AIP Financiamento FINAL 18082015
AIP Financiamento FINAL 18082015
AIP Financiamento FINAL 18082015
FINANCIAMENTO
PARA EMPRESAS
Projeto Co-Financiado
ESTUDO SOLUÇÕES
F INA NC IA M E NT O
P A RA E M P RE SA S
Agradecimentos
Índice
Introdução ................................................................................................................................ 5
Sumário executivo .................................................................................................................... 6
1. Ações .................................................................................................................................... 7
1.1. Introdução ......................................................................................................................... 7
1.2. Normativo contabilístico aplicável ...................................................................................... 9
1.3. Regime fiscal aplicável...................................................................................................... 12
2. Obrigações .......................................................................................................................... 17
2.1. Introdução ....................................................................................................................... 17
2.2. Normativo contabilístico aplicável .................................................................................... 18
2.3. Regime fiscal aplicável...................................................................................................... 21
3. Capital de Risco (CR)............................................................................................................ 25
3.1. Introdução ....................................................................................................................... 25
3.1.1. Business Angels (BA)...................................................................................................... 26
3.1.2. Sociedades de Capital de Risco (SCR) ............................................................................. 27
3.1.3. Fundos de Capital de Risco (FCR) ................................................................................... 28
3.1.4. Fundos de Reestruturação e Internacionalização Empresarial (FRIE) .............................. 29
3.2. Normativo contabilístico aplicável .................................................................................... 29
3.3. Regime fiscal aplicável...................................................................................................... 31
4. Crowdfunding ..................................................................................................................... 36
4.1. Introdução ....................................................................................................................... 36
4.2. Normativo contabilístico aplicável .................................................................................... 37
4.3. Regime fiscal aplicável...................................................................................................... 39
5. Crédito Bancário ................................................................................................................. 44
5.1. Introdução ....................................................................................................................... 44
5.1.1. Microcrédito ................................................................................................................. 45
5.2. Normativo contabilístico aplicável .................................................................................... 45
5.3. Regime fiscal aplicável...................................................................................................... 48
6. Factoring............................................................................................................................. 50
6.1. Introdução ....................................................................................................................... 50
6.2. Normativo contabilístico aplicável .................................................................................... 51
6.3. Regime fiscal aplicável...................................................................................................... 58
7. Confirming .......................................................................................................................... 61
7.1. Introdução ....................................................................................................................... 61
7.2. Normativo contabilístico aplicável .................................................................................... 62
7.3. Regime fiscal aplicável...................................................................................................... 64
8. Leasing Mobiliário ou Imobiliário ........................................................................................ 66
8.1. Introdução ....................................................................................................................... 66
8.2. Normativo contabilístico aplicável .................................................................................... 67
8.3. Regime fiscal aplicável...................................................................................................... 69
9. Renting ou Aluguer Operacional de Viaturas (AOV) ............................................................. 74
9.1. Introdução ....................................................................................................................... 74
9.2. Normativo contabilístico aplicável .................................................................................... 75
9.3. Regime fiscal aplicável...................................................................................................... 78
10. Papel Comercial ................................................................................................................ 82
O estudo que agora se apresenta será integrado no Portal do Financiamento e dessa forma os
empresários passarão a dispor de um manual com o enquadramento contabilístico e fiscal de
cada uma das soluções de financiamento e, consequentemente, a usufruir, de uma forma
prática, de informação muito útil para apoiar as suas decisões de gestão.
Ações
Obrigações
Capital de risco
Crowdfunding
Crédito bancário
Factoring
Confirming
Papel comercial
Suprimentos
Incentivos ao investimento
Garantia bancária
Garantia mútua
Seguro de crédito
Esta manual não substitui o aconselhamento junto de profissionais e especialistas, como seja,
consultores, advogados e avaliadores, devido precisamente à multiplicidade de áreas que os
processos de financiamento envolvem, para além das partes interessadas.
1.1. Introdução
As ações são títulos de valores mobiliários representativos do capital social de uma sociedade
anónima. Os detentores de ações de uma sociedade anónima designam-se acionistas o que
lhes confere, na sua qualidade de investidores, um conjunto de direitos sobre a sociedade.
Esses direitos variam em função do número e da categoria de ações por eles detidas.
Direitos
Investidores Acionistas
O justo valor da ação, ou da totalidade das ações representativas do capital social de uma
sociedade anónima, traduz, por norma, o valor da empresa em determinado momento.
No caso de empresas cotadas em bolsa, a cotação das ações em determinado momento tende
a refletir o valor efetivo da empresa, sendo que este pode variar de acordo com todas as
informações disponíveis e disponibilizadas ao mercado, assim como outros fatores externos à
entidade, como seja, a variação das taxas de juro ou a performance de outras entidades
(concorrentes, clientes, fornecedores, etc.).
O valor nominal das ações corresponde ao valor inscrito no título em si ou no respetivo registo
de ações, com relevância meramente contabilística, sendo que o somatório do valor da
totalidade das ações corresponde ao capital social da sociedade anónima.
As ações podem ser cotadas e negociadas em mercado regulamentado, tal como o Euronext
Lisbon (Bolsa de Lisboa). Neste caso, é exigido um capital inicial mínimo de 5 milhões de euros
e com pelo menos 25% de capital disperso. Outras condições de acesso são a existência de
Relatório & Contas certificadas por Revisor Oficial de Contas (ROC) dos últimos 3 anos e a
adoção das normas internacionais de contabilidade (IFRS).
Euronext
Alternext
Easynext
O Euronext criou um mercado alternativo para responder às necessidades das PME's que
procuram acesso ao mercado de ações - o Alternext. Neste caso, o capital inicial mínimo de
acesso é de 2,5 milhões de euros e pelo menos 3 acionistas distintos. São condições de acesso
também a existência de Relatório & Contas certificadas por ROC dos últimos 2 anos e uma
parceria com um listing sponsor, normalmente um banco de investimento.
Alternext Easynext
A NCRF que regula esta solução de financiamento é a NCRF 27 - Instrumentos financeiros, cujo
objetivo é prescrever o tratamento contabilístico dos instrumentos financeiros,
designadamente instrumentos de capital próprio.
As ações são consideradas pelos seus detentores um ativo financeiro no termos da alínea b),
do parágrafo 5, da NCRF 27, segundo o qual, um ativo financeiro é qualquer ativo que seja um
instrumento de capital próprio de uma outra entidade. Ora, por outro lado, o mesmo
parágrafo da norma refere que um instrumento de capital próprio é qualquer contrato que
evidencie um interesse residual nos ativos de uma entidade após dedução de todos os seus
passivos.
€ € € €
€ € € €
54 - Prémios de
emissão
€ €
12 - Depósitos à
Ordem
€ €
Exemplo:
Cinco amigos decidiram proceder à constituição de uma sociedade anónima, com vista ao
desenvolvimento de uma ideia criativa na área das tecnologias de informação.
Cada um tem para investir cerca de 100 mil euros, pelo que decidiram emitir 500 mil ações ao
portador com o valor nominal de 1€ cada. O capital social foi integralmente realizado à data da
constituição da sociedade.
Ao fim de um ano, decidiram proceder ao aumento do capital social da empresa, pelo que
emitiram mais 100 mil ações com o valor nominal de 1€ cada, subscritas pelo montante
unitário de 1,25€, integralmente realizado 30 dias após a subscrição.
Quando um dos acionistas decidiu alienar uma parte da sua participação (50 mil ações), foi a
própria empresa que adquiriu essas ações pelo valor de 0,95€ cada.
Mais tarde a própria empresa voltou a adquirir ações próprias (75 mil ações), mas desta vez
esteve disposta a pagar 1,15€ por cada uma das ações.
Imposto Financiamento
Ações
IRC Sujeito
IRS Sujeito
IVA Isento
IS Sujeito
IMT Sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRC
Aumentos de capital
Ações próprias
Na esfera da empresa adquirente no momento da aquisição das ações próprias não há lugar ao
apuramento de qualquer valor que influencie a composição do lucro tributável. Ora, na
sequência da aquisição de ações próprias, as mesmas passam a constar do balanço da empresa
adquirente e apenas no momento de uma posterior alienação poderá haver lugar ao
apuramento de ganho ou perda (aquisição vs alienação).
No entanto, dever-se-á ter em conta a existência de relações especiais entre os acionistas e a
sociedade no termos do artigo 63.º do Código de IRC, na fixação do preço de aquisição das
ações próprias. Assim, se o valor se afastar do preço que normalmente seriam praticados entre
entidades e pessoas independentes, a Administração Tributária (AT) pode recorrer aos
mecanismos previstos no regime dos preços de transferência.
Dever-se-á ter em atenção que quando a participação social da empresa beneficiária dos
dividendos não tenha permanecido na sua titularidade, de modo ininterrupto, durante o ano
anterior à data da sua colocação à disposição, estes rendimentos estão sujeitos a retenção na
fonte, à taxa de 25% a qual revestirá a natureza de pagamento por conta do IRC.
Mais-valias
Importa ainda referir, que nos termos das alíneas a) e b) do n.º 9 do artigo 18.º, os
ajustamentos decorrentes da aplicação do justo valor não concorrem para a formação do lucro
tributável, sendo imputados como rendimentos ou gastos no período de tributação em que os
elementos ou direitos que lhes deram origem sejam alienados, exercidos, extintos ou
liquidados, exceto quando respeitem a instrumentos financeiros reconhecidos pelo justo valor
através de resultados, desde que, quando se trate de instrumentos de capital próprio, tenham
um preço formado num mercado regulamentado e o sujeito passivo não detenha, direta ou
indiretamente, uma participação no capital igual ou superior a 5% do respetivo capital social;
ou tal se encontre expressamente previsto no CIRC.
De acordo com o n.º 3 do Artigo 23ª-A do CIRC, também não são aceites como gastos do
período de tributação os suportados com a transmissão onerosa de instrumentos de capital
próprio, qualquer que seja o título por que se opere, de entidades com residência ou domicílio
em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável constante
de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças.
Contudo, não concorrem para a determinação do lucro tributável desses sujeitos passivos, as
mais e menos-valias realizadas com a transmissão onerosa de ações, independentemente da
percentagem da participação transmitida, das ações detidas ininterruptamente por um
período não inferior a 24 meses, e desde que, na data da transmissão, cumpram os seguintes
requisitos:
O sujeito passivo detenha, direta ou indiretamente, uma participação não inferior a 5%
do capital social ou dos direitos de voto da entidade cujas partes de capital são
alienadas;
O beneficiário da mais-valia não se encontre abrangido pelo regime da transparência
fiscal;
A entidade cujas partes de capital são alienadas encontra-se sujeita a imposto (IRC) e
não isenta do mesmo.
Não concorrem para a formação do lucro tributável as menos-valias e outras perdas relativas a
instrumentos de capital próprio, na parte do valor que corresponda aos lucros ou reservas
distribuídos ou às mais-valias realizadas com a transmissão onerosa de partes sociais da
mesma entidade que tenham beneficiado, no próprio período de tributação ou nos quatro
períodos anteriores, da dedução prevista no artigo 51.º, do crédito por dupla tributação
económica internacional prevista no artigo 91.º-A ou da dedução prevista no artigo 51.º-C.
Por fim, quando se trate de titulares que sejam sujeitos passivos, os alienantes e adquirentes
de ações nacionais, são obrigados a entregar, por via electrónica a Declaração Modelo 4, nos
30 dias subsequentes à operação, à Direcção-Geral dos Impostos, quando a respetiva
alienação ou aquisição tenha sido realizada sem a intervenção de terceiros (Instituições de
crédito e outras sociedades financeiras, Notários, Conservadores e Oficiais de Justiça).
Em sede de IRS
O titular de ações nacionais e que resida em território português está sujeito a retenção na
fonte definitiva, à taxa de 28%1 sobre montante dos dividendos que lhe sejam distribuídos ou
que sejam colocados à sua disposição. O titular dos dividendos pode optar pelo englobamento
deste tipo de rendimento na sua declaração de rendimentos, sendo que, nesse caso apenas
será considerado 50% do montante total dos dividendos, sendo tributado às taxas aplicáveis
aos escalões de rendimentos. Consoante o rendimento colectável resultante do
englobamento, este rendimento poderá ficar sujeito a uma sobretaxa extraordinária de IRS de
3,5%, bem como a uma taxa adicional de solidariedade no valor de 2,5%, na parte do
rendimento coletável que seja superior a € 80.000 mas não exceda € 250.000. O quantitativo
do rendimento coletável que exceda € 250.000 estará sujeito a uma taxa adicional de
solidariedade no valor de 5%.
Mais-valias
Caso o titular residente opte pelo englobamento, o saldo negativo (entre as mais-valias e as
menos-valias realizadas com a alienação de ações nacionais) apurado em determinado ano
pode ser reportado para os dois anos seguintes. No apuramento do saldo positivo ou negativo
entre as mais-valias e as menos-valias realizadas com a alienação de ações nacionais, o titular
residente não pode deduzir, aos ganhos que obtenha, as perdas apuradas com alienação de
ações em que a entidade se encontre domiciliada numa jurisdição sujeita a um regime fiscal
claramente mais favorável.
1
Caso se trate de um sujeito passivo que resida na Região Autónoma dos Açores é aplicada uma taxa de 22,4%.
Nos aumentos de capital em espécie poderá existir sujeição a IMT – Imposto Municipal sobre
as Transmissões Onerosas de Imóveis, pois de acordo com a alínea e) do n.º 5 do artigo 2.º do
Código do IMT estão sujeitas àquele imposto “As entradas dos sócios com bens imóveis para a
realização do capital das sociedades comerciais.”.
2.1. Introdução
As obrigações são títulos de valores mobiliários com uma duração temporal limitada e
representam uma parte de um empréstimo contraído por uma empresa junto dos seus
investidores (credores obrigacionistas). Os detentores de obrigações (obrigacionistas) são
credores da entidade emitente das mesmas.
Emissão Reembolso
Juros (cupões)
Após o período temporal previamente estabelecido aquando da emissão das obrigações por
parte da entidade emitente, o investidor deverá ter direito a receber o valor inicialmente
investido e deverá igualmente receber periodicamente os juros dos cupões, no caso dos
mesmos terem sido previamente acordados e estabelecidos.
O valor nominal das obrigações corresponde ao valor inscrito no respetivo título ou registo
próprio de emissão e o seu somatório traduz o montante total do financiamento contraído
pela entidade emissora e que será restituído ao investidor no final do prazo determinado para
o efeito.
Natureza Com juro suplementar ou prémio de reembolso, fixo ou em função dos lucros
apresentados pela entidade emitente
Com juro e plano de reembolso, variável de acordo e conforme os lucros
apresentados pela entidade emitente
Dar conhecimento aos subscritores das obrigações das decisões dos detentores
do capital das entidades emitentes das obrigações emanadas em assembleia
geral, sendo que os referidos subscritores têm direito a participar nas
assembleias gerais ou a nomear representante para o efeito;
Prestar informação aos subscritores das obrigações no que diz respeito ao
desenvolvimento dos negócios e atividade da sociedade.
Os passivos financeiros devem ser mensurados ao custo ou ao custo amortizado menos perdas
de imparidade (parágrafo 12 e 14) quando não sejam negociados publicamente e cujo justo
valor não possa se obtido de forma fiável. Caso os instrumentos de capital próprio sejam
negociados publicamente, então estes devem ser mensurados ao justo valor (parágrafo 15 e
16).
€ €
6911 - Juros de
12 - Depósitos à 2521 - Empréstimos financiamentos
Ordem por obrigações obtidos
€ € € €
6911 - Juros de
12 - Depósitos à 2521 - Empréstimos financiamentos
Ordem por obrigações obtidos
€ € € €
Exemplo:
A sociedade Liabilities emitiu 8 mil obrigações cujo valor nominal ascende a 100€ cada, tendo
sido as mesmas subscritas por investidores pelo preço de subscrição ao par.
6911 - Juros de
financiamentos 156.615 €
obtidos
Juros do último cupão e
2521 - Empréstimos
106.615 € reembolso
por obrigações
2521 - Empréstimos
12 - Depósitos à ordem 1.150.000 € Reembolso acima do par
por obrigações
A taxa de juro efetiva do empréstimo obrigacionista, também designada por Yield To Maturity
(YTM), pode ser calculada através da função TIR, tal como segue:
Cálculo TIR
Recebimento inicial 800.000 €
Cupão 1 -50.000 €
Cupão 2 -50.000 €
Cupão 3 -50.000 €
Cupão 4 + Reembolso -1.200.000 €
TIR 15,010%
A partir deste cálculo, apresenta-se o seguinte quadro resumo, que serve de base aos
movimentos indicados:
Imposto Financiamento
Obrigações
IRC Sujeito
IRS Sujeito
IVA Isento
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRC
Por outro lado, importa perceber que o custo amortizado de um passivo financeiro é a quantia
pela qual o passivo financeiro é mensurado no reconhecimento inicial, menos os reembolsos
No caso da obtenção de rendimentos (juros) por parte das empresas provenientes da compra
de obrigações o IRC é objeto de retenção na fonte relativamente aos rendimentos de aplicação
de capitais, tal como são definidos para efeitos de IRS, quando o seu devedor seja sujeito
passivo de IRC ou quando os mesmos constituam encargo relativo à atividade empresarial ou
profissional de sujeitos passivos de IRS que possuam ou devam possuir contabilidade, obtidos
em território português, nos termos do Artigo 94.º do CIRC.
