América Pré Colombiana e A Conquista Da América

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AMÉRICA PRÉ COLOMBIANA E A CONQUISTA DA AMÉRICA


Muito antes da chegada de Cristóvão Colombo, a América já era ocupada por vários povos,
que viviam  de variadas formas, as quais iam da organização tribal  - como os povos que
habitavam a região onde hoje é o Brasil – até vastos impérios, como era o caso dos astecas,
que se localizavam na região conhecida como Mesomérica. Muitas dessas civilizações
desapareceram em conseqüência da colonização, que  se iniciou no final do século XV, mas
deixaram heranças históricas que marcaram o nosso continente até os dias de hoje.

Os astecas e os maias conheciam a escrita e registravam regularmente o seu cotidiano. Os


incas, por sua vez, criaram um interessante e eficiente sistema de contagem: o quipo. Este
instrumento era feito de cordões coloridos, onde cada cor representava a contagem de algo.
Com o quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo
desenvolvimento, este povo não desenvolveu um sistema de escrita.

Infelizmente, grande parte dos documentos  produzidos antes de 1492, que poderiam nos
revelar muitos aspectos do seu modo de vida, foi destruída pelos conquistadores e em seu
lugar ficaram relatos feitos pelos europeus, que,  em sua grande maioria, viam a cultura
americana como inferior à européia. Na atualidade, a arqueologia tem feito várias descobertas 
que permitem elucidar um pouco mais a cultura dos primeiros  habitantes da América.

A agricultura na América Pré-Colombiana

O desenvolvimento da agricultura das sociedades Pré-Colombianas pode se comparar ao


europeu, pois esta era desenvolvida há mais de 7000 anos, baseada nas culturas de milho,
abóbora e feijão, todos naturais da América, além da mandioca, que era plantada nas áreas de
floresta tropical. O desenvolvimento de outras culturas além destas foi limitado, pois poucos
eram os animais domesticáveis e que se prestavam ao trabalho.

Astecas
O povo asteca foi uma civilização mesoamericana, pré-colombiana, que se desenvolveu
principalmente entre os séculos XIV e XVI, no território correspondente ao atual México. Era
um povo guerreiro. Fundaram no século XIV a importante cidade de Tenochtitlán (atual Cidade
do México), numa região de pântanos, próxima do lago Texcoco. A sociedade asteca era
hierarquizada e rigidamente dividida. Era comandada por um imperador, chefe do exército.
Desenvolveram muito as técnicas agrícolas e construíram obras de drenagem. O artesanato
deste povo era riquíssimo, destacando-se a confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e
artigos com pinturas. Ficaram conhecidos como um povo guerreiro.
A sociedade era hierarquizada e rigorosamente dividida. Era liderada por um imperador, chefe
do exército. A nobreza era também formada por sacerdotes e chefes militares. Os
camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta
camada mais inferior da sociedade era coagida a exercer um trabalho compulsório para o
imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras públicas como canais de
irrigação, estradas, templos, pirâmides, entre outros.
Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca chegou
a ser formado por quase 500 cidades e estas pagavam altos impostos para o imperador. O
império asteca começou a ser arrasado em 1519 a partir das invasões espanholas. Os
espanhóis dominaram os astecas e se apropriaram de grande parte dos objetos de ouro desta
civilização. Não satisfeitos, ainda escravizaram os astecas, forçando-os a trabalharem nas
minas de ouro e prata da região.

Os astecas desenvolveram muito as técnicas agrícolas, construindo obras de drenagem e as


chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam milho, pimenta, tomate, cacau etc. As
sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como moedas por este povo.
O artesanato a era riquíssimo, destacando-se a confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e
artigos com pinturas. A religião era politeísta, pois cultuavam diversos deuses da natureza
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(deus Sol, Lua, Trovão, Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A
escrita era representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com
modificações pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de astronomia.
Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios
humanos. Estes eram realizados em datas específicas em homenagem aos deuses.
Acreditavam que com os sacrifícios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes.

