Entre Pais e Filhos
Entre Pais e Filhos
Entre Pais e Filhos
Sempre me encontro
com pais que estão em busca de uma orientação
para lidar com filhos adultos que rejeitaram as
crenças e os valores cristãos, bem como as
referências familiares. Este livro será de imensa
ajuda. Obrigado, Jim e Elyse, por oferecer aos pais
uma leitura com base bíblica e orientações sólidas
para trilharem um caminho proveitoso que honre a
Deus, a fim de serem conduzidos nesse vale. Que
Deus use este livro para fortalecer os pais nessas
situações e apontar um caminho claro de volta para
ele.
— Wayne A. Mack, Professor de Aconselhamento Bíblico,
Grace School of Ministry, em Pretória e Cidade do Cabo,
África do Sul
Conselhos sábios, misericordiosos e muito
necessários para os pais de jovens adultos (ou quase
adultos). Jim e Elyse apresentam, com bastante
clareza, as responsabilidades bíblicas vitalícias de
uma paternidade e uma maternidade sólidas, no
contexto da soberania absoluta de Deus. Não
conheço outro livro como este no mercado editorial
contemporâneo, e o recomendo, com veemência, a
todos que, de fato, aspiram influenciar corretamente
seus filhos por todos os dias de suas vidas.
— Carol J. Ruvolo, Palestrante, Autora de Estudos Bíblicos,
incluindo No Other Gospel e Before the Throne of God
Jim Newheiser e Elyse Fitzpatrick presentearam a
Igreja com um livro inteligente, prático, bíblico e
centrado em Cristo, enriquecido por suas
experiências como conselheiros e pais. Embora
pareça que os livros sobre paternidade e
maternidade nunca têm fim, aqui está uma
contribuição singular que aborda um assunto, em
geral, negligenciado: paternidade-maternidade e
filhos adultos. Os autores cobrem temas
multifacetários com competência e graça. Como
pastor que aconselha e pai de filho adulto, sou muito
grato por este livro. Vou usá-lo e distribuí-lo em
minha igreja.
— Brian Borgman, Pastor da Grace Community Church,
Minden, NV
A questão de como os pais devem relacionar-se
com seus filhos adultos, que, com frequência, têm
direito à própria individualidade, enquanto, ao
mesmo tempo, recusam-se a trilhar os passos árduos
e sacrificiais para se tornar adultos produtivos e
independentes, tem-se tornado um campo minado
para potenciais conflitos. Então, como lidar com
esse processo de emancipação? O que o amor exige?
Quais são as expectativas de Deus? E como os pais
podem organizar-se em meio a essa turbulência,
reconhecendo quando, onde, em que medida e por
quanto tempo ajudá-los? Os autores, sábia e
humildemente, nos guiam através de algumas
grandes dificuldades, baseando suas respostas em
princípios bíblicos e, simultaneamente, em sua
experiência pessoal, adquirida em suas próprias
vidas e nas horas dedicadas a prestar
aconselhamento a outras pessoas. Este livro não
oferece agrados ou respostas fáceis, mas,
definitivamente, oferece esperança, além de mostrar
passos práticos de como agradar a Deus, com
suporte na graça e na humildade. Como um pai de
cinco filhos que, neste momento, estão fazendo a
transição para a fase adulta, estou convicto,
encorajado e fortalecido no sentido de fazer o
melhor. Voltarei a este livro inúmeras vezes e o
recomendarei a outras pessoas que estão em busca
de aconselhamento bíblico enquanto atravessam
aquela que se pode considerar uma fase turbulenta
na descoberta de como se relacionar com seu filho
adulto, que não é mais criança, mas que, para você,
será sempre a sua criança.
— Brad Bigney, Pastor Sênior, Grace Fellowship Church,
Florence, Kentuchy
Este é um livro maravilhoso, escrito para pais que
estão sofrendo e desejam ter sólidas respostas
bíblicas que falem ao coração. Este não é um livro
simplesmente de técnicas parentais ou que fale de
mudanças de comportamento. É um livro que leva
os pais até o pé da cruz, incentivando-os a olhar
honestamente para seus próprios corações e para os
de seus familiares. Além disso, não é um livro sobre
teorias parentais; é um livro nascido de anos de
vivência real como pais e da experiência de
aconselhamento de ambos os autores. Se você é um
pai ou uma mãe que está em luta constante, este
livro lhe trará esperança reconfortante em
desempenhar seu papel sob uma perspectiva bíblica.
— John D. Street, Presidente, Mestre no Programa de
Graduação em Aconselhamento Bíblico, The Master’s College and
Seminary
Nunca fiz uma palestra sobre criação de filhos
sem abordar as inevitáveis questões de como reagir
aos filhos adultos que estão lutando com a transição
entre a infância e a fase adulta. Entre pais e filhos:
lutando com a transição para a vida adulta responde
às perguntas mais frequentes com clareza bíblica,
sabedoria e discernimento. Este livro irá ajudar os
pais a refletirem com lucidez acerca de muitas
questões que emergem da interação com seus filhos
adultos. As respostas que o livro dá não são apenas
claras e práticas, mas também enriquecidas do
evangelho e cheias de esperança. Este é um livro
que comprarei em grande quantidade e
recomendarei a muitas pessoas.