As retenções na fonte têm a natureza de imposto por conta, exceto nos seguintes casos em
que têm carácter definitivo:
Quando, nos termos dos artigos 9.º e 10.º, ou nas situações previstas no Estatuto dos
Benefícios Fiscais, se excluam da isenção de IRC todos ou parte dos rendimentos de
capitais;
Quando se trate de rendimentos de capitais que sejam pagos ou colocados à
disposição em contas abertas em nome de um ou mais titulares mas por conta de
terceiros não identificados, exceto quando seja identificado o beneficiário efetivo,
termos em que se aplicam as regras gerais.
Referir também que as retenções na fonte de IRC são efetuadas à taxa de 25 %. Excetuam-se
as retenções que, nos termos do n.º 3 do Artigo 94.º do CIRC, tenham carácter definitivo, em
que são aplicáveis as correspondentes taxas previstas no artigo 87.º.
A obrigação de efetuar a retenção na fonte de IRC ocorre na data que estiver estabelecida para
obrigação idêntica no Código do IRS ou, na sua falta, na data da colocação à disposição dos
rendimentos, devendo as importâncias retidas ser entregues ao Estado até ao dia 20 do mês
seguinte àquele em que foram deduzidas e essa entrega ser feita nos termos estabelecidos no
Código do IRS ou em legislação complementar.
Em sede de IRS
Juros
De acordo com o artigo 5.º do CIRS, consideram-se rendimentos de capitais os frutos e demais
vantagens económicas, qualquer que seja a sua natureza ou denominação, sejam pecuniários
ou em espécie, procedentes, direta ou indiretamente, de elementos patrimoniais, bens,
direitos ou situações jurídicas, de natureza mobiliária, bem como da respetiva modificação,
transmissão ou cessação, com exceção dos ganhos e outros rendimentos tributados noutras
categorias. Esses frutos e vantagens económicas compreendem, designadamente os juros, os
prémios de amortização ou de reembolso e as outras formas de remuneração de obrigações,
obrigações de caixa ou outros títulos análogos, emitidos por entidades públicas ou privadas.
Os juros de obrigações nacionais estão sujeitos a retenção na fonte definitiva, à taxa de 28%
(ou 22,4%, caso se trate de sujeito passivo residente na Região Autónoma dos Açores), não
havendo lugar ao englobamento obrigatório destes juros na sua Declaração de Rendimentos.
No entanto, o titular pode optar pelo englobamento dos juros obtidos das obrigações com os
demais rendimentos. Optando pelo englobamento, o titular deve solicitar ao Banco um
documento comprovativo dos juros vencidos e do imposto retido na fonte, devendo o mesmo
ser junto à Declaração de Rendimentos do agregado familiar ou, no caso de envio da
declaração por transmissão eletrónica de dados, deve guardar a declaração comprovativa do
rendimento e da retenção, para exibição à AT no caso de ser solicitado.
Mais-valias
O saldo anual positivo entre as mais-valias e as menos valias realizadas por um titular
residente em território português com a transmissão onerosa de obrigações nacionais são
tributadas, em sede de IRS, à taxa especial de 28%. O sujeito passivo poderá optar pelo
englobamento.
Em sede de IVA
Nos termos da alínea e) e f) do n.º 27 do artigo 9.º do Código do IVA, estão isentas do imposto
as operações e serviços, incluindo a negociação, mas com exclusão da simples guarda e
administração ou gestão, relativos a ações, outras participações em sociedades ou
associações, obrigações e demais títulos, bem como os serviços e operações relativos à
colocação, tomada e compra firmes de emissões de títulos públicos ou privados.
Em sede de IS
O artigo 2.º do Código do Imposto do Selo (CIS) prevê que são sujeitos passivos do imposto as
entidades concedentes do crédito ou credoras de juros, prémios, comissões e outras
contraprestações, bem como Instituições de crédito, sociedades financeiras ou outras
entidades a elas legalmente equiparadas relativamente às operações de crédito, no momento
em que forem realizadas e nas operações realizadas por ou com intermediação de instituições
de crédito, sociedades financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas, no
momento da cobrança dos juros, prémios, comissões e outras contraprestações,
considerando-se efetivamente cobrados, sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 51.º, os
juros e comissões debitados em contas correntes à ordem de quem a eles tiver direito (artigo
5.º do CIS).
De acordo com o previsto no artigo 22.º do CIS, as taxas do imposto são as constantes da
Tabela Geral do Imposto do Selo (TGIS), aplicando-se aos empréstimos obrigacionistas a verba
17 – Operações financeiras.
3.1. Introdução
O Capital de Risco (CR) assume-se como uma solução de financiamento empresarial, tendo o
objetivo de financiar empresas por forma a apoiar o seu nascimento, desenvolvimento,
crescimento e consolidação, com impactos significativos na gestão das mesmas.
Consolidação
Financiamento
Empresas
Capital de Risco
Criação
Crescimento
É o capital de risco (CR) é uma das possíveis soluções de financiamento para jovens empresas,
start-up’s e investimentos de risco, mas com elevado potencial de valorização, crescimento,
sucesso e rentabilização, assumindo o sucesso do projeto ou entidade financiada como o seu
próprio sucesso, ou melhor, como o sucesso do seu investimento.
Capital
Empréstimo Remuneração Capital Juros
investido
Investidores
individuais
Período
Investidores
tempo
limitado Capital institucionais
de
risco
Investidor particular
Investimento
Investimento
Business Angel
Star-up´s
Seed capital
Inovação
Participações
Promover
societárias
investimento
temporárias
Objetivo
SCR
Sendo as empresas alvo das SCR, normalmente, entidades com necessidades de financiamento
elevadas, o financiamento prestado materializa-se na aquisição de uma percentagem do seu
capital social, quer este esteja dividido em ações ou em quotas. Assim, a empresa alvo obtém
um financiamento adequado e ajustado às suas reais necessidades, sendo que a remuneração
do investidor (SCR), será a mais-valia resultante da alienação futura da participação, seja a
outros sócios, seja a novas entidades.
As participações de capital de risco são minoritárias, pelo que a SCR acompanha a atividade e
desenvolvimento da empresa alvo, podendo ou não interfer na sua gestão (embora possa
aconselhar), e são temporárias, cessando com a alienação da participação, que normalmente
ocorre entre 5 a 7 anos da aquisição da mesma.
Não cotadas em
Fundos de Quotas de
mercados
Capital de Risco capital
bolsistas
Obrigações
Património
desenvolvimento processos
FRIE Fundos mobiliários abertos reestruturação ou
internacionalização
Assim, o património dos FRIE deverá ser investido na aquisição de participações de capital de
sociedades que estejam inseridas em setores cuja atividade tenha sido declarada em
reestruturação (pela tutela governativa competente e assim deliberado em Conselho de
Ministros), contribuindo para a competitividade da economia nacional, assim como sociedades
que se envolvam na concretização de investimentos diretos fora do território nacional.
Os passivos financeiros devem ser mensurados ao custo ou ao custo amortizado menos perdas
de imparidade (parágrafo 12 e 14) quando não sejam negociados publicamente e cujo justo
valor não possa se obtido de forma fiável. Caso os instrumentos de capital próprio sejam
negociados publicamente, então estes devem ser mensurados ao justo valor (parágrafo 15 e
16).
De referir também que a atividade de capital de risco encontra-se regulamentada por lei e está
sujeita à supervisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), nomeadamente
através do Decreto-Lei n.º 375/2007, de 8 de novembro.
261 -
Acionistas/sócios
51 - Capital
com subscrição
€ €
261 -
Acionistas/sócios 12 - Depósitos à
com subscrição Ordem
€ €
Exemplo:
261 - Acionistas/Sócios
51 - Capital 120.000 € Valor nominal
com subscrição
261 - Acionistas/Sócios
12 - Depósitos à ordem 180.000 €
com subscrição
No final do 6.º ano de investimento, a SCR Venture Capital decidiu alienar a sua participação
social nesta empresa. Perante os resultados obtidos pelo projeto desenvolvido, o justo valor
das quotas, nesse momento, ascendia a 44 mil euros cada. As quotas foram adquiridas pela
própria empresa.
Imposto Financiamento
Capital de risco
IRC Sujeito
IRS Sujeito
IVA Isento
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRC
Aumentos de capital
Ações próprias
Na esfera da empresa adquirente no momento da aquisição das ações próprias não há lugar ao
apuramento de qualquer valor que influencie a composição do lucro tributável. Ora, na
sequência da aquisição de ações próprias, as mesmas passam a constar do balanço da empresa
adquirente e apenas no momento de uma posterior alienação poderá haver lugar ao
apuramento de ganho ou perda (aquisição vs alienação).
Dever-se-á ter em atenção que quando a participação social da empresa beneficiária dos
dividendos não tenha permanecido na sua titularidade, de modo ininterrupto, durante o ano
anterior à data da sua colocação à disposição, estes rendimentos estão sujeitos a retenção na
fonte, à taxa de 25% a qual revestirá a natureza de pagamento por conta do IRC.
Mais-valias
Importa ainda referir, que nos termos das alíneas a) e b) do n.º 9 do artigo 18.º, os
ajustamentos decorrentes da aplicação do justo valor não concorrem para a formação do lucro
tributável, sendo imputados como rendimentos ou gastos no período de tributação em que os
elementos ou direitos que lhes deram origem sejam alienados, exercidos, extintos ou
liquidados, exceto quando respeitem a instrumentos financeiros reconhecidos pelo justo valor
através de resultados, desde que, quando se trate de instrumentos de capital próprio, tenham
um preço formado num mercado regulamentado e o sujeito passivo não detenha, direta ou
indiretamente, uma participação no capital igual ou superior a 5% do respetivo capital social;
ou tal se encontre expressamente previsto no CIRC.
De acordo com o n.º 3 do Artigo 23ª-A do CIRC, também não são aceites como gastos do
período de tributação os suportados com a transmissão onerosa de instrumentos de capital
próprio, qualquer que seja o título por que se opere, de entidades com residência ou domicílio
em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável constante
de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças.
Contudo, não concorrem para a determinação do lucro tributável desses sujeitos passivos, as
mais e menos-valias realizadas com a transmissão onerosa de ações, independentemente da
percentagem da participação transmitida, das ações detidas ininterruptamente por um
período não inferior a 24 meses, e desde que, na data da transmissão, cumpram os seguintes
requisitos:
O sujeito passivo detenha, direta ou indiretamente, uma participação não inferior a 5%
do capital social ou dos direitos de voto da entidade cujas partes de capital são
alienadas;
O beneficiário da mais-valia não se encontre abrangido pelo regime da transparência
fiscal;
A entidade cujas partes de capital são alienadas encontra-se sujeita a imposto (IRC) e
não isenta do mesmo.
De acordo com o Artigo 32.º-A do EBF, as SCR podem deduzir ao montante apurado nos
termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 90.º do Código do IRC (quando a liquidação deva ser
feita pelo sujeito passivo nas declarações a que se referem os artigos 120.º e 122.º do CIRC,
tem por base a matéria colectável que delas conste), e até à sua concorrência, uma
importância correspondente ao limite da soma das coletas de IRC dos cinco exercícios
anteriores àquele a que respeita o benefício, desde que seja utilizada na realização de
investimentos em sociedades com potencial de crescimento e valorização. Esta dedução é feita
nos termos da alínea c) do n.º 2 do artigo 90.º do Código do IRC, na liquidação do IRC
respeitante ao exercício em que foram realizados os investimentos ou, quando o não possa ser
integralmente, a importância ainda não deduzida poderá sê-lo, nas mesmas condições, na
liquidação dos cinco exercícios seguintes.
Por outro lado, e nos termos do n.º 5 do Artigo 32.º-A do EBF, os sócios das sociedades por
quotas unipessoais ICR, bem como os investidores informais das sociedades veículo de
investimento em empresas com potencial de crescimento, certificadas no âmbito do Programa
COMPETE, e os investidores informais em capital de risco a título individual certificados pelo
IAPMEI, no âmbito do Programa FINICIA, podem deduzir à sua coleta em IRS do próprio ano,
até ao limite de 15 % desta, um montante correspondente a 20 % do valor investido por si ou
pela sociedade por quotas unipessoais ICR de que sejam sócios. Esta dedução à coleta não se
aplica aos seguintes casos:
Investimentos em sociedades cotadas em bolsa de valores e em sociedades cujo
capital seja controlado maioritariamente por outras sociedades, excetuados os
investimentos efectuados em SCR e em fundos de capital de risco;
Investimentos em sociedades sujeitas a regulação pelo Banco de Portugal (BdP) ou
pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).
Por último, referir que o Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) entende por valor investido a
entrada de capitais em dinheiro destinados à subscrição ou aquisição de quotas ou ações ou à
realização de prestações acessórias ou suplementares de capital em sociedades que usem
efetivamente essas entradas de capital na realização de investimentos com potencial de
crescimento e valorização.
Em sede de IVA
Importa distinguir dois tipos de operações entre as SCR e a empresa participada. Assim, temos
operações não sujeitas/isentas de IVA, como é o caso dos juros debitados pela SCR às suas
participadas pelos empréstimos concedidos e pelos dividendos recebidos. Por outro lado
temos operações sujeitas a IVA e sobre as quais as SCR devem liquidar imposto, podendo o
mesmo ser posteriormente deduzido pela empresa participada, tais como sejam os serviços de
Em sede de IS
No que respeita a empréstimos concedidos pelas SCR às suas participadas, e de acordo com o
disposto na alínea g) do n.º 1 do artigo 7º do Código do IS, tanto o crédito concedido como os
respetivos juros beneficiam de isenção em sede deste imposto, desde que se destinem à
cobertura de carências de tesouraria, cujo prazo não seja superior a um ano.
4.1. Introdução
O crowdfunding consiste num sistema de financiamento coletivo, que pretende ser uma
alternativa ao financiamento tradicional oferecido pelas entidades bancárias e demais
instituições financeiras.
Financiamento coletivo
Financiamento tradicional
Crowdfunding Instituições
financeiras
Com o crowdfunding o montante financiado é obtido através de uma plataforma online, para
projetos de interesse coletivo através de múltiplas fontes de financiamento, em geral pessoas
físicas. A angariação de contribuições é feita de acordo com um sistema de contrapartidas, no
qual o apoio dos investidores implica sempre algum tipo de retorno. Apesar do principal
objetivo deste sistema ser a angariação do montante necessário para financiar projetos de
reduzido nível de investimento e orientado para projetos de cariz social, o crowdfunding
apresenta outras potencialidades, como sejam a avaliação da potencial ideia de projeto junto
do mercado, assim como a angariação de potenciais clientes ou outros investidores, que
podem vir a ser mais-valias para o projeto em causa.
Existem vários modelos de crowdfunding, sendo que os mais populares on-line são os
seguintes:
Empréstimo Capital
(Lending) (Equity)
Recompensa Donativo
(Reward) (Donation)
A NCRF que regula esta solução de financiamento é a NCRF 27 - Instrumentos financeiros, cujo
objetivo é prescrever o tratamento contabilístico dos instrumentos financeiros,
designadamente instrumentos de capital próprio.
No que respeita ao reconhecimento dos instrumentos de capital próprio, a NCRF 27 prevê que
as entidades reconheçam instrumentos de capital próprio no capital próprio (parágrafo 8).
261 -
Acionistas/sócios
51 - Capital
com subscrição
€ €
261 -
Acionistas/sócios 12 - Depósitos à
com subscrição Ordem
€ €
Exemplo:
O senhor António Manuel Joaquim decidiu participar num projeto de cariz social, divulgado
numa plataforma de crowdfunding, que pretende desenvolver brinquedos interativos para
crianças com Trissomia 21. O seu investimento traduziu-se na aquisição de 30 ações com o
valor nominal de 5€ cada. Na óptica da entidade detentora do projeto:
38 - Reclassificação e
6884 - Oferta e
regularização de 23,5 € Oferta do bem produzido
amostra de inventários
inventários
Imposto Financiamento
Crowdfunding
IRC Sujeito
IRS Sujeito
IVA Sujeito
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRC
Aumentos de capital
Donativos
A noção e donativo prevista no Artigo 61.º EBF refere que “Para efeitos fiscais, os donativos
constituem entregas em dinheiro ou em espécie concedidos sem contrapartidas que
configurem obrigações de carácter pecuniário ou comercial às entidades públicas ou privadas
(…) cuja actividade consista predominantemente na realização de iniciativas nas áreas social,
cultural, ambiental, desportiva ou educacional”.
Ora, as entregas de dinheiro por empresas ou particulares a sociedades inseridas num projecto
de crowdfunding sem esperar nada em troca, são consideradas como donativos (variações
patrimoniais positivas), sendo que o artigo 21.º do CIRC refere que concorrem para a formação
do lucro tributável, as variações patrimoniais positivas não reflectidas no resultado líquido do
período de tributação, com algumas exceções, as quais não comtemplam este tipo de entrega.
Importa referir no entanto, que existe variada doutrina administrativa que versa sobre o tema,
nomeadamente quanto à natureza e ao alcance desta noção, vertida por parte das autoridades
fiscais na vigência do Estatuto do Mecenato, que se mantem actual, nos seguintes
despacho/circulares:
Despacho n.º 127, de 3 de Dezembro de 2001, emitido pelo Ministério das Finanças;
Circular n.º 12, de 19 de Abril de 2002, emitida conjuntamente pela Direcção de
Serviços do IRC e Direcção de Serviços do IVA;
Circular n.º 2/2004, de 20 de Janeiro, emitida pela Direcção de Serviços do IRC.
Assim, e de acordo com a Circular n.º 2/2004, de 20 de janeiro, as importâncias que revistam a
natureza de donativos fora do âmbito do regime do mecenato não logram passar o teste da
respectiva indispensabilidade, pelo que não são aceites como custos para efeitos fiscais. Por
outro lado, e nas situações em que as importâncias atribuídas não revistam a natureza de
donativo, constituindo a contrapartida da aquisição de um bem ou serviço, as mesmas são, em
princípio, aceites como custo para efeitos fiscais à luz do disposto no CIRC.
Já a Circular n.º 12/2002 indica que a apreciação pela Administração Tributária da qualificação
de determinada liberalidade como de donativo dependerá sempre da exposição precisa dos
elementos de facto, nomeadamente quanto à respectiva natureza e valor, bem como de
eventuais regalias que em correspondência lhe estejam associadas. Deve também apurar-se se
“a regalia eventualmente facultada pelo beneficiário do mesmo confirma o espírito de
liberalidade do doador ou se, pelo contrário, permite concluir pela existência de uma intenção
de enriquecimento, consubstanciando um negócio oneroso”
Referir ainda, que as regalias em espécie atribuídas ao doador, como sejam a disponibilização
ao mesmo de instalações do beneficiário, a atribuição de convites ou bilhetes de ingresso para
iniciativas promovidas pelo beneficiário podem não desvirtuar o espírito de liberalidade do
doador e a respectiva qualificação como donativo se representarem um valor manifestamente
insignificante face ao donativo efectuado, i.e., quando o valor de mercado das regalias
atribuídas não ultrapassar, anualmente, o limite de 5% dos donativos atribuídos, tal como é
referido na Circular n.º 2/2004.
Em sede de IRS
Donativos
Caso o titular residente opte pelo englobamento, o saldo negativo (entre as mais-valias e as
menos-valias realizadas com a alienação de ações nacionais) apurado em determinado ano
pode ser reportado para os dois anos seguintes. No apuramento do saldo positivo ou negativo
entre as mais-valias e as menos-valias realizadas com a alienação de ações nacionais, o titular
residente não pode deduzir, aos ganhos que obtenha, as perdas apuradas com alienação de
ações em que a entidade se encontre domiciliada numa jurisdição sujeita a um regime fiscal
claramente mais favorável.
Em sede de IVA
Donativo e oferta
Donativo
Dinheiro Espécie
Bens Serviços
Não são contrapartida
de bens ou serviços
Transmissões gratuitas Serviços gratuitos –
/ ofertas de bens não sujeitos a IVA
Não sujeitos a IVA
Transmissões de bens- Serviços – Sujeitos a
Sujeitas a IVA IVA
Por outro lado, e nos termos definidos por portaria do Ministro das Finanças, os bens não
destinados a posterior comercialização que, pelas suas características, ou pelo tamanho ou
formato diferentes do produto que constitua a unidade de venda, visem, sob a forma de
amostra, apresentar ou promover bens produzidos ou comercializados pelo próprio sujeito
Assim, no caso de donativos em espécie, ou seja, bens oferecidos a título gratuito cujo IVA da
aquisição não tenha sido alvo de dedução, não são considerados transmissão de bens, pelo
que não são sujeitos a IVA.
No caso dos bens oferecidos a título gratuito cujo IVA da aquisição tenha sido alvo de dedução,
total ou parcialmente, que tenham um valor unitário menor ou igual a 50 euros (quando é um
conjunto de bens este valor aplica-se ao conjunto) e cujo o valor global das ofertas não exceda
os 5 por mil do volume de negócios, não são considerados transmissão de bens, mas sim
ofertas de bens não são sujeitos a IVA. Por outro lado, não existe necessidade de emitir o
respetivo documento de suporte à liquidação do imposto, sem obviamente esquecer o
documento (recibo) para efeitos de comprovar o donativo/oferta.
Nos restantes casos há que liquidar IVA sobre o valor de aquisição dos bens ou sobre o preço
de custo.
Donativo
O IVA é liquidado sobre o valor normal dos serviços, sendo que, e de acordo com o artigo 16.º
do CIVA, o valor tributável das transmissões de bens e das prestações de serviços sujeitas a
imposto é o valor da contraprestação obtida ou a obter do adquirente, do destinatário ou de
um terceiro. Nos casos em que a contraprestação não seja definida, no todo ou em parte, em
dinheiro, o valor tributável é o montante recebido ou a receber, acrescido do valor normal dos
bens ou serviços dados em troca.
Por fim, o documento de suporte para os bens e serviços oferecidos a título gratuito sujeitos a
IVA, deverá conter uma série de elementos, entre eles:
Data e natureza da operação;
Valor tributável e taxa de imposto aplicável;
Valor do imposto.
A transmissão gratuita de ações está sujeita a Imposto do Selo à taxa de 10%, com exceção das
situações em que o beneficiário do rendimento seja o cônjuge ou unido de facto, descendente
ou ascendente do transmitente (figura da doação).
5.1. Introdução
O crédito bancário é uma operação pela qual um banco põe determinada soma de dinheiro à
disposição do beneficiário, com a garantia de este lhe pagar os juros convencionados e de lhe
restituir, na data fixada para o reembolso, importância que havia sido emprestada.
Caraterísticas Só pode ser realizado por instituições financeiras credenciadas pelo Banco
de Portugal
O crédito bancário pode ser concedido a curto prazo (com maturidade inferior a um ano), a
médio prazo (com maturidade entre um e cinco anos) e a longo prazo (com maturidade
superior a cinco anos), podendo a instituição financeira prestadora do financiamento realizar o
crédito sem garantias (apenas contratualmente suportado), ou, por outro lado, exigir à
entidade financiada a apresentação de garantias reais ou pessoais.
Curto prazo
Sem garantias
Crédito Médio prazo
bancário
Com garantias
Longo prazo
Reais
Pessoais
O crédito bancário é considerado um passivo financeiro nos termos do ponto i), da alínea a),
do parágrafo 5, da NCRF 27, segundo o qual, um passivo financeiro é qualquer passivo que seja
uma obrigação contratual de entregar dinheiro ou outro ativo financeiro a uma outra
entidade. Os passivos financeiros apenas são reconhecidos quando a entidade se torne uma
parte das disposições contratuais do instrumento (parágrafo 6).
12 - Depósitos à
2511 - Empréstimos
Ordem
bancários
€ €
6812 - Impostos
12 - Depósitos à
indiretos
Ordem
€ €
2511 - Empréstimos
bancários
6911 - Juros de
12 - Depósitos à
financiamentos
Ordem
obtidos
€ €
6812 - Impostos
indiretos
Exemplo:
Capital em
Periodo Amortização Juros Renda IS Juros ISAC
dívida
0 500.000,00 € 2.500,00 €
1 62.500,00 € 10.000,00 € 72.500,00 € 437.500,00 € 400,00 €
2 62.500,00 € 8.750,00 € 71.250,00 € 375.000,00 € 350,00 €
3 62.500,00 € 7.500,00 € 70.000,00 € 312.500,00 € 300,00 €
4 62.500,00 € 6.250,00 € 68.750,00 € 250.000,00 € 250,00 €
5 62.500,00 € 5.000,00 € 67.500,00 € 187.500,00 € 200,00 €
6 62.500,00 € 3.750,00 € 66.250,00 € 125.000,00 € 150,00 €
7 62.500,00 € 2.500,00 € 65.000,00 € 62.500,00 € 100,00 €
8 62.500,00 € 1.250,00 € 63.750,00 € 0,00 € 50,00 €
Imposto Financiamento
Microcrédito
IRC Sujeito
IRS Não aplicável
IVA Sujeito
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRC
Em sede de IVA
Nos termos da alínea a) e b) do n.º 27 do artigo 9.º do Código do IVA, estão isentas do imposto
a concessão e a negociação de créditos, sob qualquer forma, compreendendo operações de
desconto e redesconto, bem como a sua administração ou gestão efectuada por quem os
concedeu, bem como, a negociação e a prestação de fianças, avales, cauções e outras
garantias, bem como a administração ou gestão de garantias de créditos efectuada por quem
os concedeu;
Em sede de IS
O artigo 2.º do Código do Imposto do Selo (CIS) prevê que são sujeitos passivos do imposto as
entidades concedentes do crédito ou credoras de juros, prémios, comissões e outras
contraprestações, bem como Instituições de crédito, sociedades financeiras ou outras
entidades a elas legalmente equiparadas relativamente às operações de crédito, no momento
em que forem realizadas e nas operações realizadas por ou com intermediação de instituições
de crédito, sociedades financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas, no
momento da cobrança dos juros, prémios, comissões e outras contraprestações,
De acordo com o previsto no artigo 22.º do CIS, as taxas do imposto são as constantes da
Tabela Geral do Imposto do Selo (TGIS), aplicando-se aos empréstimos a verba 17 – Operações
financeiras. Assim, sobre o valor do crédito utilizado pelo titular incide Imposto do Selo,
variando a taxa aplicável em função dos seguintes prazos:
Pela utilização de crédito, sob a forma de fundos, mercadorias e outros valores, em
virtude da concessão de crédito a qualquer título excepto nos casos referidos na verba
17.2, incluindo a cessão de créditos, o factoring e as operações de tesouraria quando
envolvam qualquer tipo de financiamento ao cessionário, aderente ou devedor,
considerando-se, sempre, como nova concessão de crédito a prorrogação do prazo do
contrato - sobre o respectivo valor, em função do prazo:
o Crédito de prazo inferior a um ano - por cada mês ou fracção (0,04%);
o Crédito de prazo igual ou superior a um ano (0,50%);
o Crédito de prazo igual ou superior a cinco anos (0,60%);
o Crédito utilizado sob a forma de conta corrente, descoberto bancário ou
qualquer outra forma em que o prazo de utilização não seja determinado ou
determinável, sobre a média mensal obtida através da soma dos saldos em
dívida apurados diariamente, durante o mês, divididos por 30 (0,04%);
Operações realizadas por ou com intermediação de instituições de crédito, sociedades
financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas e quaisquer outras
instituições financeiras - sobre o valor cobrado, designadamente, juros por, desconto
de letras e bilhetes do Tesouro, por empréstimos, por contas de crédito e por crédito
sem liquidação (4%);
Comissões por garantias prestadas (3%);
Outras comissões e contraprestações por serviços financeiros (4%).
6.1. Introdução
O factoring é uma operação financeira que consiste na tomada de créditos a curto prazo por
uma instituição financeira (factor), que os fornecedores de bens ou serviços (aderentes)
constituem sobre os seus clientes (devedores), permitindo às empresas obter uma antecipação
dos recebimentos dos seus clientes.
Antecipação de
Fornecedor •Aderente
recebimentos
Cliente •Devedor
Possibilidade Instituição
•Factor
transferência do risco Financeira
A atividade de factoring pode também ser considerada como a entrega, por parte de uma
empresa que vende produtos ou serviços, das suas operações de cobrança de curto prazo à
empresa de factoring, especializada em cobranças.
Pode, então, considerar-se que a empresa de factoring age como uma entidade que apoia, de
facto, a empresa fornecedora que tem créditos de curto prazo a receber, efetuando a sua
gestão de créditos e a sua cobrança, adiantando-lhe o montante dos créditos e partilhando,
total ou parcialmente, o risco inerente à solvência da empresa devedora.
A sociedade de factoring, pelos serviços de antecipação e/ou de gestão das cobranças, cobra
uma comissão que será mais baixa para operações com recurso (ou seja, nas quais a factor não
assume o risco) e mais elevada para operações sem recurso (ou seja, nas quais a factor assume
o risco).
A factor irá igualmente cobrar juros que incidem sobre os adiantamentos efetuados. Para as
entidades que recorram a uma operação desta natureza, pode-se referir as seguintes
vantagens, entre outras:
Diminuir o desfasamento entre o prazo médio de recebimentos (PMR) e o prazo
médio de pagamentos;
Resolver problemas de liquidez imediata e tesouraria;
Obtenção de fundo de maneio numa empresa em fase de crescimento;
Diminuir dificuldades de tesouraria de empresas sazonais.
2131- Clientes
12 - Depósitos à
Factoring -
Ordem
Adiantamentos
€ €
2132- Clientes
2111 - Clientes gerais
Factoring - Retenções
€ €
€ €
2131- Clientes
12 - Depósitos à
Factoring -
Ordem
Adiantamentos
€ €
2131- Clientes
Factoring - 2111 - Clientes gerais
Adiantamentos
€ €
2132 - Clientes
Factoring - Retenções
€ €
2131- Clientes
2514 - Empréstimos
Factoring -
bancários - Factoring
Adiantamentos
€ €
€ €
Exemplo:
Na mesma data, esta sociedade decidiu ceder estas dívidas à empresa de factoring FactorXLS.
As condições contratadas com a sociedade de factoring são:
i) Factoring com recurso
ii) Adiantamento de 95% dos créditos cedidos
iii) Juros e demais comissões conexas à cedência de créditos
2514 - Empréstimos
12 - Depósitos à ordem 47.500 € Recebimento antecipado
bancários - Factoring
O cliente KWY cumpriu a sua obrigação de pagamento com a sociedade de factoring na data
fixada. Nesta data, a sociedade FactorXLS transferiu para a empresa aderente a retenção de
5% efetuada na data da cedência dos créditos.
A sociedade FactorXLS debitou à empresa aderente os seguintes encargos com esta operação
de factoring.
2131- Clientes
2111 - Clientes gerais Factoring -
Adiantamentos
€ €
2132- Clientes
2111 - Clientes gerais
Factoring - Retenções
€ €
2131- Clientes
12 - Depósitos à
Factoring -
Ordem
Adiantamentos
€ €
€ €
€ €
Exemplo:
Pegando no mesmo exemplo indicado para o factoring com recurso, temos os seguintes
movimentos contabilísticos no caso de factoring sem recurso.
2131 - Clientes
Cedência de créditos à factor
Factoring - 2111 - Clientes gerais 47.500 €
95% da faturação
Adiantamentos
2132 - Clientes Retenção de créditos pela
2111 - Clientes gerais 2.500 €
Factoring - Retenções factor 5% da faturação
2131 - Clientes
12 - Depósitos à ordem Factoring - 47.500 € Recebimento antecipado
Adiantamentos
O cliente KWY cumpriu a sua obrigação de pagamento com a sociedade de factoring na data
fixada. Nesta data, a sociedade FactorXLS transferiu para a empresa aderente a retenção de
5% efetuada na data da cedência dos créditos.
A sociedade FactorXLS debitou à empresa aderente os seguintes encargos com esta operação
de factoring.
6913 - Juros do
12 - Depósitos à ordem 575 € Juros
Factoring
6983 - Outros gastos e
perdas de
12 - Depósitos à ordem 522,5 € Comissão de cobrança
financiamento
relativos a Factoring
Imposto Financiamento
Factoring
IRC Sujeito
IRS Não aplicável
IVA Sujeito
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRC
Em sede de IVA
Nos termos da alínea a) e b) do n.º 27 do artigo 9.º do Código do IVA, estão isentas do imposto
a concessão e a negociação de créditos, sob qualquer forma, compreendendo operações de
desconto e redesconto, bem como a sua administração ou gestão efectuada por quem os
concedeu, bem como, a negociação e a prestação de fianças, avales, cauções e outras
Para além disso, e ainda nos termos da alínea c) do º 27 do artigo 9.º do Código do IVA, estão
isentas do imposto as operações, compreendendo a negociação, relativas a depósitos de
fundos, contas correntes, pagamentos, transferências, recebimentos, cheques, efeitos de
comércio e afins, com excepção das operações de simples cobrança de dívidas.
Importa salientar que AT, tem entendido que as comissões de factoring e ou de garantia
cobradas pelas sociedades de factoring aos seus clientes estão isentas de IVA, uma vez que,
configuram a contraprestação de operações abrangidas pela alínea c) do n.º 27 do Artigo 9.º
do Código do IVA (CIVA) e dela não exceptuada, uma vez que não se trata de uma simples
cobrança de dívidas, em conformidade com as definições e os pressupostos constante de
informação vinculativa.
Em sede de IS
O artigo 2.º do Código do Imposto do Selo (CIS) prevê que são sujeitos passivos do imposto as
entidades concedentes do crédito ou credoras de juros, prémios, comissões e outras
contraprestações, bem como Instituições de crédito, sociedades financeiras ou outras
entidades a elas legalmente equiparadas relativamente às operações de crédito, no momento
em que forem realizadas e nas operações realizadas por ou com intermediação de instituições
de crédito, sociedades financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas, no
momento da cobrança dos juros, prémios, comissões e outras contraprestações,
considerando-se efetivamente cobrados, sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 51.º, os
juros e comissões debitados em contas correntes à ordem de quem a eles tiver direito (artigo
5.º do CIS).
