Fadesa
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Modelo de Contestação
Parauapebas-PA
2021
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 10ª VARA CÍVEL DA CIDADE
CONTESTAÇÃO
à ação de despejo c/c cobrança de aluguéis, aforada por XISTA IMÓVEIS LTDA, já qualificada na
exordial desta querela, em razão das justificativas de ordem fática e de direito, tudo abaixo
delineado.
Como introito
( a ) Benefícios da justiça gratuita
1 - Sinopse da ação
( II ) destacou, mais, que a Ré se encontra inadimplente com os alugueres dos meses de maio,
junho e julho deste ano, perfazendo, no momento do ajuizamento da demanda, um total de R$
3.000,0
( III ) outrossim, sustenta a Autora que procurou, por várias vezes, a Ré para receber os
aluguéis, contudo não obtivera êxito;
( IV) pediu a procedência dos pedidos, pois a Promovida infringiu preceito contratual, com o
despejo dessa e, ademais, com a condenação ao pagamento dos encargos locatícios e ao ônus
de sucumbência.
2 - Preliminar ao mérito
Nesse compasso, inescusável que a petição inicial é inepta, à luz da regra
contida no art. 330, inc. I, do Estatuto de Ritos.
A inicial deve vir com o cálculo discriminado do valor do débito. Incumbe ao autor
tomar o devido cuidado de explicitar exatamente de quanto entende ser credor, com todos os
acréscimos perfeitamente destacados. Com isto se permite que o devedor purgue a mora ou se
defenda de parcelas discutíveis incluídas na inicial. De nada adianta uma afirmação genérica
do débito na inicial, como costumeiramente se fazia sob a lei anterior
Relativamente à petição inicial de despejo por falta de pagamento, há requisito que a lei impõe
e que diz respeito à discriminação do valor do débito que deve ser apresentado na petição
inicial. Dessarte, não possível alegar na peça exordial que o réu deve o total de tantos reais,
relativo ao aluguel e respetivos encargos referentes a quatro meses, digamos. É
absolutamente necessário, como em verdade já era antes, que sejam discriminados, mês a
mês, aluguéis e encargos separadamente, a fim de atingir-se o total alegado
(negritamos e sublinhamos)
Mas, com a novel lei de locação de imóvel urbano, possível será a cumulação de pedido de
rescisão de relação ex locato escrita ou verbal com o de cobrança do quantum debeatur, desde
que a petição inicial contenha cálculo discriminatório do valor da dívida locatícia
AÇÃO DE DESPEJO C/C COBRANÇA. PETIÇÃO INICIAL. JUÍZO POSITIVO DE
ADMISSIBILIDADE. INÉPCIA. DECRETO POSTERIOR. IMPROPRIEDADE TÉCNICA.
Não há campo para análise de inépcia da inicial após a determinação do ato citatório,
portanto, depois de já reconhecida sua regularidade processual, nestes moldes já superada
nos autos. (vvp) APELAÇÃO CÍVIL. AÇÃO DE DESPEJO C/C COBRANÇA DE ALUGUEIS.
LEGITIMIDADE ATIVA DO HERDEIRO DO LOCADOR. DEMONSTRATIVO DE DÉBITO.
INOBSERVÂNCIA DO DISPOSTO NO ART. 62, I DA Lei nº. 8.245/91. INÉPCIA DA INICIAL.
EMENDA. IMPOSSIBILIDADE. RÉU JÁ CITADO. PROCESSO EXTINTO SEM RESOLUÇÃO DO
MÉRITO. A teor do disposto no art. 1.791 do Código Civil, até que haja a partilha, todos os
herdeiros têm legitimidade de reivindicar sobre a posse e propriedade da herança, como se
fosse uma coisa só. A apresentação do valor discriminado do débito tem o propósito de
permitir que o devedor purgue a mora ou discuta os valores que entende indevidos, de sorte
que sua ausência consubstancia vício suficiente para decretar a inépcia da inicial. Incabível a
determinação de emenda da inicial, quando o réu já foi citado. CONTRATO VERBAL. RELAÇÃO
LOCATÍCIA NÃO COMPROVADA. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. RECURSO PROVIDO. Não
comprovada a existência da relação locatícia, incabível a decretação do despejo por falta de
pagamento
3 - No mérito
Não se pode confundir reajuste com a revisão (acertada) dos aluguéis (Li,
art. 18), como bem advertem Nagib Slaib Filho e Romar Navarro de Sá:
A periodicidade em locação é o período em que o contrato será reajustado (mensal, trimestral
e, hoje, anual, com o Plano Real etc); o reajuste é fazer incidir sobre o valor do aluguel o
percentual que representa a desvalorização da moeda no período de referência. No reajuste,
corrige-se o aluguel por índice genérico. Na revisão, diversamente, atualização o valor do
aluguel em atenção ao preço do mercado, tendo, assim, caráter mais individualizado do que o
reajuste
Por esse azo, a Ré não se encontra em mora, máxime quando lhe fora
cobrado quantias, no período de normalidade contratual, muito além do previsto
contratualmente.