— Tedd Tripp, Pastor, Palestrante,
Autor de Pastoreando o Coração da Criança
Jim Newheiser e Elyse Fitzpatrick deram à
comunidade cristã um excelente tesouro com Entre
pais e filhos: lutando com a transição para a vida
adulta. Não há nenhum outro livro cristão como
este. Com um guia bíblico sólido e bem
fundamentado nos princípios que compartilham,
com a sabedoria prática advinda dos muitos anos de
experiência no próprio lar e, agora, também fora de
casa, e com aconselhamento direto e, ao mesmo
tempo, sensível àqueles pais que estão lutando para
construir relações duradouras e piedosas com seus
filhos adultos, esses dois pais e conselheiros nos
proveem um grande manancial de assistência
valiosa. Assim, como pai ou mãe de jovens adultos,
se você se sente frustrado ou satisfeito, este livro
pode trazer muito ânimo.
— Lance Quinn, Pastor-Professor,
The Bible Church of Little Rock
Elyse Fitzpatrick e Jim Newheiser escreveram um
livro bastante prático, baseado em princípios
bíblicos, para ajudar os pais de jovens adultos. Seu
estilo é envolvente, e seu aconselhamento, muito
sensato. Gostaria de ter adquirido este livro anos
atrás, antes de nossos filhos mais velhos se casarem!
— Martha Peace, Conselheira Bíblica,
autora de Esposa Excelente e Mulheres em Apuros
Momento perfeito. Justamente quando as
questões dos pais com filhos adultos começam a
chegar a nós, podemos contar com um material
bíblico consistente para lhes oferecer. E este livro
contém tudo isso. Tão logo começo a pensar: “Mas
o que dizer sobre…”, o exemplo seguinte me remete
a uma pista sábia. Obrigado.
— Ed Welch, Diretor de Aconselhamento,
Christian Counseling and Educational Foundation
Por vezes, esses últimos anos têm sido alguns dos
mais desafiadores para os pais, mas, neste livro,
você vai encontrar muita orientação, misericórdia e
esperança. O leitor logo vai compreender que os
autores são companheiros pecadores e sofredores
que falam conosco como irmãos no Senhor. Sob
essa perspectiva humilde, muitos temas “palpitantes”
(namoro, autoridade paterna, sogros, avós etc.) são
enfrentados biblicamente, apresentando muitos
casos reais e aplicações práticas para ajudar o leitor
a ver como os princípios são vivenciados na vida
real. Os autores destacam a importância de os
relacionamentos darem prioridade ao coração dos
pais, bem como aos laços do casamento. À medida
que vão elucidando o que significa sermos
amorosos, leais e corajosos, bem como ensinarmos
nossas crianças a confiar em Deus, apontam-nos
para a pessoa de Cristo e para todos os recursos que
temos à nossa disposição como cristãos — o
Espírito Santo, a Palavra, a Igreja e assim por
diante. Ao final do livro, os Apêndices também
oferecem ajuda prática e valiosa, com ferramentas
para solucionar conflitos e modelos de contratos
entre pais e seus filhos adultos. Este é um livro que
todo pai e toda mãe precisam ter e ler!
— Stuart W. Scott, Diretor-Executivo,
National Center of Biblical Counseling
Entre Pais e Filhos
lutando com a transição para a vida adulta.
Traduzido do original em inglês
You Never Stop Being a Parent: thriving in relationship with your
adult children
DA FONTE.
•
Diretor: James Richard Denham III
Editor-chefe: Tiago J. Santos Filho
Coordenação Editorial: Gisele Lemes
Editora: Renata do Espírito Santo
Tradução: Francisco Brito
Revisão: Shirley Lima – Papiro Soluções Textuais Diagramação:
Larissa Nunes Ferreira
Capa: Larissa Nunes Ferreira
Ebook: João Fernandes
ISBN: 9788581324975
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
INTRODUÇÃO
1 • AQUELA HORA JÁ CHEGOU?
2• ANTES DE SAIR POR AQUELA
PORTA...
3• VOCÊ DIZ ADEUS, MAS ELE DIZ OLÁ
4• DIZENDO OLÁ PARA AGRADAR A
DEUS
5• VOCÊ PODE FICAR, MAS...
6• OBRIGADO, EU GOSTARIA DE FICAR
SE...
7• SEU LAR DEVE TORNAR-SE UMA
CASA DE TRANSIÇÃO?
8• CAMINHANDO COM SABEDORIA NO
LABIRINTO DO DINHEIRO
9• CASAMENTO: NOSSOS SONHOS, OS
SONHOS DELES
10• SUA NOVA MATEMÁTICA: ADIÇÃO
ATRAVÉS DA SUBTRAÇÃO
CONCLUSÃO: AINDA DÓI PORQUE
VOCÊ NUNCA DEIXA DE SER PAI OU MÃE
APÊNDICE A RESOLVENDO CONFLITOS
COM O GENRO E A NORA
APÊNDICE B A INVERSÃO DOS PAPÉIS:
FILHOS CUIDANDO DOS PAIS
APÊNDICE C A MELHOR NOTÍCIA DE
TODAS
APÊNDICE D EXEMPLOS DE
CONTRATOS COM SEUS FILHOS
ADULTOS
RECURSOS PARA AJUDA ADICIONAL
INTRODUÇÃO
1
O Relacionamento Mudou
A maioria dos cristãos concorda que, quando seus
filhos se casam, estabelecem uma unidade familiar
nova e separada (Gn 2.24) e não estão mais sob a
autoridade dos pais. Mas o que dizer dos filhos
adultos que ainda estão solteiros? Alguns mestres
cristãos e líderes de seminários afirmam que os
filhos adultos devem ser absolutamente submissos
aos seus pais até o casamento. Em contraste, embora
creiamos que a Bíblia exige que filhos adultos
honrem os pais, também ensina que devem ser
independentes e responsáveis por suas próprias
escolhas.
