Pré-Natal e Pós-Parto
Pré-Natal e Pós-Parto
Pré-Natal e Pós-Parto
1. Consultas pré-natal
- Primeiro Trimestre
1) O Que Solicitar:
Teste rápidos, teste da mamãe, Hemograma, Glicemia de Jejum, TSH, T4l,
Anti hbs,EAS, urocultura, parasitológico de fezes, Grupo sanguíneo e Rh, Exame de
prevenção
- Se Rh negativo:
Solicitar: coombs indireto
tipagem sanguínea
fator Rh do parceiro.
Se parceiro Rh positivo ou desconhecido: repetir coombs
indireto mensalmente até 28 semanas e, quinzenalmente, a partir de então. Se
coombs indireto positivo (> 1:16), encaminhar para pré-natal de alto risco para
investigação de anemia fetal, já solicitar usg obstétrica com doppler
- Hemograma completo.
O rastreio e tratamento de anemia devem ser oferecidos. Caso a
anemia seja refratária ao tratamento com suplementação de ferro, outras causas de
anemia devem ser investigadas.
Será considerado anemia gestacional quando:
- Primeiro Trimestre:
Hemoglobina (g/dl) < 11 Hematócrito (%) < 33
- Segundo Trimestre:
Hemoglobina (g/dl) < 10,5 Hematócrito (%) < 32
- Terceiro Trimestre:
Hemoglobina (g/dl) < 11 Hematócrito (%) < 33
- Glicemia de jejum.
Normal : < 92 mg/dl. Realizar TOTG entre 24 e 28 semanas
Diabetes Gestacional : > 92 mg/dl. Repetir exame e confirmar o
resultado.Encaminhar para acompanhamento especializado. (alto risco e
nutricionista. Já orientar dieta e atividade fisica)
- TSH
Solicitar TSH para avaliação de hipotireoidismo e hipertireoidismo
Normal: < 2,5
Se entre 2,5 e 3,0: solicitar anti tpo. Se anti tpo positivo: hipot gestacional
Se > 3,0: hipotireoidismo gestacional
O tratamento deverá ser iniciado com Puran t4 (max 75 mcg), em
3 semanas realizar novo TSH e t4l. Ir alterando dose a cada 3 semans até que o Tsh
fique menor que 2,5. Aumentar ou diminui no max 25 mcg a cada vez.
- TESTE DA MAMÃE, que contempla: vdrl, hiv, htlv, sorologia para hepatites b e
c, doença de chagas, solorologia para toxoplasmose, rubéola e citomegalovirus.
deve ser solicitado no 1° e 3° trimestre.
1) VDRL.
Sugerem infecção ativa: título ≥ 1:8, aumento em 4 vezes dos títulos em
sorologias sequenciais e positivação de sorologia anteriormente negativa.
Pode indicar infecção, cicatriz sorológica (títulos < 1/8) ou reação cruzada
com outros anticorpos (falso-positivos).
Se VDRL < 1/8 e história de tratamento prévio desconhecido, iniciar tratamento
independente da titulação do VDRL. Se VDRL < 1/8 e tratamento de sífilis anterior
documentado, considerar cicatriz sorológica e acompanhar com VDRL
mensalmente.
Confirmar com teste treponêmico: FTA-Abs; teste rápido. Obs.: Esses testes
permanecem reagentes por toda a vida, independente do tratamento. Caso negativo,
considerar reação cruzada (VDRL falso-positivo) e interromper tratamento.
Acompanhar titulação do VDRL mensalmente: considerar reinfecção quando os
títulos de VDRL aumentarem em 2 titulações ou se aumentar em 4 vezes.
Teste Rápido: Teste treponêmico que pode ser solicitado como alternativa ao
VDRL na primeira consulta de pré-natal.
Negativo: Solicitar VDRL trimestralmente nas rotinas de exames de pré-natal.
Positivo: Instituir tratamento imediatamente e solicitar VDRL.
VDRL negativo: investigar história de tratamento prévio.
VDRL positivo: confirma infecção atual; acompanhar com VDRL mensal.
Se teste rápido e VDRL negativos, ou apenas um deles realizado com resultado
negativo: repetir teste rápido e/ou VDRL no terceiro trimestre (28 semanas).
Se teste rápido e VDRL positivos, ou apenas um deles realizado com resultado
positivo: tratar imediatamente, testar e tratar parceiro(s), realizar acompanhamento
do VDRL pós-tratamento da gestante e do(s) parceiro(s) até o final do pré-natal.