A religião
 
Eram politeístas (acreditavam em vários deuses) e acreditavam que se o sangue humano não
fosse oferecido ao Sol, a engrenagem do mundo deixaria de funcionar.
MAIAS
A civilização maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras
e Península de Yucatán (sul do atual México). 
Os povos maias constituem um conjunto diverso de povos nativos americanos do sul do México
e da América Central setentrional. O termo maia é abrangente e ao mesmo tempo uma
designação coletiva conveniente que inclui os povos da região que partilham de alguma forma
uma herança cultural e lingüística; porém, esta designação abarca muitas populações,
sociedades e grupos étnicos diferentes, cada um com as suas tradições particulares, culturas e
identidade histórica.
Estima-se que no início do século XXI esta região seja habitada por 6 milhões de maias. Alguns
encontram-se bastante integrados nas culturas modernas dos países em que residem, outros
continuam a seguir um modo de vida mais tradicional e culturalmente distinto, muitas vezes
falando uma das línguas maias como primeiro idioma.
As maiores populações de maias contemporâneos encontram-se nos estados mexicanos de
Yucatán, Campeche, Quintana Roo e Chiapas, e nos países da América Central Belize,
Guatemala, e nas regiões ocidentais de Honduras e El Salvador.
Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de
outros povos vizinhos. As cidades formavam o núcleo de decisões e práticas políticas e
religiosas da civilização e eram governadas por um estado teocrático.O império maia era
considerado um representante dos deuses no Planeta Terra. A zona urbana era habitada
apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos),
chefes militares e administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que
formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores urbanos faziam parte das camadas
menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos. 
A economia era baseada na agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas
técnicas de irrigação do solo eram muito avançadas para a época. Praticavam o comércio de
mercadorias com povos vizinhos e no interior do império.
Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço arquitetônico. O
artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas.
A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza.
Elaboraram um eficiente e complexo  calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do
ano.
Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos).
Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados
importantes.
Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a invenção das casas decimais e o
valor zero.
Incas
O IMPÉRIO INCA

O Império Inca foi um Estado-nação que existiu na América do Sul de cerca de 1200 até à
invasão dos conquistadores espanhóis e a execução do Imperador Inca Atahualpa, em 1533. O
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império, apesar de composto por diverso grupos étnicos, era comandado por uma elite política
e social formada por incas.
Em sua extensão máxima, o império incluía regiões desde o extremo norte como o Equador e o
sul da Colômbia, todo o Peru e a Bolívia, até o noroeste da Argentina e o norte do Chile. A
capital do império era a atual cidade de Cusco (em quíchua, "Umbigo do Mundo"). O império
abrangia diversas nações e mais de 700 idiomas diferentes, sendo o mais falado deles o
quíchua.
O Império Inca é considerado como a etapa em que a civilização incaica alcançou seu maior
nível de organização e se consolidou como o estado pré-hispânico de maior extensão na
América.

Expansão do Império Inca


O imperador Pachacuti foi o homem mais poderoso da antiga América já que enviou várias
expedições para conquista de terras. Quando os oponentes se rendiam eram bem tratados
mas quando resistiam havia pouca clemência. Com as conquistas, Pachacuti acrescentava não
apenas mais terras ao seu domínio como guerreiros sob seu comando. Sendo talentoso
diplomata, antes das invasões, Pachacuti enviava mensageiros para expor as vantagens de os
povos conquistados se unirem pacificamente ao império Inca. O acordo proposto era de que,
se os dominados cedessem suas terras, manteriam um controle local exercido pelos dignitários
locais que seriam tratados como nobres do Império e os seus filhos seriam educados em troca
da integração ao Império e plena obediência ao Inca.
Os incas tinham um exército muito bem treinado e organizado. Quando os incas conquistavam
um lugar, o povo era submetido a tributação pela qual prestavam serviços designados pelos
conquistadores. Os incas encorajavam as pessoas a se juntarem ao Império e quando isto
ocorria eram sempre bem tratadas. Serviços postais eram então estabelecidos por
mensageiros (chasquis) que entregavam mensagens oficiais entre as maiores cidades. Notícias
também eram veiculadas pelo sistema Chasqui na velocidade de 125 milhas por dia. Os incas
também promoviam a mudança de populações conquistadas como parte da criação a "Rodovia
Inca", que foi idealizada para ser usada nas guerras, para o transporte de bens e outros
propósitos. Esta troca de populações (manay) acabou promovendo a troca de informações e
propagação da cultura Inca. Todo o Império Inca foi unido por excelentes estradas e pontes.
Sua extensão máxima era de 4.500 km de comprimento por 400 km de largura, o que dava
1,800,000 km² de extensão.
O período de máxima expansão do Império Inca ocorre a partir do ano 1450 quando chegou a
cobrir a região andina do Equador ao centro do Chile, com mais de 3000 quilômetros de
extensão.

