Introdução A EAD - Unidade II
Introdução A EAD - Unidade II
Introdução A EAD - Unidade II
São Luís
2017
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SUMÁRIO
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COMPONENTES DA EAD
UNIDADE II
Elementos que compõem e atuam na Educação a Distância: aluno, professor, tutor,
recurso didático, sistema de comunicação, Apoio Organizacional. E orientações de como
ser aluno na EAD.
Ao final desta Unidade você deve:
Conhecer os componentes essenciais na EAD;
Reconhecer o papel do aluno e do professor na EAD;
Entender no que se configura o material didático na EAD adequado ao aprendizado
participativo e colaborativo do aluno;
Perceber como acontece o processo comunicativo na EAD;
Compreender a Estrutura Organizacional de um curso em EAD;
Apreender orientações de como ser um aluno de EAD para aprender da melhor
forma possível.
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componentes são básicos, necessários, mas cada instituição tem um
modelo próprio. Também deve ser considerado o projeto de curso a
ser oferecido, pois cada um tem uma especificidade, e de acordo
com isso outros componentes podem ser agregados a essa estrutura.
O surgimento das tecnologias da informação e da comunicação
deu um novo impulso à educação a distância, fazendo aparecer,
através da Internet, formas alternativas de geração e de
disseminação do conhecimento.
A EAD, antes centralizada no texto impresso, agora vai
cedendo lugar para fontes eletrônicas digitais de informação,
trazendo possibilidades quase inesgotáveis para a aprendizagem.
Neste novo cenário, os papéis tradicionais do professor, aluno
e escola/instituição precisam ser melhor compreendidos e
investigados para fazer frente às mudanças que se impõem.
O primeiro a ter destaque nesse sistema é o aluno.
1. ALUNO
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São adultos inseridos no mercado de trabalho, residem
em locais distintos dos núcleos de ensino, não
conseguiram aprovação em cursos regulares, são
bastante heterogêneos e com pouco tempo para estudar
no ensino presencial.
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ser incentivados a darem seus próprios exemplos.
Termos que emergem do princípio de “auto” (si mesmo),
referem-se à construção da identidade do ser como sujeitos de sua
aprendizagem, e dentre eles citamos: autogestão, autodidatismo,
autonomia.
O aluno então deve se reconhecer como agente ativo do
processo de aprendizagem. A autonomia, como Preti (2005, p. 114)
define, “faz parte do vir-a-ser do homem, de sua constituição na
história, num processo não individualista e isolado, mas de trocas e
interações com os outros”.
Mesmo de forma “solitária” ele deve desenvolver
competências e se apropriar de conhecimentos obtidos através do
seu estudo por diversos meios e técnicas, sem que para isso precise
da presença constante do professor, pois estará nesse processo
apoiado pela mediação do tutor com o uso do material didático, e
também pela sua participação individual e em grupo nas atividades
desenvolvidas.
Comumente, a imagem que temos de um aluno é daquele que
realiza uma aprendizagem passiva, digerindo ou apenas “engolindo”
tudo o que o professor, geralmente, expõe.
Na EAD, o papel do aluno muda bastante. De uma atitude
mais passiva o aluno passa a ser o principal sujeito de sua própria
aprendizagem.
Isso exige, por parte do aluno, uma maior iniciativa,
autonomia e disciplina, pois ele fará seu próprio horário de estudo,
estabelecerá as condições em que irá estudar e, dentro de limites
amplos, o ritmo desse estudo, adaptando-o a seu perfil e
conveniência.
Por outro lado, é exatamente esse aprendizado da gestão do
tempo, espaço e calendário que propicia ao aluno um melhor
aproveitamento em seus estudos e, principalmente, sedimenta uma
compreensão que hoje é considerada de fundamental importância
para o sucesso de uma pessoa: a de “aprender a aprender e de
aprender em colaboração”.
Esta é uma realidade que está se modificando gradualmente,
tanto na educação presencial quanto na EAD, especialmente porque
nesta o aluno é levado a ser mais reflexivo, mais pesquisados e
consciente da importância da educação e da formação contínua
para seu desenvolvimento pessoal e profissional, afinal é ele quem é
o gestor do seu processo de aprendizagem.
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O que se espera de um aluno da EAD, portanto, é que ele
possa, a partir de experiências de uso das TICs, demonstrar sinais
visíveis de mudança de comportamentos, como:
2. PROFESSOR
Alves e Nova (2003, p. 15) dizem que “Pensar em novos
modelos de educação implica em pensar também sobre os papeis
dos principais sujeitos do processo de aprender e ensinar: alunos e
professores”.
Para que a EAD possa potencializar os conhecimentos, é
imprescindível a presença de profissionais de educação para atuar
nesse sistema: professores-especialistas e os professores tutores - os
docentes.
Como destacam os Referenciais de Qualidade para a EAD:
É enganoso considerar que programas a distância
minimizam o trabalho e a mediação do professor. Muito
pelo contrário, nos cursos superiores a distância, os
professores veem suas funções se expandirem, o que
requer que sejam altamente qualificados (MEEC/SEED,
2007, p. 19)
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A EAD redefine substancialmente o papel do professor que
agora assume posição diferenciada daquela conhecida
historicamente.
Nesse atual contexto, o da Educação a Distância, os papéis de
professor e aluno são diferentes em relação ao ensino tradicional: o
professor, agora, é o facilitador, e o aluno, o aprendiz (estudante).
A Educação a Distância tem imposto novos desafios ao
contexto educacional. Em boa parte, muitos dos tutores ou docentes
que estão à frente desse cenário, não tiveram na sua formação
experiências nessa modalidade, e se veem trabalhando nesse ambiente
configurando-se, assim, um campo de novas descobertas.
