Prime Iros Socorro S
Prime Iros Socorro S
Prime Iros Socorro S
PRIMEIROS SOCORROS
SAÚDE
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193p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-293-0
CDD 616.0252
SUMÁRIO
8.2 PESCOÇO.................................................................................................................................71
14 FRATURAS ...............................................................................................................................92
15 ENTORSE ................................................................................................................................95
16 LUXAÇÃO .................................................................................................................................96
17 CONTUSÃO .............................................................................................................................97
18 AMPUTAÇÕES .........................................................................................................................98
19 QUEIMADURAS.......................................................................................................................100
20 ASFIXIA ...................................................................................................................................106
21 HEMORRAGIA .........................................................................................................................111
23.1 INSOLAÇÃO.............................................................................................................................124
24 CONVULSÕES ........................................................................................................................127
28 INTOXICAÇÕES ......................................................................................................................140
28.1 INTOXICAÇÃO POR INGESTÃO .............................................................................................142
29 AFOGAMENTOS ....................................................................................................................145
31 DESMAIO .................................................................................................................................154
38 CORPOS ESTRANHOS...........................................................................................................187
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................192
8
1 CONCEITOS BÁSICOS EM PRIMEIROS SOCORROS
Primeiros socorros são cuidados realizados imediatamente a uma pessoa cujo estado
físico coloca em perigo a sua saúde ou até mesmo a sua vida, com o objetivo de manter as suas
funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, até que seja prestada uma assistência
9
médica qualificada e especializada.
Como o próprio nome refere, são os procedimentos de emergência que devem ser
aplicados a uma pessoa em perigo de vida, com o objetivo de manter os sinais vitais e evitar o
agravamento, até que ela receba assistência definitiva.
Os primeiros socorros também podem ser definidos como medidas que se aplicam
imediatamente ao acidentado, enquanto se aguarda assistência médica.
Aglomeração de pessoas;
Afogamentos;
Catástrofes naturais;
Acidentes em indústrias;
Emergências clínicas, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral;
Ataques epilépticos;
Convulsões.
Só o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não possui
um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência
de omissão de socorro.
Essa situação pode ocorrer por vários motivos, tais como crenças religiosas ou até
mesmo falta de confiança no socorrista que for realizar o atendimento. Nestes casos, a vítima
não pode ser forçada a receber os primeiros socorros, devendo assim certificar-se de que o
socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar a
sua confiança por meio do diálogo.
Caso a vítima não possa falar em decorrência do acidente, como um trauma na boca,
por exemplo, mas consegue demonstrar por meio de sinais que não aceita o atendimento,
fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a mão do socorrista, é importante proceder
da seguinte forma:
Não toque na vítima, isto poderá ser considerado como violação dos seus direitos;
Tente conversar com a vítima, informando a ela que você sabe realizar o
atendimento em primeiros socorros, que irá respeitar o direito dela de recusar o
atendimento, mas que você é treinado e pode prestar uma assistência de
qualidade, enquanto o atendimento médico especializado não chega;
É importante que testemunhas provem que o atendimento foi recusado por parte da
vítima, portanto você pode reunir os dados destas testemunhas.
Quando a vítima for uma criança, a recusa do atendimento pode ser feita pelo pai, pela
mãe ou pelo responsável legal. Se a criança é retirada do local do acidente antes da chegada do
socorro especializado, o prestador de socorro deverá, se possível, arrolar testemunhas que
comprovem o fato.
A legislação nesses casos conclui que a vítima daria o consentimento, caso tivesse
condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros socorros.
13
3 SINAIS VITAIS
Os sinais vitais são indicadores das funções vitais do nosso organismo e podem
orientar o diagnóstico inicial e acompanhar a evolução do quadro clínico de uma vítima. 14
São considerados também como os sinais emitidos pelo nosso corpo de que suas
funções vitais estão normais e que qualquer alteração indica uma anormalidade.
Pulso;
Respiração;
Pressão arterial;
Temperatura.
3.1 PULSO
É a ondulação exercida pela expansão das artérias seguida por uma contração do
coração. Nada mais é que a pressão exercida pelo sangue contra a parede arterial em cada
batimento cardíaco.
O pulso pode ser percebido sempre que uma artéria é comprimida contra um osso. Os
locais mais comuns para obtenção do pulso são nas artérias carótida, radial, femoral e braquial.
Pode ainda ser verificado por meio da ausculta cardíaca com o auxílio de um
estetoscópio e denominamos pulso apical. Na verificação do pulso deve-se observar a sua
frequência, ritmo e volume.
15
Homem 60 a 70 bpm
Mulher 65 a 85 bpm
3.2 RESPIRAÇÃO
Outros fatores podem alterar os valores normais da respiração como exercícios físicos,
medicamentos, fatores emocionais, portanto, é importante que o socorrista saiba reconhecer
estas alterações.
A pressão arterial é influenciada pela força dos batimentos cardíacos e pelo volume
circulante. A contração cardíaca é denominada sístole e o relaxamento do coração é 17
denominado diástole. A pressão sistólica é a pressão máxima do coração, enquanto a pressão
diastólica é a pressão mínima do coração.
FONTE:Disponível em:<http://nickmartins.com.br/atualidades/wp-content/uploads/2011/01/perigo-pressao-
baixa.jpg>. Acesso em: 16 set. 2011.
São empregados termos específicos para definir alterações nos valores anormais da
pressão arterial, são eles:
Hipertensão: aumento dos níveis da pressão arterial;
Hipotensão: redução dos níveis da pressão arterial;
Normotenso: são os parâmetros normais da pressão arterial.
6 anos 95 x 62 mmHg
3.4 TEMPERATURA
19
FONTE:Disponível em:<http://www.atmosferafeminina.com.br/content/user/images/febre_materia.jpg>.
Infecção.
Medo.
Ansiedade. 20
Exposição ao frio.
Estado de choque.
Hemorragias.
São empregados termos específicos para definir alterações nos valores anormais da
temperatura, são eles:
A emergência ocorre quando há uma situação crítica ou algo iminente, com a ocorrência de
perigo, ou seja, um incidente ou imprevisto. Considerando a área médica, é uma situação que exige uma
intervenção médica imediatamente.
A urgência é quando existe uma situação que não pode ser adiada, mas que deve ser
resolvida rapidamente, pois se houver uma demora, haverá para a vítima um risco de morte. Na
medicina, estas situações necessitam de um tratamento médico com um caráter menor que a
emergência, ou seja, menos imediatista.
Essa demora fez com que as autoridades sanitárias delegassem essas atividades aos 23
O SAMU francês iniciou-se por volta da década de 60, quando os médicos começaram
a detectar que havia uma desproporção considerável entre os meios disponíveis para tratar
vítimas nos hospitais e os meios ultrapassados que eram utilizados no atendimento pré-
hospitalar.
No Brasil, o SAMU teve início por meio de um acordo assinado entre os governos
brasileiro e francês, por meio de uma solicitação do Ministério da Saúde, quando se optou pelo
modelo de atendimento francês, em que as viaturas de suporte avançado possuem
obrigatoriamente a participação do médico, diferente do modelo americano em que as atividades
de resgate são exercidas primariamente por paramédicos.
4.2 NORMATIZAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DO SAMU
O Atendimento Pré-Hospitalar no Brasil surgiu sem muito sucesso, mas hoje é considerado um
serviço primordial e tem demonstrado importantes resultados para a sociedade. A Portaria nº 2048/MS,
24
em 5 de novembro de 2002, normatiza a implantação do SAMU e considera que a área de Urgência e
Emergência constitui-se em um importante componente da assistência à saúde.
E, de acordo com o § 2º, este regulamento é de caráter nacional, devendo ser utilizado pelas
Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios na implantação dos Sistemas
Estaduais de Urgência e Emergência, com ou sem vínculo com a prestação de serviços aos usuários do
Sistema Único de Saúde.
Reanimação cardiorrespiratória;
Oxigenoterapia;
Contenção de hemorragias;
Imobilizações;
Intubação orotraqueal;
Punção venosa com reposição de volume e medicação;
Transporte de pacientes.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) deve ser composto por uma equipe
multiprofissional oriundos da área de saúde, sendo o coordenador do serviço, responsável técnico um
médico, o responsável de enfermagem um enfermeiro, médicos reguladores, médicos intervencionistas,
enfermeiros assistenciais, auxiliares e técnicos de enfermagem.
Além dessa equipe de saúde, em situações de atendimento às urgências relacionadas com as
causas externas ou de pacientes em locais de difícil acesso, deverá haver uma ação integrada com
outros profissionais, com bombeiros militares, policiais militares e rodoviários e outros.
