Apostila Senac Gestão
Apostila Senac Gestão
Apostila Senac Gestão
DE SALÃO DE
BELEZA
ADMINISTRAÇÃO
DE SALÃO DE
BELEZA
São Paulo
setembro/2016
Nome do aluno
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO
SENAC NO ESTADO DE SÃO PAULO
Gerência de Desenvolvimento
Claudio Luiz de Souza Silva
Coordenação Técnica
Mariana Pedreira de Freitas
Tatiana Oliveira Putti
Apoio Técnico
Livia Marina Dias Castaldi
Atualização
Giovana Garcia Quini
Editoração Eletrônica
Marcio S. Barreto
Revisão de Texto
Luiza Elena Luchini (coord.)
Patricia B. Almeida
2 ASPECTOS LEGAIS / 19
2.1 Abertura da empresa: salão de beleza / 19
2.2 Atividade desenvolvida / 20
2.3 As formas de atuação neste ramo de atividade / 21
2.4 Tipos de empresa / 21
2.5 Instalações / 23
2.6 Vigilância Sanitária / 24
2.7 Licença de funcionamento / 24
2.8 Código de Defesa do Consumidor / 25
2.9 A escolha do ponto para abertura da empresa / 25
2.10 Processo de abertura de empresa / 26
2.11 Contratação de empregado / 29
2.12 Terceirização de serviços / 30
2.13 Tributação e encargos sociais / 31
2.14 Obrigações acessórias / 34
2.15 Encerramento da empresa / 34
3 GESTÃO DE PESSOAS / 37
3.1 Seleção de profissionais especializados / 38
3.2 Treinamento da equipe / 38
6 GESTÃO FINANCEIRA / 59
6.1 Levantamento dos recursos físicos e humanos: orçamento / 59
6.2 Elaboração do orçamento das despesas fixas mensais / 64
6.3 Previsão de vendas mensais / 65
6.4 Cálculo do preço dos serviços prestados / 67
6.5 Orçamento da apuração de resultados / 70
6.6 Análise de viabilidade econômica: indicadores / 73
6.7 Conclusão e análise dos resultados / 74
7 ENDEREÇOS ÚTEIS / 75
REFERÊNCIAS / 77
A
fim de identificarmos uma oportunidade
de negócio, o primeiro passo é buscar
informações sobre a sua ideia comercial,
além de fazer uma análise do mercado para iden-
tificar se se trata realmente de uma oportunidade
de negócio ou apenas de mais uma ideia. A ideia,
mesmo sendo criativa, nem sempre representa
uma oportunidade, por não ser realizável ou por
não atender a uma necessidade do público-alvo.
Para começar, é preciso confirmar a existência
de interessados em comprar os produtos e ser-
viços que você pretende oferecer no seu salão
de beleza, por um preço que compense todos
os seus custos e ainda que lhe gere lucro, em
quantidade que acumule, no final de um perío-
do, um montante de ganhos que compense a
empreitada. Além disso, essas condições de-
vem durar por tempo suficiente que compense
a montagem do negócio, isto é, que dê o retorno
desejado em longo prazo.
É também necessário que você realmente esteja disposto a enfrentar e comandar o dia a dia dessa
operação, ou seja, você e sua família devem adaptar o estilo de vida às condições do negócio, caso
estejam no comando da administração do salão.
Pense nessa empreitada em quatro passos:
1. Identifique as questões levantadas anteriormente.
2. Reflita sobre elas.
3. Obtenha respostas para cada uma delas.
4. Consiga as condições necessárias para realizá-las – é o chamado planejamento prévio do
negócio.
Em resumo, responder a estas questões permitirá um mínimo de domínio sobre o negócio de salão
de beleza e o ajudará a ter chances reais de viabilidade. Com pesquisas, estudos e identificação da
prática do dia a dia, você construirá suas próprias respostas. Há muito espaço para novos negócios,
desde que estejam comprometidos com a inovação, prestem serviços de qualidade, cobrem preços
razoáveis e compatíveis com a média da região, ouçam seus clientes e adaptem seus serviços às
características e expectativas da clientela e dos potencias clientes. Dessa forma, o novo empreen
dedor poderá ter sucesso e fidelizar uma boa clientela para a manutenção do negócio.
O salão de beleza é um mercado estável, que não sofre de crises sazonais e está embalado pela cres-
cente adesão do gênero masculino a serviços do setor e pelo crescente desenvolvimento profissional
do público feminino. Em momentos de crise econômica, podemos observar que o cliente não deixa
de frequentar o salão: ele até diminui seu volume de gastos, mas continua fiel ao estabelecimento.
Em uma pesquisa de 2013, o Sebrae-SP constatou que 29% das empresas fracassam no primeiro
ano de operação e 56% não conseguem chegar aos 5 anos de existência. Em comum, estas empre-
sas apresentam sinais de que foram deficientes principalmente nas seguintes questões:
Procure identificar o maior número possível de empresas que atuam no ramo e descubra tudo sobre
a forma como operam.
Como identificar os melhores fornecedores? Quais condições de aquisição serão mais adequadas?
Como negociar e obter facilidades de pagamentos condizentes com a estratégia de venda? Quais
volumes devem ser adquiridos em função da previsão de venda e dos prazos de fornecimento?
Quais níveis de estoque devem ser considerados que atendam à operação da empresa sem compro-
meter a disponibilidade financeira?
Veja quantas perguntas, quantas dúvidas aparecem no projeto da sua empresa – e isso é apenas uma
amostra. Elaborar um plano de negócios é o passo mais importante que se pode dar. Você deverá
ter respostas convincentes para as questões impostas pelo negócio, e algumas delas virão em forma
de estratégias, planos de ação, métodos de trabalho, enquanto outras serão numéricas e medirão o
efeito de cada decisão tomada para a formação de sua empresa.
Se você quer conquistar cada vez mais clientes, será necessário oferecer soluções que respondam
aos desejos e expectativas dos clientes. Para isso, é preciso conhecer detalhadamente os aspectos
que interferem no seu comportamento de consumo. Além disso, toda empresa somente terá
sucesso se vender. Muitos negócios começam porque o empreendedor sabe produzir, sabe fazer ou
tem conhecimentos técnicos sobre o negócio, mas isso não é suficiente; é preciso saber vender. A
escolha do que vender, para quem, onde e como sempre comporá a decisão mais importante e de
maior impacto nos resultados do negócio. Por isso, agora veremos como combinar tudo isso para
conquistar os clientes.
Os cuidados com a beleza estão começando cada vez mais cedo. Atualmente, é comum encontrar
crianças de 3 anos querendo pintar as unhas e cuidar do cabelo. O consumo dos serviços de beleza
em salões de beleza tornou-se mais intenso, exigente e variado.
Os usuários do serviço não se restringem mais ao público feminino e com faixa etária entre 20 a 60
anos. O público consumidor tem crescido não somente em proporções, como também em caracte-
rísticas. Cada vez mais adolescentes, homens, mulheres e idosos estão preocupados com a beleza,
a saúde e a autoestima.
Esses aspectos oportunizam mudanças significativas na forma de oferecer os serviços de um salão
de beleza, permitindo uma maior segmentação, ou seja, uma melhor definição do perfil de consu
midor que o negócio quer atingir.
Outro comportamento comum é uma cliente preferir o corte de cabelo em seu salão e realizar os ser-
viços de manicure e pedicure em outro. Isso se deve basicamente à qualidade dos serviços prestados
pela sua empresa e pela de seus concorrentes.
Se você conhece seu cliente, sabe o que deve lhe oferecer para obter melhores resultados. As estra-
tégias do seu salão de beleza devem ser definidas a partir do conhecimento sobre o perfil e o com-
portamento de consumo de seus clientes.
Para saber o que oferecer e como oferecer, conheça algumas características de seus clientes. Não é
mais possível atender a todos os perfis de clientes; é preciso escolher alguns. Para fazer esta escolha
de cliente-alvo, obtenha algumas informações:
• Qual é a classe social predominante entre os clientes que frequentam seu salão?
• Qual é a classe social predominante no bairro em que seu salão está localizado?
• Quais são as preferências desses clientes? O que eles buscam em um salão de beleza?
• O que é mais importante na hora do cliente decidir qual salão frequentar?
• Que serviços são mais consumidos?
• Qual é a percepção de preço dos clientes? Como eles estão sentindo seus preços?
• Qual é a faixa etária dos frequentadores de seu salão? Que outras faixas etárias seu salão tem
estrutura e serviços para atender?
• Qual sexo predomina em seu salão? Ou você atende somente a um sexo?
• Qual é a profissão de seus clientes?
• Qual é o estilo de vida de seus clientes?
• Como é o estilo de consumo dos serviços oferecidos pelo seu salão: fashion, mais clássico, mais
discreto, gosta de novidades, etc.?
• Com que frequência os clientes consomem os serviços de seu salão?
• Quanto os clientes costumam gastar com os serviços do salão?
