Juventude e Vida Adulta
Juventude e Vida Adulta
Juventude e Vida Adulta
JUVENTUDE OU 2ª. ADOLESCÊNCIA (18 A 25 ANOS)
As principais características do jovem nessa etapa são:
• Estruturas intelectuais, morais e físicas atingem o auge;
• Diminuem as mudanças fisiológicas;
• Há estabilização afetiva;
• Ingresso na vida social plena;
• Início do trabalho e dos estudos superiores;
• Início na vida matrimonial;
• Há o autosustento social, psicológico e econômico.
A vida matrimonial (escolha de um parceiro, namoro, noivado) e a escolha ou definição de
um trabalho quando adiadas podem levar à dependência familiar e favorecer as flutuações
afetivas, falta de experiências vitais e as idealizações.
De acordo com vários autores a Juventude é um período marcado pelo conflito entre
gerações; o jovem busca construir seus próprios valores e, por isso, contrapõese aos dos
mais velhos. Inicia a construção de um projeto de vida e, de maneira positiva, irá tornarse
independente dos adultos, desenvolvimento se como sujeito autônomo.
É a época da plenitude do desenvolvimento físico, o jovem apresenta força, energia e
resistência. Os homens atingem estatura máxima aos 21 anos e as mulheres por volta dos
18 anos. São menos propensos às doenças, mas há maior índice de morte por acidentes a
atos de violência (brigas).
De acordo com Erik H. Erikson (1974), a juventude é um período da conquista da intimidade
(solidariedade entre amigos, união sexual, intimidade do casal). O fracasso nessas
conquistas pode levar ao isolamento.
É a etapa em que se pode desenvolver a genitalidade:
• Mutualidade do orgasmo;
• Com um companheiro amado;
• Do outro sexo;
• Para partilhar confiança mútua;
• Para partilhar os ciclos de trabalho, procriação e lazer;
• Para garantir à descendência todas as etapas de um desenvolvimento satisfatório.
• Portanto, a relação de intimidade marca o fim da adolescência e início da vida adulta.
Estes podem ser preocupações durante o início da idade adulta. (Papalia et all, 2006:527).
A intimidade pode envolver questões ou problemas físicos como: disfunção sexual, doenças
sexualmente transmissíveis, problemas menstruais e esterilidade.
Níveis de relação interpessoal
1º. Nível → O encontro com o outro é mediatizado por uma tarefa; o intercâmbio pessoal é
facilitado pela tarefa comum (uma brincadeira, um trabalho) sem envolvimento ou
compromisso pessoal nem contato com a interioridade do outro.
2º. Nível → A relação deixa de ser mediatizada pela tarefa e passa a ser regulada por um
sistema de normas que supõe a internalização dessas normas e o desempenho de papéis
para ser aceito no grupo.
3º. Nível → Abertura pessoal para o conhecimento mútuo em profundidade; a relação
baseiase na criatividade de ambos para construíla (relação de intimidade supõe uma
afetividade e uma sexualidade menos centradas no eu, menos narcisista – predomina a
preocupação com o outro).
Saúde do Jovem
• Acidentes de carro (alta velocidade)
• Consumo de drogas • Suicídio
• Bulimia / Anorexia
10.1 VIDA ADULTA JOVEM OU PRECOCE (25 A 30 ANOS)
A vida adulta começou a ser estudada em um período relativamente recente e hoje ainda se
sabe muito pouco sobre suas etapas. Caracterizase pela continuidade de todos os aspetos
da fase anterior (juventude).
A Psicologia do Desenvolvimento passou a ter um interesse especial pela vida adulta
porque:
• Houve um aumento da expectativa de vida pelos avanços da medicina, ausência de
guerras, melhoria das condições sanitárias / políticas / ideológicas que propõem a
diminuição do índice de natalidade. Como conseqüência há mais pessoas adultas e idosas
do que crianças. Essa população apresenta exigências tanto para a ciência como para a
industria.
Os autores dividem a juventude e a vida adulta jovem em três estágios contínuos:
1) Saída do Lar (18 a 24 anos)
• Passagem da vida préadulta para adulta;
• Maior independência psicológica e econômica dos pais;
• Contato com instituições que dão status (universidade, exército, empresa).
