultado presente: perfeito
eàrhka - eu disse: já disse, acabei de dizer
eìrhka encontrei (afinal), achei
t¡ynhke ele morreu > está morto
m¡mnhmai estou lembrado (veio-me à memória)
k¡krage ele gritou - deu um grito, acabou de dar
¤spoædaka estou cheio de ardor (enchi-me de...)
ölvla perdi-me, estou perdido, arruinado
teyoræbhmai estou cheio de confusão, estou confuso
oäda eu vi > eu sei (resultado)
teyaæmaka eu me espantei > estou espantado
bebÛvke viveu (não mais está vivo), uixit
d¡doika estou cheio (tomado) de temor > eu temo
¤piteyæmhka koèsai
fiquei cheio de ardor [estou cheio] de ouvir [estou desejoso de ouvir].
pefñbhmai tw oÞkeÛaw martÛaw µ tw tÇn ¤nantÛvn
dianoÛaw
estou [fiquei] com medo mais de nossas próprias falhas do que dos
projetos dos adversários.
³dh gr tet¡lestai moi fÛlow ³yele yumñw (Hom).
agora já acabou [ já se realizou, está realizado] o que meu querido
coração queria.
² pñliw ¦ktistai par tÇn KorinyÛvn
a cidade foi fundada (o resultado está aí) pelos [da parte dos]
Coríntios.
t xr®mata toÝw plousÛoiw ² tæxh oé dedÅrhtai ll
dedneiken
aos ricos a Fortuna não deu de presente os bens, mas emprestou-os.
Os modos
É a maneira como se realiza o ato verbal.
É uma visão externa do processo verbal.
É uma species, como diz Varrão.
A palavra aspecto caberia melhor ao modo do que ao que con-
vencionalmente chamamos aspecto. O modo, na verdade, é um eädow
isto é, uma aparência, uma forma exterior.
O modo depende do enunciante, que imprime ao processo verbal a
sua vontade, a sua visão, a sua intenção. Ele passa ao receptor uma reali-
dade vista à maneira pela qual ele quer que o receptor a aceite.
Há quatro modos verbais em grego.
Indicativo
Expressão da irrealidade:
Expressão da realidade:
Expressão da condição:
Observação importante:
Nas orações supositivas (hipotéticas), a idéia de tempo não está presente
nem no indicativo; o que há é apenas o aspecto; mas, quando o tema de qual-
quer aspecto recebe o aumento ¤- passa a exprimir o passado de cada um deles:
o passado do presente: imperfeito, aumento anteposto ao tema do
infectum;
o aoristo narrativo (enquadrado ou pontual): (pretérito simples
em português) ou aoristo gnômico (presente simples em português),
aumento anteposto ao tema do aoristo;
mais-que-perfeito: passado do perfeito (mais-que-perfeito simples
ou composto em português), aumento anteposto ao tema do perfectum.
Outros exemplos de indicativo podem ser encontrados no capítulo
que trata dos aspectos verbais. O objetivo do grande número de exem-
plos é insistir no valor semântico autônomo das formas verbais. O
enquadramento sintático leva a esquemas formalistas, que provocam a
criação de regras de regência e de correlação complexas, quando é muito
mais facil se ater ao significado intrínseco da forma verbal.
Subjuntivo
a) Deliberativo
PerÜ toætvn d¢ l¡gvn pñyen rjvmai;
E falando a respeito dessas coisas, de onde eu começarei? [vou co-
meçar = incipiam] (subj. aoristo = apenas o ato verbal)
tÛ d¢ prÇton l¡gv; (Plat., Górg.)
O que direi [vou dizer, dicam] primeiro? (subj. pres. = entrada no
processo verbal)
PoÝ trpvmai;
Para onde eu me dirijo? [Para onde eu vou me dirigir? Para onde
me viro?] (subj. aoristo = apenas o ato verbal)
Eàpvmen µ sigÇmen;
Vamos falar [falaremos] ou permanecemos [permaneceremos] ca-
lados? (Eàpvmen, subj. aoristo = apenas o ato verbal; sigÇmen,
subj. pres. = entrada no ato verbal)
PoÝ katafeægvmen;
Para onde vamos fugir? [iniciar a fuga?] (subj. pres. = entrada no ato
verbal)
Boælei soi ônomzv toçw ¥pt sofoæw;
Queres [que] eu te cite [nomeie] os sete sábios? (subj. pres. = inicie
o ato de citar)
Optativo
2. Afirmação atenuada
4 Nos verbos de temor está implícita uma idéia do não eventual; por isso, em grego,
eles vêm acompanhados do m®, como se estivesse colado ao verbo; a segunda
negação pertence ao verbo complemento.
Imperativo
1) Definição
5 As frases a seguir são meras construções gramaticais; não são de autor nenhum. O
leitor não deve esperar nelas nenhuma mensagem filosófica.
a) Generalidades:
b) Particípio presente:
c) Particípio aoristo:
d) Particípio perfeito:
3) Concordância do particípio
² ônomazom¡nh ndreÛa
a chamada [que chamamos, que está sendo chamada, que costumam
chamar] coragem (part. pres. pass. adj. adn.)
² nèn kaloum¡nh Ellw
a chamada agora Grécia [que chamamos] (part. pres. pass. adj. adn.)
² MÛdou kaloum¡nh kr®nh
a fonte chamada [que chamamos, costumamos chamar] de Midas.
(part. pres. pass. adj. adn.)
oß strathgoÜ oß oék nelñmenoi toçw ¤k naumaxÛaw nekroçw
¤krÛyhsan
Os comandantes que não recolheram [os não tendo recolhido] os
cadáveres da batalha naval foram julgados. (part. aor. substantivado,
aposto do sujeito)
pñliw eéreÛaw guiw ¦xousa
uma cidade que tem [tendo] ruas largas (part. pres. apost do suj.)
Met taèta fiknoèntai gg¡llontew. (Isócr.)
Depois disso chegam pessoas anunciando [anunciantes] (part. pres.
apost. do suj.)
m¡mnhso nyrvpow Ên
lembra-te que és homem, [seres humano; sendo homem] (part. pres.
pred. do sujeito)
oß pleÝstoi oék aÞsynontai diamartnontew
a maioria não percebe que se engana [que está se enganando, fa-
lhando] (part. pres. pred. do sujeito)
Pl¡omen ¤pÜ pollw naèw kekthm¡nouw. (Xen.)
Nós navegamos contra possuidores [que adquiriram] de muitas naus.
(part. perf. subst. compl. preposicionado; acus. de direção)
mhd¡pote metem¡lhs¡ moi sig®santi, fyegjam¡nÄ d¢
pollkiw (Plat.)
jamais eu me arrependi de ter ficado quieto, mas freqüentemente
de ter falado [arrependeu-me (latim: paenituit me) tendo silencia-
do.. tendo falado] (part. aor. pred. do dat.)
4) Funções do particípio
c) Genitivo absoluto
Infinitivo
2. Todas as suas funções como nome são expressas pela flexão do artigo,
já que ele é indeclinável (infinito).
3. Sendo verbo, ele pode ter sujeito, predicativo, complementos, e pode
ser sujeito e predicativo, porque é substantivo. Nesse caso o predicativo
é neutro, porque o infinitivo é um substantivo neutro (isto é, não tem
gênero); e pode ter complementos, porque não perde sua natureza verbal.
Empregos do Infinitivo:
1. Infinitivo sujeito:
a) Freqüentemente ele é sujeito da oração inteira.
As gramáticas o apresentam como sujeito de verbos ou expres-
sões impessoais10, como:
gÛgnetai - ¤g¡neto acontece, aconteceu
deÝ (d¡on ¤stin) é preciso, é dever
diaf¡rei difere, importa (interest)
dokeÝ parece (bem), agrada (placet)
¦nestin está em, é possível
¦jesti (¦sti) é possível, é permitido
prestin a ocasião se apresenta, é possível
pr¡pei, pros®kei convém (decet)
sumbaÛnei sucede (que) acontece
sumf¡rei é útil, proveitoso, bom
xr® é bom, é necessário (opus est, oportet)
a.1) Infinitivo
PeÛyesyai manynein
Aprender a obedecer (obj. dir. acus.).
aétò tò poyn¹skein oédeÜw fobeÝtai
O morrer mesmo (obj. dir. acus.) ninguém teme.
b.1) Infinitivo
ßk¡teue m¯ aétòn pokteÝnai (Lís.)
Ele me suplicava não matá-lo (inf. aoristo obj. dir. de ßk¡teue).
kalÇw koæein mllon µ plouteÝn y¡le (Men.)
Deseja [tu] antes ser louvado que ser rico (inf. obj. dir. de y¡le).
c.1) Infinitivo
d) Complemento dos verbos que significam poder ou ter a faculdade de, estar
em condições de, saber, fazer de maneira a (que), obter, conseguir.
d.1) Infinitivo
m¡lleiw t¯n cux¯n t¯n sautoè parasxeÝn yerapeèsai
ndrÜ sofist»; (Plat.)
Estás disposto a entregar [tu vais entregar] tua própria alma para
cuidar a um homem [que é um] sofista? (obj. dir. de m¡lleiw)
oé dænamai m¯ geln
Eu não posso não rir (inf. comp obj. dir.)
¤pÛstamai ¤pistateÝn
Eu sei comandar (inf. comp. obj. dir.)
eéyçw paÝdew öntew manynousin rxein te rxesyai
Desde crianças [logo sendo] eles aprendem a mandar e ser manda-
dos (inf. comp obj. dir.)
oék aß trÛxew poioèsin aß leukaÜ froneÝn
Não são os cabelos, os brancos, que fazem pensar (inf. obj. dir.
poioèsin)
Oß Ellhnew ¤bñvn llhloiw m¯ yeÝn drñmÄ ll ¤n tjei
§pesyai
Os gregos gritavam uns aos outros de [para] não entrarem corren-
do, mas [para] seguirem em fileiras. (inf. obj. dir. de ¤bñvn)
¤poÛhse tòn t°w KilikÛaw rxonta Su¡nnesin m¯ dænasyai
kat g°n ¤nantioèsyai KærÄ poreuom¡nÄ ¤pÜ basil¡a.
a) Genitivo
Complemento de substantivos
paÝdew êmÝn ôlÛgou ²likÛan ¦xousi paideæesyai, (Plat.)
Vossos filhos de [de pouco falta terem] pouco têm idade de serem
instruídos (inf. compl. nom. de ²likÛan)
¤keÝ ski t ¤stÜ kaÜ pneèma m¡trion kaÜ pña kayÛzesyai µ
n boulÅmeya katakliy°nai, (Plat.)
Lá há sombra e uma brisa comedida e relva para sentar e, se qui-
sermos, para deitar. (compl. nom.)
Ëra bouleæsasyai
É hora de deliberar (compl. nom. de Ëra)
² proyumÛa toè l¡gein / toè ÞdeÝn
A ambição [desejo] de falar/de ver (compl. nom. de proyumÛa)
tò eï prttein par t¯n jÛan form¯ toè kakÇw
froneÝn toÝw no®toiw gÛgnetai
O ser bem-sucedido, contrariamente à honra, torna-se aos estul-
tos um incentivo de pensar mal (infinitivo comp. nom.).
eï àsyi ÷ti tò ceudñmenon faÛnesyai mllista ¤mpodÆn
gÛgnetai nyrÅpoiw toè suggnÅmhw tugxnein
Saibas [sabe tu] bem que o fato de se revelar mentiroso [aparecer
mentindo] se torna para os homens um maior obstáculo de en-
contrar perdão (compl. nom.).
Genitivo-ablativo
MÛnvw tò lústikòn kay¹rei ¤k t°w yalsshw toè tw
prosñdouw mllon Þ¡nai aétÒ. (Tuc., 1.6)
Minos limpava [passou a eliminar] do mar a pirataria em troca de
[por causa de] entrarem mais recursos para ele. (gen-abl.-const. dir.)
tw aÞtÛaw toè pol¡mou proëgraca toè m® tina zht°sai
(Tuc.)
Eu escrevi as causas da guerra antes de alguém não procurá-las.
(gen. separ. / causa / em troca de)
êp¢r toè m¯ doènai dÛkhn
Por (em favor de) não ser sentenciado (gen.- abl. de separ.)
Dativo
eÞ d¢ m¯ tò aétñ ¤sti tò eänai tÒ gen¡syai, (Plat., Prot., 340c)
se o ser não é a mesma coisa que o tornar-se (vir a ser)
b) Instrumental
FÛlippow kekrthke tÒ prñterow pròw toçw polemÛouw
Þ¡nai
Felipe venceu pelo fato de marchar [por marchar, ir primeiro contra
os inimigos]. (inf. instr.)
c) Locativo
pròw tÒ mhd¢n ¤k t°w presbeÛaw labeÝn toçw aÞxmalÅ-
touw ¤k tÇn ÞdÛvn ¤lusmhn
além de nada receber da embaixada [literal. em cima de = loc.] eu
resgatei os prisioneiros [a partir] de meus próprios recursos.
¤n tÒ §kaston dikaÛvw rxein ² politeÛa sÅzetai
No cada um governar com justiça a administração é salva (loc.)
d) Acusativo de relação
tò d¢ nèn eänai t¯n sunousÛan dialæsvmen (Plat.)
Quanto a agora [por ser agora] interrompamos nosso encontro.
e) Acusativo de direção:
A idéia de finalidade, conseqüência, destinação de uma ação, tam-
bém pode ser expressa pelo infinitivo ativo com os verbos que signifi-
cam: destinação, fim, escolher para, pedir para, dar para, enviar para, dei-
xar para, encarregar de (no latim freqüentemente se usa o particípio fu-
turo passivo).
Com verbos de movimento ou intenção também é freqüente a cons-
trução com o futuro ativo com ou sem Éw / ána
pròw tò metrÛvn deÝsyai kalÇw pepaÛdeumai
Fui [estou] bem educado para necessitar de coisas comedidas (acus.
de direção, intenção)
pñroi pròw tò polemeÝn
Recursos para fazer a guerra (acus. de direção, intenção)
A flexão verbal
Como conclusão do que acabamos de expor, podemos afirmar sem
receio de errar que há dois elementos essenciais no verbo grego: o aspec-
to (tempo interno) do verbo e o modo (visão externa).
Vimos também que três são os aspectos do verbo: o aoristo, o in-
fectum (inacabado) e o perfectum (acabado).
Vamos ver agora como esses três elementos se exprimem formalmente.
Constataremos que, coerentemente, o aoristo, por ser o primeiro
aspecto, o aspecto-base, tem sua forma coincidente com o tema verbal
puro. Ele é -ñristow, isto é não definido, não determinado, não
limitado, tanto semanticamente quanto formalmente. Veremos isso com
clareza, quando tratarmos dos quadros de flexão do aoristo, que chama-
remos de raiz-tema e que as gramáticas tradicionais chamam de aoristo
II ou aoristo temático. No aoristo de raiz-tema a flexão se faz sobre a
própria raiz, sem modificação nenhuma. É a raiz flexionada; isto é, a raiz
é o tema e sobre ela se juntam as ptÅseiw.
Mas, ao lado desse aoristo de raiz-tema, a língua grega criou uma
característica formal para identificar o aoristo: foi o -s- que se juntou ao
tema. Esse aoristo chamado sigmático revelou-se muito produtivo,
porque era mais cômodo e evidente, na medida em que é expresso por
uma forma concreta. Por isso, aos poucos, ele foi se firmando até tomar
o lugar do outro, de raiz-tema, o primeiro e mais antigo. Em Homero,
os dois aoristos já convivem e, no dialeto ático, só se conservam alguns
aoristos homéricos de raiz-tema. Todos os verbos que se foram criando
passaram a servir-se do aoristo sigmático.11
11 Ao lado desse aoristo em -s-n > -sa, a língua criou um outro, tomando de em-
préstimo o -k-, marca do perfeito ativo, mas só para os verbos de raiz-tema
monossilábicos: yh-, dv-,sth-, ². Esses temas deveriam flexionar-se como ¦-
gnv-n, mas esse -k- só é usado no singular, com o tema longo; e se mantém
talvez pelo fato de o tema ser monossilábico, e as desinências de uma só letra (n, w,
t). No plural, com as desinências silábicas, não há mais necessidade do k/ka.
12 As desinências (ptÅseiw) pessoais são as expressões das relações das pessoas com
o verbo; são bem características e intransferíveis.
Ativas:
Singular la mi/v13 n/a
2a si -w/sya tema/yi/w
3a ti (t) tv
Plural la men/mew men
2a te te te
3a nti nt ntvn
Dual 2a ton thn ton
3a ton thn tvn/
tvsan
Médias*:
Singular 1a mai mhn
2a sai so so
3a tai to syv
Plural 1a meya/mesya meya/mesya
2a sye sye sye
3a ntai nto syvn
Dual 1a meyon meyon
2a syon syon
3a syhn syhn syvn/
syvsan
* A voz passiva não tem desinências próprias; por isso se serve das desinências mé-
dias. Então há formas médio-passivas, não uma voz médio-passiva.
13 Faremos a demostração da evolução fonética na medida em que apresentarmos os
quadros de flexão.
4. Vogal de ligação
a) No sistema do infectum (inacabado) uma vogal de ligação se faz
presente nos verbos de 1 a pessoa em -v, porque são temas em
consoante ou semivogal.
Mas, nos verbos derivados de nomes com tema vocálico, como
tima-j-v, dhlo-j-v, e nos derivados com o sufixo -ej, como fil-
ej-v, o -j- em posição intervocálica sofre síncope, tornando vocáli-
cos os temas: tima-, dhlo-, file-.
O encontro dessa vogal temática com a vogal de ligação produz
um hiato, que o dialeto ático reduz numa contração.
As gramáticas dão o nome de contratos a esses verbos. Não é
bem assim. Eles têm formas contratas só no sistema do infectum, exata-
mente por causa da presença da vogal de ligação, que, depois da sín-
cope do -j-, faz hiato com a vogal temática. Essa vogal de ligação é:
e antes de todas as consoantes orais;
o antes das consoantes nasais m/n.
f¡r-o-men nós portamos
f¡r-e-te vós portais/portai vós
timj-o-men > tim-o-men > timÇmen nós honramos
timj-e-te > tim-e-te > timte vós honrais/honrai vós
dhlñj-e-te > dhlñ-e-te > dhloète vós revelais/revelai vós
ou breve
tÛ- ye-sai tu és colocado
d¡-do-sai tu és dado
á-sta-sai tu és posto de pé
á-e-sai tu és lançado
mas no imperativo singular médio-passivo há síncope do -s- depois de
vogal temática e contração subseqüente, nos verbos de tema vocálico,
por analogia com os verbos de tema em consoante (p. 339).
b) No aoristo, futuro e perfeito de temas em consoante, o grego
usa a vogal de ligação: -h-
may-®-s-o-mai eu entenderei, eu aprenderei
me-my-h-ka eu entendi, eu aprendi
Nesses casos não há síncope do -s- intervocálico; mas no futuro
em -es- dos temas em soante, o -s- encontrando-se depois de vogal
de ligação breve sofre síncope:
stel-¡s-o-men > stel¡omen > steloèmen - enviaremos
O -s- intervocálico depois da vogal de ligação longa, marca do sub-
juntivo, também sofre síncope nos verbos de tema em consoante,
soante e semivogal:
læ-h-sai > læhai > læhi / læú - tu és desligado
17 Nos encontros vocálicos que resultam em contração, sempre que houver uma vo-
gal de timbre -o-, o timbre -o- prevalece, mesmo que a outra vogal de outro tim-
bre seja longa; o resultado nesse caso é -v.
18 No dialeto ático, na seqüência de duas vogais longas, a longa anterior se abrevia.
O OPTATIVO tem como característica essencial o -i- / -ie /ih 20, que se
acrescenta ao tema do aspecto correspondente:
No sistema do infectum (inacabado), no perfectum (acabado) ativo
e nas formas do futuro (ativo, médio ou passivo) e no aoristo de raiz-
tema ele vem acompanhado de uma vogal de ligação permanente: o-i:
ativo médio passivo
infectum læ-oi-mi lu-oÛ-mhn
futuro læs-oi-mi lus-oÛ-mhn luyhs-oÛ-mhn
perfeito lelæk-oi-mi.
aoristo de raiz-tema àd-oi-mi Þd-oÛ-mhn
Ver quadros de flexão: infectum, p. 341-69; futuro, p. 459; perfei-
to, p. 509; aoristo, p. 426.
Voz ativa:
1. Uso da vogal de ligação:
Infectum: o próprio tema com vocal de ligação (de apoio) nos verbos
de tema em consoante ou semivogal (verbos em -v):
læ-e desliga
f¡r-e porta, carrega
Nos aoristos de temas-raiz em consoante dá-se o mesmo:
Þd-¡ vê
lab-¡ pega
Nesses casos há o deslocamento da tônica para a posição de oxítona.
Nos verbos denominativos em -j- a vogal temática, depois da sínco-
pe do -j-, se contrai com essa vogal de ligação:
tÛmaj-e > tÛma-e > tÛma honra
poÛej-e > poÛe-e > poÛei faz
d®loj-e > d®lo-e > d®lou revela
horizontal; os dois não têm desinência porque basta o tema. Depois, por analogia,
a língua desenvolveu os outros imperativos.
2. O sufixo -yi:
Mas com os verbos eämi - eu vou, eÞmi - eu sou, fhmi - eu falo e
nos aoristos de raiz de tema em vogal longa ¦gnvn - eu tomei conhe-
cimento, ¦bhn - eu andei, p-¡dran - eu saí correndo, ¦dun - eu
imergi, ¤xrhn - eu me alegrei, usa-se o antigo sufixo locativo -yi:
à-yi vai (latim: i) gnÇ-yi conhece (toma conhecimento)
às-yi sê dè-yi mergulha, veste-te
f-yi fala pñ-dra-yi afasta-te
b°-yi anda xrh-yi alegra-te
Esse sufixo -yi, por analogia, forma também o imperativo singular
dos aoristos passivos em -h-, -yh / syh:
¤-læ-yh-n eu fui (sou) desligado læ-yh-yi > læyhti sê desligado
¤-stl-h-n eu fui (sou) enviado stlh-yi sê enviado
3. Os aoristos sigmáticos:
No aoristo sigmático ativo usa-se a desinência de 2a pessoa -so,
com -n eufônico.
¦-lu-sa > imper. lè-so-n desliga
¦stel-sa > imper. st¡l-so-n > steÝl-on envia
Voz média:
a) desinência -so de 2a pessoa, secundária, no infectum e no perfectum23;
Infectum (inacabado)
I. Presente
VOZ ATIVA:
Indicativo
Notas:
S. læ-v f¡r-v
læ-e-si > læei > læeiw f¡r-e-si > f¡rei > f¡reiw
læ-e-ti > læ-e-si > læei f¡r-e-ti > f¡r-e-si > f¡rei
P. læ-o-men f¡r-o-men
læ-e-te f¡r-e-te
læ-o-nti > læonsi > læousi f¡r-o-nti > f¡ronsi > f¡rousi
D. læ-e-ton f¡r-e-ton
læ-e-ton f¡r-e-ton
25 Porque, dos verbos que têm a 1 a pessoa do presente do indicativo em -v, mais de
90% são de tema em consoante; os outros, ou são de tema em semivogal u- / i-,
ou são de tema em W- vocalizado em u- ou em j-, resultando em várias conbinações
fonéticas (ver formação dos temas do infectum, p. 412. Os que recebem o sufixo
nu / nnu têm um tema alternativo em u- e têm a 1a pessoa -æv.
Convém notar, porém, que todos esses verbos com infixo nh/nu
têm uma forma alternativa em -v: deÛknumi / deiknæv, zÅnnumi /
zvnæv, dmnhmi / dmnv, p¡rnhmi / p¡rnv. e é assim que flexionam
todas as formas do infectum fora do indicativo ativo. Mas, na 3a pessoa do
plural, como o -u-é temático e dispensa vogal de ligação, na desinência -
nti, o -n- vogaliza-se antes do -t-, e temos a desinência -nti > ati >
asi.
Subjuntivo
Notas:
Notas:
1. O subjuntivo tem duas características: vogal de ligação longa e desi-
nências primárias por ser eventual nos três temas.