Com as respostas a algumas dessas questões, é possível começar a conhecer melhor seus clientes
e definir com mais segurança o que deseja conquistar. Você também saberá que ambiente, que ser-
viços e de que forma oferecer, quanto cobrar e como encantar os clientes. Tenha em mente que você
está em um mercado cada vez mais competitivo, e que hoje é o cliente quem diz o que deseja con-
sumir, quanto deseja consumir, como deseja consumir, onde deseja consumir e quanto deseja pagar.
A expressão que se usa para isso é estratégia de mercado. Para definir suas estratégias, comece
respondendo às questões:
• O que você fará para informar aos interessados em salão de beleza que a sua empresa existe?
• O que fará para despertar a atenção e o interesse deles?
• O que fará para que um número suficiente de clientes migre para o seu negócio?
Os clientes frequentarão o seu salão de beleza se obtiverem maiores vantagens. Descobri-las é fruto
de percepção, de sensibilidade para com o mercado. Mas o que são vantagens? Geralmente são
pequenos detalhes:
• Comodidade e beleza: quando dá prazer frequentar o ambiente de um salão de beleza.
• Bom atendimento: o cliente fica sempre satisfeito, mesmo quando o salão de beleza não dispõe
de tudo o que ele deseja.
• Interesse em satisfazer, resolver: o cliente é sempre ouvido, e suas opiniões são consideradas.
• Diferenciação: o cliente percebe algo de especial em seu salão.
• Personalização: a ideia de que cada cliente é especial.
• Confiança e credibilidade: passa-se a ideia de que a satisfação do cliente é mais importante do
que a venda.
• Higiene: percebida em detalhes.
• Exposição: o cliente percebe que, para se satisfazer, não depende de ação sua, mas do que ele
sente no salão de beleza.
• Crédito e facilidade de pagamento: a empresa adapta-se ao nível de renda do público-alvo, ou
seja, a estratégia de preços e pagamentos está alinhada ao perfil do público-alvo.
• Serviços adicionais: na prática, entrega-se satisfação, não somente produtos ou serviços pelos
quais o cliente já paga; oferece-se algo a mais.
• Valorização do cliente, respeito e seriedade: os direitos do cliente são reconhecidos em todos os
detalhes da operação.
• Flexibilidade e adaptabilidade: de algum jeito, o salão de beleza deve satisfazer o cliente.
• Inovação: o salão de beleza está atualizado com técnicas, e esta imagem tem de ser constante.
• Garantias: para o cliente ter certeza e confiar que não terá prejuízos ou danos; há também
aquelas “vantagens” tradicionais que muitos pensam que são decisivas, mas não são, pois
dependem de como são utilizadas e do perfil dos clientes: preço (nem sempre menor preço
significa capacidade de atração de clientes), variedade (nem sempre é atrativo investir em va-
riedade de equipamentos, serviços e produtos) e localização (por si só, não é fator de sucesso,
pois um bom ponto pode ser feito).
junto aos clientes a imagem que quer gravar em suas mentes. A isso chamamos de “posicionamento” –
ocupar um lugar na mente do cliente-alvo e do mercado como um todo. Para definir o posiciona-
mento, basta identificar seu maior diferencial competitivo, o fator que faz mais sucesso junto aos
clientes, o principal motivo que os leva a usar os serviços de sua empresa. Após essa definição, é
hora de concentrar as ações de comunicação nele. Procure reforçar o diferencial junto aos clientes
por meio de todas as suas ações de comunicação. Caso não consiga identificar seu diferencial
competitivo ou não tenha um, pense naquilo que é mais importante para o seu cliente. Depois, mo-
difique o que for necessário em seu salão de beleza para que os clientes reconheçam e lembrem-se
de você por este diferencial.
Ao definir seu posicionamento e identificar o diferencial competitivo que deverá fortalecer, você per-
ceberá que também precisará mexer em seu ponto de prestação de serviço, na estrutura física, no
atendimento, nos serviços oferecidos, nas técnicas, na higiene e limpeza, nos equipamentos e até
mesmo nos preços. Vale tudo, desde que seja para conquistar os clientes-alvo com lucratividade.
Agora resta avisar o seu cliente sobre isso. Não basta você ser o melhor, seu cliente precisa saber
que você oferece o melhor para ele. A comunicação com o mercado é fundamental.
Como visto, “posicionamento” é encontrar um lugar na preferência do cliente-alvo, é ser reconhecido
pelo diferencial competitivo (que o cliente-alvo busca quando consome os serviços em seu salão de
beleza), é ser melhor que os concorrentes e fazer uma oferta melhor aos clientes. Fácil, simples e gera
vendas! Lembre-se do ditado: “quem quer ser tudo para todos não é nada para ninguém!”.
Logo, é preciso conhecer melhor o cliente, o que pode nos leva a refletir acerca dos questionamentos
a seguir:
1o passo: identificando as características gerais dos clientes
• Qual é a sua faixa etária?
• A maioria é de homens ou mulheres?
• Têm família grande ou pequena?
• Qual é o seu trabalho?
• Quanto ganham?
• Qual é a sua escolaridade?
• Onde moram?
Agora que você conhece seu cliente com mais precisão, pode responder à tabela a seguir com mais
segurança:
MEUS CLIENTES:
Seu perfil:
Nesta pesquisa, pode-se utilizar a internet, fazer visitas ao concorrente, conversar com seus clientes
e até utilizar seus serviços – tudo com ética e lisura, é claro. A partir daí é possível preencher a tabela
a seguir, com uma descrição sumária em cada quadro, e até mesmo uma “nota” (de 0 a 10) para
os concorrentes, segundo seu critério, ou baseada na opinião dos clientes dos concorrentes com os
quais conversou:
A sua empresa deverá ser melhor em todos os pontos falhos dos concorrentes, aproveitando, ou
mesmo melhorando, o que eles têm de bom. Deve ser “10” em todos os quesitos. Aí é que está o
desafio empreendedor e gerencial.
Compare os resultados e verifique se escolheu o melhor fornecedor para cada uma de suas maté-
rias-primas ou mercadorias.
A
tualmente, é possível abrir uma empresa
prestadora de serviços em São Paulo em
quinze dias. Porém, é necessário conhe-
cer as exigências da Junta Comercial, da Receita
Federal e da Prefeitura, sendo fundamental con-
tratar os serviços de um escritório de contabi-
lidade especializado em abertura de empresas,
que saberá todos os trâmites legais para que
não ocorram, durante esse processo, problemas
como lentidão, erros ligados ao enquadramento
tributário e no contrato social, os quais poderão
causar prejuízos futuros ao empresário. Mas,
antes de pensar em dar início à documentação
para a abertura da empresa, o futuro empresário
deve analisar se ele preenche três requisitos im-
portantes, essenciais para o seu sucesso:
1. conhecimento do negócio;
2. reserva financeira;
3. força para persistir.
Conhecimento do negócio
É imprescindível que o empresário saiba lidar com os problemas do cotidiano e, principalmente,
que consiga resolver os problemas de forma tranquila, com serenidade, sem estardalhaços, etc. Daí
vem o conhecimento do negócio: quem domina o seu negócio sabe o que fazer e como fazer na
hora certa; sabe pesquisar o mercado, analisar a concorrência, atender o cliente, e sabe qual é o seu
público-alvo. Ou seja, realmente entende do negócio em que atua e se interessa cada vez mais em
obter informações; não se entedia e tem disposição para o trabalho, inclusive aos finais de semana e
durante a noite. O empresário de sucesso está sempre comprometido com a sua empresa.
Reserva financeira
A reserva financeira é importante, porque, sem ela, é impossível manter as despesas do dia a dia.
Toda empresa precisa de um tempo para obter retorno financeiro do investimento. O empresário não
deve efetuar retiradas para fins pessoais no início do negócio, pois a empresa precisa de um fôlego
e o tempo varia de acordo com a atividade de cada uma, mas todas as empresas, sem exceção,
precisam de um período para gerar lucro. É importante traçar uma meta, planejar os custos e o fatu-
ramento; assim que houver disponibilidade, o empresário poderá começar a retirar seus lucros.
ATENÇÃO
O estabelecimento deve ter um responsável legal, além dos responsáveis técnicos, que são os
profissionais que compõem a equipe. Esteticistas e podólogos devem ter o certificado de conclusão
de curso, reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), afixado em local visível no
estabelecimento. A resolução no 79/2000 da Anvisa estabelece a definição e a classificação de
produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e outros com abrangência neste contexto.
Empresário
Para uma melhor compreensão do que vem a ser empresário, é necessário conferirmos os conceitos
trazidos pelo novo Código Civil brasileiro, que está em vigor desde janeiro de 2003.
Empresário
O conceito de empresário encontra-se previsto no artigo 966 do novo Código Civil:
“É empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou
circulação de bens ou de serviços”.
Lembra-se da figura da firma individual? Tratava-se das pessoas que atuavam, individualmente, sem
sócio, para exercer atividades relacionadas à indústria ou ao comércio. Com o novo Código Civil, a
firma individual deu lugar ao empresário, com a diferença que este, agora, também poderá atuar
como prestador de serviços.
• Benefícios
Ausência de burocracia: o próprio profissional faz seu cadastro, sem custos nem burocracia, direta-
mente no portal.