De acordo com o previsto no artigo 22.º do CIS, as taxas do imposto são as constantes da
Tabela Geral do Imposto do Selo (TGIS), aplicando-se aos empréstimos a verba 17 – Operações
financeiras. Assim, sobre o valor do crédito utilizado pelo titular incide Imposto do Selo,
variando a taxa aplicável em função dos seguintes prazos:
Pela utilização de crédito, sob a forma de fundos, mercadorias e outros valores, em
virtude da concessão de crédito a qualquer título excepto nos casos referidos na verba
17.2, incluindo a cessão de créditos, o factoring e as operações de tesouraria quando
envolvam qualquer tipo de financiamento ao cessionário, aderente ou devedor,
considerando-se, sempre, como nova concessão de crédito a prorrogação do prazo do
contrato - sobre o respectivo valor, em função do prazo:
o Crédito de prazo inferior a um ano - por cada mês ou fracção (0,04%);
o Crédito de prazo igual ou superior a um ano (0,50%);
o Crédito de prazo igual ou superior a cinco anos (0,60%);
7.1. Introdução
O confirming é uma operação financeira que possibilita antecipar aos fornecedores, recursos
financeiros relativos à venda de bens e prestação de serviços, sem necessidade destes
aderirem a qualquer tipo de crédito junto de uma instituição financeira. O confirming
materializa-se num serviço prestado por uma instituição financeira, normalmente um banco,
encarregando-se este de efetuar aos fornecedores da entidade aderente os pagamentos nas
datas previamente acordadas, de forma célere.
Pagamento
Esta solução financeira pode apresentar as seguintes vantagens, quer na ótica da empresa
aderente, quer na ótica do fornecedor. Assim, temos:
Empresa aderente
Redução de custos administrativos inerentes à emissão e controlo de ordens de
pagamento;
Melhoria no controlo de pagamentos com possibilidade de reconciliação bancária
enviada e controlada pelo banco;
Maior capacidade de negociação no que diz respeito à aquisição e fornecimento de
bens e serviços.
Aderente Fornecedor
Confirming
Confirming
- custos + liquidez
+ controlo - endividamento
+ negociação - reporting
Vantagens Vantagens
A NCRF que regula esta solução de financiamento é a NCRF 27 - Instrumentos Financeiros, cujo
objetivo é prescrever o tratamento contabilístico dos instrumentos financeiros,
designadamente passivos financeiros.
Conforme prescrito na NCRF 27, nos parágrafos 30 a 33, perante uma operação de confirming
a entidade deve desreconhecer o passivo financeiro relativo à dívida ao fornecedor, e
reconhecer o passivo financeiro referente ao montante antecipado a estes pela instituição
financeira.
2515 - Empréstimos
2211 - Fornecedores
bancários -
gerais
Confirming
€ €
€ €
6812 - Impostos
indiretos
2515 - Empréstimos
2211 - Fornecedores
bancários -
gerais
Confirming
€ €
Exemplo:
A sociedade Céu Azul recebeu faturas dos seus fornecedores do montante total de 88.000€.
Em virtude do contrato de confirming celebrado com o seu banco, esta sociedade enviou-lhe
uma listagem com as ordens de pagamento a efetuar aos diversos fornecedores.
Na data de vencimento das faturas, a sociedade Céu Azul liquidou ao banco os montantes em
questão. Por esta operação, foram cobradas juros e demais encargos.
Imposto Financiamento
Confirming
IRC Sujeito
IRS Não aplicável
IVA Sujeito
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRC
Em sede de IVA
Nos termos da alínea c) do º 27 do artigo 9.º do Código do IVA, estão isentas do imposto as
operações, compreendendo a negociação, relativas a depósitos de fundos, contas correntes,
pagamentos, transferências, recebimentos, cheques, efeitos de comércio e afins, com
excepção das operações de simples cobrança de dívidas.
Em sede de IS
O artigo 2.º do Código do Imposto do Selo (CIS) prevê que são sujeitos passivos do imposto as
entidades concedentes do crédito ou credoras de juros, prémios, comissões e outras
contraprestações, bem como Instituições de crédito, sociedades financeiras ou outras
entidades a elas legalmente equiparadas relativamente às operações de crédito, no momento
em que forem realizadas e nas operações realizadas por ou com intermediação de instituições
de crédito, sociedades financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas, no
momento da cobrança dos juros, prémios, comissões e outras contraprestações,
considerando-se efetivamente cobrados, sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 51.º, os
juros e comissões debitados em contas correntes à ordem de quem a eles tiver direito (artigo
5.º do CIS).
De acordo com o previsto no artigo 22.º do CIS, as taxas do imposto são as constantes da
Tabela Geral do Imposto do Selo (TGIS), aplicando-se aos empréstimos a verba 17 – Operações
financeiras. Assim, sobre o valor do crédito utilizado pelo titular incide Imposto do Selo,
variando a taxa aplicável em função dos seguintes prazos:
Operações realizadas por ou com intermediação de instituições de crédito, sociedades
financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas e quaisquer outras
instituições financeiras - sobre o valor cobrado, designadamente, juros por, desconto
de letras e bilhetes do Tesouro, por empréstimos, por contas de crédito e por crédito
sem liquidação (4%);
Outras comissões e contraprestações por serviços financeiros (4%).
8.1. Introdução
O leasing mobiliário ou imobiliário é um instrumento de financiamento de médio e longo prazo
para investimento em aquisição de bens móveis (equipamentos, viaturas, etc.) ou imóveis
(habitação, escritórios, armazéns, etc.).
Mobiliário
Leasing
Imobiliário
Imobiliário Mobiliário
Os contratos de leasing são regulados pela NCRF 9 – Locações, cujo objetivo é definir as
políticas contabilísticas e divulgações associadas às locações financeiras e locações
operacionais.
Numa locação financeira o locatário reconhece inicialmente um ativo pela locação bem como a
respectiva responsabilidade, pelo justo valor do bem locado ou, se inferior, ao valor presente
dos pagamentos mínimos da locação, reconhecendo igualmente uma responsabilidade no
passivo (parágrafos 20 a 22).
€ €
ca pi tal
€ €
6912 - Juros da
locação financeira
Juros
€
2432321 - IVA
dedutível - OBS - Taxa
normal
IVA
€
Exemplo:
A sociedade All Rent adquiriu uma nova máquina para reforçar o seu parque industrial através
de um contrato de locação financeira. A máquina teve um custo de 90.000€ acrescido do IVA à
taxa legal em vigor. O contrato leasing foi celebrado pelo prazo de 4 anos com rendas
trimestrais e antecipadas (16 rendas) calculadas à taxa de 0,9% (taxa de juro anual efetiva de
3,65%), e com um valor residual no montante de 10% do valor de aquisição. O valor da renda
ascende a 5.490€ mensais.
Capital em
Periodo Amortização Juros Prestação
dívida
0 90.000,00 €
1 5.490,00 € 0,00 € 5.490,00 € 84.510,00 €
2 4.729,41 € 760,59 € 5.490,00 € 79.780,59 €
3 4.771,97 € 718,03 € 5.490,00 € 75.008,62 €
4 4.814,93 € 675,07 € 5.490,00 € 70.193,69 €
5 4.858,25 € 631,75 € 5.490,00 € 65.335,44 €
6 4.901,98 € 588,02 € 5.490,00 € 60.433,46 €
7 4.946,10 € 543,90 € 5.490,00 € 55.487,36 €
8 4.990,62 € 499,38 € 5.490,00 € 50.496,74 €
9 5.035,53 € 454,47 € 5.490,00 € 45.461,21 €
10 5.080,85 € 409,15 € 5.490,00 € 40.380,36 €
11 5.126,57 € 363,43 € 5.490,00 € 35.253,79 €
12 5.172,72 € 317,28 € 5.490,00 € 30.081,07 €
13 5.219,27 € 270,73 € 5.490,00 € 24.861,80 €
14 5.266,24 € 223,76 € 5.490,00 € 19.595,56 €
15 5.313,64 € 176,36 € 5.490,00 € 14.281,92 €
16 5.361,47 € 128,53 € 5.490,00 € 8.920,45 €
17 8.920,45 € 80,28 € 9.000,00 € 0,00 €
Imposto Financiamento
Leasing Mobiliário Leasing Imobiliário
IRC Sujeito Sujeito
IRS Sujeito Sujeito
IVA Sujeito Sujeito
IS Sujeito Sujeito
IMT Não sujeito Sujeito
IMI Não sujeito Sujeito
Nesta matéria, é importante ter em conta o regime jurídico do contrato de locação financeira,
o qual foi consagrado no Decreto-Lei n.º 149/95, de 24 de Junho, sucessivamente actualizado
pelo Decreto-Lei n.º 265/97, de 2 de outubro, Decreto-Lei n.º 285/2001, de 3 de novembro e
pelo Decreto-Lei n.º 30/2008, de 25 de Fevereiro2.
2
Vide também Rectificação n.º 17-B/97, de 31/10.
De facto, em termos fiscais, este contrato tem subjacente um princípio de neutralidade fiscal,
ou seja, quem adquire algo através de um contrato de locação financeira não deve,
fiscalmente, ficar mais onerado que aquele que adquire directamente. Obviamente, que este
principio baseia-se no facto, de que a locação financeira é um contrato pelo qual uma das
partes se obriga, mediante retribuição, a ceder à outra o gozo temporário de uma coisa, móvel
ou imóvel, adquirida ou construída por indicação desta, e que o locatário poderá comprar,
decorrido o período acordado, por um preço nele determinado ou determinável mediante
simples aplicação dos critérios nele fixados. Assim, a existência deste princípio ajuda a
entender as soluções encontradas pelo legislador no tratamento das várias operações que
podem ocorrer na vigência do contrato (aquisição, renuncia, cedência de posição, opção de
compra, entre outras).
Em sede de IRC
No caso das rendas e ou das amortizações, quer no leasing mobiliário, quer no leasing
imobiliário, não são considerados gastos mas sim, as depreciações e amortizações. Em
conclusão, apenas as depreciações/amortizações e os juros é que são tributadas em sede
de IRC como gastos.
Releva-se no entanto, que em função do tipo de bem sobre o qual o contrato de leasing é
estabelecido, os encargos suportado com esse contrato poderão ser ou não dedutíveis. O
caso mais comum, é o referido pela alínea i) do n.º 1 do Artigo 23º-A do CIRC, o qual refere
que não são dedutíveis para efeitos da determinação do lucro tributável, mesmo quando
contabilizados como gastos do período de tributação os encargos com o aluguer sem condutor
de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, na parte correspondente ao valor das
depreciações dessas viaturas que, nos termos das alíneas c) e e) do n.º 1 do artigo 34.º, não
sejam aceites como gastos.
Em resumo, na óptica do locador os juros incluídos nas rendas, que constituem rendimentos
para este, são tributados em sede de IRC. Na óptica do locatário, os juros incluídos nas rendas,
bem como as amortizações fiscais dos bens adquiridos em locação financeira, são
considerados como gastos para efeitos de IRC.
No caso de cedência da posição contratual, e dado que o locatário transmite, através dum
negócio entre partes, um direito de natureza obrigacional que constitui para si um elemento
do ativo (AFT, AI, Propriedade de investimento e ou ativo biológico). Perante tal, terá que
Em sede de IRS
Nos termos do n.º 1 e do n.º 2 do artigo 5.º do CIRS, o leasing mobiliário e o imobiliário são
considerados rendimentos de capitais – categoria E.
Em sede de IVA
Para analisar o efeito que o imposto sobre o valor acrescentado (IVA), tem num contrato
de locação financeira, teremos de dividir a questão em duas partes:
Leasing mobiliário – Neste tipo de contrato de locação, o IVA incide sobre as
transmissões de bens e serviços e aplicando-se a taxa conforme o tipo de bem
locado, sendo dedutível, nas condições do CIVA. Assim, e regra geral, o regime de
IVA das operações de locação financeira é o que se aplica às prestações de serviços
nos termos do artigo 4º do CIVA, e a taxa a que seria aplicável no caso de
transmissão dos bens dados em locação, conforme preconiza o n.º 3 do artigo 18º
do CIVA.
No caso do leasing imobiliário, tratando-se de uma aquisição de um bem imóvel, esta
beneficia da isenção que consta do n.º 29 do Artigo 9.º do CIVA. Existem no entanto,
exceções específicas, como sejam:
as prestações de serviços de alojamento, efectuadas no âmbito da actividade
hoteleira ou de outras com funções análogas, incluindo parques de campismo;
a locação de áreas para recolha ou estacionamento colectivo de veículos;
a locação de máquinas e outros equipamentos de instalação fixa, bem como
qualquer outra locação de bens imóveis de que resulte a transferência onerosa da
exploração de estabelecimento comercial ou industrial;
a locação de cofres-fortes; e
a locação de espaços para exposições ou publicidade.
Nos casos em que ocorra cedência de posição contratual por parte do locatário, trata-se da
transmissão dum direito de natureza obrigacional, o que e nos termos do n.º 1 do artigo 4.º do
CIVA configura uma prestação de serviços (o que se tributa não é a transmissão de um bem,
mas sim uma prestação de serviços que não consta de qualquer lista anexa ao CIVA), a qual
será tributada em sede de IVA à taxa normal se for efectuada por um sujeito passivo no âmbito
da sua actividade, conforme estipula o n.º 1 do artigo 1.º do CIVA.
Como é óbvio, este IVA resulta dedutível na sua totalidade se o adquirente for um sujeito
passivo. A taxa normal a aplicar incidirá sobre o valor da contraprestação, composta pelo valor
recebido pelo cedente e pelo total das rendas ainda não pagas de que este se desonera.
Em sede de IS
As componentes do contrato de leasing, nomeadamente os juros, não são objecto de IS, uma
vez que todas as rendas se encontram sujeitas a IVA, uma vez que o contrato de leasing,
enquanto negócio jurídico ou operação, não está sujeito a imposto do selo de acordo com a
verba 17 da Tabela Geral do Imposto do Selo.
Em sede de IMT
O leasing mobiliário não está sujeito a IMT, ao contrário do que acontece com o leasing
imobiliário. Desta forma, podemos delimitar os seguintes casos ao nível da locação financeira
imobiliária:
Se a aquisição do imóvel for efetuada antes do final do contrato, está sujeita a IMT, acaba por
ficar isenta nos termos do artigo 3.º do DL n.º 311/82, de 4/08, o qual refere que está isenta
de imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis a transmissão por compra e
venda a favor do locatário, no exercício do direito de opção de compra previsto no regime
jurídico do contrato de locação financeira, da propriedade ou do direito de superfície
constituído sobre o imóvel locado. Desta forma, trata-se duma isenção automática, a qual não
carece de qualquer reconhecimento por parte da Autoridade Tributária. Dever-se-á ter em
atenção a cláusula da opção de compra e se prevê que essa antecipação possa ser realizada
dentro do âmbito previsto no artigo 3.º do DL n.º 311/82, de 4/08.
Quando a opção de compra for efetuada no final do contrato, esta operação está sujeita a IMT,
no entanto, acaba por ficar isenta nos termos do artigo 3.º do DL n.º 311/82, de 4/08, o qual
refere que está isenta de imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis a
transmissão por compra e venda a favor do locatário, no exercício do direito de opção de
compra previsto no regime jurídico do contrato de locação financeira, da propriedade ou do
direito de superfície constituído sobre o imóvel locado. Trata-se duma isenção automática, a
A cedência de posição contratual num contrato de locação financeira imobiliária por parte do
locatário, não está sujeita a IMT, porque ela não implica a transmissão do direito real de
propriedade do cedente para o cessionário, ou seja, a propriedade do imóvel continua na
titularidade da locadora e por lá se mantem após a cedência da posição, até que o cessionário
venha a optar pela aquisição do direito de propriedade do imóvel no momento da opção de
compra.
No que toca ao valor residual, o IMT, e de acordo com o ponto 14, do n.º4, do art.º 12 do CIMT
irá incidir sobre o valor residual, que será determinado de acordo os termos definidos no
contrato de locação. Contudo, ressalvar que na transmissão para o locatário, poderá existir
isenção do imposto, conforme estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 311/82 de 4 de agosto.
Por último, à que considerar a questão do leaseback, visto tratar-se de um contrato de locação
financeira com a especial relevância da locadora comprar o bem à entidade que passará a ser a
sua locatária. Esta aquisição, tendo por base este tipo de contrato está sujeita a IMT nos
termos gerais, sendo a base para a liquidação constituída pelo preço acordado ou pelo VPT dos
imóveis, consoante o que for maior, nos termos da regra geral constante no artigo 12.º do
CIMT. Com é obvio, e à semelhança da aquisição, também, o valor deste IMT será repercutido
ao locatário, incluído nas rendas que vierem a ser pagas ao longo da vida útil do contrato
celebrado.
Em sede de IMI
O IMI incide unicamente sobre o leasing imobiliário, sendo que este recai apenas sobre o valor
patrimonial tributário dos prédios rústicos e urbanos situados no território português,
constituindo receita dos municípios onde os mesmos se localizam de acordo com o estipulado
no artigo 1.º do CIMI.
9.1. Introdução
O renting ou Aluguer Operacional de Viaturas (AOV) é uma solução de financiamento
automóvel materializado num contrato de aluguer de viaturas com prestação de serviços
associado, por um período e quilometragem pré-determinado, mediante o pagamento de uma
renda. O renting ou AOV afigura-se como uma solução global, sendo mais abrangente
relativamente às demais soluções de financiamento automóvel.