O docente na EAD tem a função de fazer a ligação entre a
instituição e o aluno, acompanhando o processo para enriquecê-lo
com seus conhecimentos e experiência. Ele tem múltiplas funções.
Keegan (apud BELLONI, 2001) diz que na EAD quem ensina é
uma instituição, portanto, nessa situação, o professor tradicional
perde sua função primordial que desempenha em sala de aula: ser o
detentor dos conteúdos e ser o responsável por repassá-los aos
alunos.
Mas é importante destacar que o papel do professor na
Educação a Distância é tão importante quanto no presencial, mesmo
de forma diferenciada de atuação cada um tem sua devida
importância no processo de ensino-aprendizagem.
O que muda nesse processo é que o professor passa a
desempenhar diversas atividades, eles passam a interagir com o
aluno em diferentes níveis de influência, com o único objetivo de
facilitar a aprendizagem.
Moran (2007) entende que o papel o professor hoje, o papel
principal, é ajudar o aluno a interpretar os dados e imagens
recebidas e relacioná-las e contextualizá-las, pois a aquisição
dependerá cada vez menos do professor: as tecnologias se
encarregam disso. Seu papel é, sobretudo “mobilizar o desejo de
aprender, para que o aluno se sinta sempre com vontade de
conhecer mais” (p. 33).
Ao dizer que “Ensinar não é transferir conhecimento, mas
criar as possibilidades para a sua produção e construção [...] e
quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao
aprender”, Paulo Freire (2003, p. 22-23) já resumia a função do
professor na EAD, e a postura que tem que ter diante desse processo
complexo e multifacetado, que inclui muitas pessoas e muitos
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meios, com metodologias e ações diversificadas.
Carvalho (2007) e Belloni (2001) apresentam múltiplos papéis
que o professor pode desempenhar na Educação a Distância. Muitos
professores que ministram aulas na EAD têm sua formação e atuação
pedagógica no presencial e realizam a transferência de ações
pedagógicas, de uma modalidade para outra, sem aplicar todo o
potencial de conhecimentos e experiências positivas que a
modalidade já detém. É importante destacar que “o papel do
professor na educação a distância é tão importante quanto no
presencial, apesar de sua forma de atuar ser diferenciada”
(CARVALHO, 2007, p. 4).
Dentre as funções do professor na EAD podemos citar:
tecnólogo educacional, autor ou conteudista, especialista em EAD,
produtor e administrador de curso, monitor, professor-gestor em
EAD dentre outros. É importante ressaltar que outros atores
também fazem parte desse processo, podendo ser ou não
professores, mas que desempenham suas funções em sintonia com
os professores de formação. Nesse caso, ao se planejar um curso os
papéis devem ser claramente definidos e distribuídos considerando
o perfil de cada professor.
Destacamos aqui, basicamente, a função de dois elementos
essenciais na função de docência de cursos em EAD.
O professor-especialista
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em relação às metodologias de ensino e novas tecnologias (BELLONI,
2001).
Neste sistema, o professor-especialista (quem ministra a
disciplina) tem um papel fundamental, pois dentre suas atribuições
encontram-se:
a) Atuar em atividades típicas de ensino, podendo participar
em projetos de pesquisa e de desenvolvimento de
metodologias de ensino na área e na modalidade;
b) Docência especializada por disciplina e ou área;
c) Gravar previamente videoaulas, observando o
planejamento da disciplina;
d) Acompanhar/orientar a montagem do Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA) para monitoramento, motivação dos
alunos e esclarecimentos de dúvidas quanto ao conteúdo
ministrado, quando necessário;
e) Organizar e participar, em conjunto com os tutores, da
produção e processo de avaliação das disciplinas;
f) Produzir relatórios sistemáticos sobre as atividades
desenvolvidas, conforme designação da Coordenação
Pedagógica;
g) Desempenhar outras atividades compatíveis com a função
de professor-especialista ou requeridas pelos
Coordenadores do Curso;
h) Cumprir os prazos e atividades previstas no Calendário por
ocasião da vigência de sua disciplina.
i) Ter disponibilidade para viajar aos polos, em momentos
presenciais das disciplinas, de acordo com o Calendário do
Curso.
O tutor
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processo ensino-aprendizagem de cursos a distância: é ele quem faz
a interrelação entre a instituição e o aluno.
O tutor orienta e facilita a utilização dos materiais educativos
e dos recursos tecnológicos disponíveis, adequando os conteúdos
curriculares do curso às principais características e necessidades de
cada aluno. Ele interage com o estudante para ajudá-lo a aprimorar
suas capacidades intelectuais e seus hábitos pessoais de estudo,
autodisciplina e perseverança, principalmente auxiliando na sua
autoavaliação. O tutor é definido desta maneira por Preti (1996, p.
42):
Tendo um conhecimento de base do conteúdo, é um
facilitador que ajuda o estudante a compreender os
objetivos do curso, um observador que reflete e um
conselheiro sobre os métodos de trabalho, um psicólogo
que é capaz de compreender as questões e as
dificuldades do aprendiz e de ajudá-lo a responder de
maneira adequada e, finalmente, um especialista em
avaliação formativa.
O tutor não somente facilita a compreensão pelo cursista do
material didático, tornando mais acessível o processo de ensino-
aprendizagem, como também, ao promover a comunicação e o
diálogo, ajuda a superar as limitações da ausência do professor,
como é o caso do tutor presencial. Auxilia também, com sua
presença, o aluno, no município onde vive, minimizando os efeitos
do isolamento do cursista. Portanto, sua presença no sistema
ensinante introduz o elemento humano num processo mediado pelos
meios tecnológicos (PRETI, 1996).
