Terapia Nutricional de Pacientes Na UTI - Scielo
Terapia Nutricional de Pacientes Na UTI - Scielo
Terapia Nutricional de Pacientes Na UTI - Scielo
Unitermos:
O tratamento do paciente gravemente enfermo tem despertado
• Nutrição enteral
bastante interesse nos últimos anos. A terapia nutricional tem um • Avaliação nutricional
papel fundamental para estes pacientes, visando: prevenir a • Dieta imunoestimulante
desnutrição calórico-protéica e avaliar e determinar as
necessidades nutricionais de forma mais adequada possível.
*Correspondência:
Inúmeras dietas estão disponíveis, no entanto, as dietas
J. Tirapegui
Depto. de Alimentos e Nutrição imunoestimulantes com arginina, ácido graxo ômega-3,
Experimental nucleotídeos e glutamina estão sendo muito utilizadas, com o
FCF-USP
Av. Prof. Lineu Prestes, 580
esforço de diminuir as complicações infecciosas, mas suas
05508-900 – São Paulo - SP vantagens terapêuticas ainda estão sendo debatidas.
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parenteral total (NPT), uma vez que o uso da via enteral grave (Kinney, 1995). Na década de 70, a NPT foi consi-
produz menor incidência de complicações, atenua a res- derada a terapia nutricional de “padrão ouro”. Pode ser ad-
posta inflamatória e previne a atrofia intestinal, e, conse- ministrada com segurança e tem sido parte dos cuidados
qüentemente, a translocação de bactérias do lúme intesti- dos pacientes desnutridos e criticamente enfermos
nal (Echenique, Correia, 1998). (Shikora, 1994).
Também, tem-se estudado a utilização de diferentes As preocupações centrais da UTI são o manejo do
substratos como os aminoácidos glutamina e arginina, os suporte respiratório, incluindo ventilação mecânica; su-
ácidos graxos ômega-3, assim como os nucleotídeos. O porte cardiovascular; apoio renal, metabólico e dos distúr-
objetivo é melhorar a resposta imune e atenuar a respos- bios com obstrução sangüínea e controle de complicações
ta inflamatória, com a intuito de aliviar a sobrevida do infecciosas (Morlion, Puchstein, 1998). Entretanto, a te-
paciente, diminuindo complicações e reduzindo a perma- rapia nutricional faz parte de forma integral e crucial do
nência de pacientes na unidade de terapia intensiva e tam- cuidado do paciente em terapia intensiva. Numerosos
bém a internação hospitalar. experimentos e estudos clínicos sugerem que a nutrição
Avaliar a eficácia clínica da terapia nutricional é enteral – a mais fisiológica forma de nutrição clínica –
particularmente difícil em pacientes de terapia intensiva. confere múltiplos benefícios sobre o paciente criticamente
Isto se dá pela dificuldade de se agrupar número enfermo (Moore et al., 1992; Matarese, 1994; Bower et
satisfatório de pacientes com o mesmo diagnóstico, obser- al., 1995; Giner et al., 1996; Suchner et al., 1996;
vando a gravidade da doença e o estado nutricional. Igual Kaminski, 1997; Echenique, Correia, 1998; Morlion,
desafio oferece a condução clínica, em face a múltiplas Puchstein, 1998).
terapias que são alteradas de acordo com as mudanças nas As alterações do estado nutricional podem surgir
condições clínicas (Klein et al., 1997). Não obstante, os como conseqüência do inadequado aporte de nutrientes
potenciais benefícios para esta população de alto risco (por exemplo: desnutrição), ou como resultado de uma
justificam os esforços empenhados em se aprimorar o seu alteração do seu metabolismo (por exemplo: sepse). Em
atendimento nutricional. qualquer um dos casos segue-se a redução da massa cor-
O valor teórico da terapia nutricional, em pacientes poral magra e a subseqüente perda de estrutura e função
críticos, é fornecer substratos que vão ao encontro das ne- dos órgãos e tecidos que a compõem. Em ambos os casos,
cessidades dos diferentes nutrientes e, desta forma, prote- a meta é prevenir que a desnutrição chegue a se converter
ger os órgãos vitais e amenizar a utilização do músculo em um co-fator importante na disfunção orgânica e na
esquelético e outros nutrientes de reservas como morbidade e mortalidade (Shronts, 1997). Isto é possível
substratos energéticos (Klein et al., 1997). quando se ofertam os nutrientes, ajustando-os em quanti-
dade e qualidade para as exigências do hipermetabolismo,
PAPEL DA DESNUTRIÇÃO NO PACIENTE especialmente o catabolismo protéico, observado nessas
CRÍTICO circunstâncias.
