E-Book Riozoo
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AMBIENTAL:
Ideias para colocar
em prática hoje
Patrocínio
Ana Carolina Assumpção Camargo Neves
Anna Cecília Leite Santos
Enriquecimento ambiental:
Ideias para colocar em prática hoje
1ª Edição
ISBN: 978-65-80526-00-0
Rio de Janeiro
Zoológico do Rio de Janeiro – RIOZOO
2019
PREFÁCIO
A ÉTICA NO MANEJO DE ANIMAIS SOB CUIDADOS HUMANOS
Boa leitura!
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UMA PALAVRA DAS AUTORAS...
Em um primeiro momento, quando a Bióloga que me orientou ao longo do projeto, Anna
Cecília Leite Santos, “encomendou” que escrevesse um livro de receitas dos
enriquecimentos ambientais que aplicava ao nosso plantel para que pudéssemos
alcançar e dividir com todos os zoológicos do Brasil, eu fiquei bem confusa, afinal, qual
é o restaurante que compartilha seus “molhos secretos” com os demais?
Mas foi quando eu dei o start na escrita e revi as imagens e vídeos das interações, que
eu finalmente abdiquei de qualquer vaidade e egoísmo que pudessem existir e me
entreguei, tanto quanto pude, para finalizar este guia.
Se eu pudesse deixar uma palavra para vocês aqui, essa seria: façam uso das técnicas
descritas, inventem outras tantas, compartilhem e vamos dar os estímulos
necessários aos nossos animais.
Eu espero que vocês se deliciem tanto quanto eu assistindo cada interação (ou não –
porque é tudo uma questão de escolha do indivíduo) e compreendam a célebre frase
do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe: “tu te tornas
eternamente responsável pelo que cativas”, em todos os sentidos da coisa.
E o que todos tem em comum? Estão fora de seu habitat natural, por algum motivo. E é
nossa a responsabilidade de prover o melhor para que eles vivam bem!
Então vamos falar sobre o bem, sobre fazer o bem. E por que não começar
compartilhando o que tem dado certo no RioZoo? Leiam as técnicas, coloquem
em prática, avaliem se o animal interagiu, faça você a diferença no dia-a-dia de cada
um. Seja você a diferença!
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1.INTRODUÇÃO
O habitat natural dos animais que mantemos sob cuidados humanos é dinâmico,
fornece possibilidades para a exploração e é um ambiente onde a lei da natureza
impera tanto quanto a ecologia comportamental comanda as interações e os induz em
escolhas de múltiplas ações. Diferentemente dos espaços de confinamento, que
possui poucos recursos de estímulo e tem a tendência a se tornar enfadonho e está
sendo constantemente sofrendo a intervenção através da ação do homem (seja ele um
funcionário ou do próprio público visitante).
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Atualmente, acreditamos que se faz de suma importância adotar o conceito de
enriquecimento ambiental como parte da atenção para gestão dos animais mantidos
fora do seu habitat natural, afinal, animais mantidos sob cuidados humanos
frequentemente necessitam expressar padrões de comportamento (YOUNG, 2003).
A manutenção dos animais sob cuidados humanos pode fazer com que ocorram
comportamentos diferentes do que apresentariam na natureza, visto que o ambiente é
bem diferente do natural (ALMEIDA, 2006).
O tipo de anormalidade comportamental mais comum em animais cativos são as
estereotipias, que podem ser definidas como “uma série de movimentos repetitivos e
relativamente invariáveis que não tem um aparente propósito” (BROOM, 1981). De
acordo com Shepherdson (1998), as estereotipias podem ser quantitativas – como
beber água ou grooming em excesso, por exemplo; ou qualitativas – comportamentos
que o indivíduo não apresentaria na natureza, tais como fazer a cabeça de pêndulo ou
coprofagia; entre outros.
Bloomsmith, Brent & Shapiro (1991) ditam que o E.A. é dividido em cinco grandes
grupos com distintas subdivisões.
ALIMENTAR
São os de mais simples confecção e podem ser aplicados diariamente em variadas
apresentações, uma vez que podem ser considerados como uma diferente forma de
entrega da dieta, frequência, horário, apresentação, processamento, novidade
alimentar, variedade, etc.
COGNITIVO
São enriquecimentos que demandam a introdução de atividades que desenvolvam o
intelecto e a curiosidade (instinto exploratório) do animal, como dispositivos de
quebra-cabeças, forrageio e afins. Podem ser divididos em atividades que visem o
estímulo e/ou desenvolvimento psicológico como os puzzle feeders e exercícios,
como cordas e mangueiras para escaladas.
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FÍSICO
Enriquecimentos físicos consistem na mudança estrutural do viveiro/recinto do
animal, sempre observando uma área propicia e adequada ao meio natural em que a
espécie estaria inserida em vida livre (vegetação, substrato, representação de
planaltos e planícies, lagos, etc). Alguns pontos a observar são o tamanho e
acessórios (mobília temporária ou permanente - porque com o tempo ela "perde" o
sentido de novidade, por exemplo).
SENSORIAL
Tratam-se de técnicas que desenvolvam os sentidos dos animais, podendo ser
olfativo, visual, auditivo, gustativo e tátil. Bons exemplos para este tipo de atividade
são os sons encontrados em ambientes naturais, pelagem de lhamas e alpacas
quando aparadas, fezes de outros indivíduos (quando devidamente testadas contra
parasitas e afins), especiarias (canela, erva de gato, etc), mudança no substrato,
variação alimentar (sim, os enriquecimentos podem "conversar" entre eles!) e muito
mais.