Segundo Aretio (1999, p. 303-307) há três tipos de funções
assumidas pelo tutor:
a) A função acadêmica, ligada ao aspecto cognitivo,
relacionada à transmissão do conteúdo, à transposição
didática, ao esclarecimento das dúvidas dos alunos, apoio e
pesquisa.
b) A função institucional, relacionada aos procedimentos
administrativos e à própria formação acadêmica do tutor.
c) A função orientadora, centrada em aspectos afetivos e
motivacionais do aluno.
Para Mattar (2012), e considerando-se o cenário da UAB, o
tutor desempenha diferentes papeis simultaneamente:
administrativo e organizacional; social; pedagógico e intelectual, e
tecnológico.
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Atualmente, o sistema de EAD trabalha com duas categorias
de tutores: o tutor a distância e o tutor presencial.
Os Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a
Distância fazem distinção entre as tutorias:
A tutoria a distância atua a partir da instituição,
mediando o processo pedagógico junto a estudantes
geograficamente distantes, e referenciados aos polos
descentralizados de apoio presencial (MEEC/SEED, 2007,
p. 21).
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Os tutores presenciais atuam em cada polo com as seguintes
atribuições:
• Servir como elo de comunicação entre, de um lado, os
estudantes, e de outro, professores formadores e a
coordenação do curso;
• Incentivar e motivar o trabalho colaborativo e
cooperativo, formando grupos de estudo entre os
estudantes;
• Coordenar as atividades acadêmicas desenvolvidas no
polo, atuando no esclarecimento de dúvidas;
• Acompanhar a frequência dos estudantes no polo e coletar
informações sobre o processo de aprendizagem;
• Acessar diariamente o ambiente de ensino-aprendizagem
adotado pelo curso.
É no centro da relação tutor-aluno que grande parte da
aprendizagem ocorre. Assim acreditamos, tal como os tutores, que
o fato de terem uma concepção fundamentada de Educação, já é
um passo bastante significativo para o sucesso na aprendizagem a
distância. Portanto, é na tensão entre as dificuldades e as
competências dos tutores que acontece o surgimento de um novo
fazer pedagógico.
Em contextos virtuais o papel do aluno e do professor é
ressignificado, pois o foco não está na transmissão de informações,
e sim na construção de conhecimentos propiciada por meio do
diálogo, da interação e da troca de experiências, resultando na
criação de ambientes colaborativos de aprendizagem.
Abaixo, apresentamos o quadro comparativo desenvolvido por
Aretio a partir de observações das atuações dos docentes, na
educação tradicional e a distância. É um quadro polêmico, pois põe
em questão algo que há muito vivenciamos: a forma de atuação do
professor no presencial. Quero que você fique atento e observe
bem. Quem sabe, no decorrer deste Curso você possa perceber, de
fato, algumas dessas observações são condizentes ou não com as
feitas por este teórico.
PROFESSOR TUTOR
(Educação Presencial) (Educação a Distância)
Pode desenvolver seu trabalho no Necessita, para executar seu trabalho, de um
conhecimento bastante generalizado a bom conhecimento dos alunos (idade, ocupação,
respeito de seus alunos e suprir, com sua nível socioeconômico, hábitos de estudo,
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observação direta, o que ignora deles. expectativas, motivações para estudar, etc.)
É o centro (ou, pelo menos, costuma sê- Gira em torno do aluno, que é o centro do
lo) do processo ensino-aprendizagem. processo ensino-aprendizagem.
Expõe durante a maior parte do tempo Atende às consultas do aluno, levando-o a falar
ou todo o tempo. (ou atuar / interagir) a maior parte do tempo.
É a fonte principal de informação.
Materiais impressos e audiovisuais são as fontes
Impressos, meios audiovisuais e
principais de informação.
laboratórios são um apoio para seu
O tutor guia, orienta e facilita sua utilização.
trabalho.
Encontra-se, só algumas vezes, com o aluno no
O processo ensino-aprendizagem requer
mesmo tempo e lugar.
sua presença física na aula, no mesmo
O aluno pode prescindir de sua presença para
tempo e lugar com o aluno.
aprender.
Desempenha funções pouco dispersas, Realiza múltiplas funções: docente,
claramente estipuladas. administradora, orientadora, facilitadora.
Requer um bom conhecimento da instituição para
Basta-lhe um conhecimento superficial
poder conhecer o aluno e atender a suas dúvidas
da instituição a que presta seus serviços.
e solicitações.
Está em processo de desenvolver um novo estilo
Tem um estilo de ensino estabelecido.
de docente.
Desenvolve, na sala de aula, a maior Atende ao aluno, quando este o solicita, e o
parte do processo ensino-aprendizagem. ajuda quando necessita.
Determina o ritmo do avanço de cada Segue o ritmo que o aluno impõe, dentro de
classe e do curso em geral. certos parâmetros acadêmicos.
Estabelece contato visual de forma esporádica,
Mantém contatos face a face com o
mas pode desenvolvê-lo dentro de certos
aluno, uma ou mais vezes por semana.
parâmetros acadêmicos.
Orienta o aluno por meio de um curso definido e
Tem liberdade para fazer digressões ou
desenhado por outros, com o fim de ajudar o
introduzir temas novos, pois fixa ou
alcance de objetivos sobre os quais não exerce
modifica os objetivos da aprendizagem.
controle.
Assume que os alunos sabem estudar e Assume que os alunos necessitam aprender a
não desenvolve atividades dirigidas a estudar por si mesmos, sozinhos, e os ajuda
ensiná-los a estudar. nisto.
Pode avaliar de acordo com sua
Avalia (se lhe compete fazê-lo) de acordo com
percepção de como anda o grupo de
parâmetros e procedimentos estabelecidos.
alunos.
Elabora, controla e corrige os testes e as Administra os testes e as provas elaborados por
provas. outros ou por ele mesmo.