Nosso Senhor claramente retrata essa mudança
em seu relacionamento com a mãe em João 2.
Quando ela avisou que acabara o vinho na festa de
casamento em Caná, Jesus, um jovem solteiro,
respondeu: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda
não é chegada a minha hora” (Jo 2.4). Embora
Jesus amasse e honrasse sua mãe, não estava mais
subordinado a ela. E, como esse exemplo vem da
vida do próprio Jesus, podemos estar certos de que
seu relacionamento com ela é o exemplo supremo
do significado de ser um filho piedoso.
A ideia de um filho adulto solteiro que é
responsável e independente também pode ser
encontrada em João 9, passagem em que
encontramos os judeus questionando os pais do cego
que Jesus havia curado. Embora talvez eles
estivessem simplesmente tentando proteger-se, a
ideia da responsabilidade pessoal de um filho adulto
é clara. Embora seja razoável supor que eles sabiam
o que havia acontecido com ele e que ele não era
um homem casado, em vez de responder em seu
nome, eles responderam à pergunta dos fariseus
direcionando-os ao filho, que agora conseguia ver:
“Perguntai a ele, idade tem; falará de si mesmo” (Jo
9.21).
Os evangelhos não são o único lugar em que
vemos essa ideia. Números 1.3 indica que aqueles
que tinham mais de vinte anos eram considerados
com idade suficiente para ser contados entre os
homens de Israel capazes de ir para a guerra. Paulo
fala sobre a maioridade de um filho em Gálatas 4.1–
2, explicando que um herdeiro administra seus
próprios negócios quando se torna adulto e não está
mais sob tutores. Paulo também descreve as
vantagens de permanecer solteiro em 1 Coríntios
7.32–34.
Quem não é casado cuida das coisas do Senhor, de como
agradar ao Senhor; mas o que se casou cuida das coisas do
mundo, de como agradar à esposa, e assim está dividido.
Também a mulher, tanto a viúva como a virgem, cuida das
coisas do Senhor, para ser santa, assim no corpo como no
espírito; a que se casou, porém, se preocupa com as coisas
do mundo, de como agradar ao marido.
O que Paulo está ensinando aqui? Simplesmente
que um adulto pode escolher permanecer solteiro
para servir ao Senhor com total dedicação. Ele não
diz que o adulto solteiro precisa permanecer nessa
condição para servir ou agradar seus pais. Ele
também não diz que uma filha precisa se casar se for
a vontade deles. Paulo pressupõe que os solteiros
adultos respondem diretamente ao Senhor, o que
implica que são independentes de seus pais, que, em
muitos casos, provavelmente não eram crentes.
Certamente, não há indícios de que Paulo, por ser
solteiro, fosse subordinado aos pais. Alguns ensinam
que as filhas devem ser tratadas de maneira diferente
dos filhos e que devem permanecer sob a autoridade
absoluta dos pais até o casamento. Mas Paulo cita o
exemplo claro de uma mulher solteira que se dedica
inteiramente às coisas do Senhor, o que pressupõe
algum grau de independência em relação aos pais.
A Bíblia chega a dar exemplos de filhos adultos se
posicionando contra seus pais. Jônatas se posicionou
contra seu pai, Saul, em favor da justiça, firmando
uma aliança com Davi e defendendo-o com
lealdade. Quando os 12 espias enviados por Moisés
fizeram seus relatos sobre a Terra Prometida, o povo
acreditou no falso relato dos dez espias incrédulos, e
não no relato de Josué e Calebe. Números 32.11
narra a declaração do Senhor de que nenhum dos
homens incrédulos com mais de vinte anos entraria
na terra. Isso implica que um adulto solteiro de vinte
anos era maior de idade e responsável pelas próprias
escolhas na vida. Ele não poderia usar a desculpa de
que estava simplesmente seguindo a incredulidade
de seus pais. Pelo contrário, ele tinha o dever de se
posicionar a favor do Senhor ao seguir Josué e
Calebe, mesmo que isso significasse contrariar seus
pais, que se haviam posicionado a favor dos espias
incrédulos.
O pastor John Piper escreveu que a igreja precisa
“soar a trombeta para os jovens adultos de que
Cristo é o Senhor de suas vidas e que eles não
podem depender de seus pais para receber
orientações absolutas”.7 Ou como escreveu uma
inteligente jovem de 24 anos sobre como entende o
conceito de autoridade: “Quem determina a verdade
absoluta não são os pais; é Deus, e é com ele que
precisamos lidar!”.
E a Igreja?