A adequada terapia nutricional para pacientes criti-
Apesar do notável avanço ocorrido nos últimos 30 camente enfermos depende da compreensão da fisio-
anos, os cuidados aos pacientes críticos continuam sendo patologia das respostas metabólicas às grandes cirurgias,
o maior desafio para todos os profissionais que atuam na traumas, doenças infecciosas e eventos similares, que se
Unidade de Terapia Intensiva (UTI). caracterizam por intenso estresse. A terapia nutricional,
A crescente atenção ao choque e à insuficiência cir- seja enteral ou parenteral, deve ser adaptada às exigênci-
culatória levou à formação de bancos de sangue durante a as do metabolismo frente ao estresse, com o propósito de
II Guerra Mundial, tal como a insuficiência renal gerou o evitar a utilização inadequada dos nutrientes e os efeitos
desenvolvimento da hemodiálise na década seguinte. A colaterais respectivos.
década de 1960 assistiu a introdução das unidades de te- A resolução-RCD número 63, da Agência Nacional
rapia intensiva com constantes melhoras na monitorização de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, de 06/07/00,
dos pacientes. Paralelamente, o crescente reconhecimento define a Nutrição Enteral como: “alimento para fins espe-
dos riscos da perda de peso do doente grave levou a esfor- ciais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma iso-
ços para fornecer nutrição intravenosa e, no final, à intro- lada ou combinada, de composição definida ou estimada,
dução da nutrição parenteral total. A NPT comprovou-se especialmente formulada e elaborada para uso por sondas
mais do que uma nova e importante terapia. Foi, na verda- ou via oral, industrializada ou não, utilizada exclusiva ou
de, poderoso instrumento de pesquisa para aprofundar os parcialmente para substituir ou completar a alimentação
conhecimentos sobre a resposta metabólica do paciente oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas ne-
Aspectos atuais na terapia nutricional de pacientes na Unidade de Terapia Intensiva 25
cessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambula- tavelmente resulta em perda de peso. A correlação entre a
torial ou domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos extensão de perda de peso e os resultados terapêuticos tem
tecidos, órgãos ou sistemas.” sido descrita, desde 1936, por vários autores (Morlion,
Na realidade, hoje, dispomos de dietas que não só Puchstein, 1998). Prejuízos mensuráveis já podem ser atri-
satisfazem essa exigência, mas também fornecem nutrição buídos à perda de peso maior que 10%. A perda de peso
diferenciada para indivíduos de várias faixas etárias e si- superior a 30% está associada ao aumento significativo na
tuações clínicas (Waitzberg, 1998). Determinar as neces- morbidade e mortalidade. A terapia nutricional desempe-
sidades nutricionais requer, em princípio, o conhecimen- nha papel temporário, mas valioso, até que as demais in-
to de um conjunto de informações da história nutricional tervenções terapêuticas possam vir a desempenhar seus
do paciente, dos sinais clínicos de desnutrição, de medi- efeitos. Diferentemente das intervenções específicas, tais
das antropométricas e determinações laboratoriais como, antibioticoterapia, ou cirurgias, a terapia nutricional
hematológicas, séricas e urinárias. Esta avaliação permi- não oferece expectativa que produzirá relevantes efeitos
te o planejamento da alimentação mais eficiente, precisa clínicos (Morlion, Puchstein, 1998).
e segura (Waitzberg et al., 1998).