Procura, em muitos casos, resolver as Orienta, em muitas ocasiões, sobre como
dificuldades dos alunos. solucionar os problemas.
Encontra-se com alunos que, em geral,
Encontra-se com alunos que assistem
devem ir a aulas e dos quais deve
voluntariamente às tutoriais presenciais.
registrar a presença.
Entra em contato com um aluno que
Atende a um aluno que se supõe tenha estudado
assiste a aulas, para ver o que é
e que leva consultas para obter o maior proveito
importante, fazer anotações estudá-las
da interação.
logo.
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Vai à sala de aula para exercer atividade
Atende a consultas e orienta o aluno, para que
docente, mais ou menos dinâmica, que
tire o melhor proveito dos materiais de estudo.
motive e ensine.
Considera-se bom, se conseguir superar,
É bom, se consegue ensinar a seus alunos a
com as atividades de ensino, as
superar suas próprias dificuldades.
dificuldades dos alunos.
Atende também em horas diferentes da jornada
Atende em horas normais de trabalho e
habitual, em lugares distintos (escritório, casa) e
quase exclusivamente durante a aula.
por diversos meios.
Quadro 1: Atuação do docente na Educação
Fonte: LANDIM, 1997.
15
supervisionando o processo de ensino-aprendizagem (PRETI, 1996).
3. COMUNICAÇÃO
A educação sempre se utilizou de meios de comunicação como
complemento ou apoio na atuação do professor em sua interação
direta com os estudantes. É um processo complexo que requer
cuidados, pelo fato de propiciar mediação entre o conhecimento e o
estudante.
A comunicação é um processo que ocorre não somente na
forma do encontro físico, mas, sobretudo, em função das longas
distâncias, através dos meios tecnológicos. Assim, esse encontro
implica numa suspensão da distância, seja ela espacial ou temporal,
mas não uma supressão da distância. O que significa dizer que quem
é responsável por essa supressão é a tecnologia, capaz de construir
interações em diferentes situações.
Lembrando que suspensão significa fazer parar, interromper
temporariamente, e supressão significa eliminar, cortar. Assim
sendo, as tecnologias eliminam a distância.
Por isso, a comunicação deve ser bidirecional, com diferentes
vias de acesso, ida e volta. A atividade educativa, como processo de
comunicação, deve ter o feedback entre
Feedback
docente e aluno. O diálogo consubstancia, assim,
A comunicação e interação entre o a otimização do ato educativo. A
aluno é feita através do feedback, bidirecionalidade é uma forma de comunicação
que é considerado como um elemento que é concebida tendo em vista o emissor e o
importante para orientar, motivar,
receptor, e acontece quando todo emissor é
reforçar comportamentos e evitar
potencialmente um receptor, e vice-versa.
que o aluno limite seus estudos
deixando-os pouco efetivos. Como Lévy (1999) esclarece que:
Através do feedback, espera-se que
Comunicar não é de modo algum
o aluno possa orientar-se para transmitir uma mensagem ou receber uma
melhor atingir os objetivos da sua mensagem. Isso é a condição física da
aprendizagem. Leia mais em: comunicação, mas não é comunicação. É
https://goo.gl/yT1pHb certo que para comunicar, é preciso
enviar mensagens, mas enviar mensagens
não é comunicar. Comunicar é partilhar
sentido (p. 14).
O aluno pode responder às questões que lhe são propostas nos
materiais instrucionais, assim como pode propor um diálogo com o
seu tutor, enriquecendo sua atividade de aprendizagem.
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Atualmente, para atender às exigências de qualidade do
processo pedagógico, devem ser oferecidas as modernas condições
de telecomunicação e telemática (comunhão da telecomunicação
com a informática). Esses canais de comunicação devem ser
constantemente utilizados, com intenção de gerar um sistema pelo
qual os alunos, tutores, professores e a instituição possam se
comunicar entre si, possibilitando um sistema eficaz de distribuição
e manutenção dos níveis informáticos e comunicativos.
A EAD utiliza e deve se utilizar das TICs para viabilizar a
comunicação entre todos os atores do processo de ensino e
aprendizagem. A interação e a interatividade se tornam imperativos
nesse momento, determinando atitudes de reflexão-ação da prática
educativa.
Essa modalidade evoluiu e passou a ter uma nova “face”, à
medida que se aperfeiçoaram as tecnologias, aumentando
sobremaneira as possibilidades de aplicação de mediadores da
aprendizagem, do material impresso aos ambientes virtuais de
aprendizagem, dos Correios à WEB 3.0.
A WEB 3.0 surgiu no cenário da Big Data1, e permite lidar,
organizar e criar sentido a partir de um grande volume de
conteúdos disponibilizados pela Internet: o diferencial da 3.0 é que
ela está baseada na cooperação.
Além da interação professor-aluno, que pode ser possível
utilizando os meios telemáticos, os cursos a distância, de alguma
forma, devem prever momentos presenciais como forma de
minimizar “distâncias afetivas” e como motivador da aprendizagem:
por força da lei, os encontros presenciais são obrigatórios.
Para que a comunicação seja efetivada, a EAD faz uso de do
material didático (que é o elo de diálogo ente o professor e alunos)
e as mais diferentes tecnologias de comunicação (responsável por
viabilizar o acesso ao material didático e desenvolvimento do curso
em si).
Vale destacar que a EAD é uma alternativa pedagógica de
grande alcance e que deve incorporar e utilizar simultaneamente
diversos meios. O fundamental não é, contudo, usar um ou outro
recurso didático, mas sim combinar diversos recursos que viabilize o
diálogo entre todos os componentes envolvidos no processo
educativo no Curso, e assim realizar a comunicação.