2) Ingresso no mundo adulto (24 a 28 anos)
• Está mais no mundo adulto do que no lar
• Adquire autonomia / independência
• Constrói uma estrutura de vida estável
2) Transição para a quarta década (28 a 33 anos)
• Período de reafirmação de compromissos com maior gama de possibilidades.
Características comuns juventude e vida adulta jovem (18 a 30 anos)
• Fisicamente o sujeito encontrase no auge (saúde máxima e melhor época para ter filhos
20 a 30 anos). Máximo desempenho da capacidade cognitiva e mental.
• A vida adulta representa tanto a plenitude física quanto o começo do declínio; é gradual e
pode ser atenuado pelo estilo de vida.
• São anos estressantes e difíceis em comparação com outras fases.
• Período de aprendizagem e conflito de papéis (marido/ esposa; pai/mãe/ profissional).
• O sucesso na vida adulta está relacionado ao amor e ao trabalho (satisfação em relação a
sua profissão e realização afetiva).
• No entanto, parece que o amor é mais importante que o trabalho: a satisfação total na vida
de uma pessoa é a felicidade relatada pelos indivíduos nas relações marital e familiar (busca
do parceiro, casamento, filhos). A satisfação no trabalho, ainda que significativa,
aparentemente não constitui elemento essencial quanto à satisfação amorosa.
• Adultos que têm estrutura de apego (uma relação com base segura) possuem maior auto
estima e não deixam que o trabalho impeça o lazer e a saúde (gostam de tirar férias)
• Adultos que tiveram uma infância problemática (perderam um dos pais devido à morte ou
divórcio, pais rejeitadores ou ambivalentes), podem apresentar uma infinidade de problemas
– depressão, sua própria separação ou divórcio, saúde física deficitária, problemas para
estabelecer relações adultas seguras e experiências profissionais problemáticas.
• A vida adulta é determinada por um conjunto de escolhas pessoais que são antecipadas
pelo sujeito: acabar os estudos, casar, ter filhos, trabalhar, etc.
10.2 VIDA ADULTA MÉDIA (30 A 50 ANOS)
A Vida Adulta Média é também chamada de amadurecimento, idade madura, idade adulta
propriamente dita ou idade da plenitude.
O indivíduo pode avaliar o curso definitivo de sua vida, não está no início de um caminho, a
direção já está dada ou pode concluir que ainda não encontrou um norte. De qualquer forma
é um momento de avaliação.
A passagem da vida adulta jovem para a vida adulta média:
• Implica mais certo estado de ânimo e não mudanças corporais;
• Em termos físicos destacase aumento do corpo;
• Há um aumento de experiências pessoais e delineiase a individualidade;
Além de ser valorizado por aqueles que o sujeito orienta, também precisa sentirse
necessário, precisa do alento daquilo que produziu.
Amadurecimento ⇒ Para Erikson (1974), o amadurecimento é atingido quando a pessoa, de
alguma forma, cuida de coisas e de outras pessoas, consegue adaptarse aos triunfos e às
desilusões próprios, o que gera, de outros seres humanos ou produtos e idéias, marcas que
testemunham sua passagem pelo mundo.
Amadurecer ⇒ É progredir paulatinamente em direção a uma meta.
Maturidade ⇒ Palavra latina maturus, vem de mane que quer dizer ‘de manhã cedo’, aquele
que se levanta cedo para fazer algo, que está preparado para tudo o que possa acontecer.
Maturum ⇒ Referese ao que chegou a um ponto, do qual podemos nos beneficiar.
Amadurecimento envolve:
• Harmonia das funções que supõe o autogoverno;
• Visão global objetiva do mundo;
• Aceitação das limitações;
• Aceitação de responsabilidades;
• Autoconfiança e seriedade.
1 Escolha e assista a um filme que aborde os aspectos teóricos sobre o desenvolvimento
humano estudados nessa unidade. Elabore e apresente relatório sucinto na página ao lado,
caracterizando fase, desenvolvimento e principais características (mínimo de 20 linhas).