As vias de acesso em nutrição enteral podem estar O USO E O DESUSO DA VIA DIGESTIVA
dispostas no estômago, duodeno ou jejuno, conforme as
facilidades técnicas, as rotinas de administração, bem Até algumas décadas atrás, a utilização do trato
como alterações orgânicas e/ou funcionais a serem gastrintestinal era considerado irrelevante para pacientes
corrigidas. Na dependência da localização em que for em UTI, uma vez que o intestino era visto como mero sí-
administrada, a dieta enteral deverá apresentar caracterís- tio de digestão e absorção dos nutrientes. Como resultado,
ticas específicas de osmolaridade, pH e conteúdo dos di- a nutrição enteral foi substituída pela nutrição parenteral,
ferentes nutrientes indispensável ao paciente. A técnica de a qual, com o advento de substratos sintéticos, como
administração pode ser contínua ou intermitente, em bolo aminoácidos cristalinos e emulsões lipídicas, tornou-se
ou gravitacional e, também, varia de acordo com a posi- bem estabelecida ao término da década de 1960 (Morlion,
ção da sonda/estomia no estômago e intestino delgado Puchstein, 1998). O processo digestivo era tido como ina-
(Waitzberg, 1998). tivo em pacientes criticamente enfermos.
Basicamente, uma dieta enteral deve ser balancea- Durante as duas últimas décadas, entretanto, o papel
da em proteínas, lipídeos, carboidratos, eletrólitos, vitami- do trato gastrintestinal em várias condições fisiopa-
nas e minerais (Nobrega et al., 1993). tológicas tem sido bem reconhecido. Em 1988, Wilmore,
Sepse é causa freqüente de morbidade e mortalidade entre outros autores, postularam “a hipótese que a
em pacientes críticos. Pode resultar em insuficiência de múl- Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) é
tiplos órgãos, acarretando a morte dos pacientes. Uma das originada no intestino”. Essa hipótese aponta o papel da
causas da sepse, em pacientes críticos, é a bacteremia que translocação bacteriana no desenvolvimento da SIRS,
poderá estar relacionada com o trato gastrintestinal, sendo sepse, choque e falência de múltiplos órgãos. Na luz des-
este a fonte de infecção. Nesta caso, as bactérias atravessam sa percepção, a restauração e o suporte da mucosa intes-
a barreira da mucosa intestinal e invadem os linfonodos e tinal, como barreira, têm significância particular. Tanto o
outros órgãos, num processo denominado translocação duodeno como o jejuno são dinamicamente órgãos ativos,
bacteriana (Nirigiotis, Andrassy, 1994). cuja função depende da presença dos nutrientes no espa-
O intestino contém grande quantidade de bactérias ço intraluminal (Morlion, Puchstein, 1998). A presença
e endotoxinas. É sobejamente conhecido que sob circuns- dos nutrientes é o maior estímulo para manutenção da
tâncias normais a mucosa intestinal previne a translocação função e integridade da mucosa intestinal. A completa
bacteriana. No entanto, a agressão e o dano da mucosa ausência de alimentação oral e/ou enteral e a utilização da
intestinal permitirão que a bactéria colonize os tecidos e nutrição parenteral resultam no comprometimento e na
leve à infecção e ao hipermetabolismo com conseqüente atrofia das microvilosidades da mucosa intestinal. A uti-
perda de nutrientes (Nirigiotis, Andrassy, 1994). lização da nutrição enteral tem vantagens comprovadas
Assim sendo, o principal objetivo da terapia em evitar a incidência de complicações sépticas e técnicas
nutricional para os pacientes na UTI é prevenir a desnutri- relacionadas com o cateter venoso central, tanto quanto
ção, visando aos menores índices de morbidade e morta- em reduzir custos e manutenção da função e integridade
lidade. Como mencionado anteriormente, a desnutrição da mucosa intestinal (Moore et al., 1992; Bower et al.,
em pacientes criticamente enfermos, associada ao 1995; Suchner et al., 1996; Shronts, 1997; Trice et al.,
hipermetabolismo e catabolismo aumentado, quase inevi- 1997).
