América Pré Colombiana e A Conquista Da América
América Pré Colombiana e A Conquista Da América
América Pré Colombiana e A Conquista Da América
Infelizmente, grande parte dos documentos produzidos antes de 1492, que poderiam nos
revelar muitos aspectos do seu modo de vida, foi destruída pelos conquistadores e em seu
lugar ficaram relatos feitos pelos europeus, que, em sua grande maioria, viam a cultura
americana como inferior à européia. Na atualidade, a arqueologia tem feito várias descobertas
que permitem elucidar um pouco mais a cultura dos primeiros habitantes da América.
Astecas
O povo asteca foi uma civilização mesoamericana, pré-colombiana, que se desenvolveu
principalmente entre os séculos XIV e XVI, no território correspondente ao atual México. Era
um povo guerreiro. Fundaram no século XIV a importante cidade de Tenochtitlán (atual Cidade
do México), numa região de pântanos, próxima do lago Texcoco. A sociedade asteca era
hierarquizada e rigidamente dividida. Era comandada por um imperador, chefe do exército.
Desenvolveram muito as técnicas agrícolas e construíram obras de drenagem. O artesanato
deste povo era riquíssimo, destacando-se a confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e
artigos com pinturas. Ficaram conhecidos como um povo guerreiro.
A sociedade era hierarquizada e rigorosamente dividida. Era liderada por um imperador, chefe
do exército. A nobreza era também formada por sacerdotes e chefes militares. Os
camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta
camada mais inferior da sociedade era coagida a exercer um trabalho compulsório para o
imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras públicas como canais de
irrigação, estradas, templos, pirâmides, entre outros.
Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca chegou
a ser formado por quase 500 cidades e estas pagavam altos impostos para o imperador. O
império asteca começou a ser arrasado em 1519 a partir das invasões espanholas. Os
espanhóis dominaram os astecas e se apropriaram de grande parte dos objetos de ouro desta
civilização. Não satisfeitos, ainda escravizaram os astecas, forçando-os a trabalharem nas
minas de ouro e prata da região.
(deus Sol, Lua, Trovão, Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A
escrita era representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com
modificações pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de astronomia.
Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios
humanos. Estes eram realizados em datas específicas em homenagem aos deuses.
Acreditavam que com os sacrifícios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes.
A religião
Eram politeístas (acreditavam em vários deuses) e acreditavam que se o sangue humano não
fosse oferecido ao Sol, a engrenagem do mundo deixaria de funcionar.
MAIAS
A civilização maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras
e Península de Yucatán (sul do atual México).
Os povos maias constituem um conjunto diverso de povos nativos americanos do sul do México
e da América Central setentrional. O termo maia é abrangente e ao mesmo tempo uma
designação coletiva conveniente que inclui os povos da região que partilham de alguma forma
uma herança cultural e lingüística; porém, esta designação abarca muitas populações,
sociedades e grupos étnicos diferentes, cada um com as suas tradições particulares, culturas e
identidade histórica.
Estima-se que no início do século XXI esta região seja habitada por 6 milhões de maias. Alguns
encontram-se bastante integrados nas culturas modernas dos países em que residem, outros
continuam a seguir um modo de vida mais tradicional e culturalmente distinto, muitas vezes
falando uma das línguas maias como primeiro idioma.
As maiores populações de maias contemporâneos encontram-se nos estados mexicanos de
Yucatán, Campeche, Quintana Roo e Chiapas, e nos países da América Central Belize,
Guatemala, e nas regiões ocidentais de Honduras e El Salvador.
Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de
outros povos vizinhos. As cidades formavam o núcleo de decisões e práticas políticas e
religiosas da civilização e eram governadas por um estado teocrático.O império maia era
considerado um representante dos deuses no Planeta Terra. A zona urbana era habitada
apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos),
chefes militares e administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que
formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores urbanos faziam parte das camadas
menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos.