2. No verbo læv, isto é, nos verbos de tema em consoante ou semivo-
gal (soante), essa vogal longa coincide com o alongamento da vogal de
ligação ou a substitui;
nos outros, a vogal longa v, h, h, v, h, v, característica do subjun-
tivo, se junta à vogal breve do tema e a absorve (contração), prevale-
cendo sempre o timbre: o.
ti-y®-v > ti-y¡-v > tiyÇ
di-dÅ-v > didñ-v > didÇ
3. A acentuação está dentro dos hábitos fonéticos da língua: sempre que
uma vogal acentuada entra na contração leva consigo a tonicidade; e o
acento da forma final, tônica, é circunflexo (perispômeno).
4. O subjuntivo grego se traduz em português quer pelo presente do sub-
juntivo quer pelo futuro do subjuntivo. Mas, na repetição de presente,
quando eventual, sempre que, se, o português usa o indicativo, o
grego não. Sempre o subjuntivo. (ver no capítulo do subjuntivo)
Optativo
Notas:
1. Há um falso ditongo na seqüência da vogal breve do tema desses ver-
bos e a característica -i- longa do optativo; isso explica a posição da
tônica.
No singular o -i- longo se abrevia diante de outra longa.
A variante longa no plural é menos usada do que a curta.
Lei do menor esforço.
2. A característica do optativo é i / ie-ih.
3. O optativo tem sempre desinências secundárias, por ser o modo do
possível e da atenuação da afirmação.
4. Nos verbos em -v, por serem de tema em consoante ou semivogal
(soante), há uma vogal de ligação fixa -o- no infectum (pres.), futuro e
perfeito ativo -oi-.
Imperativo
- lèe - læete - desliga, vai desligando, começa a desligar (tu); desligai,
começai a desligar, ide desligando (vós);
- lu¡tv - luñntvn: desligue , vá desligando, comece a desligar (ele);
desliguem, vão desligando, comecem a desligar (eles).
Não há idéia de tempo nessas expressões; apenas aspecto e modo.
S.
lè-e tÛ-ye-e > ei dÛ-do-e > ou á-sta-e > h á-e-e > ei
lu-¡-tv ti-y¡-tv di-dñ-tv ß-st-tv ß-¡-tv
P.
læ-e-te tÛ-ye-te dÛ-do-te á-sta-te á-e-te
lu-ñ-ntvn ti-y¡-ntvn di-dñ-ntvn ß-st-ntvn ß-¡-ntvn
lu-¡-tvsan29 ti-y¡-tvsan di-dñ-tvsan ß-st-tvsan ß-¡-tvsan
D. læ-e-ton tÛ-ye-ton dÛ-do-ton á-sta-ton á-e-ton
lu-¡-tvn ti-y¡-tvn di-dñ-tvn ß-st-tvn ß-¡-tvn
ntvn.
Notas:
1. Não há uma desinência específica do imperativo singular; é o próprio
tema do verbo; esse -e é vogal de apoio para os verbos de tema em
consoante, soante e semivogal, nos outros verbos, é usado por analogia.
2. As outras desinências são próprias do imperativo; são fixas e serão en-
contradas na voz ativa de temas dos outros aspectos. Mas mantêm a
caracterização fonética das pessoas gramaticais:
-t- 3a pessoa do singular
-nt- 3a pessoa do plural
-te- 2a pessoa do plural
Particípio
Notas:
1. A característica do particípio ativo é -nt no grego e -nt- no latim e
línguas latinas.
2. O nom. sing. masc. se faz com a desinência -w, e o encontro desse -w
com o -nt- do tema tem tratamentos diferentes:
a) - Com vocalismo o :
T.: lu-o-nt- > læont-w > læ0n-w > læon> lævn
alongamento compensatório o > v antes de -n, sobre o modelo de l¡vn
- l¡ontow - l¡ousi, ou, mais provavelmente, para evitar um tritongo
nos temas verbais em u e i.
30 Os gramáticos não explicam esta diferença. Cremos que é por causa da tonicidade
do -o- em didñnt- e ôdñnt-. Mas há registro de didÅn, embora didoæw seja a
forma mais empregada.
Infinitivo
læ-ein - estar desligando, estar começando a desligar, estar no processo
de desligar.
Não há idéia de tempo nessas expressões; apenas aspecto e modo.
Infinitivos: læ-ein ti-y¡-nai di-dñ-nai ß-st-nai ß-¡-nai
Há duas desinências do infinitivo ativo:
- en /-een (-hn) e -nai
- lu-e-en > læeen > læein
- tiy¡-nai, - didñ-nai, - ßst-nai, - ß¡-nai
II. Passado:
Imperfeito
¦-lu-o-n: eu desligava, eu estava desligando
O ¤- que se antepõe ao tema chama-se aumento: é a marca do passado.
Só se usa no indicativo.
O passado usa desinências secundárias.
Não há outros modos no passado; só o indicativo.
Notas:
1. Como no presente, os verbos em -mi, no singular do imperfeito ativo,
têm vogal temática longa e no plural, breve.
O aumento
O imperfeito (passado do presente, infectum) recebe, no indicati-
vo, a marca do passado.
Aliás é só pelo indicativo que o grego exprime o passado. Não há
outros modos no passado.
O grego só tem um passado para cada aspecto:
o do infectum, inacabado: imperfeito
o do aoristo: aoristo narrativo
o do perfectum, acabado: mais-que-perfeito
O aumento é um ¤-, que seria um antigo advérbio de tempo, ante-
posto ao tema do verbo e pode ser silábico ou temporal.
É silábico quando, anteposto ao tema verbal iniciado por consoan-
te, faz sílaba independente monovocálica:
¦-graf-o-n eu escrevia;
e é temporal quando, anteposto ao tema verbal iniciado por vogal breve,
provoca um hiato e a conseqüente contração:
¤-¡lpiz-o- n > ±lpizon eu esperava
¤-¡x-o-n > eäxon eu tinha
¤-g-o-n > ·gon eu conduzia
¤-orgiz-ñ-mhn > Èrgizñmhn eu me irritava
31 É que esses três verbos alternam a vogal temática longa/breve no mesmo timbre:
h/e, v/o; mas ásthmi alterna com ástami.
Aumentos temporais
Como se vê, contrações em posição inicial diferem um pouco das
em posição interna no encontro de ¤ - + -e e ¤- + -o;
Enquanto em posição média, interna, resultam respectivamente em
ditongo -ei- e -ou-, em posição inicial resultam em ±- e È-.
Alguns exemplos de aumentos temporais:
a)
gv eu conduzo ¦-agon > ·gon
dv eu canto ¦-&don > Âdon
aÞt¡v > aÞtÇ eu exijo ¤-aÛteon > ¾toun
aÞsynomai eu sinto ¤-aisyñmhn > ¼syñmhn
¤lpÛzv eu espero ¤-¡lpizon > ³lpizon
eÞkzv eu imagino ¤-eÛkazon > ¾kazon
ôrgÛzomai, eu me exalto ¤-orgizñmhn > Èrgizñmhn
oÞk¡v > oÞkÇ eu habito ¤-oÛkeon > Õkoun
oämai eu penso, eu acho ¤-oÛmhn > Õmhn
ßketeæv eu suplico ¤-ik¡teuon > ßk¡teuon
êbrÛzv eu ofendo ¤-æbrizon > ìbrizon
Èfel¡v > ÈfelÇ eu ajudo ¤-vf¡loun > Èf¡loun
´kv eu venho ¤-°kon > ¸kon
aéjnv eu aumento ¤-aæjanon > hëjanon
eêrÛskv eu acho ¤-eæriskon > hìriskon
oétzv, eu machuco ¤-oætazon > oëtazon
32 O aumento não é flexão; não se relaciona com a pessoa gramatical como as desi-
nências pessoais: é um acréscimo, um apêndice; é externo ao tema. Não é um
morfema. Isto mostra que o tempo não está na forma verbal.
Indicativo presente
læ-o-mai Voz média: eu estou desligando, desligo para mim.
Voz passiva: estou sendo desligado, sou desligado.
Subjuntivo
læ-v-mai - Voz média - vou desligar para mim? (deliberativo); des-
ligue para mim! (exortativo); caso eu desligue para mim, se eu desligar para
mim (¤n) (eventual).
Voz passiva - vou ser desligado? (deliberativo); sejamos desligados!
(exortativo), caso eu seja desligado, se eu for desligado (eventual - ¤n/n/
µn).
A tradução do subjuntivo grego em português se faz quer pelo pre-
sente do subjuntivo quer pelo futuro do subjuntivo.33
Não há idéia de tempo nessas expressões; apenas aspecto e modo.
Notas:
1. O -s- da 2a pessoa do singular, -sai, está em posição desinencial em
todos os verbos acima (vogal longa, característica do subj. e desinên-
cias pessoais); por isso ele sofre síncope em todos, o que, no ático,
resulta em hiato e posterior contração.
læ-h-sai > læhai > læhi > læú / læhi
ti-y¡-h-sai > tiy°sai > tiy°ai > tiy°i > tiy» / tiy°i
di-d ñ-h-sai > didÇsai > didÇai > didÇi > didÒ / didÇi
ß-st-h-sai > ßst°sai > ßst°ai > ßst°i > ßst» / ßst°i
ß-¡-h-sai > ß°sai > ß°ai > ß°i > ß» / ß°i
2. Novamente, nos verbos em -mi, as formas do subjuntivo são contratas,
porque a vogal longa do subjuntivo se acrescenta à vogal breve do tema.
Ver quadro demostrativo de flexão a seguir.
T. tÛyh- / tiye-
T. didv-/dido-
S. didñ-v-mai > didÇmai
didñ-h-sai > didÇsai > didÇai > didÇi / didÒ
didñ-h-tai > didÇtai
P. dido-Å-meya > didñmeya
didñ-h-sye > didÇsye
didñ-v-ntai > didÇntai
D. dido-Å-meyon > didÅmeyon
didñ-h-syon > didÇsyon
T. ßsth- / ßsta-
S. ßst-v-mai > ßstÇmai
ßst-h-sai > ßst°sai > ßst°ai > ßst°i / ßst»
ßst-h-tai > ßst°tai
P. ßsta-Å-meya > ßstÅmeya
ßst-h-sye > ßst°sye
ßst-v-ntai > ßstÇntai
D. ßsta-Å-meyon > ßstÅmeyon
ßst-h-syon > ßst°syon
T. ßh- / ße-
S. ß¡-v-mai > ßÇmai
ß¡-h-sai > ß°sai > ß°ai > ß°i / ß»
ß¡-h-tai > ß°tai
P. ße-Å-meya > ßÅmeya
ß¡-h-sye > ß°sye
ß¡-v-ntai > ßÇntai
D. ße-Å-meyon > ßÅmeyon
ß¡-h-syon > ß°syon
Optativo
lu-oÛ-mhn - Voz média - eu poderia estar desligando para mim, eu
desligaria para mim (n) (possível, afirmação atenuada), eÞ/eàye (oxalá,
possível, desejo, voto) eu pudesse estar desligando para mim, ah! se eu pu-
desse desligar para mim.
Voz passiva - se eu pudesse, eu poderia ser desligado!- eÞ, eàye (possí-
vel, desejo, voto) se eu pudesse, eu poderia estar sendo desligado.
A tradução do optativo grego em português se faz quer pelo im-
perfeito do subjuntivo na condicionante (prótase), quer pelo condicional
simples na condicionada (apódose).
O mesmo acontece nas orações independentes: imperfeito do sub-
juntivo ou condicional. Também pelas locuções com o verbo poder, como
está nas traduções acima 34.
Não há idéia de tempo nessas expressões; apenas aspecto e modo.
Notas:
1. O -s- em posição desinencial intervocálica na 2a pessoa do singular de
todos os verbos sofre síncope e põe em contato duas vogais e uma
semivogal, o que resulta em tritongo, dispensando a contração.
læoiso > læoio tiyeÝso > tiyeÝo, didoÝso > didoÝo
ßstaÝso > ßstaÝo, ßeÝso > ßeÝo
Imperativo
læ-e-so > læeo > læou - læ-e-sye -
Voz média: desliga para ti/começa a desligar para ti - desligai para
vós, começai a desligar para vós; ele/eles desligue(m) para si/ comece(m) a des-
ligar para si.
Voz passiva: tu sê desligado / começa a ser desligado; vós sede desliga-
dos / começai a ser desligados; ele/eles seja(m) desligado(s) / comece(m) a ser
desligados.
Não há idéia de tempo nessas expressões; apenas aspecto e modo.
S.
læ-e-so > ou tÛ-ye-so > ou dÛ-do-so > ou á-sta-so > v á-e-so > ou
lu-¡-syv ti-y¡-syv di-dñ-syv ß-st-syv ß-¡-syv
P.
læ-e-sye tÛ-ye-sye dÛ-do-sye á-sta-sye á-e-sye
lu-¡-syvn / ti-y¡-syvn / di-dñ-syvn / ß-st-syvn / ß-¡-syvn /
lu-¡-stvsan35 ti-y¡-stvsan di-dñ-stvsan ß-st-stvsan ß-¡-stvsan
35 Como na voz ativa, há uma variante de 3a pessoa do plural, mas é usada com me-
nos freqüência; é um pouco rebuscada.
Notas:
1. Nas formas da 2a pessoa do singular apenas a dos verbos de tema em
consoante, soante e semivogal sofrem contração regular depois da sín-
cope do -s- intervocálico, entre vogal de ligação e vogal desinencial; a
contração nos outros verbos - de tema em vogal - aconteceu por ana-
logia, porque o -s- intervocálico entre vogal temática e desinencial
em geral não sofre síncope; por isso é muito comum encontrarem-se
as formas não contratas.
2. Notar a presença coerente das desinências pessoais também no imperativo:
2a pessoa do singular: -so
a
2 pessoa do plural: -tye > sye
3a pessoa do singular: -tyv > -syv
a
3 pessoa do plural: -ntyvn > -tyvn > -syvn
Particípio
lu-ñ-menow:
Voz média: estou desligando para mim (médio).
Voz passiva: estou sendo desligado, sou desligado.
Sempre simultâneo ao ato expresso pelo verbo da oração principal.
Não há idéia de tempo nessas expressões, apenas aspecto.
A simultaneidade não significa tempo próprio, mas relativo; isto é, o
enquadramento do ato verbal.
Notas:
1. O tema do particípio médio ou passivo é -meno/menh/meno para to-
dos os aspectos, exceto para o aoristo passivo.
2. Nos verbos de temas em consoante ou soante (semivogal) há vogal de
ligação, nos outros não, por desnecessária.
Infinitivo
læ-e-syai:
Voz média: desligar para si, estar desligando para si.
Voz passiva: estar sendo desligado, ser desligado.
Não há idéia de tempo nessas expressões, apenas aspecto.
læ-e-syai tÛ-ye-syai dÛ-do-syai á-sta-syai áe-syai
Notas:
1. A desinência do infinitivo médio ou passivo é -syai para todos os
verbos, em todos os aspectos, exceto para o aoristo passivo.
2. Nos verbos de temas em consoante ou soante (semivogal) há vogal de
ligação, nos outros não, por desnecessária.
Imperfeito
¤-lu-ñ-mhn:
Voz média: eu desligava, estava desligando para mim.
Voz passiva: eu era desligado, eu estava sendo desligado.
Notas:
1. Observar novamente que o -s- sofre síncope apenas depois de vogal de
ligação na 2a pessoa do singular de læv:
¤-læ-e-so > ¤læeo > ¤læou
No caso de á-sta-so > á-sta-o > ástv é por analogia com o aoristo
sigmático, ¤læsaso > ¤læsao > ¤læsv, que se faz a contração.
Os verbos:
kaWv > kaæv/kv / kaWjv > kaÛv - eu queimo
klaWv > klv /klaWjv > klaÛv - eu choro
por causa da síncope do W intervocálico no infectum, só fazem as contra-
ções das vogais do mesmo timbre; nos temas dos outros aspectos (aoristo.
futuro e perfectum) vocalizam o W antes da consoante:
kaÛv /kaæv kaæsv ¦kausa k¡kauka
klaÛv /klaæv klaæsomai ¦klausa k¡klauka
O mesmo acontece com todos os verbos em -eW-; constroem-se o
aoristo (futuro) e perfeito sobre o tema com o W vocalizado
pl¡v pleæsv ¦pleusa p¡pleuka
Podemos incluir aqui também os verbos denominativos formados
com o sufixo eW / W sobre temas consonânticos:
õdñw õdeWv > õdeæv eu caminho
paid paideWv > paideæv eu educo
37 Na verdade, não são verbos de tema em vogal, mas verbos de tema em soante
(semivogal -j-). Nas formas-base apresentadas já houve a síncope do -j-; é a forma
final. Um quadro demostrativo completo será apresentado a seguir. Ele é instruti-
vo, porque se o lermos com atenção, veremos que cada forma tem um comporta-
mento individual, dentro das normas fonéticas do jônico e do ático.
VOZ ATIVA:
Indicativo presente
eu venço eu revelo eu amo
S. nik-v > nikÇ dhlñ-v > dhlÇ fil¡-v > filÇ
nik-eiw > nikw / nikiw dhlñ-eiw > dhloÝw fil¡-eiw > fileÝw
nik-ei > nik / niki dhlñ-ei > dhloÝ fil¡-ei > fileÝ
P. nik-o-men > nikÇmen dhlñ-o-men > dhloèmen fil¡-o-men > filoèmen
nik-e-te > nikte dhlñ-e-te > dhloète fil¡-e-te > fileÝte
nik-ousi > nikÇsi dhlñ-ousi > dhloèsi fil¡-ousi > filoèsi
D. nik-e-ton > nikton dhlñ-e-ton > dhloèton fil¡-e-ton > fileÝton
nik-e-ton > nikton dhlñ-e-ton > dhloèton fil¡-e-ton > fileÝton
Subjuntivo
vença/vencer revele/revelar ame/amar
S. nik-v > nikÇ dhlñ-v > dhlÇ fil¡-v > filÇ
nik-úw > nikw dhlñ-úw>dhloÝw / dhlÒw fil¡-úw > fil»w
nik-ú > nik dhlñ-ú > dhloÝ / dhlÒ fil¡-ú > fil»
P. nik-v-men > nikÇmen dhlñ-v-men > dhlÇmen fil¡-v-men > filÇmen
nik-h-te > nikte dhlñ-h-te > dhlÇte fil¡-h-te > fil°te
nik-v-si > nikÇsi dhlñ-v-si > dhlÇsi fil¡-v-si > filÇsi
D. nik-h-ton > nikton dhlñ-h-ton > dhlÇton fil¡-h-ton > fil°ton
nik-h-ton > nikton dhlñ-h-ton > dhlÇton fil¡-h-ton > fil°ton
Optativo
venceria/vencesse revelaria/revelasse amaria/amasse*
S. nika-oÛh-n > nikÐhn dhlo-oÛh-n > dhloÛhn/dhloÝmi file-oÛh-n > filoÛhn
nika-oÛh-w > nikÐhw dhlo-oÛh-n > dhloÛhw/dhloÝw file-oÛh-w > filoÛhw
nika-oÛh > nikÐh** dhlo-oÛh > dhloÛh/dhloÝ** file-oÛh > fileoÛh**
Imperativo
vence/vencei revela/revelai ama/amai *
S.
nÛka-e > nÛka d®lo-e > d®lou fÛle-e > fÛlei
nika-¡-tv > niktv dhlo-¡-tv > dhloætv file-¡-tv > fileÛtv
P.
nik-e-te > nikte dhlñ-e-te > dhloète fil¡-e-te > fileÝte
nika-ñ-ntvn dhlo-ñ-ntvn file-ñ-ntvn
> nikÅntvn > dhloæntvn > filoæntvn
* Imperativo de 3a pessoa:
ele vença, revele, ame
eles vençam, revelem, amem
Particípio
vencendo, que vence revelando, que revela amando, que ama
tema nik-o-nt- dhlñ-o-nt- fil¡-o-nt-
Masc. nik-vn > nikÇn dhlñ-vn > dhlÇn fil¡-vn > filÇn
Fem. nik-ousa > nikÇsa dhlñ-ousa > dhloèsa fil¡-ousa > filoèsa
Neut. nik-on > nikÇn dhlñ-on > dhloèn fil¡-on > filoèn
Infinitivo
vencer, estar vencendo revelar, estar revelando amar, estar amando
niken > nikn dhloæen > dhloèn fil¡en > fileÝn
Indicativo imperfeito
vencia, estava vencendo revelava, estava revelando amava, estava amando
S. ¤-nÛka-o-n > ¤nÛkvn ¤-d®lo-o-n > ¤d®loun ¤-fÛle-o-n > ¤fÛloun
¤-nÛka-e-w > ¤nÛkaw ¤-d®lo-e-w > ¤d®louw ¤-fÛle-e-w > ¤fÛleiw
¤-nÛka-e > ¤nÛka ¤-d®lo-e > ¤d®lou ¤-fÛl-e > ¤fÛlei
Indicativo
Voz média: venço, revelo, amo para mim/estou vencendo, revelando,
amando para mim.
Voz passiva: sou/estou sendo vencido, revelado, amado.
Subjuntivo
Voz média: vença, revele, ame, esteja vencendo, revelando, amando
para mim.
Voz passiva: seja/esteja sendo vencido, revelado, amado.
Optativo
Voz média: venceria/vencesse, revelaria/revelasse, amaria/amasse esta-
ria/estivesse vencendo, revelando, amando para mim.
Voz passiva: seria/fosse vencido, revelado, amado; poderia/pudesse ser
(estar sendo) vencido, revelado, amado.
Imperativo
Voz média: vence, revela, ama para ti - vencei, revelai, amai para vós
- vença, revele, ame (ele)/(eles) - vençam, revelem, amem
para si.
Voz passiva: sê/sede vencido(s), revelado(s), amado(s).
S.
nik-e-so > nikÇ dhlñ-e-so > dhloè fil¡-e-so > filoè
nika-¡-syv > niksyv dhlo-¡-syv > dhloæsyv file-¡-syv > fileÛsyv
P.
nik-e-sye > niksye dhlñ-e-sye > dhloèsye fil¡-e-sye > fileÝsye
nika-¡-syvn > niksyvn dhlo-¡-syvn > dhloæsyvn file-¡-syvn > fileÛsyvn
Particípio
Voz média: vencendo, revelando, amando para si/que vence, revela,
ama para si.
Voz passiva: sendo vencido, revelado, amado/que é (está sendo) venci-
do, revelado, amado.
Infinitivo
Voz média: vencer, revelar, amar/estar vencendo, revelando, amando
para si.
Voz passiva: estar sendo/ser: vencido, revelado, amado.
nik-e-syai > niksyai dhlñ-e-syai > dhloèsyai fil¡-e-syai > fileÝsyai
Imperfeito
Voz média: estava vencendo, revelando, amando/vencia, revelava, ama-
va para si.
Voz passiva: era / estava sendo vencido, revelado, amado.
Indicativo
Voz média: eu me sirvo, eu uso para mim.
Subjuntivo
Voz média: eu me sirva, (se) eu me servir.
Optativo
Voz média: eu me serviria, eu me servisse, poderia/pudesse servir-me.
Imperativo
Voz média: serve-te, sirva-se, servi-vos, sirvam-se.
Indicativo Subjuntivo Optativo Imperativo
S. xrÇmai xrÇmai xrvÛmhn/xrÐmhn
xr°i / xr» xr°i/xr» xrÅio/xrÒo xrÇ
xr°tai xr°tai xrÅito/xrÒto xr®syv
P. xrÅmeya xrÅmeya xrvÛmeya/xrÐmeya
xr°sye xr°sye xrÅisye/xrÒsye xr°sye
xrÇntai xrÇntai xrÅinto/xrÒnto xr®syvn
D. xr°syon xr°syon xrvÛsyhn/xrÐsyhn xr°syon
xr°syon xr°syon xrvÛsyhn/xrÐsyhn xr®syvn
Particípio
Voz média: que se serve, que usa.
Tema masc. fem. neut.
xrañmeno- xrÅmenow xrvm¡nh xrÅmenon
Infinitivo
Voz média: servir-se, usar.
xr°syai
Imperfeito
Voz média: servia-se, usava.