Pais sem filhos adultos que moram em casa
expressam uma variedade de opiniões sobre essa
questão. Muitos dizem que qualquer um que viva
debaixo de seu teto é obrigado a ir ao culto com a
família uma vez por semana. Outros pais permitem
que seus filhos adultos escolham a igreja que
desejam frequentar, desde que seja evangélica. Essa
abordagem demonstra respeito pela condição adulta
do filho e, ao mesmo tempo, preserva a expectativa
de que aqueles que vivem sob o mesmo teto dos pais
honrem ao Senhor frequentando a igreja. Também
conhecemos pais que exigiam que seus filhos
frequentassem a igreja quando eram menores de
idade, mas não mais os obrigaram quando se
tornaram adultos — mesmo que não tivessem saído
de casa. O pensamento deles é que, se os filhos
incrédulos fossem forçados a frequentar a igreja,
ficariam desanimados (Cl 3.20) e se afastariam das
coisas de Deus (Mt 7.6). Aqueles que vão para o
culto devem ir voluntariamente e com alegria. A
partir dessas diferentes perspectivas, chegamos à
conclusão de que essa é uma questão de consciência
pessoal dos pais.
4 Abraham Piper, “12 Ways to Love Your Wayward Child”, Desiring God, 9 de maio de 2007,
http://www.desiringgod.org/ResourceLibrary/TasteAndSee/ByDate/2007/2168_12_Ways_to_Love_Your_Wayward_Child/.
5 Albert Einstein, citação nº 26.032, The Quotations Page, http://www.quotationspage.com/quote/26032.html.
6 Uma das situações mais complicadas que um pai pode enfrentar é quando a rebeldia de seu filho adulto afeta
negativamente outras pessoas, como a esposa e os filhos. Um casal que tinha um filho cumprindo uma longa
sentença por assalto à mão armada teve de levar a nora e os netos para morar com eles.
7 Um jovem rapaz escreveu: “Ameaças podem ser apropriadas! Certa vez, meu pai me ameaçou, e foi uma das
conversas mais influentes que já tive. Meu corpo cheio de hormônios voltou a ficar racional e sob controle. Uma
verdadeira bênção, mas ele poderia ter feito isso antes!”.
8 Quando a confiança é perdida, deve ser reconquistada. Sean, que foi preso duas vezes por posse de drogas ilegais,
sentiu-se ofendido porque seus pais exigiram que ele, periodicamente, fizesse um exame toxicológico como critério
para morar na casa. “Vocês não confiam em mim!”, reclamava. “Você está certo!”, respondia sua mãe, Cheryl. “Fazer o
exame é a sua oportunidade de reconquistar a nossa confiança.” Segunda Coríntios 7.10–11 compara uma tristeza
mundana com uma tristeza piedosa. Muitas pessoas lamentam quando são flagradas fazendo algo errado pelas
consequências que precisam enfrentar. Aqueles que verdadeiramente se arrependem odeiam o que fizeram porque foi
um pecado contra Deus, porque estão preocupados com as pessoas que machucaram e estão dispostos a fazer o que
for necessário para não repetir seus pecados passados. Eles aceitam dar satisfação de seus atos porque não confiam
em si mesmos. Eles querem mudar e fazer a coisa certa.
9 A. Piper, “12 Ways to Love Your Wayward Child”.
8• CAMINHANDO COM SABEDORIA NO
LABIRINTO DO DINHEIRO
O Sonho de Quem?
Muitas mães oram desde o momento do
nascimento dos filhos para que encontrem cônjuges
piedosos. Os pais sonham com o dia em que o
marido levará sua filha cristã virgem, que estará com
um belo vestido branco, até o altar, a fim de ser
dada em casamento a um bom rapaz cristão que eles
aprovem completamente (talvez o filho de um amigo
próximo). O sonho deles é que o noivo da filha seja
um jovem puro e piedoso que se torne um provedor
maravilhoso para ela. Tanto a filha como o noivo
querem ter muitos filhos e pretendem morar no
mesmo bairro que eles para que possam ajudar a
criar os netos. Talvez o marido da filha até se
envolva no negócio da família. Esses são os sonhos
que enchiam seu coração enquanto você colocava
sua pequena para dormir.
Infelizmente, pelo menos para alguns, os sonhos
desaparecem antes de realmente dar a partida.
Nossos filhos tomam decisões românticas que estão
além do nosso controle, das quais, às vezes, não
gostamos. Aprender a lidar com nossas decepções
de maneira piedosa é a chave para preservar um
forte relacionamento com eles — mesmo quando já
destruíram todos os nossos sonhos sem se dar conta
disso.
O Princípio da Maioridade
Reconhecemos que há um pouco de discordância
entre os cristãos sobre o nível de autoridade que os
pais têm para encorajar ou proibir o casamento de
seus filhos. O Capítulo 1 explica a base bíblica para
acreditarmos que, quando um jovem atinge a
maioridade, torna-se o principal responsável pelas
próprias escolhas na vida. Acreditamos que esse
princípio transforma a natureza do relacionamento
entre pais e filhos — de um relacionamento de
obediência e controle para um relacionamento de
respeito e aconselhamento. Como acreditamos que a
Bíblia ensina esse princípio, não defendemos que os
pais tenham o direito de impor com quem os filhos
vão se casar. Até nos tempos bíblicos, quando as
mulheres tinham poucos direitos, ainda tinham o
direito de escolher com quem desejavam se casar.
