RESENHA FARACO, Carlos Alberto. Linguagem & Diálogo
RESENHA FARACO, Carlos Alberto. Linguagem & Diálogo
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Cadernos de Linguagem e Sociedade, 12 (1), 2011
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nos permite falar em uma “virada linguística”, tal qual apontada por
Faraco no capítulo primeiro, bem como alçar voos sobre questões
de linguagem que visem elucidar processos e produtos das relações
discursivas. O segundo texto destina-se a reforçar a ideia de que uma
das tônicas do círculo girava em torno da realidade sociossemiótica na
qual nos vemos inseridos e da qual emergimos como sujeitos. Lembra-
nos o autor que Bakhtin, em O problema do conteúdo, do material e
da forma na arte verbal (1924), embora não falasse explicitamente em
signos e semiose, já fazia referência ao universo das significações. No
terceiro texto, Faraco dará continuidade ao tema da refração, tratado no
texto anterior, ressaltando alguns pontos daquilo que para Medvedev
constitui, no interior dos chamados processos semióticos, o universo
da criação ideológica. Nesse passo, o autor cita também Voloshinov
que, segundo ele, na obra Marxismo e Filosofia da linguagem, reforça
o pressuposto forte do Círculo de que “a enunciação de um signo
é sempre também a enunciação de índices sociais de valor” (p.54),
o que o tornaria pluriacentuado e plurívoco. Conforme acentua o
autor, também Bakhtin teria vislumbrado as múltiplas refrações do
objeto (múltiplos discursos sociais) ao utilizar, na obra O discurso no
romance, os termos vozes sociais ou línguas sociais, “entendendo-as
como complexos semiótico-axiológicos com os quais determinado
grupo humano diz o mundo” (p.56).
Os textos subsequentes, assim intitulados, Heteroglossia
dialogizada, Diálogo: essa palavra mil vezes “mal-dita”, Relações
dialógicas, Diálogo é consenso?, Heteroglossia dialogizada e luta de
classes, Resumindo o tema da dialogia, demonstram estarem centrados
no tema “dialogismo”, que vem sugerido no título do capítulo em
foco. Nessa mesma ordem de aparição de seus textos, Faraco busca
fundamentar os preceitos bakhtinianos que dariam sustentação à
chamada dialogicidade do dizer, explicitar e discutir a insurgência dos
diferentes significados atribuídos à palavra “diálogo”, apresentar os
modos pelos quais Voloshinov e Bakhtin teriam, cada uma a seu modo,
compreendido o fenômeno das chamadas relações dialógicas, além de
contemporizar, em Diálogo é consenso?, discussões sobre contexto
social, espaço de tensão enunciativa, vozes sociais, jogos de poder, entre
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