Custo baixo: o custo tributário mensal deste tipo de pessoa jurídica é o mais baixo do mercado.
Mensalmente, o MEI deve emitir o DAS (Documento de Arrecadação Simplificada) no próprio portal.
O pagamento mensal será de R$ 44,00 (INSS), mais R$ 5,00 (prestadores de serviços) e/ou R$ 1,00
(comércio e indústria).
• Limitações
Faturamento: o faturamento anual do MEI não deve ultrapassar R$ 60.000,00.
Funcionário: embora a contratação seja simplificada, pois o MEI recolhe apenas os 8% de FGTS
(Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), existe a limitação de apenas um funcionário.
Sociedade: o MEI não pode ter sócio, é apenas uma pessoa jurídica individual.
Faturamento
Tipo Sócios Funcionários Tributação
anual
MEI 1 R$ 60.000,00 1 R$ 44,00 + R$ 1,00 + R$ 5,00
Eireli – ME 1 R$ 360.000,00 - Simples
Eireli – EPP 1 R$ 3.600.000,00 - Simples
LTDA – ME 2 ou mais R$ 360.000,00 - Simples
LTDA – EPP 2 ou mais R$ 3.600.000,00 - Simples
Sociedade empresária
O conceito de sociedade empresária também é fornecido pelo novo Código Civil, em seu artigo 982:
“A sociedade empresária tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a
registro, inclusive à sociedade por ações, independentemente de seu objeto, devendo inscrever-
-se na Junta Comercial do respectivo Estado”. Deste modo, sociedade empresária é aquela em
que duas ou mais pessoas (empresários) exercem profissionalmente uma atividade econômica
organizada em estabelecimento próprio e adequado para a produção ou circulação de bens ou de
serviços, constituindo elemento de empresa. Como comentamos anteriormente, empresário não
é apenas aquele que profissionalmente produz ou circula bens (produtos ou mercadorias), mas
também aquele que profissionalmente produz ou circula serviços. Assim, muitos dos que até então
eram considerados autônomos passam a ser empresários, como os profissionais que se organizam
em um estabelecimento próprio e adequado com o objetivo de prestar os serviços realizados em
um salão de beleza.
Sociedade LTDA
Sociedade Simples LTDA Sociedade Empresária LTDA
(cartório) (Junta Comercial)
Características: Características:
• pessoalidade na administração da • impessoalidade na administração da
sociedade e no exercício da atividade; sociedade e no exercício da atividade pelos
• instalações simplificadas; próprios sócios;
• regras simplificadas (regime jurídico). • estabelecimento complexo;
• regras complexas (regime jurídico).
Não sujeição às regras de falência, seguindo
as regras da insolvência civil (regras mais Sujeição às regras de falência (obrigações) e
simplificadas). concordata (benefício).
Antigamente, as sociedades eram divididas por
seu objetivo social, ou seja, comércio na Junta
Comercial e prestação de serviço no cartório.
Hoje, com o novo Código Civil, regra geral, as
sociedades passaram a ser classificadas pela
estrutura, pessoalidade no atendimento aos
clientes e regime jurídico.
Sociedades que podem se enquadrar na
hipótese acima:
representação comercial, cabeleireiro,
mecânica, pintura, serviços administrativos,
qualquer atividade regulamentada ou não
regulamentada.
2.5 INSTALAÇÕES
Os salões de beleza deverão ser mantidos nas mais perfeitas condições de ordem e higiene, inclusive
no que se refere a pessoal e material. A portaria CVC 11, de 16 de agosto de 1993, específica para
a legislação paulista, dispõe sobre o funcionamento de estabelecimentos que exercem atividade de
podólogo (pedicure), estabelecendo, entre outras coisas, as instalações mínimas necessárias para o
funcionamento de um salão de beleza:
• piso de material liso, resistente e impermeável;
• paredes e forros pintados de cor clara, com tinta lavável;
Alicates, espátulas e outros materiais de metal devem ser lavados e escovados com sabão
líquido, em água corrente; em seguida, devem ser secados e acomodados em embalagem
apropriada para esterilização. Recomenda-se que cada profissional tenha no mínimo seis jogos
de alicate e espátula de metal, para garantir sua saúde e a do cliente.1
1
Para mais informações, consulte no portal da Prefeitura do Município de São Paulo o Guia técnico para profissionais –
beleza com segurança, disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Guia_Final_1_1254748059.
pdf. Acesso em: 15 set. 2016.
Caso o salão de beleza também preste serviços de piercing e tatuagem, busque mais informações no Centro de Vigilância
Sanitária da Secretaria de Estado e da Saúde (http://cvs.saude.sp.gov.br).
As sociedades anônima e limitada são as mais comuns no Brasil, pois a responsabilidade dos sócios
é limitada em relação às obrigações assumidas pela empresa. Os demais tipos societários possuem
sócios que respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais, portanto não são aconselháveis.
Para se ter uma ideia, segundo dados divulgados pelo departamento nacional de registro do comércio
(DNRC), aproximadamente 99% das sociedades registradas entre 1985 e 2001 foram do tipo por
cotas de responsabilidade limitada. A sociedade anônima é mais adequada aos grandes empre-
endimentos, ou seja, às grandes empresas, em virtude da rigidez das regras que a regulamentam,
não sendo, portanto, uma boa opção para as pequenas empresas. A melhor opção para a pequena
empresa, sem dúvida nenhuma, é a sociedade limitada, uma vez que possui regras mais simples que
as demais, além de preservar melhor a figura dos sócios.
Para obter informações complementares, solicite publicações sobre o assunto. Acesse também o
site do Departamento Nacional de Registro de Comércio (DNRC) (http://www.dnrc.gov.br).
13o salário, descanso semanal remunerado (DSR), etc. Trata-se de uma autêntica relação de empre
go, com vínculo empregatício, em que figura de um lado o empregador e, de outro, o empregado.
Segundo a CLT, o vínculo empregatício caracteriza-se pela relação de trabalho sempre que esti-
verem presentes os seguintes elementos: subordinação, horário, habitualidade e pessoalidade,
mediante pagamento denominado salário.
Nesse sentido, a justiça trabalhista firmou entendimento de que a contratação de mão de obra ter-
ceirizada gera vínculo empregatício sempre que os serviços repassados envolvam a atividade-fim da
empresa contratante. Lembramos que a contratação de empregado de forma irregular pode gerar
grandes aborrecimentos à empresa em questão:
• Reclamação trabalhista: em que o empregado poderá pleitear todos os direitos e encargos
trabalhistas previstos na CLT e outras leis pertinentes.
• Autuação do Ministério do Trabalho (MTB).
• Ausência do seguro previdenciário em casos de acidentes.
Assim, por exemplo, a empresa poderá contratar uma empresa especializada, ou mesmo um profis-
sional autônomo (contratado), para lhe prestar serviços de manutenção nos equipamentos da em-
presa. Também pode, se quiser, contratar empresas que lhe prestem serviços de vigilância, limpeza
e portaria. Veja que os exemplos mencionados são atividades que servem de apoio aos objetivos
sociais da empresa, e não têm qualquer relação direta com a instrução e a prática de serviços de
um salão de beleza, pois esta é sua atividade-fim. Com a terceirização das atividades-meio da
empresa, é possível dedicar-se com mais afinco às atividades essenciais típicas do salão de beleza.
Mas lembre-se: nesta relação, não pode haver os elementos caracterizadores do vínculo empre
gatício, próprio da relação patrão-empregado.
O recolhimento na forma do Simples Nacional não exclui a incidência de outros tributos não listados
anteriormente. Mesmo para os tributos já listados, há situações em que o recolhimento se dará à
parte do Simples Nacional. Saiba como determinar a alíquota acessando o site da Receita Federal do
Brasil (www.receita.fazenda.gov.br) e clicando em Simples Nacional.
A lei geral estabelece normas gerais relativas às ME e EPP no âmbito dos poderes da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios, abrangendo não só o regime tributário diferenciado
(Simples Nacional ou Super Simples) como também aspectos relativos a licitações públicas, relações
Sem dúvida, o Simples Nacional tem se apresentado como a melhor opção para as ME e as EPP,
tanto pela economia tributária que proporciona como pela simplificação do recolhimento dos tributos.
Analise com o contabilista e informe-se no Sebrae sobre a possibilidade de enquadramento de seu
salão de beleza neste sistema de tributação. A possibilidade de enquadrar a empresa no Simples
Nacional depende de uma série de fatores estabelecidos na lei, especialmente quanto aos tipos de
serviços prestados, volume da receita bruta, condições societárias, etc. Sobre o recolhimento do
tributo do Simples Nacional, ele deverá ocorrer até o último dia útil da primeira quinzena do mês
subsequente ao do período de apuração do tributo, por meio do documento de arrecadação do
Simples Nacional (DAS).
Lucro arbitrado
Regra geral, o lucro arbitrado é um mecanismo adotado pela autoridade tributária que arbitra a base
de cálculo do imposto das pessoas jurídicas sempre que estas deixam de cumprir suas obrigações
acessórias (escrituração, por exemplo). Dessa forma, esta modalidade não se apresenta como opção
comum a ser adotada por seu salão de beleza.