Essa equipe deve trabalhar em conjunto, em busca de um só objetivo, ou seja, o atendimento
sistematizado, dinâmico e com qualidade ao cliente e asua família. 26
A portaria 824/99, adaptada pelo Ministério da Saúde, define que o sistema de atendimento
pré-hospitalar é um serviço médico, sua coordenação, regulação e supervisão direta é a distância e deve
ser efetuada unicamente por médico, tem na Central de Regulação Médica o elemento ordenado e
orientador da atenção pré-hospitalar, sendo o médico regulador o responsável pela decisão técnica em
torno dos pedidos de socorro e decisão gestora dos meios disponíveis.
Diversos pontos de interesse no atendimento pré-hospitalar são discutidos por organizações
médicas, como por exemplo, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que desde julho de 1999 define as
“Diretrizes sobre o Tratamento de Infarto Agudo do Miocárdio”. E, ainda, aborda em parte o atendimento
pré-hospitalar no infarto agudo do miocárdio, demonstrando que um melhor preparo das equipes de
atendimento pré-hospitalar, a eficiência dos treinamentos, o uso de algumas drogas, a assistência via
telefonia, colocação rápida da ambulância junto à vítima e a conscientização da população possivelmente
reduzirão os números de óbito por mal súbito.
4.3 O SOCORRISTA
O socorrista é uma pessoa que foi treinada para prestar o primeiro atendimento e
auxiliar os profissionais do atendimento pré-hospitalar, no local da emergência.
FIGURA 6 – SOCORRISTA
27
Parte das preocupações do socorrista com a sua segurança pessoal está relacionada
com a própria proteção contra as doenças infecciosas. Ao avaliar ou prestar atendimento a 28
vítimas, deve evitar contato direto com o sangue do paciente, fluidos corpóreos, mucosas,
ferimentos e queimaduras. O socorrista tem quatro deveres relacionados aos pacientes, que
devem ser cumpridos no local da emergência. Estes deveres são:
seguintes atividades:
No primeiro momento,o socorrista deverá ter ideia do contexto geral da situação, pois
apenas com uma pré-avaliação do local é que ele pode conhecer o tipo de vítima com que está
lidando.
Cinco etapas na fase de avaliação da cena devem ser verificadas, com o objetivo de
diminuir os riscos e promover um socorro eficiente até a chegada do socorro especializado.São
elas: 31
Bioproteção: Devemos evitar possíveis infecções por meio do contato direto com
os fluidos corporais das vítimas, usando equipamentos de proteção individual, como
por exemplo, luvas de procedimentos e máscaras. Se não existem equipamentos
de proteção individual, devemos abortar os primeiros socorros, realizando apenas
procedimentos seguros.
Apoio: Devemos procurar auxílio de pessoas próximas da cena, para que estas
possamajudarna organização do espaço necessário para o atendimento a vítimas,
chamando o socorro médico especializado, orientando o trânsito de veículos,
mantendo a ordem e a calma entre as outras pessoas. Se não houver pessoas por
perto, o atendimento deve serrealizadocom o máximo de agilidade e tranquilidade.
33
A equipe de resgate que atende uma vítima politraumatizada deve ter dois tipos de
lesões em mente quando se deparar com a ocorrência. O primeiro tipo de lesão é aquele 34
identificado facilmente no exame físico, permitindo tratamento precoce, como por exemplo, uma
hemorragia externa, uma fratura exposta. O segundo tipo de lesão é aquele identificado como
potencial, ou seja, não identificado facilmente no exame físico, mas pode estar presente pelo
mecanismo de trauma sofrido pelo paciente.
Dependendo do grau de suspeita destas lesões pela equipe de resgate, danos menos
aparentes podem passar despercebidos, sendo tratados tardiamente, e trazendo problemas
graves e por muitas vezes irreversíveis à vítima.
Pré-impacto: São aqueles eventos que precedem o acidente, tais como ingestão
de álcool e/ou drogas, doenças preexistentes da vítima ou idade. Estes dados terão
influência significativa no resultado final da ocorrência.
Impacto: Avalia-se o tipo de evento traumático, como por exemplo, um acidente
automobilístico, atropelamento, queda ou perfuração por arma de fogo ou arma
branca. Deve-se estimar a quantidade de energia trocada, ou seja, a velocidade do
veículo, a altura da queda ou o calibre da arma.
Pós-impacto: Essa fase inicia-se após a vítima ter absorvido a energia do impacto.
As informações levantadas nas fases de pré-impacto e impacto são utilizadas para
conduzir as ações pré-hospitalares na fase de pós-impacto. A ameaça à vida pode
ser rápida ou lenta, dependendo em parte das ações tomadas nesta fase pela
equipe de resgate.
Por exemplo, as informações coletadas pela equipe de resgate a respeito dos danos
externos e internos de um veículo constituem-se em pistas para as lesões sofridas pelos seus
ocupantes. Com esta análise, a identificação das lesões de difícil diagnóstico ou aquelas ocultas
são facilitadas, permitindo tratamento mais precoce reduzindo-se a morbimortalidade das
vítimas. 35
Algumas observações são muito comuns, são fáceis de ser identificadas, tais como:
36
Ainda com relação a esta lei podemos acrescentar que a tendência que um objeto tem
para resistir a alterações no seu movimento chama-se inércia e que a massa é a propriedade do
corpo que nos vai permitir especificar qual é a resistência que este oferece à alteração de seu
movimento.
É nesta lei que se baseia o princípio dos cintos de segurança, para evitar que num
acidente os passageiros sejam projetados para fora do veículo devido à inércia.
Mecânica;
Térmica;
Elétrica; 38
Química.
FIGURA 14 – COMPRESSIBILIDADE
6.2 CAVITAÇÃO
40
Cavidade temporária: São formadas no momento do impacto, sendo que os
tecidos retornam a sua posição prévia após o impacto. A cavidade temporária pode
ser encontrada em traumas fechados e em traumas penetrantes, como por
exemplo, ferimento por arma de fogo. Por ser uma cavidade temporária, essa não
está visível quando o socorrista examina a vítima, portanto, avaliar as energias
envolvidas no evento e correlacionar com possíveis lesões são passos
fundamentais na avaliação da biomecânica.
41
Para avaliarmos melhor a transferência de energia, temos que estudar dois fatores que
influenciam em sua transferência, a densidade e a área de superfície.
42
6.3.1 Densidade
Quando há transferência de energia, tanto para um tecido muito denso quanto para um
tecido pouco denso, a área de superfície de impacto é determinante para o tamanho da lesão,
contudo, não existirá influência direta na gravidade da lesão.
Por exemplo, um ferimento proveniente de uma lâmina em que sua área de contato
com a pele não é muito grande. No entanto, a trajetória da lâmina pode lesionar grandes vasos,
ocasionando ferimentos com risco de morte.
O conhecimento da ocorrência da transferência de energia e de suas variáveis pela
equipe de resgate tem grande importância prática. Isto pode ser confirmado quando se compara
duas equipes que atendem um motorista que se chocou violentamente contra o volante.
Já a equipe que não possui estes conhecimentos, não suspeitará de lesões de órgãos
intratorácicos, retardando o diagnóstico e conduta das mesmas, influenciando diretamente na
sobrevida dos pacientes.
7 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
O exame primário tem por objetivo identificar e manejar situações que ameaçam a vida
desta vítima. Ele é realizado sem movimentar a vítima da sua posição inicial, com exceção dos 44
casos em que haja necessidade de intervir em alguns passos, como por exemplo, na
desobstrução das vias aéreas.
45
C- Circulação; 46
A- Vias aéreas com controle da coluna cervical;
B- Respiração;
D- Avaliação neurológica;
E- Exposição da vítima.
7.1 CIRCULAÇÃO
47
A verificação do pulso não deve ultrapassar mais do que cinco ou dez segundos pela
possibilidade dele ser lento, pela sua irregularidade ou por sua amplitude reduzida.
Se existe pulso, porém a respiração é ausente, após as duas ventilações iniciais, elas
devem ser continuadas na frequência de uma ventilação a cada cinco segundos.
O paciente deve estar em decúbito dorsal horizontal, apoiado numa superfície rígida
como o solo, uma tábua ou uma bandeja de servir de tamanho apropriado, interposta entre o
doente e o leito.
FIGURA 20 – LOCAL CORRETO PARA REALIZAÇÃO DA MASSAGEM CARDÍACA
48
MASSAGEM CARDÍACA
Essa situação de fluxo em nível crítico impõe ao socorrista uma eficiência e exige uma
constância nas compressões.
Objetos sólidos;
Queda da língua;
Líquidos.
