Psicopatologia Cremilda-1
Psicopatologia Cremilda-1
Psicopatologia Cremilda-1
Resumo
Temas:
Licenciatura em Psicologia
Universidade Save
Massinga
2021
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O Docente:
Universidade Save
Massinga
2021
DESENVOLVIMENTO MENTAL SEGUNDO RENÉ SPITZ
René Spitz foi analisado por Sigmund Freud, Interessou-se pelas primeiras relações objetais,
pelos estádios, pelas carências afetivas e pelos distúrbios da linguagem ligados às crianças
pequenas que viviam em instituições hospitalares. Este autor também foi o criador de
conceitos base em psicologia tais como: Hospitalismo, Depressão Anaclítica, Angústia do 8º
mês ou do estranho e sorriso. No decorrer do primeiro ano de vida a estrutura psíquica do
bebê ainda não está bem estabelecida e nem diferenciada e "a teoria psicanalítica estabelece
que o ego é a esfera da psique que serve de mediador às relações entre interior e exterior, às
transações entre o mundo interno e o ambiente, Spitz descobriu que no processo de
estabelecimento das relações objetais a criança passa por três estágios.
Spitz descreve suas observações referentes às patologias ou aos distúrbios das relações
objetais. Ele expõe suas duas afirmativas fundamentais: distúrbios da personalidade materna
se refletirão nas perturbações da criança; e na primeira infância, as influências psicológicas
prejudiciais são a consequência de relações insatisfatórias entre mãe e filho. (Santos, 2016).
▪ O desenvolvimento do bebê
A existência da mãe, sua simples presença, age como um estímulo para as respostas do bebê;
sua menor acção - por mais insignificante que seja - mesmo quando não está relacionada com
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o bebê, age como um estímulo, e o prazer do bebê aumenta ainda mais quando um parceiro, a
mãe, participa de sua alegria. Sua busca de comunicação com o parceiro é evidente, e com o
decorrer das semanas torna-se cada vez mais dirigida. O êxito aumenta seu prazer; e ele
repetirá e, finalmente, dominará o comportamento específico de sucesso. Por outro lado,
desistirá das ações que regularmente conduzem ao fracasso. (Spitz, 2004).
Spitz descreve suas observações referentes às patologias ou aos distúrbios das relações
objetais. Ele expõe suas duas afirmativas fundamentais: (1) “distúrbios da personalidade
materna se refletirão nas perturbações da criança”; e (2) “na primeira infância, as influências
psicológicas prejudiciais são a consequência de relações insatisfatórias entre mãe e filho
(Santos, 2016).
Spitz descobriu que no processo de estabelecimento das relações objetais a criança passa por
três estágios. O bebê não somente aumenta ou diversifica suas respostas, ele confere ao objeto
um novo significado na medida do seu desenvolvimento.
1º Estágio Pré-Objetal
Neste estágio o recém-nascido não consegue distinguir uma “coisa” de outra; não consegue
distinguir uma coisa (externa) de seu próprio corpo e não experimenta o meio que o cerca
como sendo separado dele mesmo. Portanto, ele também percebe o seio materno, que satisfaz
suas necessidades e lhe fornece alimento, como parte de si mesmo - se é que ele percebe o
seio materno. (Spitz, 2004).
No início do segundo mês de vida, o rosto humano torna se um percepto visual privilegiado,
preferido a todas as outras “coisas” do ambiente do bebê. Agora o bebê é capaz de isolálo e
distingui-lo do plano de fundo. Investe nele sua atenção completa e prolongada. No terceiro
mês, este “voltar-se para”, em resposta ao estímulo do rosto humano, culmina em uma
resposta nova, claramente definida, e específica da espécie. (Spitz, 2004).
No terceiro mês de vida, o bebê responde ao rosto do adulto sorrindo, se forem preenchidas
certas condições: o rosto de ve se apresentar de frente, de maneira que o bebê possa ver os
dois olhos, e deve mover-se, a reação de sorriso aparece como uma manifestação
comportamental numa etapa específica do desenvolvimento do bebê, entre dois e seis meses
de idade. (Spitz, 2004).
Por volta dessa idade, a capacidade para a diferenciação perceptiva diacrítica já está bem
desenvolvida. Nesse momento a criança distingue claramente um amigo de um estranho.
(Spitz, 2004).
●CONTROLE ENFINCTERIANO
A retirada inadequada das fraldas tem consequências negativas para a criança, entre estas:
dificuldade para completar o aprendizado, constipação intestinal, disfunção miccional,
infecção urinária recorrente, conflitos familiares e repercussões sociais.
A continência urinária e a micção são controladas por uma integração complexa entre sistema
nervoso somático e autônomo. Os padrões de armazenamento e esvaziamento vesical
modificam-se no lactente e pré-escolar até atingir o amadurecimento.
Durante os dois primeiros anos de vida nenhuma criança têm ainda controle voluntário dos
esfíncteres e quando começam a controlá-los, o controle diurno aparece antes que o nocturno.
O controle total dos esfíncteres aparece, na maioria das crianças, entre os 2 e 4 anos, tanto
para o controle diurno quanto nocturno, mas não podemos considerar patológicos ainda, os
descontroles até os 5 anos.
A enurese é definida como um vazamento involuntário de urina que ocorre durante o sono,
mas que também pode ocorrer em momentos e locais inapropriados e socialmente não
aceitáveis. A consequência disso é um impacto negativo sobre a qualidade de vida da criança
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▪ Encoprese
A encoprese é a evacuação intestinal parcial ou total na roupa que acontece depois da idade
normal de controle (mais de 4 anos), desde que não seja devida a algum tipo de problema
orgânico ou medicamentoso (laxante). A sua principal característica é a evacuação repetida de
fezes em locais inadequados, como por exemplo, nas roupas, na cama ou no chão (DSM.IV).