S. ¤xrÅmhn P. ¤xrÅmeya D.
¤xrÇ ¤xr°sye ¤xr°syon
¤xr°to ¤xrÇnto ¤xr®syhn
Tema: nika-j-
Subjuntivo ativo
Optativo ativo
Imperativo ativo
Particípio ativo
Infinitivo ativo
Imperfeito ativo
Subjuntivo ativo
Optativo ativo
Imperativo ativo
Particípio ativo
Infinitivo ativo
Imperfeito ativo
Subjuntivo médio
Optativo médio
Imperativo médio
Particípio médio
Infinitivo médio
Imperfeito médio
Tema: dhlo-j-
Subjuntivo ativo
Optativo ativo
Imperativo ativo
Particípio ativo
Infinitivo ativo
Imperfeito ativo
Tema: file-j-
Subjuntivo ativo
Optativo ativo
Imperativo ativo
Particípio ativo
Infinitivo ativo
Imperfeito ativo
VOZ ATIVA
Infectum:
S. ¤-deik-næ-mhn* P. ¤-deik-næ-meya D.
¤-deÛk-nu-so ¥-deÛk-nu-sye ¤-deÛk-nu-syon
¤-deÛk-nu-to ¤-deÛk-nu-nto ¤-deik-næ-syhn
* O sufixo -nu- dispensa vogal de ligação diante das desinências consonânticas.
AORISTO ATIVO
Indicativo Subjuntivo Optativo Imperativo
mostro/mostrei mostre/se mostrar mostraria/ mostrasse** mostra, mostrai***
S. ¦-deija deÛj-v deÛja-i-mi
¦-deija-w deÛj-ú-w deÛja-i-w (seiaw) deÝj-son
¦-deij-e deÛj-ú deÛja-i (seien) deij-tv
AORISTO MÉDIO
Infinitivo:
deÛja-syai mostrar para si
FUTURO ATIVO
Tema: deik-s
Indicativo Optativo
mostrarei* poderia/pudesse haver de mostrar
S. deÛjv deÛj-oi-mi
deÛj-eiw deÛj-oi-w
deÛj-ei deÛj-oi
P. deÛj-o-men deÛj-oi-men
deÛj-e-te deÛj-oi-te
deÛj-ousi deÛj-oi-en
D. deÛj-e-ton deÛj-oÛ-thn
deÛj-e-ton deÛj-oÛ-thn
* Também: hei de mostrar
FUTURO MÉDIO
Indicativo Optativo
mostrarei / hei de mostrar para mim poderia / pudesse haver de mostrar para mim
S. deÛjo-mai deij-oÛ-mhn
deÛj-e-sai> ú deij-oi-so > soio
deÛj-e-tai deÛj-oi-to
P. deij-ñ-meya deij-oÛ-meya
deÛj-e-sye deÛj-oi-sye
deÛj-o-ntai deÛj-oi-nto
D. deÛj-e-syon deÛj-oi-syon
deÛj-e-syon deij-oÛ-syhn
Infinitivo:
deÛj-e-syai haver de mostrar para si
AORISTO PASSIVO
Indicativo Subjuntivo Optativo Imperativo
fui/sou mostrado seja/for mostrado seria/fosse mostrado* sê/sede mostrado**
S ¤-deÛx-yh-n deix-yÇ**** deix-ye-Ûh-n
¤-deÛx-yh-w deix-y»-w/-y°iw deix-ye-Ûh-w deÛx-yh-ti
¤-deÛx-yh deix-y»/-y°i deix-ye-Ûh deix-y®-tv
Infinitivo:
FUTURO PASSIVO
Indicativo Optativo
serei mostrado pudesse/poderia haver de ser mostrado
S deix-y®-s-o-mai deix-yh-s-oÛ-mhn
deix-y®-s-e-sai > sú/-ei deix-y®-s-oi-so> soio
deix-y®-s-e-tai deix-y®-s-oi-to
P deix-yh-s-ñ-meya deix-yh-s-oÛ-meya
deix-y®-s-e-sye deix-y®-s-oi-sye
deix-y®-s-o-ntai deix-y®-s-oi-nto
D deix-y®-s-e-syon deix-yh-s-0Û-syhn
deix-y®-s-e-syon deix-yh-s-oÛ-syhn
Infinitivo:
Presente
Particípio: indo
Infinitivo: ir Þ-¡-nai
Adjetivo verbal:
í-vel/que pode ir Þ-tñw,®,ñn
que deve ir Þ-t¡ow,a,on / Þ-tht¡on
Presente
Nota:
Excetuando-se a 2a pessoa do singular, todas as outras formas (dis-
silábicas) do indicativo são enclíticas. (Os enclíticos dissilábicos, quan-
do acentuados, são oxítonos.)
S. ¦-fh-n P. ¦-fa-men D.
¦-fh-sya / ¦-fh-w ¦-fa-te ¦-fa-ton
¦-fh ¦-fa-san ¤-f-thn
Notas:
1. O aoristo e o futuro são pouco usados, mas constroem-se normalmente
sobre o tema fh-s-.
2. Nos diálogos, essa forma significa disse eu / disse ele - dizia eu / dizia
ele; não que ela possa ser traduzida indiferentemente pelo aoristo ou
imperfeito, mas, certamente, porque ¦fh / ¦fhn tanto podem ser
flexão de um aoristo de raiz-tema, como ¦-bh-n/ ¦-gnv-n, quanto a
flexão do imperfeito sobre o tema sem redobro do infectum fh-.
3. oë fhmi quer dizer não, digo, isto é, digo não, nego.
±-mi - eu digo - T. ± / ¤
Só se usa em discurso indireto, em narrativas, para intercalação de
opinião: digo eu: - ±mÛ,
disse / dizia eu: - ·n d¤gÅ
disse / dizia ele: - · d÷w
Verbo Ser
O próprio futuro, que é uma forma de aoristo, foi criado por ana-
logia, acrescentando-se a característica -s- do aoristo/futuro ao tema es-
do verbo; é que o futuro é um antigo desiderativo, um modo e não um
tempo, com sentido eventual e por isso não leva consigo o aspecto
durativo.
Tema: es- / s
Indicativo Subjuntivo Optativo Imperativo
sou seja seria/fosse* sê/sede**
S. ¤s-mi > eÞ-mi Î e-àh-n
¤s-si > ¤si > eä Âw e-àh-w às-yi (si-s-yi)
¤s-ti > ¤s-ti (n) Â e-àh ¦s-tv
P. ¤s-men > ¤s-men Î-men e-àh-men/e-ä-men
¤s-te > ¤s-te ·-te e-àh-te/e-ä-te ¦s-te
¤s-nti > eÞ-si(n) Î-si(n) e-àh-san/e-ä-e-n ö-ntvn/¦stvsan
D. ¤s-tñn ·-ton e-àh-ton/eä-ton ¦s-ton
¤s-tñn ·-ton e-à-thn ¦s-tvn
* Também: poderia/pudesse ser.
** Imperativo de 3a pessoa: ele seja/ eles sejam.
Particípio: sendo/que é
Tema Masc. Fem. Neut.
-o-nt- Ên - önt-ow oïsa-oëshw ön-önt-ow
Homero ¦vn-¤ñnt-ow ¦ousa-¤oæshw ¦on-¤ñntow
Notas:
1. No futuro, houve o emprego da característica -s- do aoristo/futuro,
que se somou ao tema es-s. > ¦ssomai (dialeto homérico e jônico),
havendo posterior simplificação no ático: ¦ssomai > ¦somai.
2. Todas as formas do indicativo presente, com exceção da segunda do sin-
gular são enclíticas; isto é, não têm acento próprio e por isso se apóiam
na anterior (¤n-klÛnv); nesse caso elas podem receber um acento ou
não, dependendo da lei dos três tempos. Contudo, acentuadas ou não,
Subjuntivo Optativo
S. ¦s-v> ¦v > Î ¤s-Ûh-n > eàhn
¦s-h-si > ¦shi > ¦hi > ·iw > ·iw/Âw ¤s-Ûh-w > eàhw
¦s-h-ti > ¦shsi > ¦shi ¦hi ¦hi/Â ¤s-Ûh-(t) > eàh
P. ¦s-v-men > ¦vmen > Îmen ¤s-Ûh-men > eàhmen/¤s-Ý-men > e-ä-men
¦s-h-te > ¦hte > ·te ¤s-Ûh-te > eàhte/¤s-Ý-te > e-ä-te
¦s-v-nti > ¦svnsi > ¦vsi > Îsi ¤s-Ûh-san > eàhsan/¤s-Ý-en > e-ä-e-n
D. ¦s-h-ton > ¦hton > ·-ton ¤s-Ûh-ton > eàhton/¤s-Ý-ton > eä-ton
¦s-h-ton > ¦hton > ·-ton ¤s-Ûh-thn > eàhthn/¤s-Ý-thn > eà-thn
Imperativo
2a S. redobro de pres. em -i- > P. ¦s-te D. ¦s-ton
-si-> sÛ-s-yi > à-s-yi > à-s-yi
3a ¦s-tv ¤s-ñntvn > ¤ñntvn > öntvn ¦s-tvn
¦s-tvsan
Particípio
Tema ¤s-o-nt- > ¤s-o-nt- > önt-
Masc. ontw > Ên
Fem. öntja > öntia > önsia > önsa > oïsa
Neutro ont > ön
Compostos de eänai
Como todos os verbos gregos, também o verbo eänai se compõe
com todas as preposições semanticamente compatíveis. A língua grega tem
uma consciência clara da com-posição, isto é, o significado final é uma
somatória do significado dos dois componentes. Eles são independentes e
têm um significado próprio; por isso, ora estão juntos, ora separados. Os
gramáticos viram nessa separação uma tm°siw (tmese - corte).
Vejamos alguns exemplos:
par ao lado de preimi = eÞmi par estou ao lado de,
estou presente
sun junto, com sæneimi = eÞmi sæn estou junto,
em companhia de
¤n em, dentro de ¦neimi = eÞmi ¤n estou dentro, estou em
pñ de, distante peimi = eÞmi pñ estou distante,
estou ausente
¤k/¤j de dentro de, para fora de ¦jeimi = eÞmi ¤k estou (saí) fora (de
dentro para fora)41
perÛ em volta de, em torno de perÛeimi = eÞmi perÛ estou em volta de,
estou em torno de,
eu cerco, envolvo,
domino
41 Da idéia de dentro para fora é fácil passar-se à idéia de deus ex machina, do
surgimento abrupto; daí o uso constante de ¦jesti com o sentido de é possível, é
permitido com sujeito oracional. Não há nada de estranho nisso e nem é um sig-
nificado especial; é apenas o jogo da metáfora ou da metonímia e pode acontecer
com todos esses compostos; é a passagem do concreto para o abstrato, o figurado.
Esses exemplos são suficientes; basta aplicar o mesmo sistema a todas as pre-
posições semanticamente compatíveis com a idéia do ser, isto é, que não conte-
nham idéia de movimento. Mas a preposição traz ao verbo ser uma relação de
espaço, e neste caso, em português, nós usamos o verbo estar.
Notas:
1. São temas verbais puros e fazem o indicativo do infectum, inacabado,
simplesmente acrescentando a desinência -v à 1a pessoa e às outras,
as desinências primárias comuns, que, por serem consonânticas, têm
necessidade da vogal de ligação.
e) Sufixo nasal -n- + -j-> -ani > ain: vocalização do -j- e posterior
metátese ou síncope do -i-;
tekt-n-j-v > tektaniv > tektaÛnv trabalho com madeira44
poim-n-j-v > poimaniv> poimaÛnv sou pastor
ban-j-v > bniv > baÛnv ando, eu marcho
ônom-n-j-v > ônomaniv > ônomaÛnv nomeio
melan-j-v > melaniv > melaÛnv pretejo, pinto de preto
kten-j-v > kteniv > kteÛnv mato
yen-j-v > yeniv > yeÛnv bato
ten-j-v > teniv > teÛnv estico, estendo
klin-j-v > klÛniv klÛnv deito*
ôtrun-j-v > ôtræniv ôtrænv empurro, aperto*
õlofur-j-v > õlofuriv > õlofærv lamento*
ôdur-j-omai > ôdæriomai ôdæromai choro, eu lamento*
fur-j-v > færiomai færv ponho de molho*
* Quando a vogal temática é -i-/-u-, a metátese é imperceptível foneticamente, por
isso parece uma síncope. Mas há metátese e contração, porque a vogal temática se
torna longa.
45 Como temos insistido, há sempre uma razão semântica para uma alteração
morfológica. Não é por mero acaso que a forma mais reduzida do tema seja o tema
do aoristo (pontualidade); e o infectum, se não é da mesma dimensão do aoristo, é
sempre mais extenso: a extensão da forma coincide com a extensão do significado.
Aoristo
2. Aoristo II
sobretudo o chamado temático (tema em consoante) por causa da
vogal de ligação: e, o.
o aoristo radical, em que a vogal de ligação não aparece, por se tra-
tar de temas de vogais longas.
46 As gramáticas não têm um aoristo I. Elas falam do aoristo sigmático e o apre-
sentam em primeiro lugar, como paradigmático, regular; e ipso facto os outros são
sentidos como não paradigmáticos, irregulares, levando a numeração II, III, IV.
a) Pertencem ao grupo I:
Os aoristos de raiz-tema em consoante, tipo id-, lip-, ely, aos
quais se acrescentam as desinências secundárias, que, por serem em con-
soante, pedem a presença de uma vogal de ligação;
A denominação de aoristo temático repousa sobre este equívo-
co: vogal de ligação = vogal temática.47
Essa vogal de ligação e/o é a mesma do infectum (inacabado) dos
verbos em -v ; esse fato provoca, às vezes, no principiante, alguma con-
fusão entre o imperfeito e o aoristo indicativo.
Mas a distinção não é difícil de ser feita.
É preciso identificar o tema.
Por exemplo, nos verbos de aoristo de raiz-tema a diferença se nota
nos temas:
tema do aoristo: may- > ¦-may-o-n
tema do infectum: manyan- > ¤-mnyan-o-n (imperfeito).
47 A vogal temática pertence ao corpo do tema; ela não é flexional. Vogal de ligação é
a vogal que amacia o contato entre duas consoantes: a do tema e a da desinência.
Vogal de apoio é a vogal que se coloca em posição final, para proteger uma conso-
ante; é mais ou menos uma vogal eufônica, como a do imperativo singular da voz
ativa: krÛn-e.
48 O fato de um verbo não ter esse ou aquele aspecto obedece a razôes semânticas: o
tema fer- de portar, carregar só tem o tema de infectum, tanto em grego quan-
to em latim: não se concebe uma idéia aorista nem perfeita do ato de portar. O
tema id significa o ato aoristo de ver; não é olhar, mas admite um perfeito, isto
é, o resultado do ato. (A idéia busca a forma); ¤pÛstamai significa o saber-resul-
tado, o saber empírico, não tem nem infectum nem aoristo. Por razões semânticas
e não por obedecer a essa ou aquela regra.
VOZ ATIVA:
VOZ MÉDIA:
Adj. verbal:
liptñw, ®, n / leiptñw, ®, ñn deixável/ que pode ser deixado
lipt¡ow, h, on / leipt¡ow, h, on que deve ser deixado
Notas:
VOZ ATIVA:
Particípio:
Tema gnv-nt-.> gno-nt-*
Masc. gno-nt-w > gnoæw-gnñnt-ow
Fem. gnont-j-a > gnoèsa-gnoæs-hw
Neutro gnñnt- gnñn-gnñnt-ow
* Vogal longa seguida de soante e oclusiva se abrevia.
Infinitivo:
gnÇ-nai tomar conhecimento
Adjetivo verbal:
gno-stñw,®,ñn conhecível
gno-st¡ow,a,on que deve ser conhecido
Adj. verbal:
du-tñw, du-t®, du-tñn: imergível
du-t¡ow, du-t¡a, du-t¡on: o que deve, vai ser imergido
VOZ ATIVA
Indicativo
coloco/coloquei dou/dei lanço/lancei ponho/pus de pé
S ¦-yh-ka ¦-dv-ka ¸-ka ¦-sth-n
¦-yh-ka-w ¦-dv-ka-w ¸-ka-w ¦-sth-w
¦-yh-ke ¦-dv-ke ¸-ke ¦-sth
P ¦-ye-men ¦-do-men eå-men ¦-sth-men
¦-ye-te ¦-do-te eå-te ¦-sth-te
¦-ye-san ¦-do-san eå-san ¦-sth-san
D ¦-ye-ton ¦-do-ton eå-ton ¦-sth-ton
¤-y¡-thn ¤-dñ-thn eá-thn ¤-st®-thn
Subjuntivo
coloque/colocar dê/der lance/lançar ponha/puser de pé
S. yÇ* dÇ* Ï* stÇ*
y»-w dÒ-w Ã-w st»-w
y» dÒ Ã st»
P. yÇ-men dÇ-men Ï-men stÇ-men
y°-te dÇ-te ¸-te st°-te
yÇ-si dÇ-si Ï-si stÇ-si
D. y°-ton dÇ-ton ¸-ton st°-ton
y°-ton dÇ-ton ¸-ton st°-ton
* O subjuntivo se constrói sobre os temas breves (ye, do, ¥, sta ) com o
acréscimo da característica do subjuntivo v,h,h,v,h,v, que absorvem
a vogal temática (contração) e desinências pessoais. As contrações re-
sultam em formas perispômenas. Veja o quadro demostrativo abaixo.
Optativo:
colocaria /colocasse* daria /desse lançaria /lançasse poria/pusesse de pé
S. ye-Ûh-n do-Ûh-n e-áh-n sta-Ûh-n
yeÛh-w do-Ûh-w e-áh-w sta-Ûh-w
ye-Ûh do-Ûh e-áhstaÛh
Imperativo:
coloca colocai dá dai lança lançai põe-te/ponde-vos de pé*
S. y¡w** dñw** §w** st°-yi
y¡-tv dñ-tv §-tv st®-tv
P. y¡-te dñ-te §-te st°-te
y¡-ntvn dñ-ntvn §-ntvn st-ntvn/st®tvsan
D. y¡-ton dñ-ton §-ton st°-ton
y¡-tvn dñ-tvn §-tvn st®-tvn
* Imperativo de 3a pessoa: (ele) coloque, dê, lance, ponha-se de pé; (eles)
coloquem, dêem, lancem, ponham-se de pé.
** O imperativo singular seria o próprio tema, mas por ser vocálico, o -w
(marca de 2 a pessoa) protege a vogal.
VOZ MÉDIA
Indicativo:
coloco/colo- dou/dei para mim lanço/lancei para mim ponho-me de pé
quei para mim
S. ¤-y¡-mhn ¤-dñ-mhn eá-mhn ¤-st-mhn*
¦-ye-so> ¦you ¦-do-so > ¦dou eå-so ¦-sta-so > ¦stv
¦-ye-to ¦-do-to e-to ¦-sta-to
P. ¤-y¡-meya ¤-dñ-meya eá-meya ¤-st-meya
¦-ye-sye ¦-do-sye eä-sye ¦-sta-sye
¦-ye-nto ¦-do-nto eá-nto ¦-sta-nto
D. ¤-y¡-syhn ¤-dñ-syhn eá-syhn ¤-st-syhn
¤-y¡-syhn ¤-dñ-syhn eá-syhn ¤-st-syhn
Subjuntivo
coloque/ dê/der para mim lance/lançar ponha-me /puser de pé
colocar para mim para mim
S. yÇ-mai* dÇ-mai Ï-mai stÇ-mai
y» dÒ Ã st»
y°-tai dÇ-tai ¸-tai st°-tai
P. yÅ-meya dÅ-meya Ë-meya stÅ-meya
y°-sye dÇ-sye ¸-sye st°-sye
yÇ-ntai dÇ-ntai Ï-ntai stÇ-ntai
D. yÅ-meyon dÅ-meyon Ë-meyon stÅ-meyon
y°-syon dÇ-syon ¸-syon st°-syon
* O subjuntivo forma-se sobre o tema verbal breve (ye, do, ¥, sta), com
o acréscimo da característica do subjuntivo (v, h, h, v, h, v ) e desi-
nências primárias. A absorção da vogal temática pela vogal longa, ca-
racterística do subjuntivo, resulta em contração, o que explica as for-
mas perispômenas e properispômenas.
Optativo
colocaria/
colocasse* daria/desse lançaria/lançasse me poria/pusesse de pé
S. ye-Û-mhn do-Û-mhn e-á-mhn sta-Û-mhn
ye-Ý-so > yeÝo do-Ý-so > doÝo e-å-so > eåo sta-Ý-so > staÝo
ye-Ý-to do-Ý-to e-å-to sta-Ý-to
P. ye-Û-meya do-Û-meya e-á-meya sta-Û-meya
ye-Ý-sye do-Ý-sye e-å-sye sta-Ý-sye
ye-Ý-nto do-Ý-nto eä-nto sta-Ý-nto
D. ye-Û-syhn do-Û-syhn e-á-syhn sta-Û-syhn
ye-Û-syhn do-Û-syhn e-á-syhn sta-Û-syhn
Imperativo:
coloca/colocai dá/dai para ti lança/lançai põe-te/ponde-vos de pé*
para ti/vós /vós para ti/vós
S. y¡-so > yoè dñ-so > doè §-so > oð st-so > stÇ
y¡-syv dñ-syv §-syv st-syv
P. y¡-sye dñ-sye §-sye st-sye
y¡-syvn/ dñ-syvn/ §-syvn/ st-syvn/
y¡syvsan dñsyvsan §syvsan st-syvsan
D. y¡-syon dñ-syon §-syon st-syon
y¡-syvn dñ-syvn §-syvn st-syvn
* Imperativo de 3 a pessoa:
(ele) coloque, dê, lance, ponha de pé para si;
(eles) coloquem, dêem, lancem, ponham de pé para si
Particípio: tendo colocado para mim, tendo dado para mim, tendo lançado
para mim, tendo-me posto de pé.
Tema ye-meno- do-meno- §-meno- sta-meno-
y¡-menow,h,on dñ-menow,h,on §-menow,h,on st-menow,h,on
Infinitivo: colocar para mim, dar para mim, lançar para mim, pôr-se de pé
y¡-syai dñ-syai §-syai st-syai
Aoristo sigmático
O aoristo sigmático também é antigo na língua e, em Homero,
convive com os outros tipos de aoristo; mas, por ter uma característica
marcante, o -s-, que passa a ser o sinal distintivo de fácil identificação,
começou a ser usado com mais intensidade, a ponto de se tornar o aoris-
to paradigmático, regular, e, a partir do século V, todos os verbos que
se foram criando adotaram esse aoristo.
Esse -s-, acrescentado ao tema verbal, sem vogal de ligação, lu-s-,
marcaria o aoristo; mas é no indicativo que ele se identifica mais clara-
mente e é a partir do indicativo que se constrói o tema do aoristo, da
maneira seguinte:
O aoristo indicativo, recebendo um aumento, por ser pontual no
processo narrativo, tem desinências secundárias. Assim, em ¤-lu-s-n: a
soante -n, posta ao lado da consoante -s-, se vocaliza em -a, resultando
daí a sílaba -sa, que passa a ser a característica identificadora desse tipo
de aoristo. É assim que as gramáticas o denominam: aoristo sigmático,
ou aoristo em -sa.