LEI DO INQUILINATO
Não se perca de vista, para além disso, que a ação de despejo, por falta
de pagamento, exige, obviamente, antes de tudo, a inadimplência.
A cláusula penal, como de sapiência, in casu, pode ser relevada por meio
da multa compensatória ou da multa moratória. A multa compensatória, caminha para
satisfazer o locador face a eventual quebra antecipada do contrato. Em razão do atraso no
pagamento dos encargos da locação, há a multa moratória.
O artigo 62, inciso II, alínea ‘b’, da Lei do Inquilinato, refere-se tão-
somente à cláusula penal moratória, revelando um valor a ser pago pelo locatário em razão do
pagamento tardio da prestação. Não se confunde, insistimos, com a cláusula penal
compensatória, da qual cuida de casos de inadimplemento definitivo da obrigação contratual,
ou inexecução de uma cláusula especial.
CÓDIGO CIVIL
Art. 411 – Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança
especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena
cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal.
1. Na fase recursal, é cabível apenas a desistência do recurso (CPC, art. 998, caput),
não da ação ou de parte desta. 2. Não há dúvidas de que a relação jurídica mantida entre as
partes está sujeita ao regramento protetivo do CDC (Lei nº 8.078/90), uma vez que os
promissários compradores e a construtora/incorporadora se encaixam, respectivamente, nos
conceitos de consumidor e fornecedor disposto nos artigos 2º e 3º do referido normativo. 3.
Decorrendo a resolução do contrato de culpa exclusiva da construtora, que não entregou o
imóvel na data contratada, a devolução dos valores deve ser integral, não se admitindo
nenhum tipo de abatimento. 4. A mera alegação da ocorrência de situação de força maior e/ou
caso fortuito, fundamentada em entraves governamentais, não justifica o atraso na entrega da
unidade imobiliária prometida à venda, uma vez que tal justificativa consiste em risco do
próprio empreendimento imobiliário, além do que é totalmente previsível. 5. Embora seja
necessária a comprovação do prejuízo para acolhimento do pedido de lucros cessantes, tem-se
reconhecido a existência de dano ao comprador nas hipóteses em que a entrega de imóvel
adquirido na planta não ocorre dentro do prazo contratualmente estipulado, uma vez que, seja
pela necessidade de pagamento para moradia em outro local, seja pela impossibilidade de
usufruir do bem para fins de locação, o comprador encontra-se em prejuízo presumido. 6. O
descumprimento contratual consistente em atraso na entrega do imóvel, sem justificativa da
construtora, motivo ensejador de resolução do contrato, gera direito ao comprador de
pleitear, em seu favor, a aplicação da cláusula penal prevista em benefício da construtora, na
hipótese de resolução contratual decorrente de inadimplemento total do consumidor, pois a
existência de penalidade em desfavor somente dos promissários compradores gera-lhes
onerosidade excessiva, violando o disposto no artigo 51, inciso IV, do Código de Defesa do
Consumidor, assim como fere o princípio da isonomia no tratamento entre as partes. 7. Em
que pese a possibilidade de inversão da cláusula penal, em desfavor da construtora, deve-se
analisar a natureza jurídica da cláusula que se pretende inverter, pois, uma vez fixados os
lucros cessantes, estes, em regra, não poderão ser cumulados com a cláusula penal
compensatória, sob pena de bis in idem. 8. A cláusula penal moratória visa a intimidar a parte
para o cumprimento da obrigação, servindo como uma punição nos casos de inadimplemento,
não devendo ser confundida com a cláusula penal compensatória, que tem como finalidade
indenizar o prejuízo decorrente da inexecução total daquilo que foi ajustado entre as partes,
em substituição à prestação não cumprida. 9. Em se tratando, no caso em comento, de
cláusula penal de natureza compensatória, incabível a cumulação de lucros cessantes com a
referida multa contratual, por se tratar de institutos jurídicos com finalidades idênticas, pois
ambos detentores de natureza indenizatória. 10. Apelação conhecida e parcialmente provida
Ainda que não fosse o entendimento, o que se diz apenas por
argumentar, a multa deverá ser reduzida equitativamente. (CC, art. 413 c/c art. 4º da Lei
8.245/91).
Salvo melhor juízo, não há, no contrato locatício em tela, qualquer pacto
no tocante à verba honorária advocatícia.
Nesse caso, diante do silêncio contratual, prevalece o que dispõe o art. 62, inc. II, alínea
‘d’ da Lei do Inquilinato, ou seja, no máximo de 10% (dez por cento) sobre o montante devido.
Ao contrário, a Autora, como dito, preferiu extrapolar o limite legal e cobrar, em juízo, o
percentual acima aduzido.