A economia era baseada na agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas
técnicas de irrigação do solo eram muito avançadas para a época. Praticavam o comércio de
mercadorias com povos vizinhos e no interior do império.
Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço arquitetônico. O
artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas.
A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza.
Elaboraram um eficiente e complexo calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do
ano.
Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos).
Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados
importantes.
Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a invenção das casas decimais e o
valor zero.
Incas
O IMPÉRIO INCA
O Império Inca foi um Estado-nação que existiu na América do Sul de cerca de 1200 até à
invasão dos conquistadores espanhóis e a execução do Imperador Inca Atahualpa, em 1533. O
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império, apesar de composto por diverso grupos étnicos, era comandado por uma elite política
e social formada por incas.
Em sua extensão máxima, o império incluía regiões desde o extremo norte como o Equador e o
sul da Colômbia, todo o Peru e a Bolívia, até o noroeste da Argentina e o norte do Chile. A
capital do império era a atual cidade de Cusco (em quíchua, "Umbigo do Mundo"). O império
abrangia diversas nações e mais de 700 idiomas diferentes, sendo o mais falado deles o
quíchua.
O Império Inca é considerado como a etapa em que a civilização incaica alcançou seu maior
nível de organização e se consolidou como o estado pré-hispânico de maior extensão na
América.
De fato, o sistema de ajuda entre as famílias estava muito desenvolvido. Para além das terras
coletivas, havia reservas destinadas a minorar as carências em tempos de fome ou a serem
usadas sempre que a aldeia era visitada por uma delegação do Inca.
Outro dos deveres de cada membro da comunidade consistia em colaborar nos trabalhos
coletivos, como por exemplo, a manutenção dos canais de irrigação.
A conquista espanhola
Quando Huayna Capac se tornou o imperador inca, houve uma guerra de sucessão que
algumas fontes sustentam que durou cerca de doze anos. A causa alegada da guerra é que
Huayna fora muito cruel com o povo.
Rumores se espalharam pelo Império Inca como fogo sobre um estranho 'homem barbado' que
'vivia numa casa no mar' e tinha 'raios e trovões em suas mãos'. Este homem estranho
começava a matar muitos dos soldados incas com doenças que trouxera.
Quando Huayna Capac morreu, o império estava desgastado e ocorreu uma disputa entre seus
dois filhos. Cuzco, que era a capital, havia sido dada para o suposto novo imperador Huascar,
que foi considerado como pessoa horrível, violento e quase louco atribuindo-se a ele o
assassinato da própria mãe e da sua irmã que forçara a desposá-lo.
Atahualpa reivindicava ser o filho favorito de Huayna Capac, posto que a ele fora dado o
território ao norte de Quito (cidade moderna do Equador) razão porque Huascar teria ficado
muito bravo.
A guerra civil de sucessão se travou entre os dois irmãos, chamada Guerra dos Dois Irmãos,
na qual pereceram cerca de cem mil pessoas.
Depois de muita luta, Atahualpa derrotou Huascar e então, conta-se, era Atahualpa que estava
enlouquecido e violento, tratando os perdedores de forma horrível. Muitos foram apedrejados
(nas costas) de forma a ficarem incapacitados, nascituros eram arrancados dos ventres das
mães, aproximadamente 1500 membros da família real, incluindo os filhos de Huascar foram
decapitados e tiveram seus corpos pendurados em estacas para exibição. Os plebeus foram
torturados.
Atahualpa pagou um terrível preço para tornar-se imperador. Seu império estava agora abalado
e debilitado. Foi neste momento crítico que o 'homem barbado' e seus estranhos chegaram,
cena final do Império Inca.
Este homem barbudo e estranho veio a ser Francisco Pizarro e seus espanhóis da "Castilla de
Oro" que capturaram Atahualpa e seus nobres em 16 de novembro, do ano de 1532.