Quando o servo de Abraão foi buscar uma esposa
para Isaque, a família de Rebeca perguntou se ela
queria se casar com ele.3 Em Números 36.6, o
Senhor permitiu que Zelofeade se casasse com
“quem bem parecesse aos seus olhos”, contanto que
fosse da família do pai. Em 1 Coríntios 7.39, Paulo
ensina que a viúva é “livre para casar com quem
quiser, mas somente no Senhor”. Paulo não diz que
ela é livre somente para se casar com o homem que
o pai ou o irmão escolher.
Sabemos que alguns mestres bem-intencionados
defendem o controle dos pais com base em 1
Coríntios 7.36–38. Eles afirmam isso porque
algumas traduções parecem dizer que o pai tem
autoridade para determinar quando ou se sua filha
virgem vai se casar. Na verdade, a palavra filha não
aparece no texto original. Considerando que o
contexto está falando de escolhas pessoais sobre a
possibilidade de se casar ou não, acreditamos que
esse verso tem melhor compreensão como uma
referência à noiva de alguém, tal como traduzido
pela ESV.4 Concordamos que a aprovação dos pais é
ideal, mas não cremos que seja obrigatória em todos
os casos.
Aceitando as Limitações
Quando uma idosa ou mãe necessitada passa a
morar com os filhos, terá de saber que, agora, seu
filho (ou genro) é o chefe da casa. Talvez ela já
estivesse morando sozinha por muitos anos, mas
agora terá de viver debaixo da autoridade de outra
pessoa. E, não importa quanto ela ame essa pessoa,
será difícil aceitar essa mudança de relacionamento.
Um dos maiores desafios para os idosos é aceitar
as novas limitações. É muito difícil para eles admitir
que não podem mais viver sozinhos e que não
podem mais dirigir ou administrar as próprias
finanças. Também são colocados em uma posição
em que precisam humildemente considerar as
necessidades e as preocupações de seus familiares
(Mt 7.12), aceitando e não resistindo às limitações
que lhes são impostas. Se eles tiverem de lidar com
os angustiantes sinais da demência precoce, também
se sentirão frustrados ao perceber que não são mais
capazes de raciocinar com a mesma clareza de antes.
Chegará um momento em que terão de confiar nos
entes queridos de mente sã para tomar decisões
difíceis por eles.
A maneira de lidar com essas perdas é aceitar que
Deus é soberano e tomou de volta um pouco do que
deu (Jó 1.21). As boas-novas para o crente é que
essas dificuldades são temporárias. Nossa bendita
esperança é que um dia nossas enfermidades não
mais existirão; nossos corpos serão ressurretos, tais
como o corpo de sua glória em sua vinda (Fp 3.20–
21). Essa doce promessa é suficientemente forte
para carregar os crentes enquanto passam pelo vale
da sombra da morte, até mesmo uma morte lenta,
como demência ou Alzheimer.
Às vezes, alguns filhos que têm pais idosos nos
procuram para receber conselhos sobre como lidar
com o fato de que os pais não aceitam ajuda e
também não aceitam as próprias limitações. Os
filhos temem pela segurança dos pais que moram
sozinhos e também pela segurança de outras pessoas
(como, por exemplo, pais idosos que não deveriam
dirigir mais). Filhos nessa situação também precisam
reconhecer a limitação da própria capacidade.
Normalmente, não conseguem forçar seus pais a
agir com sabedoria, e os relacionamentos podem ser
prejudicados se eles tentarem. Assim, a menos que o
pai represente uma ameaça significativa para si
mesmo e para outras pessoas, talvez você tenha de
esperar com paciência e confiar nos cuidados do
Senhor.
Outro fator que talvez gere complicação é o
conflito entre irmãos. O filho que mora perto dos
pais ou que recebe os pais para morar em sua casa
pode achar que está carregando um fardo pesado
demais, enquanto os outros relaxam. Aqueles que
moram longe podem suspeitar que o filho que está
mais envolvido na vida dos pais está aproveitando
sua posição para obter vantagem em relação aos
bens e à herança dos pais. É muito importante que
os irmãos conversem abertamente sobre esses
assuntos e que sigam o princípio bíblico de pensar o
melhor (1Co 13.7), desconsiderando as falhas
menores (1Pe 4:8) e colocando os interesses das
outras pessoas acima dos seus próprios (Fp 2.3–4).
Viver com fidelidade em meio a esses constantes
desafios pode parecer algo que está além do seu
alcance. Tentar encontrar o equilíbrio entre a
responsabilidade de cuidar de seus pais idosos e suas
outras responsabilidades (cônjuge, filhos que moram
na sua casa e filhos que já saíram de casa)
certamente é um grande desafio. Sugerimos que
procure seu pastor ou um conselheiro bíblico para
receber conselhos que possam ajudá-lo a organizar
suas responsabilidades e entender o que deve ser
priorizado. Você encontrará alguns recursos que
recomendamos na seção “Recursos para Ajuda
Adicional”, no final deste livro.
