Pré-Natal e Pós-Parto

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Assistência ao pré-natal da gestante da SEMUSA-GO.

1. Consultas pré-natal

Na consulta pré-natal, deve-se datar a idade gestacional com a regra de


Näegele, alergias medicamentosas, medicações de uso continuo, cirurgias prévias,
hemotransfusão, história vacinal, doenças hereditárias, malformações congênitas.
Deve-se também avaliar hipertensão, diabetes e doenças que o parceiro possa ter.
Constar em prontuário a história obstétrica da paciente. Alem de toda informação
que o médico examinador achar relevante.
Internalos das consultas:
Até 32 semanas: mensalmente.
32 a 36 semanas: quinzenalmente.
A partir de 36 semanas: semanalmente.
No exame físico, deve-se alem do exame físico geral da paciente,
pesquisar edemas, aferir peso, altura e IMC, aferir P.A., examinar as mamas e fazer
os exames obstétricos( delimitação do fundo uterino, ausculta dos batimentos
cardíacos fetais, avaliação do tônus e presença de atividade uterina, estática fetal,
movimentação fetal, etc.).
Preencher cartão de pré-natal, de maneira correta e legível, respeitando os
espaços designados para cada informação.
A gestante deve ser encorajada a adotar um vestuário que reduza a área de
exposição a mosquitos, como uso de calças, blusas de manga comprida e sapatos
fechados; além de utilizar repelente sobre as áreas do corpo expostas e sobre a
roupa. Os repelentes considerados seguros são aqueles à base de DEET, icaridina
ou picaridina, e devem ser reaplicados de acordo com o tempo de duração,
recomendado por cada fabricante.
A se pensar em gestações, algumas profilaxias e cuidados devem ser
instaladas. São eles:
- Profilaxia de distúrbios de fechamento do tubo neural (DTN)
Ácido fólico (0,4-5 mg/cp): De 3 meses antes da concepção até 12ª semana de
gestação: 0,4 mg 1 cp VO 1x/dia.
- Profilaxia da anemia ferropriva
Sulfato ferroso 300 mg (40-60 mg de ferro elementar) 1 cp VO 1x/dia,
preferencialmente 30 minutos antes da refeição, junto com água ou sucos cítricos
Opção: Sulfato ferroso gotas C BULA (125 mg/mL).
A partir do 2º trimestre(12ª semana).
- Orientar atualização do cartão de vacinação
São contraindicadas vacinas como triplice viral e varicela, ou qualquer vacina
de virus atenuado.
A vacina contra a influenza é recomendada a todas as gestantes em qualquer
período gestacional. Preferência que se vacine no primeiro trimestre.
Contraindicações: alergia severa à proteína do ovo e aos seus derivados.
Vacina contra hepatite B (se anti-HBs Não reagente): 3 doses com intervalo
de 30 dias entre a primeira e a segunda e de 150 dias entre a segunda e a terceira.
Na impossibilidade de se realizar a sorologia anti-HBs, deve-se avaliar o estado
vacinal da gestante e vaciná-la, se for o caso.
Gestantes com esquema incompleto (1 ou 2 doses): deve-se completar o
esquema.
Vacina dT: Gestantes em qualquer período gestacional: 3 doses com intervalo
de 60 dias entre elas.
Vacina dTpa deve ser administrada em todas as gestação. Indicada para as
gestantes a partir da 20ª de gestação.
Situações especiais:
Vacina contra raiva humana: A vacina contra raiva humana não é
contraindicada durante a gestação;
Vacina contra febre amarela (atenuada): Não é rotina a vacina contra febre
amarela. Entretanto, em situações de surto, se a gestante reside ou vai se deslocar
para área com recomendação de vacinação para febre amarela, ela deve ser
vacinada.
Vacinas virais vivas que contêm os componentes do sarampo, da rubéola, da
caxumba e da febre amarela não são recomendadas em situações normais.
- Tratamento de toda bacteriúria assintomática (a depender do antibiograma.
Toda ITU em gestante DEVE ser tratada)
Nitrofurantoína (100 mg/cp) 100 mg VO de 6/6 horas, por 7 dias.
Fosfomicina (3 g/envelope) 3 g VO em dose única.
Cefuroxima (500 mg/cp) 500 mg VO de 12/12 horas, por 5 dias.
Cefalexina 500 mg VO de 6/6 horas, por 7 dias.
Amoxicilina 500 mg VO de 8/8 horas, por 7 dias.
- Orientações para profilaxia de toxoplasmose (em gestante sem histórico
sorológico de já ter sido infectada)
Não ingerir carnes mal passadas, ovo cru e não ingerir leite não pasteurizado.
Não andar com os pés descalços.
Não mexer em terra sem o uso de luvas.
Afastar-se de gatos.
Lavar legumes, frutas e verduras e beber água filtrada.