2 Faça uma entrevista com pessoas com idades entre 18 e 50 e identifique os principais
aspectos sobre o desenvolvimento humano estudado no curso.
10.3VIDA ADULTA TARDIA OU MEIAIDADE (5065 ANOS)
Período de paradoxos: Satisfação conjugal e profissional X declínio físico
Papéis profissionais e familiares se afrouxam (maior opção de escolhas) X aquisição de
novos papéis
Exercem influência sobre a saída dos filhos (casamento X nenhuma influência sobre o
tempo certo dos netos ou incapacitação dos pais).
Período em que ocorrem modificações corporais próprias e fantasiadas. O adulto começa a
sentir o pêso do passado e a lenta aproximação do declínio. Os melhores anos (biológico)
passaram, chegouse ao auge e iniciase o declínio crescente (elaboração do luto pela
juventude perdida e pelas metas que não pôde ou não soube alcançar.) Período de
questionamento: trabalho, família, amizades.
Alguns negam esse período e vestemse de acordo com a moda jovem, recorrem à
cosmética, cirurgia para alisar a pele. Outros assumem atitudes hostis diante dos jovens na
defesa de valores morais, mas para encobrir a inveja que sentem deles. Muitas vezes ocorre
a cristalização da personalidade com dificuldade para mudanças.
Crise da meia idade
• Crise depressiva que deve ser superada (aceitação de uma incompletude básica, de uma
finitude inevitável).
• Essa crise ocorre em ambos os sexos.
• Menopausa – 45 a 53 anos – período médio do climatério feminino – irritabilidade, insônia,
ansiedade, depressão, acessos de calor provocados pelas mudanças hormonais, diminuição
da libido, aumento do narcisismo, comportamentos agressivos, hiperatividade, perda óssea
e muscular.
• Andropausa – 50 anos climatério masculino.
• A crise da meiaidade é a época de inventário, de balanço do que foi obtido. Alguns colhem
frutos, outros se reencaminham e outros se lamentam, caem na desilusão e depressão.
• Com a libido sublimada surgem atividades consagradas a valores espirituais (arte, ciência,
cuidado com o outro). A aquisição de bens materiais e de status liberta o sujeito da busca de
aceitação e ascensão social.
• É o último instante da seqüência do tempo vivido para realizar o sentido da vida escolhida,
para configurar sua própria figura/imagem.
SÍNDROME DO NINHO VAZIO
Filhos crescidos, casados (o último filho deixa o lar), independentes, deixam os pais com
menos obrigações e mais sozinhos. O casal vêse novamente sozinho e com necessidade
de fixar nova meta em sua relação com a família e si mesmo. Tornamse avós e muitas
vezes precisam cuidar de seus próprios pais envelhecidos e debilitados.
Relógio biológico
Primeiros sinais de envelhecimento: uso de óculos, cabelos brancos, pele com vincos, difícil
subir lances de escada (declínio da capacidade aeróbica), pessoas mais jovens o tratam
como ‘uma pessoa mais velha’ (filhos adultos, colegas de trabalho jovens), incapacidade
dos pais leva a perceber a própria incapacidade futura.
Relógio social
Sensação de maior conhecimento e experiência, maior sensação de controle e escolha, há
mais tempo e energia para outros papéis (esposo, esposa, avô, avó), aposentadoria.
A vida na meiaidade depende de três fatores:
1. Saúde : uma boa saúde nesse período permite a vivência muito melhor dessa fase. Os
que se aposentam por doença, acabam recebendo salários irrisórios, o que leva à
depressão ou sofrimento.
2. Momento certo para os acontecimentos familiares e profissionais : momento certo e exato
para os vários acontecimentos familiares e profissionais. As mulheres que têm filhos mais
tarde reduzem seus anos póspaternidade (pósparental); há maior probabilidade de
conflitos e necessidade de se retardar a aposentadoria.
3. Crises: divórcio, perda do emprego, perda de filho várias perdas levam ao aparecimento
de doenças como consumo de drogas (álcool, medicamentos, depressão).