VOZ MÉDIA
VOZ ATIVA
Indicativo
eu convenci/convenço eu fiz/eu faço eu nutri/eu nutro
S. ¦peiy-sa > ¦peisa ¦prag-sa > ¦praja ¦tref-sa > ¦yreca*
¦peiy-saw > ¦peisaw ¦prag-sw > ¦prajaw ¦tref-saw > ¦yrecaw
¦peiy-se > ¦peise ¦prag-se > ¦praje ¦tref-se > ¦yrece
Subjuntivo
eu convença/convencer eu faça/fizer eu nutra/nutrir
S. peÛy-sv > peÛsv prg-sv > prjv* tr¡f-sv > yr¡cv
peÛy-súw > peÛsúw prg-súw > prjúw tr¡f-súw > yr¡cúw
peÛy-sú > peÛsú prg-sú > prjú tr¡f-sú > yr¡cú
Optativo
eu convenceria/ eu faria/fizesse eu nutriria/nutrisse*
convencesse
S. peÛy-saimi > peÛsaimi prg-saimi > prjaimi tr¡f-saimi > yr¡caimi
peÛy-saiw > peÛsaiw/eiaw prg-saiw > prjaiw/eiaw tr¡f-saiw > yr¡caiw/eiaw
peÛy-sai > peÛsai/eie prg-sai > prjai/eie tr¡f-sai > yr¡cai/eie
Imperativo
convence/convencei faze/fazei nutre/nutri*
S.
peÝy-son > peÝson prg-son > prjon tr¡f-son > yr¡con
peiy-stv > peistv prag-stv > prajtv tref-stv >
yrectv
P.
peÛy-sate> peÛsate prg-sate > prjate tr¡fsate >
yr¡cate
peiy-sntvn > prag-sntvn > trefsntvn >
peisntvn51 prajntvn yrecntvn
* Imperativo de 3 a pessoa:
(ele) convença, faça, nutra; (eles) convençam, façam, nutram.
Particípio
tendo convencido tendo feito tendo nutrido
Tema peÛysant > peÛsant- prgsant > prjant- tr¡fsant > yr¡cant-
Masc. peÛsaw-santow prjaw-jantow yr¡caw-cantow
Fem. peÛsasa-sshw prjasa-jshw yr¡casa-cshw
Neut. peÝsan-santow prjan-jantow yr¡can-cantow
Infinitivo
VOZ MÉDIA
Indicativo
convenci/ fiz/faço para mim nutri/nutro para mim
convenço para mim
S. ¤peiysmhn > ¤peismhn ¤pragsmhn > ¤prajmhn ¤trefsmhn > ¤yrecmhn
¤peÛysaso > ¤peÛsaso > sv ¤prgsaso > ¤prjaso > sv ¤tr¡fsaso > ¤yr¡caso> sv
¤peÛysato > ¤peÛsato ¤prg-sato > ¤prjato ¤tr¡fsato > ¤yr¡cato
Subjuntivo
Optativo
convenceria / faria / fizesse para mim nutriria /
convecesse para mim nutrisse para mim*
S. peiysaÛmhn> peisaÛmhn pragsaÛmhn > prajaÛmhn trefsaÛmhn > yrecaÛmhn
peÛysaiso > peÛsaiso prgsaiso > prjaiso tr¡fsaiso > yr¡caiso
> saio** > aio > aio
peÛysaito > peÛsaito prgsaito > prjaito tr¡fsaito > yr¡caito
P. peiysaÛmeya > peisaÛmeya pragsaÛmeya > prajaÛmeya trefsaÛmeya > yrecaÛmeya
peÛysaisye > peÛsaisye prgsaisye > prjaisye tr¡fsaisye > yr¡caisye
peÛysainto > peÛsainto prgsainto > prjainto tr¡fsainto > yr¡cainto
D. peiysaÛsyhn > peisaÛsyhn pragsaÛsyhn > prajaÛsyhn trefsaÛsyhn > yrecaÛsyhn
peiysaÛsyhn > peisaÛsyhn pragsaÛsyhn > prajaÛsyhn trefsaÛsyhn > yrecaÛsyhn
Imperativo
convence para ti / faze para ti / nutre para ti /
convencei para vós fazei para vós nutri para vós
S. peÝy-sai > peÝsai prg-sai > prjai tr¡f-sai > yr¡cai
peiy-ssyv > peissyv prag-ssyv > prajsyv tref-ssyv >
yrecsyv
P. peÛy-sasye> peÛsasye prg-sasye > prjasye tr¡fsasye >
yr¡casye
peiy-ssyvn > peissyvn 52 prag-ssyvn > prajsyvn trefssyvn >
yrecsyvn
D. peÛy-sasyon > peÛsasyon prg-sayon > prjasyon tr¡fsasyon >
yr¡casyon
peiy-ssyvn > peissyvn pragssyvn > prajsyvn trefssyvn >
yrecsyvn
* Imperativo de 3 a pessoa:
(ele) convença, faça, nutra; (eles) convençam, façam, nutram para si.
Particípio
Infinitivo
convencer para si fazer para si nutrir para si
peÛysasyai > peÛsasyai prgsasyai > prjasyai tr¡fsasyai > yr¡casyai
VOZ ATIVA
Infinitivo: enviar
stel-s-nai > steil-nai > steÝlai
VOZ MÉDIA
O futuro
O futuro não é propriamente um tempo. É um vir-a-ser, isto é:
uma eventualidade, uma antecipação.
As gramáticas ora dizem que o futuro se originou de um antigo
desiderativo, ora que é um subjuntivo eventual.
Não há erro nessas informações.
Não é nossa intenção fazer gramática histórica, mas cremos que
não seria errado afirmar que o futuro é uma noção secundária, associada
ao aoristo; é uma mera projeção do ato verbal, a formulação de um desejo
num certo grau de intensidade; (daí o uso do indicativo, e, no portugu-
ês, a criação do subjuntivo futuro). A noção de eventualidade, de
virtualidade da ação se exprime pelo subjuntivo.
Mas o futuro não contém a idéia de inacabado, infectum, que conflita
com a idéia aorista da pontualidade. Não é por mero acaso que, nos para-
digmas de conjugação, o lugar do futuro do subjuntivo é o mesmo que o
do subjuntivo aoristo.
É por isso que vamos mostrar que a construção do futuro se faz
sobre o tema do aoristo.
Construir o futuro a partir do tema do infectum (inacabado), como
se faz tradicionalmente é um contra-senso, além de obrigar o estudioso a
decorar listas de futuros irregulares 54.
Basta citarmos alguns exemplos para provar que o futuro nem se-
manticamente nem morfologicamente deriva do tema do infectum:
Vejamos o verbo gignÅskv: o futuro é gnÅ-s-o-mai.
O que aconteceu? O futuro foi construído sobre a raiz-tema: gnv
com o auxílio da característica -s- do futuro, sem levar consigo o redobro em
i, que é exclusivo do infectum, e sem levar o sufixo incoativo -sk- que seman-
ticamente está ligado ao infectum (inacabado).
Note-se também a forma média, característica do envolvimento
do sujeito na ação verbal.
Muitos verbos ativos têm um futuro médio.
Não se deve procurar explicação gramatical para esse fato, mas sim
semântica. Por exemplo, o verbo entender, aprender: Ao dizermos eu
aprenderei, o que estamos dizendo é eu hei de aprender (aprenderei <
aprender-ei < aprender-hei) como uma promessa (futuro promissivo) e
uma certa antecipação de certeza.
Aliás, toda a formação do futuro nas línguas românicas é seme-
lhante à do português, com os auxiliares semelhantes a eu tenho, eu hei,
eu devo.
Na verdade, é uma voz média, embora não tenhamos uma forma
especial que reflita isso.
No grego é claro: may > may-®-s-o-mai, eu hei de aprender.
Novamente aqui podemos notar que na voz média grega o sujeito é
agente do ato verbal, isto é, uma forma média em grego dever ser traduzida
na voz ativa em português. O que diferencia a voz ativa da voz média é o
envolvimento ou não do agente no ato verbal. Em português também
temos a voz média, semanticamente, não morfologicamente.
Então não é mera coincidência o uso do mesmo -s- no futuro e no
aoristo: os problemas que vamos encontrar estão na fórmula usual de apre-
sentar os tempos primitivos dos verbos nas gramáticas e nos dicionários.
Contudo, se tivermos o cuidado de isolar o aoristo, veremos que o futuro
tem o mesmo tema e a mesma característica do aoristo.
A diferença está no tratamento do -s-:
1. no futuro, as desinências primárias se juntam ao tema pela vogal de
ligação;
2. no aoristo, a desinência secundária de 1 a pessoa -n se junta sem vogal
de ligação ao tema, vocalizando-se em -a, passando a ser esse o tema
para todos os modos do aoristo, menos para o subjuntivo, que é even-
tual e tem desinências primarias.
Flexão do futuro
VOZ ATIVA
Indicativo Optativo
desligarei* poderia/pudesse haver de desligar
S. læ-s-v læ-s-oi-mi
læ-s-eiw læ-s-oi-w
læ-s-ei læ-s-oi
P. læ-s-o-men læ-s-oi-men
læ-s-e-te læ-s-oi-te
læ-s-ousi læs-oi-en
D. læ-s-e-ton lu-s-oÛ-thn
læ-s-e-ton lu-s-oÛ-thn
* Também: hei de desligar
VOZ MÉDIA
Indicativo Optativo
desligarei / poderia / pudesse haver
hei de desligar para mim de desligar para mim
S. læ-s-o-mai lu-s-oÛ-mhn
læ-s-e-sai> ú læ-s-oi-so > soio
læ-s-e-tai læ-s-oi-to
P. lu-s-ñ-meya lu-s-oÛ-meya
læ-s-e-sye læ-s-oi-sye
læ-s-o-ntai læ-s-oi-nto
D. læ-s-e-syon lu-s-oÛ-syhn
læ-s-e-syon lu-s-oÛ-syhn
Particípio: havendo de desligar para si, que há de desligar /que desligará para si
Tema Masc. Fem. Neutro
lu-s-ñ-meno- lu-s-ñ-menow lu-s-o-m¡nh lu-s-ñ-menon
Infinitivo:
læ-s-e-syai haver de desligar para si.
VOZ ATIVA
Indicativo
Optativo
Infinitivo
haver de colocar dar lançar pôr-se de pé
y®-s-ein dÅ-s-ein ´-s-ein st®-s-ein
VOZ MÉDIA
Indicativo
colocarei para mim darei para mim lançarei para mim pôr-me-ei de pé
S. y®-s-o-mai dÅ-s-o-mai ´-s-o-mai st®-s-o-mai
y®-s-e-sai > sú/ei dÅ-s-e-sai > sú/ei ´-s-e-sai > sú/ei st®-s-e-sai > sú/ei
y®-s-e-tai dÅ-s-e-tai ´-s-e-tai st®-s-etai
Optativo
poderia/pudesse haver de:
colocar para mim dar para mim lançar para mim pôr-me de pé
S. yh-s-oÛ-mhn dv-s-oÛ-mhn ²-s-oÛ-mhn sth-s-oÛ-mhn
y®-s-oi-so > soio dÅ-s-oi-so > soio ´-s-oi-so > soio st®-s-oi-so > soio
y®-s-oi-to dÅ-s-oi-to ´-s-oi-to st®-s-oi-to
Particípio: havendo de, que vai colocar para si; dar para si; lançar para si;
pôr-se de pé
Infinitivo: haver de
colocar para si dar para si lançar para si pôr-se de pé
y®-s-e-syai dÅ-s-e-syai ´-s-e-syai st®-s-e-syai
VOZ ATIVA
Indicativo
Optativo
poderia/pudesse
haver de fazer haver de olhar haver de convencer
S. prg-s-oi-mi > joimi bl¡p-s-oi-mi > coimi peÛy-s-oi-mi > soimi
prg-s-oi0w > joiw bl¡p-s-oi-w > coiw peÛy-s-oi-w > soiw
prg-s-oi > joi bl¡p-s-oi > coi peÛy-s-oi > soi
Infinitivo: haver de
fazer olhar convencer
prag-s-ein > prjein blep-s-ein > bl¡cein peÛy-s-ein > peÛsein
VOZ MÉDIA
Indicativo
Optativo
Poderia/pudesse haver de
fazer para mim olhar para mim convencer para mim
S. prag-s-oÛ-mhn > joÛmhn blep-s-oÛ-mhn > coÛmhn peiy-s-oÛ-mhn > soÛmhn
prg-s-oi-so > joio bl¡p-s-oi-spo > coio peÛy-s-oi-so > soio
prg-s-oi-to > joito bl¡p-s-oi-to > coito peÛy-s-oi-to > soito
Particípio: havendo de fazer para si/ havendo de olhar para si/ havendo de
convencer para si, também: que há de fazer / que fará para si etc.
Assim:
ggel-¡s-v > ggel¡v > ggelÇ,eÝw,eÝ;
nem-¡s-v > nem¡v > nemÇ,eÝw,eÝ;
fan-¡s-o-mai > fan¡omai > fanoèmai,»,eÝtai;
kayar-¡s-v > kayar¡v > kayarÇ,eÝw,eÝ
VOZ ATIVA
Indicativo
P. fyer-¡s-omen > oèmen stel-¡s-omen > oèmen nem-¡s-omen > oèmen men-¡s-omen > oèmen
fyer-¡s-ete > eÝte stel-¡s-ete > eÝte nem-¡s-ete > eÝte men-¡s-ete > eÝte
fyer-¡s-ousi > oèsi stel-¡s-ousi > oèsi nem-¡s-ousi > oèsi men-¡s-ousi > oèsi
D. fyer-¡s-eton > eÝton stel-¡s-eton > eÝton nem-¡s-eton > eÝton men-¡s-eton > eÝton
fyer-¡s-eton > eÝton stel-¡s-eton > eÝton nem-¡s-eton > eÝton men-¡s-eton > eÝton
Infinitivo: haver de
destruir enviar repartir permanecer
fyer-¡s-ein > eÝn stel-¡sein > eÝn nem-¡sein > eÝn men-¡s-ein > eÝn
VOZ MÉDIA
Indicativo
Optativo
poderia/pudesse haver de
destruir para mim enviar para mim aparecer para mim
S. fyer-esoÛmhn > oÛmhn stelesoÛmhn > oÛmhn fan-esoÛmhn > oÛmhn
fyer-¡soiso > oÝo stel-¡soiso > oÝo fan-¡soiso > oÝo
fyer ¡soito > oÝto stel-¡soito > oÝto fan-¡soito > oÝto
Infinitivo: haver de
destruir para si enviar para si aparecer
fyer-¡s-esyai stel-¡s-esyai fan-¡s-esyai
> fyereÝsyai > steleÝsyai > faneÝsyai
Infectum Futuro
eu voto chfid-jv > chfÛzv chfÛdsv > chfÛsv >
chfÛv > chfiÇ, eÝw,eÝ..
Por exemplo:
Infectum Futuro
eu misturo ker-nnumi ker-s-v > kerÇ,w,,Çmen,te,Çsi
eu abro as asas napet-nnumi pet-s-v > petÇ.w,,Çmen,te,Çsi
eu disperso sked-nnumi sked-s-v > skedÇ,w,,Çmen,te,Çsi
eu suspendo krem-nnumi krem-s-v > kremÇ,w,,Çmen,te,Çsi
Quadro de flexão
Indicativo Optativo
eu dispersarei eu poderia / pudesse haver de dispersar
S. skedsv > skedv > skedÇ skedsoimi > skedoimi > skedÒmi
skedseiw > skedeiw > skedw skedsoiw > skedoiw > skedÒw
skedsei > skedei > sked skedsoi > skedoi > skedÒ
P. skedsomen > skedomen > skedÇmen skedsoimen > skedoimen > skedÒmen
skedsete > skedete > skedte skedsoite > skedoite > skedÒte
skedsonsi > skedonsi > skedÇsi skedsoien > skedoien > skedÒen
D. skedseton > skedeton > skedton skedsoiton > skedoiton > skedÒton
skedseton > skedeton > skedton skedasoÛthn > skedaoÛthn > skedÐthn
Nota:
Convém notar que as contrações que acontecem no modelo acima
são conseqüência da queda do -s- em posição desinencial intervocálica.
Nos verbos que a gramática chama de contratos, essas contra-
ções acontecem só no tema do infectum, e são conseqüência da queda
do sufixo formador do tema do infectum -j- (jod), que fica em posição
intervocálica, na formação do infectum dos verbos denominativos de tema
em vogal, como:
fil¡-j-v > fil¡-v > filÇ eu amo
dhlñ-j-v > dhlñ-v > dhlÇ eu revelo
tim-j-v > tim-v > timÇ eu honro
Þ-j-omai > Þomai > ÞÇmai eu curo
peir-j-omai > peiromai > peirÇmai eu tento
Aoristo passivo
Os modelos ¦gnvn/¦bhn também servem de paradigma para uma
categoria de aoristos em h/v, intransitivos e médios na origem, marcan-
do o ponto de partida da ação em que o sujeito está envolvido; diferente
das formas ativas.
A partir daí passou a ser sentido como forma e significado passi-
vos, como:
¥lvn, eu caí nas mãos, fui preso
¦sbhn, eu me apaguei, fui apagado
A voz média é essencialmente intransitiva, na medida em que o
sujeito, envolvido na ação, não sai do ato verbal; por isso, esses verbos
não têm voz passiva; e, com o objeto direto, a voz ativa aparece mais tar-
de, com o ato verbal rompendo o círculo da intransitividade.
Assim faÛnomai eu apareço desenvolveu uma forma ativa faÛnv
eu mostro, faço aparecer.
Há um bom número de verbos transitivos que têm esse aoristo em
-h-.
São verbos essenciais, isto é, verbos que exprimem atos fundamen-
tais, concretos, cotidianos e que desenvolveram posteriormente uma for-
ma de aoristo em -yh.-
Em sua maioria são verbos em líqüida e nesses casos esse aoristo
se constrói sobre a raiz no vocalismo zero, desenvolvendo depois um a:
fyr > ¤-fyr-hn sou, fui corrompido
stl > ¤-stl-hn sou, fui enviado
Os de tema em labial55 também fazem esse aoristo desenvolvendo
o mesmo a, como:
trp> tr¡pv > ¤-trp-hn sou, fui virado
trf > tr¡fv > ¤-trf-hn sou, fui nutrido
Adjetivos verbais:
lu-tñw,®,ñn : desligável
lu-t¡ow,a,on : que deve ser desligado
Temas monossilábicos
Indicativo
sou/fui colocado sou/fui dado sou/fui lançado sou/fui posto de pé
S. ¤-t¡-yh-n* ¤-dñ-yh-n eá-yh-n ¤-st-yh-n
¤-t¡-yh-w ¤-dñ-yh-w eá-yh-w ¤-st-yh-w
¤-t¡-yh ¤-dñ-yh eá-yh ¤-st-yh
P. ¤-t¡-yh-men ¤-dñ-yh-men eá-yh-men ¤-st-yh-men
¤-t¡-yh-te ¤-dñ-yh-te eá-yh-te ¤-st-yh-te
¤-t¡-yh-san ¤-dñ-yh-san eá-yh-san ¤-st-yh-san
D. ¤-t¡-yh-ton ¤-dñ-yh-ton eá-yh-ton ¤-st-yh-ton
¤-te-y®-thn ¤-do-y®-thn eß-y®-thn ¤-sta-y®-thn
* No caso de duas sílabas seguidas começarem por oclusiva aspirada, a
anterior perde a aspiração e é expressa pela surda correspondente:
psilose.
Subjuntivo
seja/for colocado seja/for dado seja/for lançado seja/for posto de pé
S. te-yÇ* do-yÇ ¥-yÇ sta-yÇ
te-y»w do-y»w ¥-y»w sta-y»w
te-y» do-y» ¥-y» sta-y»
P. te-yÇ-men do-yÇ-men ¥-yÇ-men sta-yÇ-men
te-y°-te do-y°-te ¥-y°-te sta-y°-te
te-yÇ-si do-yÇ-si ¥-yÇ-si sta-yÇ-si
D. te-y°-ton do-y°-ton ¥-y°-ton sta-y°-ton
te-y°-ton do-y°-ton ¥-y°-ton sta-y°-ton
* O subjuntivo é construído sobre o tema breve + característica da voz
passiva -yh- + característica do subjuntivo -v-h-h-v-h-v, e desinên-
cias primárias ativas. Na seqüência de duas vogais longas, a anterior se
abrevia y®-v > y¡-v > yÇ, e depois há a contração, o que explica as
formas perispômenas e properispômenas.
Optativo
Imperativo
Tema te-y®-nt > tey¡nt-* do-y®-nt > doy¡nt- ¥-y®-nt > ¥y¡nt- sta-y®-nt > stay¡nt-
Masc. teyeÛw - y¡ntow doyeÛw - y¡ntow ¥yeÛw - y¡ntow stayeÛw - y¡ntow
Fem. teyeÝsa - shw doyeÝsa - shw ¥yeÝsa - shw stayeÝsa - shw
Neut. tey¡n - y¡ntow doy¡n - y¡ntow ¥y¡n - y¡ntow stay¡n - y¡ntow
Infinitivo
ser colocado ser dado ser lançado ser posto de pé
te-y°-nai do-y°-nai ¥-y°-nai sta-y°-nai
Temas em oclusivas
Tema: peiy prg tr¡f
Indicativo
fui/sou convencido fui/sou feito fui/sou nutrido
S. ¤peÛyyhn > ¤peÛsyhn* ¤prgyhn > ¤prxyhn** ¤tr¡fyhn***
¤peÛyyhn> ¤peÛsyhw ¤prgyhw > ¤rpxyhw ¤tr¡fyhw
¤peÛyyh > ¤peÛsyh ¤prgyh > ¤prxyh ¤tr¡fyh
P. ¤peÛyyhmen > ¤peÛsyhmen ¤prgyhmen > ¤prxyhmen ¤tr¡fyhmen
¤peÛyyhsye > ¤peÛsyhsye ¤prgyhsye > ¤prxyhsye ¤tr¡fyhsye
¤peÛyyhsan > ¤peÛsyhsan ¤prgyhsan> ¤prxyhsan ¤tr¡fyhsan
D. ¤peiyy®thn > ¤peisy®thn ¤pragy®thn > ¤praxy®thn ¤trefy®thn
¤peiyy®thn > ¤peisy®thn ¤pragy®thn > ¤praxy®thn ¤trefy®thn
* Dental seguida de dental se dissimila/suaviza em -s-.
** Oclusiva gutural ou labial, surda ou sonora seguida de aspirada se aspira.
*** O -f- temático não sofreu alteração, porque combina com a aspirada
seguinte.
Subjuntivo
seja/for convencido seja/for feito seja/for nutrido
S. peiyyÇ > peisyÇ* pragyÇ > praxyÇ trefyÇ
peiyy»w > peisy»w pragy»w > praxy»w trefy»w
peiyy» > peisy» pragy» > praxy» trefy»
P. peiyyÇmen > peisyÇmen pragyÇmen > praxyÇmen trefyÇmen
peiyy°te > peisy°te pragy°te > praxy°te trefy°te
peiyyÇsi > peisyÇsi pragyÇsi > praxyÇsi trefyÇsi
D. peiyy°ton > peisy°ton pragy°ton > praxy°ton trefy°ton
peiyy°ton > peisy°ton pragy°ton > praxy°ton trefy°ton
* O subjuntivo aoristo passivo se constrói sobre o tema puro do verbo +
característica do passivo -yh- + característica do subjuntivo (vogal lon-
ga) v, h, h, v, h, v, o que faz uma seqüência de duas longas e conse-
qüente abreviação da anterior e posterior contração. É o que explica as
formas perispômenas e properispômenas. (Ver o modelo fonético aci-
ma - quadro demostrativo de læv. Ver página 478.)
Optativo
seria/fosse convencido* seria/fosse feito seria/fosse nutrido
S. peiyyhÛhn > peisyeÛhn pragyhÛhn > praxyeÛhn trefyhÛhn > trefyeÛhn**
peiyyhÛhw > peisyeÛhw pragyhÛhw > praxyeÛhw trefyhÛhw > trefyeÛhw
peiyyhÛh > peisyeÛh pragyhÛh > praxyeÛh trefyhÛh > trefyeÛh
Imperativo
sê/sede convencido(s) sê/sede feito(s) sê/sede nutrido(s)*
S.
peÛy-yhyi > peÛsyhti** prgyhyi > prxyhti tr¡fyhyi > tr¡fyhti
peiy-y®tv > peisy®tv pragy®tv > praxy®tv trefy®tv
P.
peÛyyhte > peÛsyhte prgyhte > prxyhte tr¡fyhte
peiyyhntvn > peisy¡ntvn*** pragy®ntvn > praxy¡ntvn trefy¡ntvn
* Imperativo de 3 a pessoa:
(ele) seja convencido, feito, nutrido;
(eles) sejam convencidos, feitos, nutridos.
** A desinência do imperativo seria um locativo antigo -yi, para enfatizar,
porque o imperativo singular normalmente não teria desinência. A se-
guir houve uma psilose, porque as duas sílabas começam com aspira-
da. Lei do menor esforço.