Os principais sintomas apresentados pela vítima com obstrução das vias aéreas são:
Tosse;
Respiração ruidosa;
Movimentos respiratórios alterados;
Cianose (extremidades roxas).
Para realizarmos o controle das vias aéreas podemos realizar as seguintes técnicas:
Manobra tríplice ou elevação da mandíbula.
52
53
54
7.3 DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS
O reconhecimento rápido da obstrução das vias aéreas determinará se esta vítima será
socorrida rapidamente ou se ela evoluirá para o óbito. A obstrução poderá ser parcial, quando
não há a completa interrupção do fluxo de ar, ou total, quando há uma completa interrupção do
fluxo de ar das vias aéreas superiores para as vias aéreas inferiores, estabelecendo assim, as
trocas gasosas.
Os métodos de desobstrução das vias aéreas variam de acordo com o tipo de objeto
que está causando a obstrução. Caso a vítima apresente uma obstrução das vias aéreas por
sólidos, devemos realizar:
Uma pessoa sozinha consegue realizar a técnica correta e desobstruir a via aérea,
posicionando suas mãos na região abdominal e exercendo uma pressão sobre o final do
diafragma, comprimindo indiretamente a base dos pulmões e expelindo o objeto causador da
obstrução.
Vítima em pé:
56
Posicionar uma de suas pernas entre as pernas da vítima, servindo de base caso
ela desmaie;
Colocar o braço em volta da cintura da mesma;
57
A vítima deve ser colocada em decúbito dorsal, ou seja, com as costas no chão;
Ajoelhar-se por cima da coxa da vítima ou posicionar-se lateralmente a ela;
Colocar a segunda mão diretamente sobre a primeira e realizar a compressão
abdominal;
A desobstrução de vias aéreas em crianças menores que um ano deve ser realizada
da seguinte forma:
7.5 RESPIRAÇÃO
Em situações de afogamento;
Traumatismos;
Em crianças e bebês.
60
A: Alerta;
V: Responde a estímulos verbais;
D: Responde a estímulos dolorosos;
S: Sem resposta.
Por exemplo: Que dia é hoje? É dia ou é noite? Converse com ela, procure acalmá-la e
pergunte onde sentedores e em caso de suspeita de fratura da coluna, pergunte seestá sentindo
os braços e as pernas.
Se ela não se comunicar, veja se reage ao estímulo verbal e se não houver resposta,
veja se a vítima reage ao um estímulo tátil oudoloroso.Caso esteja inconsciente, abra os olhos 61
A escala de coma de Glasgow deve ser usada. Lembrando que esta é uma escala
neurológica que constitui um método confiável e objetivo de registrar o nível de consciência de
uma pessoa para avaliação inicial e contínua após um traumatismo craniano.
VARIÁVEIS ESCORE
Abertura ocular Espontânea 4
À voz 3
À dor 2
Nenhuma 1 62
Resposta verbal Orientada 5
Confusa 4
Palavras inapropriadas
Palavras 3
incompreensivas
Nenhuma 2
1
Resposta motora Obedece aos comandos
Localiza dor 6
Movimento de retirada 5
Flexão anormal
Extensão anormal 4
Nenhuma 3
2
1
O escore máximo permitido pela escala é quinze pontos e o mínimo de três pontos. Se
o paciente apresentar uma pontuação de oito pontos ou menos, a intubação orotraqueal está
indicada.
Pontuação total: de 3 a 15
7 = Coma intermediário;
11 = Coma superficial;
15 = Normalidade.
63
9-12 = Moderado;
13-15 = Leve.
Sendo assim, para que um diagnóstico diferencial mais preciso seja realizado, é
preconizado que dentre o C-A-B-D-E dos primeiros socorros, o “E” refere-se à exposição da
vítima.
Lembre-se que tal procedimento deverá ser realizado com cautela e precaução a fim
de evitar maiores dolos na vítima já fragilizada. Todo movimento realizado, principalmente se em
pós-trauma, deverá atender normas de manipulação assegurando a assistência prestada.
A busca por outras e/ou maiores lesões pode no momento da primeira assistência
salvar a vida da vítima.
64
A retirada do capacete deve ser realizada por dois socorristas treinados. O primeiro
passo é posicionar a vítima em decúbito dorsal, ou seja, posição supina, por meio do rolamento
em bloco.
A seguir, o socorrista que segura o capacete pelas laterais, força a sua abertura
liberando as orelhas e traciona-o delicadamente, enquanto o outro socorrista mantém a
estabilização do pescoço para evitar a inclinação da cabeça.
65
66
É o exame realizado após o exame primário, ou seja, após o C-A-B-D-E e tem por
finalidade examinar todo o corpo por meio da palpação e inspeção. Esta avaliação é composta 67
pela avaliação objetiva, ou seja, o exame físico da cabeça aos pés, controle dos sinais vitais e
avaliação subjetiva caracterizada pela entrevista. É realizada somente após o término da
avaliação primária ou das manobras de ressuscitação cardiopulmonar, quando instituídas e
obtido sucesso.
Tem por objetivo a detecção de lesões que embora graves não impliquem risco
iminente de morte. Ao iniciá-la em vítimas com história de trauma, é necessária a manutenção
da estabilização da coluna cervical por meio manual ou com dispositivos durante todo o
procedimento.
Para iniciar essa avaliação, o socorrista deverá expor a vítima somente o necessário,
respeitando sua intimidade e protegendo-a contra os efeitos da hipotermia.
A vítima poderá assumir uma posição que demonstre que ela está com dor, segurando
ou apontando para determinado membro ou região do corpo ou ainda permanecendo sentada
com o objetivo de melhorar a respiração.
Entretanto, a vítima poderá estar confusa sendo necessária uma abordagem mais
detalhada indicando ao socorrista possíveis lesões e situações graves. A entrevista com a vítima 68
deve ser rápida e direcionada, devendo-se questionar a vítima quanto à:
Presença de dor;
Sensação de formigamento;
Calor ou perda da sensibilidade em alguma parte do corpo;
Doença;
Uso de medicamentos;
Alergias a remédios ou a algum tipo de alimento;
Quando foi a última refeição;
Uso de substâncias como álcool ou drogas ilícitas.
Capotamento;
Ejeção da vítima do veículo;
Uso de cinto de segurança;
Uso de capacete;
Posição no veículo;
Deformidade do veículo.
Estas informações a respeito do evento são importantes na condução do atendimento,
partindo sempre da queixa principal, direcionando a entrevista e a assistência que deverão ser
feitas simultaneamente, durante a avaliação da vítima.
69
A cor da pele;
Simetria;
Alinhamento;
Deformidade;
Sangramento.
Deformidade;
Rigidez;
Flacidez.
Cabeça;
Pescoço;
Olhos;
Orelhas e nariz;
Boca;
Tórax;
Abdômen;
Cintura pélvica;
Membros inferiores;
Membros superiores;
Dorso.
8.1 CABEÇA 70
Palpe o crânio com os polegares fixos na região frontal, examine os olhos procurando
por objetos estranhos. Verifique se as pupilas estão normais, dilatadas, contraídas ou desiguais.
A coluna cervical deve ser mantida imobilizada manualmente ou por utilização de colar
cervical durante todo o exame. Realizar a palpação na coluna cervical verificando o seu 71
alinhamento. Verificar na região anterior se há desvio de traqueia, lesões ou sangramentos.
8.3 OLHOS
Nesse momento, as pupilas são avaliadas quanto ao tamanho, simetria e reação à luz.
Normalmente, são do mesmo tamanho e reagem com contração na presença de luz.
8.5 BOCA
8.6 TÓRAX
8.7 ABDÔMEN
73
O quadrante superior direito contém órgãos como o fígado, a vesícula biliar, parte do
intestino grosso e o rim direito. No quadrante superior esquerdo há o estômago, o baço, o
pâncreas, parte do intestino grosso e o rim esquerdo.
Deve-se observar se a vítima assume posição que demonstre que ela esteja com dor,
sendo assim, o socorrista poderá aliviar a dor abdominal, orientando a vítima a flexionar os
joelhos e quadril, mantendo-a aquecida.
Vítimas com história de trauma deverão permanecer em posição supina sem flexionar 74
8.8 DORSO
O socorrista deve palpar com delicadeza a coluna vertebral por intermédio da curvatura
natural da cintura até onde a mão alcançar sem movimentar a vítima. Pesquisar regiões
dolorosas, com edema, afundamentos ou deformidades ósseas, hematomas e ferimentos. É
difícil determinar fraturas da coluna vertebral, pois muitas vezes os sintomas se confundem, e a
queixa de dor da vítima é em outra região.
8.9 PELVE
Busca-se por alterações que, com frequência, estão relacionadas com fraturas da
pelve como hematomas, deformidade articular no quadril, sangramento pelo ânus, vagina ou 75
uretra.