Lucro real
É o lucro líquido do período de apuração, ajustado pelas adições, exclusões ou compensações es-
tabelecidas em nossa legislação. Trata-se do sistema mais complexo de todos, entretanto, depen-
dendo de uma série de fatores que devem ser avaliados com seu contador, pode ser a melhor opção
para a sua empresa. Para se chegar ao tributo devido, a empresa deverá aplicar a alíquota de 15%
sobre a base de cálculo (que é o lucro líquido). Haverá um adicional de 10% para a parcela do lucro
que exceder o valor de R$ 20.000,00, multiplicado pelo número de meses do período. O imposto
poderá ser determinado trimestral ou anualmente. Neste último caso, o imposto deverá ser recolhido
mensalmente sobre a base de cálculo estimada.
Lucro presumido
É o lucro que se presume por meio da receita bruta de vendas de mercadorias e/ou prestação de
serviços. Trata-se de uma forma de tributação simplificada opcional, utilizada para determinar a base
de cálculo do IR e da CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas à apuração do lucro
real. Nesse regime, a apuração do imposto é feita trimestralmente. A base de cálculo corresponde
a 1,6%, 8%, 16% ou 32% da receita bruta, conforme a atividade desenvolvida pela pessoa jurídica.
A alíquota é determinada em 15% a ser aplicada sobre a base de cálculo encontrada. Haverá um
adicional de 10% para a parcela do lucro que exceder o valor de R$ 20.000,00, multiplicado pelo
número de meses do período.
Valores devidos pelo empresário e autônomo: a empresa também deverá descontar e reter na fonte
11% da remuneração devida ou creditada, a qualquer título, no decorrer do mês, ao autônomo e
empresário (sócio ou titular), observado o limite máximo do salário de contribuição.
Se a extinção da sociedade for de interesse dos sócios, estes deverão se reunir para deliberar.
A decisão dos sócios se dará em reunião ou em assembleia, conforme o caso, especialmente
convocada para deliberar sobre o assunto, quando será lavrada uma ata de dissolução relatando
a decisão final.
Conforme dispõe o novo código civil, o processo de encerramento da sociedade somente se
concluirá após o cumprimento de três etapas distintas e sucessivas:
a) O ato de decisão dos sócios (seja sociedade empresária ou sociedade simples) de encerrar
as atividades, que a legislação denomina dissolução da sociedade.
b) Um procedimento preestabelecido e organizado a ser seguido pela sociedade, denominado
liquidação da sociedade.
c) A extinção da sociedade, que é o ato que finda todo o processo mencionado, possibilitando,
consequentemente, efetivar a baixa da empresa nos órgãos de registro.
De forma sucinta, a empresa deverá nomear um liquidante, que geralmente será o próprio contabilista.
Este deverá arrecadar os bens, livros e documentos pertinentes à sociedade; elaborar inventário e
balanço geral, ultimar os negócios da sociedade, realizar assembleia semestral e de encerramento e,
por fim, proceder à averbação da ata de reunião.
A importância do contabilista
Toda e qualquer empresa deverá contar com a assessoria de um escritório contábil. Como se
sabe, nossa legislação estabelece várias obrigações – comerciais, tributárias, fiscais, trabalhistas,
previdenciárias, etc. – para as empresas. Portanto é fundamental procurar um contabilista que lhe
auxilie nesta importante e difícil tarefa. Nunca contrate um profissional levando em conta somente o
preço cobrado. A importância do contabilista para a empresa se equipara à do médico para as
pessoas. Procure indicações com amigos ou parentes sobre um bom profissional que lhes presta ou
já prestou serviços. Converse com o contabilista e veja os serviços que ele pode oferecer. Escolhido
o profissional, exija um contrato escrito que estabeleça todas as obrigações das partes, valor dos
serviços, forma de pagamento, etc. Saiba que sua empresa será a responsável por qualquer proble-
ma que venha ter com o fisco, mesmo que o erro seja causado por culpa do contabilista. Nesse caso,
primeiro será necessário acertar-se com ele para, somente depois, ingressar com ação judicial a fim
de apurar eventual responsabilidade do profissional. Portanto, escolha bem o contabilista que irá
cuidar da “saúde” de sua empresa. Na verdade, este é o procedimento que deve ser adotado sempre
que for contratar um profissional para lhe prestar serviços, seja ele contabilista, médico, advogado,
engenheiro, ou empresas de cobrança, informática, vigilância, limpeza, etc.
Informações complementares
É possível obter informações mais detalhadas diretamente nos órgãos mencionados ao longo desta
apostila, nos sites listados ou pessoalmente. Esta apostila tem por objetivo alertá-lo sobre as princi-
pais obrigações a que sua empresa está sujeita, entretanto existem outras exigências legais a que se
deve atentar. Portanto, informe-se, consulte seu contabilista e os órgãos envolvidos, e sempre que
necessário, contrate um profissional qualificado que possa lhe assessorar nos casos mais difíceis.
Lembre-se de que o barato pode sair caro.
U
m dos grandes bens que qualquer orga-
nização possui são seus recursos huma-
nos. Os talentos que fazem as atividades
cotidianas fluírem e a produtividade atingir seus
melhores índices. A gestão de pessoas tem
passado por uma evolução nos últimos anos
e os profissionais estão sendo tratados cada
vez mais como talentos do que como apenas
funcionários, o que gera uma valorização das
pessoas, influenciando no clima organizacional.
Empresas que alcançaram o sucesso perce
beram que ao tratar os funcionários como co-
laboradores e parceiros conseguiram alcançar
melhores resultados e com um prazo menor.
Talvez esse possa ser um dos grandes diferen-
ciais na gestão de pessoas, um dos principais
problemas nos salões de beleza. A grande rota-
tividade de pessoas nos salões gera inúmeros
contratempos e diminuição da produtividade. É
necessário desenvolver o comprometimento da
equipe, trabalhando a motivação, o clima orga-
nizacional e o desenvolvimento pessoal para que
a produtividade desejada seja alcançada. Para
essa moderna gestão de pessoas, alguns passos
devem ser seguidos, como uma seleção criterio-
sa dos profissionais especializados, o desenvol-
vimento do perfil empreendedor, treinamento e
desenvolvimento pessoal de toda a equipe.
• Conhecimento dos produtos: muitos profissionais não se beneficiam do uso de produtos por
falta de conhecimento sobre eles, não sabendo, então, aconselhar seus clientes, o que dificulta a
revenda.
• Conhecimento técnico: diagnósticos de cabelo e couro cabeludo, afecções na pele, nas unhas,
produtos indicados, quantidades que devem ser utilizadas, modo de uso, tempo de pausa, etc.
Todos esses problemas são causados por falta de conhecimento técnico dos produtos e dos
serviços executados.
Trabalhar em equipe não significa que todos tenham que fazer tudo, mas sim, ter a consciência do
todo e do papel de cada um neste todo. Trabalhar em equipe é saber respeitar as diferenças, e com
uma boa comunicação executar a tarefa proposta.
3.4 ORGANOGRAMA
O organograma é uma representação gráfica da distribuição de cargos e funções dentro de uma
organização. Lembrando as relações burocráticas que desenvolvemos com nossos profissionais,
devemos ter o cuidado de não caracterizar a subordinação para os profissionais que são contratados
por meio de contrato de parceria. Ele deve ser pensado e desenhado para atender às necessidades
da organização, e é parte integrante do manual de rotinas e procedimentos, devendo ser apresentado
a todos os envolvidos. Devemos lembrar que o organograma deve desenhar os cargos e não neces-
sariamente as pessoas que compõem a equipe. Abaixo um exemplo de organograma de um salão:
2. Treinamento
Por mais experiência que o profissional possua, sempre há algo novo a ser aprendido. O trabalho
de treinamento de pessoal não termina nunca. É essencial que a empresa tenha um planejamento
constante de suas atividades de treinamento, identificando quais são as necessidades e quais os re-
cursos serão utilizados para treinar os profissionais interna ou externamente. O treinamento irá refletir
na qualidade do atendimento ao cliente, no trabalho em equipe, no desenvolvimento pessoal e no
clima organizacional.
3. Avaliação de desempenho
A avaliação de desempenho é a apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa em função
das atividades que ela desempenha, das metas e dos resultados a serem alcançados e do seu po-
tencial de desenvolvimento.
Periodicamente, a organização deve avaliar como está o desenvolvimento de seus profissionais, se
suas competências estão de acordo com as necessidades de cada função.
Para que essa avaliação seja eficaz, é necessário que o gestor conheça bem a função desempenhada
por cada funcionário/parceiro, identificando quais as competências necessárias para o desempenho
de cada função. Só então será possível avaliar se o profissional/parceiro tem as devidas compe
tências ou precisa desenvolvê-las.
4.1 MARKETING
D
e acordo com Kotler e Armstrong (2015),
marketing é uma orientação da adminis-
tração que visa proporcionar a satisfação
do cliente e o bem-estar do consumidor em lon-
go prazo, como forma de satisfazer aos objetivos
e as responsabilidades da organização. Outros
autores falam do marketing como o processo de
atrair e manter clientes, ou o conjunto de ações
empreendidas para conduzir ao cliente determi-
nado produto ou serviço.