SOCIAL
Nada mais é do que a promoção da interação de indivíduos interespécies ou intra-
espécies que possam permanecer no mesmo local. É de suma importância para
representar o ambiente natural onde, principalmente os animais que vivem em grupo,
permaneçam também com outras espécies, interagindo de forma direta com as
11
É impreterível deixar claro que algumas
regras precisam ser consideradas em
cada enriquecimento ambiental proposto,
como posto em alguns exemplos a seguir:
- Os materiais que forem utilizados não podem contribuir, sob nenhuma hipótese, para
a fuga do animal, feri-lo (sempre faça furos ou utilize elementos que respeitem a sua
anatomia). E não menos importante, esse material também não deve representar
perigo para os humanos (visitantes ou trabalhadores do entorno) ou servir para ser
arremessado no público e vir a causar qualquer tipo de dano;
- Quando se faz uso de elementos artificiais ou até mesmo naturais, é sempre de suma
relevância buscar utensílios atóxicos e que sejam seguros (por exemplo, a madeira
não é um material autoclavável, portanto não é possível desinfetar com facilidade e
utilizar em várias classes e grupos de animais distintos – ao menos, não
recomendamos);
- Animais mantidos sob cuidados humanos possuem limitações e estas precisam ser
consideradas a todo momento. Desse modo, as sugestões feitas precisam,
necessariamente, estar de acordo com o comportamento do animal, entretanto,
respeitando e observando o local onde o animal está acomodado.
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O enriquecimento ambiental é de
enorme influência para a garantia do
bem-estar dos animais que não se
encontram mais em seu habitat natural
em caráter provisório (preparação para
solturas, por exemplo) ou definitivo, uma
vez que esse trabalho visa a redução do
estresse e possibilita a sanidade
fisiológica e psíquica dos animais.
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3. IDEIAS DE ENRIQUECIMENTO
AMBIENTAL:
Utilização de uma corda de sisal para amarrar as frutas e demais alimentos com
consistência mais sólida (para que não caiam facilmente). Amarrar pelo recinto para
que o animal se alimente de modo diferenciado, equilibrando-se nas amarras.
Sugestão: use coco, milho, laranjas, maçãs, carambolas, etc., evite alimentos como
banana e mamão (eles geralmente se rompem com o peso e se desfazem facilmente).
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3.2 Galão de água furado
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3.3 Barra de sementes
Sugestão: evitar o uso de sementes na alimentação dos animais devido ao alto teor de
gordura.
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3.4 Hibisco
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3.5 Sorvetes e picolés
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3.6 Tronco com mel
Com o auxílio de um tronco, fazer pequenos furos onde seja possível encaixar rolhas
de vinho. Colocar mel de abelhas e tapar os furos com os tampões. Oferecer para que o
animal utilize ferramentas próprias para obter o prêmio.
Sugestão: use mel com moderação e lembre-se sempre de verificar com a equipe
técnica quanto animais em dietas especiais e restrições a açúcares (como diabéticos,
por exemplo); utilize uma furadeira e lixe os furos até a superfície não apresentar
protuberâncias ou farpas que possam ferir o animal; coloque rolhas de cortiça obtidas
em garrafas de vinho para tornar ainda mais difícil (não tivemos problemas com a
ingestão desse material).
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3.7 Caixa surpresa
Com apenas uma caixa de papelão é possível inventar muitas atividades para agradar
os animais de inúmeros grupos: esconder alimentos, criar pontos de fuga, ninhos,
rechear com feno e odores diversos para que os mesmos se entretenham.
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3.8 Frutas congeladas
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3.9 Rolinho de papel higiênico com sementes
Uma maneira interessante de evitar jogar no lixo os rolinhos de papel higiênico que
sobram, é juntá-los para fazer uma espécie de móbile para aves. A confecção é
bastante simples: basta besuntar o rolinho com um creme feito a partir de algumas
bananas bem maduras amassadas ou cola de farinha de trigo e colar as sementes da
dieta habitual do animal. Após isso, basta pendurar o apetrecho com sisal no recinto e
aguardar pela interação.
Sugestões: evitar o uso de sementes na alimentação dos animais devido ao alto teor
de gordura.
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3.10 Odores espalhados pelo recinto
Você pode fazer uma trilha utilizando erva de gato, canela em pó, orégano, pêlos,
sangue, fezes de outros animais e o que mais a sua imaginação (e coordenação
técnica) permitirem. Sempre seja cauteloso com o estado de saúde dos animais para
evitar a contaminação cruzada de algum patógeno.
Grupo de animais: conforme aceitação, dando preferência aos que possuem olfato
apurado como felinos, ursos, etc.
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3.11 Piscininha
Uma piscininha de material plástico de alta resistência (não confundir com piscinas
infláveis infantis) pode ser utilizada para forrageio. Escondendo os alimentos em uma
camada de capim, feno ou maravalha, você instigará o animal na busca pela comida.
Sugestões: essa mesma piscininha pode ser utilizada de modo tradicional (com água)
para refrescar animais com hábitos de banho, como chimpanzés e gorilas.
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3.12 Espetinho
Assim como nas festinhas dos anos 80/90, você também pode oferecer um espetinho
repleto de guloseimas para os animais que são mantidos em seu plantel. Trata-se de
uma maneira diferenciada de ofertar a comida e que pode trazer novidade para o dia a
dia.
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3.13 Trouxinha de couve
Uma folha de couve pode ser recheada com sementes, frutas picadinhas, ração, etc.
Após dobrada, é só oferecer aos seus animais e deixar que eles comam o conteúdo e a
“embalagem” do presente.
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3.14 Alimento recheado
Rechear alimentos com outros é uma forma interessante e a até mesmo divertida de
oferecer a alimentação diária aos animais.
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3.15 Gelatina na melancia
A polpa da melancia pode ser utilizada de muitas formas, como sucos para dar
medicações para primatas por exemplo, restando assim a sua “carcaça”. Como forma
de otimizar e criar um enriquecimento diferenciado, utilizamos como recipiente para
congelar a gelatina (compramos sempre do tipo sem açúcar) e fazemos normalmente
a receita, conforme ensina a embalagem.