A crista ilíaca faz parte do osso do quadril denominado ílio e é a extremidade superior
expandida e pode ser palpada em toda sua extensão, bilateralmente. A ocorrência de
incontinência urinária ou fecal e priapismo, em homens, são sinais sugestivosde lesão na medula
espinhal, decorrente de fratura ou deslocamento da coluna vertebral. O priapismo é
caracterizado por ereção peniana prolongada, sem estimulação sexual, frequentemente,
causada por lesão medular.
Hematomas;
Sangramentos;
Deformidades;
Espículas ósseas.
Palpar toda a extensão do membro, buscando deformidades como:
Angulações;
Encurtamentos;
Edema; 76
Espasmo muscular;
Crepitação óssea;
Aumento de volume,
Abrasões;
Palidez;
Cianose nas extremidades.
Para verificar o enchimento capilar deve-se comprimir e soltar rapidamente o leito das
unhas e polpas digitais. Quando há circulação normal, o retorno sanguíneo é de um e meio a
dois segundos, se estiver retardado, ou seja, maior que dois segundos, indicando que a
circulação está lenta.
Esta artéria é o maior ramo terminal da artéria poplítea e sua porção inferior pode ser
palpada posteriormente ao maléolo medial, exercendo leve pressão contra a proeminência óssea
da extremidade inferomedial da tíbia.
77
Presença de abrasões;
Hematomas;
Ferimentos;
Espículas ósseas;
Aumento de volume;
Deformidades;
Palidez;
Cianose de extremidades. 78
Temperatura;
Cor da pele;
Enchimento capilar;
Presença de pulso radial bilateralmente, atentando-se à simetria e amplitude do
pulso.
80
Infarto agudo do miocárdio;
Traumas;
Arritmias cardíacas;
Drogas;
Hipotermia;
Hipóxia;
Afogamento;
Distúrbios metabólicos.
Nas causas primárias, a parada cardíaca ocorre devido a uma disfunção do próprio
coração, que pode causar uma arritmia cardíaca, sendo a mais comum a fibrilação ventricular,
resultando em uma isquemia miocárdica.
Para que a equipe de socorristas tenha êxito em seu atendimento, fatores como
condição clínica do paciente antes da parada cardiorrespiratória, as causas, a qualidade nas
manobras aplicadas, o tempo decorrido entre a parada cardiorrespiratória e a realização das 81
manobras de reanimação, são determinantes para que esta condição seja revertida.
A partir desse momento, o suporte básico de vida deve ser iniciado com o objetivo de
restabelecer as funções vitais da vítima até a chegada do suporte avançado de vida. 83
10 SUPORTE BÁSICO DE VIDA
Todas essas manobras podem ser desenvolvidas por profissionais da saúde ou leigos,
treinados ou não, no ambiente hospitalar ou pré-hospitalar, e estão estreitamente relacionadas
com a sobrevida dessa vítima.
Para um único socorrista o suporte básico de vida obedece a uma sequência, mas
para uma equipe completa, as manobras são concomitantes.
Devido à importância destas medidas, a cada cinco anos, são publicadas diretrizes
mundiais de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) baseadas em estudos científicos e de
reconhecida evidência e relevância para as boas práticas do SBV.
A compressão torácica de alta qualidade deve ser realizada no meio do tórax da vítima
em decúbito dorsal horizontal sobre superfície rígida e plana. Deve-se comprimir o tórax cerca de
cinco centímetros, com a região hipotenar da mão dominante, permitindo o retorno do mesmo
entre as compressões e evitar as interrupções.
A outra mão do socorrista deve estar posicionada sobre a primeira com os dedos
entrelaçados ou estendidos, de maneira a evitar a aplicação de força sobre as costelas. A
frequência das compressões deve ser de cem vezes por minuto, no mínimo, mas não deve
ultrapassar 120 compressões por minuto.
Após o choque, a CTE deve ser reiniciada o mais breve possível. Assistolia e atividade
elétrica sem pulso (AESP) não são ritmos chocáveis, mas devem receber RCP. Após a
desfibrilação e a retomada do ritmo cardíaco normal, deve-se manter a compressão torácica até
que a contração mecânica do coração seja útil e eficiente.
O suporte avançado de vida são manobras médicas invasivas, como por exemplo,
procedimentos cirúrgicos, administração de medicamentos, punção venosa, dentre outros 87
realizados na vítima com o objetivo de estabilizar clinicamente este paciente. Pode ser realizada
tanto no atendimento pré-hospitalar quanto no atendimento hospitalar.
O DEA pode diagnosticar e tratar as arritmias, por meio da desfibrilação, ou seja, uma
aplicação de corrente elétrica que é aplicada na vítima para que o coração retome o ciclo
cardíaco normal.
Ele efetua a leitura automática do ritmo cardíaco por meio de pás adesivas no tórax.
Tem o propósito de ser utilizado por pessoas leigas, com recomendação que o socorrista tenha
realizado o curso e treinamento específico de suporte básico em parada cardíaca.
Suas descargas devem ser divididas conforme a idade da vítima são elas:
Adultos: 200 J (bifásico) e 360 J (monofásico) em adultos;
Crianças, acima de oito anos: 100 J(redutor). Não há consenso na utilização de
crianças com menos de 30 kg.
Ele pode também efetuar a desfibrilação com leitura automática do ritmo cardíaco,
permitindo que uma pessoa que não tenha conhecimento prévio seja o operador do aparelho. A
utilização do DEA vem sendo difundida em vários países, pois ele pode salvar muitas vidas.
São razões importantes que devem ser consideradas e que facilitam na utilização:
É um equipamento autoinstrutivo;
Quando instalado na vítima, age inteligentemente;
Aplica a descarga elétrica apenas quando o ritmo cardíaco for chocável.
Luvas de procedimentos;
Luvas estéreis;
Máscaras descartáveis;
Óculos;
As próprias roupas do socorrista.
Tesoura;
Esfigmomanômetro;
Estetoscópio;
Lanterna para o exame pupilar;
Colar cervical;
Prancha rígida, dentre outros.
A fratura é definida como uma lesão ou quebra de um osso, causada por uma
pancada, queda ou pela aplicação de força. Pode ainda ser definida como a quebra da 92
continuidade do osso e ocorre quando o osso é submetido a estresse maior do que ele pode
suportar.
Apesar de o osso ser afetado, outras estruturas adjacentes também são atingidas,
resultando em um edema de tecidos moles, hemorragia no músculo e articulações, luxações
articulares, ruptura de tendões, nervos rompidos e vasos sanguíneos danificados.
Os órgãos corporais podem ser lesados pela força que causa a fratura ou pelos
fragmentos da fratura, e por esse motivo, imediatamente após um trauma, a pessoa pode ficar
em estado de confusão, não ter consciência da fratura e tentar caminhar com perna fraturada.
Por esse motivo quando se suspeita de fratura, é importante imobilizar a parte do corpo
afetada imediatamente antes do paciente ser movimentado. O movimento de fragmentos de
fratura causara dor adicional, danos de tecidos moles e sangramentos. As fraturas são mais
comuns nos membros, podendo ser únicas ou múltiplas.
93
94
É a torção de uma articulação, com lesão dos ligamentos, ou seja, estrutura que
sustenta as articulações. Os cuidados são semelhantes aos abordados nas fraturas. 95
FIGURA 39 – ENTORSE
São lesões em que a extremidade de um dos ossos que compõem uma articulação é
deslocada de seu lugar. O dano a tecido mole pode ser muito grave, afetando vasos sanguíneos,
nervos e a cápsula articular.
É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Pode
apresentar sinais semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver arroxeado, é sinal de 97
que houve hemorragia sob a pele, ou seja, um hematoma.
18 AMPUTAÇÕES
O trauma está entre as causas mais comuns de amputação dos membros inferiores e
superiores. A preocupação inicial do socorrista deverá ser sempre com a vida da vítima, e depois 98
com as suas necessidades cirúrgicas.
Como maior órgão do corpo humano, a pele é composta por três camadas; são elas:
Epiderme; 100
Derme;
Tecido subcutâneo.
Assim, quando uma lesão térmica acontece, uma ou muitas dessas estruturas e/ou
funções citadas são lesadas e têm sua atividade comprometida.
Ainda entre as vítimas de queimaduras, existem os que sofrem lesões pulmonares por
inalarem subprodutos tóxicos da combustão. Deve-se considerar que houve a inalação se
reclusa em local fechado com presença de fumaça, atentando para cuidados respiratórios além
dos visíveis. A probabilidade da presença de monóxido de carbono em níveis alarmantes para
desencadear problemas sistêmicos e pulmonares requer atenção especial.