*** Vogal longa seguida de soante (líquida) e oclusiva se abrevia.
Particípio: tendo sido convencido, tendo sido feito, tendo sido nutrido*
Tema peiyy®nt-> peisy¡nt- ** pragy®nt> praxy¡nt- trefy®nt> trefy¡nt-
Masc. peisyeÛw-y¡ntow praxyeÛw-y¡ntow trefyeÛw-y¡ntow
Fem. peisyeÝsa-shw praxyeÝsa-shw trefyeÝsa-shw
Neut. peisy¡n-y¡ntow praxy¡n-y¡ntow trefy¡n-y¡ntow
Infinitivo
ser convencido ser feito ser nutrido
peiyy°nai > peisy°nai pragy°nai > praxy°nai trefy°nai
Adjetivos verbais:
stal-tñw, ®, ñn: enviável
stal-t¡ow, a, on: que deve ser enviado
Indicativo Optativo
serei desligado pudesse/poderia haver de ser desligado
S. lu-y®-s-o-mai lu-yh-s-oÛ-mhn
lu-y®-s-e-sai > sú/-ei lu-y®-s-oi-so> soio
lu-y®-s-e-tai lu-y®-s-oi-to
P. lu-yh-s-ñ-meya lu-yh-s-oÛ-meya
lu-y®-s-e-sye lu-y®-s-oi-sye
lu-y®-s-o-ntai lu-y®-s-oi-nto
D. lu-y®-s-e-syon lu-yh-s-0Û-syhn
lu-y®-s-e-syon lu-yh-s-oÛ-syhn
Nota:
A vogal dos verbos denominativos de temas em a, e, o se alonga
no aoristo, futuro e perfeito ativos, médios e passivos:
tim-v - fut. tim®sv tim®somai timhy®somai
aor. ¤tÛmhsa ¤timhsmhn ¤tim®yhn
perf. tetÛmhka tetÛmhmai
fil¡-v - fut. fil®sv fil®somai filhy®somai
aor. ¤fÛlhsa ¤filhsmhn ¤fil®yhn
perf. pefÛlhka pefÛlhmai
dhlñ-v - fut. dhlÅsv dhlÅsomai dhlvy®somai
aor. ¤d®lvsa ¤dhlvsmhn ¤dhlÅyhn
perf. ded®lvka ded®lvmai
Indicativo
serei colocado serei dado serei lançado serei posto de pé
S. te-y®-somai do-y®-somai ¥-y®-somai sta-y®-somai
te-y®-sesai > sú/ei do-y®-sesai > ú/ei ¥-y®-sesai > ú/ei sta-y®-sesai > ú/ei
te-y®-setai do-y®-setai ¥-y®-setai sta-y®-setai
Optativo
poderia/pudesse haver de ser
colocado dado lançado posto de pé
S. te-yh-soÛmhn do-yh-soÛmhn ¥-yh-soÛmhn sta-yh-soÛmhn
te-y®-soiso do-y®-soiso ¥-y®-soiso sta-y®-soiso
> soio > soio > soio > soio
te-y®-soito do-y®-soito ¥-y®-soito sta-y®-soito
Indicativo Optativo
serei enviado poderia/pudesse haver de ser enviado
S. stal-®-s-o-mai stal-h-soÛ-mhn
stal-®-s-e-sai > sú/-ei stal-®-s-oi-so > soio
stal-®-s-e-tai stal-®-s-oi-to
P. stal-h-s-ñ-meya stal-h-s-oÛ-meya
stal-®-s-e-sye stal-®-s-oi-sye
stal-®-s-o-ntai stal-®-s-oi-nto
D. stal-®-s-e-syon stal-h-s-oÛ-syhn
stal-®-s-esyon stal-h-s-oÛ-syhn
Notas:
1. Todos os verbos de tema em soante-líquida fazem o aoristo e futuro
passivos em -h-.
2. A maioria dos verbos que têm o aoristo passivo em -h- não têm um
outro em -yh-; alguns, contudo, ao lado de um aoristo em -h- desen-
volveram um aoristo em -yh-, como o tema plhg/plag, que tem o
duplo ¤-plg-h-n / ¤-pl®x-yh-n.
3. Como se pode notar, o aoristo em -h-, não traz problemas fonéticos,
uma vez que a vogal forma sílaba com a consoante temática; outro tanto
não acontece com o aoristo em -yh-; o -y-, em contato com as diver-
sas consoantes oclusivas temáticas sofre e provoca um processo de as-
similação, quer progressiva quer regressiva. Esse processo já nos é fa-
miliar, uma vez que o enfrentamos na flexão nominal de temas em
consoante.
O quadro abaixo dá o modelo dessa assimilação entre consoantes oclu-
sivas (dentais, labiais, velares) e a característica do aoristo passivo - yh-.
Dentais diante de yh*
gumnad- > ¤-gumns-yh-n
rmot- > ²rmñs-yh-n
peiy- > ¤-peÛs-yh-n
* Dental, seguida de dental, dissimila-se em -s-
Labiais diante de yh*
trib- > ¤-trÛf -yh-n
pemp- > ¤-p¡mf-yh-n
kruf- > ¤-kræf-yh-n
* Oclusiva sonora ou surda, seguida de aspirada, acomoda-se (contami-
na-se) e se torna aspirada.
Velares diante de yh*
prag- > ¤-prx-yh-n
fulak- > ¤-fulx-yh-n
arx- > ³rx-yh-n
* Oclusiva sonora ou surda seguida de aspirada acomoda-se (contamina-
se) e se torna aspirada.
O perfeito
Preliminares
1. O perfeito é uma forma verbal antiga e exprime noção de ato verbal
completo, terminado, com idéia de resultado. É a expressão da ação que está
completa no presente. Por isso, ele é chamado algumas vezes de perfeito
presente.
Perfeito é aspecto (acabado) e não tempo.
Pode-se afirmar daí que o perfeito nos dá a idéia de intransitivida-
de, de estado.
Esse é o perfeito em sua forma mais antiga: fica entre a voz ativa e
a voz passiva.
Há inúmeras formas com esse significado:
oäda eu sei (por ter visto)
t¡ynhke ele morreu, está morto
p¡poiya eu tenho confiança (eu me convenci)
§sthka eu estou de pé (eu me pus de pé)
p¡fuka eu sou de nascença (naturalmente), eu nasci
g¡gona eu nasci, eu sou
di¡fyora eu estou perdido
Essa noção de estado, de ato acabado, é certamente a origem do
redobro 56; isto é, da repetição da consoante inicial do tema-raiz acompa-
nhada da vogal -e.
A idéia de estado, de resultativo, de permanência, de presente, nos
leva a crer que o perfeito intransitivo, médio, é anterior ao perfeito ativo.
Morfologia do perfeito
Constrói-se o perfeito:
1. Sobre o tema verbal puro (aoristo);
2. Com redobro em -e:58
a) nos temas iniciados por consoante, repete-se a consoante inicial,
seguida de -e;
b) nos temas iniciados por vogal, esse redobro é substituído por
um e- que se contrai com a vogal inicial do tema;
c) nos temas iniciados por duas consoantes, esse redobro é substi-
tuído por um e- só.
3. Na voz ativa: característica -kn > -ka/-a + desinências. secundárias
ativas;
4. Na voz média/passiva: desinências primárias médias/passivas, acrescen-
tadas diretamente ao tema.
bal seguida de -i- (infectum) ou seguida de -e- (perfectum): redobro em -i- e re-
dobro em -e-. O redobro em -e- pode ser substituído pela vogal simples -e-.
Variedades de redobro
59 Esse -e- é chamado de aumento por força do hábito e reflete uma visão material
da palavra; de fato a forma verbal aumenta. É um substitutivo do redobro nos
verbos iniciados por vogal, sibilante e vibrante.
VOZ ATIVA
Imperativo
Singular: sê tu/seja (esteja) ele numa situação (estado) de ter acabado o ato de
2a pessoa 3a pessoa
desligar le-lu-kÅw, le-lu-kuÝa, lelukñw àsyi ¦stv
dar de-dv-kÅw, de-dv-kuÝa, de-dv-kñw àsyi ¦stv
colocar te-yh-kÅw, te-yh-kuÝa, te-yh-kñw àsyi ¦stv
pôr de pé ¥-sth-kÅw, ¥-sth-kuÝa, ¥-sth-kñw àsyi ¦stv
lançar eß-kÅw, eß-kuÝa, eß-kñw àsyi ¦stv
Plural: sede vós / sejam (estejam) eles numa situação (estado) de ter acabado
o ato de desligar, dar, colocar, pôr de pé, lançar
2a pessoa 3a pessoa
desligar le-lu-kñtew, le-lu-kuÝai, le-lu-kñta ¦ste ¦atvn (¦stvsan)
dar de-dv-kñtew, de-dv-kuÝai, de-dv-kñta ¦ste ¦stvn (¦stvsan)
colocar te-yh-kñtew, te-yh-kuÝai, te-yh-kñta ¦ste ¦stvn (¦stvsan)
pôr de pé ¥-sth-kñtew, ¥-sth-kuÝai, ¥-sth-kñta ¦ste ¦stvn (¦stvsan)
lançar eß-kñtew, eß-kuÝai, eß-kñta ¦ste ¦stvn (¦stvsan)
Particípio: que está numa situação de ter acabado o ato de desligar, que des-
ligou, que completou o ato de desligar, dar, colocar, pôr de pé, lançar
Tema le-lu-kñt- de-dv-kñt- te-yh-kñt- ¥-sth-kñt- eß-kñt-
Masc. le-lu-kÅw de-dv-kÅw te-yh-kÅw ¥-sth-kÅw eß-kÅw
Fem. le-lu-kuÝa-aw de-dv-kuÝa-aw te-yh-kuÝa-aw ¥-sth-kuÝa-aw eß-kuÝa-aw
Neut. le-lu-kñw de-dv-kñw te-yh-kñw ¥-sth-kñw eß-kñw
Mais-que-perfeito
VOZ ATIVA
Nota:
O mais-que-perfeito é o passado do perfeito. Por isso, além do re-
dobro (ou os substitutos do redobro) do perfeito, ele tem o aumento e-
que é a marca do passado.
O mais-que-perfeito, que exprime um passado, só pode existir no
indicativo.
Indicativo
Subjuntivo
* Foi a partir das formas do perfeito que a língua grega começou a cons-
truir formas analíticas: o imperativo perfeito ativo, visto acima, o sub-
juntivo perfeito médio ou passivo, no quadro acima, e o optativo per-
feito passivo, a seguir.
Optativo
D. le-lu-m¡nv,a,v eàthn / pudésseis, poderíeis ter aca- pudésseis, poderíeis ter sido/
eÞ®thn bado de desligar para vós estar desligados
le-lu-m¡nv,a,v eàthn / pudessem, poderiam ter pudessem, poderiam ter sido/
eÞ®thn acabado de desligar para vós estar desligados
S. de-do-m¡now,h,on eàhn pudesse, poderia ter acabado pudesse, poderia ter sido/
de dar para mim estar dado
de-do-m¡now,h,on eàhw pudesses, poderias ter aca- pudesses, poderias ter sido/
bado de dar para ti estar dado
de-do-m¡now,h,on eàh pudesse, poderia ter aca- pudesse, poderia ter sido/
bado de dar para si estar dado
D. de-do-m¡nv, a, v eàthn / pudésseis, poderíeis ter aca- pudésseis, poderíeis ter sido/
eÞ®thn bado de dar para vós estar dados
de-do-m¡nv, a, v eàthn / pudessem, poderiam ter aca- pudessem, poderiam ter sido/
eÞ®thn bado de dar para si estar dados
D. te-ye- m¡nv, a, v eàthn/ pudésseis, poderíeis ter aca- pudésseis, poderíeis ter sido/
eÞ®thn bado de colocar para vós estar colocados
te-ye- m¡nv, a, v eàthn/ pudessem, poderiam ter aca- pudessem, poderiam ter sido/
eÞ®thn bado de colocar para si estar colocados
S. eß-m¡now,h,on eàhn pudesse, poderia ter aca- pudesse, poderia ter sido/
bado de lançar para mim estar lançado
eß-m¡now,h,on eàhw pudesses, poderias ter aca- pudesses, poderias ter sido/
bado de lançar para ti estar lançado
eß-m¡now,h,on eàh pudesse, poderia ter aca- pudesse, poderia ter sido/
bado de lançar para si estar lançado
D. eß-m¡nv, a, v eàthn / pudésseis, poderíeis ter aca- pudésseis, poderíeis ter sido/
eÞ®thn bado de lançar para vós estar lançados
eß-m¡nv, a, v eàthn / pudessem, poderiam ter pudessem, poderiam ter sido/
eÞ®thn acabado de lançar para si estar lançados
Imperativo
Particípio*
Voz média: que completou o ato de desligar, dar, colocar, lançar para si
Voz passiva: que foi desligado, está desligado, dado, colocado, lançado
le-lu-m¡now,h,on de-do-m¡now,h,on te-ye-m¡now,h,on eß-m¡now,h,on
* O particípio perfeito médio/passivo é paroxítono; (tem a penúltima sílaba
tônica: -m¡now, h, on, diferentemente dos outros particípios em -menow,
h, on (infectum médio/passivo e aoristo e futuro médios), que têm a
penúltima átona. Essa tonicidade mais forte tem algo a ver com o sig-
nificado do particípio perfeito, acabado, resultativo, de estado presente
resultante.
Infinitivo
Voz média: ter completado o ato de desligar, dar, colocar, lançar para si
Voz passiva: ter sido desligado, estar desligado, dado, colocado, lançado
le-læ-syai de-dñ-syai te-y¡-syai eå-syai*
* Também no infinitivo perfeito médio e passivo a tonicidade na penúlti-
ma (poderia ser na antepenúltima) tem a ver com o significado de esta-
do final, resultativo.
Mais-que-perfeito
Indicativo
Voz média: eu tinha completado o ato de desligar, dar, colocar, lançar para
mim
Voz passiva: eu tinha sido desligado, eu estava desligado, dado, colocado,
lançado
VOZ ATIVA:
Notas:
1. Nem sempre os verbos que no infectum, inacabado, têm o tema em -
ttv/-ssv e zv (-izv -azv-ozv) são verbos de tema em dental.
Na realidade são temas de inacabado formados com o sufixo -j-,
sobre temas em velares ou dentais, e o perfeito se constrói sobre o
tema verbal puro, isto é, sobre o tema do aoristo.
Tema Perfeito
play- play-j-v > plssv (tt) eu fabrico, moldo p¡-play-a p¡-plaka
prag- prag-j-v > prssv eu faço p¡-prag-a p¡-praxa
frik- frik- j-v > frÛssv (tt) estremeço, arrepio p¡-frik-a
ôrux ôrux- j-v > ôræssv (tt) eu cavo, escavo Êrux-a
São as seguintes:
po-yn¹skv
á-sth-mi - eu estou de pé
Adjetivo verbal:
que se pode saber (sabível): Þd-tñw > Þs-tñw, ®, ñn
que se deve saber (ser sabido): Þd-t¡ow > Þs-t¡ow, a, on
Notas:
1. O vocalismo o só aparece no indicativo singular; no plural é o vocalismo
zero.
2. A segunda pessoa do indicativo singular, -ya, é uma antiga desinên-
cia, -sya/ya, que aparece em algumas formas antigas, como ·sya,
eras e ¦fhsya, dizias. A 2 a pessoa do singular tem a marca -s-.
3. Alguns gramáticos costumam derivar, do tema do perfeito, um futuro
eàsomai ( < e-id-s-o-mai ) e também formas de um subjuntivo com
vogal breve: eàdomen (A 363), eàdete (Y 18).
Cremos que são formas derivadas do tema do aoristo, refeitas com
vocalismo e e com o s do futuro para eàsomai.
Quanto às formas eàdomen, eàdete, na voz ativa, são mais difíceis
de explicar do que pÛomai, eu beberei (vou beber), que os dicionários
registram também como subjuntivo com vogal breve.
Na medida em que o futuro é um eventual como o subjuntivo, às
vezes não é fácil encontrar o limite entre um e outro. Para o grego,
praticamente não havia diferença, porque o futuro é um modo (desi-
derativo > eventual).
Em português, desde cedo, aprendemos que o futuro é um tempo.
Não é. Veja outras explicações no capítulo do futuro.
4. O subjuntivo e o optativo se constroem sobre um tema eÞdh (futuro
eÞd®sv).
Subjuntivo
S. eÞd®-v > eÞd¡v > eÞdÇ
eÞd®-h-si > eÞd¡hsi > eÞd°si > eÞd°i > eÞd°iw/eÞd»w
eÞd®-h-ti > eÞd¡hti > eÞd°ti > eÞd°si > eÞd°i/eÞd»
P. eÞd®-v-men > eÞd¡vmen > eÞdÇmen
eÞd®-h-te > eÞd¡hte > eÞd°te
eÞd®-v-nti > eÞd¡vnti > eÞdÇnti > eÞdÇnsi > eÞdÇsi
D. eÞd®-h-ton > eÞd¡hton > eÞd°ton
eÞd®-h-ton > eÞd¡hton > eÞd°ton
Optativo
S. eÞdh-Ûh-n > eÞdeÛhn
eÞdh-Ûh-si > eÞdeÛhsi > eÞdeÛhw > eÞdeÛhw
eÞdh-Ûh-ti > eÞdeÛhti > eÞdeÛsi > eÞdeÛ°i > eÞdeÛ°
P. eÞdh-Ûh-men > eÞdeÛhmen > eÞdeÛhmen
eÞdh-Ûh-te > eÞdeÛhte > eÞdeÛhte
eÞdh-Ûh-san> eÞdeÛhsan > eÞdeÛhsan
D. eÞdh-ih-ton > eÞdeÛhton > eÞdeÛhton
eÞdh-Ûh-ton > eÞdeÛhton > eÞdeÛhton
No optativo, houve apenas a abreviação da vogal temática longa -
h- diante do -i- longo da característica do optativo.
Nota:
As formas do mais-que-perfeito são bastante normais:
o tema é eid-, e com o aumento: e-eid > úd-/hid-.
As desinências são normais, sem o -k- (-kein/-khn // -ein/-hn)
e -san na terceira pessoa do plural.
Na segunda pessoa do singular, à semelhança do perfeito, a desi-
nência é -s-ya.
Tema
Masculino ¤oikñt-/eÞkñt- ¤-oik-Åw/eÞkÅw-kñtow
Feminino ¤oikuÝa-/eÞkuÝa- ¤-oik-uÝa, aw/eÞkuÝa
Neutro ¤oikñt-/eÞkñt- ¤-oik-ñw/eÞkñw-kñtow
Tema em labial
trib- eu fui esmagado, estou esmagado
Tema em dental
peiy- eu fui persuadido, estou persuadido
Tema em velar
prag- eu fui feito, estou feito
S. p¡-prag-mai p¡-prag-mai
p¡-prag-sai > p¡-praj-ai1
p¡-prag-tai > p¡-prak-tai2
P. pe-prg-meya pe-prg-meya
p¡-prag-sye>p¡-prag-ye > p¡-prax-ye3
p¡prag-ntai >
pe-prag-m¡noi eÞsÛn peprgatai4
pe-prag-m¡noi eÞsÛn
D. p¡-prag-syon> p¡-prag-yon > p¡-prax-yon
p¡-prag-syon> p¡-prag-yon > p¡-prax-yon
1. Oclusiva velar mais s > j; gs, ks. xs > j;
2. Oclusiva sonora, antes de oclusiva surda, assimila-se: gt > kt;
Também acontece o contrário (surda > sonora): oclusiva surda,
antes de oclusiva sonora, assimila-se:
pe-fælak-mai > pe-fælag-mai; a anterior se assimila à posterior;
3. O s, entre consoantes oclusivas, sofre síncope: gsy > gy; a seguir, a
consoante oclusiva, surda ou sonora, antes de aspirada, assimila-se:
gy > xy (no caso em tela a oclusiva é sonora).
4. Ver nota 5 dos verbos em oclusiva labial.
Indicativo: eu fui/estou
Subjuntivo
Optativo
Imperativo
S.: sê/estejas tu, seja/esteja (fique) ele num estado de ter sido/estar
dado feito honrado revelado
d¡-do-so pe-poÛh-so te-tÛmh-so de-d®lv-so
de-dñ-syv pe-poi®-syv te-tim®-syv de-dhlÅ-syv
P.: sede/estejais vós, sejam/estejam (fiquem) eles num estado de ter sido/estar
dados feitos honrados revelados
d¡-do-sye pe-poÛh-sye te-tÛmh-sye de-d®lv-sye
de-dñ-syvn pe-poi®-syvn te-tim®-syvn de-dhlÅ-syvn
tinha sido/estava
desligado dado colocado lançado
S. ¤-le-læ-mhn ¤-de-dñ-mhn ¤-te-yeÛ-mhn eá-mhn
¤-l¡-lu-so ¤-d¡-do-so ¤-t¡-yei-so eå-so
¤-l¡-lu-to ¤-d¡-do-to ¤-t¡-yei-to eå-to
P. ¤-le-læ-meya ¤-de-dñ-meya ¤-te-yeÛ-meya eá-meya
¤-l¡-lu-sye ¤-d¡-do-sye ¤-t¡-yei-sye eå-sye
¤-l¡-lu-nto ¤-d¡-do-nto ¤-t¡-yei-nto eå-nto*
D. ¤-l¡-lu-syon ¤-d¡-do-syon ¤-t¡-yei-syon eå-syon
¤-le-læ-syhn ¤-de-dñ-syhn ¤-te-yeÛ-syhn eá-syhn
* Como aconteceu com as formas sintéticas de 3a pessoa do plural do
perfeito passivo, também no mais-que-perfeito passivo elas se encon-
tram freqüentemente construídas analiticamente com particípio passi-
vo + verbo auxiliar.
le-lu-m¡noi ·san de-do-m¡noi ·san te-ye-m¡noi ·san eß-m¡noi ·san
eu posso eu podia
S. dæna-mai ¤-dun-mhn
dæna-sai ¤-dæna-so > ao > v
dæna-tai ¤-dæna-to
P. dun-meya ¤-dun-meya
dæna-sye ¤-dæna-sye
dæna-ntai ¤-dæna-nto
D. dæna-syon ¤-dæna-syon
dæna-syon ¤-dun-syhn
Mais-que-perfeito:
estava de pé
S. ß-st-mhn P. ß-st-meya*
á-sta-so á-sta-sye* D. ß-st-syhn
á-sta-to á-sta-nto ß-st-syhn
* Essas duas formas são iguais às do perfeito; só o contexto poderá dis-
tinguir-lhes o significado.
Aoristo:
Futuro
Subjuntivo: é o do aoristo
Particípio: havendo de se pôr de pé, de ser posto de pé, que será posto de pé,
que estará de pé
sta-yh-s-ñ-menow, h, on
Futuro Anterior
Os invariáveis
preposições, conjunções, partículas, advérbios
Preposições
O sistema de flexão nominal, isto é, o relacionamento de dependên-
cia e de determinação dos nomes entre si (complemento nominal, epí-
teto, adjunto adnominal, aposto) e entre nomes e verbos (atributo-pre-
dicativo, objeto direto, indireto: termo do ato verbal), todos eles expressos
pelas ptÅseiw - casus - casos, foram se enfraquecendo, sobretudo nas
relações concretas de espaço, tempo e modo, enfim, em todas as relações
concretas, que costumamos chamar de adverbiais ou circunstanciais.
sim, isto é, coladas, fundidas com o tema verbal; tanto é que para expri-
mir o passado, serviram-se do aumento ¤- anteposto ao tema verbal, e,
nos verbos compostos, esse aumento figura entre a preposição/prevérbio
e o verbo.
Isso mostra que identificavam significado nas duas partes. Além
disso, freqüentemente, quando querem enfatizar o significado contido na
preposição, os autores a separam, de-compondo o verbo com-posto:
separam novamente a preposição-advérbio do verbo, restabelecendo o
valor individual de cada um.
Isto significa que os dois elementos da composição tinham e têm
significados próprios. Essa mobilidade da preposição, colocando-se antes
do verbo, colada ou depois dele, separada, os gramáticos a chamam de
tmese = corte.