Sugestões: pedir aval do corpo técnico antes de oferecer um alimento que não
componha a dieta do animal.
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3.16 Ninho para aves
Com feno e paciência, podemos confeccionar pequenos ninhos para nossas aves. Eles
podem ser recheados com a preferência alimentar do animal: frutas picadas,
neonatos, castanhas, etc.
Sugestões: é possível utilizar metade de um coco seco também, que tem o mesmo
formato de cuia para simular o enriquecimento de ninho.
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3.17 Cesta de piquenique
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3.18 Árvore de alimentos
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3.19 Alimento boiando
Sugestões: coloque pequenas porções para que não afunde e sempre leve em
consideração que você precisa ter uma quantidade suficiente para o tamanho do
grupo de animais que mantem em seu recinto.
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3.20 Pneu
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3.21 Alimento espalhado pelo recinto
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3.22 Pescaria com jacaré
Trata-se de uma atividade simples, porém que exige um certo cuidado com o trato dos
animais de relativa periculosidade. O enriquecimento contou com uma corda de sisal e
pedaços de peito de frango descongelados que compõe a dieta do animal. Foi
elaborada uma espécie de “vara de pesca” improvisada com um galho firme de árvore e
batemos na superfície da água com o frango, simulando uma presa viva. O animal foi
de encontro ao alimento e tivemos um excelente aproveitamento.
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3.23 Caixas de maçãs e ovos
Um outro item bastante versátil e que faz parte da cozinha de quase todo zoológico
são as caixas de papelão onde vem embalados os ovos e maçãs. Eles servem para a
confecção de rolinhos (basta colocar os alimentos, enrolar e amarrar com um pequeno
pedaço de sisal); utilizar como um comedouro diferente quando suspendo e o que
mais sua imaginação permitir.
Sugestões: ainda que a base desse material seja a celulose (ruminantes conseguem
digerir por conta das bactérias em seu trato digestivo que produz enzimas capazes de
metabolizar o polímero), nem todos tem essa mesma capacidade. Sempre consultar a
equipe técnica ao ofertar esse enriquecimento!
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3.24 Bolinho de primata
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3.25 Bolinho de lobo guará
Da mesma forma que podemos oferecer bolinhos aos nossos primatas, também é
interessante utilizar as frutas provenientes da dieta desses canídeos, ração específica
e, por vezes, pequenos pedaços de carne para rechear e instigar que consumam. Os
bolinhos podem ser oferecidos inicialmente no comedouro habitual do animal para
avaliar sua aceitação e, posteriormente, escondidos dentro do recinto.
Grupo de animais: Canídeos, mas pode ser replicado conforme adaptação a outros
grupos e espécies.
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3.26 Bola de cipó
Sugestões: use luvas para não manchar tanto as mãos e faça em dias em que esteja
com paciência alta: o cipó nem sempre é maleável e as vezes nós perdemos a algumas
tiras no processo.
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3.27 Plantação de milho
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3.28 Bola com furos
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3.29 Espelhos
Sugestões: caso não esteja seguro com o uso do espelho de vidro, existem opções
similares, como chapas de plástico inquebráveis, em acrílico ou até mesmo
brinquedos para bebês com espelhos flexíveis.
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3.30 Mangueira de bombeiros
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3.31 Redes e cordas
Do mesmo modo que é possível criar modelos distintos para os animais a partir da
mangueira de bombeiros, as redes e cordas são bastante interessantes porque podem
ser utilizadas de formas parecidas: como escadas, teias de aranha, penduradas no
recinto, servindo de suporte para pneus ou outros apetrechos.
Um ponto interessante para falarmos aqui é que a corda pode ser comprada em
diferentes espessuras e tipos, como o sisal e o nylon, o que vai determinar a escolha
será a necessidade do seu animal.
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3.32 Troncos
Seja colocando um pedaço de carne em seu topo, incentivando que seu felino suba até
lá para obtê-la; seja colocando ovos cozidos para o seu urso buscar; oferecendo a sua
serpente para que ela se esfregue e complete a ecdise com mais conforto ou
simplesmente utilizando como poleiros para suas aves (respeitando a anatomia de
suas patas).
Sugestões: troncos são materiais de difícil limpeza, recomendamos que não haja
rodízio entre os animais – ainda que todos sejam sadios, não acreditamos que seja o
ideal (exceto se o objeto for fazer um enriquecimento olfativo posteriormente).
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3.33 Cercas verdes
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3.34 Quadro cognitivo
Com uma placa em madeira e alguns itens de lojas de ferragens, é possível criar um
quadro cognitivo para primatas. Utilize fechaduras, correntes, rolinhos
massageadores de pés, ábacos e outros itens que, quando bem fixados na madeira,
são ótimos estimulantes.
Sugestões: utilize as ferramentas adequadas e garanta que tudo está bem firme para
que não ocorram acidentes.
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3.35 Cachoeira
Fontes de água são itens que frequentemente podemos instalar em diversos recinto
e, em algumas ocasiões bem distintas, tivemos a oportunidade de verificar jabutis,
cágados, jacarés do papo amarelo e ursos se beneficiando desse artifício que tem
caráter, a princípio, estético.
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3.36 Placa de metal
Uma placa de metal em formato de meia lua no chão é um item que pode entreter
cabras por horas: elas pulam, se equilibram, descem, pulam novamente...
Sugestões: Certifique-se de que as duas pontas da chapa estão bem fixadas ao chão
de terra.
3.37 Piñatas
Piñatas são brincadeiras infantis que podemos adaptar aos nossos animais, por
exemplo, podemos confeccionar uma zebra ou girafa utilizando caixas e embrulhos.
Por dentro, ao invés dos famosos doces, utilizamos a carne da composição da dieta
do animal e deixamos que o mesmo tenha um comportamento de predação, como
faria em vida livre. Essa atividade libera serotonina com a repercussão positiva do
desafio.