Assim, marketing é muito mais do que apenas
propaganda.
Imagem: Thinkstock.
A análise SWOT é utilizada para identificar os pontos fortes e fracos de uma organização, assim
como as oportunidades e ameaças às quais ela está exposta.
O primeiro passo da análise é verificar o ambiente interno da empresa, pois envolvem aspectos fun-
damentais sobre seu funcionamento. As forças e fraquezas devem ser avaliadas no momento atual
da organização.
• Forças: são relacionadas diretamente às vantagens que a empresa possui em relação aos seus
concorrentes, como as aptidões mais fortes da empresa. A análise destas forças deve definir a
vantagem competitiva que ela trará para o empreendimento. Quanto mais vantagem em relação
à concorrência, mais relevante será.
• Fraquezas: são relacionadas às desvantagens da empresa, afinal as fraquezas podem prejudi-
car o andamento do negócio. As fraquezas levantadas devem ser observadas minuciosamente e
corrigidas. Quando não for possível corrigi-las em um curto espaço de tempo, é ideal que sejam
elaboradas estratégicas para minimizar seus efeitos. O segundo passo é uma análise do ambiente
externo da empresa, na qual deve-se avaliar os concorrentes, consumidores, fatores políticos,
econômicos, sociais, culturais, legais e tecnológicos. Assim, pode-se observar as ameaças e as
oportunidades do negócio.
• Ameaças: devem ser analisadas e tratadas com muito cuidado, pois podem prejudicar a empresa,
interferindo diretamente em seus resultados.
• Oportunidades: embora não se tenha controle sobre as oportunidades, elas podem influenciar
positivamente a empresa.
Assim, a importância de utilizar a análise SWOT como ferramenta do plano de marketing é oferecer
uma ampla análise ambiental interna e externa para o planejamento estratégico da organização.
O segundo passo do planejamento é a definição do público-alvo. Por meio de uma pesquisa de mer-
cado, levantam-se informações como:
• geográficas: tamanho potencial do mercado;
• demográficas: faixa etária, sexo, profissão, renda, educação;
• psicográficas: estilo de vida e atitudes;
• comportamentais: hábitos de consumo, benefícios procurados, frequência de consumo, etc.
O terceiro passo é a definição do posicionamento no mercado, ou seja, como o cliente verá o ne-
gócio. Nesse momento, o empreendedor irá definir a imagem que deseja transmitir ao seu cliente
em relação aos seus concorrentes.
O quarto passo é a definição da marca, ou seja, a identidade da empresa, a maneira como ela será
conhecida. Na definição da marca, definimos o nome da empresa, o símbolo e o slogan.
Ao criar a marca é muito importante que sejam realizados uma pesquisa e o registro dessa marca no
Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Tanto a pesquisa quanto o registro da marca
podem ser feitos diretamente no INPI ou por empresas especializados. A pesquisa mostra se já
existe alguma empresa no ramo com o mesmo nome; se houver, deve-se criar um novo nome. É
essencial também realizar o registro do domínio da internet, afinal o público está cada vez mais
buscando informações sobre as empresas na rede e é de extrema importância que o seu ne
gócio tenha um site. A pesquisa e o registro do domínio podem ser realizados em: www.registro.br,
www.fapesp.org ou em sites relacionados.
O quinto passo é a definição dos objetivos e metas da empresa, ou seja, os resultados que a
empresa espera alcançar. Esses objetivos e metas estão relacionados à missão da empresa e irão
orientar as suas ações.
O sexto passo é a definição das estratégias de marketing, em que podemos definir como a em
presa irá atingir esses objetivos. Essa etapa consiste na definição do mix de marketing.
• Praça ou ponto de distribuição: a localização do salão deve também estar de acordo com o pú-
blico-alvo que será atendido. Pensar na distribuição é analisar estrategicamente como o produto
ou serviço será entregue ao seu cliente. Pensar nas vantagens e desvantagens de determinada
localização, a venda dos produtos e serviços pela internet, por exemplo.
• Promoção: desenhar as estratégias de promoção é a combinação de métodos individuais, como
publicidade, venda pessoal e promoção de vendas em uma campanha coordenada. Deve-se
analisar o melhor veículo de comunicação e a melhor linguagem para a promoção do produto
ou serviço.
Dentro do salão:
Uma pesquisa recente descobriu que, de cada cem salões, somente quinze preparam o seu pessoal
de atendimento com cursos. Descobriu-se também que a maior preocupação é preparar o colabo
rador para saber mais do que seu trabalho profissional.
Um profissional competente deve ter conhecimentos, a partir de treinamentos:
• da empresa;
• dos produtos e serviços que vende;
• dos clientes;
• da comunicação;
• da forma de se vestir;
• do comportamento social.
Depois do salão:
• ouvir os clientes.
• uma pergunta importante: com quantos clientes você conversou no mês passado? E nos últimos
três meses?
Um fato interessante: um estudo recente do MIT mostrou que 80% das inovações nos produtos das
60 mil maiores empresas dos Estados Unidos foram sugestões de clientes.
Excelência no atendimento
Segundo o consultor de negócios Osvaldo Alcântara, a excelência “é o grande diferencial que um
salão de beleza pode oferecer a seus clientes”.1 E os números mostram que ele está com toda razão.
Um levantamento recente feito pelo grupo Ikesaki mostra as principais razões que fazem os clientes
deixarem de ir aos salões de beleza que costumavam frequentar:
• 3% mudam de endereço;
• 5% adquirem novos hábitos;
• 9% trocam de estabelecimentos devido a preços altos;
• 14% mudam de salão de beleza quando estão insatisfeitos com a qualidade dos produtos;
• 69% procuram outro salão por causa da má qualidade no atendimento.
1
Disponível em: revistacabeleireiros.com.br/materia/como-abrir-um-salao-de-beleza/function.file-get-contents. Acesso em:
27 set. 2016.
Todas as pesquisas realizadas pela psicologia social demonstram que as pessoas sentem neces-
sidade de serem tratadas como únicas. Portanto o cliente supõe que o salão e seus funcionários
devem atendê-lo de forma especial, única.
Formas de qualidade
Qualidade objetiva – aquela que o cliente vê.
• horários de atendimento;
• conforto na recepção;
• estrutura interna;
• local para estacionar.
Não se trata de vestir a camisa do salão, mas sim a do cliente. Sam Walton, fundador do Walmart,
dizia: “Clientes podem demitir todos de uma empresa, do alto executivo para baixo, simplesmente
gastando seu dinheiro em outro lugar”.
• Conheça a concorrência: visite e, se possível, seja cliente da concorrência. Só assim saberá o que
estão fazendo para fazer melhor.
• Nunca fale mal da concorrência. Preocupe-se em elogiar sua marca, pois poderá ofender um
cliente que já usou serviços da concorrência.
• Para o cliente, não existe uma só saída. Procure dar o máximo de opções, pois, caso ele não se
enquadre em nenhuma das suas alternativas, corre-se o sério risco de perdê-lo.
• Se você errou, assuma. Demonstre que está pronto para ajudá-lo, pois falhas acontecem. Tentar
encobrir o erro pode ser o fim do relacionamento para sempre.
• Educação: seja simpático, amável e cortês. Nesses momentos, você é a imagem total do seu
salão.
• Cuidado com preferenciais! Procure tratar seus clientes com imparcialidade, seja justo.
• Pesquise antes: busque descobrir as necessidades de seus clientes e, depois, só assim, tente
satisfazê-las. A pressa pode levar você e seus clientes a perderem tempo e dinheiro.
• Aparência: procure cuidar de si da mesma forma que de seu salão. Você será lembrado positiva
ou negativamente pelo cliente em função da aparência.
CÓD Nome
Data E-mail
Telefone residencial Celular/WhatsApp
Endereço
Facebook Instagram
Aniversário Data do casamento
Esposo(a) Filhos
Profissão Empresa
Preferências
Observações
É necessário atualizá-lo constantemente e utilizar as suas informações para uma melhor interação
com seu cliente – o chamado marketing de relacionamento. Enviar mensagens parabenizando pelo
aniversário e pela data comemorativa da profissão são alguns desses recursos. Ter sempre à dis-
posição da cliente a cor do esmalte ou da tintura que ela utiliza, realizar uma marcação de horários
proativa, ou seja, planejar o retoque da tintura e ligar antecipadamente para lembrá-la, por exemplo.
Ter a informação sobre o cliente e utilizá-la em uma interação constante, melhorando o relacionamento
com o cliente e buscando sempre atender às suas necessidades. Para uma fidelização, também é
utilizada a criação de um cartão fidelidade, onde, a cada dez atendimentos, por exemplo, o cliente
ganha mais um ou um brinde. A seguir, um cartão fidelidade como exemplo:
Frente: (Cartão de visita do salão)
Salão de Beleza......
