Apontamentos Lógica
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O PENSAMENTO E O DISCURSO
I. LINGUAGEM E PENSAMENTO
A lógica é um termo derivado do vocábulo grego logos que significa ideia, palavra,
razão e regularidade, e emprega-se para designar tanto o conjunto de regras que
acata o processo de pensar, reflexo da realidade, como a ciência das regras de
raciocínio e das suas formas; o termo pode também, ser empregue para designar
as regularidades do mundo objectivo.
Assim sendo, podemos definir a Lógica como sendo a ciência que estuda as leis e
formas do pensamento correcto.
Foi Aristóteles quem fundou a lógica como ciência, embora a palavra só fosse
generalizada pelos estóicos, para significar a ciência do raciocínio.
Podemos concluir que a lógica perfeita deve utilizar uma linguagem correcta e a
gramática deve apoiar-se nas leis da lógica.
considera o espírito não apenas quando pensa, mas também quando sente e
actua; é a ciência dos fenómenos psíquicos, como são, considerados na sua
realidade. A lógica estuda somente as operações intelectuais ou a inteligência,
indicando como esta deve proceder para atingir a verdade; é a ciência das
operações da inteligência como devem ser, aprecia o seu valor em relação a uma
norma, que é a verdade.
A lógica formal interessa-se pelas formas mais gerais do pensamento – ideia, juízo
e raciocínio – procurando apenas que o pensamento seja coerente consigo
mesmo. Pode definir-se como sendo a ciência que estuda as leis a que devem
conformar-se as operações da inteligência para serem válidas e poderem atingir a
verdade.
A lógica material determina as leis do pensamento nas suas relações com este ou
aquele objecto, com esta e com aquela ciência; ela estuda o acordo do
pensamento com a realidade. Aplica as regras formais à matéria ou à investigação
da verdade, indicando os processos a seguir na procura da mesma. Esta pode
A lógica não teve sempre o aspecto que hoje apresenta; desde os gregos até os
nossos dias surgiram muitas ideias a este respeito, das quais aqui colocaremos as
principais.
Esta nova lógica foi desenvolvida por Francis Bacon que, na sua obra Novum
Organon, procurou substituir a dedução silogística pela indução amplificante, que
permite passar dos factos às leis.
Vinte anos depois, Descartes no seu livro Discours de la Méthode afirmou que a
lógica aristotélica não permite fazer qualquer descoberta científica, e, por outro
lado, não chegavam as bases experimentais para o desenvolvimento das ciências.
Era por isso, necessário usar a razão, esboçando um novo processo dedutivo,
diferente do silogístico – a chamada dedução matemática ou construtiva que, em
vez de proceder sempre do geral para o particular, pode passar do geral para o
mais geral. Este raciocínio foi mais tarde usado por Poincaré, que via nele, uma
espécie de virtude criadora e precisado por Globot.
Esta ideia de Leibniz foi desenvolvida mais tarde, já na Idade Contemporânea, por
Boole, Peano, Russel, etc., e deu origem à logística ou lógica matemática, que hoje
tem inúmeras aplicações e é objecto de diversos estudos.
A estrutura de uma ideia, ou seja, a sua forma lógica, pode ser expressa mediante
símbolos. Ex.:
Estes juízos não têm o mesmo conteúdo mas, a mesma forma lógica: Todos os S
são P; sendo que, S é o sujeito, P é o predicado ou seja, o conceito de indício; são,
representa a cópula que às vezes pode ser subentendida e o Quantificador
universal, Todos.
2. LEIS LÓGICAS
A observação das leis da lógica é a condição sine qua non do alcance da verdade
no processo de raciocínio. Podem considerar-se leis fundamentais da lógica formal:
1. A lei da identificação; 2. A lei da não contradição; 3. A lei do terceiro excluído; 4.
A lei do fundamento suficiente.
Esquema 1
Esquema 2
2. Um conceito não é verdadeiro, nem falso, porque nada afirma, nem nega.
Podem todavia ser possíveis (animal racional) ou impossíveis (circulo quadrado),
segundo são formados por elementos logicamente compatíveis ou incompatíveis
entre si.
4.Os conceitos são expressos por múltiplos termos. Em Lógica não se pode
confundir o termo com a palavra visto que, um termo pode ser constituído por
várias palavras.
5. Nem sempre as palavras que usamos para nos referirmos a algo expressam
A definição nominal, exprime o sentido de uma palavra a partir do étimo que lhes
deu origem – ex.: o filósofo é o amigo da sabedoria ou nos dá o significado dum
vocábulo por meio doutra palavra mais conhecida – ex.: um pigmeu é um anão; No
primeiro exemplo, a definição é etimológica e no segundo, é usual.
A definição causal é aquela que indica quer a causa eficiente quer a causa final (ou
ambas) de algum objecto. Ex.: O relógio é um instrumento feito pelo relojoeiro e
serve para marcar as horas.
1. A definição deve ser mais clara do que o definido: não deve conter o termo a
definir, deve ser feita em termos precisos e distintos, deve ser breve e não
pode ser negativa.
2. A definição deve convir a todo o definido e só ao definido, quer dizer, não
deve ser muito restrita (ex., o homem é um ser racional de cor branca), nem
demasiado larga (ex., o homem é um animal).
3. A definição deve ser recíproca, isto é, sendo o definido o primeiro membro
de uma igualdade e o definidor o segundo, devem poder trocar o seu lugar;
com efeito, dizer que o “homem é animal racional”, pode transformar-se em
“o animal racional é homem”.
OS INDEFINÍVEIS