Sugestões: tenha cuidado na escolha dos materiais e fique atendo a grampos, durex e
qualquer tipo de utensílio potencialmente tóxico ou que possa ser ingerido e causar
algum dano ou obstrução ao animal.
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3.38 Cortinas
Você pode usar folhas de coqueiro (ou outra planta não nociva) para criar uma espécie
de cortina em recintos que servirá de ponto de fuga, em especial para aves e animais
mais assustados.
Sugestões: utilize folhagens na sua cortina de plantas não tóxicas, isso dará um ar
mais natural e deixará seu animal mais confortável.
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3.40 Prateleiras e gavetas
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3.41 Vassoura massageadora
A utilização de uma vassoura de
cerdas de nylon pode ser bem
interessante para alguns animais:
amarre-a em um tronco de altura
mediana em relação ao corpo do
animal e deixe que ele utilize para se
esfregar livremente. Muitos animais,
em especial felídeos e canídeos,
gostam da sensação de coçar que ela
proporciona.
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3.43 Isca voadora
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3.44 Insetos no comedouro
Insetos são excelentes fontes proteicas e incentivar o consumo dos mesmos é uma
importante maneira de nutrir os animais de seu plantel. É possível colocar tenébrios,
diferentes tipos de baratas, grilos e afins em pequenos comedouros de acrílico para
ocorrer a variação da alimentação. Isso dará um novo paladar, além do desafio da
busca pelo invertebrado.
Sugestões: para que o inseto não fuja, sugiro a utilização de vaselina sólida nas bordas
do comedouro, assim fica escorregadio e a comida permanecerá no local designado.
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3.46 Puzzle feeder com tubos
Utilizar um tubo de PVC (ou outros materiais) com furos lixados e sem protuberâncias
para dispor os alimentos.
Sugestões: utilize alimentos que deixem cheiros ou odores marcantes para que o
animal associe com facilidade que contém comida no tubo ou apenas deixe lá para que
quando o mesmo interaja tenha uma surpresa com a bonificação da interação
positiva.
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3.47 Embalagem de Tic-Tac
Faça furos na embalagem de tic-tac vazia utilizando um objeto redondo e quente
(como a ponta de uma chave phillips), amasse uma banana bem madura até que se
forme uma pasta e recheie.
Sugestões: lixe os furos até que fique liso para que o animais não machuquem o dedo e
a língua com possíveis protuberâncias.
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3.50 Irrigador de plantas
Sugestões: esse parâmetro (ecdise sair por inteiro) não serve para todos os répteis, os
crocodilianos não fazem muda e os lagartos trocam de modo diferenciado (uma vez
que os mesmos ingerem a pele que sai de seu corpo).
Seja porque o animal está tendo dificuldades na mastigação e/ou deglutição, seja
porque você precisa medicá-lo e essa é uma boa maneira de “esconder” um
comprimido após triturado (consulte a equipe veterinária para verificar se a mesma
concorda com essa prática antes da execução), seja para fazer o condicionamento do
mesmo ou por qualquer razão que você deseje e a equipe técnica concorde, você pode
oferecer sucos, sopas e vitaminas! Dá para combinar beterraba com laranja e um
pouco de mel; banana com maçã e água; couve, água de coco e maçã; etc.
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3.52 Ovos
Nem sempre o zoológico tem interesse em reproduzir emas, patos ou outros animais
ovíparos que podem ter seus ovos recolhidos, cozidos e oferecidos para outro animal.
Ovos de ema, em especial, fazem grande sucesso devido ao seu tamanho quase 10
vezes maior que um ovo de galinha comum, quando oferecidos aos ursos, primatas e
outros animais onívoros, logo notamos uma maior dificuldade em quebrar a casca
mais espessa (o que gera uma sensação de desafio) e a recompensa em se alimentar
posteriormente.
Sugestões: verifique junto a equipe técnica sobre quais ovos podem ou não ser
comestíveis: há relatos de caso de pessoas que comeram ovos de serpentes e vieram
a óbito.
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3.53 Churrasco
Uma opção bem diferente para animais carnívoros é dispor sua alimentação em
espetos fincados no chão, como se fosse um churrasco. Para tornar o enriquecimento
ainda mais lúdico para o público, você pode usar papelão e pintar imitando a brasa de
uma fogueira.
Sugestões: utilize espetos não pontiagudos e fortes o suficiente para suportar o puxão
do animal.
Uma opção bem diferente para animais carnívoros é dispor sua alimentação em
espetos fincados no chão, como se fosse um churrasco. Para tornar o enriquecimento
ainda mais lúdico para o público, você pode usar papelão e pintar imitando a brasa de
uma fogueira.
Sugestões: utilize espetos não pontiagudos e fortes o suficiente para suportar o puxão
do animal.
Grupo de animais: carnívoros em geral, embora você sempre pode adaptar para um
“churrasco vegetariano”.
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3.55 Boomerball
A boomerball nada mais é do que uma bola maciça, especial para uso em animais.
Existem outras no mercado, mas nem todas possuem a segurança que uma bola
desenvolvida especialmente para um animal que possui vinte vezes mais força que
você utilizar. Portanto, o mais seguro é optar por comprar bolas seguras em empresas
sérias e que não irão prejudicar seu plantel ou, pior, causar algum problema veterinário
irreversível no mesmo.
Eles jogam para o alto, rolam pelo chão, mordiscam... Trata-se de uma excelente
ferramenta para exercitar os bichanos!
Sugestões: cerifique-se que a bola é maciça e que está em tamanho adequado para o
animal em que será utilizada.