A criança com encoprese com frequência sente vergonha e pode ter o desejo de evitar
situações diferentes que poderiam provocar embaraços, como por exemplo, dormir na casa de
colegas, acampamentos ou viagens. Em geral essas crianças apresentam algum traço de
personalidade comuns, como por exemplo, dificuldades no controlo da agressão, são muito
dependentes e toleram mal as frustrações.
Tanto a enurese como a encoprese podem e devem ser tratadas, pelo que um psicólogo poderá
ajudar a criança e os pais a lidarem com este problema.
As perturbações do sono estão entre as queixas mais comuns ao longo de toda a infância. De
acordo com os registos de pediatras, estas estão em quinto lugar no que respeita às
preocupações dos pais; a seguir as doenças físicas, alimentação, problemas comportamentais e
deficiências físicas. Nos últimos anos, a comunidade científica tem vindo a atribuir cada vez
maior relevância ao estudo da qualidade dos padrões de sono no período da infância. Sendo
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1.Sono não-REM (sem movimentos oculares rápidos, do inglês REM – “rapid eye
movement”)
2.Sono REM.
1.Sono Não-rem: o sono não-REM ocupa cerca de 75% do sono e estrutura-se em 4 fases.
Fase 1 – transição entre sono e vigília, facilmente interrompida por ruídos ou toques. Ondas
cerebrais rápidas.
Fase 2 – Sono mais profundo. Cessam os movimentos dos olhos. Os músculos relaxam.
Importante para a consolidação da memória. São necessários estímulos mais intensos para
despertar. Ondas cerebrais rápidas.
Fase 3 – Mais profunda que a anterior. Início de ondas lentas. Actividade cardíaca e
respiração abrandam. Importante para funções reparadoras do sono.
Fase 4 – Corresponde ao sono mais profundo, em que é mais difícil acordar uma pessoa. O
despertar, se ocorrer, é confuso. Continuam as funções reparadoras, de crescimento e
recuperação de células, tecidos e órgãos (Winnicoit, 1978).
2.Sono Rem: no sono REM há atonia muscular generalizada, mas aumento marcado da
actividade cerebral. É nesta fase que ocorrem os sonhos. Pode ser também importante para a
consolidação da memória.
À medida que as crianças crescem, o sono evolui de um padrão polifásico para um padrão
bifásico. A partir dos 3-4 anos, a criança passa a dormir de noite. Ao longo do
desenvolvimento do bebé/criança o número de horas de sono necessárias durante o período
nocturno e diurna vai variando e adaptando-se às necessidades das crianças (winnicoit, 1978).
▪Insónia de ajuste
Na ideia de Pires, (2014) Estímulos de estresse emocional agudo (p. ex., perda de emprego,
hospitalização) podem causar insónia. Em geral, os sintomas diminuem rapidamente após a
supressão dos estímulos; a insónia costuma ser transitória e breve.
▪Insónia psicofisiológica
Para Pires, (2014) a insónia, independentemente da causa, pode persistir muito além da
eliminação dos factores precipitantes, em geral a principal razão é ansiedade antecipada sobre
a possibilidade de outra noite sem sono seguida por outro dia de fadiga.
-Estratégias cognitivo-comportamentais
-Hipnóticos
Na concepção de Pires, (2014) A maioria dos grandes transtornos mentais está associada à
SDE e à insónia. Cerca de 80% dos pacientes com depressão grave relatam estes sintomas.
Por outro lado, 40% dos pacientes com insónia crónica apresentam um grande transtorno
mental, em geral um distúrbio de humor.
▪Apneia do sono
Para Melo, (1998) A apneia do sono é um distúrbio que ocorre quando a respiração é
interrompida durante o sono, diversas vezes, por no mínimo 10 segundos. Essa doença pode
impedir que o descanso seja realmente reparador, o que pode provocar diversas doenças.
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Alguns dos sintomas a se notar são sonolência durante o dia, dores de cabeça, ronco, perda da
concentração, irritabilidade e alterações da memória e concentração.
▪ Sonolência excessiva
- Tratamento: o tratamento será indicado pelo médico de acordo com a causa do problema.
Consiste, basicamente, em melhorar a qualidade do sono.
Referências Bibliográficas:
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trabalhadora durante o primeiro ano de vida. Estudos de psicologia. (v.17). PUC-campinas. P.
22-32
Dias,P.(2019).–
RenéSpitz(psicanalista).Disponivel:knoow.net/ciencsociaishuman/psicologia/spitz-rene-
biografia
Gesell, A. (1956). El niño de uno a cinco anos: guía para el estudio del niño preescolar.
Buenos Aires, Paidós.
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Melo, M.B. (1998). Ciência e Comportamento Humano. (Todorov JC, Azzi R Trad.). São
Paulo: Martins Fontes.
Pires, M.L.N., Silvares, E.F.M., Rafihi-Ferreira, R., Rocha, M.M., Fernandes, L.F.B., &
Melo, M.B. (2014). Reprodutibilidade e consistência interna do CBCL/1,5-5 e problemas de
comportamento em uma amostra crianças pré-escolares. Anais da 44 Reunião Anual de
Psicologia.
Rafihi-Ferreira, R., Silvares, E.F.M., Pires, M.L.N., Assumpção-Jr, F., & Moura, C.B. (2002).
Problemas de Sono e Comportamentos avaliados pelo Child Behavior Checklist em Pré-
Escolares. Trabalho submetido à publicação,
Jarvelin MR, Morlanen I, Kangas P. et al (1991) *Actiological and precipitating factors for
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