Organização econômica do Império Inca


O Império Inca tinha uma organização econômica de caráter próximo ao modo de produção
asiático, na qual todos os níveis da sociedade pagavam tributos ao imperador, conhecido
como O Inca. O Inca era divinizado sendo carregado em liteiras com grande pompa e estilo.
Usava roupas, cocares e adornos especiais que demonstravam sua superioridade e poder. Ele
reivindicava seu poder dizendo-se descendente de deuses (origem divina do poder real).
Abaixo d'O Inca havia quatro principais classes de cidadãos.
A primeira era a família real, nobres, líderes militares e líderes religiosos. Estas pessoas
controlavam o Império Inca e muitos viviam em Cusco. A seguir, estavam os governadores das
quatro províncias em que o Império Inca era dividido. Eles tinham muito poder pois
organizavam as tropas, coletavam os tributos cabendo-lhes impor a lei e estabelecer a ordem.
Abaixo dos governadores estavam os oficiais militares locais, responsáveis pelos julgamentos
menos importantes e a resolução de pequenas disputas podendo inclusive atribuir castigos.
Mais abaixo estavam os camponeses que eram a maioria da população.
Entre os camponeses, a estrutura básica da organização territorial era o ayllu. O ayllu era uma
comunidade aldeã composta por diversas famílias cujos membros consideravam possuir um
antepassado comum (real ou fictício). A cada ayllu correspondia um determinado território.
O kuraca era o chefe do ayllu. Cabia-lhe a distribuição das terras pelos membros da
comunidade aptos para o trabalho.
Havia três ordens de trabalhos agrícolas:
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 realizados em benefício do Inca e da família real;


 destinados à subsistência da família, realizados no pedaço de terra que lhe cabia;

 realizados no seio da comunidade aldeã, para responder às necessidades dos mais


desfavorecidos.

De fato, o sistema de ajuda entre as famílias estava muito desenvolvido. Para além das terras
coletivas, havia reservas destinadas a minorar as carências em tempos de fome ou a serem
usadas sempre que a aldeia era visitada por uma delegação do Inca.
Outro dos deveres de cada membro da comunidade consistia em colaborar nos trabalhos
coletivos, como por exemplo, a manutenção dos canais de irrigação.

A conquista espanhola

Quando Huayna Capac se tornou o imperador inca, houve uma guerra de sucessão que
algumas fontes sustentam que durou cerca de doze anos. A causa alegada da guerra é que
Huayna fora muito cruel com o povo.
Rumores se espalharam pelo Império Inca como fogo sobre um estranho 'homem barbado' que
'vivia numa casa no mar' e tinha 'raios e trovões em suas mãos'. Este homem estranho
começava a matar muitos dos soldados incas com doenças que trouxera.
Quando Huayna Capac morreu, o império estava desgastado e ocorreu uma disputa entre seus
dois filhos. Cuzco, que era a capital, havia sido dada para o suposto novo imperador Huascar,
que foi considerado como pessoa horrível, violento e quase louco atribuindo-se a ele o
assassinato da própria mãe e da sua irmã que forçara a desposá-lo.
Atahualpa reivindicava ser o filho favorito de Huayna Capac, posto que a ele fora dado o
território ao norte de Quito (cidade moderna do Equador) razão porque Huascar teria ficado
muito bravo.
A guerra civil de sucessão se travou entre os dois irmãos, chamada Guerra dos Dois Irmãos,
na qual pereceram cerca de cem mil pessoas.
Depois de muita luta, Atahualpa derrotou Huascar e então, conta-se, era Atahualpa que estava
enlouquecido e violento, tratando os perdedores de forma horrível. Muitos foram apedrejados
(nas costas) de forma a ficarem incapacitados, nascituros eram arrancados dos ventres das
mães, aproximadamente 1500 membros da família real, incluindo os filhos de Huascar foram
decapitados e tiveram seus corpos pendurados em estacas para exibição. Os plebeus foram
torturados.
Atahualpa pagou um terrível preço para tornar-se imperador. Seu império estava agora abalado
e debilitado. Foi neste momento crítico que o 'homem barbado' e seus estranhos chegaram,
cena final do Império Inca.
Este homem barbudo e estranho veio a ser Francisco Pizarro e seus espanhóis da "Castilla de
Oro" que capturaram Atahualpa e seus nobres em 16 de novembro, do ano de 1532.