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3.56 Pêndulo para ratitas
Você pode usar a chicória ou qualquer outro alimento que o seu ratita consuma (por
exemplo, os casuares e seriemas mostram clara preferência por camundongos),
amarre em uma corda de sisal e pendura numa altura que permita que ele se estique
levemente para buscar a comida. Deixe pendurado pois será através do esforço que ele
terá a recompensa da atividade.
Sugestões: leve em consideração a quantidade de aves que você tem em seu viveiro,
ratitas são territorialistas, poderá haver brigas entre o bando caso não tenham
pêndulos o suficiente para todos.
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3.58 Bombonas
O comportamento de buscar pela comida ocupa a maior parte do tempo dos animais
em vida livre, incentivar que eles o façam quando estão confinados é um recurso
prático, simples e benéfico para oportunizar o seu bem-estar físico e mental – que,
geralmente, estão habituados a alimentação no cocho diária, com hora marcada e
facilitada.
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3.59 Bananas com sangue
Utilizei quatro bananas inteiras sem casca, picadas e embebidas no sangue de degelo
da carne bovina. Essas pequenas porções de banana com sangue foram distribuídas
ao longo do recinto dos lobos guará (mas você pode oferecer para outros animais
onívoros do seu plantel). Coloquei a maior parte na área visível para que eu pudesse ter
mais facilidade no momento de observação.
O objetivo era ser como um alimento recheado comum, mas ao invés de rechearmos
com outras frutas e verduras, utilizamos a carne bovina. A confecção é bastante
simples: bastou abrir com uma faca um orifício na parte superior de duas morangas. A
parte removida funcionou como uma tampa, sendo recolocada posteriormente. As
sementes foram deixadas de lado e, quando a moranga ficou oca, foram abertos
alguns buracos em sua lateral em formato triangular para que o odor da carne
escapasse. Preenchemos com metade da dieta matinal do animal. As morangas foram
dispostas no recinto de forma que o animal se sentisse estimulado a remover o
alimento de dentro do esconderijo.
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3.61 Criar dois ambientes
Existem regiões no Brasil cujo clima é tão diverso que, ao sair pela manhã estamos
encasacados e batendo o queixo e ao retornar, na parte da tarde, estamos suados e
com calor. Essas mudanças climáticas também são capazes de afetar nossos
animais!
Sugestões: lance a comida da própria dieta do animal em pedaços que possam ser
passados pela tela do recinto.
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3.63 Bolas de sabão
Alguns animais, como pinguins, ficam verdadeiramente loucos com as bolas de
sabão, eles correm atrás e estouram uma a uma. O melhor é que, por ser um
brinquedo infantil com classificação de três anos, ele não gera riscos de toxicidade.
Em todo caso, consulte a equipe técnica e verifique se o seu recinto é adequado
para esse tipo de atividade (soprar do lado externo até que as bolas de sabão
cheguem aos animais).
65
3.64 Pedras falsas
Primatas tem o hábito de forragear e fuçar em tudo. Já reparou que eles levantam
pedrinhas no recinto, espiam atrás de troncos e arrancam plantas? Essa
curiosidade natural pode ser estimulada utilizando essa técnica: pegue caixas de
papelão, coloque a dieta do animal ou outros alimentos dentro da mesma e com
uma cartolina preta ou marrom amassada, enrole a caixa e deixe parecendo uma
pedra. Faça isso com várias caixas e espalhe pelo recinto. Você poderá observar
que os animais vão procurar pelo alimento e retirar o papel. O papel será rasgado e
o alimento consumido.
Sugestões: a atividade se torna interessante por permitir que o animal interaja com o
papel e a caixa de papelão. Sobrará resíduos no recinto e podem ser retirados durante
a limpeza higiênica.
Sugestões: utilizem com grandes grupos de primatas e deixe sua dieta escondida no
interior oco do bambu para que os mesmos sejam incentivados a forragear enquanto
se balançam, tentando manter o equilíbrio no enriquecimento.
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3.66 Sacos de tecido
Assim como caixas surpresas, podemos utilizar o recurso de sacolas para esconder o
alimento. Alguns sacos pendurados e temos um grande varal suspenso. Dentro deles
podemos colocar não apenas o alimento, mas odores diversos, feno e vários agrados
para que os animais precisem procurar e se entreter por bastante tempo.
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3.67 Revistas e jornais
Originalmente utilizado para primatas, é possível adaptar para roedores (que vão
passar um tempo bem razoável destruindo as páginas e usando-as para confeccionar
um ninho). Revistas e jornais são interessantes porque estimulam o movimento tátil e
a cognição para que o animal compreenda o “passar de páginas” e o prazer em rasgá-
las.
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3.67 Coco recheado
Um coco quando recebe um pequeno furo e tem sua água removida, pode acabar se
tornando um excelente recipiente para guloseimas. Ursos e iraras adorariam um
recheio de mel enquanto psitacídeos e primatas poderiam se deliciar com tenébrios e
as onças adorariam alguns pedaços de carne. Sua imaginação é o limite!
Sugestões: é necessário ser cauteloso ao abrir o furo no coco e deixar extravasar todo
o conteúdo (água) do mesmo. Para não perder o líquido, sugerimos servir em forma de
suco para grandes primatas – é sempre bem refrescante, além de hidratá-los.
69
3.69 Ovos coloridos
Podemos colorir as cascas de ovos de codornas, emas, galinhas, patos e afins com
a água de beterraba ou guache atóxico.
Sugestões: é sempre bom lembrar que, caso o responsável pela confecção decida
utilizar algo para tingir o enriquecimento, procure sempre pela tinta guache a base de
água (atóxica).
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3.70 Pipoca
Um enriquecimento ambiental alimentar bem bacana é o uso de pipoca. O preparo
segue algumas regras, como a não utilização de sal, manteiga e óleos. Para cada
quatro colheres de sopa de milho de pipoca, utilize a mesma proporção de água
dentro de um pote de vidro e vede-o com plástico filme, fazendo pequenos furinhos
(use palitos ou um garfo). Leve ao microondas por cerca de quatro minutos ou até
estourar e obtenha um lanche saudável que auxilia, inclusive, a eliminar
excessos/toxinas do organismo.