No final do século 20, um grupo de pesquisadores da área
1
Sobre Big Data leia mais em https://www.sas.com/pt_br/insights/big-data/what-is-big-data.html
17
tecnológica desenvolveu uma rede de comunicação quase
instantânea entre pessoas do mundo todo, o que injetou mais
combustível na Educação a Distância. Foram os recursos de
interação, hipertextualidade e o uso de diversos
tipos de mídias (vídeo, texto, som e imagem)
presentes nesta rede, que depois viria a se chamar
internet, os fatores que possibilitaram o surgimento
do e-learning.
Nesse contexto surgem termos como
cibercultura e interatividade, que são
respectivamente espaço e ação gerados pelo
processo comunicativo viabilizado por meio das
tecnologias.
A cibercultura é a cultura do ciberespaço, que
Santos (2003) define como um complexo conjunto de
relações estruturadas na e pela infraestrutura das tecnologias
digitais e organizadas em rede pela interconexão mundial de
computadores: a Internet. Neste espaço, a comunicação ocorre
simultaneamente por meio de uma diversidade de suportes ou
veículos de comunicação próprios: a multimídia.
O termo interação dá origem ao termo
INTERATIVIDADE interatividade, sendo que este tem uma relação bem
estreita com o uso das tecnologias, mas não é
O termo é recente na
história. Surge nas décadas
meramente um produto da tecnicidade informática e
de 60 e 70 com as artes, os também não é uma prerrogativa do computador, da
críticos das mídias de massa Internet ou da cibercultura: mas é potencializada por
e as novas TICs, passando a esses meios (SILVA, 2003).
ser utilizada largamente
pela informática (MATTAR, É, portanto, uma expressão comunicacional
2012). presente quando os espectadores deixam de ser
meros espectadores para se tornarem co-autores do
próprio ato de comunicar, de criar a mensagem, pois tem a
possibilidade de modificar sua forma, seu conteúdo e o processo de
sua produção. Configura-se como um processo de comunicação
pessoa-pessoa, pessoa-tecnologias da informação e da comunicação
e pessoa-pessoa conectadas por estas tecnologias.
É importante frisar que o termo “interativo” hoje é bastante
banalizado, qualificando qualquer coisa (computador e derivados,
brinquedos eletrônicos, eletrodomésticos, sistema bancário on-line,
shows, teatro, programas de rádio e televisão etc), pois estariam
vinculando a interatividade a um simples nível de participação, de
troca de ações ou então controle dos acontecimentos (SILVA, 2003).
18
Mas é mais que isso, a interatividade pressupõe ações para
além do ciberespaço e das tecnologias emergentes, pretende,
sobretudo mudanças atitudinais no sentido de preparar o estudante
para uma participação mais ativa, fazendo com que ele
simplesmente deixe de assistir para se dispor ou predispor para mais
interação, para uma hiper-interação, para bidirecionalidade - fusão
emissão-recepção, para participação e intervenção (SILVA, 1998).
Quanto às tecnologias modernas de comunicação utilizadas na
Educação a Distância, como forma de viabilizar o conteúdo e
promover a aprendizagem, será tratado na Unidade III.
4. RECURSO DIDÁTICO
Na formulação dos materiais ou
recursos didáticos2, os objetivos de
aprendizagem devem estar claramente
definidos, de modo a facilitar a
construção de conteúdos disciplinares
organizados em blocos temáticos quer
sejam módulos, aulas ou unidades de
ensino, conforme o planejamento
adotado.
Independentemente da
denominação ou classificação adotada, a
contextualização, a significação de
conceitos, conhecimentos, atitudes,
habilidades e valores devem permitir que
Fonte: https://pt.slideshare.net/dparanhos/apresentao-da- a avaliação da aprendizagem esteja
marcia-jala associada diretamente aos objetivos que
fundamentaram a produção dos recursos
utilizados.
Se, por um lado, os conteúdos apresentados devem pressupor a
sua contextualização e as estratégias de ensino adotadas, por outro,
os conteúdos avaliados devem estar associados aos objetivos de
aprendizagem, definidos de forma clara e precisa no início de cada
etapa, unidade ou módulo.
2
Utilizamos esse termo por considerar que os recursos didáticos têm uma finalidade mais
abrangente ao incluir dentre esses recursos as TICs, pois material didático fica mais restrito aos
produtos escritos/impressos.
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Deve-se buscar a integração dos recursos didáticos (impressos,
audiovisuais e material para ambientes virtuais de ensino e
aprendizagem), no intuito de que eles se complementem: os
recursos devem aproveitar as potencialidades das diversas mídias.
Além disso, é necessário que seja desenvolvida uma identidade
visual que possibilite a percepção de que essas mídias pertencem a
um determinado curso.
Cada recurso tem sua especificidade e pode contribuir para se
atingir determinados níveis de aprendizagem com maior ou menor
grau de facilidade. Portanto, cada uma tem vantagens e limitações.
O professor, pois, precisa ter claro quais são as possibilidades
apresentadas pelas diversas mídias para, juntamente com equipes
técnicas e gestores envolvidos no planejamento e implementação de
cursos em EAD, definir por quais desses meios prefere veicular
determinado conteúdo.
Na modalidade a distância, os materiais didáticos impressos
(livros-textos) são um dos principais meios de socialização do
conhecimento e de orientação do processo de aprendizagem,
articulados com outras mídias: vídeo, videoconferência, telefone,
fax e ambiente virtual.
Do ponto de vista do aluno, estudar utilizando material
impresso é vantajoso por lhe ser familiar, ser de fácil utilização e
de fácil transporte, por permitir que se façam anotações, e ainda
porque pode ser lido em diversos lugares, a qualquer tempo,
respeitando o ritmo da sua aprendizagem.