Quanto à avaliação das queimaduras, sete fatores devem ser observados para que
entre os pacientes queimados se determine quais são os mais críticos:
1) Profundidade da queimadura;
3) Idade do paciente;
4) Lesões pulmonares:
a) Inalação de fumaça;
b) Inalação de subprodutos tóxicos.
5) Lesões associadas:
a) Queimaduras de vias aéreas.
6) Situações especiais:
a) Queimaduras químicas;
b) Queimaduras elétricas;
c) Intoxicação por monóxido de carbono.
Quanto à profundidade, a primeira avaliação será visual. Esta será apenas uma
estimativa, já que a extensão e a profundidade real da lesão podem não ser aparentes por vários
dias.
Toda a extensão queimada deve ser coberta com compressas secas. O socorrista não
deve romper bolhas, pois elas são um mecanismo de proteção. O desbridamento não deve ser
realizado na cena do incidente. 105
Anéis, joias, relógios devem ser retirados uma vez que os metais retêm calor e os
membros acometidos com a movimentação dos fluidos corpóreos irão edemaciar.
20 ASFIXIA
Afogamento;
Grande traumatismo do tórax;
Envenenamento por drogas ou gases;
Enforcamento;
Choque elétrico;
Qualquer bloqueio das vias respiratórias.
Agitação;
Palidez;
Dilatação das pupilas;
Respiração ruidosa;
Tosse;
Inconsciência com parada respiratória;
Cianose da face e extremidades.
Geralmente, as pessoas que se engasgam estão conversando enquanto mastigam
algum tipo de alimento. As dentaduras podem provocar asfixia, pois interferem na sensibilidade
da boca em relação aos alimentos que estão sendo mastigados. O alimento não consegue ser
tão bem mastigado com uma dentadura quanto com dentes naturais, porque a dentadura exerce
uma menor pressão.
Se algum alimento seguir o canal errado, o reflexo de tossir resolve o problema. Na 107
verdade, a pessoa não está engasgando se conseguir tossir livremente, tiver coloração normal e
conseguir falar. Se a tosse for mais como uma respiração entrecortada e a pessoa estiver
ficando azul, é bem provável que esteja engasgando.
Se houver dúvida, verifique se ela consegue falar. Em caso afirmativo, a traqueia não
está completamente obstruída e o oxigênio está chegando aos pulmões. Uma pessoa
engasgada não consegue se comunicar, a não ser por gestos.
O sinal universal de engasgo é uma das mãos segurando a garganta, com os dedos
estendidos. Uma pessoa que exiba este sinal requer tratamento imediato e não pode ser deixada
sem atendimento
médico. Não tente forçar, pois você pode machucar a pessoa ou, pior, pressionar o
objeto ainda mais para dentro.
o Esperar a pessoa tossir, pois a própria pressão do ar pode expulsar a comida para
fora.
o Você pode ajudar a vítima a expelir o objeto realizando a tapotagem nas costas.
Coloque-se atrás dela e faça a pessoa se curvar para frente e inicie as manobras. É
importante medir a força aplicada.
o Uma manobra de compressão também pode ajudar. Coloque-se por trás e junte
suas mãos entre a cintura e fim das costelas do engasgado. Aplique pressão rápida
e seguidamente.
o Não tente virar a pessoa de cabeça para baixo para forçar a saída do objeto (uma
bala engolida por uma criança, por exemplo). Isso pode piorar o engasgo,
especialmente se ocorrer vômito.
110
Geralmente a perda de sangue não pode ser medida, mas pode ser estimada por meio
da avaliação do paciente e dos sinais de choque. Quanto mais rápida a hemorragia, menos
eficientes são os mecanismos compensatórios do organismo.
112
113
Perdas de até 15% do volume sanguíneo (750 ml em adultos) geralmente não causam
alterações. São totalmente compensadas pelo corpo com, por exemplo, doação de sangue.
Perdas maiores que 15% e menores que 30% (entre 750 a 1.500 ml) geralmente causam estado
de choque sem hipotensão arterial.
Ansiedade;
Sede;
Taquicardia;
Pulso radial fraco;
Pele fria;
Palidez cutânea;
Suor frio;
Taquipneia;
Enchimento capilar lento.
Perdas acima de 30% (maiores que 1.500) levam ao choque descompensado com 114
O sangue eliminado pode ser vermelho vivo ou com aparência de borra de café,
caracterizando a digestão deste sangue. Neste caso, o socorrista pouco pode fazer no
atendimento pré-hospitalar para controlar a hemorragia. As condutas visam ao suporte da vida,
principalmente à manutenção da permeabilidade das vias aéreas e respiração, até a chegada ao
hospital.
novas compressas secas sem retirar a primeira. O objetivo é não retirar o coágulo;
Fixar a compressa sobre o ferimento com bandagem ou, caso não disponha de
bandagem, manter a compressão manual;
Se houver persistência da hemorragia, ocluir a artéria próxima ao ferimento, para
diminuir a circulação no local.
A insuficiência circulatória causa dano celular e lesão em vários órgãos, que podem
tornar-se irreversíveis se o choque não for rapidamente corrigido. Não se deve definir choque
com base apenas na pressão arterial, já que existem condições em que pode haver hipotensão
sem choque com oferta e consumo adequados de oxigênio.
A moderna classificação do choque foi proposta por Weil, em 1972, utilizando quatro
categorias, baseadas na causa primária da anormalidade perfusional. Estas categorias, contudo,
não são isoladas entre si, havendo considerável superposição entre os diversos tipos.
Pode ocorrer por perdas sanguíneas externas ou por sangramentos ocultos, não
exteriorizados. O choque hipovolêmico não hemorrágico é resultante de perda apenas do
componente líquido do compartimento intravascular.
Geralmente estes casos são devido à perda excessiva de líquidos pelos tratos
gastrointestinal ou urinário. Também pode ser resultado de transudação para o meio
extravascular, como ocorre nas queimaduras, traumatismos extensos em partes moles,
peritonites, pancreatites e obstrução intestinal.
Pode ser encontrado em diversas situações clínicas, porém, sua principal causa é a
perda súbita de massa muscular por infarto agudo do miocárdio (IAM).
O choque cardiogênico ocorre em cerca de 7 a 10% dos casos de IAM, com 120
A reação que ocorre pouco tempo após a exposição ao antígeno é caracterizada por
sensação de sufocamento, broncoespasmo, edema laríngeo, angiodema, respiração ruidosa, 121
transudação pulmonar e alterações cutâneas agudas urticariformes.
Finalmente, reflexos cardíacos em nível espinal também estão abolidos, pois as lesões
de T1 a T4 levam à perda de inervação simpática cardíaca, facilitando a bradicardia uma vez que
a inervação vagal parassimpática permanece preservada. 122
Choque séptico pode ser causado por uma variedade de microrganismos. Os mais
frequentemente envolvidos são as bactérias gram-negativas (50% dos casos) e gram-positivas
(30 a 35% dos casos).
O restante abrange bactérias menos comuns, fungos, vírus e até protozoários. Apesar
de a sepse poder afetar qualquer faixa etária, o risco maior é para pessoas acima dos 65 anos,
pois a defesa contra infecções requer uma complexa interdependência de diversos sistemas que
podem ser comprometidos pela idade avançada e pela presença de condições comórbidas que
aumentam a suscetibilidade às infecções.
Fatores que predispõem à sepse por qualquer agente incluem desnutrição, alcoolismo,
diabetes mellitus, neoplasias, AIDS, doenças leucoproliferativas, cirrose hepática, queimaduras,
tratamento com imunossupressores e procedimentos invasivos.
O processo, na sepse, começa com a proliferação do microrganismo no foco da
infecção. O organismo pode invadir a corrente sanguínea diretamente, levando as hemoculturas
positivas, ou pode proliferar apenas localmente e liberar várias substâncias na circulação.
23.1 INSOLAÇÃO
A maior parte dos relatos dessas emergências diz respeito a uma produção prolongada
de calor corporal interno. O calor externo, que o paciente está exposto, não precisa ser maior
que a temperatura ambiental normal. Com a transpiração contínua, água e sais minerais são
perdidos pelo corpo, ocasionando cãibras musculares dolorosas ou cãibras produzidas pelo
calor.
23.2 INTERMAÇÃO
Condutas:
Realizar a avaliação primária;
Conduzir o paciente para um local fresco e colocá-lo em posição confortável;
Resfrie o paciente de qualquer maneira, retire suas roupas em excesso, molhe-o. A
temperatura do corpo deve ser abaixada rapidamente ou o paciente corre risco de
morrer;
Bolsas de gelo, se possível, devem ser colocadas nas axilas, punhos, tornozelos,
virilhas e pescoço do paciente ou imergir o paciente em água fria; 126
A crise pode durar minutos e ceder espontaneamente. Caso se prolongue por mais de
trinta minutos, ou se repita neste período sem que a pessoa recupere a consciência entre uma
crise e outra, recebe o nome de status epilépticus.