Sugestões: evite oferecer esse enriquecimento em dias de visitação para que não
incentive o público a dar a sua pipoca (cheia de gorduras e sódio) para os animais.
71
3.71 Cai-cai
72
3.72 Pêndulo com penas
Usando penas diversas que caem naturalmente das aves, podemos criar um varal
colorido e diversificado para felinos, aproveitando também o odor característico da
plumagem.
Sugestões: além de utilizar materiais que não ofereçam riscos aos animais, é
indispensável o cuidado com as penas utilizadas, observando a saúde das aves e o
estado sanitário das mesmas.
73
3.74 Aspersores de água
3.75 Pintura
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3.76 Rolo surpresa
Colocar em uma folha de papel sulfite o mix de rações (podendo ser fracionado em
duas porções, sendo um punhado da extrusada e outro punhado de sementes ou
somente uma porção de cada uma delas) utilizado na alimentação do psitacídeo,
fechar o papel amassando-o e dobrando-o igual a uma bala, retorcendo as laterais.
Coloque a “bala” de ração e semente dentro de um rolo de papel toalha de papelão e
feche as laterais do rolo com feno.
Sugestões: você pode usar ração de primatas ou outro animal para o enriquecimento.
Grupo de animais: psitacídeos, porém pode ser adaptado a outros animais conforme
aceitação.
Podemos utilizar alguns baldes suspensos como estimuladores para alimentação dos
animais. Basta pendurá-los em diferentes alturas com o auxílio do sisal. A
alimentação deve ser dividida e disponibilizada em seu interior para que os animais a
obtenham com médio esforço.
Sugestões: você pode usar feno ou maravalha para dificultar no momento da caça ao
alimento.
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3.78 Banho de borracha ou lama
Alguns animais adoram banhos de borracha ou de lama, como os elefantes que, com
sua pele delicada utilizam dessa técnica para proteger-se do sol.
Sugestões: disponibilize lama e área seca para que o animal escolha o ambiente que
mais lhe agrada.
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3.79 Bandeja de rolinhos de papel
Sugestões: outra versão desse enriquecimento pode ser feita através de tubos de PVC
fixados em uma tábua de madeira, tornando o mesmo reutilizável em outras ocasiões
ou até mesmo com outros animais.
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3.80 Tronco com suco de limão
Uma forma de mudar um pouco o recinto e chamar a atenção de animais com faro
aguçado (como felinos e ursos, por exemplo), é utilizar caldo de limão sobre um tronco.
Deixe-o com um odor bem cítrico, diferente do que ele está habituado. Ao soltar o
animal no recinto, veja sua reação explorando o novo objeto.
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3.81 Geleia no copo
O estímulo ao uso de ferramentas pode ser realizado com alguns primatas, como por
exemplo babuínos, chimpanzés, orangotangos, gorilas e outros. Para fazer esse
enriquecimento, você precisa criar uma pasta à base de banana madura amassada e
outras frutas que ajudem a deixar a textura bem cremosa/viscosa (como goiaba,
morango, fruta do conde e afins). A geleia criada é disponibilizada em recipientes
cilíndricos (como copos plásticos de água, guaraná natural e mate vazios e
higienizados ou até mesmo em uma tábua de canos PVC, conforme ensinado acima).
Deixe a geleia inclinada próximo a grade dos animais, de modo que eles consigam
acessá-la utilizando os gravetos, que você também deve disponibilizar.
Sugestões: os animais precisam ter dificuldade em obter a geleia e devem fazer o uso
de seus dedos ou gravetos para ter acesso ao doce.
Sugestões: você pode substituir a cola de farinha por banana madura amassada, que
também tem o efeito “grude” e um odor adocicado para chamar a atenção dos animais.
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3.83 Tábua furada
Para estimular a curiosidade das algumas espécies de animais, basta conhecer sua
biologia e comportamento natural. Dessa forma, você perceberá que ao juntar
conhecimento com criatividade haverá várias maneiras de estimulá-los.
Ao saber sobre isso, materiais simples como: uma tábua de cortar carne ou frutas
podem se tornar um grande atrativo no recinto. Então, pegue a tábua, faça vários furos
com auxílio de uma furadeira, lixe as irregularidades dos furos e preencha alguns com
frutas amassadas, pasta de amendoim, pasta de frutas ou o que preferir. Você
perceberá que o animal ficará curioso e irá explorar a atividade.
Grupo de animais: Mamíferos e aves que não tem o hábito de destruir (exemplo:
passeriformes).
Receita: pingue algumas gotas de corante alimentício na água e coloque-a nas formas
de gelo. Leve ao freezer até que congele.
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3.85 Tinta com corante alimentício
Receita: uma xícara de amido de milho, ½ xícara de água fervente, uma xícara de água
fria e corantes de alimento coloridos. Inicie misturando a água fria com o amido até
dissolver tudo. Adicione a água quente aos poucos até chegar a consistência
pretendida. Por fim, adicione as gotas de corante.
Sugestões: cores como azul e roxo tendem a manchar mais, fique atento!
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3.86 Castanha, amêndoas, amendoim e nozes
São sementes ricas em óleo e que podem ser consumidas in natura. A maioria dos
animais adoram e podem ser utilizadas como recompensas de enriquecimentos
cognitivos, espalhadas pelo recinto para estimular o forrageio, colocada nos
troncos e ambientação do recinto etc. Há várias maneiras de estimular os animais
utilizando sementes. Sempre use a criatividade!
Sugestões: as nozes podem ser ofertadas na casca rígida. Quebrar a casca para obter
o alimento também é um desafio estimulante para os animais.