Exemplos:
tòn aétdelfon ¤n tfÄ tiyeÝsa [¤ntiyeÝsa]1
colocando o próprio irmão no túmulo
tñnde ¤w tafw ¤gÆ y®sv [eÞsy®sv tafw] 2
este, eu mesma colocarei na sepultura [levarei à]
Ama
An
n =ñon
[navegar] corrente acima, rio acima, [contra a corrente].
n potamòn pleÝn
navegar rio acima.
n psan t¯n g°n
por toda a extensão da terra [por cima, por toda a superfície].
n stñma ¦xein
ter na [por sobre] boca [na ponta da língua, por sobre os lábios].
n ¥ksthn ²m¡ran
a cada dia, repetidamente.
n t¡ttaraw
a cada quatro, por cada quatro.
n nækta
pela noite, por volta da noite.
n lñgon
conforme o raciocínio, seguindo o raciocínio.
n krtow
conforme, segundo o poder.
eðde pat¯r n GargrÄ lrÄ (J, 352)
o pai [dos deuses] estava dormindo no cimo do Gárgaros [por cima
de] (loc.).
kiñn n êchl¯n ¦rusan (X, 192)
eles o alçaram sobre uma alta coluna [por sobre] (extensão, movi-
mento: acus.).
oé gr tiw n¡mesiw fug¡ein kakñn, oédn nækta (J, 80)
não é possível [não há permissão alguma] de evitar o mal, nem
mesmo de noite [pela noite] (extensão: acus.).
nabibsaw toçw paÛdaw ¤f áppouw (Hdt., 1, 63) [bibsaw
n]
tendo feito os filhos montarem sobre os cavalos (movimento: acus.)
÷te pò DhlÛou fug» nexÅrei tò stratñpedon (Plat.,
Banq., 220e) [¤xÅrei n]
Aneu
AntÛ
Em face de, contra, em lugar de (Antipapa, Anticristo), pelo preço
de, (na compra, na troca, no ato de pagar há uma substituição de uma
coisa por outra, uma toma o lugar da outra: o dinheiro pela mercadoria),
de preferência a.
Genitivo de separação.
bouleæetai ÷pvw m®pote ¦ti ¦stai ¤pÜ tÒ delfÒ ll
basileæsei nt ¤keÛnou (Xen., An., 1, 1, 4)
Ele delibera [trama] de modo a que não mais estará [esteja] sobre
o irmão [apoiado, amparado] mas, [ao contrário], reinará [reine]
em lugar dele.
ntÜ toè r®gein toÝw summxoiw feægvn Õxeto (Xen.,
Cir., 6, 2, 19)
em vez de [em lugar de] socorrer os aliados, ele empreendeu viagem
fugindo.
¥l¡syaÛ ti ntÛ tinow
escolher algo em lugar de algo [preferir algo a algo].
ntÜ pol¡mou eÞr®nhn eßlÅmeya (Tuc., 4, 20, 2)
Em lugar da guerra escolhamos a paz.
n¯r nt ndròw luyeÛw
solto [libertado] homem contra homem [um homem contra outro,
em lugar de].
nt gayÇn kakoÜ geg®nhntai (Tuc., 1, 86, 1)
Em vez de bons eles se tornaram maus.
ntÜ kunòw eä fælaj (Xen., Mem., 2, 7, 14)
Tu és guarda em lugar de cão [como um cão].
nt rgurÛou lljasyaÛ ti (Plat., Rep., 371c)
trocar algo por dinheiro, alienar.
tÛ ²mÝn ntÜ toætvn êperet®seiw; (Xen., Cir., 4, 6,8)
o que nos servirás em lugar dessas coisas?
Èfel®sv aétòn ny Ïn eï ¦payon êp ¤keÛnou (Xen., An., 3, 5)
Eu o ajudarei em troca das coisas que senti [sofri] dele [sob o efeito
de, por causa de].
Antikræ / kat-antikræ
Anv
Subindo (em cima) na posição de cima.
Privilegia a idéia de situação estável, mas relativa a; por isso pede
um complemento limitativo, restritivo.
O genitivo exprime essa relação.
õrÇsi pezoçw ¤pÜ taÝw öxyaiw nv tÇn ßpp¡vn parate-
tagm¡nouw, (Xen., An., 4.3.3)
eles vêem a infantaria enfileirada sobre as margens, por cima (aci-
ma) dos cavaleiros [acima de].
Apñ
Apñ diante de consoante; Ap diante de vogal não aspirada; Af
diante de vogal aspirada.
Afastando-se de, de (latim: a, ab), ponto de partida (espaço e tempo).
Genitivo de separação, de ponto de partida.
p ¤keÛnhw t°w ²m¡raw
a partir daquele dia.
pò deÛpnou
após a refeição [a partir da].
eéyçw f ¥sp¡raw
imediatamente [direto] a partir da tarde.
pò skopoè
longe [fora] do alvo, da meta.
pò gnÅmhw
longe [fora] da opinião comum [contra].
oß pò skhn°w
os da cena [do teatro], os atores.
oß apò t°w stow
os do pórtico [que vêm de], os estóicos.
pò toè aétomtou
a partir da própria interpretação [por si mesmo, espontaneamente].
pò toætou toè xrñnou
desde [a partir de] esse tempo.
f oð
desde que, [ex quo].
oß pò IvnÛaw
Os jônios [os que vieram da Jônia, os da Jônia].
pò yalsshw eÞw ylassan
de um mar a outro.
f áppvn lto xamze
saltou (saltaram?) dos cavalos [carruagem] para o chão.
kaleÝsyai pñ tinow
ser chamado [receber um nome] a partir de algo.
aétñnomow pò t°w eÞr®nhw
independente a partir da paz.
tòn bÛon ¦xein (poieÝsyai, porÛzesyai) pñ tinow
ter uma vida [levar, fazer, ganhar] a vida a partir de algo.
pò oàkou eänai
estar fora do país [longe, distante de casa].
logÛzesyai pò xeirñw
contar [calcular] a partir da mão [com os dedos].
llai gnÇmai f ¥kstvn ¤l¡gonto
outras opiniões eram ditas a partir de cada um.
katespsyh pò toè áppou (Xen., An., 1, 9, 4)
ele foi arrancado [puxado para baixo] do cavalo.
Apvyen
Ater
Axri (-w)
BÛ&
Observação:
Os gramáticos chamam de prevérbio pleno, isto é, com significa-
do, mas sem relação, todas as vezes em que a preposição (prevérbio) não
tem um complemento expresso, isto é, uma relação espacial definida. Na
a) com genitivo:
di dikaÛou /dikaiosænhw poreæesyai
andar pela via do justo/ da justiça; [não atravessá-la].
di filÛaw Þ¡nai tinÛ
ir [estar] em amizade com alguém, ser amigo de alguém [estar em
meio à amizade].
di ôrg°w ¦xein tin
ter alguém em cólera [atravessado], [estar com raiva de alguém].
b) com acusativo:
di toèto
por isso [passando por] > causa.
di taèta
por essas coisas [passando por] > causa.
diù / diñ
pelo que/por que [passando por] > causa.
dia tÛ;
por quê? > causa.
di dÅmata
através dos aposentos, [o ato de passar].
di nækta
durante a noite [atravessando a noite, a noite toda].
di t¯n nñson xrÅmeya tÒ ÞatrÒ
pela doença [por causa de] servimo-nos do médico.
dikÛa aét¯ di ¥aut¯n kakñn ¤stin
a injustiça ela mesma [por ela mesma] é um mal [passando por ela
mesma].
DÛkhn
DÛxa
Eàsv
Ek / ¤j
¤k diante de consoante; ¤j diante de vogal; de (oposto a eÞw), (la-
tim: ex/e): de dentro para fora (no espaço e no tempo), a partir de, de,
origem, ponto de partida, de iniciativa.
Naturalmente pede genitivo (genitivo-ablativo), porque significa
separação, origem, ponto de partida, parte. Concreto e abstrato (figurado).
¤k Sprthw feægei
em exílio de Esparta [banido de Esparta].
¤k dejiw
à direita [a partir da direita].
¤k yaltthw
do mar [a partir do mar].
¤k paÛdvn
desde a infância [a partir da infância].
¤k palaioè [xrñnou]
desde antigamente, desde o tempo antigo.
¤k toè deÛpnou
da refeição [imediatamente] depois da refeição [de dentro de].
¤k patròw xrhstoè paÝdew faèloi gÛgnontai
de pai honesto nascem filhos vis.
·san aß IvnikaÜ pñleiw Tissaf¡rnouw, tò rxaÝon, ¤k ba-
sil¡vw dedom¡nai, (Xen., An., 1, 1, 6)
As cidades jônicas eram, antigamente, de Tissafernes, doadas pelo
rei [da parte do rei].
lñgon ¤k lñgou l¡gein
fazer um discurso a partir de outro [tirando do outro, segundo, se-
guindo o outro].
¤k tÇn õmologoum¡nvn
a partir das coisas acordadas.
¤j àsou
igualmente [a partir de igual, de igual].
¤j ¡lptou
de improviso [a partir do inesperado].
¤j prosdok®tou
de improviso [a partir do não conveniente].
t ¤k t°w g°w fuñmena (Xen., Mem., 4, 3, 10)
as coisas que nascem da terra [a produção da terra].
paÝdew aétÒ oék ¤gÛgnonto ¤k t°w gunaikñw (Xen., Hel., 6,
4, 37)
não lhe nasceram filhos dessa mulher.
¤k xrusÇn pÛnomen fialÇn (Xen., Cir., 5, 3, 3)
nós bebemos de taças de ouro.
J¡rjew ¤k t°w Elldow pexÅrei (Xen., An., 1, 2, 9)
Xerxes saia da Grécia [estava abandonando a Grécia].
pÇw ¦xei ¤k toè traæmatow ; (Xen., Cir., 5, 4, 10)
como ele está depois do ferimento? [a partir de].
¤bouleæonto ¤k tÇn parñntvn (Tuc., 3, 29, 2)
eles deliberavam a partir dos acontecimentos presentes.
¤k xeirñw
de perto [ao alcance da mão, a partir da mão].
¤k tÇn parñntvn
a partir das coisas [circunstâncias] presentes.
¤k tÇn loipÇn
a partir do restante [para o futuro].
¤k toè ¤mfanoèw
a partir do manifesto, a descoberto.
Como as outras preposições, ¤k / ¤j se presta a composições com
verbos, semanticamente compatíveis; também nesse caso podemos ob-
servar duas regências, isto é, se a relação de lugar está expressa, ela está
no genitivo-ablativo:
¤j¡lyete dñmvn
saí dos aposentos.
mas se, além da relação espacial houver um complemento do verbo, esse
estará no caso conveniente:
¤jgete dñmvn tòn doèlon
retirai dos aposentos o escravo.
Pode acontecer também que o significado da preposição se funda
com o significado verbal e com ele produza um todo significativo; nesse
caso observamos que ¤k / ¤j trazem ao verbo uma idéia:
ou de um início abrupto da ação:
¤kgelv irrompo numa gargalhada
ou de um acabamento, esgotamento da ação:
¤jergzomai eu executo, realizo, completamento (a obra).
Vê-se aí uma fusão de significados, o que leva alguns gramáticos a
denominar essas preposições de prevérbios vazios.
Não cremos que a multiplicação de epítetos contribua de maneira
eficiente para tornar claras as relações entre as palavras.
O que acontece nesse caso, como em muitos outros de verbos ou
nomes compostos, é uma ampliação do significado primeiro, original, do
advérbio/preposição; mas nunca há um esvaziamento do significado. A
linha semântica se mantém; só ela é a segurança do falante.
Ekw, §kaw
Longe, distante.
Genitivo, naturalmente.
lÛhn gr nhÇn ¥kw ·lyomen (J, 469)
pois chegamos bem longe das naus.
En
-¤g- antes de g,k,x, -¤m- antes de b,p,f - (Hom. ¤nÛ, eÞnÛ, eÞn)-
(latim: in, inter), em, dentro de (estático), no meio de (estático), nas rela-
ções de espaço e de tempo, sentido concreto ou figurado.
Locativo (dativo de lugar para as gramáticas).
¤n Ay®naiw
em Atenas.
¤n t» pñlei
na cidade [nesta cidade].
¤n t» Elldi
na Grécia.
¤n Aidou (oàkÄ)
no Hades [na casa de].
² ¤n SalamÝni naumaxÛa
a batalha naval em [de] Salamina.
² ¤n MarayÇni mxh
a batalha de [em] Maratona.
tñte t¯n ¤n NotÛÄ ¤nÛkhse naumaxÛan (Xen., Hel., 2, 1, 6)
Então [Lisandro] foi vencedor da batalha naval em Notium.
¤n d®mÄ l¡gein
falar no meio do povo.
¤n nomoy¡taiw nñmon y¡syai
colocar [estabelecer, fazer] uma lei, entre legisladores [nas mãos de],
[no meio de].
¤n mrtusin
entre as testemunhas.
¤n toætoiw
entre esses, entre essas coisas.
¤n p¡ltaiw, tñjoiw diagvnÛzesyai
combater em meio a escudos, arcos.
¤n ÷ploiw pareÝnai
estar em armas [de prontidão].
¤n ôfyalmoÝw õrn
ver diante dos olhos, nos olhos.
¤n toætÄ tÒ ¦tei
nesse ano.
¤n ôlÛgaiw ²m¡raiw
em poucos dias [dentro de].
¤n tÒ ¤mÒ lñgÄ me ¤legjtv (And., Mist., 35)
que ele me refute no meu discurso [meu tempo de falar].
¤n tÒ ¤mÒ ìdati (Dem., Cor., 139)
na minha água [durante o meu tempo da clepsidra].
Entñw
Ejv
Ejvyen
O mesmo que o anterior, apenas reforçado com a partícula -yen,
que enfatiza a idéia de separação.
Genitivo naturalmente.
sugkay®menoi ¦jvyen tÇn ÷plvn ¤jaÛfnhw koæomen
yoræbou polloè (Xen., 5, 7, 21)
reunidos, instalados desarmados (fora dos equipamentos), de repen-
te ouvimos muita algazarra.
Ep¡keina
Do lado de lá, ultrapassando, ulteriormente; idéia de separação.
Genitivo, naturalmente.
n¡bainon toè HerakleÛou ¤p¡keina (Xen., Hel., 5, 1, 10)
eles subiram além do [templo] de Heraclés.
õrmn eÞw tò ¤p¡keina t°w g°w (Plat., Féd., 112b)
dirigir-se até além da terra.
EpÛ
¤p- diante de vogal não aspirada, ¤f- diante de vogal aspirada).
Em cima, sobre (contato pleno, estático) > locativo (dat. nas gra-
máticas), idéia de acréscimo, superposição.
Sentido figurado: acréscimo; sobre, apoio parcial (pontual) > geniti-
vo (partitivo).
Sobre / para cima de, com movimento, direção, intenção > acusativo.
Locativo:
¤pÜ xyonÜ sÝton ¦dontew
que comem pão no chão [sentados no chão].
oß AyhnaÝoi eäxon ¤mpñrion ¤pÜ tÒ stñmati toè Strumñnow
os atenienses mantinham um entreposto na embocadura do Strimon.
¤pÜ t» yalttú oÞkeÝn
habitar sobre o mar [à margem de, na orla, em cima].
oß ¤pÜ psi
os sobre todos [os que seguem o exército], a retaguarda.
¤pÜ tÒ trÛtÄ shmeÛÄ §pesy¡ moi
[no] sobre o terceiro sinal, [em cima do terceiro sinal] acompanhai-me.
oß ¤pÜ toÝw kam®loiw
os sobre os camelos [os que vigiam sobre, os encarregados].
¤pÜ toÝw ¦rgoiw diatrÛbein
ocupar-se com os trabalhos [passar o tempo sobre os trabalhos].
¤pÜ toÝw polemÛoiw eänai
estar sobre os inimigos [sobre os inimigos, em cima de, em posição
de ataque].
xaÛrein ¤pÛ tini
alegrar-se com alguma coisa [baseado em].
ganakteÝn ¤pÛ tini
contrariar-se com [sobre] alguma coisa, [reclamar].
¤pÜ tñkoiw daneÛzein
emprestar sobre juros.
¤pÜ êmÝn keÝtai õ nñmow
sobre [contra] vós jaz [está disposta] a lei.
l¡gein ¤pÛ tini
fazer um discurso sobre algo/alguém.
tò ¤p ¤moÛ
no que está sobre mim [quanto a mim, no que me concerne].
tò ¤pÜ psi toÝw sÅmasi kllow (Plat., Banq., 210a)
a beleza que está em [sobre] todos os corpos.
toÝw polemÛoiw p®nthsan ¤pÜ toÝw ôrÛoiw t°w BoivtÛaw
(Licof., C. Leócr., 47)
eles se encontraram com os inimigos sobre as fronteiras da Beócia
[perto de].
¤f pasin ²mÝn nÛstatai Dhmosy¡nhw (Ésqn., Emb., 49)
sobre todos nós Demóstenes se sobrepõe [está por cima].
¤f ²mÇn
nos nossos dias (num momento > metafórico/pontual).
¤pÜ kefal°w f¡rein ti (Xen. An.4.3.6)
portar algo sobre [na] cabeça (metafórico/pontual).
õ Efilthw kayÛzei ¤pÜ tòn bvmñn, (Arist., Gov. dos At., 25, 3)
Efialtes vai sentar-se sobre o altar (mov.).
¤p ret¯n gein toçw n¡ouw (Xen. Caça, 13, 1)
conduzir os jovens para a virtude.
¤p spÛda (Xen., Cir., 7, 5, 6)
sobre [contra] o escudo [isto é, sobre a esquerda]
¤pistrateæein ¤pÜ toçw ¤nageÝw, (Ésqn., C. Ctes., 108)
fazer uma expedição sobre [contra] os ímpios.
tò ömma dænatai ¤pÜ poll stdia ¤jikneÝsyai (Xen.,
Mem., 1, 4, 17)
a vista é capaz de chegar [completamente] (alcançar) sobre muitos
estádios.
¤pÜ §j µ ¥pt ²m¡raw nyÅrmoun (Tuc., 2, 86, 5)
por [sobre = duração] 6 ou 7 dias eles estavam ancorados.
¤pÜ ¦th trÛa toçw tÇn turnnvn fÛlouw Èstrkizon
(Aristót., Gov. dos At., 22, 6)
por três anos [sobre] eles exilavam os amigos dos tiranos.
aßroèntai d¡ka tÇn politÇn aétokrtoraw ¤pÛ t¯n toè
pol¡mou katlusin (Aristót., Gov. dos At., 38, 1)
eles escolhem dez plenipotenciários dentre os cidadãos para a ces-
sação da guerra.
oß YhbaÝoi p¡mpousin ¤pÜ duoÝn tri®roin ndraw ¤pÜ sÝton
(Xen., Hel., 5, 4, 56)
os tebanos enviam homens sobre duas trirremes para [buscar] tri-
go, [por trigo].
¤pÜ pn
sobre tudo [em relação a tudo].
¤pÜ pñda
pé sobre pé.
¤p àson
[sobre igual] igualmente.
·lye ¤pÜ n°aw AxaiÇn (A, 12)
ele chegou às [sobre] naus dos Aqueus.
EéyeÛan
eéyæ, eéyæw
Direto, rumo a, na direção de, com complemento limitativo, restri-
tivo, partitivo, pontual.
Genitivo, naturalmente.
eéyeÛan é um acusativo de relação e contém implícita õdñn (ca-
minho, rota, roteiro). Eéyæ é o neutro no acusativo de relação e eéyæw é
uma variante do anterior, apenas com o -w protegendo a vogal.
¦pleon eéyç L¡sbou (Xen., Hel., 1, 2, 11)
eles navegavam direto para Lesbos [para um ponto de Lesbos - noção
partitiva].
Evw
Kat
Genitivo:
b° d¢ kat Oélæmpoio kar®nvn (A, 44)
ele desceu dos cimos do Olimpo.
taèta m¢n d¯ kat pntvn PersÇn ¦xomen l¡gein (Xen.,
1, 2, 16)
são, na verdade, essas as coisas que temos a dizer contra os Persas todos.
kat xyonòw ¦kruce (Sóf. Ant. 24)
ela enterrou [o irmão] debaixo da terra [para baixo da terra >
partitivo].
tòn kat g°w (Xen., Cir., 4, 6, 5)
o debaixo da terra [para baixo > partitivo].
áento kat pranoèw ghlñfou (Xen., An., 1, 5, 8)
eles se lançavam da descida da colina.
¤leÛbeto aét» t dkrua kat tÇn pareiÇn (Xen. Cir.,
6, 4, 3)
As lágrimas escorriam-lhe pelas faces.
mæron kat t°w kefal°w kataxeÝn (Plat., Rep., 398a)
fazer escorrer perfume de sobre a cabeça.
² d¢ AtlantÜw n°sow kat t°w yaltthw dèsa ±fanÛsyh
(Plat., Tim., 24c)
a ilha Atlantis [Atlântida] tendo mergulhado no mar [para baixo,
mar abaixo] desapareceu.
oék Êknoun kat aétoè l¡gein FilÛppou (Ésqn., Emb., 30)
eu não tinha medo de falar contra o próprio Filipe.
Acusativo:
¦pleon kat tòn potamñn (Hdt., 3, 109)
eles navegavam descendo o rio.
kat t¯n poreÛan (Ésqn., Emb., 56)
no curso da expedição [acompanhando].
tò ìdvr kat toçw tfrouw ¤xÅrei (Xen., Cir., 7, 5, 16)
a água se escorria pelas trincheiras.
proelyeÝn kat t¯n õdñn (Xen., An., 4, 2, 16)
avançar pelo caminho [seguindo o caminho].
¦sthsen Ermw kat tw õdoæw (Plat., Híp., 228b)
ele erigiu Hermas ao longo dos caminhos.
plantai f®mh kat t¯n pñlin (Ésqn., C. Tim., 127)
um boato paira sobre a cidade (se estende).
Katñpin
Kræfa / kræpta
Às escondidas, à socapa.
Idéia de afastamento, separação.
Acusativo petrificado.
Genitivo, naturalmente.
êp¡sxonto kræfa tÇn AyhnaÛvn (Tuc., 1, 101, 2)
eles prometeram às escondidas dos atenienses.
kræfa patrñw (Pínd., Pít., III)
às escondidas do pai.
Lyra / lyr&
Met
Genitivo:
met ¤moè xaÛrousi diatrÛbontew (Plat., Apol., 33b)
eles se comprazem passando o tempo comigo [entretendo-se].
mey êmÇn kekinduneækamen (Xen., Hel., 2, 4, 20)
nós corremos risco convosco [no meio de vós, participantes].
met parrhsÛaw l¡gv (Dem., Fil., 3, 3)
eu estou falando com franqueza.
d¡omai êmÇn met eénoÛaw krosasyai (Iseu, 6, 1)
eu vos peço [de vós] (de) me ouvirdes com benevolência.
met toè nñmou Õmhn mllñn me deÝn diakinduneæein µ mey
êmÇn gen¡syai (Plat., Apol., 32b)
eu pensava dever suportar os perigos mais com a lei (participante)
do que estar junto a vós [no meio de].
IndÇn basileçw met toè ±dikoum¡nou ¦stai (Xen., Cir., 2,
4, 7)
o rei dos hindus estará ao lado do injustiçado (participante).
Acusativo:
met toèto Musòw eÞs°lyen (Xen., An., 6, 1, 9)
depois disso entrou um Mísio.
met t must®ria d¡ka naèw pesteÛlate (Dem., Ol., 3, 4)
depois dos mistérios enviastes dez navios.
Em composição:
met¡xv tinñw eu tomo parte de, eu participo de alguma coisa ou
com alguém
metap¡mpomaÛ tina eu mando buscar alguém (mando atrás de)
metanoÇ (e) eu penso (reconheço) depois > eu lamento, me
arrependo, mudo de opinião
Metajæ
Nñsfi (-n)
Omoè
Opisyen / öpisye
Literalmente: de trás, atrás (separado) a partir de trás.
Genitivo, naturalmente.
öpisyen p¡mpen oïron (O, 34)
de trás ele enviou um vento (uso adverbial).
