Relatório 3 Eja

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FACULDADE DE CIÊNCIAS, EDUCAÇÃO E TEOLOGIA

DO NORTE DO BRASIL – FACETEN

REGIANE FREDI

ESTÁGIO SUPERVISIONADO - III

Boa Vista-RR

2016
REGIANE FREDI

ESTÁGIO SUPERVISIONADO - III

Relatório apresentado à Faculdade


de Ciências e Teologia do Norte do
Brasil – FACETEN, para a
Conclusão do Curso de
complementação em Pedagogia.

Orientadora: Profª. RAIMUNDA RODRIGUES OLIVEIRA

Boa Vista-RR

2016
INTRODUÇÃO

O presente relatório aborda a educação de jovens e adultos, conhecida,


anteriormente à atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), como
ensino supletivo. Trata-se do ensino oferecido aos jovens e adultos que não concluíram
seus estudos ou não frequentaram a escola na idade apropriada. O curso de educação de
jovens e adultos está estruturado e tem seu funcionamento regulamentado conforme a
Lei 9394/96, assim como tem os outros dispositivos legais normatizados pelo Conselho
Nacional de Educação (CNS) e pelos sistemas de ensino. Segundo Carneiro (2004), o
atendimento às crianças e adolescentes no ensino fundamental brasileiro atinge 97% da
população da faixa etária, o que significa que a meta de 100% de escolarização no
ensino fundamental está quase sendo atingida. Esse atendimento poderia significar a
extinção da necessidade de oferta educacional para jovens e adultos , o que, no entanto,
não é possível, pois ainda temos um percentual grande da população que não foi
atendido e é remanescente, gerando um acúmulo populacional que necessita desse
ensino. Ao nos aprofundarmos no estudo dessa população podemos distinguir três
grupos, o primeiro representa aqueles que são analfabetos; o segundo é formado pelos
que já passaram pela escola e desistiram de estudar por razões diversas e que, por isso,
nem se alfabetizaram, são os chamados analfabetos funcionais e o terceiro é composto
por aqueles que estiveram na escola em diferentes períodos escolares.
Essa população é diferenciada e do ponto de vista educacional precisa de uma
política de atendimento que esteja de acordo com suas características, necessidades,
condições e modos de vida O reconhecimento dessa diferença está presente na lei e
estabelece à população de jovens e adultos, que está fora da faixa etária regular
(estabelecida pela Constituição Federal e pela LDB ), o direito a um trabalho
pedagógico diferenciado, com conteúdo, metodologias, tipologias de organização e
processos de avaliação diferenciados daqueles utilizados para os alunos que estão em
período de escolarização na faixa etária própria. A concepção que está presente na lei é
a de que o processo educacional da educação de jovens e adultos respeite o perfil
cultural do aluno, aproveitando as experiências adquiridas no trabalho e na vida social
para a construção de sua trajetória educacional, com ações integradas e
complementares, visando ao acesso e à permanência na escola.
O estágio supervisionado é uma experiência enriquecedora para a formação de
futuros educadores, por possibilitar o contato direto com um dos possíveis espaços de
atuação do (a) pedagogo (a). Durante o estágio pudemos vivenciar um pouco da
realidade das salas de aula da Educação de Jovens e Adultos - EJA, além de poder pôr
em prática parte das teorias por nós estudadas ao longo do curso, tanto no período de
observação, quanto na construção dos planejamentos e na aula propriamente dita. É
lamentável que uma experiência deste porte seja realizada num espaço de tempo tão
curto, limitando inclusive a ampliação dos nossos conhecimentos. O estágio faz-se
como um campo de conhecimentos fundamental para o nosso processo formativo. É
neste contexto que podemos compreender também nosso papel de reprodutores e/ou
transformadores sociais. Nesta construção de modelo de professor que queremos ser,
podemos focar a exclusiva reprodução de conhecimento científico ou, além desta
reprodução de modelo social, próprio da prática escolar, tomarmos o papel de gerador
de transformação social, fazendo com que os alunos reflitam sobre as questões sociais
que os envolvem. Esta reflexão também é proporcionada durante o estágio.
Corroborando com as reflexões trazidas durantes esta experiência, Pimenta e Lima
(2009, p.112) nos dizem que: A identidade se constrói com base no confronto entre as
teorias e as práticas, na análise sistemática das práticas à luz das teorias, na elaboração
de teorias, o que permite caracterizar o estágio como um espaço de mediação reflexiva
entre a universidade, a escola e a sociedade.