Grupo de animais: mamíferos com hábitos de forrageio (quatis, mão pelada, iraras,
primatas), aves e lagartos.
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3.88 Cola de farinha
Para ser utilizada como “grude” em enriquecimentos, utilize essa receita para não
errar e colocar a segurança do seu animal em risco.
Receita: dissolva duas colheres de farinha de trigo em meia xícara de água fria. Ferva
uma xícara e meia de água. Derrame essa água de uma só vez na mistura de farinha já
dissolvida. Mexa sempre pelos próximos dez minutos. Desligue o fogo e acrescente
uma colher de vinagre branco (ele tem ação fúngica). Mexa bem e deixe esfriar.
Sugestões: a cola deve ser guardada na geladeira com pote fechado por até 15 dias.
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3.89 Alimentação na palha de milho
Utilize a palha do milho verde para esconder pequenas porções de ração ou sementes.
Ela é flexível e tende a se enroscar com facilidade. Dê pequenos nós e dificulte tanto
quanto possível a obtenção do prêmio.
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3.90 Tocas, esconderijos e pontos de fuga
Sugestões: você pode colorir com tinta atóxica, incluir um poleiro e tornar uma simples
caixa de papelão a casinha de uma coruja buraqueira, como fizemos no exemplo
fotográfico.
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3.91 Kong
Disponível para compra em lojas especializadas de produtos para animais, o Kong é
um brinquedo utilizado, originalmente, para cães que poucos tutores conhecem.
Trata-se de um acessório rígido, idealizado em vários tamanhos e que deve ser
preenchido com algum item alimentar ou odores. Ele faz com que o animal se
esforce e descubra como manipular o objeto e obter o que está em seu interior. O
Kong estimula a inteligência dos animais e auxilia na redução da ansiedade.
3.92 Pinhas
Pinhas suspensas em recintos de psitacídeos servem para o desgaste do bico do
animal e costumam fazer bastante sucesso entre o grupo. Em diferentes alturas, é
possível criar um varal de pinhas e proporcionar um ambiente mais complexo para a
interação das aves.
Sugestões: você pode colocar pequenos pedaços de frutas entre os gomos da pinha
para que os animais consigam recompensas com a utilização do brinquedo.
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3.93 Parquinho
Sugestões: fique sempre atento aos brinquedos oferecidos para que eles sejam
compatíveis aos animais - peso, tamanho e, principalmente, potencial destrutivo do
mesmo.
Coloque a ração dentro de uma garrafa pet vazia, com a tampa rosqueada e com
buracos pouco maiores que o tamanho do alimento para que o animal manuseie para
remoção do mesmo. É algo simples, mas que aumenta o tempo da alimentação e,
consequentemente, deixa o animal entretido por um maior período. Tenha cuidado na
confecção do enriquecimento, utilizando sempre furadeira e lixas para acabar com
qualquer protuberância.
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3.95 Banquete
Utilize caixas para simular mesas, forre com TNT colorido, utilize carretéis e o que a
sua imaginação e segurança do animal permitirem como decoração. Frutas, rações e
guloseimas aprovadas pela equipe técnica irão compor o seu banquete.
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3.96 Cabo de vassoura com rolinhos de papel
Sugestões: não ofereça esse enriquecimento para grandes primatas ou animais que
possam usar as estruturar como arma, tenha preferência por primatas de menor porte,
canídeos, felinos e etc.
Utilizada para esculturas e artesanatos, você pode comprar nas lojas o kilo da argila
atóxica (a mesma utilizada para crianças em idade escolar) ou criar a sua massa
caseira a partir de barro, farinha de trigo, saibro e afins. O objetivo é moldar ovinhos
ocos e duros para desgaste de bico (em caso de aves) ou para quebrar e obter a
recompensa (no caso de primatas). Recheie seu interior com alimentos de alta
duração, como sementes ou ração.
Sugestões: caso decida criar sua própria argila, tenha cuidado com a procedência do
material utilizado e opte por receitas sem adição de óleos e gorduras.
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3.98 Objetos para serpentes
Sugestões: deixar rolinhos de papel ou outros objetos durante um dia em uma casinha
de ratos do biotério, após remoção, levar direto para o recinto da serpente que se
pretende estimular.
Grupo de animais: serpentes com hábitos arborícolas interagem mais com essas
atividades.
Sugestões: cuidado com o ruído escolhido porque, dependendo do tipo de animal (um
predador, por exemplo), pode acabar gerando um estresse negativo no indivíduo – o
que certamente não é o objetivo do enriquecimento ambiental.
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3.100 Frango gritador e outros brinquedos sonoros
O frango gritador é o brinquedo mais vendido nas lojas de animais e pode ser
disponibilizado para os animais da sua instituição, auxiliando na troca de dentição,
estímulo a caça e outras atividades. Eles emitem som ao serem pressionados, são
leves, macios e atóxicos.
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4.Condicionamento (Treinamento) x
Enriquecimento Ambiental
O Condicionamento e o Enriquecimento possuem objetivos distintos, portanto, não é
possível afirmar que um treinamento é um tipo de enriquecimento.
Entretanto, ressaltamos que não é qualquer pessoa que está apta para realizar um
processo de condicionamento e que a mesma precisa receber um treinamento
adequado prévio para que tenha êxito na tarefa.
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5.O Dia do Bem-Estar
Uma boa prática para ser feita com funcionários e visitantes é a realização de um
evento cujo cerne é explicar como funcionam as atividades de bem-estar (e por que
não, colocar a mão na massa?).
Podendo acompanhar a sua oferta e avaliação para assim aprender um pouco como é
a rotina do setor de Bem-Estar Animal.
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6.Planejamento
O que precisamos deixar claro e entender de uma vez por todas é que ninguém nunca
estará mais próximo aos animais que os tratadores. É preciso capacitá-los e mostrar,
através de treinamentos, vídeos, imagens e casos de sucesso o quanto é importante
investir em programas de bem-estar. Eles são a espinha dorsal do sucesso!