- Cuidados com pressão arterial


Suspender IECA, BRA e betabloqueadores.

Encaminhar à consulta especializada e solicitar Rotina de DHEG: Hemograma,


ureia, creatinina, bilirrubina total e frações, proteinúria de 24h, ácido úrico, TGO,
TGP, DHL e EAS.
Se PA < 140 x 90 e proteinúria de fita positiva: solicitar proteinúria de 24 horas,
manter vigilância na PA.
Se PA > 140 x 90 e proteinúria de fita positiva: encaminhar para emergência.
Se PA ≥ 160 x 110: encaminhar para emergência.
Se PA > 140 x 90 e sintomática (cefaleia, escotomas, vômitos, epigastralgia
importante): encaminhar para emergência.
Hipertensão gestacional: Pressão arterial (≥ 140 x 90 mmHg) iniciada após a 20ª
semanas de gestação, sem critérios para pré-eclâmpsia.
Pré-eclâmpsia (PE): Hipertensão (≥ 140 x 90 mmHg) associada à proteinúria de
início recente (> 300 mg/24 horas, equivale a 1+ de proteína no EAS) após 20
semanas de gestação ou, se não houver proteinúria, o diagnóstico requer ≥1 dos
sinais ou sintomas de disfunção de órgãos-alvo, como trombocitopenia (< 100.000
plaquetas/mcL), função hepática alterada (transaminases hepáticas séricas elevadas
até duas vezes a concentração normal), dor epigástrica, creatinina sérica elevada (>
1,1 mg/dL ), oligúria: diurese inferior a 500 mL/24 horas, edema pulmonar, fotopsia
e/ou escotomas, cefaléia intensa e/ou que persiste apesar da medicação e estado
mental alterado.
Eclâmpsia: Convulsão em mulheres com pré-eclâmpsia.

2.Exames Laboratoriais do Pré-Natal

- Primeiro Trimestre
1) O Que Solicitar:
Teste rápidos, teste da mamãe, Hemograma, Glicemia de Jejum, TSH, T4l,
Anti hbs,EAS, urocultura, parasitológico de fezes, Grupo sanguíneo e Rh, Exame de
prevenção
- Se Rh negativo:
Solicitar: coombs indireto
tipagem sanguínea
fator Rh do parceiro.
Se parceiro Rh positivo ou desconhecido: repetir coombs
indireto mensalmente até 28 semanas e, quinzenalmente, a partir de então. Se
coombs indireto positivo (> 1:16), encaminhar para pré-natal de alto risco para
investigação de anemia fetal, já solicitar usg obstétrica com doppler
- Hemograma completo.
O rastreio e tratamento de anemia devem ser oferecidos. Caso a
anemia seja refratária ao tratamento com suplementação de ferro, outras causas de
anemia devem ser investigadas.
Será considerado anemia gestacional quando:
- Primeiro Trimestre:
Hemoglobina (g/dl) < 11 Hematócrito (%) < 33
- Segundo Trimestre:
Hemoglobina (g/dl) < 10,5 Hematócrito (%) < 32
- Terceiro Trimestre:
Hemoglobina (g/dl) < 11 Hematócrito (%) < 33

- Glicemia de jejum.
Normal : < 92 mg/dl. Realizar TOTG entre 24 e 28 semanas
Diabetes Gestacional : > 92 mg/dl. Repetir exame e confirmar o
resultado.Encaminhar para acompanhamento especializado. (alto risco e
nutricionista. Já orientar dieta e atividade fisica)