26 M. I. L. de Vasconcelos, J. Tirapegui
constituída por tecido adiposo, que equivale de 10 a 25% ta calórica levará à continuidade de perda de peso, má ci-
do peso corpóreo para o sexo masculino e de 18 a 30% catrização, sepse, perda protéica e, em última análise, à
para o sexo feminino. Teoricamente a porção restante da falência de órgãos e morte. A super-alimentação, embora
composição corpórea, que não é gordura, constitui a massa menos freqüente, pode levar a problemas como
corpórea magra (MCM), composta de 75 a 85% do peso hiperglicemia, intolerância gastrintestinal e sobrecarga de
corpóreo (Mattar, 1997; Coppini et al., 1998). volume (Neto, 1993; Shikora, 1994; Waitzberg et al.,
Na prática da UTI, dificilmente os dados menciona- 1995; Shronts, 1997; Echenique, Correia, 1998). Segun-
dos são apurados com a mesma exatidão, por se tratar de um do Mainous e Deitch (1994), os efeitos da desnutrição
paciente crítico sujeito a inúmeras alterações dos valores incluem prejuízo na função imune, perda muscular e de-
pré-determinados para os distintos compartimentos corpo- mora na cicatrização de feridas. No passado, era comum
rais. O mais relevante, segundo Ruffier (1998), é agrupar os pacientes receberem mais que 4000 calorias por dia,
dados de forma a se caracterizar o paciente como desnutrido com o esforço de se evitar tais complicações.
grave ou não e se evitar a síndrome de hiperalimentação do Atualmente, sabe-se que a hiperalimentação é mais
desnutrido, que é uma prática habitual nos casos de estado prejudicial que a subnutrição. Estudos recentes, como de
nutricional grave do paciente. A terapia nutricional, nessa Valdés e colaboradores (1997) e Hannigan (1994), demons-
condição, deve ser instituída precoce e cautelosamente, traram que o excesso da ingestão de glicose passa a ser uti-
minimizando desde o início a resposta catabólica. lizado como substrato para o crescimento bacteriano e eleva
Atualmente, existe muita controvérsia quanto à de- a produção de CO2, que conduz à insuficiência respiratória.
finição do melhor método de estimar as necessidades Ocasiona, também, a esteatose hepática e prejuízo na fun-
calóricas, principalmente no paciente crítico. Sabe-se que ção dos neutrófilos. O excesso do consumo de proteínas au-
se deve manter o equilíbrio entre a necessidade e o gasto menta a eliminação do nitrogênio urinário, o qual pode
energético, uma vez que o objetivo primordial da terapia complicar a função renal. Em pacientes com falência hepá-
nutricional é prover nutrientes de acordo com as necessi- tica pode ocorrer o desenvolvimento da encefalopatia, de-
dades. Existem dois métodos amplamente recomendados vido ao acúmulo de outros resíduos nitrogenados. O exces-
para estimar as necessidades calóricas dos adultos. Um é so da ingestão de gordura, por sua vez, ocasionará o preju-
a equação de Harris-Benedict e o outro é a análise dos ízo da função dos neutrófilos, linfócitos, função pulmonar,
gases inspirados e expirados pela calorimetria indireta. o bloqueio do sistema reticuloendotelial, com perda das
Colhem-se amostras dos gases expirados no reservatório funções dos macrófagos e aumento da produção de
acoplado ao paciente e a partir daí são determinadas as prostaglandinas E2. Assim sendo, os autores concluem que
frações expiradas de O2 e de CO2, em sensores específicos a hiperalimentação pode resultar em graves problemas na
ou aparelhos para gasometria arterial, preparados e com função do sistema imune (Elisa, 1995; Kaminski, 1997).
sensibilidade para esses tipos de medidas. Assim, são Em resumo, para pacientes de UTI, preconiza-se
medidos o volume do oxigênio (VO2) e o volume do gás ingestão, em condições basais, de 20–25 kcal/kg do
carbônico (VCO2), que serão finalmente transformados peso atual/dia; para aqueles que não estão na UTI,
em Gasto Energético de Repouso (GER) em kcal/dia 30 kcal/kg do peso atual/dia (Lebow, 1994; Waitzberg, et
(Neto, 1993; Shikora, 1994; Waitzberg et al., 1995; al., 1995).
Shronts, 1997; Echenique, Correia, 1998).