De entre os vários serviços que poderão ser contratados, destaca-se os seguros, a manutenção
e reparação, mudança de pneus, viatura de substituição, pagamento do IUC, entre outros. A
diferença fundamental entre o Leasing ou o Aluguer de Longa Duração (ALD) e o Renting,
consiste no prazo de celebração do contrato (médio-longo prazo versus curto prazo) e nos
riscos associados, sendo que no renting o utilizador não tem que se preocupar com a
desvalorização da viatura.
No renting o usufrutuário paga apenas uma renda pela utilização do bem durante o período do
contrato, com custos mensais fixos e, por esse motivo, previsíveis. De referir que atualmente
existem disponíveis no mercado soluções de financiamento sob a forma de renting,
direcionadas para outro tipo de equipamentos e bens que não viaturas automóveis, como seja
Mobiliário
Veículo Software Hardware
escritório
Regra geral o Renting é contratado por prazos entre 12 e 48 meses e para quilometragens até
180.000 Km nas viaturas a gasolina e 200.000 Km para as viaturas a gasóleo.
Os contratos de renting são regidos pela NCRF 9 – Locações, cujo objetivo é estipular as
políticas contabilísticas e divulgações associadas às locações financeiras e locações
operacionais.
Para além dos exemplos supra, o paragrafo 11 da mesma NCRF, apresenta 3 indicadores de
situações que individualmente ou em combinação podem também conduzir a que uma
locação seja classificada como financeira, como segue:
a) Se o locatário puder cancelar a locação, as perdas do locador associadas ao
cancelamento são suportadas pelo locatário;
b) Os ganhos ou as perdas da flutuação no justo valor do residual serem do locatário (por
exemplo sob a forma de um abatimento na renda que iguale a maior parte dos
proventos das vendas no fim da locação); e
c) O locatário tem a capacidade de continuar a locação por um segundo período com
uma renda que seja substancialmente inferior à renda do mercado.
Uma vez que se verifique que a locação não é considerada financeira, então ela deve ser
classificada como locação operacional, como é o caso do Renting ou aluguer operacional de
viaturas, a ser reconhecida pelo locatário na conta 6261 – Rendas e alugueres.
€ €
2432321 - IVA
dedutível - OBS - Taxa
normal
€
€ €
Exemplo:
A sociedade Só Vende celebrou um contrato de renting com uma empresa do setor automóvel
para uma viatura ligeira de mercadorias pickup pelo prazo de 4 anos. A renda mensal é de
1.500€ e inclui o custo do aluguer, seguro, manutenção e reparações.
2211 - Fornecedores
12 - Depósitos à ordem 1.845 € Pagamento da renda
gerais
Imposto Financiamento
Renting
IRC Sujeito
IRS Sujeito
IVA Sujeito
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRS
Em sede de IRC
Custo de aquisição da
Caraterísticas da viatura Taxas (TA)
viatura
Viaturas convencionais 10,0 %
Custo de aquisição inferior
Viaturas ligeiras de passageiros hibridas plug-in 5,0 %
a 25.000 €
Viaturas ligeiras de passageiros movidas a GPL ou GNV 7,5 %
Custo de aquisição igual ou Viaturas convencionais 27,5 %
superior a 25.000 € e Viaturas ligeiras de passageiros hibridas plug-in 10,0 %
inferior a 35.000 € Viaturas ligeiras de passageiros movidas a GPL ou GNV 15,0 %
Viaturas convencionais 35,0 %
Custo de aquisição igual ou
Viaturas ligeiras de passageiros hibridas plug-in 17,5 %
superior a 35.000 €
Viaturas ligeiras de passageiros movidas a GPL ou GNV 27,5 %
As taxas de tributação autónoma são agravadas em 10 pontos percentuais para os sujeitos passivos que
apresentem prejuízo fiscal no exercício.
Releva-se ainda que nos termos da alínea i) do artigo 23.º-A do CIRC, não são dedutíveis para
efeitos da determinação do lucro tributável, os encargos com o aluguer sem condutor de
viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, na parte correspondente ao valor das depreciações
dessas viaturas que, nos termos das alíneas c) e e) do n.º 1 do artigo 34.º, não sejam aceites
como gastos, conforme tabela seguinte:
Até
Caraterísticas da viatura 31-12- 2010 2011 2012 2013 2014 2015
2009
Viaturas ligeiras de 40.000,00 30.000,00 25.000,00 25.000,00 25.000,00 25.000,00
29.927,87 €
passageiros ou mistas € € € € € €
Veículos movidos
45.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 62.500,00
exclusivamente a energia --- ---
€ € € € €
eléctrica
Veículos híbridos plug-in --- --- --- --- --- ---
50.000,00
€
Veículos híbridos movidos 37.500,00
--- --- --- --- --- ---
a GPL ou GNV €
Em sede de IVA
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 21.º do Código do IVA, exclui-se o direito à dedução
nas despesas relativas à aquisição, fabrico ou importação, à locação, à utilização, à
transformação e reparação de viaturas de turismo, de barcos de recreio, helicópteros, aviões,
motos e motociclos. É considerado viatura de turismo qualquer veículo automóvel, com
inclusão do reboque, que, pelo seu tipo de construção e equipamento, não seja destinado
unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma utilização com carácter agrícola, comercial
ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de passageiros, não tenha mais de nove
lugares, com inclusão do condutor.
Esta exclusão do direito à dedução nas viaturas de turismo é aplicável aos locatários das
viaturas utilizadas em regime de Renting ou aluguer operacional. Contudo, por parte das
empresas locadoras, é possível deduzir o IVA destas viaturas que integram o seu ativo fixo
tangível, conforme previsto na alínea a) do n.º 2 do artigo 21.º do CIVA.
Taxas aceites
em cada
Fonte colocação
financiamento
Emitido por curto prazo
empresas ou
Representativo entidades
da dívida públicas
Transmissível
Têm capacidade para emitir papel comercial as sociedades comerciais ou civis sob a forma
comercial, as cooperativas, as empresas públicas e as demais pessoas coletivas de direito
público ou privado.
A colocação pode ser direta em função do rating da empresa emissora, ou por leilão, mas
sempre junto de instituições financeiras previamente selecionadas para a materialização e
concretização da operação.
Relativamente à emissão deste tipo de títulos, as entidades emitentes devem cumprir com um
dos seguintes requisitos:
Evidenciar no último balanço aprovado e sujeito a certificação legal de contas ou a
auditoria efetuada por revisor oficial de contas, capitais próprios ou património
líquido não inferior a 5 milhões de euros;
Apresentar notação de risco da emissão do programa de emissão dos títulos
conforme previsto na competente legislação, notação que deverá ser apresentada
entidade habilitada para o efeito e registada na Comissão de Mercados de Valores
Mobiliários (CMVM);
Obter, a favor dos detentores, garantia autónoma à primeira interpelação que
assegure o cumprimento das obrigações de pagamento decorrentes da emissão ou
do programa de emissão.
A exigência dos requisitos acima descritos não se aplica ao papel comercial cujo valor nominal
unitário seja igual ou superior a 50.000 euros. As entidades emitentes ficam ainda obrigadas a
elaborar uma nota informativa que tem por objeto o programa de emissão, contendo
informação sobre a sua situação patrimonial, económica e financeira, assim como outros
elementos legalmente exigidos.
Programa de emissão
Informação patrimonial
Entidade emitente
Nota
Informação financeira
informativa
Informação económica
Requisitos legais
O Papel Comercial é representado por títulos nominativos, que devem estar domiciliados num
banco ou em qualquer outra instituição financeira que preste serviço de guarda de títulos,
podendo ser transmitidos por endosso e amortizados pela entidade emitente na data do
vencimento.
A NCRF que regula a emissão de papel comercial é a NCRF 27 - Instrumentos Financeiros, cujo
objetivo é prescrever o tratamento contabilístico dos instrumentos financeiros,
designadamente passivos financeiros.
€ €
6911 - Juros de
12 - Depósitos à
financiamentos
Ordem
obtidos
€ €
€ €
Exemplo:
Imposto Financiamento
Papel comercial
IRC Sujeito
IRS Sujeito
IVA Sujeito
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRS
No caso da opção pelo englobamento é ainda aplicável uma sobretaxa extraordinária de 3,5 %,
e pode incidir também uma taxa adicional de solidariedade aplicável ao rendimento coletável
obtido em 2015 que exceda 80.000,00 €, incidindo uma taxa de 2,5 % ao rendimento coletável
de mais de 80.000,00 € até 250.000,00 € e uma taxa de 5 % ao rendimento coletável superior a
250.000,00 €.
Estes rendimentos ficam sujeitos a retenção na fonte a título definitivo à taxa liberatória de 35
% sempre que sejam pagos ou colocados à disposição em contas abertas em nome de um ou
mais titulares mas por conta de terceiros não identificados, exceto quando seja identificado o
beneficiário efetivo, termos em que se aplicam as regras gerais.
Nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 10º do Código do IRS, constituem mais-valias os
ganhos obtidos que, não sendo considerados rendimentos empresariais e profissionais, de
capitais ou prediais, resultem da alienação onerosa de partes sociais e de outros valores
mobiliários. O saldo positivo entre as mais-valias e as menos-valias é tributado à taxa de 28 %,
conforme previsto no artigo 72.º do CIRS, salvo se o titular optar pelo englobamento (caso
estes rendimentos não sejam obtidos no âmbito do exercício de actividades empresariais e
profissionais).
Nos termos do n.º 6 do artigo 12.º do Código do IRS, este imposto não incide sobre os
incrementos patrimoniais provenientes de transmissões gratuitas sujeitas a Imposto do Selo,
nem sobre os que se encontrem expressamente previstos em norma de delimitação negativa
de incidência deste imposto.
a) reside em país, território ou jurisdição com o qual esteja em vigor convenção para evitar a
dupla tributação internacional ou acordo que preveja a troca de informações em matéria
fiscal;
b) não tenha em território português residência, sede, direção efetiva nem estabelecimento
estável ao qual os rendimentos possam ser imputáveis, conquanto não seja residente em
país, território ou região com um regime de tributação claramente mais favorável,
Tais rendimentos ficam sujeitos a retenção na fonte a título definitivo à taxa liberatória de 35%
sempre que sejam pagos ou colocados à disposição em contas abertas em nome de um ou
mais titulares mas por conta de terceiros não identificados, exceto quando seja identificado o
beneficiário efetivo, termos em que se aplicam as regras gerais.
As mais-valias obtidas por pessoas singulares não residentes estão isentas de IRS, nos termos
do artigo 27.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, desde que não sejam residentes em país,
território ou região, sujeitas a um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista
constante na Portaria n.º 292/2011, de 8 de novembro. Não sendo aplicável a referida isenção
ou, se for esse o caso, a prevista no Regime Especial de Tributação dos Rendimentos de
Valores Mobiliários Representativos de Dívida, aplica-se o regime geral.
Em sede de IRC
Rendimentos sujeitos a tributação em sede de IRC por retenção na fonte à taxa de 25 %, a qual
assume a natureza de pagamento por conta do imposto devido em termos finais. Os
rendimentos concorrem para a formação do lucro tributável do sujeito passivo (investidor de
papel comercial), o qual no ano de 2015 é tributado à taxa de IRC de 21 %, eventualmente
acrescido de derrama municipal cuja taxa máxima é de 1,5 %, podendo ainda incidir derrama
estadual caso o lucro tributável seja superior a 1.500.000,00 €.
Do lado da entidade emitente do papel comercial, os juros pagos são considerados gastos ou
perdas do exercício a que respeitam, nos termos previstos no artigo 23.º do Código do IRC.
Por sua vez, os Fundos de pensões e fundos de capital de risco que se constituam e operem de
acordo com a legislação nacional, estão isentos de IRC relativamente aos rendimentos dos
fundos de pensões e equiparáveis que se constituam e operem de acordo com a legislação
nacional (n.º 1 do artigo 16º do Estatuto dos Benefícios Fiscais). Estão também isentos de IRC
os rendimentos de capitais obtidos por fundos de capital de risco que se constituam e operem
de acordo com a legislação nacional (n.º 1 do artigo 23.º do EBF).
No que respeita aos fundos de pensões e fundos de capital de risco que se constituam e
operem de acordo com a legislação nacional, estão isentos de tributação nos termos do
respetivo regime fiscal aplicável.
As mais-valias obtidas por pessoas coletivas que não tenham domicílio em território português
e aí não possuam estabelecimento estável ao qual as mesmas sejam imputáveis estão, em
regra, isentas de IRC, por força do disposto no artigo 27.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais ou
da eventual aplicação de Acordos para evitar a Dupla Tributação Internacional, a que acresce,
quando for esse o caso, a isenção atualmente prevista no Regime Especial de Tributação dos
Rendimentos de Valores Mobiliários Representativos de Dívida. Para pessoas coletivas não
isentas, aplica-se o regime geral.
Em sede de IS
J - representa o somatório dos juros calculados desde o último vencimento anterior à transmissão até à data da
amortização do capital, devendo o valor apurado ser reduzido a metade quando os títulos estiverem sujeitos a mais
de uma amortização;
r - é a taxa de desconto implícita no movimento do valor das obrigações e outros títulos, cotados na bolsa, a qual é
fixada anualmente por portaria do Ministro das Finanças, sob proposta da Direção-Geral dos Impostos, após
audição da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários;
t - é o tempo que decorre entre a data da transmissão e a da amortização, expresso em meses e arredondado por
excesso, devendo o número apurado ser reduzido a metade quando os títulos estiverem sujeitos a mais de uma
amortização.
É aplicável uma isenção no caso das transmissões, inter vivos ou mortis causa, a favor do
cônjuge ou unido de facto, descendentes e ascendentes.
Tributação das transmissões gratuitas auferidas por Pessoas Singulares Não Residentes
Não são sujeitas a Imposto do Selo as transmissões gratuitas a favor de sujeitos passivos de
IRC, ainda que dele isentos, na medida em que são tributadas em sede de IRC.
11.1. Introdução
Os suprimentos são empréstimos dos sócios à sociedade, podendo ser considerados como
uma fonte de financiamento das mesmas. Os suprimentos são regulados pelo Código das
Sociedades Comerciais (CSC), e revestem-se das seguintes caraterísticas:
Montante em dinheiro ou algo fungível;
Obrigatoriedade de restituição por parte da sociedade;
Diferimento do vencimento do crédito, desde que o prazo de reembolso seja
superior a um ano, ou seja, tenha carácter de permanência.
Código
Sócios Empréstimo Sociedade Sociedades
Comerciais
A origem dos suprimentos provém não só das entradas em dinheiro ou coisa fungível, da não
exigência do pagamento de créditos sobre a sociedade, como também do não levantamento
de resultados distribuídos. Neste caso, os prazos de permanência iniciam-se a partir da data da
assembleia que deliberou a distribuição de resultados.
Se existirem juros, a empresa deve proceder à retenção na fonte de uma parte do valor a título
de IRC ou IRS.
Contrato de suprimento
Nos termos do artigo 243.º do Código das Sociedades Comerciais (CSC), considera-se contrato
de suprimento o contrato pelo qual o sócio empresta à sociedade dinheiro ou outra coisa
fungível, ficando aquela obrigada a restituir outro tanto do mesmo género e qualidade, ou
pelo qual o sócio convenciona com a sociedade o diferimento do vencimento de créditos seus
sobre ela, desde que, em qualquer dos casos, o crédito fique tendo carácter de permanência.
Constitui índice do carácter de permanência a estipulação de um prazo de reembolso superior
a um ano, quer tal estipulação seja contemporânea da constituição do crédito quer seja
posterior a esta. No caso de diferimento do vencimento de um crédito, computa-se nesse
prazo o tempo decorrido desde a constituição do crédito até ao negócio de diferimento. Não
depende de forma especial a validade do contrato de suprimento ou de negócio sobre
adiantamento de fundos pelo sócio à sociedade ou de convenção de diferimento de créditos
de sócios.
Por sua vez, o artigo 245.º do CSC estipula que decretada a falência ou dissolvida por qualquer
causa a sociedade:
A entidade apenas deve reconhecer o passivo financeiro quando esta se torne uma parte das
disposições contratuais do instrumento (parágrafo 6).
Como critério de mensuração, a NCRF 27, nas alíneas a) dos parágrafos 12 e 14, permite que as
entidades, neste facto contabilístico, optem pelo método do custo ou do custo amortizado
menos perdas de imparidade.
2532 - Outros
participantes - 12 - Depósitos à
suprimentos e outros Ordem
mútuos
€ €
€ €
2423 - Retenção
impostos sobre o
rendimento - capitais
2532 - Outros
12 - Depósitos à participantes -
Ordem suprimentos e outros
mútuos
€ €
Exemplo:
Imposto Financiamento
Suprimentos
IRC Sujeito
IRS Não aplicável
IVA Sujeito
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRS
Nos termos do artigo 5.º do Código do IRS (Rendimentos da categoria E), são considerados
rendimentos de capitais:
Por sua vez, o artigo 6.º do CIRS, determina a presunção a título de lucros ou adiantamento
dos lucros, relativamente aos lançamentos a seu favor, em quaisquer contas correntes dos
sócios, escrituradas nas sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, quando não
resultem de mútuos, da prestação de trabalho ou do exercício de cargos sociais.