1 “Por que desdenhamos de pais ‘desocupados’ que não cuidam dos filhos menores de idade, mas justificamos filhos
adultos que não cuidam de seus pais debilitados? Talvez porque cuidar de crianças — não importa com quantas
fraldas e arranhões seja necessário lidar — é uma experiência alegre, enquanto envelhecer envolve muita tristeza e
indignidade. Talvez tenha alguma relação com nossa indisposição de confrontar a morte [...] Ver os pais com uma
doença crônica ou senis é insuportavelmente doloroso para os filhos adultos. O mundo secular [...] busca tirar a
morte de onde ela possa ser vista — deixando-a dentro das espessas paredes dos hospitais e sob os cuidados de
médicos, enfermeiras e agentes funerários [...] o mandamento de honrar e amar nossos idosos nunca expira, dando-
nos a oportunidade de amar as pessoas como Cristo nos amou.” Mollie Ziegler Hemingway, “‘Honor Thy Father’ for
Grownups”, Christianity Today, 1º de julho de 2009, http://www.christianitytoday.com/ct/2009/july/12.52.html.
2 Nos Estados Unidos, chama-se baby boomer uma pessoa nascida entre 1946 e 1964. (N.T.)
3 Social security é um documento nos Estados Unidos semelhante ao CPF no Brasil. (N.T.)
4 Talvez ocorram protestos com as pessoas carregando placas com os seguintes dizeres: “Todo avô é um avô
procurado”.
5 Elizabeth Lev, “The Return of Infanticide, Infant Exposure” , Catholic Online, 5 de setembro de 2008,
http://www.catholic.org politicsstory.php?id=29115.
APÊNDICE C
A MELHOR NOTÍCIA DE TODAS
Elyse Fitzpatrick
SÓ COMECEI a entender o evangelho durante o
verão antes de completar 21 anos. Embora eu
frequentasse a igreja ocasionalmente na infância,
admito que não foi algo que me transformou de
maneira significativa. Eu costumava ser levada para
a Escola Dominical, onde ouvia histórias sobre
Jesus. Eu sabia, sem realmente entender, que o
Natal e a Páscoa eram importantes. Lembro-me de
que eu olhava para o vermelho-cranberry e para o
azul-cerúleo de um vitral que retratava Jesus na
porta de um jardim e tinha a sensação de que ser
religiosa era algo bom. Mas eu não fazia ideia do
que era o evangelho.
Quando a adolescência chegou, minhas
lembranças mais fortes são de desespero e raiva.
Constantemente, eu me envolvia em confusão e
odiava qualquer um que apontasse para isso. Havia
noites em que eu orava para tudo ficar bem ou, mais
especificamente, para conseguir livrar-me da
confusão em que me encontrava e poder recomeçar,
mas logo eu já estava decepcionada e irada com os
fracassos do dia seguinte.
Depois de terminar o ensino médio, aos 17 anos,
eu me casei, tive um filho e me divorciei antes de
começar a segunda década da minha vida. Nos
meses e nos anos seguintes, descobri os efeitos
anestésicos das drogas, do álcool e dos
relacionamentos ilícitos. Embora eu fosse conhecida
como uma moça que adorava festas, estava
completamente destruída e começava a me dar conta
disso.
Em determinado momento, lembro-me de dizer a
uma amiga que eu me sentia como se tivesse
cinquenta anos — que, naquele momento da minha
vida, era a idade mais longeva que eu conseguia
imaginar. Eu estava exausta e descontente, então
decidi melhorar minha situação. Eu trabalhava em
um emprego em tempo integral, passei a estudar na
faculdade comunitária local e cuidava do meu filho.
Eu me mudei e tentei recomeçar. Eu não sabia que o
Espírito Santo estava trabalhando em meu coração,
conduzindo-me ao Filho. Eu simplesmente sabia que
alguma coisa tinha de mudar. Eu continuava a viver
uma vida vergonhosamente ímpia, mas sentia como
se estivesse começando a acordar para algo
diferente.
Então, Julie entrou na minha vida. Ela era minha
vizinha e cristã. Ela era boa para mim e,
rapidamente, nos tornamos amigas. Julie tinha uma
qualidade de vida que me atraía e estava sempre
falando comigo sobre seu Salvador, Jesus. Ela me
dizia que estava orando por mim e, com frequência,
me encorajava a “ser salva”. Embora eu tivesse sido
ensinada sobre isso na Escola Dominical, o que Julie
tinha a dizer era algo completamente diferente do
que eu me lembrava de ter ouvido. Ela dizia que eu
precisava nascer de novo.
Então, em uma noite quente de junho de 1971, eu
me ajoelhei em meu pequeno apartamento e disse ao
Senhor que eu queria ser dele. Eu não entendia
muito sobre o evangelho, mas sabia o seguinte: que
eu estava desesperada e acreditava
desesperadamente que o Senhor iria me ajudar.
Naquela noite, essa oração mudou tudo para mim.
Lembro-me dela agora, 35 anos depois, como se
fosse ontem. Eu sabia que precisava ser salva e
confiava que ele podia me salvar. A Bíblia fala sobre
um homem que teve contato com alguns seguidores
de Jesus e fez a mesma pergunta: “O que devo fazer
para ser salvo?”. A resposta foi simples: “Crê no
Senhor Jesus e serás salvo”.
De maneira simples, em que você precisa crer
para ser cristão? Você precisa saber que precisa de
salvação, ajuda e libertação. Você não deve tentar
reformar a si mesmo ou decidir que será uma pessoa
de moral para impressionar a Deus. Como ele é
completamente santo, ou seja, perfeitamente moral,
você precisa desistir de qualquer ideia de que pode
ser bom o suficiente para chegar ao patamar dele.