Ao proceder à releitura, acelerar, retardar ou retroceder à
informação, o aluno percorre o material didático de diferentes
modos, vivenciando uma experiência não-linear de aprendizagem.
No entanto, a limitação do tipo de resposta e
interação possíveis de serem proporcionadas por meio
dos materiais impressos é uma preocupação dos
educadores a distância. Ainda, a eficácia da
aprendizagem por meio de materiais impressos
depende da capacidade leitora dos alunos. Realidades
sociais e culturais em que se observe
comprometimento da proficiência leitora do público-
alvo devem ser consideradas com atenção quando da
elaboração de projetos instrucionais envolvendo
materiais didáticos impressos.
Atualmente, com o avanço e acesso do uso de
20
recursos tecnológicos que possibilitam a leitura digital, boa parte
desse material é disponibilizado via PDF ou então em forma de e-
book, para leitura online ou off-line.
Já o recurso didático audiovisual (vídeo, videoaulas,
vídeoconferência, teleconferência, entre outros) é fundamental
para auxiliar o processo ensino aprendizagem. Ele possibilita
explorar imagem e som, estimulando o aluno a vivenciar relações,
processos, conceitos e princípios.
Esse recurso pode ser utilizado para ilustrar os conteúdos
trabalhados, permitindo ao aluno visualizar situações, experiências
e representações de realidades não-observáveis. Ele auxilia no
estabelecimento de relações com a cultura e a realidade do aluno e
é um excelente recurso para fazer a síntese de conteúdos.
Deve-se privilegiar a sua articulação com as outras tecnologias
utilizadas no curso, buscando a complementariedade dos conteúdos
nas diversas mídias e oferecendo, ao mesmo tempo, oportunidade
de uso das tecnologias no próprio processo de ensino aprendizagem.
Na concepção e produção de materiais audiovisuais, o aluno
deve ser considerado um sujeito ativo, por isso, esses materiais
devem privilegiar provocações, questionamentos e novos olhares.
A exemplo do livro-texto impresso, o audiovisual permite a
flexibilidade e autonomia no horário de estudo, respeita o ritmo de
aprendizagem individual, apresenta possibilidade de consulta,
estudo e revisão.
A utilização do computador como ferramenta de ensino
permite a criação de materiais didáticos que congregam várias
mídias e a ampliação de conhecimento de forma interativa,
complementar e hipertextual.
A interligação de computadores em rede possibilita a
formação de um ambiente virtual de ensino e aprendizagem,
permitindo a integração dos conteúdos disponíveis em outras
mídias, além de permitir a interatividade, a formação de grupos de
estudo, a produção colaborativa e a comunicação entre professor e
alunos e desses entre si. Essas condições e recursos permitem a
produção de material didático capaz de maximizar a autonomia do
aluno no processo de aprendizagem.
21
5. APOIO ORGANIZACIONAL
22
Uma estrutura/apoio organizacional deve ser criada no sentido
de desenhar e implementar o acesso à aprendizagem no ambiente,
dando suporte à colaboração entre os participantes, sejam os
educadores (professores e / ou tutores), estabelecendo parcerias na
construção de conhecimentos.
Esta estrutura está diretamente relacionada com as políticas
da Instituição e com seus objetivos a curto, médio e longo prazo.
Em se tratando de Instituição Acadêmica, é importante que os
objetivos da EAD estejam de acordo com os objetivos das áreas de
graduação, pós-graduação e extensão.
Em linhas gerais, Fiorentini (1996) indica quatro dimensões, na
perspectiva logística, pedagógica e organizacional, necessárias à
estruturação de um curso ou centro de Educação a Distância:
concepção/planificação (intenções/proposta
curricular/detalhamento de disciplinas e ou unidades de
ensino-aprendizagem);
produção intelectual/ física/ embalagem/armazenamento);
oferta/difusão (divulgação/ seleção/ matrícula/distribuição
uso curricular);
avaliação (aprendizagem/ programas/ instituição).
Tendo como base o comparativo entre o sistema presencial
com o sistema da modalidade a distância, realizada por Garcia
Aretio, apresentamos um resumo organizado por Polak (2002) das
funções e características dos principais componentes da EAD,
podendo-se ter nesse caso uma visão das diferenças e vantagens
dessa modalidade, fazendo-se um paralelo com o ensino presencial.
PRESENCIAL A DISTÂNCIA
Faixa etária e qualificação homogênea Faixa etária e qualificação heterogênea
Mesmo lugar de aprendizagem (alunos residentes
Locais diversos de aprendizagem
na mesma cidade)
Situação controlada / Aprendizagem dependente Situação de aprendizagem livre e independente
ALUNO
processo aprendizagem
23
È insubstituível É substituído parcialmente
É o “senhor” do processo O aluno é o sujeito do processo
É educador e produtor de material didático ou
É basicamente um educador
tutor
Competências definidas Competência não muito clara
Desenho normal no desenvolvimento de avaliação
Sérias dificuldades para definir o desenho
curricular
Os insucessos dependem do professor ou do aluno Os insucessos dependem do sistema
Ensino face a face Ensino por multimeios
COMUNICAÇÃO /
RECURSOS
Escassos custos iniciais, porém menos elevados Altos custos iniciais, porém menos elevados em
em função da variável aluno função da variável aluno
24
6. COMO SER ALUNO NA EAD
Pode-se dizer que o “calcanhar de Aquiles” na Educação
a Distância é a situação de aprendizagem “individual”.
O estudar sem a presença regular de colegas e
professores desafia o cursista a superar suas limitações
pessoais e desenvolver sua capacidade de aprender
autonomamente, de aprender a aprender. (...) A
instituição coloca a disposição do cursista todo seu
sistema (recursos materiais e humanos, redes de
comunicação) para dar suporte à sua caminhada. “Por
outro lado, o cursista deve mergulhar, assumindo para
si, também, a responsabilidade de sua formação”
(PRETI, 2000).