Verso: (Fidelização)
Data: __/__/__ Data: __/__/__ Data: __/__/__ Data: __/__/__ Data: __/__/__
Data: __/__/__ Data: __/__/__ Data: __/__/__ Data: __/__/__ Data: __/__/__
Na realização de seu projeto, leve em consideração alguns aspectos que podem ser decisivos para
a boa prática dos serviços e o melhor atendimento ao cliente:
• Que serviços serão oferecidos?
• Quantos atendimentos são esperados por dia? E simultaneamente?
• Qual é o espaço físico necessário para a excelência na prestação desses serviços?
• Quantos equipamentos e móveis serão necessários para a realização das atividades relacionadas
aos serviços ofertados?
• Quantos profissionais estarão envolvidos nestas atividades?
• Qual é o tamanho da equipe de atendimento para a realização dos serviços ofertados?
• Qual será o espaço físico de estoque necessário para armazenar todas as mercadorias utilizadas
nas prestações dos serviços?
• Haverá revenda de produtos no salão? Onde ficarão expostos os produtos a serem revendidos?
Qual é o espaço necessário para as vitrines ou até mesmo gôndolas?
• Serão utilizados sistemas de controle e de agendamento? Onde ficarão os microcomputadores?
E o servidor? E a administração?
Todas essas perguntas devem ser respondidas e estarem representadas no layout do seu salão
de beleza. Assim, tem-se a certeza de estar dimensionando corretamente o espaço físico, o que
permite que se façam com clareza as adequações necessárias para atender aos clientes com
a excelência que cada serviço ofertado demanda. Vale lembrar que o layout deverá contemplar a
circulação dos clientes e a melhor disposição dos prestadores de serviços, de modo que estimule
o cliente a adquirir novos produtos e serviços, que todo o material necessário para o atendimento
esteja sempre à mão e que a decoração seja condizente com o porte e a estrutura física do salão.
Mix de serviços
Atualmente, existe uma grande variedade de serviços que podem ser oferecidos em um salão de be-
leza, desde corte de cabelo à tatuagem. Porém, alguns cuidados na definição dos serviços a serem
ofertados são necessários. Para definir o mix de serviços ou a ampliação dele, deve-se considerar:
• as necessidades e desejos dos clientes;
• a estrutura física;
• o perfil de consumo dos clientes;
• a frequência de compra;
• o grau de exigência em relação aos serviços;
• as técnicas e tecnologias empregadas;
• a necessidade de constante atualização;
• a especialização e o perfil da mão de obra;
• os fornecedores de equipamentos e produtos.
Alguns dos serviços que os clientes podem encontrar para consumo em um salão de beleza são:
corte, coloração, hidratação, podólogo, manicure e pedicure, maquilagem, penteados, cauteri
zação, limpeza de pele, depilação, massagem relaxante, massagem estética, maquilagem perma-
nente, bronzeamento, tatuagem, piercing, etc.
Produtos
É comum encontrar nos salões de beleza a oferta de alguns produtos de embelezamento e cosmé-
ticos. Esses produtos são considerados um complemento à venda e devem ser oferecidos como
uma facilidade aos clientes, como um serviço complementar. Eles funcionam muito bem quando
estão atrelados a tratamentos capilares, de pele, maquilagens, etc. O único cuidado que se deve
ter é na escolha desses produtos e na variedade. Nunca se esqueça que devem ser adequados
para os clientes-alvo.
Estrutura
A estrutura básica deve contar com uma área de 30 metros quadrados – espaço suficiente para
montar um salão de pequeno porte. O ponto deve ter instalações elétricas e hidráulicas em boas
condições, com um ambiente bem iluminado, paredes e pisos claros e laváveis. É imprescindível
transmitir a impressão de limpeza. Para dar tratamento profissional ao negócio, é fundamental ofere-
cer facilidade de estacionamento e ter sala de espera ou, pelo menos, algumas cadeiras com direito
a cafezinho, água, TV ou música ambiente. É o mínimo de conforto a ser oferecido ao público, inde-
pendentemente de sua classe social. Vale lembrar que a estrutura também deve estar alinhada com
o público que se quer conquistar!
Equipamentos e móveis
Os equipamentos e os móveis são bens variáveis, ou seja, eles dependem dos serviços oferecidos
e do perfil dos clientes. Trata-se de itens essenciais para o sucesso do negócio e fundamentais para
fortalecer a imagem e o posicionamento do empreendimento junto ao mercado. Deste item depende
a percepção do cliente em relação aos serviços prestados: a percepção entre o que foi prometido
e o que o cliente pode experimentar. Entre os equipamentos básicos para um salão de beleza de
pequeno porte estão:
• cadeiras e bancadas com espelhos;
• lavatórios, secadores;
• equipamentos para manicure, pedicure e podólogo;
• equipamentos para depilador;
• estufas para esterilização;
• cadeiras para espera.
Circulação
É muito comum o proprietário se preocupar com o local onde vai colocar todos os produtos e
equipamentos e se esquecer do local onde o cliente vai circular, esperar pelo atendimento e pagar.
Geralmente, são os locais que sobram, mas, contudo, eles possuem grande importância no processo
da venda. Ninguém gosta de lugares apertados em que todos se esbarram com frequência. O salão
de beleza precisa ter uma boa fluidez.
Iluminação
Salões de beleza são locais que precisam estar bem iluminados. Deve-se ter muito cuidado com a
iluminação, principalmente nas bancadas de coloração e maquilagem. O efeito da iluminação pode
distorcer a percepção do resultado do serviço e causar insatisfação aos clientes. Existem lâmpadas
que não possuem uma boa reprodução de cores, podendo deixar o seu cliente com um aspecto
pálido ou amarelado. Ninguém quer que o cliente chegue em casa se sentindo um palhaço!
Pisos
Os pisos precisam ser bem avaliados antes de serem escolhidos. Nunca coloque um piso só por-
que ele é bonito; escolha aqueles que facilitam a limpeza e a higienização. Os claros, por exemplo,
abrem o ambiente e proporcionam a sensação de limpeza. Opte ainda por pisos antiderrapantes
e de alta resistência à abrasão, para aguentarem o alto tráfego e o impacto de possíveis objetos
que caiam ao chão. Alguns são escorregadios e, em dias de chuva, podem causar transtornos.
Ninguém quer que o cliente caia no chão do seu salão! Evite pisos muito desenhados, pois tendem
a poluir o espaço. Na dúvida, procure orientação sobre materiais com profissionais especializados.
Assim, evitam-se investimentos errados.
Cores
As cores devem estar em harmonia com a proposta do negócio, ou seja, com o ambiente que se quer
oferecer ao cliente: um ambiente mais aconchegante, mais fashion, mais clássico, mais descontraído,
mais leve ou mais clean. Nunca se esqueça de que a composição do ambiente do salão de beleza
deve ser a “cara” do cliente. Ou seja, deve-se criar um ambiente alinhado com o perfil, o estilo e o
jeito do cliente-alvo; ao identificar-se com o salão, ele passará a frequentá-lo.
Opte por pinturas com tinta acrílica semibrilho nas paredes, porque são mais facilmente laváveis.
Forro
Forros claros, além de ampliar o ambiente, ajudam na iluminação e passam uma sensação de lim-
peza. Eles podem ser de gesso acartonado, pintado com tinta acrílica, lambri pintado de esmalte
sintético acetinado ou de PVC branco.
Fachada e sinalização
Opte por fachadas abertas e envidraçadas, pois um ambiente de trabalho bem organizado e ela-
borado será um grande cartão de visitas para as pessoas que passam. Sua loja possui uma
marca que a identifique? Ela é aplicada da mesma maneira e com as mesmas cores em todo o
material que produz? Não? Então corra para arrumar isso! A identidade visual de uma empresa
pode ser o seu maior bem. Uma loja precisa ser bem identificada, e o cliente precisa assimilar sua
marca de uma maneira facilitada. Ter a preocupação com um bom letreiro na fachada é o primeiro
passo. Dentro da loja, a marca também precisa estar presente, podendo ser aplicada no fundo do
caixa, em banners, nos uniformes, nos materiais de divulgação, em um cartão de fidelidade, etc.
Uma tabela de preços bem organizada, contendo todos os serviços oferecidos e seus respecti-
vos valores, também faz parte da sinalização e programação visual do salão de beleza. O cliente
que foi apenas cortar o cabelo, ao ter contato com a tabela de preços, pode descobrir que são
oferecidos outros serviços de seu interesse. A sinalização das promoções também é muito impor-
tante – elas precisam parecer vantajosas para o cliente, mas nada de excessos.
Lembre-se: pode-se ter clientes com vários perfis, como crianças, adolescentes e
idosos. Não se esqueça deles! Não adianta oferecer um ambiente com música jovem
e agitada, com inúmeras TVs com videoclipes, se seu público-alvo são pessoas mais
idosas. É muito importante administrar os momentos de ócio e ansiedade do cliente,
principalmente no momento de espera. Usar artifícios para entreter o cliente é sempre
uma boa ideia.