Desta forma, podemos entender a importância desta construção profissional


onde se vivencia um confronto entre teoria e prática na busca da construção do sujeito
professor, assim como a observação desta relação como enriquecedora para um bem
maior que é a própria sociedade que usufrui dos frutos individuais nesta junção do
coletivo. Como resultado do estudo em questão, foi proposta a elaboração de um artigo
desenvolvido como atividade final da disciplina de Estágio Supervisionado em EJA,
que é aqui apresentado.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO ALUNO DA EJA


Características relacionadas à linguagem;
 
Alunos com mais idade:
 
·         O aluno que não teve oportunidade de estudar;
·         Está inserido no mercado de trabalho,
·         Buscam formação rápida, pois necessitam para seu crescimento no mercado
de trabalho
·         É responsável, pois tem família a qual deve sustentar.
·         Possui limitações, mas busca solucioná-las, pois tem muita força de vontade.
·         Tem consciência da necessidade de aprender
·         Valoriza suas conquistas estabelecendo associações por decisão própria e
perseverança.
 
Alunos mais jovens:
 
·         O aluno que não permaneceu no ensino regular por falta de disciplina.
·         Multi-repetentes no ensino diurno, vão para a EJA para escapar dos
constrangimentos.
·         Não tem responsabilidades
·         Muitos prejudicam o processo de aprendizagem
·         Vêem a escola como um espaço de socialização
 
 
Características relacionadas à linguagem;
 
 Simplicidade,
 Reprodução da fala do cotidiano
 Utilizam a bagagem de conhecimento de sua vida
 Varia de acordo com o tipo de ocupação ou atividade profissional
                                  
 
Características relacionadas ao pensamento.
 
 Pragmático
 Diferentes níveis de letramento.
 Pouca criatividade
 Varia de acordo com os conhecimentos empíricos adquiridos.
 
 
 
 Dificuldades principais dos alunos jovens e adultos em sala de aula
 
·         Medo de não se alfabetizar
·         Cansaço
·         Bloqueio na assimilação dos conteúdos e da realidade
·         Vergonha
·         Horários de trabalho (horas extras, plantões)
·         Ausência nas aulas
·         Preocupações familiares
 
 Dificuldades dos alunos jovens e adultos no cotidiano de sua vida
 
·         Compreensão do funcionamento cognitivo em função do pertencimento
dos     alunos jovens e adultos a diferentes grupos culturais.
·         Elementos fundamentais para o trabalho bem-sucedido na EJA
·         Efeitos dos programas educativos sobre as condições de alfabetismo dos jovens
e adultos.

ESPECIFICADES DA EDUCAÇAO DE JOVENS E ADULTOS

1 – Concepções da EJA

 
Trabalhar com a Educação de Jovens e Adultos, demanda adquirir conhecimento
de metodologia específica e processos didáticos mais eficazes e atualizados. É
necessário levar em consideração as vivências do aluno e suas histórias de vida, tanto no
planejamento das aulas como no decorrer do processo pedagógico. Agindo dessa
maneira, os professores contribuem de forma decisiva, para que seus alunos possam
desenvolver suas competências e habilidades. O acesso a escolaridade deve
proporcionar aos alunos jovens e adultos, inseridos em uma sociedade letrada, a
possibilidade de analisar e criticar questões pertinentes, tanto aos conhecimentos
históricos e sistematizados pela humanidade, como também, aqueles que ocorrem no
cotidiano.

2 – Desafios da EJA

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) ainda é vista por muitos como uma
forma de alfabetizar quem não teve oportunidade de estudar na infância ou aqueles que
por algum motivo tiveram de abandonar a escola. Felizmente, o conceito vem mudando
e, entre os grandes desafios desse tipo de ensino, agora se inclui também a preparação
dos alunos para o mercado de trabalho - o que ganha destaque nestes tempos de crise
econômica. "Hoje sabemos do valor da aprendizagem contínua em todas as fases da
vida, e não somente durante a infância e a juventude", afirma o inglês Timothy Ireland,
mestre e doutor na área e especialista em Educação da representação da Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil. Quando
o assunto é EJA, se pensa em primeiro lugar na alfabetização. Essa é a função principal
dela? A alfabetização é uma parte fundamental, mas não é a única. No Brasil, a EJA
tem sido associada à escolaridade compensatória para pessoas que não conseguiram ir
para a escola quando crianças, o que é um erro.