A principal causa de convulsão é a epilepsia, porém existem tipos de epilepsia que não
estão associados a convulsões e existem convulsões por outras condições diferentes da
epilepsia. A crise convulsiva tipo grande pode ser precedida dos casos que duram alguns
segundos e envolvem sensações como alucinações visuais ou gustativas.
Fase Clônica: tem geralmente entre trinta e sessenta segundos de duração. Ocorre
alternância entre contrações musculares intensas e relaxamento em rápida
sucessão. Pode haver parada respiratória e perda do controle esfincteriano.
Caracteristicamente, ocorre salivação excessiva (sialorreia). 128
Considera-se como epiléptico o indivíduo que passa por dois episódios de crises não
provocadas com intervalo de tempo de pelo menos 24 horas. Esta definição determina que
mesmo um surto de várias crises consecutivas dentro de 24 horas ou um estado de mal
epiléptico não caracterizam uma epilepsia, pois podem ser decorrentes de fatores causais
externos e não de epilepsia propriamente dita. É importante conseguir uma descrição
pormenorizada do evento, com testemunhas.
Avaliar a cena;
Procurar sinais de consumo de drogas ou envenenamentos;
Uso de equipamentos de proteção individual;
Realizar a avaliação primária;
Verificar o nível de consciência da vítima e se a mesma ainda apresenta
convulsões;
Solicitar auxílio;
Tranquilizar pacientes lúcidos;
Não tentar introduzir objetos na boca do paciente durante a convulsão;
Não tentar conter a vítima;
Proteger a cabeça do paciente colocando um apoio;
Afastar do paciente de objetos perigosos;
Aguarde a crise seguir sua evolução natural;
Em caso de convulsão em criança febril, resfriá-la com toalhas molhadas com água
em temperatura ambiente;
Abrir a via aérea com manobras manuais após a cessação das convulsões;
Assistir a ventilação, caso esta não retorne após a convulsão;
Preparar para a ocorrência de novo episódio convulsivo, se a vítima não recupera a
consciência nos primeiros dez minutos;
Caso a vítima apresente vários episódios de crises convulsivas sem recuperar a
consciência, o profissional de emergência estará diante de um estado de grande
mal epiléptico, devendo providenciar transporte imediato para um centro de saúde
de referência. Esta é uma emergência médica. 130
25 ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
O acidente vascular encefálico (AVE) é uma condição frequente, que representa uma
das causas mais comuns de óbito. Há também o potencial de produzir sequelas graves nos 131
sobreviventes.
Geralmente as vítimas de acidente vascular encefálico são idosas – mais de 70% das
vítimas têm mais de 65 anos –, porém jovens tambémpodem apresentar esta condição.
Hipertensão;
Colesterol elevado;
Diabetes;
Tabagismo;
Doença cardíaca.
O acidente vascular encefálico deve ser suspeitado em qualquer paciente com perda
súbita de função neurológica ou alteração no nível de consciência.
Os sinais e sintomas mais comuns, que podem ocorrer isolados ou em combinação,
são:
Até pouco tempo não havia tratamento hospitalar específico para o acidente vascular
encefálico, os pacientes eram colocados em um protocolo geral de “Alteração do Nível de 134
Consciência”.
Avaliar a cena;
Realizar exame primário;
Observar cuidados com a coluna cervical em situações nas quais se suspeita que o
paciente possa ter sofrido algum traumatismo (em caso de queda);
Abrir as vias aéreas é prioridade caso o paciente esteja inconsciente ou sonolento;
Iniciar a ventilação pulmonar, caso necessário. A respiração inadequada piora ainda
mais as condições cerebrais e pode aumentar a área de necrose;
Administrar oxigênio sob máscara em todos os casos e manter a oximetria
monitorizada acima de 92%;
Prevenir a broncoaspiração, colocando o paciente em decúbito lateral, caso
ocorram vômitos;
Caso o paciente apresente sinais de choque, iniciar o tratamento;
As alterações dos sinais vitais são comuns após o acidente vascular encefálico,
particularmente a pressão arterial;
Exame secundário com avaliação neurológica: escala de coma de Glasgow e
escala de Cincinatti;
Transportar para um centro de saúde de referência.
Coma;
Obstrução de vias aéreas por queda de língua;
Broncoaspiração;
Distúrbio respiratório;
Hipertensão arterial;
Convulsões.
26 ANGINA DE PEITO
Um fato importante é que a dor pode estender-se e irradiar para o braço esquerdo,
com caráter de dor ou formigamento, ou para o lado esquerdo do pescoço ou até para a
mandíbula.
A angina é causada pela obstrução parcial das coronárias por uma placa de gordura,
que limita a capacidade do coração de aumentar a chegada de sangue oxigenado em resposta a
um aumento de consumo de oxigênio.
Nos casos em que a dor dura até cinco minutos e pode ser aliviada pelo repouso ou
por medicamentos específicos, ela pode ser considerada menos grave. Se a dor não
desaparecer em menos de cinco minutos ou se não for aliviada completamente por medicação, o
paciente deverá ser levado o mais precocemente possível para avaliação médica. Deve ser
evitado qualquer tipo de esforço físico por parte da vítima, inclusive andar até em carro.
Quando a dor for prolongada, podemos ter duas situações: ou o paciente tem uma
angina grave, chamada de angina instável, ou um infarto agudo do miocárdio. Ambas são
consideradas emergências; e o paciente deve ser transportado imediatamente para o hospital.
27 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
O infarto agudo do miocárdio (IAM) refere-se ao processo pelo qual áreas de células
miocárdicas no coração são destruídas de maneira permanente.
137
Como a angina instável, o infarto agudo do miocárdio é usualmente causado por fluxo
sanguíneo reduzido em uma artéria coronária devido à aterosclerose e oclusão de uma artéria
por um êmbolo ou trombo.
Oclusão coronariana, ataque cardíaco e infarto agudo do miocárdio são termos usados
como sinônimos. A área de infarto leva tempo para se desenvolver. À medida que as células são
privadas de oxigênio, a isquemia se desenvolve, ocorre a lesão celular e, com o passar do
tempo, a falta de oxigênio resulta em infarto ou morte das células, que não pode mais ser
revertida.
Esta dor pode irradiar para os braços (principalmente o esquerdo), ou pescoço. Alguns
pacientes podem apresentar dor epigástrica, dorsal, no membro superior direito e nos ombros. A
dor pode associar-se a vômitos, sudorese, ansiedade, inquietação e falta de ar. 138
Irritações de pele e olhos podem ser tratadas com água corrente. A prioridade do
profissional de emergência deve ser cuidar dos danos às vias aéreas da vítima.
Depois desta conduta inicial, removaas vestes contaminadas e lave as áreas afetadas
da pele da vítima com água e sabão, continue banhando abundantemente com água corrente.
Afogamento é todo acidente por submersão em que a vítima morre dentro das
primeiras 24 horas. Quase afogamento é todo acidente por submersão em que a vítima 145
sobrevive no mínimo por 24 horas, independentemente do resultado final.
Do ponto de vista prático o quadro dos pacientes que se afogam em água doce ou
salgada é idêntico, devido à pequena quantidade de fluido que normalmente é aspirada.
146
Obs.: É importante lembrar que esta classificação não tem caráter evolutivo.
29.2 ABORDAGEM E CONDUTA
Remover a vítima da água o mais rápido possível (resgate geralmente realizado por
bombeiros e não profissionais de saúde). 147
Avaliar a segurança do local.
Manter o paciente na horizontal em paralelo à água e executar a avaliação primária
(CAB).
Iniciar RCP na ausência de pulso carotídeo mesmo em indivíduos que ficaram
submersos por longos períodos, pois a água fria protege o indivíduo da morte
cerebral. Caso a ambulância esteja equipada com desfibrilador semiautomático,
deve ser realizada a rotina de análise do ritmo. As compressões torácicas só devem
ser iniciadas após a retirada da vítima da água.
Abrir as vias aéreas é a prioridade por meio de técnicas usuais. Observar cuidados
com a coluna cervical se houver evidência de trauma.
Iniciar ventilação pulmonar se houver indicação, utilizando oxigênio suplementar.
Administrar oxigênio sob máscara em pacientes, ventilando espontaneamente com
fluxo de 12L/min.