Nos termos do artigo 72.º do CIRS, os juros de suprimentos são tributados autonomamente à
taxa especial de 35 %, se forem devidos por entidades não residentes sem estabelecimento
estável em território português, que sejam domiciliadas em país, território ou região sujeitos a
um regime fiscal claramente mais favorável, constante da já referida lista aprovada por
portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, quando não sujeitos a
retenção na fonte.
Manifestações de fortuna
Nos termos previstos no artigo 89.º-A da Lei Geral Tributária (LGT), há lugar a avaliação
indireta da matéria coletável quando falte a declaração de rendimentos e o contribuinte
evidencie manifestações de fortuna, como seja os empréstimos a sociedades efetuados por
qualquer membro do agregado familiar de valor anual igual ou superior a 50.000,00 €, ou
quando o rendimento líquido declarado mostre uma desproporção superior a 30 %, para
menos, em relação ao rendimento padrão, que deverá ser igual ou superior a 50 % do valor
anual dos suprimentos.
O controlo anual do valor dos suprimentos e empréstimos efetuados pelos sócios ou qualquer
elemento do seu agregado familiar é efetuado no quadro 063 da IES através da indicação do
NIF dos sujeitos passivos que efetuaram suprimentos no ano à sociedade e do correspondente
valor do acréscimo anual.
Em sede de IRC
Nos termos da alínea m) do n.º 1 do artigo 23.º-A do CIRC, não são aceites como gasto fiscal os
juros e outras formas de remuneração de suprimentos e empréstimos feitos pelos sócios à
sociedade, na parte em que excedam a taxa definida por portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças, salvo no caso de se aplicar o regime estabelecido no artigo
63.º (preços de transferência).
A Portaria n.º 279/2014, de 30 de dezembro, fixou os seguintes limiares para aceitação fiscal
dos juros de suprimentos e empréstimos efetuados pelos sócios às sociedades:
Os juros de suprimentos e empréstimos pagos a sócios que sejam pessoas colectivas ficam
sujeitos a retenção na fonte à taxa de 25 %, podendo ser dispensados de retenção na fonte
nos casos em que haja uma participação no capital social com direito de voto de pelo menos
10%, diretamente, ou indiretamente através de outras sociedades em que o sujeito passivo
seja dominante, desde que a participação no capital social tenha permanecido na sua
titularidade, de modo ininterrupto, durante o ano anterior à data da sua colocação à
disposição.
No que respeita a pagamentos de juros de suprimentos a sócios que sejam pessoas coletivas
não residentes, há a possibilidade de isenção de retenção na fonte, ao abrigo da Diretiva n.º
2003/49/CE, de 3 de junho, desde que sejam residentes noutro país da União Europeia,
devendo haver uma participação direta mínima de 25%, detida há pelo menos 2 anos (ou no
caso do devedor e beneficiário dos rendimentos serem detidos em pelo menos 25 % por uma
mesma sociedade, durante pelo menos 2 anos).
Em sede de IS
Nas operações financeiras, incluindo os respetivos juros, por prazo não superior a um
ano, desde que exclusivamente destinadas à cobertura de carência de tesouraria e
efetuadas por sociedades de capital de risco (SCR) a favor de sociedades em que
detenham participações, bem como as efetuadas por outras sociedades a favor de
sociedades por elas dominadas ou a sociedades em que detenham uma participação
de, pelo menos, 10 % do capital com direito de voto ou cujo valor de aquisição não
seja inferior a 5.000.000,00 € de acordo com o último balanço acordado e, bem assim,
efetuadas em benefício de sociedade com a qual se encontre em relação de domínio
ou de grupo;
Nas operações, incluindo os respetivos juros, referidas anteriormente, quando
realizadas por detentores de capital social a entidades nas quais detenham
diretamente uma participação no capital não inferior a 10 % e desde que esta tenha
permanecido na sua titularidade durante um ano consecutivo ou desde a constituição
da entidade participada, contanto que, neste último caso, a participação seja mantida
durante aquele período;
Caso o empréstimo efetuado pelo sócio à socieddae seja por prazo inferior a 1 ano, fica sujeito
a Imposto do Selo pela aplicação da verba 17.1.1 da TGIS, ou seja 0,04 % por cada mês ou
fração, ficando também os respetivos juros pagos ao sócio sujeitos a Imposto do Selo à taxa de
4 % (verba 17.3.1 da TGIS).
Exemplo:
O sócio ABC emprestou à sociedade uma quantia de 50.000,00 € pelo prazo de 6 meses,
estipulando uma taxa de juro anual de 5 %.
Exemplo:
Durante o mês de abril a conta de empréstimos do sócio XYZ à sociedade evoluiu como segue:
De 1 a 10 de abril = 80.000,00 €
De 11 a 21 de abril = 50.000,00 €
De 22 a 30 de abril = 90.000,00 €
A média dos saldos do empréstimo durante o mês de abril foi 72.000,00 € como segue:
10 dias x 80.000,00 € = 800.000,00 €
11 dias x 50.000,00 € = 550.000,00 €
9 dias x 90.000,00 € = 810.000,00 €
Pelo que no mês de abril há lugar à liquidação de Imposto do Selo no montante de 28,80 €
(72.000,00 € x 0,04%), que deverá ser pago até ao dia 20 de maio.
Nos termos do artigo 3.º do CIS, o Imposto do Selo é devido e constitui encargo da sociedade,
que é a entidade que retira o benefício económico da operação.
12.1. Introdução
Designa-se por Portugal 2020 o resultado do Acordo de Parceria adotado entre Portugal e a
Comissão Europeia, que reúne a atuação dos 5 Fundos Europeus Estruturais e de Investimento
- FEDER, Fundo de Coesão, FSE, FEADER e FEAMP - no qual se definem os princípios de
programação que consagram a política
de desenvolvimento económico, social e
territorial para promover, em Portugal,
Portugal
entre os anos de 2014 e de 2020.
Horizonte 2020
Apoio a projetos de investigação aplicada.
Comércio Investe
Incentivos à modernização do comércio.
Plataformas FINICIA
Financiamento bancário em regime bonificado para a criação de novas microempresas e para
expansão de atividades de empresas já constituídas.
O SNC é constituído por elementos fundamentais, entre eles destacam-se as atuais 28 Normas
Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF), que constituem uma adaptação das normas
internacionais de contabilidade (IAS) e as normas internacionais de relato financeiros (IFRS), e
garantem os critérios de reconhecimento, mensuração e divulgação das mesmas.
A NCRF que regula este incentivo ao investimento é a NCRF 22 – Contabilização dos subsídios
do Governo e divulgação de apoios do Governo, cujo objetivo é definir os procedimentos e os
critérios de reconhecimento dos vários tipos de subsídios.
Os subsídios do Governo só devem ser reconhecidos após existir segurança de que a entidade
cumprirá as condições a eles associadas, e que os subsídios serão recebidos (parágrafo 8).
Quando os subsídios do Governo não reembolsáveis estão relacionados com ativos fixos
tangíveis e intangíveis devem ser inicialmente reconhecidos nos capitais próprios e,
subsequentemente imputados numa base sistemática como rendimentos durante a vida útil
do ativo, no caso de respeitarem a bens depreciáveis, ou mantidos nos capitais próprios,
exceto se a respetiva quantia for necessária para compensar qualquer perda por imparidade,
caso se refiram as bens não depreciáveis (parágrafos 12).
Por outro lado, quando os subsídios do Governo não reembolsáveis digam respeito a
investimentos não associados com ativos devem ser reconhecidos como rendimento do
período em que se tornar recebível, conforme previsto no parágrafo 18.
2781 - Outros
593 - Subsídios
devedores
€ €
€ €
7883 - Imputação de
subsídios para 593 - Subsídios
investimento
€ €
Exemplo:
Os subsídios não relacionados com ativos são reconhecidos inicialmente na conta 282 –
Rendimentos a reconhecer, e imputados a rendimentos na proporção dos gastos incorridos em
cada uma das rubricas elegíveis.
€ €
€ €
751 - Subsídios do
282 - Rendimentos a
Estado e Outros Entes
reconhecer
Públicos
€ €
Exemplo:
Tendo por base o mesmo exemplo indicado para os subsídios respeitantes a investimentos
relacionados com ativos, temos os seguintes movimentos contabilísticos no caso de
investimentos não associados com ativos.
A empresa All Invest, cuja atividade principal é a agricultura, está a desenvolver um projeto na
área da investigação e desenvolvimento de um novo produto, pelo que candidatou-se ao
programa Portugal 2020. O subsídio a que se candidatou não é reembolsável e é atribuído até
80% do investimento elegível. A empresa despendeu em 2014 cerca de 230 mil euros em
despesas com investigação e desenvolvimento (materiais, pessoal e outros) e em 2015 o
montante de 180.000€.
Débito Crédito Valor Observações
Imposto Financiamento
Incentivos ao investimento
IRC Sujeito
IRS Sujeito
IVA Sujeito
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRC
Já os subsídios não reembolsáveis (fundo perdido) têm impacto fiscal em sede de IRC,
conforme previsto no artigo 22.º do CIRC, como segue:
1. A inclusão no lucro tributável dos subsídios relacionados com ativos não correntes
obedece às seguintes regras:
a) Quando os subsídios respeitem a ativos depreciáveis ou amortizáveis, deve ser
incluída no lucro tributável uma parte do subsídio atribuído, independentemente
do recebimento, na mesma proporção da depreciação ou amortização calculada
sobre o custo de aquisição ou de produção, sem prejuízo do disposto no n.º 2;
b) Quando os subsídios respeitem a ativos intangíveis sem vida útil definida, deve ser
incluída no lucro tributável uma parte do subsídio atribuído, independentemente
do recebimento, na proporção prevista no artigo 45.º-A;
c) Quando os subsídios respeitem a propriedades de investimento e a ativos
biológicos não consumíveis, mensurados pelo modelo do justo valor, deve ser
incluída no lucro tributável uma parte do subsídio atribuído, independentemente
do recebimento, na proporção prevista no artigo 45.º-A;
d) Quando os subsídios não respeitem aos ativos referidos nas alíneas anteriores,
devem ser incluídos no lucro tributável, em frações iguais, durante os períodos de
tributação em que os elementos a que respeitam sejam inalienáveis, nos termos da
lei ou do contrato ao abrigo dos quais os mesmos foram concedidos, ou, nos
restantes casos, durante 10 anos, sendo o primeiro o do recebimento do subsídio.
2. Nos casos em que a inclusão no lucro tributável dos subsídios se efetue, nos termos da
alínea a) do número anterior, na proporção da depreciação ou amortização calculada
sobre o custo de aquisição, tem como limite mínimo a que proporcionalmente
corresponder à quota mínima de depreciação ou amortização nos termos do n.º 6 do
artigo 30.º.
Em sede de IRS
Neste domínio, o artigo 36.º-A do CIRS contém o enquadramento fiscal dos subsídios não
destinados à exploração (subsídios ao investimento), no caso de cessação da determinação do
rendimento tributável com base na contabilidade no decurso do período estabelecido no
artigo 22.º do Código do IRC, definindo que a parte dos subsídios ainda não tributada será
imputada, para efeitos de tributação, ao último exercício de aplicação daquele regime.
No caso de sujeitos passivos de IRS abrangidos pelo regime simplificado, encontra-se prevista
na alínea e) do n.º do artigo 31.º a tributação subsídios ou subvenções não destinados à
exploração (ao investimento), através da aplicação do coeficiente de 0,30. Os rendimentos são
considerados, depois de aplicado o referido coeficiente, em frações iguais, durante cinco
exercícios, sendo o primeiro o do recebimento do subsídio.
13.1. Introdução
Uma Garantia Bancária é um documento emitido pelo Banco a pedido dos seus Clientes a favor
de terceiros (o beneficiário da garantia) perante o qual o Banco assume a obrigação de, nos
termos expressamente previstos na garantia, satisfazer determinadas obrigações se estas não
forem cumpridas pontual e integralmente pelo seu Cliente (o ordenador da garantia).
As Garantias Bancárias podem ser exigidas para a admissão a concursos, realização de obras,
contratos de arrendamento, entre outras operações, podendo ser substituídas pelo chamado
“Depósito caução”. O mapa de central de risco de crédito do Banco de Portugal (BdP) contém
o montante das garantias bancárias ativas de cada entidade.
O facto de existir uma garantia bancária a favor do devedor poderá significar o acesso a
melhores condições de financiamento, na medida em que o Banco assegura o bom
cumprimento das obrigações da Empresa perante terceiros.
Muitas vezes as Garantias contêm uma cláusula de pagamento “on first demand”, que
corresponde a uma garantia autónoma à primeira solicitação, na qual o garante para além de
se obrigar a realizar uma prestação pecuniária no caso de futura frustração de um interesse do
beneficiário, como na garantia autónoma simples, assume ainda o dever de pagar
automaticamente – i.e. à mera solicitação pelo beneficiário – a quantia correspondente.
Sem termo certo (sem prazo) - quando no texto da Garantia ou Fiança Bancária não é
mencionado qualquer prazo limite de validade para a garantia ou para o Banco ser
interpelado para pagar;
Com termo certo - quando se indica o prazo de validade no texto da Garantia ou Fiança
Bancária, podendo estar prevista, ou não, a sua renovação.
Embora em SNC exista uma rubrica autónoma para gastos e perdas de financiamento, esta
apenas comporta os gastos exclusivamente relacionados com o financiamento. Desta forma,
ficam excluídos os serviços bancários, como por exemplo, as comissões de transferências, as
emissões de cheques e as suas devoluções, e as garantias bancárias, entre outros.
Estes gastos e perdas que não são relativos a financiamentos devem ser contabilizados numa
subconta de serviços especializados, como seja a conta 6227.
€ €
6812 Impostos
indiretos
€ €
6812 Impostos
indiretos
Exemplo:
6227 - Comissões
12 - Depósitos à ordem 300 € Comissão de emissão
bancárias
6812 - Impostos
12 - Depósitos à ordem 12 € Imposto Selo s/ comissão 4%
indiretos
Imposto Financiamento
Garantia bancária
IRC Sujeito
IRS Sujeito
IVA Sujeito
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRC
A inclusão dos gastos em cada exercício deve ser efetuada sob o princípio da periodização do
lucro tributável (regime da periodização económica), tal como previsto no artigo 18.º do CIRC,
independentemente de serem pagos só no exercício seguinte.
Em sede de IVA
Nos termos da alínea b) do n.º 27 do artigo 9.º do Código do IVA, estão isentas do imposto a
negociação e a prestação de fianças, avales, cauções e outras garantias, bem como a
administração ou gestão de garantias de créditos efetuada por quem os concedeu. Significa
que a prestação de garantias bancárias pelos Bancos constitui uma operação isenta de IVA
(sujeita a Imposto do Selo).
Nos termos do artigo 2.º do Código do Imposto do Selo (CIS), são sujeitos passivos do imposto
as Entidades concedentes do crédito e da garantia ou credoras de juros, prémios, comissões e
outras contraprestações, considerando-se constituída a obrigação tributária no momento da
realização das operações (artigo 5.º do CIS). Já o encargo do imposto, previsto no artigo 3.º do
CIS, incumbe aos titulares do interesse económico, considerando-se nas garantias as entidades
obrigadas à sua apresentação (as Empresas garantidas).
No âmbito das isenções subjetivas previstas no artigo 6.º do CIS, são isentos de imposto do
selo, quando este constitua seu encargo, as pessoas coletivas de utilidade pública
administrativa e de mera utilidade pública, assim como as instituições particulares de
solidariedade social e entidades a estas legalmente equiparadas.
De acordo com o previsto no artigo 22.º do CIS, as taxas do imposto são as constantes da
Tabela Geral do Imposto do Selo (TGIS). No que concerne às garantias bancárias, podem existir
vários factos sujeitos a Imposto do Selo em vários momentos, como segue:
10. Garantias das obrigações, qualquer que seja a sua natureza ou forma,
designadamente o aval, a caução, a garantia bancária autónoma, a fiança, a hipoteca, o
penhor e o seguro-caução, salvo quando materialmente acessórias de contratos
especialmente tributados na presente Tabela e sejam constituídas simultaneamente com
a obrigação garantida, ainda que em instrumento ou título diferente - sobre o respetivo
10.1. Garantias de prazo inferior a um ano - por cada mês ou fração 0,04%
10.3. Garantias sem prazo ou de prazo igual ou superior a cinco anos 0,6%
Significa que o Banco poderá cobrar comissões pela emissão da garantia bancária, as quais
ficam sujeitas a Imposto do Selo à taxa de 4% por se tratar de um serviço financeiro, ao passo
que as comissões periódicas pela utilização da garantia bancária ficam sujeitas a Imposto do
Selo à taxa de 3%.
14.1. Introdução
Conforme divulgado pelas Sociedades de Garantia Mútua3, a Garantia Mútua é um sistema
privado de carácter mutualista de apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas que se traduz,
essencialmente, na prestação de garantias financeiras para facilitar a obtenção de crédito em
condições adequadas aos investimentos e ciclos de atividade das empresas. Esta característica
mutualista, que resulta do facto das empresas beneficiárias das garantias serem acionistas de
Sociedades de Garantia Mútua, facilita o acesso das Empresas ao crédito, ao partilhar o risco
com outras entidades financeiras e libertando desta forma plafonds bancários e permitindo a
obtenção de montantes, condições de custo e prazo adequados às necessidades, por norma
com redução de outras garantias prestadas ao setor financeiro pelas Empresas.
