Iniciação Esportiva - Atletismo
Iniciação Esportiva - Atletismo
Iniciação Esportiva - Atletismo
ATLETISMO
Introdução
Entre as diferentes modalidades esportivas, o atletismo pode ser consi-
derado uma das precursoras. Segundo registros históricos, as primeiras
atividades físicas registradas remontam aos movimentos naturais, como
o ato de correr, marchar, lançar, arremessar e saltar — habilidades que
são comuns às diferentes modalidades praticadas no atletismo moderno.
Neste capítulo, você vai estudar a iniciação esportiva no atletismo,
identificando as diferentes possibilidades de iniciação, além de conhecer
alguns parâmetros utilizados para a seleção de talentos. Por fim, vai
analisar aspectos relacionados à especialização precoce na modalidade.
O doping, uso de substâncias ilícitas para melhorar performance do atleta, é cada vez
mais comum e usado nas diferentes modalidades competitivas. Especificamente no
atletismo, o número de casos detectados é bastante elevado se comparado com
outras modalidades esportivas. Por exemplo, recentemente, a equipe russa teve sua
credibilidade colocada em xeque, após resultados de uma investigação criteriosa
da Agência Mundial Antidoping (Wada) que apontaram um grande esquema para
a dopagem de atletas envolvendo técnicos, atletas, dirigentes esportivos oficiais do
controle antidoping e até membros da Associação Internacional das Federações de
Atletismo (IAAF).
No Brasil, o atletismo também passou por uma crise profunda motivada por diversos
casos de doping descobertos em sequência, fato esse que fragilizou o esporte e
prejudicou a credibilidade da modalidade no país. Destaca-se o caso da medalhista
olímpica Maurren Maggi, que, mesmo alegando que a substância encontrada no teste
estava presente em um creme cicatrizante utilizado após uma depilação, foi suspensa
durante dois anos do esporte.
Portanto, o assunto doping deve ser muito bem debatido e trabalhado, principalmente
com profissionais que lidam com a formação e seleção de atletas, para que o futuro
esportivo de muitos atletas não seja interrompido ou comprometido com escândalos
conforme os relatados.
Para uma criança que, nitidamente, tem bastante velocidade, as provas mais adequadas
seriam as corridas de 100 e 200 metros e o salto em distância.
Dantas et al. (2004) reforçam essa ideia quando afirmam que o indivíduo
talentoso deve somar um conjunto de capacidades genéticas e experiências
vivenciadas. O verdadeiro “campeão” nasce com uma carga genética di-
ferenciada, que o beneficia para a prática de esportes específicos, mas o
desenvolvimento e o ápice das potencialidades só ocorre se houver condições
favoráveis de treinamento e desenvolvimento.
Os casos de doping envolvendo atletas de ponta no Brasil nos últimos anos acabaram
passando uma imagem negativa dos programas de detecção de talentos e da formação
de novos atletas. Essa situação refletiu de maneira direta nos resultados das principais
competições mundiais e olímpicas dos últimos anos.
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Oliveira (1994) alerta para o fato de que a criança moderna está frequen-
temente exposta à um excesso de atividades no seu cotidiano, muitas vezes
impostas pelos seus pais, como esportes, inglês, violão, computador, ballet,
catequese, tarefas escolares entre outras. Dessa forma, as crianças assemelham-
-se mais a “mini executivos”, que não conseguem administrar seu dia nem
escolher suas próprias atividades. A sobrecarga emocional como consequência
da cobrança que pais, professores ou treinadores fazem para a performance
positiva na prática esportiva de resultado tem sido grande fonte de estresse
em crianças.
Um dos principais aspectos motivadores, principalmente do atletismo, são
os resultados, tanto nos treinos quanto nas competições (vitórias, medalhas).
Quando o atleta não consegue “enxergar” esses resultados de acordo com
suas expectativas, a possibilidade de abandono da prática é muito grande. Isso
acontecendo, outras situações podem ocorrer, como a sensação de frustração,
impotência, derrota, incapacidade. O praticante, ao perceber que dedicou
grande parte de sua vida para a prática esportiva, frequentemente deixando
de lado coisas importantes, como estudos, lazer, relacionamentos, família,
profissão, sem, no entanto, ter os resultados esportivos esperados, tem muitas
vezes a sensação de derrota total. Isso, se não for bem trabalhado, pode oca-
sionar muitos problemas emocionais e comportamentais nos atletas.
O profissional que trabalha na iniciação esportiva deve ter um conhecimento
muito aprofundado da modalidade e também acompanhar, de maneira muito
próxima, o desenvolvimento do atleta, analisando não somente o desempenho
físico e técnico do atleta, mas também seu comportamento, aspectos sociais
e emocionais.
Leituras recomendadas
COOPER, K. H. O programa aeróbio para o bem-estar total. Rio de Janeiro: Nórdica, 1982.
GAYA, A. et al. Talento esportivo: estudo de indicadores somatomotores na seleção
para o desporto de excelência. Revista Perfil, v. 6, nº. 6, p. 86–96, 2002. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/170465. Acesso em: 12 abr. 2019.
MARINS, J. C. B. Avaliação e prescrição de atividade física: guia prático. 2. ed. Rio de
Janeiro: Shape, 1998.
MATSUDO, V. K. R. Testes em ciências do esporte. 7. ed. São Caetano do Sul, SP: Centro de
Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul; Editora Midiograf, 2005.
MOLINARI, B. Avaliação médica e física para atletas e praticantes de atividades físicas. São
Paulo: Roca, 2000.
SANTIAGO, E. Olímpiadas na Grécia Antiga. [S. l.], 2019. Disponível em: https://www.
infoescola.com/esportes/olimpiadas-na-grecia-antiga/. Acesso em: 12 abr. 2019.
TUBINO, M. J. G. Metodologia cientifica do treinamento desportivo. 3. ed. Rio de Janeiro:
Shape, 2003.