Não tentar retirar a água dos pulmões ou do estômago. A utilização da manobra de
Heimlich para esvaziar o estômago distendido só aumenta o risco de aspiração
pulmonar. A manobra só deve se utilizada se houver suspeita de obstrução de vias
aéreas por corpos estranhos.
Caso o paciente inconsciente apresente vômitos, coloque-o em posição lateral de
segurança.
Não colocar a vítima com a cabeça mais baixa que o corpo.
Aquecer os pacientes, secando-os e cobrindo-os com cobertores.
Prevenir a aspiração pulmonar em vítimas com respiração espontânea, colocando o
paciente em decúbito lateral esquerdo (posição lateral de segurança).
Todas as vítimas de submersão, mesmo as que só necessitaram de mínima
reanimação, devem ser submetidas à avaliação médica, pois, às vezes, a lesão
pulmonar ocorre horas após o episódio de submersão.
30 TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO
E mesmo quando não causa a morte, pode ocasionar sequelas graves, incompatíveis
com uma vida produtiva. O tratamento adequado é eficaz para diminuir essas complicações. Os
traumatismos da cabeça podem envolver, isoladamente ou em qualquer combinação, o couro
cabeludo, crânio e encéfalo.
149
Fraturas, linear ou simples: representam 80% das fraturas de crânio, são lineares
e sem desvio.
Fraturas abertas: localizam-se sob lesões do couro cabeludo e têm maior potencial
para infecção.
Fraturas deprimidas: ocorrem geralmente após lesão de baixa velocidade com
impactos de pequenos objetos. Têm maior potencial para causar lesão cerebral,
pois fragmentos ósseos penetram na massa encefálica.
Fraturas de base de crânio: a presença de sangramento pelo nariz (rinorragia) ou
pelo ouvido (otorragia) indica a possibilidade desta lesão. A equimose periorbitária
(olhos de guaxinim) surge algumas horas após o trauma. A equimose de mastoide é
um sinal tardio (mais de 24 horas após a lesão). 150
Avaliar a cena;
Realizar a sequência CAB; 152
Realizar miniexame neurológico (escala de coma de Glasgow);
Avaliar pupilas (tamanho, simetria, responsividade à luz);
Movimentos das extremidades (comparar a simetria entre o lado direito e esquerdo
do corpo);
Transportar rapidamente para o serviço apropriado para reduzir a gravidade das
lesõese diminuir a mortalidade das vítimas.
Ao comando verbal 3
153
À dor 2
Ausente 1
Localização à dor 5
Flexão hipertônica 3
Extensão hipertônica 2
Sem resposta 1
Desorientado e conversando 4
Palavras inapropriadas 3
Sons incompreensíveis 2
Sem resposta 1
31 DESMAIO
Síncopes simulam crises de ausência simples ou crises parciais complexas com perda
da consciência desde o início. A abordagem inicial de pacientes com síncope envolve diversos
passos, como por exemplo, o suporte básico de vida antes da suspeita de uma crise epiléptica.
Verificação da condição hemodinâmica, pesquisa de distúrbios metabólicos ou hipóxia fazem
parte desta rotina.
As outras causas são devido à hipotensão postural, após mudança rápida para posição
de pé e medicamentos como anti-hipertensivos, antiarrítmicos e antidepressivos, que são os
fármacos normalmente associados à perda de consciência.
Na síncope, nem sempre existe uma diferenciação tão clara e os achados de exames
diagnósticos podem ser inespecíficos.
FIGURA 53 - SÍNCOPE
155
São necessários, quando pertinente, diversos exames que vão desde um simples
hemograma e dosagens de glicose até, nos casos mais graves, uma ressonância magnética.
Há algumas medidas que podem ser realizadas com o objetivo de evitar que uma
pessoa possa desmaiar, são elas:
Se você acha que vai desmaiar, procure deitar-se com as pernas mais elevadas
que a cabeça.
Se não for possível deitar-se, sente-se e abaixe a cabeça até o nível dos joelhos,
pois com este procedimento você consegue aumentar o fluxo de sangue para seu
cérebro.
Procure não se levantar bruscamente, faça-o lentamente, para que sua frequência
cardíaca e pressão sanguínea tenham mais tempo para se ajustar à posição
vertical.
Se você começou a tomar alguma medicação nova e acha que seu desmaio foi 156
ocasionado pela medicação, procure seu médico, pois pode ser necessário ajustar
a dosagem.
Em épocas de altas temperaturas, como verão, passar por muito calor e umidade,
ter sensação de abafamento, ingerir pouco líquido, ficar em pé por um longo tempo,
fazer exercícios e desidratar-se são condições propícias para ocorrer um desmaio.
Os primeiros socorros para casos de desmaio devem ser tomados até que seja
possível o atendimento especializado. Podemos destacar:
Afastar a vítima de local que proporcione perigo, como por exemplo, escadas,
janelas;
Deitá-la de barriga para cima e elevar as pernas acima do tórax, para que a cabeça
fique mais baixa em relação ao restante do corpo;
Manter a cabeça de lado para facilitar a respiração e evitar aspiração de secreções;
Afrouxar as roupas;
Manter o local arejado;
Após recobrar a consciência, deve permanecer pelo menos dez minutos sentada,
antes de ficar em pé, pois isso pode favorecer o aparecimento de um novo
desmaio;
Transportar a vítima para atendimento médico.
157
32 CHOQUE ELÉTRICO
O choque elétrico pode ser definido como a passagem de uma corrente elétrica através
do corpo, utilizando-o como um condutor. Esta passagem de corrente pode causar um susto, 158
porém também pode causar queimaduras, fibrilação cardíaca ou até mesmo a morte.
Por esse motivo deve-se ter muito cuidado na manipulação com tomadas, fios
desencapados e até mesmo a rede elétrica de distribuição de energia, pois são muito perigosos
e com alto poder para eletrocutar uma pessoa.
Costuma-se associar a lesão que o choque pode causar com o nível de tensão, porém
o correto é que depende da intensidade da corrente elétrica que atravessa o corpo da pessoa
durante o choque e do caminho da corrente elétrica pelo corpo.
Certamente que quanto maior for a tensão, maior é a probabilidade de ocorrer um dano
físico à pessoa, tendo em vista que pela lei de Ohm o aumento da corrente é diretamente
proporcional ao da tensão e inversamente proporcional ao da resistência elétrica
As lesões provocadas pelo choque elétrico podem ser de quatro naturezas, são elas:
Eletrocussão;
Choque elétrico;
Queimaduras;
Quedas provocadas pelo choque.
32.1 ELETROCUSSÃO
A eletrocussão é definida como a morte provocada pela exposição do corpo a uma
carga letal de energia elétrica. Os raios e os fios de alta tensão, geralmente com a voltagem
superior a 600 volts, costumam provocar esse tipo de acidente. Também pode ocorrer a
eletrocussão com baixa voltagem, ou seja, com voltagem inferior a 600 volts, se houver a
presença de: poças d'água, roupas molhadas, umidade elevada ou suor.
159
O choque elétrico é causado por uma corrente elétrica que passa através do corpo
humano ou de um animal qualquer. O pior choque é aquele que se origina quando uma corrente
elétrica entra pela mão da pessoa e sai pela outra.
Nesse caso, atravessando o tórax, ela tem grande chance de afetar o coração e a
respiração. Se fizerem parte do circuito elétrico o dedo polegar e o dedo indicador de uma mão,
ou uma mão e um pé, o risco é menor.
O valor mínimo de corrente que uma pessoa pode perceber é 1mA. Com uma corrente
de 10 mA, a pessoa perde o controle dos músculos, sendo difícil abrir as mãos para se livrar do
contato. O valor mortal está compreendido entre 10 mA e 3 A.
32.3 QUEIMADURAS
Ao atender uma vítima de choque elétrico é necessário cuidar para não ficar na mesma
situação, portanto deve-se desligar a energia elétrica antes, ou usar alguma forma de isolamento
elétrico, como por exemplo, botas de borracha.
Estando a vítima fora de uma área eletrificada, observa-se se existe algum objeto
obstruindo a passagem do ar pela boca ou nariz, como próteses dentárias ou alimentos, que
devem imediatamente ser retirados.
162
33 FERIMENTOS NO TÓRAX
Os ferimentos no tórax causam aproximadamente 25% das mortes nos pacientes que
sofreram politraumatismos. Cerca de 60% das vítimas politraumatizadas que evoluem para o 163
óbito apresentam lesões torácicas.
Os ferimentos penetrantes podem ser causados por arma branca ou arma de fogo. São
mais evidentes e a trajetória do projétil ou lâmina pode ser imaginada, determinando o local de
lesões em órgãos. As lesões específicas no traumatismo de tórax serão abordadas a seguir.