Um dos melhores métodos para determinar as ne- UTILIZAÇÃO DE OUTROS NUTRIENTES
cessidades calóricas é a medida pela calorimetria indire-
ta. Foi determinado que a média dos pacientes requer Pacientes críticos têm alto risco de desenvolver
23 kcal/Kg de peso/dia para atender a suas necessidades complicações infecciosas. A integridade da mucosa
basais. A necessidade energética da maioria dos pacientes gastrintestinal é freqüentemente prejudicada, predispon-
hipermetabólicos (sepse, queimados) aumenta para valo- do à translocação da flora entérica, toxinas e macromolé-
res de 40-50 kcal/kg de peso/dia (Neto, 1993; Shikora, culas para a circulação sangüínea. Desta forma, a nutrição
1994; Waitzberg et al., 1995; Shronts, 1997; Echenique, enteral precoce é considerada a rota fisiológica recomen-
Correia, 1998). dada. Apesar do fornecimento adequado de calorias, as
fórmulas padrão parecem não manter a função imune em
PERIGOS DA PRESCRIÇÃO INAPROPRIADA níveis adequados. Assim sendo, esforços foram realizados
para mudar a dieta padrão, para uma terapia nutricional-
A determinação das necessidades calóricas ideais farmacológica. De acordo com um novo conceito, que
não pode ser super-enfatizada, uma vez que a baixa ofer- vem sendo discutido e testado em vários estudos que en-
28 M. I. L. de Vasconcelos, J. Tirapegui
Diversos estudos têm examinado os efeitos das di- ALEXANDER, J. W. Immunonutrition: an emerging
etas capazes de melhorar a resposta imune, mediante strategy in the ICU. J. Crit. Care Nutr., v.1, p.21-32, 1993.
medições in vitro da função imune e investigações clíni-
cas nos diversos tipos de pacientes. Muitos dos estudos ALVERDY, J. C. Effects of glutamine supplemented diets on
têm demonstrado melhora em pelo menos algumas deter- immunology of gut. JPEN, J. Parenter. Enteral. Nutr.,
minações in vitro da função imune. A maioria, porém, tem v.14, p.109S-13S, 1990.
sugerido alguma melhora nos resultados clínicos, tais
como a incidência de infecção, a permanência hospitalar ATKINSON, S., SIEFFERT, E., BIHARI, D. A prospective,
e a incidência da falência múltipla dos órgãos. Por outro randomized, double-blind, controlled clinical trial of
lado, alguns trabalhos realizados mostraram que as dietas enteral immunonutrition in critically ill. Crit Care Med.,
capazes de aumentar a resposta imune foram comparadas v.26, p.1164-72, 1998..
com dietas controle, que continham significativamente
menor quantidade de proteína e nitrogênio. Assim sendo, BARBER, A. E., JONES, W. G., MINEL, J. P., FAHEY, T.
quando estas dietas não contêm quantidades similares de J., MOLDAWER, L. L., RAYHURN, J. L., FRECHER,
nitrogênio, torna-se difícil obter conclusões significativas E., KEOGH, C. V., SIHRES, G. T., LOWRY, S. F.
acerca dos benefícios para a imunidade e os resultados Glutamine or fiber supplementation of a defined formula
clínicos. Apesar de ainda não se conhecer intimamente o diet: impact on bacterial translocation, tissue
mecanismo de ação destes “imunonutrientes”, várias são composition, and response to endotoxin. JPEN, J.
as pesquisas que, ao fornecerem dietas enriquecidas com Parenter. Enteral. Nutr., v.14, p.335-43, 1990.
arginina, RNA, ácido graxo ômega-3 e a glutamina para
pacientes que sofreram alguma intervenção cirúrgica, BARTON, R. G. Son benéficas en los pacientes críticamente
obtiveram como resultado melhor evolução clínica, com enfermos las fórmulas enterales capaces de incrementar
menor incidência de complicações infecciosas (sistêmicas la respuesta inmune? Lectura Nutr., v.4, p.7-27, 1997.
e da ferida) e período mais breve de recuperação. As pes-
quisas clínicas continuam para tentar conseguir a dosagem BEALE, R. J., BRYG, D. J. Clinical effects of
exata e os alcances de sua aplicação terapêutica. Embora immunonutrition on intensive care patients: a meta-
seja proposta antiga, a terapia nutricional, utilizando for- analysis. Intensive Care Med., v.2, p.46-51 1997.
mulações específicas ou suplementos, está tendo, nos úl-
timos anos, rápida evolução na terapêutica dos pacientes
críticos.
Aspectos atuais na terapia nutricional de pacientes na Unidade de Terapia Intensiva 29
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