Essa é a má notícia. E é uma má notícia porque
avisa que você está em uma situação impossível e
que não é capaz de mudá-la. Mas também é uma
boa notícia porque você será liberto de ciclos
infinitos de tentativas de melhorar que resultam em
fracasso absoluto.
Você também precisa confiar que o que é incapaz
de fazer — viver uma vida perfeitamente santa — já
foi feito por ele em seu benefício. Essa é a notícia
realmente boa. Esse é o evangelho. Basicamente, o
evangelho é a história de como Deus olhou para os
corredores do tempo e amou seu povo. Em um
momento específico do tempo, ele enviou seu Filho
ao mundo para se tornar completamente igual a nós.
Essa é a história que você ouve no Natal. Esse bebê
cresceu para se tornar homem e, depois de trinta
anos de obscuridade, começou a mostrar às pessoas
quem ele era. Ele fez isso realizando milagres,
curando os enfermos e ressuscitando os mortos. Ele
também demonstrou sua divindade ao ensinar às
pessoas o que Deus exigia delas, prevendo,
continuamente, sua morte e ressurreição. E ele disse
mais uma coisa: que era Deus.
Porque ele afirmou ser Deus, os líderes religiosos,
juntamente com as autoridades políticas da época,
proferiram uma injusta sentença de morte contra ele.
E, embora ele nunca tivesse feito nada de errado,
apanhou, sofreu injúrias e foi vergonhosamente
executado. Ele morreu. Mas, embora parecesse que
ele havia fracassado, a verdade é que esse era o
plano de Deus desde o princípio.
Seu corpo foi removido da cruz e posto
rapidamente em um túmulo de pedra em um jardim.
Três dias depois, alguns de seus seguidores foram
embalsamar seus restos mortais e descobriram que
ele havia ressuscitado dos mortos. Eles
verdadeiramente falaram com ele, tocaram nele e
comeram com ele. Essa é a história que
comemoramos na Páscoa. Depois de quarenta dias,
ele foi levado de volta para o céu, ainda em sua
forma física, e seus seguidores foram avisados de
que ele voltaria para a terra da mesma maneira.
Eu já disse que existem duas coisas que você
precisa conhecer e nas quais tem de crer. A primeira
é que precisa de mais ajuda significativa do que você
ou qualquer outra pessoa humana consegue suprir. A
segunda é que deve crer que Jesus, o Cristo, é a
pessoa que providenciará essa ajuda e que, se você
for até ele, ele não voltará as costas para você. Você
não precisa entender muito mais que isso e, se
realmente crer nessas verdades, sua vida será
transformada pelo seu amor.
A seguir, transcrevo alguns versos da Bíblia para
você. Enquanto você estiver lendo, pode conversar
com Deus como se ele estivesse bem ao seu lado
(porque a presença dele está em todo lugar!),
clamando por entendimento. Lembre-se de que essa
ajuda não se baseia em sua habilidade de
compreender perfeitamente ou em qualquer coisa
que você possa fazer. Se você confiar nele, ele
prometeu ajudar, e isso é tudo o que você precisa
saber até aqui.
“Pois todos pecaram e carecem da glória de
Deus” (Rm 3.23).
“Porque o salário do pecado é a morte, mas o
dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo
Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23).
“Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos,
morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente,
alguém morreria por um justo; pois poderá ser que
pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus
prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de
ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda
pecadores” (Rm 5.6–8).
“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez
pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus” (2Co 5.21).
“Se, com a tua boca, confessares Jesus como
Senhor e, em teu coração, creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque
com o coração se crê para justiça e com a boca se
confessa a respeito da salvação. Porquanto a
Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será
confundido. Pois não há distinção entre judeu e
grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos,
rico para com todos os que o invocam. Porque:
Todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo” (Rm 10.9–13).
“Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e
o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora”
(Jo 6.37).
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova
criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se
fizeram novas” (2Co 5.17).
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e
sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós
o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e
humilde de coração; e achareis descanso para a
vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu
fardo é leve” (Mt 11.28–30).
“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os
que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1).
Se você quiser, pode fazer uma oração parecida
com esta: “Querido Deus, reconheço que não
compreendo tudo isso, mas creio em duas coisas:
que preciso de ajuda e que tu queres me ajudar.
Reconheço que sou parecido com Elyse e que,
basicamente, passei a vida inteira te ignorando,
exceto quando eu tinha algum problema ou
simplesmente queria me sentir bem comigo mesmo.
Sei que não amei a ti ou o meu próximo, então é
verdade que mereço ser castigado, e realmente
preciso de ajuda. Mas também creio que tu me
trouxeste aqui, agora mesmo, para ler esta página
porque queres me ajudar e que, se eu pedir tua
ajuda, não me lançarás fora de mãos vazias. Estou
começando a entender que castigaste teu Filho no
meu lugar e que posso ter um relacionamento
contigo por causa do sacrifício dele por mim. Pai,
por favor, me guia para uma boa igreja e me ajuda a
entender tua Palavra. Eu te dou a minha vida e peço
que me faças teu. Em nome de Jesus, Amém”.