öpisyen ¤moè eÞsi¡nai (Plat., Banq., 174e)
entrar de trás de mim, depois de mim.
Þd¡ fÇw kañmenon öpisyen aétÇn (Plat., Rep., 514b)
olha [com a mente] uma tocha acesa atrás deles [por de trás].
Par (paraÛ)
Ao lado de (ao longo de, lado a lado) sem contato, com todas as
variantes espaciais (questões poè, onde?, poÝ, para onde? pñyen, de onde?),
respectivamente locativo, acusativo, genitivo-ablativo).
Locativo: junto a, ao lado de, na casa de (by, inglês; bei alemão;
chez, francês; apud, prae, latim).
oé par mhtrÜ sitoèntai oß paÝdew ll par tÒ didas-
klÄ (Xen., Cir., 1, 2, 8)
os meninos não fazem a refeição junto à mãe [em casa], mas junto
ao mestre [na casa do mestre].
oß par basileÝ öntew (Xen., An., 1, 5, 1)
os que estão ao lado do rei [a corte, os áulicos, os chegados ao rei].
t par ¤moÛ (Xen., An., 1, 7, 4)
as coisas em casa [quanto ao que me concerne].
Prow
PerÛ
Pl®n
PlhsÛon
Prñ
Genitivo:
prò tÇn teixÇn ¤peji¡nai toÝw polemÛoiw (Isócr., Paz, 77)
fazer uma incursão sobre os inimigos diante [separando, adiantan-
do-se] das muralhas.
prò ²lÛou dedukñtow (Ésquin., C. Tim., l0)
antes do sol posto [antes que o sol se pôs].
Prñw
Genitivo:
oÞk¡ousi pròw nñtou n¡mou (Hdt., 3, 101)
eles habitam do lado do vento sul [face a].
prñgonoi µ pròw ndrÇn µ pròw gunaikÇn (Plat., Teet.,
173b)
antepassados quer do lado dos homens [diante de] quer do lado das
mulheres [diante de].
õ pat¯r pròw m¢n ndrÇn ·n EépatridÇn... pròw gu-
naikÇn d AlkmevnidÇn (Isócr., 16, 25)
o pai, da parte [do lado] dos homens era dos Eupátridas... da parte
das mulheres, dos Alkmeônidas.
Alkibidhw l¡getai pròw patròw m¢n AlkmaivnidÇn
eänai pròw d¢ mhtròw IpponÛkou (Dem., XXI, 144)
dizem que [é dito] Alcibíades, da parte do pai, é dos Alcmeônidas
e, da parte da mãe, de Ipônico.
AyhnaÝñw eÞmi kaÜ t pròw patròw kaÜ t pròw mhtrñw
(Dem., LVII, 17)
sou ateniense quer por parte do pai quer por parte da mãe [da parte
de, diante de].
Locativo e dativo:
pròw t» oÞkÛ& lÛmnh ìdatow fyonÛan par¡xei (Xen., Rep.
dos Esp., 15, 6)
diante da casa [perto] um lago fornece abundância de água.
eÜ pròw Ú eàhn ¦rgÄ toèto ¦pratten (Xen., Hel., 4, 8, 22)
sempre diante de que obra ele estava, essa ele executava.
strteuma polç pròw Ú eäxe prñsyen metep¡mpeto (Xen.,
Hel., 3, 4, 6)
ele fez juntar um grande exército àquele que ele tinha antes (adi-
ção, acréscimo, dativo).
pròw toætoiw manynousi kaÜ tojeæein (Xen., Cir., 1, 2, 8)
depois dessas coisas [exercícios, além desses exercícios] eles apren-
dem também a lançar dardos (adição, acréscimo, dativo).
Kèrow ·n pròw BabulÇni
Ciro estava diante de Babilônia (enfoque locativo).
õ FÛlippow oédenÜ pl¡on ¤krthsen µ tÒ prñterow pròw
toÝw prgmasi gÛgnesyai
Filipe em nada mais era superior do que pelo encontrar-se antes
[mais primeiro] diante dos fatos (enfoque locativo).
potÜ d¢ sk°ptron blh gaÛú (Hom.)
e diante, na terra, ele jogou o cetro (enfoque sobre o ponto de che-
gada, locativo).
¤w mxhn kayÛstantai oß AyhnaÝoi pròw aét» t» pñlei
(Tuc., 2, 79)
os atenienses se alinham para a luta na frente da própria cidade (en-
foque locativo).
Acusativo:
eäm aét¯ pròw
Olumpon (A, 420)
e eu mesma vou na direção do Olimpo.
² mxh M®dvn pròw AyhnaÛouw (Tuc., 1, 18)
a batalha dos medos contra os atenienses.
oß ndrew pròw ndreÛan ¤paideæyhsan (Isócr., 16, 27)
os homens foram educados visando à coragem.
pròw t¯n öcin taæthn tòn gmon toi toèton ¦speusa
(Hdt., 1, 38)
foi em função dessa visão que eu apressei esse teu casamento.
tò ÷lon sÇma oìtv l¡gomen kalòn eänai, tò m¢n pròw
drñmon tò d¢ pròw plhn (Plat., Híp. Maior)
o corpo inteiro nós dizemos ser belo assim: este para a corrida,
aquele para o pugilato.
¦rxontai pròw ²mw pr¡sbeiw
embaixadores estão chegando em nossa direção.
pròw tòn d°mon goreæein
dirigir a palavra na direção do povo [falar ao povo].
pologÛan poieÝsyai pròw toçw dikastw
fazer [sua própria] defesa diante dos juízes [na direção de, na inten-
ção de].
pròw Borrn
contra [na direção de] o vento norte.
Sun / jun
T°le
Longe, distante.
Genitivo, naturalmente.
É homérico; não é usado no ático.
t°le fÛlvn kaÜ patrÛdow aàhw (L, 817)
distante dos amigos e da terra pátria.
t°le p aétoè aÞxm¯... bñmbhse (P, 117)
longe dele a lança... ressoou.
Up¡r
Por sobre, por cima de, acima de (contato parcial: partitivo, genitivo).
A idéia de em favor de, por (pro com ablativo em latim), vem da
imagem de alguém cobrir o outro para protegê-lo e por isso morrer por
ele, como na cena da luta pelo cadáver e despojos de Pátroclo na Ilíada,
ou (visão latina) de alguém pôr-se à frente, para proteger (pro + abl.):
Genitivo em grego.
Por cima de, além (ultrapassagem, excelência, superioridade) com
idéia de movimento ou extensão:
Acusativo.
Genitivo:
tojeæontew êp¢r tÇn prñsyen (Xen., Cir., 6, 3, 24)
atirando [flechas] por cima dos de frente [vanguarda] (idéia de sepa-
ração (genitivo) e não de movimento, extensão).
oß SikeloÜ oß êp¢r krvn (Tuc., 4, 25)
os sículos que estavam sobre os cumes [por cima: toque: partitivo,
genitivo].
maxñmenoi ptraw ìper (Eur., Fil., 1002)
combatendo pela pátria [em defesa de].
êp¢r tÇn fulkvn foboæmeya m¯... malakÅteroi g¡nvn-
tai, (Plat., Rep., 387c)
nós tememos pelos guardas... que [não] se tornem mais fracos/mo-
les [do que é necessário] (figurado, noção de distância).
õ ´liow toè y¡rouw êp¢r ²mÇn aétÇn kaÜ tÇn stegÇn
poreuñmenow skin par¡xei (Xen., Mem., 3, 8, 9)
o sol do verão passando por sobre nós mesmos e por sobre os telhados
produz sombra (idéia de separação; a de movimento é deixada de
lado).
katalabeÝn tò êp¢r t°w õdoè kron (Xen., Hel., 4, 47)
apoderar-se da elevação que estava por sobre a estrada [acima].
êp¢r toætou poyaneÝn (Xen., An., 7, 4, 9)
morrer por essa [criança].
Acusativo:
¤pol¡mei toÝw Yr&jÜ toÝw êp¢r Ell®sponton oÞkoèsin
(Xen., An., 1, 1, 9)
ele foi guerrear com os trácios, que habitam além [para lá] do
Helesponto.
êp¢r ´misu toè ÷lou strateæmatow (Xen., An., 6, 2, 10)
além da metade [mais do que] de todo o exército.
oß êp¢r t strateæsima ¦th gegonñtew (Xen., Cir., 1, 2, 4)
os nascidos além dos anos do serviço militar [passaram da idade].
êp¢r ²mw faÛnetai ²mÝn t eÞrhm¡na eÞr°syai (Plat., Parm.,
128b)
o que foi dito parece estar dito acima de nós [além de nosso entendimento].
toÝw êp¢r HrakleÛaw st®law... katoikoèsin (Plat., Crítias, 108e)
aos que habitam além das colunas de Heraclés.
nñhson naæklhron meg¡yei kaÜ =Åmú êp¢r toçw ¤n t» nhÛ
pntaw (Plat., Rep., 488a)
pensa um comandante acima de todos os que estão no navio, pelo
tamanho e pela força.
Upñ
Up diante de uma vogal não aspirada, Uf diante de uma vogal
aspirada.
Sob, em baixo de, por baixo de.
Associado à idéia de origem, de separação, de ponto de partida
ou de partitivo: Genitivo.
A construção da relação do agente da passiva e colaterais se enqua-
dra nesse uso do genitivo com êpñ.
Com freqüência usa-se a voz ativa: a idéia-base é sob o efeito de, à
qual está associado um verbo de ação.
O genitivo (ablativo em latim) se explica pela idéia de que a ação,
de que o sujeito é paciente, é desencadeada distante do sujeito, por uma
força estranha a ele. Esse espaço percorrido (entre o sujeito paciente e
o ponto de partida da ação, desencadeada pelo agente da passiva), natu-
ralmente, é figurado.
Associado à idéia de lugar onde, sem movimento, estático: Locativo.
Associado à idéia de movimento, de extensão, no tempo e no es-
paço: Acusativo.
Toda e qualquer expressão que contenha explícita ou implícita a
idéia de movimento para, de baixo de (aproximação no tempo ou no es-
paço), bem como a idéia de submissão ou tutela (figurado) também re-
quer o acusativo.
Genitivo:
phg¯ êpò t°w platnou =eÝ (Plat., Fedro, 230b)
uma fonte corre de sob o plátano [sai de baixo de].
¤jeplghsan êf ²don°w (Plat., Fedro, 259b)
eles foram [ficaram] completamente batidos [per-plexos] pelo pra-
zer [sob o efeito de].
aétr ¤pÜ kratòw lim¡now =¡ei glaòn ìdvr kr®nh êpò
speÛouw (I, 140)
porém à entrada do porto flui uma água límpida, uma fonte de sob
a gruta [saindo de baixo de].
Acusativo:
Kl¡arxow oék nebÛbazen ¤pÜ tòn lñfon ll êp aétòn
st®saw tò strteuma p¡mpei Lækion ¤pÜ tñn lñfon (Xen.,
An., 1, 10, 14)
Clearco não estava subindo a colina, mas tendo feito estacionar o
exército ao pé dela [na direção de], manda Lucios subi-la.
p°lyon êpò t d¡ndra nyrvpoi Éw ¥bdom®konta (Xen.,
An., 4, 7, 8)
uns 70 homens se foram sob [para baixo] as árvores.
kontÛzei tiw aétòn êpò tòn ôfyalmñn (Xen., 1, 8, 27)
alguém o (Ciro) atinge sob o olho, com um dardo.
Aàguptow plin êpò basil¡a ¤g¡neto (Tuc., 1, 110)
O Egito voltou a ficar sob o rei.
êpò toçw aétoçw xrñnouw (Tuc., 1, 110, 1)
por aqueles tempos [sob aqueles tempos].
êpò nækta (Tuc., 1, 115, 4)
sob a noite [à entrada da noite].
êpò t¯n pñlusin toè pol¡mou (Xen., Mem., 2, 8, 1)
lá pelo fim [solução] da guerra [proximidade].
tò Pelasgikòn kaloæmenon (teÝxow) tò êpò t¯n krñpo-
lin (Tuc., 2, 17)
o muro chamado pelásgico, aquele sob [ao longo da] a acrópole.
÷ti sfÇn eéerg¡tai ·san êpò tòn seismñn (Tuc., 2, 27)
porque eles os tinham ajudado sob o terremoto [depois de].
·lyon êpò turannÛda (Plat., Carta 7, 329b)
eu fui [viver] sob uma tirania.
niÆn ¤k PeiraiÇw êpò tò bñreion teÝxow (Plat., Rep., 439e)
subindo do Pireu sob o muro norte [ao longo de].
êpost°nai kÛndunon
ficar sob um perigo [submeter-se a um perigo].
Locativo:
pro¡trexen pò toè d¡ndrou êf Ú ·n dæo µ trÛa b®mata
(Xen., An., 4, 7, 10)
[Calímaco] avançou dois ou três passos a partir da árvore sob a qual
estava.
oß kat t¯n AsÛan êpò basileÝ öntew (Xen., Cir., 8, 1, 6)
os que na Ásia [na extensão da çsia] estavam sob o rei.
êpò paidotrÛbú gayÒ pepaideum¡now (Plat., Láq., 184e)
educado sob um bom mestre [sob o olhar de; o enfoque não é sobre
o agente do ato verbal (genitivo), mas sobre a situação - sentido
figurado].
¾reto tò ìdvr êp¢r tÇn êpò tÒ teÛxei yemelÛvn (Xen.,
Hel., 5, 2, 5)
a água se elevava por sobre as fundações, sob a muralha.
¤n êpñ soi kataklÛnú Agyvn oé d®pou ¤m¢ plin
¤pain¡setai (Plat., Banq., 222e)
caso Agáton se recline abaixo de ti [depois de ti] certamente não
me tecerá louvores de novo.
¦xein ti êpò tÒ ßmatÛÄ (Plat., Fedro, 228e)
ter [portar, manter] alguma coisa sob o manto.
kinduneæsaim n êpò t» dusxeresttú gen¡syai tæxú
(Lís., 24, 6)
eu correria o risco de me encontrar sob a sorte mais infeliz.
tÇn Ell®nvn oß m¢n êf ²mÝn oß d êpò LakedaimonÛoiw
eÞsÛn (Isócr., Pan., 16)
dos gregos uns estão sob nós [nossa influência, poder] outros estão
sob os Lacedemônios.
tÇn êpò possÜ m¡ga stenaxÛzeto gaÝa (Hom.)
sob os pés deles a terra soltava grandes gemidos.
Axilleçw êpò tÒ XeÛrvni ¤trfh
Aquiles foi criado sob [a vigilância, os olhares de] Quiron.
Xrin
XvrÛw
Significa fora de, além de, exceto, à parte, sempre com a idéia de
exclusão, separação.
Genitivo, naturalmente.
xvrÜw t°w dñjhw oéd¢ dÛkaiñn moi eänai deÝsyai toè dikas-
toè (Plat., Apol., 35b)
fora da glória [exceto a glória] não me é justo precisar [pedir] do
juiz.
xvrÜw sofÛa ¤stÜn ndreÛaw (Plat., Láq., 195a)
a sabedoria está distante da coragem.
² cux¯ xvrÜw toè sÅmatow (Plat., Féd., 98c)
a alma, fora [separada, distinta] do corpo.
xvrÜw toætvn (Xen., Cir., 1, 5, 5)
fora essas coisas [exceto isso, além disso].
Ww
All
por mim? Que aliança, que ação sobre a qual me era preciso desco-
nhecer mais do que o momento presente? Mas, ao contrário, o pas-
sado é sempre deixado de lado diante de outras coisas.
Obervação: constata-se em todos esses exemplos e muitos outros que
deixamos de registrar, por serem longos, que ll mantém sempre
seu significado de ruptura, oposição, contradição e que as outras par-
tículas quando se lhe acrescentam trazem também sua contribuição
semântica.
Allvw
kaÜ llvw: de outro modo, também além disso, por outro lado.
llvw te kaÛ: de outra maneira / por outro motivo e também. Pode
vir seguido de µ, que, do que, numa relação entre dois termos.
llvw d¢: aliás.
´de ² teleut¯ toè ¥taÛrou ²mÝn ¤g¡neto ndròw tÇn tñte
Ïn ¤peiryhmen rÛstou kaÜ llvw fronimvttou (Plat.,
Féd., 118a)
este foi o fim de nosso companheiro, homem dentre os com que
tratamos o melhor e por outro lado [além disso] o mais sensato.
Ama
Am¡lei
Forma petrificada de imperativo singular de melÇ (e): não te-
nhas cuidado, fica tranqüilo, sossega; daí o significado de seguramente, sem
dúvida, certamente.
Funciona como uma frase intercalada; por isso muitas gramáticas
a ignoram.
sç d àsvw di tò polumay¯w eänai perÜ tÇn aétÇn oéd¡-
pote t aét l¡geiw,
Am¡lei, ¦fh, peirÇmai kainñn ti l¡gein eÛ, (Xen., Mem.,
4, 4, 6)
Tu, talvez por seres muito instruído, nunca dizes as mesmas coi-
sas a respeito dos mesmos assuntos.
Não tenhas cuidado [não te preocupes], estou tentanto sempre
dizer algo de novo.
Ara / =a / r
Atr / Aétr
Ate - < te
Marca uma sucessão, com uma idéia fraca de oposição: por outro
lado, por sua vez, (uma espécie de retomada do discurso).
Às vezes pode vir enfatizada por de, o que lhe dá uma versão de
alternativa.
kaÜ tÛ tiw n aï eÞpÆn §teron oék ¤jamrtoi (Plat., Sof.,
225e)
e, por outro lado, que outra coisa alguém tendo dito, não se enganaria
tòn m¢n... ble dourÛ,
Antifon aï... ¦lase (L, 108)
ele atacou um com a lança e... por outro lado atingiu ântifos.
dokeÝ... xr°nai... prñteron K¡bhtow akoèsai tÛ aï ÷de ¤g-
kaleÝ tÒ lñgÄ (Plat., Féd., 86e)
parece-me ser preciso ouvir primeiro [de] Cebes o que, por sua vez,
ele atribui ao argumento.
kaÜ àsvw aï êmeÝw ¤m¢ ²geÝsye kakodaÛmona eänai (Plat.,
Banq., 173c)
e talvez, por outro lado, vós pensais que eu sou infeliz.
oß Ellhnew ¤p¹esan oß d aï brbaroi oék ¤d¡xonto (Xen.,
1, 10, 11)
os gregos atacaram, os bárbaros por sua vez, não aceitaram (não
esperaram o ataque).
Aïyiw
AétÛka
Ge
4 Gr vem combinada com uma série de partículas; o que leva muitos gramáticos a
procurar um sentido especial para essas combinações. Não vemos muita necessida-
de disso. Essas combinações respeitam o significado base, denotativo de cada ele-
mento; portanto, basta respeitar o significado de cada um e enquadrá-los no con-
texto, e a solução aparecerá.
DaÛ
Seria uma partícula construída sobre a partícula de, mas, mais en-
fática, mais expressiva. Em geral sublinha um termo interrogativo, como
que?, como?
Podemos traduzi-la, por então.
tÛ daÛ; · d ÷w, oé filñsofow Eëhnow; (Plat., Féd., 61c)
O que então?! disse ele, Eveno não é filósofo?!
tÛ l®kuyow kaÜ strñfion; tÛw daÜ katñptrou kaÜ jÛfouw
koinvnÛa; (Aristóf., Tesm., 141)
o que é um vaso de azeite e um porta-seio? O que há então de co-
mum entre um espelho e uma espada?!
tÛ daÛ; tòn DaÛdalon oék k®koaw ÷ti nagkzeto dou-
leæein; (Xen., Mem., 4, 2, 33)
o quê?! não ouviste dizer que Dédalo era obrigado a servir como
escravo?!
D¡
D®
Pospositiva.
Poderíamos dizer que é uma composição confirmativa (d®) e ilativa
(-yen): sem dúvida então.
oédamÇw d®pouyen (Dem., 832, 15)
sem dúvida, de modo algum.
tÇn kakÇn êmeÝw aàtioÛ ¤ste;
oé d®pouyen (Lís., 6, 36)
de nossos males os culpados sois vós?
não, com certeza [é claro que não].
D°ta
EÞ
É a partícula supositiva por excelência; em grego introduz sempre a
hipótese real, ou irreal, sempre no indicativo.
A tradução em português é se.
Em português, há confusão e incerteza no emprego do se. A razão
disso é que os gramáticos consideram o se como uma conjunção regente
desse ou daquele modo verbal.
Em grego, as coisas são bem claras:
A hipótese real e a irreal não trazem problemas.
A real só se realiza no presente:
Se os deuses fazem algo feio, não são deuses.
E a irreal no passado:
Se os cidadãos votaram bem, não elegeram aquele presidente.
Em grego, coerentemente, o modo da realidade e o da irrealidade
é o mesmo: indicativo.
Em português, há um certo equívoco entre o enunciado de uma
irrealidade presente (se com imperfeito do subjuntivo na condicionante,
e condicional simples na condicionada)e o potencial. Para o possível, o
português usa a mesma construção do irreal do presente. Só o contexto e
a entonação podem resolver o problema.
Se eu tivesse dinheiro eu te emprestaria tanto pode significar: eu
não tenho dinheiro e não te empresto, e escolho uma forma delicada (opta-
tivo grego e condicional português) para dizer isso, quanto o enunciado
de uma mera possibilidade sem insistir na realidade ou não.
EÞ d¢ m®
Eàye
EÞ m®
EÞ m¯ ra
Eàper
Eäta
E então, a seguir.
¦fasan oé dunam¡nouw eêreÝn tò llo strteuma oéd¢ tw
õdoçw eäta planvm¡nouw pol¡syai (Xen., An., 1, 2, 25)
eles disseram que, não podendo encontrar o resto do exército nem
as trilhas [de volta], então [a seguir] eles vagando, pereceram.
eäta oék aÞsxænei Î SÅkratew; (Plat., Apol., 28b)
e depois disso, não te envergonhas, Sócrates?!
Eàte... eàte
Se... e se; seja que... seja que; quer... quer; ora... ora.
EpeÛ
Epeid®
Este
Ainda, enquanto.
Relação temporal de duração (acréscimo: e mais). Afirmativa.
Em geral se usa com indicativo: constatação da realidade.
¦ti moi m¡now ¤mpedñn ¤stin (E, 254)
há ainda em mim um coração firme.
¦ti kaÜ d¯ ¤mxonto (Hdt., 9, 102)
eles combatiam ainda naquele momento.
Evw
H / ±¢ / ±æte
³... ³
Ou... ou, quer... quer: paralelismo.
Também usado nas interrogativas disjuntivas. Às vezes pode fazer
contraponto com pñteron (qual das duas coisas: isto ou aquilo?)
Esse conetivo não traz em si o significado da diferença. É uma re-
lação entre dois. Ele apenas põe lado a lado as palavras ou expressões. A
comparação (diferença) para maior ou menor está nas próprias palavras,
no próprio conteúdo semântico dos segmentos.
Na ausência do conetivo, o complemento da comparação (diferen-
ça) vai naturalmente para o genitivo (ablativo em latim).
Quando se fala de conetivo é preciso lembrar que o conetivo conecta,
liga, mas não funde; ele é uma ponte entre dois, um registro apenas. Por-
tanto, se ele não funde, também não separa, não tem poder de disjunção,
não desconecta.
Essa disjunção está no conteúdo das frases ou segmentos ou em
palavras, como outro, contrário, diferente.
deÝ Eratosy¡nhn podeÝjai µ Éw oék p®gagen aétòn µ
Éw dikaÛvw toèt ¦prajen (Lís., 12, 34)
é preciso Eratóstenes provar que ou não o levou [preso] ou fez isso
dentro da lei.
eàte LusÛaw ³ tiw llow (Plat., Fedro, 277d)
se [foi] Lísias ou um outro qualquer.
§loimÛ ken ³ ken ¥loÛhn (X, 253)
eu te poderia pegar ou poderia ser pego.
gæpessin polç fÛlteroi µ lñxoisin (L, 162)
mais amigos dos abutres do que das esposas.
melnteron ±æte pÛssa (D, 277)
mais negro do que o piche.