5.6 PROCESSOS
Uma das maneiras de se garantir a qualidade no atendimento do cliente é determinar e controlar
bem os processos que ocorrem dentro do salão. Um salão de beleza é uma empresa prestadora de
serviços que tem em seu perfil a oferta de vários serviços que são feitos por um profissional em favor
de algum cliente. Todos os serviços devem ser muito bem cuidados. Na visão do cliente, quando
uma empresa oferta o serviço sempre da mesma maneira, independentemente do profissional que
irá executá-lo, ela apresenta um nível de profissionalismo e comprometimento com o cliente. É essa
admiração e fidelidade com o público que o gestor precisa buscar. O cliente precisa visualizar o salão
como uma empresa e ser fiel a ela, e não ao profissional. Todas as rotinas devem acontecer sempre
da mesma maneira. Para que os processos sejam padronizados, eles devem ser desenhados e co-
nhecidos de todos. Uma ferramenta que pode ser utilizada para esse fim é a elaboração do manual
de rotinas e procedimentos que a ANVISA orienta que seja elaborado. Nele, cada uma das atividades
é descrita, orientando os profissionais a como realizar cada atendimento.
Data
Entrada Saída Saldo
COD Produto
Qtde. R$ Unit. R$ Total Qtde. R$ Unit. R$ Total Qtde. R$ Total
Um perigo que existe e que pode inclusive comprometer financeiramente qualquer empresa são os
desvios de estoque. Sejam desvios por perdas, sejam por furtos, quando realizamos um minucioso
controle de estoque é possível identificá-los e procurar combatê-los.
C
omo já foi elaborado o layout e definidos
os espaços a serem explorados, tanto
na capacidade de atendimento quanto
na quantidade de pessoas envolvidas nesses
processos, chegou a hora de levantar os valores
a serem investidos nos recursos físicos (móveis,
equipamentos, materiais, insumos, etc.) e huma-
nos (cabeleireiros, manicures, esteticistas, mas-
soterapeutas, recepcionistas, etc.). Para tanto,
são necessárias a homologação de fornecedores
e uma rigorosa seleção de prestadores de servi-
ços e colaboradores.
1 R$ R$ R$ R$ R$
2 R$ R$ R$ R$ R$
3 R$ R$ R$ R$ R$
4 R$ R$ R$ R$ R$
5 R$ R$ R$ R$ R$
6 R$ R$ R$ R$ R$
7 R$ R$ R$ R$ R$
8 R$ R$ R$ R$ R$
9 R$ R$ R$ R$ R$
10 R$ R$ R$ R$ R$
11 R$ R$ R$ R$ R$
12 R$ R$ R$ R$ R$
13 R$ R$ R$ R$ R$
14 R$ R$ R$ R$ R$
15 R$ R$ R$ R$ R$
Total R$ R$ R$ R$ R$
Prazo de entrega
Forma de pagamento
Assistência técnica
Garantia
Este é somente um exemplo de tabela orçamentária que poderá facilitar a escolha de fornecedores;
ela pode ser melhorada com o incremento de itens para cada tipo de negociação. A sugestão é
que pelo menos três fornecedores diferentes sejam consultados e comparados. É claro que existem
produtos específicos e exclusivos de um único fornecedor, aos quais não caberão comparações,
porém vale lembrar que a maioria dos produtos são similares ou substitutivos.
Assim, para cada nova aquisição, deve ser realizada uma nova cotação. É claro que você já deve ter
escolhido seu fornecedor, porém é necessária uma pesquisa periódica para saber a satisfação do seu
cliente e se o seu fornecedor continua atendendo, ou melhor, superando suas expectativas. Afinal,
lembre-se: aqui, você é o cliente. Depois de escolhidos os produtos e seus respectivos fornecedores,
é chegada a hora de verificar o tamanho do investimento que será realizado, ou seja, quanto terá de
ser gasto para comprar todos os recursos físicos necessários para a adequação do estabelecimento.
Neste momento, o empresário se preparará financeiramente e escolherá as formas de pagamento de
acordo com a disponibilidade de capital.
A seguir, propomos um modelo de relação de itens a serem adquiridos e os valores orçados (exem-
plos), conforme os grupos patrimoniais a que cada um deles pertence. É importante agrupar cada
elemento de recurso físico de acordo com sua natureza, pois essa informação será de grande impor-
tância para o cálculo da depreciação dos ativos imobilizados que se estará adquirindo.
Recursos humanos
A contratação de pessoas, ou até mesmo a parceria entre prestadores de serviços, deve contemplar
os espaços, a previsão de atendimentos e a diversidade de serviços propostos. Ou seja, um número
inadequado de pessoas no estabelecimento gera uma série de problemas:
• baixa produtividade;
• ociosidade;
• insatisfação causada por baixos resultados (ganhos);
• desmotivação da equipe;
• aspecto de bagunça.
É equivocada a ideia de que, quanto maior o número de pessoas atendendo, maior será o rendimento
do salão, pois, se o espaço físico não estiver de acordo com este volume, as pessoas “baterão ca-
beças”, e tanto o colaborador quanto o cliente perceberão que algo está errado e que o serviço, em
consequência, não está sendo prestado com excelência. O ideal é considerar a quantidade prevista
de serviços prestados por modalidade, por dia, por hora, se possível, de forma a dispor os recursos
para a realização dos atendimentos da melhor e mais eficaz forma. Após este levantamento e feitas
as contratações e parcerias necessárias para o melhor atendimento aos clientes, é hora de transfor-
mar tudo em números. Para tanto, propomos a tabela a seguir (exemplo), que representa uma folha
de pagamentos bastante simplificada:
(-) Descontos
7 Maria José Cabeleireira 1.108,68 8% 88,69 66,52 16,63 171,84 936,84 88,69
A partir da tabela anterior, acrescentando os encargos sociais que incidem sobre as folhas de
pagamento, temos as seguintes obrigações com pessoal:
• salários líquidos: R$ 8.174,00;
• pró-labore líquido: R$ 2.670,00;
INSS, dividido em:
empresa: 20% da folha total – R$ 2.534,66;
• terceiros: 5,8% sobre total (empregados) – R$ 561,05;
• RAT: 2% sobre total (empregados) – R$ 193,46;
• FGTS: 8% sobre total (empregados) – R$ 773,87;
• Total de gastos mensais com pessoal: R$ 14.907,04.
Vale lembrar que esse valor só está considerando os gastos com salários e encargos. Ainda restam
os valores referentes aos benefícios, como vale-refeição, vale-transporte, assistência médica, seguro
de vida, etc., os quais não foram considerados por sofrerem alterações de empresa para empresa e
de pessoa para pessoa.
Observe que, para cada grupo de ativos, foram considerados prazos de vida úteis diferentes, para
que, ao fim, a empresa esteja apta a adquirir um novo equipamento que substituirá aquele que já se
deteriorou ou que se tornou obsoleto. Dessa forma, é preciso avaliar os grupos de ativos que haverá
no salão de beleza e os prazos de vida útil de seus bens.
A tabela a seguir propõe um exemplo de orçamento de despesas mensais que podem ser conside-
rados em um salão de beleza:
Encargos 4.063,04
Água 450,00
Energia 750,00
Aluguel 2.100,00
Depreciações 877,94
Seguros 210,00
Publicidade 450,00
Wi-fi 120,00
TOTAL 27.029,98
É claro que existirão outras despesas que não foram consideradas na tabela PL4. Ela deverá ser utili-
zada apenas como um exemplo prático, para que se realizem os estudos e sejam inseridos os valores
de despesas que realmente façam parte da estrutura física do salão de beleza.
As tabelas a seguir (PL5 e PL6, respectivamente) apresentam um modelo muito simples de apuração
da capacidade de atendimento do salão de beleza.
Considerando-se um intervalo de 7,5 minutos para cada hora de trabalho disponível, a capacidade
máxima de horas trabalhadas por colaborador será:
A proposta deste cálculo sugere que o colaborador tenha um descanso ou até mesmo uma ociosi-
dade natural para conversar, tomar um café ou qualquer outra atividade que lhe proporcione con-
forto e motivação para o próximo atendimento. Afinal, ele não é uma máquina que pode ser ligada
às 08h00 e desligada às 18h00, trabalhando ininterruptamente. Considerando-se, então, que estão
disponíveis, para as atividades de manicure, 728 horas por mês, e que cada atendimento tem um
tempo médio de 30 minutos, conforme exemplo anterior, o salão de beleza terá uma capacidade
máxima de 1.456 atendimentos mensais. Na apuração dos serviços prestados pelos cabeleireiros,
foram considerados serviços padrões como penteados, tinturas, hidratações e cortes. Assim, foi
apurado um tempo médio de atendimento de 30 minutos, por procedimento, sendo a capacidade
máxima de atendimento do salão de beleza, no que diz respeito ao cabeleireiro, de 728 serviços
prestados por mês.
A tabela a seguir (PL7) apresenta uma proposta de vendas mensais considerando-se a capacidade
máxima de atendimento do salão e também a sazonalidade mensal. Foi imaginado também que
este salão inicia suas atividades em janeiro e, com o passar do tempo, vá adquirindo novos clientes.
Por isso, começa atendendo aproximadamente em 70% de sua capacidade total (janeiro) e chega
a atingir quase 100% em meses de pico, como maio e dezembro.