As fraturas mais comuns são as laterais entre a terceira e oitava costelas. Elas são
longas, finas e pouco protegidas. Fraturas simples isoladas quase nunca trazem risco de morte.
Podem ser detectadas por dor ao movimento ou palpação e, às vezes, crepitação local.
As fraturas de costelas mais baixas podem ser associadas a lesões do fígado (à direita) e baço
(à esquerda).
FIGURA 54 – FRATURA DE COSTELA
164
Esta porção perde o suporte ósseo e passa a fazer movimento contrário ao resto do
tórax em cada respiração. É uma lesão grave e pode levar à hipóxia e à morte, se associada à
contusão pulmonar e não tratada adequadamente. O tratamento consiste em medicação para
dor e, em alguns casos, suporte ventilatório por aparelhos.
33.3 CONTUSÃO PULMONAR
Crianças podem apresentar contusões graves sem qualquer sinal de lesão externa ou
fratura de costela. O tratamento específico somente será realizado em ambiente hospitalar ou
por unidade de suporte avançado.
À medida que o ar entra para o espaço pleural ele impede o pulmão de expandir-se e
de realizar as trocas gasosas. Se o ar estiver entrando em um mecanismo de válvula, haverá
compressão total do pulmão do mesmo lado com desvio do mediastino para o lado oposto,
levando à redução do retorno de sangue para o coração e ao choque.
Avaliação da cena;
Realizar a sequência CAB; 168
Conter hemorragias;
Contato com o serviço de resgate;
Transporte imediato para centro de saúde de referência.
34 FERIMENTOS NO ABDÔMEN
O óbito pode ocorrer devido à hemorragia extensa proveniente de lesão aberta, como
por exemplo, um trauma abdominal penetrante ou lesão fechada, que consideramos como
trauma abdominal contuso.
170
Os traumatismos penetrantes podem ser causados por arma branca ou arma de fogo.
São mais evidentes e a trajetória do projétil ou lâmina pode ser imaginada, determinando o local
de lesões em órgãos. A mortalidade é bem mais elevada em ferimentos por arma de fogo, pois
as lesões aos órgãos abdominais são bem mais frequentes.
FIGURA 59 – TRAUMATISMOS PENETRANTES
171
Avaliar a cena;
Realizar a sequência CAB;
Administração de oxigênio;
Imobilização rápida;
Acesso venoso e infuso de soro (somente com supervisão e/ou orientação médica);
Transporte imediato para o centro de saúde de referência.
172
35 FERIMENTOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS
São acidentes causados por ofídios, escorpiões, aranhas, vespas, abelhas e algumas
formas marinhas de vida animal que se constitui em um tipo de envenenamento, cujo veículo de 173
introdução, no corpo humano, se faz por meio de presas, ferrões, etc.
“Cara de bêbado”;
Falta de ar;
Dificuldade em engolir;
“Formigamento” e “adormecimento”;
Insuficiência respiratória aguda.
Escurecimento da urina.
Dor imediata;
Inchaço (edema);
Calor e rubor no local da picada;
Hemorragia no local da picada ou distante dele.
Bolhas;
Gangrenas;
Abscesso;
Insuficiência renal aguda.
FIGURA 62– JARARACA
177
178
35.1.5 Conduta
Nos casos graves originados pelas aranhas Armadeira e Viúva-Negra, a dor é bem
mais interna, e a vítima apresenta sudorese, náuseas, vômitos, hipertermia e hipertensão,
evoluindo para coma e choque.
Nos casos graves originados por picadas de Aranha-Marrom há dor forte no local da
picada, náuseas, vômitos, hipertermia e grandes equimoses no membro afetado, geralmente
acompanhados por flictenas hemorrágicas.
A maioria dos acidentes ocorre nos meses quentes e chuvosos, mais frequentes de
setembro a novembro, atingindo predominantemente os membros superiores, principalmente as
mãos e os antebraços.
35.3.1 Reconhecimento
Procure identificar e capturar o animal agressor, porém não perca tempo neste
trabalho;
Dor local muito intensa;
Náuseas e vômitos;
Dores abdominais;
Convulsões;
Entorpecimento e formigamento no membro afetado;
Espasmo do músculo do maxilar causando dificuldade para abrir a boca;
Choque;
Edema.
O tratamento é o mesmo utilizado para ofídicos.
181
Ferimentos oculares são mais comuns do que podemos imaginar. Muitos podem até
ser de pouca importância, mas se não forem tratados de forma rápida e adequada podem levar a 182
complicações que ameaçam a visão.
Pode haver lesões sérias, e até mesmo com o cuidado de médicos oftalmologistas, a
visão pode ser perdida.
Prevenção de acidentes;
Avaliação precoce do paciente;
Avaliação correta por parte do socorrista que presta o atendimento;
Encaminhamento imediato de ferimentos sérios que requerem cuidados do 183
oftalmologista.
A proteção dos olhos é uma necessidade urgente, e imperativa, não apenas pelo
desejo de bem-estar dos indivíduos, mas também por razões de ordens socioeconômicas, como
o aumento da produtividade.
Tais acidentes são responsáveis, muitas vezes, por gerar incapacidade e limitações
nos indivíduos, por provocarem cegueira. Nos Estados Unidos, ocorrem cerca de mil acidentes
oculares de trabalho por dia, apesar de todo um esforço na sua prevenção.
Por ser a visão o sentido mais importante, os olhos são extremamente essenciais para
o operário e lesões mínimas podem impossibilitá-lo para o trabalho.É importante ressaltar que
aproximadamente 98% dos acidentes são evitáveis, ou seja, a cada cem acidentes, apenas dois
deveriam acontecer.
Muitos materiais e produtos são responsáveis por acidentes oculares domésticos.
Dentre eles, podemos citar:
Líquidos inflamáveis;
Produtos com temperaturas elevadas, tais como, fósforo, óleo para fritura;
Plantas domésticas que liberem substâncias (coroa-de-cristo, etc.), entre outros.
Estes produtos provocam desde queimaduras até lesões perfurantes graves do globo
ocular, devendo, portanto, ser evitado o seu manuseio sem os devidos cuidados preventivos. Um
cuidado especial é o de se estocar tais produtos longe do alcance de crianças.
Por fim, cabe ainda lembrar a importância do uso do cinto de segurança nos veículos,
pois pesquisas mundiais demonstram a eficácia deste objeto de segurança na medida em que
diminui em uma percentagem alta o número de acidentes oculares graves, como as perfurações,
que podem gerar perda da função visual.
Fitas adesivas;
Almofadinhas de gaze estéril comum e do tipo sem adesivo;
Faixas especiais para estancar ferimentos leves;
Sabão, uma barra pequena, para limpar as feridas;
Toalhinhas ou compressas com álcool;
Faixa elástica;
Faixa triangular;
Agulha e pinça;
Tesouras pequenas.
Bússola;
Apito;
Lanterna;
Fósforos.
Em situações especiais, caso o socorrista tenha conhecimentos, alguns medicamentos
podem ser guardados na caixa de primeiros socorros, são eles:
Analgésicos;
Anti-inflamatórios;
Antitérmicos; 186
Antialérgicos;
Colírio;
Remédios para náuseas e vômitos.
Corpos estranhos são pequenas partículas de vidro, madeira, poeira, carvão, areia ou
limalha, grãos diversos, sementes, insetos que podem penetrar nos olhos, nariz e ouvidos de 187
uma pessoa.
Se o objeto estiver cravado no olho, não tente retirá-lo, cubra-os e procure ajuda
médica;
Se não for possível fechar os olhos, cubra-os com um cone de papel grosso e
procure ajuda médica imediata.
FIGURA 69 – CORPO ESTRANHO NA ESCLERA
189
Tente expelir o ar pela narina com corpo estranho fazendo certa pressão com a
boca fechada e o outro lado comprimido com o dedo;
Instrua a vítima para que ela respire pela boca;
Não introduza instrumentos como arames, palitos, grampos ou pinças nas narinas.
FIGURA 70 – CORPO ESTRANHO NO NARIZ
190
Quando um corpo estranho estiver nos ouvidos, as seguintes providências devem ser
tomadas:
Mantenha-se ao lado da vítima e de forma calma peça para que ela tussa várias
vezes, com a intenção de expelir o corpo estranho;
Aplique alguns golpes com a mão em concha no meio das costas com o tronco
levemente revertido para frente;
Tentar Manobra de Heimlich em pé ou se a vítima desmaiar;
Não obtendo sucesso, realize respiração boca a boca com a vítima deitada em 191
FERREIRA, A.V.S.;GARCIA E. Suporte Básico de vida. RevSocCardiol, São Paulo, 2001, 11(2),
p. 214-225.