Pode parecer arrogante apresentar dessa forma, mas é com as melhores intenções
que eu sugiro que vocês estudem. Estudem a história natural, história individual e as
restrições de criação e manutenção para que os enriquecimentos ambientais
oferecidos sejam sempre condizentes e os melhores possíveis para atender aquele
indivíduo.
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7. Registros
Para demonstrar a eficácia do que está elaborando para a equipe técnica e diretoria
do zoológico, é necessário entender um pouco da parte burocrática e documentar
tudo em um relatório.
Este relatório precisa seguir algumas pequenas normas, como por exemplo, ser o mais
técnico possível e descrever cada enriquecimento ambiental aplicado durante o
período – assim como a reação do animal ante aquele enriquecimento (houve
interação positiva?; havia visitação?; o dia estava ensolarado, chuvoso, nublado?; qual
horário?; etc). Essas informações são de grande utilidade, pois alguns animais são
mais tímidos e só irão interagir longe da presença do expectador; alguns animais
possuem picos de atividade noturna e outros diurna e isso precisa ser considerado; o
clima do dia é de suma relevância: não importa o quão gostoso seja o bolo de
chocolate que você colocar na minha frente, eu não irei buscá-lo se estiver uma chuva
torrencial caindo e por aí vai.
A partir desses dados, da repetição deles e das informações geradas, será possível
compilar e avaliar as informações fornecidas pelos animais para poder ajustar o
programa de acordo com o que eles precisam, de fato, e garantir que o melhor
tratamento seja dado aos animais mantidos sob seus cuidados.
Quando uma informação é guardada para si, ela acaba perdendo o valor – por isso
estamos trabalhando neste livro, queremos difundir um pouquinho do nosso trabalho
e, quem sabe, ajudar quem está começando – e isso vale para o trabalho interno
também: compartilhem os resultados entre si e com quem mais puderem!
Bons enriquecimentos, boas ideias podem ser replicadas a todo momento porque
devemos deixar a vaidade para quem não tem outra coisa para exibir.
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8. Avaliações
É indiscutível que toda equipe precisa tornar o enriquecimento ambiental parte da
pauta de suas reuniões regulares e avaliar o trabalho que vem sendo realizado. Isso é
possível por meio das informações coletadas e do método de documentação que a sua
instituição optou por utilizar. Deve-se sempre tendo em mente que são eles que irão
fornecer uma forma de localizar as respostas para possíveis questionamentos que
possam existir sobre a forma como os animais se relacionam com os
9. Métodos
Essa documentação deve fazer parte do nosso dia-a-dia, trata-se de uma coleta de
informações sobre a forma com que os animais lidam com o enriquecimento proposto.
Talvez seja a parte menos valorizada por ser considerada monótona, mas é, sem
dúvida, a mais relevante quando se busca uma resposta científica.
O modo de registro e documentação do que foi feito, fica a critério da sua instituição,
mas pode-se estabelecer o uso de uma ficha de papel (como fazíamos antigamente);
criar um formulário online e preencher através do seu celular ou tablet (como fazemos
atualmente); colocar de câmeras, etc.
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10. Técnicas de observação
Existem técnicas tradicionais de medição do comportamento animal que podem (e
devem) ser utilizadas para responder perguntas mais específicas – aquelas que uma
simples observação não será capaz de notar.
Sequências: o que importa, de fato, nesse tipo de amostragem, é a ordem dos eventos.
A observação de um evento acontece em etapas e cada minucia é importante. Sendo
assim, é relevante não perder o animal de vista, o que torna quase que impossível fazer
um registro temporal exato de frequência e comportamento dos demais indivíduos
(caso seja um grupo) e até mesmo realizar escritos – sendo recomendado o uso de um
gravador.
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11. Considerações finais
Falando de forma científica e global, o animal possui o famigerado “bem-estar”
quando têm atendidos os seus critérios básicos de qualidade de vida, ou seja, as cinco
liberdades (que são amplamente conhecidas e difundidas): o animal precisa estar livre
de fome e sede; livre de qualquer desconforto; livre de dor, ferimentos e doenças; livre
de medo e angústia; livre para expressar seu comportamento natural.
Os itens citados acima são o mínimo que devemos prover ou decidir manter em um
animal em cativeiro (seja ele o seu cão de estimação ou uma espécie raríssima de
macaco em vias de extinção) – se o animal está sob cuidados humanos, ele precisa ser
tratado com o máximo respeito e cuidados.
Apesar dos primeiros itens das cinco liberdades serem considerados mais simples de
solucionar, muitos se questionam acerca da última diretriz: como posso permitir que o
animal expresse comportamentos naturais em um ambiente artificial?
Foi esse pensamento que motivou este trabalho. Estamos tentando ocupar esse hiato
e ajudar sua equipe técnica, de tratação e de manutenção no desenvolvimento de
brinquedos, comedouros e atividades com diferentes graus de dificuldade (mas nada
impossível) e difundir ao máximo o conceito científico do que vem surgindo de mais
moderno quando pensamos em enriquecimento ambiental para animais mantidos
sob cuidados humanos.
É com essa intenção e com muita vontade de divulgar o que vamos descobrindo ao
longo do tempo na área da etologia animal aplicada, e buscando opções que
arrematem os desejos fundamentais para o bem-estar completo dos animais que
mantemos em nosso plantel!
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12. Bibliografia
1. ALMEIDA, A. M. R.Influência do enriquecimento ambiental no comportamento de
primatas do gênero Ateles em diferentes condições de cativeiro no Departamento
Zoológico de Curitiba, PR. Monografia (Bacharel em Ciências Biológicas) -
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Universidade Federal do Paraná, Curitiba,
2006.
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