Autonomia x autodidatismo
25
Vygotsky (1988) diz que aprendizagem se produz pelo
constante diálogo entre o exterior e interior do indivíduo,
resultando em uma mudança que se produz no interior do indivíduo
e o ensino ajuda nessa produção à medida que se é capaz de
facilitar e de indicar ao indivíduo como encontrar mediadores úteis.
Com isso, esses autores fundamentam e reforçam que o
princípio da autonomia perpassa não só pela soberania sobre si, seu
corpo e sua mente, mas, sobretudo pelo direito que lhe é dado para
decidir agir da melhor forma para si e para o coletivo.
Portanto, a autonomia não pode ser vista como uma qualidade
humana dada e pronta. Ela é uma conquista, cotidiana, que se
completa e se realiza à medida que o homem cresce e amadurece,
no convívio com os outros e em seu ambiente de convívio.
O artigo intitulado “O que significa a autonomia do aluno de
EAD fundamentada na flexibilidade do tempo e do espaço?3”, do
professor Luiz Augusto trata da questão da autonomia ser
fundamentada na flexibilidade de tempo e de espaço. Mas que é
preciso ter sempre em mente a qualidade de um curso, que está
vinculado às responsabilidades necessárias à sua consecução.
Os conteúdos, a carga horária, o controle das atividades e os
objetivos, portanto, não estão incluídos neste processo de
flexibilizar o ensino. A autonomia nesse caso pode ser entendida
como uma forma de lhe possibilitar a construção do conhecimento e
da cidadania, individual e coletivamente.
Preti (2000) afirma ainda que:
Embora a modalidade a distância permita uma
organização autônoma dos estudantes, não se deve
esquecer que nela selecionam-se os conteúdos, orienta-
se o prosseguimento dos estudos e propõem-se
atividades para que os estudantes resolvam os mais
complexos ou os mais interessantes problemas.
3
MORAES FILHO, L. A. Disponível em
http://www.elearningbrazil.com/home/artigos/artigos.asp?id=3428
26
condições de trabalho e de vida desestimulantes;
pouco tempo livre;
descrença da validade e aplicabilidade de estudos
teóricos;
visão muito e imediatista por resultados frente às
práticas educativas etc.
E para esse enfrentamento é necessário que o aluno se eduque
para que saiba como aprender, como se adaptar e como mudar, se
quiser continuar desfrutando prazerosamente do seu trabalho e de
sua vida (ARETIO, 1999).
Linn (1996, p. 827) também trata da situação, dizendo que:
[...] o ambiente ideal para o aprendizado a distância
combina recursos eletrônicos e humanos para criar
estudantes autônomos. Para que estes tomem para si a
responsabilidade de seu aprendizado, é necessário que
eles conheçam o suficiente a respeito da disciplina para
que possam estabelecer metas realísticas, monitorar seu
progresso, refletir sobre sua compreensão, reconsiderar
ideias, e buscar ajuda com seus pares e professores.
Também necessitam de atividades que permitam a eles
praticar estas habilidades.
Autonomia não significa isolamento. Autonomia é, ao
contrário, a capacidade de superação dos pontos de vistas, de
compartilhamento de escalas de valores e de sistemas simbólicos,
de estabelecimento conjunto de metas e estratégias, que está
presente nas relações cooperativas.
A autonomia é algo que se adquire gradualmente, nos
diferentes níveis de desenvolvimento. O tutor, respeitando a
autonomia da aprendizagem de cada aluno, estará constantemente
orientando, dirigindo e supervisionando o processo de ensino-
aprendizagem deles.
A concretização dos conteúdos vai depender do esforço em
querer aprender por parte do indivíduo. A EAD precisa de um agente
regulador e ao mesmo tempo precisa de um indivíduo autônomo,
apto a querer aprender de acordo com o caminho que ele escolheu.
Ele precisa da disciplina aliada a autonomia.
Freire (2003, p. 66) reforça isso ao dizer que “O respeito à
autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não
um favor que podemos ou não conceder uns aos outros”.
Porquanto, o aluno então precisa compreender os princípios
27
básicos de funcionamento que lhe garantirão a habilidade de decidir
como melhor explorar o potencial de um curso, e isso gera
autonomia.
A autonomia é frequentemente confundida com o
autodidatismo, sobretudo porque a EAD tem um
MEDIATIZAÇÃO traço distintivo das outras modalidades educacionais
que é a mediatização das relações entre professores
Mescla dos termos mediação e
midiatização. Resume-se, portanto, e alunos, e isso pode dar a entender que o aluno
nas relações humanas por meio de estuda só é um autodidata: é o aluno que seleciona
TICs. os conteúdos e não conta com uma proposta
“Na EAD, a interação com o
pedagógica e didática para o estudo, portanto
professor é indireta e tem que ser
mediatizada por uma combinação dos contrário do que ocorre na EAD, onde todo o ensino
mais adequados suportes técnicos é bastante sistematizado.
de comunicação” (BELLONI, 2001, p.
Isso é algo que deve ficar bem claro! Na EAD,
54).
apesar de se pretender uma organização autônoma
dos alunos, não se deve esquecer que:
[...] nela selecionam-se os conteúdos, orienta-se o
prosseguimento dos estudos e propõem-se as atividades
para que os estudantes resolvam os mais complexos ou
os mais interessantes problemas (LITWIN, 2001, p.14).
28
outra maneira, porque também é certo que se pode
aprender de outra maneira” (ARREDONDO, 2003, p. 16)
29
Realize as atividades
30
interação entre os alunos, professores e tutores envolvidos no
processo de ensino-aprendizagem.