A verdadeira conquista
Atahualpa estava em viagem quando Francisco Pizarro e seus homens encontraram o seu
acampamento. Pizarro enviou um mensageiro a Atahualpa perguntando se podiam se reunir.
Atahualpa concordou e se dirigiu ao local onde supostamente iriam conversar e quando lá
chegou, o local parecia deserto. Um homem de Pizarro, Vicente de Valverde interpelou
Atahualpa para que ele e todos os incas se convertessem ao cristianismo, e se ele recusasse,
seria considerado um inimigo da Igreja e de Espanha.
Como era esperado, Atahualpa discordou, o que foi considerado razão suficiente para que
Francisco Pizarro atacasse os incas. O exército espanhol abriu fogo e matou os soldados da
comitiva de Atahualpa e, embora pretendesse matar o Inca, aprisionou-o, pois tinha planos
próprios.
Uma vez feito prisioneiro, Atahualpa não foi maltratado pelos espanhóis, que permitiram que
ele ficasse em contacto com seu séquito. O imperador inca, que queria libertar-se, fez um
acordo com Pizarro. Concordou em encher um quarto com peças de ouro e outro um com
peças de prata em troca da sua liberdade. Pizzaro não pretendia libertar Atahualpa mesmo
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depois de pago o resgate porque necessitava de sua influência naquele momento para manter
a ordem e não provocar uma reação maior dos incas que acabavam de tomar conhecimento
dos espanhóis.
Além disto, Huáscar ainda estava vivo e Atahualpa, percebendo que ele poderia representar
um governo fantoche mais conveniente para a dominação por Pizarro, ordenou a execução de
Huáscar. Com isto, Pizarro sentiu a frustração de seus planos e acusou Atahualpa de doze
crimes, sendo os principais o assassínio de Huáscar, prática de idolatria e conspiração contra o
Reino de Espanha, sendo julgado culpado por todos os crimes condenado a morrer queimado.
Já era noite alta quando Francisco Pizarro decidiu executar Atahualpa. Depois de ser
conduzido ao lugar da execução, Atahualpa implorou pela sua vida. Valverde, o padre que
havia presidido o processo propôs que, se Atahualpa se convertesse ao cristianismo, reduziria
a sentença condenatória. Atahualpa concordou em ser batizado e, em vez de ser queimado na
fogueira, foi morto por estrangulamento no dia 29 de agosto de 1533. Com a sua morte
também acabava a "existência independente de uma raça nobre".
A morte de Atahualpa foi o começo do fim do Império Inca.
A instabilidade ocorreu rapidamente. Francisco Pizarro nomeou Toparca, um irmão de
Atahualpa, como regente fantoche até a sua inesperada morte. A organização inca então se
esfacelou. Remotas partes do império se rebelaram e nalguns casos formavam alianças com
os espanhóis para combater os incas resistentes. As terras e culturas foram negligenciadas e
os incas experimentaram uma escassez de alimentos que jamais tinham conhecido. Agora os
incas já haviam aprendido com os espanhóis, o valor do ouro e da prata e a utilidade que antes
desconheciam e passaram a pilhar, saquear e ocultar tais símbolos de riqueza e poder. A
proliferação de doenças comuns da Europa para as quais os incas não tinham defesa se
disseminaram e fizeram o seu papel no morticínio de centenas de milhares de pessoas.
O ouro e a prata tão ambicionados por Pizarro e os seus homens estava em todo o lugar e nas
mãos de muitas pessoas, subvertendo a economia com a enorme inflação. Um bom cavalo
passou a custar $7000 até que, por fim, os grãos e gêneros alimentícios acabaram mais
valiosos que o precioso ouro dos espanhóis. A grande civilização inca, tal como conhecida, já
não existia.
 

Após a conquista espanhola


O Império Inca foi derrubado por menos de duzentos homens e vinte e sete cavalos, mas
também por milhares de ameríndios que se juntaram às tropas espanholas por
descontentamento em relação ao tratamento dado pelo Império Inca. Francisco Pizarro e os
espanhóis que o seguiram oprimiram os incas tanto material como culturalmente, não apenas
explorando-os pelo sistema de trabalho de "mitas" para extração da prata Potosí, como
reprimindo as suas antigas tradições e conhecimentos. No que se refere à agricultura, por
exemplo, o abandono da avançada técnica agrícola inca acabou instalando uma persistente era
de escassez de alimentos na região.
Uma parte da herança cultural foi mantida, tratando-se das línguas quíchua e aimará, isto
porque a Igreja Católica escolheu estas línguas nativas como veículo da evangelização dos
incas, daí passarem a escrevê-las com caracteres latinos e ensiná-las como jamais ocorrera no
Império Inca, fixando-as como as línguas mais faladas entre as dos ameríndios.
Mais tarde, a exploração opressiva foi objeto de uma rebelião cujo líder Tupac Amaru
considerado o último inca, acabou inspirando o nome do movimento revolucionário peruano do
século XX, o MRTA, e o movimento uruguaio dos Tupamaros. A história de planeamento
econômico dos incas e boas doses de maoísmo são também a inspiração revolucionária do
atual movimento Sendero Luminoso no Peru.

A sociedade indígena na época da chegada dos portugueses.

O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as
partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente
distintos. Sabemos muito sobre os índios que viviam naquela época, graças a Carta de Pero
Vaz de Caminha (escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral) e também aos documentos
deixados pelos padres jesuítas.
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Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura de


milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta agricultura era
praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e
queimada para limpar o solo para o plantio).
Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e
capivara. Não conheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de Caminha é relatado que os
índios se espantaram ao entrar em contato pela primeira vez com uma galinha.
As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O
contato entre as tribos acontecia em momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro
e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.
Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio
respeita muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência.
Desta madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações (oca). A palha era
utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito
utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais
serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado
para fazer pinturas no corpo.

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