Aqui estão mais dois pensamentos. Em sua
bondade, Jesus estabeleceu sua Igreja para nos
encorajar, para nos ajudar a entender e viver essas
duas verdades. Se você sabe que precisa de ajuda e
crê que Jesus é capaz de ajudar, ou se você ainda
está questionando, mas deseja saber mais, por favor
busque uma boa greja em seu bairro e comece a
criar relacionamentos lá. Uma boa igreja reconhece
que não podemos ser salvos por nossa própria
bondade e que
dependemos inteiramente de Jesus Cristo (e de mais
ninguém) para essa salvação. Você pode ligar e fazer
essas perguntas, ou pode entrar na internet para
conseguir uma lista das igrejas em sua região.
Normalmente, as igrejas terão algo chamado
“declaração de fé” no site. Ali, você poderá obter
informações. Mórmons e Testemunhas de Jeová não
são cristãos e não creem no evangelho (embora,
eventualmente, digam que sim). Algumas vezes,
encontrar uma boa igreja é um processo um pouco
demorado, então não desanime se não conseguir de
imediato. Continue tentando e crendo que Deus
ajudará você.
Em segundo lugar, outro fator que o ajudará a
crescer nesta nova vida de fé é começar a ler o que
Deus disse sobre si mesmo e sobre nós em sua
Palavra, a Bíblia. No Novo Testamento (o último
terço da Bíblia), existem quatro Evangelhos ou
narrativas sobre a vida de Jesus. Recomendo que
você comece com o primeiro, Mateus, e depois leia
os outros três. Também recomendo que compre
uma boa tradução moderna, como a Almeida
Revista e Atualizada, mas você pode adquirir a
versão com que se sentir melhor (mas não uma
paráfrase) e começar a ler imediatamente.
Meu último pedido para você é que entre em
contato comigo pelo meu site,
www.elysefitzpatrick.com, caso tenha decidido
seguir Jesus através deste livro. Obrigada por
dedicar um tempo para ler essa pequena explicação
da mais importante notícia que você ouvirá na vida.
Você pode começar a ler este livro agora confiando
que o Senhor o ajudará a entender e a se tornar o
que ele quer que você seja: uma pessoa que foi tão
amada por ele a ponto de isso transformar sua
identidade e sua vida.
APÊNDICE D
EXEMPLOS DE CONTRATOS COM SEUS
FILHOS ADULTOS
Expectativas Típicas
1 • Você passará um mínimo de cinquenta horas
produtivas por semana (escola, emprego, ajudando
em casa, trabalho voluntário). Êxodo 20.8–9; 2
Tessalonicenses 3.10–12; Provérbios 6.6, 9–11.
2 • Chegaremos a um consenso sobre o objetivo
dessa fase de sua vida enquanto você mora com seus
pais (estudar, juntar dinheiro etc.). Provérbios 21.5.
3 • Você tratará seus pais e outros membros da
família com respeito. Êxodo 20.12; Provérbios
30.17; Mateus 7.12.
4 • Você fará a gentileza de nos dizer para onde
vai e a que horas podemos esperar que volte para
casa (inclusive se estará conosco nos horários das
refeições). Caso se atrase, você se esforçará para
não incomodar aqueles que estão dormindo.
Filipenses 2.3–4.
5 • Você preservará sua casa organizada e limpa,
especialmente as áreas públicas, mas também seu
quarto, e ajudará com as tarefas domésticas.
Romanos 15.2–3; Provérbios 10.5.
6 • Você não terá envolvimento com qualquer
atividade ilegal (como, por exemplo, drogas) ou
imoral (fornicação, bebedeira ou pornografia), tanto
dentro como fora de nossa casa. 1 Tessalonicenses
5.7; Hebreus 13.4; Provérbios 20.1; 23.29–35;
Romanos 13.14.
7 • Você será financeiramente responsável (o que
talvez inclua pagar uma parcela justa para cobrir as
despesas e/ou aluguel). Provérbios 22.7.
8 • A confiança é muito importante. Você será
honesto conosco. Se mentir para nós, estará nos
tratando como um inimigo. Inimigos não conseguem
viver juntos. Efésios ٤.٢٥.
Para um Filho Que Persiste em se Envolver
com Problemas
1 • Você será aleatoriamente submetido a exames
toxicológicos para detectar drogas e outros testes
para detectar álcool na hora que pedirmos.
2 • Você manterá um registro escrito de suas
horas produtivas; esse registro deverá ser entregue
todo sábado à noite.
3 • Você realizará os pagamentos de suas dívidas
conforme combinado e manterá um registro de sua
renda e de suas despesas.
Consequências por Não Cumprimento
(Gálatas 6.7)
1 • Tarefas adicionais a serem realizadas em casa.
2 • Multas: por exemplo, R$10 por deixar coisas
jogadas na sala de estar; R$10 por deixar o quarto
bagunçado; R$15 por hora não cumprida dentro das
cinquenta horas produtivas semanais.
3 • Restituição: por exemplo, devolver o dinheiro
da faculdade ou do curso técnico referente a cada
matéria em que foi reprovado.
4 • Cortar o celular, o computador, os privilégios
de computador/internet, carro etc.
5 • Se você escolher não seguir nossas regras e
não aceitar as consequências por quebrá-las, estará
efetivamente escolhendo não morar mais aqui.