Adesão de Moçambique A Instituições de Breeton Woods
Adesão de Moçambique A Instituições de Breeton Woods
Adesão de Moçambique A Instituições de Breeton Woods
O FMI foi criado em 1945 e tem como objectivo básico zelar pela estabilidade do
sistema monetário internacional, através da promoção da cooperação e da consulta
em assuntos monetários entre os países membros. Juntamente com o BIRD, o FMI
emergiu da Conferência de Bretton Woods como um dos pilares da ordem económica
internacional após 2ª Guerra Mundial.
Moçambique não foi admitido ao COMECON por não ser considerado país
socialista, mas sim de orientação socialista e pertencia ao grupo de países dos não-
alinhados. A dívida externa tinha aumentado de 1.83 biliões de dólares, em 1983 para
2,4 e 2,78 biliões de dólares em 1984 e 1985 respectivamente e registava-se uma crise
na balança de pagamento e o país tinha deixado de pagar a dívida externa e para a
renegociação da mesma.
A crise económica marcou uma conjuntura crítica que colocou Moçambique na rota das
instituições financeiras internacionais (Banco Mundial e FMI) que eram as únicas fontes
onde poderia obter as divisas. Assim, o Banco Mundial e o FMI alargavam a sua
influência sobre as políticas macroeconómicas.
Em 1984, o País aderiu à convenção de Lomé e em 24 de Setembro desse ano
concretiza-se adesão. A adesão as Instituições de Bretton Woods permitiriam criar
uma motivação para investimento estrangeiro; manter o nível de donativos e de
créditos bilaterais de longo prazo; consolidar a paz que se perspectivava na região
após assinatura do Acordo de Nkomati e a Cooperação regional (SADCC) tornar-
se-ia efectiva.
No quadro da adesão as instituições de Bretton Woods foram estabelecidas políticas
económicas e medidas. Em 1984, foi aprovado o Programa de Acção Económica, 1984-
1986.
Prenúncio do Programa de Accao Económica (PAE) e foi submetido as instituições de
Bretton Woods para o financiamento com seguintes objectivos:
Reabilitar a produção industrial com vista ao reforço de mercadoria e estímulo
da produção e comercialização do sector agrícola;
Promover o crescimento da produção agrícola, através da reabilitação de
regadios e fornecimentos de meios necessários à actividade agrícola; e
Assegurar através da elevação dos níveis de utilização da frota rodoviária, por
dotação de meios e uma correcta manutenção e reparação, a elevação dos níveis
de circulação de mercadorias de apoio à comercialização e dos factores
necessários a comercialização.
No processo das negociações o FMI usa o PRE como instrumentos de pressão que
determina os passos da reforma. O condicionalismo imposto pelo FMI corrói a
soberania do país receptor da ajuda, dispersa a limitada mão-de-obra qualificada que
poderia liderar as actividades e impõem fortes custos sociais nos estratos mais baixos da
sociedade.
Para verificar a aplicação das medidas acordadas, entre 1985 e 1986, Moçambique
recebeu 5 missões do Fundo Monetário Internacional:
A aceitação destes princípios por parte do Governo nas negociações com o FMI levou
ao desenho do programa de ajustamento económica que ficou conhecido em
Moçambique por Programa de Reabilitação Económica (PRE) e posteriormente passou
a incorporar a componente social (PRES). O Programa de Reabilitação Económica foi
formalmente introduzido em 1987.
Esse processo foi antecedido de adopção de leis para responder exigências das
instituições financeiras. O pacote do PRE envolvia o livre comércio, a
desregulamentação e a privatização.
No início do ano de 1990, registou-se uma vaga de greve dos trabalhadores ferro-
portuário, têxteis, funcionários públicos, jornalistas e estudantes, revoltando-se contra o
PRE, nas cidades de Maputo, Beira e Nampula. Entendia-se que alto custo de vida
estava relacionado com o programa. Por seu turno, o FMI aprovou o primeiro
empréstimo a Moçambique com mais restrições o que agravou mais a situação
económica e social dos moçambicanos.
No decurso de 1990, Moçambique introduziu mudanças constitucionais de longo
alcance para acabar com regime do partido único, acomodar os investimentos e a
liberalização do comércio que culminou com adopção da constituição de 90, introduzida
em Novembro do mesmo ano surgiu num cenário de negociações particulares com a
Renamo em que exigia um acordo de partilha de poder com a Frelimo.
Com a paz restabelecida caía o último obstáculo ao relacionamento entre o governo de
Moçambique e as Instituições Bretton Woods. O Governo de Moçambique adoptou a
nova filosofia do FMI não integrando a componente sociocultural no processo de
desenvolvimento, reduziu o desenvolvimento a uma fórmula rígida de crescimento
económico. O acento tónico na elaboração da estratégia económica e, portanto, política
do país, deslocou-se das prioridades da agenda nacional para os interesses do
reajustamento estrutural. A dinâmica desenvolvimentista passou da ênfase na
política agrária, no aumento da capacidade humana e produtiva endógena e na
contracção dos consumos, para se concentrar no crescimento do sector moderno,
destinado à exportação, na importação de “know-how” e no dimensionamento da
limitada capacidade de financiamento nacional para o serviço da dívida e a
expansão do consumo.
No ano de 2000, cerca de 1000 empresas tinha sido privatizadas sendo as pequenas e
médias dimensões eram destinadas ao empresariado nacional na sua maioria políticos e
militares e as grandes ficaram sob alçada dos interesses estrangeiros.