Procure o tutor
Dicas de Leitura
31
Ler é essencial. Através da leitura testamos os nossos próprios
valores e experiências com as dos outros. No final de cada livro
ficamos enriquecidos com novas experiências, novas ideias, novas
pessoas.
Ler é exercitar o discernimento. Quando lemos, colocamo-nos
de modo favorável ou não aos pontos de vista, pesamos
argumentos e argumentamos dentro de nós mesmos,
refletimos sobre opções dos personagens ou sobre as ideias
defendidas pelo autor.
Para estudar a distância ou presencialmente, a leitura
é necessária. Necessária para ampliar a percepção e a
aquisição do conhecimento e da palavra.
32
saber mais é só pesquisar sobre o assunto e continuar sempre se
atualizando.
Como aprendemos?
33
aspectos:
tenho aprendido...
meus comentários...
quero aprender mais sobre...
tenho dúvidas sobre...
planejo fazer...
minha participação foi...
ENCERRANDO A UNIDADE
34
Tutoria: concepções e práticas Gomes Carvalho -
https://goo.gl/LTvtiK
A interatividade na educação a distância: contribuições dos
recursos educacionais, Silvana Divaneide Paz dos Santos e
Isabela Quaglia Marques - https://goo.gl/KpCV79
EXERCÍCIOS!
Com base na leitura desta Unidade, responda as questões abaixo:
35
5. A separação física entre professor e aluno é um traço
característico da EAD, fazendo com que esses elementos fiquem
distantes. Como alternativa para diminuir essa distância, a EAD
utiliza formas de comunicação entre eles, que é chamado de:
( ) ambientes virtuais
( ) telemática
( ) material impresso
( ) material didático
REFERÊNCIAS
1. ALVES, Lynn; NOVA, Cristiane. Educação a distância: uma nova concepção de
aprendizado e interatividade, Ed. São Paulo: Futura, 2003.
2. ARETIO, García. Educación a distancia hoy. Madrid: UNED, 1999
3. ARREDONDO, S. C. Formación / capacitación del profesorado para trabajar en EAD.
Educar, Curitiba, n. 21, p. 13-27. 2003. Editora UFPR. Disponível em
http://www.scielo.br/pdf/er/n21/n21a03.pdf.
4. BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. 2. ed. Campinas: Autores Associados,
2001.
5. CARVALHO, Ana Beatriz. Os Múltiplos Papéis do Professor em Educação a Distância:
Uma Abordagem Centrada na Aprendizagem In: 18° Encontro de Pesquisa Educacional
do Norte e Nordeste – EPENN. Maceió, 2007. Disponível em: https://goo.gl/fNVcX3.
36
6. FIORENTINI, L. M. R., FARIA, D. S., BERTONI, N. E.
O Professor em Construção: retrospectiva e reflexões sobre a concepção de cursos e
materiais para o ensino a distância para professores. Em Aberto. Brasília-DF: v.16,
n.70, p.127 - 128, 1996.
7. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
23.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2003. Disponível em: https://goo.gl/zeWxJ1
8. LANDIM, Claudia M. F. Educação a distância: algumas considerações. Biblioteca
Nacional, No 128, livro 20, folha 13, Rio de Janeiro, 1997.
9. LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
10. LINN, Marcia C. Cognition and distance learning. In: Journal of the American Society
for Information Science, v. 47, n.11, p. 826-842, novembro de 1996.
https://goo.gl/Y9iaAw
11. LITWIN, Edith (org). Tecnologia educacional: política, histórias e propostas. 2. reimp.
Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.
12. MACIEL, Ira Maria (Org.). Psicologia e educação: novos caminhos para a formação. Rio
de Janeiro: Ciência Moderna, 2001. 229p.
13. MATTAR, João. Tutoria e interação em educação a distância. São Paulo: Cengage
Learning, 2012.
14. MEC/SEED. Referenciais de qualidade para educação superior a distância, 2007.
Disponível em: https://goo.gl/D0IL77.
15. MORAN, José M. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá.
Campinas, SP: Papirus, 2007.
16. NISKIER, Arnaldo. Educação a distância: a tecnologia da esperança. São Paulo. Edições
Loyola. 1999.
17. POLAK, Y. N. S. Gestão de Centros Associados, Estrutura e Funcionamento em
Educação a Distância. MARTINS, O. B. e POLAK, Y. N. S. (Org.). Educação a Distância
na UFPR: novos cenários e novos caminhos. Curitiba: Editora da UFPR, 2002.
18. PRETI, Oreste. Educação a Distância: construindo significados. Cuiabá: NEAD/IE –
UFMT; Brasília: Plano, 2000.
19. PRETI, Oreste. Educação a distância: uma prática educativa mediadora e mediatizada.
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Cuiabá: UFMT, 1996.
20. ROESLER, Jucimara et ali. Administração e Planejamento em EaD: curso de extensão
na modalidade a distância. Palhoça: UnisulVirtual, 2006.
21. SANTOS, Edméa O. dos. O currículo em rede e o ciberespaço como desafio para a EAD
In: ALVES, Lynn; NOVA, Cristiane. Educação a distância: uma nova concepção de
aprendizado e interatividade, Ed.São Paulo: Futura, 2003, (pg 135-148).
22. SILVA, Marco. EAD on-line, cibercultura e interatividade. In: ALVES, Lynn; NOVA,
Cristiane. Educação a distância: uma nova concepção de aprendizado e
interatividade, Ed.São Paulo: Futura, 2003, (pg 51-62).
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n. 2, maio/ago. 1998. p. 27-35. Disponível em:
http://www.legado.senac.br/BTS/242/boltec242d.htm
24. VYGOTSKY, L. S. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. SP, Icone, 1988.
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