Manicure 677 728 777 825 922 825 825 825 874 922 922 971 10.093 841
Pedicure 339 364 388 413 461 413 413 413 437 461 461 485 5.046 421
Cortes 218 240 264 290 312 280 252 252 278 306 306 312 3.294 275
Hidratação 146 160 176 194 208 186 168 168 184 204 204 208 2.196 183
TOTAL 1.524 1.652 1.781 1.914 2.111 1.892 1.826 1.826 1.956 2.059 2.097 2.184 22.821 1.902
Este exemplo pode ser utilizado para se fazer a previsão de vendas do seu estabelecimento. O obje-
tivo é verificar quais serão os meses de maior movimento e os de menor movimento, de modo a se
preparar para as diferentes demandas e estabelecer planos táticos e de ação que contribuam para a
melhor administração do negócio.
P = CF + CV + DV + L
Em que:
P = preço
CF = custo fixo
CV = custo variável
DV = despesa variável
L = lucro
Custos/despesas fixas
Custos/despesas fixas não sofrem alteração de valor em caso de aumento ou diminuição da produção
e das vendas. Essa variável independe do nível de atividade, sendo também conhecida como custo
de estrutura. Exemplos: limpeza e conservação, aluguel de equipamentos e instalações, salários da
administração, segurança e vigilância. Possíveis variações na produção ou nas vendas não irão afetar
os gastos já mencionados anteriormente, que já estão com seus valores fixados. As despesas gerais
de administração, ou custos fixos, do salão de beleza que está sendo utilizado como exemplo nesta
apostila estão inseridas na tabela PL4. Vale lembrar que os valores variam de acordo com o porte ou
características do empreendimento. O valor que será considerado para efeito de cálculo do preço é
R$ 20.377,90, originário do resultado da seguinte fórmula:
Custos/despesas fixas totais = R$ 27.029,98 - R$ 6.652,08 referentes ao total dos salários brutos
dos funcionários de manicure e cabeleireiro. Este cálculo é necessário, pois os valores dos salários
serão considerados como custos variáveis. R$ 20.377,90 serão rateados entre todos os serviços
prestados pelo salão, e a forma de fazer este rateio leva em consideração o custo variável de cada
serviço ofertado.
Custo variável
O custo variável será determinado pelos insumos, ou seja, as matérias-primas utilizadas em cada
procedimento e a mão de obra empregada diretamente em cada serviço.
Seguindo com o exemplo da manicure, vejamos a relação de insumos utilizados em cada
procedimento:
• kit descartável de manicure: R$ 1,25;
• esmalte para aplicação: R$ 0,50;
• acetona para aplicação: R$ 0,25;
• óleo secante para aplicação: R$ 0,60;
• total dos insumos: R$ 2,60.
Como se pode notar, o cálculo deverá ser realizado para todos os procedimentos, e é claro que,
quanto maior a riqueza de detalhes na apuração dos insumos e do tempo de mão de obra de cada
atendimento, mais assertiva será sua apuração de custo. Quanto à manicure, o valor do custo
variável é de R$ 6,11.
Despesa variável
Para o cálculo do custo de cada serviço prestado no salão de beleza, será considerada uma
comissão de 25% do valor de venda de cada serviço. Assim, a cada R$ 100,00 vendidos pelo
salão, R$ 25,00 serão repassados aos profissionais que prestaram os serviços. Esta já é uma das
despesas variáveis que serão consideradas no cálculo do preço do serviço de manicure. Trata-se
de uma praxe de mercado, não sendo novidade considerar tal prática no cálculo do custo dos ser-
viços. Outra despesa variável são os impostos sobre as vendas dos serviços, como PIS, COFINS,
ISS, IRPJ e CSSL. Os últimos dois tributos são calculados sobre o lucro, porém podem ser estima-
dos sobre o faturamento.
As alíquotas variam conforme a localização do estabelecimento e o regime tributário em que foi en-
quadrado o salão de beleza. O exemplo anterior considera um regime tributário lucro real, localizado
na cidade de São Paulo.
De posse das informações anteriores, as despesas variáveis totais do salão de beleza são calculadas
da seguinte forma:
• mão de obra: 25,00%;
• tributos: 14,40%;
• TOTAL DV: 39,40%.
Lucro
O lucro é o percentual que o acionista, ou dono, do salão de beleza deseja realizar para ter um retorno
sobre o capital investido no negócio. Deve ser estabelecido conforme a expectativa de retorno,
porém devem ser considerados, como mencionado em capítulos anteriores, os valores cobrados
pela concorrência. Para o salão de beleza desta apostila, foi considerado um lucro real de 10%.
Em que:
• O custo variável total é o resultado da multiplicação entre o custo variável unitário e a quantidade
média mensal de vendas (por exemplo, a manicure: R$ 6,11 × 841 = R$ 5.138,51).
• O coeficiente de proporcionalidade é o resultado da divisão entre os custos/despesas totais
fixas do salão e o total dos custos variáveis do salão. Neste caso, os valores são: R$ 20.377,90/
R$ 19.437,14 = R$ 1,0484.
• As despesas fixas rateadas são os resultados da multiplicação entre o coeficiente de propor-
cionalidade e o custo variável total. Tomando como exemplo o serviço de manicure: 1,0484 ×
R$ 5.138,51 = R$ 5.387,21.
• Para as despesas fixas por unidade vendida (valor rateado), o cálculo é realizado dividindo-se o
valor das despesas fixas rateadas pela quantidade média de vendas. No caso dos serviços de
manicure: R$ 5.387,21 / 841 = R$ 6,41.
A tabela a seguir demonstra os valores de todos os serviços apresentados como exemplo do salão de
beleza da apostila, lembrando que a lógica do cálculo de cada um é a mesma que foi aplicada para
os serviços de manicure.
Pedicure R$ 27,92
Cortes R$ 56,06
Hidratação R$ 86,56
Penteados R$ 62,01
Tinturas R$ 101,40
Capital de giro
Quando calculamos os investimentos que serão realizados para a abertura da empresa, devemos
também planejar o capital de giro, isto é, uma reserva financeira para promover um fôlego financeiro
para a empresa em seus primeiros meses de funcionamento. Na abertura de qualquer empreendi-
mento é necessário ter uma reserva financeira para o pagamento das primeiras contas. Capital de
giro é o valor que a empresa possui para manter suas despesas operacionais diárias. É uma reserva
de rápida renovação, destinada a suprir as necessidades da gestão financeira do negócio ao longo
do tempo. Logo, esse valor irá cobrir as despesas antes que os recebimentos sejam concretizados.
Para calcular o capital de giro necessário, devemos levar em conta o volume de contas a receber, que
são resultado das vendas a prazo, ou seja, quando o consumidor utiliza do serviço ou leva o produto
e realiza o pagamento a prazo. Quanto maior o prazo você oferecer aos seus clientes, mais recursos
a empresa necessitará para custear suas contas.
Meses calculados 2
Dinheiro
Cartão de crédito
Cartão de débito
Cheque pré-datado
ENTRADAS
Recebimentos
TOTAL DE ENTRADAS
ADMINISTRAÇÃO DE SALÃO DE BELEZA
Salários
Encargos
Fornecedores
Aluguel
Água
Luz
SAÍDAS
Telefone
Pró-labore
Marketing
Contador
TOTAL DE SAÍDAS
Saldo operacional
ADMINISTRAÇÃO DE SALÃO DE BELEZA
Ponto de equilíbrio
Ponto de equilíbrio é o nível de faturamento em que as vendas cobrem os custos fixos do empreendi-
mento. Calcular o ponto de equilíbrio é necessário para proporcionar ao empreendedor ferramentas
para um planejamento financeiro e estratégico, uma vez que se tem a visão do faturamento mínimo
necessário para cobrir os custos da empresa.
Ponto de equilíbrio
Despesas fixas/margem de contribuição
Despesas fixas (R$) 20.381,62
No exemplo utilizado, calculamos as vendas totais (R$ 78.687,95), menos os custos variáveis
(R$ 19.438,37), menos as despesas variáveis (R$ 31.006,84). O saldo de R$ 28.242,74 deve ser
dividido pelo valor das vendas totais. O resultado é o índice chamado de margem de contribuição
(0,3589). Ao dividir o total de despesas fixas (R$ 20.381,62) pela margem de contribuição (0,3589),
temos o ponto de equilíbrio (R$ 56.789,13).
Lucratividade
A lucratividade é um indicador que demonstra ao empreendedor quanto ele ganhará a cada
R$ 100,00 vendidos. No exemplo utilizado, o valor é igual a R$ 10,00, ou seja, 10% das vendas,
conforme programado na formação dos preços.
Retorno do investimento
O retorno do investimento é um indicador que atrai muito o empreendedor, pois mostra o tempo
necessário para que ele recupere o capital investido. O salão de beleza aqui utilizado como exemplo
apresenta o seguinte capital investido:
Portal do Empreendedor:
www.portaldoempreendedor.gov.br
Receita Federal:
http://www.receita.fazenda.gov.br