História E Conceitos de Saúde Pública: Aprendizagem em Foco
História E Conceitos de Saúde Pública: Aprendizagem em Foco
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APRENDIZAGEM EM FOCO
HISTÓRIA E CONCEITOS
DE SAÚDE PÚBLICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Mariana S. C. Vianna
Leitura crítica: Danielle Leite de Lemos Oliveira
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INTRODUÇÃO
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TEMA 1
Do Brasil Colônia à
Primeira República
INÍCIO
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Autoria: Mariana S. C. Vianna
Leitura crítica: Danielle Leite de Lemos Oliveira
TEMA 1
TEMA 2
TEMA 3
TEMA 4
DIRETO AO PONTO
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varíola, condições precárias de moradia e higiene e poucas ações
efetivas de controle de doenças. O saber médico de então era por
vezes místico e outras, religioso. Pouco se conhecia a respeito dos
agentes etiológicos das doenças e formas eficazes de combatê-
las – tanto no Brasil como no mundo ocidental. A descoberta da
vacina no final do século XVIII na Europa permitiu o combate à
varíola de maneira mais efetiva do que vinha sendo realizada até
então, e ações de vacinação passaram a ser realizadas durante o
período imperial brasileiro (GURGEL et al., 2011).
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A Primeira República termina em 1930, quando se inicia a
Era Vargas. Esse período da história brasileira, entre 1888 a
1930, foi quando se deu o início do país enquanto nação como
conhecemos, e quando os esboços das políticas de saúde que
vemos ainda hoje começaram a ser desenhados.
Referências bibliográficas
GURGEL, C. B. F. M. et al. A varíola nos tempos de Dom Pedro II. Cadernos de
História da Ciência, v. VII (1). São Paulo: Instituto Butantan, jan./jun. 2011.
Disponível em: https://ojs.butantan.gov.br/index.php/chcib/article/view/152.
Acesso em: 15 set. 2020.
GURGEL, C. B. F. M. Índios, jesuítas e bandeirantes. Medicinas e doenças
no Brasil dos séculos XVI e XVII. 2009. 194 f. Tese (Doutorado em Clínica
Médica) – Faculdade de Ciências Médicas. Universidade Estadual de
Campinas, Campinas/SP.
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A desinformação, a demora na tomada de decisões pelo poder
público e a disseminação de receitas milagrosas para combater
a doença iam se somando ao aumento do número de doentes e
de mortos. O resultado dessa combinação foi um caos social, em
que faltavam alimentos, medicamentos, cuidadores e até caixões
(GOULART, 2005). Medidas de isolamento social começaram a
ser impostas, com recomendações sobre cobrir boca e nariz ao
espirrar ou tossir. À crise social juntou-se a crise política, com
críticas expressivas ao presidente da república, Wenceslau Braz,
e outras autoridades, como o diretor da Diretoria Geral de Saúde
Pública da época, Carlos Seidl.
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Caos social, econômico e político. Ciência posta em xeque,
desconhecimento sobre formas de contágio e tratamento
eficaz. Políticos e governantes criticados pelas ações em
resposta à doença. Cenário que descreve tanto a pandemia da
gripe espanhola em 1918 como a pandemia de covid de 2020.
Resta saber quais serão os caminhos a serem seguidos pela
saúde nas próximas décadas.
Referências bibliográficas
BERTUCCI, L. M. Influenza, a medicina enferma: ciência e práticas de cura
na época da gripe espanhola em São Paulo. Campinas: Unicamp, 2004.
GOULART, A. da C. Revisitando a espanhola: a gripe pandêmica de 1918 no
Rio de Janeiro. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 12, n. 1, p. 101-
42. Rio de Janeiro, jan./abr. 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/
hcsm/v12n1/06.pdf. Acesso em: 17 set. 2020.
TEORIA EM PRÁTICA
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FUNDAMENTAL
Indicações de leitura
Autoria: Nome do autor da disciplina
Leitura crítica: Nome do autor da disciplina
Indicação 1
Indicação 2
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QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes
neste Aprendizagem em Foco.
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c. A gripe espanhola foi causada pela Primeira Guerra Mundial.
d. Medidas empíricas foram somadas ao conhecimento
popular da época, mostrando que isolamento social
e segregação dos doentes ajudavam a diminuir a
propagação da doença.
e. O vírus causador da gripe espanhola é o mesmo vírus
responsável pelo covid.
GABARITO
Questão 1 - Resposta B
Resolução: O principal problema sanitário desse período
eram as epidemias constantes de febre amarela e varíola,
que atingiam principalmente as camadas mais pobres da
população. As campanhas sanitárias buscavam combater
essas epidemias, tornando-se progressivamente rotineiras.
Questão 2 - Resposta D
Resolução: Diante do conhecimento existente na época,
havia muitas incertezas sobre como a gripe se espalhava e
qual seria o melhor tratamento. Das muitas ações praticadas,
a segregação dos doentes e medidas de higiene e isolamento
social foram as que se mostraram mais eficazes.
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TEMA 2
INÍCIO
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Leitura crítica: Danielle Leite de Lemos Oliveira
TEMA 1
TEMA 2
TEMA 3
TEMA 4
DIRETO AO PONTO
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em que o conflito ideológico e político entre Estados Unidos e
União Soviética deu início à Guerra Fria, com o apoio brasileiro
ao lado norte-americano. Durante o mandato de Eurico Gaspar
Dutra, a nova constituição aprovada em 1946 amplia as ações
da previdência social, que passa a oferecer assistência médica,
hospitalar e sanitária (ESCOREL; TEIXEIRA, 2012). Isso favoreceu a
construção de grandes hospitais pelo país, que junto ao discurso
de desenvolvimento econômico do governo, ampliou a assistência
médica individualizada e especializada, além de um modelo de
assistência à saúde centrado no hospital (ESCOREL; TEIXEIRA, 2012).
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discutido um novo conceito de saúde, mais ampliado, além de
reorganizar o sistema de saúde de forma mais descentralizada e
com maior participação dos municípios (ESCOREL; TEIXEIRA, 2012).
Ideias interrompidas pela Ditadura Militar.
Referências bibliográficas
ESCOREL, S.; TEIXEIRA, L. A. História das políticas de saúde no Brasil de 1822
a 1963: do império ao desenvolvimento populista. In: GIOVANELLA, L. et al.
(orgs.). Políticas e sistemas de saúde no Brasil (online). 2. ed. rev. Rio de
Janeiro: Fiocruz, 2012.
HOCHMAN, G. “O Brasil não é só doença”: o programa de saúde pública de
Juscelino Kubitscheck. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 16, supl.
1, jul. 2009. Rio de Janeiro, p.313-331. Disponível em: https://www.scielo.br/
pdf/hcsm/v16s1/15.pdf. Acesso em: 20 set. 2020.
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econômico e sua relação com a saúde. Visto por muitos como um
movimento antagônico ao sanitarismo campanhista (que seguia o
viés ideológico de promover grandes campanhas sanitárias para
garantir a melhoria da saúde da população), hegemônico desde o
começo do século XX, os dois pensamentos coexistiram até 1964,
influenciando de várias maneiras as políticas de saúde do país.
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Kubitscheck, que incentivou o crescimento econômico e social
durante o seu governo. Mário Pinotti, ministro da saúde no
governo de Juscelino, foi muito influenciado pelo trabalho e pelas
ideias de Mário Magalhães (de quem era muito amigo), um forte
crítico ao modelo de saúde pregado pelo Sesp (com influência
norte-americana).
Referências bibliográficas
REIS, J. R. F. “Viver é influenciar”. Mário Magalhães, sanitarismo
desenvolvimentista e o campo intelectual da saúde pública (1940–1960).
Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 27, n. 2; 2015. Disponível
em: https://www.scielo.br/pdf/ts/v27n2/1809-4554-ts-27-02-00279.pdf.
Acesso em: 22 set. 2020.
TEORIA EM PRÁTICA
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Norte para a resposta:
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura
Indicação 1
19
Indicação 2
QUIZ
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d. O período do seu governo ficou marcado por relações
democráticas e pela participação popular na definição de
políticas de saúde.
e. Houve uma diminuição da assistência médica previdenciária,
com o aumento de serviços públicos de saúde.
GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: Seguindo a política de Vargas nacionalista e
de fortalecimento do Estado, as campanhas sanitárias
realizadas nesse período tinham como característica a
21
forte centralização, a verticalização das decisões e pouca
integração entre elas.
Questão 2 - Resposta E
Resolução: Embora tenham sido realizadas ações mais
ampliadas de saúde e outras ações que melhoraram as
condições de vida de parte da população brasileira, esse
período também manteve ações sanitárias campanhistas,
com resultados positivos no cenário sanitário da época.
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TEMA 3
INÍCIO
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TEMA 1
TEMA 2
TEMA 3
TEMA 4
DIRETO AO PONTO
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As políticas de saúde da Ditadura Militar mantiveram a dicotomia
que já vinha ocorrendo desde os anos 1930-1940. O Estado,
por meio do Ministério da Saúde, continuava responsável
por promover ações profiláticas, principalmente por meio de
campanhas sanitárias pelo interior do país, que buscavam
combater endemias ou epidemias específicas. A assistência à
saúde continuava responsabilidade da previdência social, que viu
a Ditadura Militar aumentar sua receita e sua influência política,
contribuindo para o aumento da medicina liberal e privada e
mantendo um modelo de assistência individual, curativista e
centrado no hospital (ESCOREL, 2012).
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São Paulo, a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade
Estadual do Rio de Janeiro, por meio dos seus departamentos de
medicina preventiva (ESCOREL, 2012).
Referências bibliográficas
ESCOREL, S. Histórias das políticas de saúde no Brasil de 1964 a 1990:
do golpe militar à reforma sanitária. In: GIOVANELLA, L. et al. (orgs.).
Políticas e sistemas de saúde no Brasil. 2. ed. rev. (e-book). Rio de
Janeiro: Fiocruz, 2012.
PAIM, J. S. Reforma sanitária brasileira: contribuição para a compreensão
e crítica. 2007. Tese (Doutorado em Saúde Pública). Instituto de Saúde
Coletiva, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2007. Disponível em:
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/10376/1/5555555555.pdf.
Acesso em: 18 dez. 2020.
26
PARA SABER MAIS
27
Referências bibliográficas
CNS. Conselho Nacional de Saúde. Apresentação. Disponível em: http://
conselho.saude.gov.br/apresentacao-cns. Acesso em: 7 out 2020.
CONASEMS. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.
Estatuto do Conasems. 2017, 31 p. Disponível em: https://www.conasems.
org.br/wp-content/uploads/2019/02/Estatuto-CONASEMS-2.pdf. Acesso em:
21 out 2020.
CONASS. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Estatuto do Conass.
2017, 12 p. Disponível em: https://www.conass.org.br/regulamentos/
ESTATUTO-CONASS.pdf. Acesso em: 21 out 2020.
TEORIA EM PRÁTICA
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LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura
Indicação 1
Indicação 2
QUIZ
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Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em
Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas,
além de questões de interpretação com embasamento no
cabeçalho da questão.
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d. Fez parte do movimento da RSB profissionais da saúde,
professores universitários e donos de planos de saúde.
e. O regime militar apoiava as discussões promovidas pela
RSB.
GABARITO
Questão 1 - Resposta B
Resolução: Mantendo a política iniciada por Vargas em
1930, o regime militar ampliou o orçamento da previdência
social e incentivou a assistência médica previdenciária.
Para o Ministério da Saúde, cabia a responsabilidade pelas
campanhas de prevenção e profilaxia de algumas doenças.
Questão 2 - Resposta C
Resolução: Em um período marcado pela repressão
política e por grande desigualdade de acesso a serviços
de saúde, o movimento da RSB reivindicava, sobretudo, a
democratização da saúde.
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TEMA 4
INÍCIO
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TEMA 1
TEMA 2
TEMA 3
TEMA 4
DIRETO AO PONTO
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pelo orçamento destinado à assistência à saúde. Vale lembrar
que o Inamps foi criado sob a tutela do Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS) na Ditadura Militar, que por sua vez
surgiu da união dos Institutos de Aposentadoria e Pensão criados
por Vargas na década de 1930. A cultura desses três órgãos,
independentes do Ministério da Saúde, sucessivamente foi
baseada na assistência médica individual, com forte apelo dos
serviços privados de saúde e tendo o hospital como principal
referência de assistência – uma assistência curativa. Assim,
quando no início dos anos 1990 o Inamps tentou se manter
responsável pela assistência à saúde, mantendo as decisões
centralizadas na sua instância, houve uma resistência de muitos
atores sociais envolvidos com a criação do SUS.
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três níveis de governo: municipal, estadual e federal. De forma
pactuada, os três níveis de governo passaram a firmar um
Termo de Compromisso de Gestão, como forma de dividir as
responsabilidades pelas ações e políticas de saúde (BRASIL, 2011).
35
Referências bibliográficas
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Legislação estruturante
do SUS. Coleção Para Entender a Gestão do SUS, v 13. Brasília: CONASS,
2011. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/para_
entender_gestao_sus_v13.pdf. Acesso em: 11 out. 2020.
PAIM, J. S. Sistema Único de Saúde (SUS) aos 30 anos. Ciência & Saúde
Coletiva, Rio de Janeiro, 23(6):1723-1728, 2018. DOI: 10.1590/1413-
81232018236.09172018. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csc/
v23n6/1413-8123-csc-23-06-1723.pdf. Acesso em: 6 out. 2020.
36
para a sociedade como um todo. Utiliza como instrumentos a
epidemiologia tradicional.
Referências bibliográficas
LECHOPIER, N. Quatro tensões na saúde pública. Estudos Avançados, São
Paulo, 29 (83), 2015. DOI: 10.1590/S0103-40142015000100011. Disponível
em: https://www.scielo.br/pdf/ea/v29n83/0103-4014-ea-29-83-00209.pdf.
Acesso em: 11 out. 2020.
PAIM, J. S.; ALMEIDA FILHO, N. Saúde coletiva: uma “nova saúde pública”
ou campo aberto a novos paradigmas? Rev. Saúde Pública, São Paulo, 32
(4): 299-316, 1998. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/rsp/1998.
v32n4/299-316/pt. Acesso em: 11 out. 2020.
TEORIA EM PRÁTICA
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Para conhecer a resolução comentada proposta pelo
professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no
ambiente de aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura
Indicação 1
Indicação 2
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QUIZ
a. INPS.
b. Inamps.
c. IAP.
d. Conass.
e. Conasems.
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GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: São diretrizes do SUS a regionalização e a
participação popular, sendo a equidade um dos seus
princípios.
Questão 2 - Resposta B
Resolução: Mantendo o caráter centralizador das
decisões que aconteciam antes do SUS, o Inamps editou
a 1ª NOB, em 1991, muito criticada na época por ferir as
Leis Orgânicas da Saúde (LOS).
40
BONS ESTUDOS!