A Unesco trabalha com o conceito dos quatro pilares, surgido do desafio


apresentado por um mundo em rápida transformação: precisamos aprender a ser, a viver
juntos, a fazer e a conhecer. Também há o desafio da participação, da inclusão e da
equidade: como colocar em prática o conceito da inclusão, que prevê o atendimento das
demandas de aprendizagem da vasta diversidade de grupos. O Brasil tem segmentos
com características bem definidas, como os povos indígenas, as comunidades
quilombolas, as pessoas mais velhas. Todos têm direito à Educação.

3 – O professor da Educação de Jovens e Adultos

A EJA dá oportunidade aos jovens e aos adultos que não tiveram a oportunidade,
por diversos motivos, de alfabetizarem-se ou de terminarem a Educação Básica no
tempo adequado, mas possuindo sua cultura própria, seu próprio modo de enfrentar o
cotidiano. Os professores, que muitas vezes são lotados nessa modalidade de ensino,
estão ali para fechar carga horária ou para completarem seu orçamento salarial, não
apresentando um perfil adequado para a EJA. Não é qualquer profissional que possui
esse perfil, exigindo uma metodologia diferenciada de outras modalidades de ensino,
bem como uma relação especial entre professor/aluno. Esse profissional deve ter
consciência de que não é só erradicar o analfabetismo e nem somente oferecer um
certificado de conclusão. Vai além disso. É preparar e formar o cidadão para o mercado
de trabalho, para viver em sociedade com qualidade de vida.

Esse profissional da EJA deve estar preparado para lidar com as diferenças de
comportamentos e necessidades do jovem e do adulto, pois uma prática de ensino pode
ser eficiente para o adulto, mas ineficiente para o jovem e vice e versa, podendo ser uma
das grandes causas do alto índice de evasão nessa modalidade de ensino, dentre
outras.Deve explorar as relações sociais, as diversas culturas desses alunos. "Para ser
um ato de conhecimento o processo de alfabetização de adultos demanda, entre
educadores e educandos, uma relação de autêntico diálogo. Nesta perspectiva, portanto,
os alfabetizadores assumem desde o começo da ação, o papel de sujeitos criadores.
Aprender a ler e escrever já não é, pois, memorizar sílabas, palavras ou frases, mas
refletir criticamente sobre o próprio processo de ler e escrever e sobre o profundo
significado da linguagem." (Paulo Freire) A EJA é um espaço educacional muito
importante para a inclusão desse jovem e desse adulto fruto das injustiças sociais e do
descaso político e social. Concluindo, a característica do Professor de EJA é,
principalmente, ver essa modalidade de ensino como capaz de transformar
significativamente a vida dessas pessoas, oportunizando-lhes reescrever sua história de
vida.

Precisa conhecer e compreender, sem arbitrariedades e preconceitos, seus alunos


e suas realidades e dificuldades diárias, acreditando em suas potencialidades humanas,
na busca de sua evolução pessoal, profissional e social, promovendo um ambiente
prazeroso, crítico, dinâmico e participativo, repleto de interações entre aluno/aluno e
entre professor/aluno. Esse profissional da Educação capaz de identificar o potencial de
cada pupilo, descartando de sua prática pedagógica métodos de ensino infantilizados e
vazios, privilegiando a exposição de suas idéias, pontos de vista, sonhos, garantindo o
processo de democratização e cidadania de educação para a EJA. Para encerrar essa
postagem, quero frisar a importância de uma formação competente e contínua desse
professor, permeada dessa visão contemporânea e democrática quando se debate sobre a
Educação de Jovens e Adultos Brasileiros. “Alunos ou jovens evadidos ou excluídos da
escola, antes do que portadores de trajetórias escolares truncadas, eles e elas carregam
trajetórias perversas de exclusão social, vivenciam trajetórias de negação dos direitos
mais básicos à vida, ao afeto, à alimentação, à moradia, ao trabalho e á sobrevivência.
Negação até o direito de ser jovem. As trajetórias truncadas se tornam mais perversas
porque se misturam com essas trajetórias humanas.
4 – O perfil do aluno da Educação de Jovens e Adultos

A educação de Jovens e Adultos - EJA, apresentar sua história muito mais tensa
do que a história da educação básica. Nela se cruzaram interesses menos consensuais do
que na educação da infância e adolescência, principalmente quando esses jovens,
adultos e idosos são trabalhadores, subempregados, oprimidos, excluídos. É a partir da
diversidade deste campo educativo que esse artigo pretende discutir a temática da EJA
elegendo a abordagem do perfil dos participantes deste processo, na escola noturna. No
segundo momento uma reflexão sobre a reconstrução de um currículo que atenda as
especificidades destes sujeitos, além de citar o Projeto Escola Zé Peão, como referencia
curricular neste campo. A educação é um procedimento de longo prazo e contínuo, é um
conhecimento para a democracia e a cidadania entre outras práticas. Quando a escola
perde essa função ela passa a representar a negação de um direito constitucional para o
cidadão, decorrentes de um conjunto de dificuldade sociais.As dificuldades são muitos e
não únicos da educação, pois o descompromisso é crescente na saúde, moradia,
segurança, trabalhos, neste processo, constataram cada vez mais contingentes de sem-
teto, sem-emprego, sem-terra, entre outros, não seria fora de propósito acrescentar que
neste quadro descrevem que eles também estão ligados à esfera do não acesso à
escolarização.

Tão importante quanto o direito à escola é garantir que todos aprendam com uma
educação de qualidade. Neste sentido, não são os nossos sistemas educacionais que tem
direito a certos tipos de alunos. È o sistema escolar de um país que tem que se ajustar
para satisfazer as necessidades de todos os alunos. É necessário tornar a aprendizagem
mais significativa para todos, terem propostas alternativas que estejam comprometidas
com uma educação de qualidade para esses jovens e adultas. Os jovens e adultos
trabalhadores lutam par superar suas condições de vida (moradia, saúde, alimentação,
transporte, emprego, etc) que estão na raiz do problema do analfabetismo. O
desemprego, os baixos salários e as péssimas condições de vida comprometem os seus
processo de alfabetização... O analfabetismo é a expressão de pobreza, conseqüência
inevitável de uma estrutura social injusta. Tradicionalmente, a escola tem sido marcada
em sua organização por critérios seletivos que tem com base a concepção da
homogeneidade do ensino, dentro da qual alguns estudantes são rotulados. Esta
concepção reflete um modelo caracterizado pela uniformidade na abordagem
educacional do currículo: no material didático, no planejamento, numa aula, no
conteúdo curricular, na atividade para todos em sala de aula. O estudante que não se
enquadra nesta abordagem permanece á margem da escolarização, fracassa na escola
elevando a evasão. O não reconhecimento da heterogeneidade no aluno da EJA
contribui para aprofundar as desigualdades educacionais ao invés de combatê-las. Os
perfis do aluno da EJA da rede pública são na sua maioria trabalhadores proletariados,
desempregados, dona de casa, jovens, idosos, Portadores de deficiências especiais. São
alunos com suas diferenças culturais, etnia, religião, crenças.

O aspecto do aluno trabalhador que chega às vezes tarde na escola, cansado e


com sono e querem sair mais cedo, isso quando eles vêm para a aula. Eles acham que
não são capazes de acompanhar os programas ou que o programa não traz a realidade
para o seu cotidiano, são vários os motivos para evadirem. O aluno trabalhar defende o
prazer de aprender, e lamento faltarem, eles desistem porque precisam trabalhar. O
trabalho é mais importante, é uma necessidade para o que precisam, há uma questão
difícil de resolver, ou consistir em combinar escola e trabalho. Essa combinação
também é problema do ponto de vista do docente, da grade curricular, da própria gestão
da escola, causando desconforto para esses jovens e adultos que estudam no horário da
noite. O não reconhecimento da heterogeneidade no aluno da EJA contribui para
aprofundar as desigualdades educacionais ao invés de combatê-las.

Os alunos jovens ás vezes, ultrapassam a idade estabelecida para estudar diurno, Nas
suas trajetórias escolares interrompidas com sucessivas reprovações e que este não
parece fazer muita questão de "passar de ano" (alguns alunos), eles já foram negados na
da escola básica, muitos deles são repetentes desde sua vida infantil, e são levados a
estudar a noite por ser problemático no diurno, sente-se fracassados por ter sua
permanência na escola com evasão com tanta freqüência. Não há como deixar de
pontuar a questão da exclusão Social da Juventude pobre e limitada Fica evidente que a
escola vive uma crise, o que é mais preocupante é ver que essa crise torne habitual, um
descaso social, mas não é impossível de encontrar algumas alternativas e colocar em
prática. É preciso buscar a reflexão sobre o papel da escola, do professor, dos educando
de frente as suas práticas o qual a finalidade real que este pretende atingir, posto que o
professor precise antes de qualquer coisa entender sua tarefa social dentro da sala de
aula, para poder trabalhar um modelo educacional comprometido de fato com as
transformações sociais, que a escola assuma seu papel, e necessário ter a realidade deste
aluno, é impossível continuar a caminhada sem rever a prática Curricular.

O segundo eixo do debate destaca a questão curricular, em primeiro lugar é


preciso destacar que a criação curricular é uma metodologia oficial de elaboração de um
documento formal, onde podemos destacar como guia curricular é uma forma de
compreensão que não pode deixar de fora a técnica de produção sócio-cultural, o
processo de efetivação da Educação permanente, que considere as necessidades e
incentive as potencialidades do educando; promova a autonomia dos jovens e adultos,
para que sejam sujeitos da aprendizagem; educação vinculada ao mundo do trabalho e
às praticas sócias; projeto pedagógico com flexibilidade curricular e conteúdos
curriculares pautados em 3 princípios: contextualização, reconhecimento de identidade
pessoal e das diversidades coletivas (Parecer CEB 11/2000). Em função destes
princípios, novas funções são estabelecidas para a Educação de Jovens e Adultos:
Reparadora – ao reconhecer a igualdade humana de direitos e o acesso aos direitos civis,
pela restauração de um direito negado; Equalizadora – ao propor igualdade de
oportunidade de acesso e permanência na escola e, Qualificadora – ao viabilizar a
atualização permanente de conhecimentos e aprendizagens continua (Parecer CEB
11/2000). O currículo é acentuado formalmente, proposto por uma especialista a partir
de o estudo de modelos idealizados das atividades pedagógicas e do processo de ensino-
aprendizagem dos que a ela serão submetidas. È necessário repensar nessa realidade,
dos métodos educativos e essa construção do currículo são colocando em prática na
modalidade da EJA Sabemos que as Diretrizes Curriculares apresentam alguns avanços
do ponto de vista pedagógico existindo uma preocupação com a especificidade etária e
sociocultural dos jovens e adultos atendidos no sistema educacional. Destacam a
formulação de projetos pedagógicos próprios e específicos para a Educação de jovens e
Adultos, que leve em consideração na sua organização.

CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA

Durante a observação e docência descritas nesse texto mostram os resultados de


uma pesquisa realizada no âmbito escolar. Nessa oportunidade foram observadas e
analisadas a estrutura física da escola, o quadro funcional, o nível do atendimento e
ênfase pedagógico trabalhados pela instituição escolar.
A Escola FRANCISCO DE SOUZA BRIGLIA, localizada no município de Boa
Vista, na Rua Das Extremosas nº 312 – Bairro Pricumã. A mesma atende a modalidade
de ensino da Educação infantil e Ensino Fundamental e EJA nos turnos matutino,
vespertino e Noturno com a EJA, com um total de 477 alunos. A escola possui um
corpo de funcionários composto por 47 profissionais. Sendo que destes, 22 são
professores. Todos com a referida qualificação exigidos por lei.
Durante esse pequeno período de tempo de existência dessa Escola já passaram
alguns gestores, vice-gestores e vários funcionários. A atual gestora é a professora
ADAIZE ROSAS DE SOUZA.
A escola tem a seguinte estrutura física: 09 (nove) salas de aula, 01 (uma) sala
onde funcionam a direção e a secretaria, 09 (nove) banheiros para alunos, 02 (dois)
banheiros para funcionários, 01(um) deposito para merenda, 01 (um) laboratório de
informática, 01(um) deposito para materiais didáticos e limpeza, 01 (uma) copa, 01
(um) refeitório, 01 (uma) sala para os professores e supervisão, 01 (uma) sala
multifuncional, 01 (um) pátio coberto com área de lazer, 01 (uma) quadra coberta. A
mesma possui fornecimento de energia e de água adequada ao consumo.
A referida escola possui um corpo docente divido da seguinte maneira.
01 (uma) Gestora
02 (duas) Coordenadora Pedagógica
22 (vinte e dois ) Professores divididos nos turnos Matutino e Vespertino e Noturno
02 (dois) Professores de Educação Física
02 (dois) Professores de Artes
01 (um) Professor de Informática
02 (dois) Professor de bilingue
02 (dois) Professores de Apoio.
01 (um) Secretário de Escola
05 (cinco) A
ssistente de Alunos
04 (quatro) faxineiras
04 (quatro) porteiros
04 (quatro) merendeiras

A estrutura física ainda apresenta algumas limitações quanto à acessibilidade de


crianças pequenas, porém, a mesma suporta a quantidade de alunos que tem atualmente,
pois seu espaço físico é bastante amplo e está se adequando quanto às necessidades
apresentadas. O lúdico é valorizado e permeia as principais atividades da educação
infantil, mas para estimular a criança e promover esse desenvolvimento é preciso propor
novos temas, oferecer jogos, brinquedos e materiais diversificados. Durante o processo
de ensino e aprendizagem um espaço amplo é muito importante. Cumprir seu papel
social e proporcionar o desenvolvimento da identidade, autonomia do educando,
promovendo assim o seu crescimento global e potencial.
A avaliação busca entender o processo de desenvolvimento de cada criança, a
significação que cada trabalho comporta, afastando julgamentos desnecessários que de
maneira alguma, em nada auxiliam no processo educativo. A observação é o principal
instrumento para que o professor possa avaliar o processo de construção da linguagem
desenvolvido pelas crianças. A linguagem corresponde a um conjunto de símbolos e
instrumentos utilizados pelo sujeito para comunicar sentimentos, pensamentos e ideias.
É uma função de representação do pensamento e pode ser expressa por meio de gestos,
olhares, mímica e pela fala. Em outras palavras, a fala é uma das formas de linguagem
utilizadas pelo homem. Esta instituição de ensino conta com a parceria de diversos
segmentos da sociedade local, são pessoas comprometidas com os objetivos
educacionais oferecidos pela instituição, que contribui com as formas mais variadas
para o sucesso da gestão participativa.

Reforçando isto, ao início de cada ano letivo, os profissionais responsáveis por esta
etapa da educação básica e os da Secretaria Municipal de Educação reúnem-se para
debater o Plano de Curso Anual que é organizado por conteúdos a serem desenvolvidos
e que vai nortear as atividades das escolas de Educação Infantil e do Ensino
Fundamental neste município.

DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO

O estágio Supervisionado III foi trabalhado no período correspondente entre


04/04/2016 à 19/04/2016 com uma carga horária total de 80 horas. Assim sendo, 40
horas foram designadas à observação e a regência, distribuídas em 20 horas para a fase
de observação e 20 horas para a fase de regência. As 40 horas restantes foram
destinadas à orientação, confecção de projetos, planos de aulas e na elaboração do
relatório.
A observação foi realizada na quarta série turma A. Essa turma é composta de 22
alunos e a faixa etária é bem diversificada, a professora da turma se chama SHIRLEI
DOS SANTOS CATÃO.
A Escola Municipal FRANCISCO DE SOUZA BRIGLIA, realiza suas
atividades com base nos projetos elaborados e desenvolvidos pelos professores com a
orientação da coordenação e equipe pedagógica. Esses projetos abrangem ao mesmo
tempo a comunidade, os familiares, por meio de momentos culminantes onde a cultura e
o lazer são questões importantes que requer aproximação desses à escola.
No que se refere à organização da escola, foi possível observar que a equipe
gestora trabalha em conjunto com os aspectos positivos no andamento das atividades, é
fundamental que o gestor tenha conhecimento que sua administração seja abrangente, e
que haja um dialogo entre os profissionais que fazem parte desse processo.
O gestor deve conduzir e instigar positivamente sua equipe para que a mesma
desenvolva um trabalho de qualidade e que os conhecimentos e capacidades construídos
colaborem na sua gestão, pois esse profissional é o principal responsável pela escola e
precisa ter uma visão aberta, dialogar e agregar esferas distintas.

Fui apresentado na turma pela diretora da escola, a professora ADAIZE ROSAS


DE SOUZA, a observação foi iniciada nos dias 04/04/16 a 19/04/16, e cheguei a uma
conclusão de que os objetivos são alcançados através da metodologia, claro que sempre
surge situações adversas, mas tudo isso contribui para a nossa experiência e nos
colocam frente a frente com uma realidade que demanda concentração e determinações
para que o processo ensino aprendizagem se consolide da melhor forma possível.

PRIMEIRA FASE DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III (EJA) –


OBSERVAÇÃO

Segunda-feira dia 04/04/2016


Os alunos vão chegando e já se dirigem a sala de aula onde a professora já os aguarda
para o início de uma nova áula diária conforme conteúdo programático. As aulas
acontecem no período das 18:30 as 22:45 de segunda a sexta-feira e isso é uma rotina
diária.
Primeiro Momento
Áula de Educação Física (reposição)
Segundo Momento: Matemática
Conceito: Construção de um ábaco
Competência: Os alunos serão levados a perceber o valor atribuído a cada número
mediante a posição em que ele ocupa.
Habilidade: Construir com materiais alternativos um ábaco.
Sequência didática: Desenho de um ábaco no quadro, entrega de valores de isopor para
serem pintados nas cores vermelho, azul, amarelo e verde cortados em quadrinhos.
Encapamento de caixa de sapato com EVA. Escrita das letras: U (unidade) D (dezena)
C (centena) e M (milhar).

Terça-Feira dia 05/04/2016


Primeiro Momento: Português
Conceito: Texto: Rema na Canoa
Competência: Ensaiar e cantar um canto de trabalho.
Habilidades: Perceber e valorizar o canto de trabalho para a mostra pedagógica.
Sequência Didática: Escrita do texto no quadro
Segundo Momento: Trabalho com as sílabas
Qua – Quo
Que – Qui
Gua – Guo
Gue – Gui
Ca – Co – Cu
Ce – Ci
Leitura:
Aquário – Quiabo – Queijo – Leque – Água – Caranguejo
Terceiro Momento: Atividade na página do Livro

Quarta-Feira dia 06/04/2016


Primeiro Momento: Áula sobre Aposentadoria ( Prof: Ronivaldo)
Segundo Momento: Matemática
Conceito: Gráfico....saber quantidade
Competência: Discutir com os alunos a representação numérica presente no gráfico.
Habilidade: Representar quantidades por meio de gráficos.
Sequência Didática: Trabalho xerocopiado.

Quinta-Feira dia 07/04/2016


Primeiro Momento: Português
Conceitos: Leitura “Qua – Quo”
Texto: O Aquário – Interpretação Textual
Competência: Trabalhar com os alunos a leitura Textual com palavras que têm sílabas
“qui”.
Habilidade: Lêr texto curto – Interpretar mensagem e conceito de Texto. Compreender a
diferença fonética da Q e U com E e I, com A e O.
Sequência Didática – No Quadro – Leitura o Texto: O Aquário – Leitura de Palavras.

Sexta-Feira dia 08/04/2016


Primeiro Momento: Matemática
Conceito: Quadro valor de lugar – Ábaco – Composição de Números
Competência: Fazer os alunos perceberem que cada número pode ocupar uma ordem
que lhe atribui um valor diferente.
Habilidade: Compreender as ordens das unidades simples, relacionando os valores
ocupados pelos números.
Sequência Didática: Com o Ábaco produzido pelos alunos, e por meio de perguntas e
desafios, mostrando as relações que existem entre unidade, dezena e centena. Solicitar
que cada aluno represente no ábaco as relações que existem entre as unidades.

Segunda-Feira dia 11/04/2016


Primeiro Momento: Português
Conceito: Separação Silábica – Substantivo Masculino e Feminino – Vogais e
Consoantes – Gu – Au – M antes de P e B.
Competência: Trabalhar com os alunos os conceitos discutidos no bimestre como forma
de revisão.
Habilidades: Ler e interpretar pequenos textos e frases. Transcrever substantivos no
feminino, identificar vogais e consoantes. Completar corretamente a representação
silábia com Gu e Qu.

SEGUNDA FASE DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III (EJA) – REGÊNCIA

Terça-Feira dia 12/04/2016


Primeiro Momento: Avaliação de Língua Portuguesa
Quarta-Feira dia 13/04/2016
Primeiro Momento: Matemática
Conceitos: Leitura Numérica – Noções de Adição – Sequência Numérica – Dezenas e
Unidades.
Competência: Trabalhar com os alunos os conceitos discutidos no bimestre como forma
de revisão.
Habilidades: Identificar quantidades em relação a unidade, dezena e centena.
Sequência Didática: Atividade no caderno – escrever o nome dos números:
4–
7–
10 –
23 –
50 –
12 –