Se teste rápido positivo e VDRL negativo: pesquisar tratamento anterior. Se
comprovado, pode-se descontinuar o tratamento. Repetir VDRL em 30 dias.
Se VDRL em baixos títulos (< 1/8) e teste rápido negativo: considerar reação
cruzada e falsopositivo.
Se VDRL em baixos títulos (< 1/8) e teste rápido positivo ou indisponível: instituir
tratamento, a não ser que haja comprovação de tratamento prévio adequado.
Abordagem Terapêutica:
Sempre tratar o parceiro nos mesmos moldes da gestante.
Penicilina G benzatina:
3 doses (2,4 milhões ui) com intervalo semanal
sendo 1,2 milhões em cada nádega
Em pacientes com alergia a penicilina:
Deve ser realizada a dessensibilização (através da administração de penicilina V
oral em doses progressivamente maiores, sob vigilância médica, em ambiente
hospitalar).
Insucesso da dessensibilização: Estearato de eritromicina 500 mg VO de 6/6
horas, por 15 dias (sífilis recente) ou 30 dias (sífilis tardia).
A eritromicina não ultrapassa a barreira placentária, não sendo capaz de
prevenir a infecção congênita.
Em gestantes que foram identificadas com sífilis, independente de tratamento, o
VDRL deve ser mensal até o parto, considerando resposta adequada ao tratamento
o declínio dos títulos.
Uma gestante é considerada adequadamente tratada se:
Tratamento com penicilina.
Tratamento finalizado pelo menos 30 dias antes do parto.
Tratamento do parceiro.
Documentação de todo o tratamento.
- Anti-HIV.
Rastreio obrigatório no pré-natal visando reduzir a transmissão vertical da
doença, se positvo encaminhar ao alto risco
- HBs-Ag.
HBsAg: Se negativo, indica ausência de infecção, paciente susceptível, vacinada
ou com doença resolvida (curada). Se positivo, indica infecção, podendo ser aguda
ou crônica- devendo então ser diferenciada através da solicitação do HBeAg,anti-
HBe, anti-HBc IgG e IgM e carga viral do DNA HBV.
Anti-HBs: Se negativo, indica susceptibilidade ao vírus - orientar vacinação anti-
HBV. Se positivo, indica vacinação ou contato com o vírus, podendo ser doença
curada ou crônica.
HBeAg: Positivo indica replicação viral, podendo ser doença aguda ou crônica.
Anti-HBC Ig M: Se positivo, indica infecção aguda.
Anti-HBC Ig G: Se positivo, indica infecção crônica.
Se diagnosticada a doença, encaminhar a serviço de especializado.
- Sorologia para toxoplasmose IgM e IgG.
(interpretação para gestantes com até 16 semanas)
IgG Reag (+) e IgM não reag (-): gestante imune
IgG Reag (+) e IgM Reag (+): realizar avidez de IGG e já iniciar tratamento
com espiramicina
Se avidez de Igg forte (infecção há mais de 4 meses):
Gestante imune: suspender tratamento
Se avidez fraca ou intermediária: gestante com infecção aguda:
Notificar a vigilância
Continuar o tratamento e encaminhar para o alto risco
Ao nascer encaminhar o Rn para pediatra ou infecto pediatra
IgG Não reag (-) e IgM Reag (+): tratar com espiramicina e encaminhar ao
alto risco
IgG não reag (-) e IgM não reag: realizar orientações de profilaxia, repetir
no 2º e 3º trimestre. Se mudar o resultado, encaminhar ao alto risco
Nos casos de infecção recente, deve-se encaminhar a gestante ao serviço
especializado.
Gestantes acima de 16 semanas
- Urocultura e EAS.
Durante a gestação, a bacteriúria assintomática (URC com > 100.000 UFC/ml) deve ser tratada,
conforme antibiograma. Após o tratamento, deve-se realizar nova urocultura para controle
terapêutico, após 2 semanas do fim do tratamento. No EAS, a presença de cilindrúria , hematúria
sem infecção associada indicam encaminhamento a consulta especializada, proteinuria encaminhar
ao alto risco
- Rubéola.
Se Igg reag e Igm NR: imune. Não necessita repetrir
Se Igg não reag e Igm não reag: susceptivel, realizar mensalmente.
Se Igg nr e Igm reag: ao alto risco
- Citomegalovirose.
Se Igg reag e Igm NR: imune. Não necessita repetrir
Se Igg não reag e Igm não reag: susceptivel, realizar mensalmente.
Se Igg nr e Igm reag: ao alto risco
4. QUANDO ENCAMINHAR: