UAN Leis
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DE SERVIÇOS DE
ALIMENTAÇÃO
Sandra Muttoni
M992a Muttoni, Sandra.
Administração de serviços de alimentação / Sandra
Muttoni. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
377 p. : il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-044-3
CDU 613.2
Introdução
O segmento da alimentação coletiva é muito abrangente, compreen-
dendo desde a oferta de refeições a coletividades sadias, nos âmbitos
institucional e comercial, assim como a indivíduos enfermos ou perten-
centes a grupos vulneráveis, representado pelas UANs de Restaurantes
Industriais, Hospitais, Produção de Congelados, Refeições Transportadas
e Catering, além da Merenda Escolar e da Alimentação do Trabalhador.
Pelo fato de representar um grande nicho de mercado, existem legisla-
ções específicas que precisam ser observadas no desenvolvimento das
atividades peculiares ao setor. Neste texto, você vai estudar as principais
legislações nacionais relacionadas à alimentação coletiva, bem como as
especificações quanto à atuação do nutricionista neste segmento.
154 Administração de serviços de alimentação
O PAS (Programa de Alimentos Seguros) foi criado por meio da parceria entre o SEBRAE
(Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e o SENAI (Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial), com foco apenas na indústria e com o objetivo de
desenvolver uma metodologia para a aplicação das boas práticas de fabricação nas
indústrias de alimentos. Em 2000, foram incluídos novos parceiros, inclusive a ANVISA,
e o programa foi estendido ao comércio, a restaurantes e a bares. Atualmente, o PAS
atinge toda a cadeia produtiva, desde o produtor até o distribuidor final (chegando
ao consumidor). O principal objetivo do PAS é reduzir os riscos de contaminação dos
alimentos, atuando no desenvolvimento de metodologias, conteúdos e na formação e
capacitação de técnicos para disseminar, implantar e certificar ferramentas de controle
em segurança de alimentos, como as boas práticas, o sistema de análise de perigos
e pontos críticos de controle (APPCC) e NBR – ISO 22.000, nas empresas integrantes
da cadeia dos alimentos, em todo o país. Com isso, o PAS contribui para aumentar a
segurança e a qualidade dos alimentos produzidos pelas empresas brasileiras, am-
pliando a sua competitividade nos mercados nacional e internacional e reduzir o risco
das doenças transmitidas por alimentos (DTA) aos consumidores.
Essa RDC define POP como sendo o procedimento escrito de forma objetiva,
que estabelece instruções sequenciais para a realização de operações rotineiras
e específicas na produção, no armazenamento e no transporte de alimentos.
Os POPs exigidos para fins de fiscalização são os seguintes: limpeza das
instalações, dos equipamentos, dos móveis e dos utensílios; controle integrado
de vetores e pragas urbanas; limpeza do reservatório de água; higiene e saúde
dos manipuladores de alimentos. Também é necessária a criação e implanta-
ção das planilhas de verificação específicas para todos os POPs, bem como
a implementação de ações de melhoria para as não conformidades. A RDC
275 ainda determina a criação e implantação do manual de boas práticas de
fabricação (MBPF), que é o documento que descreve as operações realiza-
das pelo estabelecimento, incluindo, no mínimo, os requisitos sanitários dos
edifícios, a manutenção e higienização das instalações, dos equipamentos e
dos utensílios, o controle da água de abastecimento, o controle integrado de
vetores e pragas urbanas, o controle da higiene e saúde dos manipuladores e
o controle e a garantia de qualidade do produto final. Tanto os POPs quanto o
MBPF devem estar em local visível e de fácil acesso, à disposição dos funcio-
nários para consulta, assim como para os órgãos de fiscalização. Salienta-se
que essa RDC também apresenta, em seu anexo II, a lista de verificação das
BPF, que serve para avaliar as condições da UAN.
Leituras recomendadas
ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. P. Gestão de Unidades de Alimentação e
Nutrição: um modo de fazer. 4. ed. São Paulo: Metha, 2011.
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