Previsão de boa saúde e ajustamento emocional na meiaidade depende:
1. Não consumo de drogas na fase adultojovem;
2. Medicamentos que alteram o humor (tranqüilizantes);
3. Personalidade: adultos neurotizados são mais propensos a reagir a crises por meio de
formas autodestruidoras;
4. Padrões da personalidade da criança e adolescente, como timidez ou temperamento
difícil, prevêem uma quantidade de comportamentos semelhantes na vida adulta;
5. Famílias afetivas, boa autoestima na adolescência.
10.4 VELHICE OU ENVELHECIMENTO (65...)
É muito recente a pesquisa científica sobre o processo de envelhecimento, assim como o
desenvolvimento na Medicina e na Psicologia das especialidades em gerontologia (geriatria)
e psicogerontologia (psicologia evolutiva da velhice).
Por que hoje há maior preocupação com a velhice?
• A expectativa de vida da população mundial aumentou à medida que melhoraram as
condições sanitárias, educativas, econômicas e diminuiu a taxa de natalidade (famílias
menores). Em alguns países desenvolvidos há predomínio populacional de adultos e idosos;
• O aumento da expectativa de vida provocou prolongamento do estágio da velhice que se
distingue em etapas: présenilidade, senilidade, terceira idade, quarta idade;
• Parcela da população que pode consumir e gerar lucro (empréstimos, passeios, viagens,
plano de saúde, etc.).
1. Privação de atividade ocupacional;
2. Desocupação, tempo livre não organizado para recreação e lazer;
4. Doenças físicas e enfraquecimento corporal;
5. Lentidão das funções psíquicas;
6. Diminuição ou exclusão das atividades prazerosas;
7. Medo diante da aproximação do final da vida.
8. Internações Geriátricas → segregação da família e da sociedade leva os idosos a uma
morte social, provoca depressão, vulnerabilidade física, redução da esperança de vida.
ASPECTOS FÍSICOS
A sociedade contemporânea tende a idealizar a adolescência, a juventude e tudo o que é
novo. Como conseqüência, rejeita o idoso e desvaloriza tudo o que considera velho. Por
isso, os idosos correm riscos de serem desvalorizados e marginalizados pela sociedade e
pela família, que é seu apoio afetivo essencial.
10.5 MORTE
A morte não faz parte do ciclo vital uma vez que ela interrompe o processo da vida, o ciclo
da vida humana propriamente dito. Por isso, é estudada após a velhice quando há a perda
das funções vitais do ser humano.
Ao mesmo tempo, durante o ciclo vital há muitas vivências de morte a partir de todas as
perdas que ocorrem ao longo do desenvolvimento, desde o nascimento, seguido pela
primeira, segunda, terceira infância, adolescência, vida adulta e velhice.
1 Faça uma entrevista com pessoas na fase da Meiaidade (5065anos) e Velhice (65 anos
em diante) e identifique os principais aspectos sobre o desenvolvimento humano estudado
no curso. Apresente, oportunamente, no Fórum as manifestações mais significativas dos
entrevistados.
2 Elabore e apresente relatório sucinto na página ao lado (mínimo de 20 linhas),
apresentando um projeto de intervenção em Pedagogia para o trabalho com pessoas nessa
fase do ciclo vital.
Bibliografia
BEE, H. O Ciclo Vital. Porto Alegre: Artmed, 1997.
CÓRIA SABINI, M.A. Psicologia do Desenvolvimento. SP: Ática, 1998.
GRIFFA, M.C. Chaves para a psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Paulinas, 2001.
KOVÁCS, M.J. A Morte e o Desenvolvimento Humano. São Paulo: Casa do Psicólogo. 1992.
OSÓRIO, L. C. Adolescente Hoje. Porto Alegre: ArtMed, 1992.
PAPALIA, E.D. & OLDS, S.W. Desenvolvimento Humano. – 8ª. ed. – Porto Alegre: Artmed,
2006.
RAPPAPORT, C. R.; FIORI, W. R.; DAVIS, C. Psicologia do Desenvolvimento. São Paulo:
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