Quinta-Feira dia 14/04/2016


Avaliação de Matemática – (valendo 50 Pontos)
Sexta-Feira dia 15/04/2016
Primeiro Momento – Matemática
Conceito: Adição
Competência: Fazer os alunos perceberem a ordem que os números ocupam e o valor
ocupados por ele.
Habilidades: Fazer operações utilizando o quadro valor de lugar. Utilizar estratégias de
cálculo mental para efetuar operações. Sequência Didática: Atividade xerocopiada
Segunda-Feira dia 18/04/2016
Primeiro Momento: Matemática
Conceito: Operações, Adição e Cálculo Mental
Competência: Relacionar a operação de adição ao consumo e desperdício de água.
Habilidade: Ler e compreender a informação matemática. Realizar estratégias de
cálculos. Operacionalizar Adições. Realizar cálculo mental.
Sequência didática: Diálogo coletivo sobre o vazamento e o desperdício que ocorre
rotineiramente em nossas residências. Comentar uma situação problema aos alunos.
Fazer atividade no caderno.
Terça-Feira dia 19/04/2016
Feira Pedagógica – Os alunos ensaiaram uma canção e fizeram a apresentação na
festinha da feira pedagógica juntamente com as outras turmas da escola.

Todas essas atividades foram desenvolvidas por mim durante o período de aula.

CONCLUSÃO

O planejamento de estágio foi preparado de acordo com a capacidade de


aprendizagem da turma, com objetivos simples e claros, enfatizando a realidade
cotidiana dos alunos interligando-os de forma abrangente em todos os aspectos,
respeitando e aperfeiçoando os conhecimentos já existentes além de promover a
obtenção de novos conhecimentos.
Entretanto, a dinâmica da sala de aula permite a constituição de costumes,
atitudes e valores, promovendo um espaço de inclusão, experiência e exercício da
cidadania. O ambiente é preparado de modo a beneficiar os procedimentos de ensino e
aprendizagem. A professora empenha-se em obter a participação e aprendizagem de
todos os alunos.
As relações interpessoais entre educador e educando em sala de aula favorecem
o desenvolvimento do ensino e aprendizagem, pois, a professora norteia as atividades
propostas aos alunos de maneira clara e objetiva, com linguagem apropriada ao nível
sociocultural e intelectual dos alunos. A avaliação é realizada de acordo com a atuação,
participação e aprendizagem dos alunos. O profissional de educação deve refletir
repensar em sua prática pois se sabe que os conteúdos conceituais ainda são os que mais
predominam na prática escolar. Sabemos que o professor deve atribuir significados aos
conteúdos ensinados aos alunos para que este se torne atrativo e desafiador para os
educandos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização do estágio supervisionado II (Observação e Regência) foi muito


importante para a aquisição de conhecimentos e experiências durante a minha formação.
A prática de estágio abriu novos caminhos, esclareceu projetos e percebi que tudo pode
ser maleável, encontrei respostas para diversas indagações existentes durante a
formação. Durante esse processo percebi que sei muito pouco e que é importante
buscar, pesquisar e estudar continuamente para nos capacitar, e desenvolver habilidades,
para desempenhar o papel de educador.
Além disso, é essencial que tenhamos consciência de que nosso trabalho deve
ser desenvolvido com compromisso e responsabilidade, pois compete a nós a formação
dessas crianças, garantindo assim um futuro digno para essas crianças na nossa
sociedade. Sabemos que nem sempre somos reconhecidos, não somos valorizados.
Mesmo assim não temos que deixar de desenvolver um trabalho íntegro, desempenhar a
nossa função com eficácia, para a obtenção de um ensino de qualidade.
Adquirir muitos conhecimentos e experiências durante a realização do estagio
tanto na observação quanto na regência, foi comovente conviver e compartilhar do
processo de desenvolvimento de uma criança. O professor é um elemento complementar
e essencial no processo de ensino e aprendizagem da criança.
Assim sendo é indispensável que o professor trabalhe buscando a aprendizagem
expressiva da criança em todos os seus aspectos, cognitivo, social e motor. O
desenvolvimento desses potenciais nessa fase da vida permite ao individuo o
desenvolvimento favorável do aspecto intelectual, permite que ele seja um cidadão
critico, ativo para a realização e exercício da cidadania.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. 5. Ed.


Goiânia: 2004.

PARÂMETROS NACIONAIS DE QUALIDADE PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL,


Brasília, 2006.

REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL.


Vol. 3. MEC/SEF. Brasília, 1998.

http://temasdaeducacao.blogspot.com.br/2010/04/os-desafios-da-
eja-alem-da.html.
ANEXOS

Planos de aula

Folha de Frequência

Carta de apresentação

Ficha de visita a Escola

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