A verdadeira conquista
Atahualpa estava em viagem quando Francisco Pizarro e seus homens encontraram o seu
acampamento. Pizarro enviou um mensageiro a Atahualpa perguntando se podiam se reunir.
Atahualpa concordou e se dirigiu ao local onde supostamente iriam conversar e quando lá
chegou, o local parecia deserto. Um homem de Pizarro, Vicente de Valverde interpelou
Atahualpa para que ele e todos os incas se convertessem ao cristianismo, e se ele recusasse,
seria considerado um inimigo da Igreja e de Espanha.
Como era esperado, Atahualpa discordou, o que foi considerado razão suficiente para que
Francisco Pizarro atacasse os incas. O exército espanhol abriu fogo e matou os soldados da
comitiva de Atahualpa e, embora pretendesse matar o Inca, aprisionou-o, pois tinha planos
próprios.
Uma vez feito prisioneiro, Atahualpa não foi maltratado pelos espanhóis, que permitiram que
ele ficasse em contacto com seu séquito. O imperador inca, que queria libertar-se, fez um
acordo com Pizarro. Concordou em encher um quarto com peças de ouro e outro um com
peças de prata em troca da sua liberdade. Pizzaro não pretendia libertar Atahualpa mesmo
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depois de pago o resgate porque necessitava de sua influência naquele momento para manter
a ordem e não provocar uma reação maior dos incas que acabavam de tomar conhecimento
dos espanhóis.
Além disto, Huáscar ainda estava vivo e Atahualpa, percebendo que ele poderia representar
um governo fantoche mais conveniente para a dominação por Pizarro, ordenou a execução de
Huáscar. Com isto, Pizarro sentiu a frustração de seus planos e acusou Atahualpa de doze
crimes, sendo os principais o assassínio de Huáscar, prática de idolatria e conspiração contra o
Reino de Espanha, sendo julgado culpado por todos os crimes condenado a morrer queimado.
Já era noite alta quando Francisco Pizarro decidiu executar Atahualpa. Depois de ser
conduzido ao lugar da execução, Atahualpa implorou pela sua vida. Valverde, o padre que
havia presidido o processo propôs que, se Atahualpa se convertesse ao cristianismo, reduziria
a sentença condenatória. Atahualpa concordou em ser batizado e, em vez de ser queimado na
fogueira, foi morto por estrangulamento no dia 29 de agosto de 1533. Com a sua morte
também acabava a "existência independente de uma raça nobre".
A morte de Atahualpa foi o começo do fim do Império Inca.
A instabilidade ocorreu rapidamente. Francisco Pizarro nomeou Toparca, um irmão de
Atahualpa, como regente fantoche até a sua inesperada morte. A organização inca então se
esfacelou. Remotas partes do império se rebelaram e nalguns casos formavam alianças com
os espanhóis para combater os incas resistentes. As terras e culturas foram negligenciadas e
os incas experimentaram uma escassez de alimentos que jamais tinham conhecido. Agora os
incas já haviam aprendido com os espanhóis, o valor do ouro e da prata e a utilidade que antes
desconheciam e passaram a pilhar, saquear e ocultar tais símbolos de riqueza e poder. A
proliferação de doenças comuns da Europa para as quais os incas não tinham defesa se
disseminaram e fizeram o seu papel no morticínio de centenas de milhares de pessoas.
O ouro e a prata tão ambicionados por Pizarro e os seus homens estava em todo o lugar e nas
mãos de muitas pessoas, subvertendo a economia com a enorme inflação. Um bom cavalo
passou a custar $7000 até que, por fim, os grãos e gêneros alimentícios acabaram mais
valiosos que o precioso ouro dos espanhóis. A grande civilização inca, tal como conhecida, já
não existia.
O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as
partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente
distintos. Sabemos muito sobre os índios que viviam naquela época, graças a Carta de Pero
Vaz de Caminha (escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral) e também aos documentos
deixados pelos padres jesuítas.
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