Prestação de Obtenção
Facilidade
Garantia Crédito Crédito
3
Informação disponível em http://www.garantiamutua.com/garantia-mutua/, consulta em 2015/01/15.
Por outro lado, visto que a emissão de uma garantia mútua depende da aquisição de capital
social ao acionista promotor ou outro mutualista, então neste facto contabilístico deve-se
atender ao prescrito na NCRF 27 - Instrumentos Financeiros, cujo objetivo é prescrever o
tratamento contabilístico dos instrumentos financeiros, designadamente ativos financeiros.
4141 - Investimentos
12 - Depósitos à noutras empresas -
Ordem Participações de
capital
€ €
€ €
€ €
6812 Impostos
indiretos
€ €
6812 Impostos
indiretos
Pela extinção da garantia mútua com a liquidação do financiamento, e alienar das ações
detidas na sociedade de garantia mútua:
4141 - Investimentos
noutras empresas - 12 - Depósitos à
Participações de Ordem
capital
€ €
7862/6862 -
Rendimentos e ganhos
(Gastos e perdas) nos
restantes ativos
financeiros -
Alienações
€ €
Exemplo:
A empresa Works recorreu a uma sociedade de garantia mútua para a emissão de uma
garantia no montante de 180 mil euros que serviria de suporte à celebração de um contrato de
financiamento de apoio à tesouraria. Para o efeito, a empresa viu-se obrigada a adquirir parte
do capital social à sociedade de garantia mútua no montante igual a 2% do valor da garantia
emitida.
6227 - Comissões
12 - Depósitos à ordem 1.350 € Comissão de emissão
bancárias
6812 - Impostos
12 - Depósitos à ordem 54 € Imposto Selo s/ comissão 4%
indiretos
7862 - Rendimentos e
ganhos nos restantes
12 - Depósitos à ordem 3.600 €
ativos finnaceiros - Após a extinção ou
Alienações caducidade da garantia, o
mutualista pode vender as
7862 - Rendimentos e 4141 - Investimentos suas acções pelo seu valor
ganhos nos restantes noutras empresas - nominal (€1)
3.600 €
ativos finnaceiros - Participações de
Alienações capital
Imposto Financiamento
Garantia bancária
IRC Sujeito
IRS Sujeito
IVA Sujeito
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRC
A inclusão dos gastos em cada exercício deve ser efetuada sob o princípio da periodização do
lucro tributável (princípio da especialização dos exercícios), tal como previsto no artigo 18.º do
CIRC, independentemente de serem pagos só no exercício seguinte.
Em sede de IRS
Em sede de IVA
Nos termos da alínea b) do n.º 27 do artigo 9.º do Código do IVA, estão isentas do imposto a
negociação e a prestação de fianças, avales, cauções e outras garantias, bem como a
administração ou gestão de garantias de créditos efectuada por quem os concedeu. Significa
que a prestação de garantias pelas Sociedades de Garantia Mútua constitui uma operação
isenta de IVA (sujeita a Imposto do Selo).
Nos termos do artigo 2.º do Código do Imposto do Selo (CIS), são sujeitos passivos do imposto
as Entidades concedentes do crédito e da garantia ou credoras de juros, prémios, comissões e
outras contraprestações, considerando-se constituída a obrigação tributária no momento da
realização das operações (artigo 5.º do CIS). Já o encargo do imposto, previsto no artigo 3.º do
CIS, incumbe aos titulares do interesse económico, considerando-se nas garantias as entidades
obrigadas à sua apresentação (as Empresas garantidas).
No âmbito das isenções subjetivas previstas no artigo 6.º do CIS, são isentos de imposto do
selo, quando este constitua seu encargo, as pessoas coletivas de utilidade pública
administrativa e de mera utilidade pública, assim como as instituições particulares de
solidariedade social e entidades a estas legalmente equiparadas.
De acordo com o previsto no artigo 22.º do CIS, as taxas do imposto são as constantes da
Tabela Geral do Imposto do Selo (TGIS), aplicando-se às Garantias a verba 17.3.3, com a taxa
de 3%, com a seguinte redação:
15.1. Introdução
A cobertura de risco cambial limita ou anula o risco cambial associado a operações financeiras
e a transações comerciais realizadas em moeda estrangeira. A cobertura de risco cambial
permite determinar, antecipadamente, o preço de compra ou venda de determinada divisa,
eliminando a incerteza relativamente ao valor de pagamentos ou recebimentos futuros,
protegendo assim, as empresas aderentes a esta solução financeira contra as futuras variações
da taxa de câmbio.
Para efeitos de contabilização, de acordo com a FAQ n.º 10 divulgada pela Comissão de
Normalização Contabilística (CNC) em 24/02/2010, são utilizadas as seguintes contas para
registar as diferenças de cêmbio:
692 – Diferenças de câmbio desfavoráveis
6921 - Relativas a financiamentos obtidos
6928 - Outros
786 - Rendimentos e ganhos nos restantes ativos financeiros
7861 - Diferenças de câmbio favoráveis
Daqui parece poder indiciar-se que a segunda se reporta às diferenças de câmbio favoráveis
associadas a itens relativos às atividades de investimento da entidade e que a primeira
respeita às diferenças de câmbio desfavoráveis associadas às atividades de financiamento. Não
considerou o legislador a previsão de contas relativas às diferenças de câmbio desfavoráveis
associadas às atividades de investimento, nem às diferenças de câmbio favoráveis associadas
às atividades de financiamento, nem qualquer conta respeitante às diferenças de câmbio
(favoráveis e desfavoráveis) associadas a itens relativos às atividades operacionais.
Tendo sido detetada a lacuna acima referida e mostrando-se necessário clarificar o modo de a
superar, entende a CNC que, para registo daquelas operações, podem ser criadas as seguintes
contas:
Para a atividade de investimento
6863 – Diferenças de câmbio desfavoráveis
Para a atividade operacional
6887 – Diferenças de câmbio desfavoráveis
7887 – Diferenças de cambo favoráveis
De acordo com a definição constante na NCRF 23, por taxa de câmbio entende-se o rácio de
troca entre duas moedas. No entanto, este rácio pode ser apresentado de duas formas
distintas, sendo de todo relevante conhecer a respetiva forma de apresentação para efeitos de
cálculo e contabilização. Assim, as taxas de câmbio podem ser apresentadas ao certo (ou
termos europeus) ou ao incerto (ou termos americanos).
Pela aplicação das taxas supra indicadas, se uma entidade tiver a receber uma dívida de um
cliente de 1.000 USD, o banco efetua o seguinte câmbio: 1.000 / 1,1607 = 861,55 €. Por outro
lado, se uma empresa efetuar o pagamento a um fornecedor de 1.000 USD o banco efetua o
seguinte câmbio: 1.000 / 1,1561 = 864,98 €. O diferencial entre a cotação de compra e a
cotação de venda corresponde à margem de intermediação das instituições de crédito que se
obtém pela seguinte expressão:
Pronto pagamento: Pagar ou receber a pronto para eliminar o risco de subida/descida das
taxas de câmbio
Utilização do referencial das taxas forward: Significa formar o preço de venda ou aceitar o
preço de compra não em função da taxa de câmbio à vista (taxa spot), mas sim em função das
taxas de câmbio forward divulgadas para as datas de recebimento ou pagamento.
Cobertura (Hedge): Entrar num contrato forward para proteger o valor da moeda nacional de
ativos ou passivos originariamente expressos em moeda estrangeira.
€ €
€ € € €
€ € € €
€ €
141 - Derivados
€ €
Em 31/12/20N14 a taxa de câmbio spot era EUR/USD = 1,2877 e a taxa de câmbio forward
para 29/01/20N15 era EUR/USD = 1,2639.
Imposto Financiamento
Cobertura de risco cambial
IRC Sujeito
IRS Sujeito
IVA Sujeito
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRC
Nos termos do artigo 20.º do Código do IRC as diferenças de câmbio favoráveis consideram-se
rendimentos e ganhos, quer sejam efetivas (resultem de recebimentos ou pagamentos que já
tenham ocorrido) ou potenciais, enquadrando-se nestas últimas as que resultam da
atualização cambial na data do balanço, não obstante poderem reverter no exercício seguinte
aquando do recebimento ou pagamento.
A tributação das diferenças de câmbio potenciais tem acolhimento no artigo 18.º do CIRC, o
qual considera que os rendimentos e os gastos, assim como as outras componentes positivas
ou negativas do lucro tributável, são imputáveis ao período de tributação em que sejam
Em sede de IRS
Nos termos do artigo 5.º do Código do IRS, considera-se rendimento de capitai (categoria E) o
ganho decorrente de operações de swaps cambiais, swaps de taxa de juro, swaps de taxa de
juro e divisas e de operações cambiais a prazo. O ganho sujeito a imposto é constituído:
b) Tratando-se de swaps de taxa de juro ou de taxa de juro e divisas, pela diferença positiva
entre os juros e, bem assim, no segundo caso, pelos ganhos cambiais respeitantes aos capitais
trocados.
Havendo lugar à cessão ou anulação de um swap ou de uma operação cambial a prazo, com
pagamento e recebimento de valores de regularização, os ganhos respetivos constituem
também rendimento de capitais.
O Código do IRS contém ainda uma disposição específica em matéria de swaps e operações
cambiais a prazo, contida no seu artigo 40.º-B. Assim, no cálculo do rendimento da cessão ou
anulação de um swap ou de uma operação cambial a prazo, com pagamento e recebimento de
valores de regularização, não é considerado:
Já o artigo 23.º do CIRS versa sobre os valores fixados em moeda sem curso legal em Portugal,
prevendo que a equivalência de rendimentos ou encargos expressos em moeda sem curso
legal em Portugal é determinada pela cotação oficial da respetiva divisa, de acordo com as
seguintes regras:
Ainda assim, não sendo possível comprovar qualquer das datas referidas anteriormente,
aplica-se o câmbio de 31 de dezembro do ano a que os rendimentos ou encargos respeitem.
Por último, não existindo câmbio nas datas referidas, aplica-se o da última cotação anterior a
essas datas.
Estas regras de utilização das taxas de câmbio não têm acolhimento quando a determinação
do rendimento coletável se faça com base na contabilidade, seguindo-se neste caso as regras
legais aplicáveis, nomeadamente as normas contabilísticas e de relato financeiro do SNC.
Em sede de IVA
O artigo 16.º do Código do IVA prevê que quando os elementos necessários à determinação do
valor tributável sejam expressos em moeda diferente da moeda nacional, a taxa de câmbio a
utilizar é a última divulgada pelo Banco Central Europeu ou a de venda praticada por qualquer
banco estabelecido no território nacional.
16.1. Introdução
A cobertura de risco de taxa de juro, ou swap de taxa de juro é uma solução financeira
disponibilizada por instituições financeiras materializada por via contratual, onde as referidas
instituições financeiras e as empresas trocam de posição financeira relativamente a taxas de
juro, o que faz com que venham a trocar fluxos financeiros.
Instituição Empresa
financeira
Ambos os juros trocados (de taxa fixa e taxa variável) devem ser pagos na mesma moeda e
calculados com base num determinado valor de referência (valor nocional), o qual poderá ser
correspondente ao montante, total ou parcial, do empréstimo base.
Operações de
cobertura de
risco (hedging)
Utilização de
instrumentos
financeiros
derivados
Exploração de
Operações
possibilidades
especulativas
de arbitragem
O swap de taxa de juro consiste num contrato celebrado entre uma entidade (cliente) e uma
instituição de crédito (banco), consubstanciado num derivado de crédito em que, através de
contrato, fica estabelecido a troca ou permuta de taxa de juro (normalmente designado por
IRS - Interest Rate Swap), entre as partes contraentes. Sobre um determinado montante
(nocional) e durante um determinado período de tempo, o cliente paga juros calculados à taxa
fixa e recebe do banco juros calculados a taxa variável, podendo existir a compensação total
ou parcial dos fluxos de juros caso exista coincidência da periodicidade no seu
recebimento/pagamento, havendo apenas lugar à troca do valor resultante do diferencial
entre as taxas de juro.
O swap de taxa de juro permite ao cliente que contraiu um empréstimo com taxa variável,
passar a pagar os juros à taxa fixa, em ordem a cobrir o risco de subida da taxa de juro. No
entanto, caso as taxas se mantenham abaixo da taxa fixa o cliente sai a perder, só tendo
impacto positivo caso a taxa variável supere a taxa fixada pelo swap.
A compra de uma opção de taxa de juro (Cap) permite à Empresa, mediante o pagamento de
um prémio inicial, fixar uma taxa máxima de juro a pagar no seu financiamento, dado que o
Cap funciona como o tecto máximo ou o “chapéu” para a taxa de juro a pagar. A vantagem
relativamente ao swap tem a ver com a possibilidade de a Empresa beneficiar também das
descidas da taxa de juro, ou seja, a taxa é variável até atingir o nível de proteção do Cap e
torna-se fixa caso as taxas de mercado (Euribor) ultrapassem a taxa cap, havendo neste caso
lugar ao pagamento da diferença por parte do Banco.
O valor do prémio inicial do Cap depende das condições dos mercados financeiros na data da
sua negociação, ou seja, das expectativas de evolução da curva da estrutura temporal das
taxas de juro Euribor e do maior ou menor nível de cobertura pretendido. O Cap é
normalmente utilizado como instrumento de cobertura e não para especulação, sendo a perda
máxima igual ao valor do prémio caso a taxa de mercado nunca ultrapasse a taxa do Cap.
a) O seu valor altera-se em resposta à alteração numa especificada taxa de juro, preço de
instrumento financeiro, preço de mercadoria, taxa de câmbio, índice de preços ou de taxas,
notação de crédito ou índice de crédito, ou outra variável, desde que, no caso de uma variável
não financeira, a variável não seja específica de uma parte do contrato (por vezes denominada
"subjacente");
€ €
6911 - Juros de
12 - Depósitos à
financiamentos
Ordem
obtidos
€ €
12 - Depósitos à
6918 - Outros juros
Ordem
€ €
€ € € € €
€ € € € €
€ €
€ €
€ €
Um Empresa contraiu no início do ano 20N15 um financiamento cujo capital será liquidado
integralmente no vencimento, ao final do segundo ano (prazo de 2 anos) no montante de €
1.000.000, que vence juros trimestralmente à Taxa Euribor 3 meses em vigor em cada data de
pagamento, acrescida de um spread de 3,5%. Prevendo uma subida da Euribor, que na data da
obtenção do financiamento era de 0,25%, a Empresa contratou com o Banco um swap de 4%,
pelo mesmo prazo de 2 anos, tendo, por sua vez, o Banco negociado o swap no Mercado
Monetário Interbancário (MMI) à taxa de 3,8%.
Por hipótese simplificada, admite-se que nos próximos 2 anos os fluxos financeiros e as
contabilizações serão os seguintes, considerando que na data de obtenção do financiamento a
expectativa era que ao final do primeiro trimestre a Euribor a 3 meses se situasse nos 0,50% e
que no final dos trimestres seguintes não houvesse informação adicional sobre as taxas
forward da Euribor a 3 meses4:
Em 20N15:
Contabilização Swap
Data Valor Observações
Débito Crédito Ativo Passivo
01/01/20N15 1.000.000,00 € 12 2511 0,00 € 0,00 € Obtençã o do fi na nci a mento
31/03/20N15 9.250,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 0,20%
31/03/20N15 750,00 € 6918 12 Pa ga mento dos juros do s wa p (4,00% - 3,70%)
31/03/20N15 -5.061,02 € --- --- 0,00 € 5.061,02 € Jus to va l or do s wa p potenci a l mente des fa vorá vel
31/03/20N15 -5.061,02 € 599 1412 Va ri a çã o de jus to va l or do s wa p
30/06/20N15 9.375,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 0,25%
30/06/20N15 625,00 € 6918 12 Pa ga mento dos juros do s wa p (4,00% - 3,75%)
30/06/20N15 -3.629,97 € --- --- 0,00 € 3.629,97 € Jus to va l or do s wa p potenci a l mente des fa vorá vel
30/06/20N15 1.431,05 € 1412 599 Va ri a çã o de jus to va l or do s wa p
30/09/20N15 10.000,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 0,50%
30/09/20N15 0,00 € --- --- Pa ga mento dos juros do s wa p (4,00% - 4,00%)
30/09/20N15 0,00 € --- --- Jus to va l or do s wa p potenci a l mente neutro
30/09/20N15 3.629,97 € 1412 599 0,00 € 0,00 € Va ri a çã o de jus to va l or do s wa p
31/12/20N15 10.625,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 0,75%
31/12/20N15 625,00 € 12 7915 Recebi mento dos juros do s wa p (4,25% - 4,00%)
31/12/20N15 2.434,98 € --- --- 2.434,98 € 0,00 € Jus to va l or do s wa p potenci a l mente fa vorá vel
31/12/20N15 2.434,98 € 1411 599 Va ri a çã o de jus to va l or do s wa p
4
O justo valor dos swaps é, em regra, determinado em cada momento pelos bancos, tendo em conta a curva da estrutura
temporal das taxas de juro forward estimadas para a evolução das cotações da Euribor. Na prática, em cada data relevante para
efetuar o cálculo do justo valor do swap e das respetivas contabilizações, é necessário obter esta informação junto das instituições
de crédito.
Em 20N16:
Contabilização Swap
Data Valor Observações
Débito Crédito Ativo Passivo
31/03/20N16 11.250,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 1,00%
31/03/20N16 1.250,00 € 12 7915 Recebi mento dos juros do s wa p (4,50% - 4,00%)
31/03/20N16 3.667,18 € --- --- 3.667,18 € 0,00 € Jus to va l or do s wa p potenci a l mente fa vorá vel
31/03/20N16 1.232,20 € 1411 599 Va ri a çã o de jus to va l or do s wa p
30/06/20N16 10.000,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 0,50%
30/06/20N16 0,00 € --- --- Recebi mento dos juros do s wa p (4,00% - 4,00%)
30/06/20N16 0,00 € --- --- 0,00 € 0,00 € Jus to va l or do s wa p potenci a l mente neutro
30/06/20N16 3.667,18 € 599 1411 Va ri a çã o de jus to va l or do s wa p
30/09/20N16 9.375,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 0,25%
30/09/20N16 625,00 € 6918 12 Pa ga mento dos juros do s wa p (4,00% - 3,75%)
30/09/20N16 -619,20 € --- --- 0,00 € 619,20 € Jus to va l or do s wa p potenci a l mente des fa vorá vel
30/09/20N16 619,20 € 599 1412 Va ri a çã o de jus to va l or do s wa p
31/12/20N16 9.125,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 0,15%
31/12/20N16 875,00 € 6918 12 Pa ga mento dos juros do s wa p (4,00% - 3,65%)
31/12/20N16 0,00 € --- --- 0,00 € 0,00 € Jus to va l or fi na l do s wa p
31/12/20N16 619,20 € 1412 599 Reconheci mento fi na l do jus to va l or do s wa p
31/12/20N16 1.000.000,00 € 2511 12 Pa ga mento do ca pi tal em dívi da
Verifica-se que o montante trimestral dos juros do financiamento acrescido ou deduzido dos
juros a pagar ou a receber do swap é sempre igual a € 10.000, decorrente a cobertura de risco
de taxa de juro.
Relativamente à determinação do justo valor do swap (tarefa a cargo do Banco), nas condições
estabelecidas para o exemplo supra, obtêm-se da seguinte forma para 31/03/20N16:
Na prática, e meramente a título de exemplo, o cálculo do justo valor do swap para este
período, corresponde à atualização dos fluxos previsionais a favor da empresa utilizando a taxa
de juro variável, partindo do princípio que esta taxa se manterá até ao final do contrato.
€ €
6911 - Juros de
12 - Depósitos à
financiamentos
Ordem
obtidos
€ €
€ €
€ €
€ € € € €
€ €
Uma Empresa contraiu no início do ano 20N15 um financiamento cujo capital será liquidado
integralmente no vencimento, ao final do segundo ano (prazo de 2 anos) no montante de €
1.000.000, que vence juros trimestralmente à Taxa Euribor 3 meses em vigor em cada data de
pagamento, acrescida de um spread de 3,5%. Prevendo uma subida da Euribor, que na data da
obtenção do financiamento era de 0,25%, a Empresa contratou com o Banco um Cap de taxa
de juro de 4,15%, pelo mesmo prazo de 2 anos, partindo do princípio que o valor do Cap será
reconhecido em partes iguais em cada data de pagamento dos juros.
Por hipótese simplificada, admite-se que nos próximos 2 anos os fluxos financeiros e as
contabilizações serão os seguintes, considerando que na data de obtenção do financiamento a
expectativa era que ao final do primeiro trimestre a Euribor a 3 meses se situasse nos 0,65% e
que no final dos trimestres seguintes não houvesse informação adicional sobre as taxas
forward da Euribor a 3 meses:
Em 20N15:
Contabilização Cap
Data Valor Observações
Débito Crédito Ativo
01/01/20N15 1.000.000,00 € 12 2511 Obtençã o do fi na nci a mento
01/01/20N15 1.000,00 € 1411 12 1.000,00 € Pa ga mento do prémi o pel a a qui s i çã o do Ca p de taxa de juro
31/03/20N15 9.250,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 0,20%
31/03/20N15 125,00 € 6988 1411 Amorti za çã o do Ca p de taxa de juro
31/03/20N16 875,00 € --- --- 875,00 € Jus to va l or do Ca p de taxa de juro
30/06/20N15 9.375,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 0,25%
30/06/20N15 125,00 € 6988 1411 Amorti za çã o do Ca p de taxa de juro
30/06/20N15 750,00 € --- --- 750,00 € Jus to va l or do Ca p de taxa de juro
30/09/20N15 10.000,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 0,50%
30/09/20N15 125,00 € 6988 1411 Amorti za çã o do Ca p de taxa de juro
30/09/20N15 625,00 € --- --- 625,00 € Jus to va l or do Ca p de taxa de juro
31/12/20N15 10.625,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 0,75%
31/12/20N15 250,00 € 12 7915 Recebi mento dos juros do Ca p (4,25% - 4,15%)
31/12/20N16 125,00 € 6988 1411 Amorti za çã o do Ca p de taxa de juro
31/12/20N15 1.473,99 € --- --- 1.473,99 € Jus to va l or do Ca p de taxa de juro potenci a l mente fa vorá vel
31/12/20N15 973,99 € 1411 599 Va ri a çã o de jus to va l or do Ca p de taxa de juro
Em 20N16:
Contabilização Cap
Data Valor Observações
Débito Crédito Ativo
31/03/20N16 11.250,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 1,00%
31/03/20N16 875,00 € 12 7915 Recebi mento dos juros do Ca p (4,50% - 4,15%)
31/03/20N16 125,00 € 6988 1411 Amorti za çã o do Ca p de taxa de juro
31/03/20N16 2.942,03 € --- --- 2.942,03 € Jus to va l or do Ca p de taxa de juro potenci a l mente fa vorá vel
31/03/20N16 1.593,03 € 1411 599 Va ri a çã o de jus to va l or do Ca p de taxa de juro
30/06/20N16 10.000,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 0,50%
30/06/20N16 125,00 € 6988 1411 Amorti za çã o do Ca p de taxa de juro
30/06/20N16 250,00 € --- --- 250,00 € Jus to va l or do Ca p de taxa de juro
30/06/20N16 2.567,02 € 599 1411 Va ri a çã o de jus to va l or do Ca p de taxa de juro
30/09/20N16 9.375,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 0,25%
30/09/20N16 125,00 € 6988 1411 Amorti za çã o do Ca p de taxa de juro
30/09/20N16 125,00 € --- --- 125,00 € Jus to va l or do Ca p de taxa de juro
31/12/20N16 9.125,00 € 6911 12 Pa ga mento dos juros do fi na nci a mento com Euri bor 3 M 0,15%
31/12/20N16 125,00 € 6988 1411 Amorti za çã o do Ca p de taxa de juro
31/12/20N16 0,00 € --- --- 0,00 € Jus to va l or do Ca p de taxa de juro
31/12/20N16 1.000.000,00 € 2511 12 Pa ga mento do ca pi tal em dívi da
Imposto Financiamento
Cobertura de risco de taxa de juro
IRC Sujeito
IRS Sujeito
IVA Sujeito
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRC
O artigo 49.º do Código do IRC contém o enquadramento fiscal dos instrumentos financeiros
derivados. Ao nível da contabilidade de cobertura, estabelece que relativamente às operações
cujo objetivo exclusivo seja o de cobertura de fluxos de caixa ou de cobertura do investimento
líquido numa unidade operacional estrangeira, são diferidos os rendimentos ou gastos gerados
pelo instrumento de cobertura, na parte considerada eficaz, até ao momento em que os
gastos ou rendimentos do elemento coberto concorram para a formação do lucro tributável.
Nas restantes situações, concorrem para a formação do lucro tributável, os rendimentos ou
gastos resultantes da aplicação do justo valor a instrumentos financeiros derivados, ou a
Relativamente às operações cujo objetivo exclusivo seja o de cobertura de justo valor, quando
o elemento coberto esteja subordinado a outros modelos de valorização, são aceites
fiscalmente os rendimentos ou gastos do elemento coberto reconhecidos em resultados, ainda
que não realizados, na exata medida da quantia igualmente refletida em resultados, de sinal
contrário, gerada pelo instrumento de cobertura.
Desde que se verifique uma relação económica incontestável entre o elemento coberto e o
instrumento de cobertura, por forma a que da operação de cobertura se deva esperar, pela
elevada eficácia da cobertura do risco em causa, a neutralização dos eventuais rendimentos ou
gastos no elemento coberto com uma posição simétrica dos gastos ou rendimentos no
instrumento de cobertura, são consideradas operações de cobertura as que justificadamente
contribuam para a eliminação ou redução de um risco real de:
A não verificação dos requisitos para tipificação da operação como cobertura, determina, a
partir dessa data, a desqualificação da operação como operação de cobertura. Assim, não
sendo efetuada a operação coberta, ao valor do imposto relativo ao período de tributação em
que a mesma se efetuaria deve adicionar-se o imposto que deixou de ser liquidado, ou, não
havendo lugar à liquidação do imposto, deve corrigir-se em conformidade o prejuízo fiscal
declarado. À correção do imposto referida anteriormente são acrescidos juros
compensatórios, exceto quando, tratando-se de uma cobertura de fluxos de caixa ou de
cobertura do investimento líquido numa unidade operacional estrangeira, a operação coberta
seja efetuada em, pelo menos, 80% do respetivo montante.
Em sede de IRC, estas regras fiscais visam permitir o diferimento da tributação nos casos em
que exista efectivamente uma intenção de cobertura, tributando de imediato as situações
especulativas.
Em sede de IRS
Do ponto de vista do Código do IRS, tal como previsto no artigo 5.º, considera-se rendimento
de capitais o ganho decorrente de operações de swaps cambiais, swaps de taxa de juro, swaps
de taxa de juro e divisas e de operações cambiais a prazo. O ganho sujeito a imposto é
constituído:
Nos casos em que haja lugar à cessão ou anulação de um swap ou de uma operação cambial a
prazo, com pagamento e recebimento de valores de regularização, os ganhos respetivos
constituem rendimento de capitais. Há semelhança do que dispõe o artigo 49.º do Código do
IRS, também o artigo 5.º do Código do IRS, com as necessárias adaptações, prevê que estando
em causa instrumentos financeiros derivados, se a substância de uma operação ou conjunto
de operações diferir da sua forma, o momento, a fonte e a natureza dos pagamentos e
recebimentos, rendimentos e gastos, decorrentes dessa operação, podem ser requalificados
pela administração tributária de modo a ter em conta essa substância.
17.1. Introdução
Prevenção
Risco de
Recuperação
cobrança
Seguro
crédito
Incumprimento Contrato
Indemnização
O seguro de crédito será acionado, sempre que um cliente coberto pela apólice entre em
incumprimento na data de pagamento. Neste caso, é necessário reconhecer o crédito em
mora, e solicitar o pagamento da indemnização. A NCRF que regula esta operação é a NCRF 27
- Instrumentos Financeiros, cujo objetivo é prescrever o tratamento contabilístico dos
instrumentos financeiros, designadamente ativos financeiros.
Este instrumento financeiro deve ser mensurado ao custo ou ao custo amortizado deduzido
das respetivas perdas de imparidade (parágrafos 12 e 13).
12 - Depósitos à
6263 - Seguros
Ordem
€ €
217 - Clientes
211 - Clientes gerais
cobrança duvidosa
€ €
Exemplo:
A empresa Segura Total contratou um seguro de crédito com vista a cobrir o risco de não
pagamento de vendas a crédito de bens e serviços aos seus clientes. Esta apólice de seguro de
crédito cobre 90% das vendas de bens e serviços até ao limite de 250.000€.
Contratação da apólice de
seguro de crédito cujas
6263 - Seguros 12 - depósitos à ordem 5.000 € condições cobrem 90% das
vendas de bens e serviços até
ao limite de 250.000€
Em determinada data, a empresa Segura Total vendeu ao seu cliente, elegível para efeitos de
apólice de seguro de crédito, bens no montante de 125 mil euros, cuja data de vencimento era
de 90 dias.
Após a data de vencimento, e depois de terem sido tomadas todas as diligências com vista ao
recebimento do montante aposto na fatura, a empresa Segura Total acionou o seguro de
crédito contratado, e pediu o pagamento da indemnização contratada no montante de 90% do
valor da venda.
Imposto Financiamento
Seguro de crédito
IRC Sujeito
IRS Sujeito
IVA Sujeito
IS Sujeito
IMT Não sujeito
IMI Não sujeito
Em sede de IRC
No entanto, nos termos previstos no artigo 18.º do CIRC, em matéria de periodização do lucro
tributável, caso a Empresa reconheça num determinado exercício a perda relativa à dívida
incobrável de um cliente para o qual exista cobertura de seguro de crédito, deve também
reconhecer no mesmo exercício o valor da indemnização, ainda que esta venha a ocorrer só no
exercício seguinte.
As regras para dedução fiscal das perdas por imparidade em dívidas a receber encontram-se
elencadas nos artigos 28.º-A a 28.º-C do CIRC, prevendo-se, no caso das Empresas em geral,
que não são considerados de cobrança duvidosa os créditos cobertos por seguro, com exceção
da importância correspondente à percentagem de descoberto obrigatório, ou por qualquer
espécie de garantia real. Para as Empresas do Setor Bancário existe também uma disposição
específica, constante no artigo 28.º-C, que não aceita fiscalmente o montante anual
acumulado das perdas por imparidade e outras correções de valor para risco específico de
crédito e para risco-país, no caso de créditos garantidos por contratos de seguro de crédito ou
caução, com exceção da importância correspondente à percentagem do descoberto
obrigatório.
Já as regras para dedução fiscal dos créditos incobráveis encontram-se descritas no artigo 41.º
do CIRC, sendo a incobrabilidade reconhecida apenas pela parte não coberta por seguro.
Em sede de IRS
5
A título de exemplo e a contrário, caso uma Empresa não tenha seguro automóvel contra danos terceiros, não lhe serão aceites
fiscalmente eventuais indemnizações a pagar a terceiros, na medida em que se trata de eventos cujo risco é obrigatoriamente
segurável.
Em sede de IVA
Nos termos do n.º 28 do artigo 9.º do Código do IVA, estão isentas do imposto as operações de
seguro e resseguro, bem como as prestações de serviços conexas efetuadas pelos corretores e
intermediários de seguro. Significa que os prémios a pagar referentes às apólices de seguros
de crédito, são isentos de IVA (sujeitos a Imposto do Selo). No entanto, alguns serviços
debitados pelas Seguradoras de Crédito, como sejam as despesas de recuperação das dívidas,
já estão sujeitas a IVA nos termos gerais, por terem enquadramento no artigo 4.º enquanto
prestações de serviços.
Nos termos do artigo 2.º do Código do Imposto do Selo (CIS), são sujeitos passivos do imposto
as Empresas seguradoras relativamente à soma do prémio do seguro, custo da apólice e
quaisquer outras importâncias cobradas em conjunto ou em documento separado, bem como
às comissões pagas a mediadores, líquidas de imposto, considerando-se constituída a
obrigação tributária nas apólices de seguros, no momento da cobrança dos prémios (artigo 5.º
do CIS). Já o encargo do imposto, previsto no artigo 3.º do CIS, incumbe aos titulares do
interesse económico, considerando-se nos seguros, o tomador e, na atividade de mediação, o
mediador.
No âmbito das isenções subjetivas previstas no artigo 6.º do CIS, são isentos de imposto do
selo, quando este constitua seu encargo, as pessoas coletivas de utilidade pública
administrativa e de mera utilidade pública, assim como as instituições particulares de
solidariedade social e entidades a estas legalmente equiparadas.
De acordo com o previsto no artigo 22.º do CIS, as taxas do imposto são as constantes da
Tabela Geral do Imposto do Selo (TGIS), aplicando-se aos Seguros a verba 2 e ao caso concreto
dos seguros de crédito aplica-se a taxa de 5% prevista na verba 22.1.2 com a seguinte redação:
Sites:
AT – Autoridade tributária
BdP - Banco de Portugal
CSC - Código das Sociedades Comerciais
CIS – Código do Imposto do Selo
CIRC – Código do Imposto Sobre Rendimento de Pessoas Coletivas
CIRS – Código do Imposto sobre Rendimento de Pessoas Singulares
CIVA – Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado
CIMT – Código do Imposto Municipal sobre as Transmissões onerosas de Imóveis
CMVM – Comissão Mercados Valores Mobiliários
CIMI – Código do Imposto Municipal sobre Imóveis
DL – Decreto-Lei
IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis
IMT – Imposto municipal sobre as Transmissões onerosa de imóveis
IRC – Imposto sobre o Rendimento da Pessoas Coletivas
IRS – Imposto sobre o rendimento das Pessoas Singulares
IS – Imposto do Selo
NCRF – Norma Contabilística e de Relato Financeiro
OROC – Ordem dos Revisores Oficiais de Contas
OTOC – Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas
ROC – Revisor Oficial de Contas
SNC – Sistema de Normalização Contabilistico
TOC – Técnico Oficial de Contas
UE – União Europeia
Mercados e Financiamento
Data
Janeiro 2015
Promotor
Equipa Técnica
Célia Nogueira
João Gomes
João Nunes
Jorge Pires