Também aqui:
polç oß lñgoi oðtoi ntÛoi eÞsÜn µ oîw ¤gÆ ³kouon (Xen.,
6, 6, 34)
essas palavras são em muito contrárias às que eu ouvia.
kaÛ moi deèro, Î M¡lhte, eÞp¡: llo ti µ perÜ polloè poieÝ
÷pvw b¡ltistoi oß neÅteroi ¦sontai; (Plat., Apol., 24c)
dize-me também aqui, Mêletos, há alguma outra coisa a que dás
mais importância do que para que os mais jovens sejam melhores?
H
HnÛka
Ina
KaÛ
É o conetivo horizontal por excelência; na origem é um advérbio:
também, mesmo, até, que depois se enfraqueceu.
Liga duas palavras, duas frases, duas orações que estão no mesmo
plano.
É o conetivo somatório, aditivo, e por isso separativo (na mesma
medida em que dois objetos precisam de um conetivo, nessa mesma medi-
da eles revelam que estão separados).
Quando se coloca à frente de uma palavra, uma frase, uma oração,
isto é, quando não reflete a horizontalidade, o paralelismo kaÛ assume o
significado de conetivo forte (de antigo advérbio, como ¦ti: também,
ainda, até, mesmo.
M
M¡n
M¡ntoi
É a somatória da partícula intensiva, enfática, restritiva, m¢n com a
partícula afirmativa, subjetiva, toi.
Seria então uma intensiva-confirmativa. Ela pode estar em todo
tipo de proposições; afirmativas, negativas, interrogativas etc.
Traduções mais comuns: sim, é claro, certamente, então, entretanto.
õ Kèrow ³reto:
· oðtoi pol¡mioÛ eÞsin;
Pol¡mioi m¡ntoi (Xen., Cir., 1, 4, 19)
Ciro perguntou:
Será que esses aí são inimigos?
Inimigos sim, é claro.
oék oàei, Î SÅkratew;
oé m¡ntoi m DÛa (Plat., Menex., 235d)
não achas, Sócrates?
não, não acho, por Zeus.
oé sç m¡ntoi Om®rou ¤pain¡thw eä; (Plat., Prot., 309a)
então tu não és um admirador [elogiador] de Homero?
¤n dikasthrÛoiw oß ntÛdikoi tÛ drÇsin; oék ntil¡-
gousin m¡ntoi; (Plat., Fedro, 261c)
nos tribunais, o que fazem as partes contrárias? Elas, sem dúvida,
não fazem controvérsia?
M® / mhd¡ / m®te...m®te
Mhd¡
M®te
Então não? Por acaso não? (lat. num); oïn traz a idéia de conseqüên-
cia, conclusão. Espera-se uma resposta negativa.
NaÛ
N®
Nèn
Nèn d¡
Nun
Enclítica e pospositiva.
Então: partícula de afirmação, assentimento.
j¡non se, Î AgesÛlae, poioèmai.
EgÆ d¡ ge d¡xomai.
M¡mnhsñ nun. (Xen., Hel., 4, 2, 3)
Eu te faço meu hóspede, Agesilau.
E eu aceito.
Lembra-te então.
EpÜ toætoiw plin ¤p®reto tòn Mhdosdhn eÞ ¦lege taè-
ta. O d¢ sun¡fh kaÜ taèta.
Iyi nun , ¦fh, f®ghsai toætÄ tÛ soi pekrinmhn...
(Xen., Anáb., 7, 2, 2)
A seguir ele voltou a perguntar a Medosades se dizia [tinha dito]
essas coisas. Este confirmou também essas coisas.
Vai, então, disse ele, contar a ele o que eu te respondi.
Omvw
oék oäd ÷ti deÝ mrturaw parasx¡syai: ÷mvw d¡: ¤gÆ gr
d¡omai napaæsasyai. (Lísias, 12.6)
eu não vejo em que é preciso apresentar testemunhas; apesar disso
[eu o farei], na verdade eu preciso descansar.
Lakedamñnioi ¦gnvsan ÷mvw tñte ¤xyroÜ öntew sÅzein
t¯n pñlin (Andóc, Mist., 14)
os lacedemônios souberam, mesmo na época sendo nossos inimi-
gos, salvar nossa cidade.
Opvw
É basicamente um advérbio relativo de modo, o equivalente indefi-
nido do interrogativo pÇw - como? O significado seria então: como (inte-
grante), do modo que, de que modo (interrogativa indireta). Nesses sentidos
ele é catafórico. Mas, se o verbo da principal sugere uma eventualidade,
como querer, aconselhar, temer, precaver-se, ÷pvw deverá ser traduzido
por: de modo a que.
oék ¦stin ÷pvw ²mrtete, ndrew AyhnaÝoi (Dem., Coroa,
20)
não há/não é possível como falhastes, cidadãos de Atenas.
oék ¦sy ÷pvw olÛgoi polloÝw eïnoi g¡noit n (Dem., Lib.
dos R., 1)
não há como oligarcas se tornariam benevolentes para com o povo.
oék ¦sy ÷pvw oék ±nantiÅyh n moi tò eÞvyòw shmeÝon
(Plat., Apol., 40)
não há como meu sinal costumeiro não se me opusesse [opôs].
mllon µ prñsyen eÞs¹ei aétoçw ÷pvw n kaÜ ¦xont¡w ti
oàkade fÛkvntai (Xen., Anáb., 6, 1, 1)
mais do que antes invadiu-lhes a mente de como voltarem para casa
tendo mesmo [que fosse] alguma coisa.
par®lyomen ÷pvw m¯ =&dÛvw perÜ meglvn pragmtvn
xeÝron bouleæshsye (Tuc., 1, 73)
nós nos apresentamos de modo a que [para que] sobre negócios im-
portantes não delibereis mais levianamente [pior].
Oti (÷ ti)
oé repetido / oé antecipado
Com o verbo fhmÛ (eu digo, afirmo) e seus compostos e derivados
(fskv) em lugar de a negação recair sobre o objeto negado, ela se an-
tecipa ao verbo, porque é o verbo que está sendo negado, e não o comple-
mento dele: oék ¦fasan significa eles disseram não, ou, eles disseram
que não.
oß gayoÜ ndrew oék ¦fasan ¤pitr¡cai t¯n eÞr®nhn poi®-
sasyai (Lís., 13, 47)
os bons cidadãos disseram não dirigir-se para fazer a paz [se eles
não disseram que vão fazer, eles não vão fazer].
oß stratiÇtai oék ¦fasan Þ¡nai (Xen.)
os soldados disseram não ir [que não iriam].
oéd¡ / mhd¡
Oïn / În
Per
Pote (pot¡)
Pou
Associado a d®
A partícula -d® acrescenta um tom confirmativo, conclusivo, com
um leve toque de ironia: certamente na verdade, sem dúvida então, talvez,
não é?
oé d®pou kaÜ sæ eä tÇn toioætvn nyrÅpvn oã xrhsimñ-
teron nomÛzousi xr®mata µ delfoæw; (Xen., Mem., 2, 3, 1)
Com certeza também tu não és desse tipo de homens que conside-
ram as riquezas mais úteis do que os irmãos!?
pñteron õ aétòw µ llow; O aétòw d®pou (Plat., Íon,
531e)
é ele mesmo ou um outro? É o mesmo, com certeza [naturalmente].
àste d®pou ÷ti oédeÜw pÅpote õmologÇn dikeÝn ¥lv
(Dem., Emb., 215)
vós sabeis com certeza que ninguém jamais foi pego confessando
que é injusto.
PrÛn
Pvw / pv / -pv
Átono e pospositivo.
É o indefinido do interrogativo pÇw; - como? de que modo? de
que maneira?
Significa então: de algum modo, mais ou menos, assim assim, quase.
Às vezes se aproxima do significado de pou.
Mas nesses dois casos é mero indeterminado, indefinido.
misyòw oédeÛw pv ¤faÛneto (Xen., Anáb., 7, 5, 16)
salário por assim dizer nenhum aparecia.
oék àsasi pv t¯n ²met¡ran summaxÛan (Xen., Anáb., 7, 3,
35)
eles quase não sabem de nossa aliança.
¤peÜ ¼syñmhn ÷ti tÒ önti pepaum¡now eàh mñgiw... pvw
¤mautòn ÉspereÜ sunageÛraw eäpon (Plat., Prot., 328d)
assim que eu vi que realmente ele tinha parado com alguma difi-
culdade... de algum modo, como tendo acordado a mim mesmo,
disse.
Te / T¡
tÇn oë ti... legÛzv eàt ¤pÜ dejÛ àvsi... eàt ¤p rister
(M, 239)
[desses pássaros]... eu não me importo se eles vão para a direita...
se vão para a esquerda [quer... quer].
eÞ d ¦t ¤stÜn ¦mcuxow gun¯ eàt oïn ölvlen eÞd¡nai bou-
loÛmey n (Eur., Alc., 140)
se essa mulher ainda está viva e se então já morreu nós gostaríamos
de saber.
eàte pou yeoÜ µ paÝdew yeÇn aét¯n oÞkoèsin (Plat., Leis, 739d)
se por acaso deuses a habitam ou filhos dos deuses.
àsoi öntew maxoæmeya ³nte ¤nyde ¤piñntaw aétoçw dexÅ-
meya ³nte ¤p ¤keÛnouw sunptvmen. (Xen., Cir., 3, 3, 17)
sendo iguais, nós combateremos quer os esperemos [aceitemos]
avançando aqui, quer partamos sobre eles para confronto.
Toi
Ww
2. em correlativo temporal
Enquanto, em quanto que, durante o tempo em que.
Em relação de quantidade: na medida em que.
tÆw pexy®sv Éw nèn s ¦kpagl ¤fÛlhsa (G, 415)
eu te odiarei tanto quanto estranhamente te amei até agora.
¥lÆn kr¡aw Ëw oß xeÝrew ¤xndanon (J, 344)
tendo pegado carnes como [na medida em que] suas mãos podiam
conter.
braxætera ±kñntizon µ Éw ¤jikneÝsyai tÇn sfendonhtÇn
(Xen., 3, 3, 7)
eles lançavam os dardos mais curto do quanto alcançassem os
fundistas.
7. Como conjunção final, para, para que, de modo a que, com subjuntivo
eventual, ou optativo, às vezes composta.
÷pvw krÝn ndraw Éw fr®trh fr®trúfin r®gú (B, 363)
escolhe de algum modo homens para que uma tribo socorra outra.
eäxon dr¡pana Éw diakñpoien (Xen., Anáb., 1, 8, 10)
eles tinham foices de modo a que pudessem ceifar.
Também Ëste.
eïrow Éw dæo tri®reiw pl¡ein õmoè (Hdt., 7, 24)
largo de modo a duas trirremes navegarem ao mesmo tempo.
¤netægxanon tfroiw pl®resin ìdatow Éw m¯ dænasyai
diabaÛnein (Xen., Anáb., 2, 3, 10)
eles encontravam fossas cheias de água, de modo a não poderem
atravessar.
oìtvw ¤moÜ ¤bñhsaw Éw nèn s¡svsmai (Xen., Cir., 5, 4, 6)
tu me socorreste de tal maneira, que agora estou salvo.
nomÛzv oìtvw ¦xein Éw post®sontai aétoè aß pñleiw
(Xen., Hel., 6, 1, 4)
eu creio que a situação está em tal ponto, que as cidades se afastarão
dele.
oìtv ÞsxuraÜ [Éw]... n lÛyÄ paÛsaw diarr®jeiaw (Hdt.,
3, 12)
elas são tão resistentes que batendo com uma pedra [não] as
quebrarias.
Advérbios: - ¤pÛrrhma
Dionísio Trácio, 19.1. diz:
EpÛrrm ¤sti m¡row lñgou kliton kat =®matow legñ-
menon µ ¤pÛlegñmenon =®mati.
Advérbio é uma parte não flexionada da frase, dita com referên-
cia ao verbo ou sobre ele aplicada (posta).
Podemos comparar essa definição com a que ele dá ao önoma
¤pÛyeton, nome epíteto, sobreposto (adjetivo):
EpÛyeton d¡ ¤sti tò ¤pÜ kurÛvn µ proshgorikÇn õmv-
næmvw tiy¡menon kaÜ dhloèn ¦painon µ cñgon..., (12, 64)
Epíteto (adjetivo) é o que é colocado de maneira semelhante so-
bre nomes próprios ou apelativos e que revela elogio ou censura.
Ele desdobra essa definição em 12, 80, quando fala dos epônimos:
EpÅnumon d¡ ¤stin ù kaÜ diÅnumon kaleÝtai tò mey
¥t¡rou kurÛou kay ¥nòw legñmenon Éw EnosÛxyvn õ
PoseidÇn kaÜ FoÝbow õ Apñllvn.
Epônimo (sobrenome) é o que também é chamado duplo nome, o que,
com um outro nome próprio, é dito sobre um só, como Poseidon, o que
faz tremer a terra, e Febo, Apolo.
5 Já repetimos várias vezes no curso deste trabalho que a língua grega mantém em
posição final só três consoantes: -r, -w, -n e por eufonia o -k/-x na negação oé /
oék /oéx e na preposição ¤k/¤j.
p¡rij em redor
xvrÛw em separado, a parte
¤ggæw próximo, perto
metajæ no intervalo (met - jun)
ntikræ em frente, em face
liw bastante
pollki / pollkiw muitas vezes
Dentro dessa mesma linha de raciocínio vemos também o compa-
rativo do advérbio expresso pelo tema do neutro: (acusativo singular) e o
superlativo do advérbio expresso pelo neutro plural (acusativo plural).
O tema neutro no singular do comparativo se explica pela relação
horizontal entre dois: um em relação ao outro; no superlativo, contudo, a
relação é partitiva no superlativo relativo (um entre muitos) e no superla-
tivo absoluto é um entre todos. Por isso a preferência pelo plural neutro -
a, que não é a desinência do acusativo plural, mas sim a marca do coletivo
indo-europeu.
2. No genitivo
nuktñw de noite (num ponto da noite)
²m¡raw de dia (num ponto do dia)
polloè muito (de muito) relação de valor, preço
timsyai polloè estimar muito, dar muito valor a
ôlÛgou deÝn faltar pouco, de pouco
mikroè de pouco
¤pipol°w na superfície (partitivo)
¤jaÛfnhw de repente (partitivo)
¥j°w direto, imediatamente (ponto de partida)
¤fej°w de imediato, na seqüência (ponto de partida)
Todos esses advérbios são genitivos petrificados, de delimitação.
As gramáticas costumam arrolar aqui uma série de advérbios em -
ou como se fossem genitivos.
Não são.
Todos eles se relacionam com a questão poè; - ubi? - onde? Essa
semelhança com o genitivo dos nomes em -o é enganosa. Nós vamos
relacionar todos esses advérbios, quando tratarmos da questão poè/poyÛ
- ubi? onde? (p. 703-4).
3. No genitivo-ablativo6
Nas relações de lugar de onde - pñyen - unde? - de onde? o grego
usa um sufixo -yen, que exprime origem e ponto de partida.
São numerosos esses advérbios e podemos dizer que não há um
numerus clausus; isto é, estão em aberto.
Mas os mais comuns são os seguintes:
oéranñyen do céu
±Çyen desde a aurora
Uma relação maior será fornecida quando tratarmos dos advérbios
dêiticos.
4. No locativo
Há duas marcas do locativo: -i/-yi. A primeira se manteve, e, na
flexão, se confundiu com o dativo, a ponto de as gramáticas não mais a
considerarem como locativo, mas como dativo de lugar. Contudo, esse
locativo em -i se manteve em algumas formas petrificadas, tanto no gre-
go como em latim.
Também aqui não há numerus clausus.
Quando tratarmos dos advérbios dêiticos, forneceremos uma lista
deles.
As formas com -yi também se mantiveram no período arcaico (so-
bretudo em Homero) e depois cederam o lugar para as formas em -ou; de
uma equivalência inicial poè/poyi - ubi? onde?, as formas em -ou
prevaleceram.
Trataremos delas quando tratarmos dos advérbios dêiticos.
5. No Instrumental
A marca do antigo instrumental era um -a longo ou -h (ático) e a
variante silábica -da / -dh.
Há inúmeras formas assim:
6 Não se trata de caso genitivo-ablativo, mas sim da relação de onde, que pode-
mos chamar de genitivo espacial ou genitivo-ablativo expresso pelo sufixo ad-
verbial -yen.
Ver Homero: àfi (A, 38), com força, dakruñfi (R, 696), com
lágrimas, klisÛhfi (N, 168), na tenda, stratñfi (K, 347), com o exér-
cito, yeñfi (C, 347), com a divindade, fr®trhfi (B, 363), na fratria
(em comum) öresfi (D, 452), na montanha.
Nem sempre a relação instrumental está clara: às vezes se confun-
de com o locativo -yi e genitivo-ablativo -yen.
Havia um outro sufixo de instrumental/modal em -ti, que aos
poucos foi abandonado. Restam contudo algumas formas que se mantêm
vivas. Também aqui a lista não é exaustiva.
ônomastÛ pelo nome, nominalmente
dvristÛ à moda dos dórios
¥llhnistÛ à moda dos gregos, à grega
nevstÛ recentemente
Dentro desses instrumentais podemos incluir também os advér-
bios de modo, construídos com o advérbio Éw < Wvw: como, assim sobre
temas nominais, adjetivos, que é visto como sufixo -vw acrescentado ao
tema do adjetivo. Esse sufixo corresponde grosso modo aos nossos ad-
vérbios em -mente. Ele tem sua origem num sufixo indo-europeu *yo-,
de valor anafórico, de que derivam o relativo ÷w, ÷ e algumas conjun-
ções, como Éw.
Esses advérbios se constroem sobre temas de adjetivos (tema do ad-
jetivo + -vw), com as adaptações fonéticas necessárias.
T. sofñ- sofñw,®,ñn sofÇw sabiamente
T. pro- prow,a,on prvw calmamente
T. sÅfron sÅfrvn,on svfrñnvw prudentemente
T. lhy¡w lhy®w,¡w lhyÇw verdadeiramente
T. önt- Ên,oïsa,ön öntvw realmente
T. ²dW/²d¡W ²dæw,eÛa,æ ²d¡vw suavemente
T. pant- pw,psa,pn pntvw totalmente
Assim também:
kalÇw bem, belamente
brad¡vw lentamente
eéprepÇw decentemente, convenientemente
õmoÛvw semelhantemente
õmÇw igualmente
oìtvw / oìtv dessa maneira, desse modo, assim
Advérbios demonstrativos,
dêiticos, de lugar e tempo
os invariáveis: advérbios
Interrogativos direto/indir. Demonstrativos Relativos Indefinidos Relativos - Indefinidos
703
poè; */pñyi; ÷pou; aétoè/aétñyi oð/oðper/÷yi/ ¦nya poæ / poyÛ *** ÷pou /õpouoèn / oêd®pote ÷pou
onde? aqui mesmo onde/em que em algum lugar em qualquer lugar (que seja)
poÝ; /pñse, ÷poi; / õpñse; aétoÝ/aétñse oå /÷se poÛ / pos¡ ÷poi / õpoioèn / õpoid®pote
para onde? para aqui mesmo para o lugar que para algum lugar que para qualquer lugar (que seja)
pÇw; / ÷pvw; Ïde /oìtv (w) Éw/Ëste pvw õpvsoèn / õpvsd®pote /÷pvw
703
como? deste modo como/assim, do modo que de algum modo de qualquer modo que
704 os invariáveis: advérbios
4. Outros sufixos
par¡j fora, do lado de fora
¤ntñw dentro
¤ktñw fora, de fora
¤ggæw perto, próximo
p¡law perto, próximo
p¡rij em toda a volta, em torno
xvrÛw à parte, em separado
p¡ra além, do lado de lá
B. Respostas à questão poÝ; -de / -ze / -se / ya: para onde? quo
¤keÝse para lá, illuc, eo
¤nyde para aqui, huc
oàkade /-ze/-se para casa
llose para outro lugar
Ay®naze para Atenas
oédamñse para nenhum lugar
oédamoÝ para nenhum lugar
pantaxñse para todo lugar
pantaxoÝ/se para todo lugar
pantñse / -oÝ para todo lugar
pollaxñse/ -oÝ para muitos lugares
õmñse/ -oÝ para o mesmo lugar, para junto
aétñse/ -oÝ para o mesmo lugar
xamze por terra, para o chão
Megarde para Megara
yæraze /-sde para a porta
D. Respostas à questão p»; - por que lugar?, por que meio?, por que modo?,
de que maneira, qua/quo modo.
t»de por aqui, hac, deste modo, desta maneira
taætú por aí, istac desse modo, dessa maneira
¤keÛnú por lá illac, daquele modo, daquela maneira
aét» pelo mesmo lugar, do mesmo modo,
da mesma maneira
llú por outro lado, de outra maneira
oédam» por nenhum lugar, meio, modo
pantax» por todo lugar, meio, modo
pntú/pnth por tudo, de todo modo
pollax» por muitos lugares, meios, modos
Podemos incluir aqui alguns instrumentais petrificados, em geral
construídos sobre temas de adjetivos, que, aos poucos, dispensaram o
nome que fica implícito.
dhmosÛ& (taf») exéquias públicas (pelo erário público)
ÞdÛ& em particular
koin» em comum
komid» com cuidado, perfeitamente
pez» a pé, como pedestre
eÞk» ao acaso, à aventura, pela aparência
m» / m° ao acaso, de roldão, a rodo
²sux°/ -» com tranqüilidade, placidamente
Conclusão
Bibliografia
Uma explicação necessária:
sumário
Introdução: Guia do leitor 9
O alfabeto grego 36
Exercício de leitura e transcrição 37
Normas de transliteração 40
Flexão nominal 79
Casos e funções 83
O tema 85
Os casos: definições 88
Nominativo 88
Vocativo 93
Acusativo 97
Genitivo 104
Genitivo-ablativo 106
Dativo 107
Locativo 111
Instrumental 113
Os gêneros 115
Os números 116
Relativos 148
Quadro de flexão dos relativos 148
Quadro de flexão dos dêiticos 150
Os correlativos 161
Quadro dos correlativos 162
Preliminares 223
Os aspectos verbais: tempo interno do verbo 226
Inacabado (infectum) 226
Significados do infectum 227
Aoristo 234
Acabado (perfectum) 239
Os modos 244
Indicativo 244
Realidade objetiva e realidade subjetiva 244
Expressão da irrealidade 245
Expressão da realidade 248
Expressão da condição 251
Subjuntivo 253
1. Nas orações independentes 254
a) delibertativo 254
b) exortativo 255
c) desiderativo 255
2. Nas orações dependentes 256
a) Intenção, finalidade: fato futuro, eventual 256
b) circunstâncias temporais de indeterminação 258
c) Interrogativas indiretas com idéia de eventualidade 260
Optativo 261
1. Desejo, voto possível 262
2. Afirmação atenuada 263
3. Nas orações supositivas 267
Imperativo 269
Ordem negativa, proibição 270
Aoristo 423
Quadro de flexão dos aoristos: voz ativa e média 426
Raiz-tema em consoante: id-, lip-, ely 426
Raízes-tema em vogal longa: -v, -h, -a, -u - (gnv/bh/dra/du) 433
Aoristo em -ka (só no indicativo) 438
Aoristo sigmático 445
Quadro de flexão 445
Voz ativa 445
Voz média 447
O futuro 456
Flexão do futuro 459
1. Flexão do futuro dos temas em semivogal: -u-/-i- 459
2. Flexão dos temas monossilábicos em vogal longa 460
3. Flexão dos temas em oclusiva: - g,k,x / b,p,f /d,t,y 464
4. Flexão do futuro em -es- dos temas em líqüida / soante 468
5. Flexão do futuro ático 472
6. Flexão do futuro dos temas em vogal 474
O perfeito 492
Preliminares 492
Morfologia do perfeito: 495
Quadro de flexão do perfeito 498
Mais-que-perfeito 501
Particularidades fonéticas do sistema do perfeito 509
Perfeitos de flexão especial com alternância e/o 513
Voz média e passiva 517
Tema em labial 517
Tema em dental 518
Tema em velar 519
Perfeito dos temas em vogal 520
Outros modos do perfeito médio / passivo 520
Mais-que-perfeito médio / passivo 523
Verbos que têm só o perfeito 523
Futuro 528
Futuro anterior 529