- TSH
Solicitar TSH para avaliação de hipotireoidismo e hipertireoidismo
Normal: < 2,5
Se entre 2,5 e 3,0: solicitar anti tpo. Se anti tpo positivo: hipot gestacional
Se > 3,0: hipotireoidismo gestacional
O tratamento deverá ser iniciado com Puran t4 (max 75 mcg), em
3 semanas realizar novo TSH e t4l. Ir alterando dose a cada 3 semans até que o Tsh
fique menor que 2,5. Aumentar ou diminui no max 25 mcg a cada vez.
- TESTE DA MAMÃE, que contempla: vdrl, hiv, htlv, sorologia para hepatites b e
c, doença de chagas, solorologia para toxoplasmose, rubéola e citomegalovirus.
deve ser solicitado no 1° e 3° trimestre.
1) VDRL.
Sugerem infecção ativa: título ≥ 1:8, aumento em 4 vezes dos títulos em
sorologias sequenciais e positivação de sorologia anteriormente negativa.
Pode indicar infecção, cicatriz sorológica (títulos < 1/8) ou reação cruzada
com outros anticorpos (falso-positivos).
Se VDRL < 1/8 e história de tratamento prévio desconhecido, iniciar tratamento
independente da titulação do VDRL. Se VDRL < 1/8 e tratamento de sífilis anterior
documentado, considerar cicatriz sorológica e acompanhar com VDRL
mensalmente.
Confirmar com teste treponêmico: FTA-Abs; teste rápido. Obs.: Esses testes
permanecem reagentes por toda a vida, independente do tratamento. Caso negativo,
considerar reação cruzada (VDRL falso-positivo) e interromper tratamento.
Acompanhar titulação do VDRL mensalmente: considerar reinfecção quando os
títulos de VDRL aumentarem em 2 titulações ou se aumentar em 4 vezes.
Teste Rápido: Teste treponêmico que pode ser solicitado como alternativa ao
VDRL na primeira consulta de pré-natal.
Negativo: Solicitar VDRL trimestralmente nas rotinas de exames de pré-natal.
Positivo: Instituir tratamento imediatamente e solicitar VDRL.
VDRL negativo: investigar história de tratamento prévio.
VDRL positivo: confirma infecção atual; acompanhar com VDRL mensal.
Se teste rápido e VDRL negativos, ou apenas um deles realizado com resultado
negativo: repetir teste rápido e/ou VDRL no terceiro trimestre (28 semanas).
Se teste rápido e VDRL positivos, ou apenas um deles realizado com resultado
positivo: tratar imediatamente, testar e tratar parceiro(s), realizar acompanhamento
do VDRL pós-tratamento da gestante e do(s) parceiro(s) até o final do pré-natal.
Se teste rápido positivo e VDRL negativo: pesquisar tratamento anterior. Se
comprovado, pode-se descontinuar o tratamento. Repetir VDRL em 30 dias.
Se VDRL em baixos títulos (< 1/8) e teste rápido negativo: considerar reação
cruzada e falsopositivo.
Se VDRL em baixos títulos (< 1/8) e teste rápido positivo ou indisponível: instituir
tratamento, a não ser que haja comprovação de tratamento prévio adequado.
Abordagem Terapêutica:
Sempre tratar o parceiro nos mesmos moldes da gestante.
Penicilina G benzatina:
3 doses (2,4 milhões ui) com intervalo semanal
sendo 1,2 milhões em cada nádega
Em pacientes com alergia a penicilina:
Deve ser realizada a dessensibilização (através da administração de penicilina V
oral em doses progressivamente maiores, sob vigilância médica, em ambiente
hospitalar).
Insucesso da dessensibilização: Estearato de eritromicina 500 mg VO de 6/6
horas, por 15 dias (sífilis recente) ou 30 dias (sífilis tardia).
A eritromicina não ultrapassa a barreira placentária, não sendo capaz de
prevenir a infecção congênita.
Em gestantes que foram identificadas com sífilis, independente de tratamento, o
VDRL deve ser mensal até o parto, considerando resposta adequada ao tratamento
o declínio dos títulos.
Uma gestante é considerada adequadamente tratada se:
Tratamento com penicilina.
Tratamento finalizado pelo menos 30 dias antes do parto.
Tratamento do parceiro.
Documentação de todo o tratamento.

- Anti-HIV.
Rastreio obrigatório no pré-natal visando reduzir a transmissão vertical da
doença, se positvo encaminhar ao alto risco
- HBs-Ag.
HBsAg: Se negativo, indica ausência de infecção, paciente susceptível, vacinada
ou com doença resolvida (curada). Se positivo, indica infecção, podendo ser aguda
ou crônica- devendo então ser diferenciada através da solicitação do HBeAg,anti-
HBe, anti-HBc IgG e IgM e carga viral do DNA HBV.
Anti-HBs: Se negativo, indica susceptibilidade ao vírus - orientar vacinação anti-
HBV. Se positivo, indica vacinação ou contato com o vírus, podendo ser doença
curada ou crônica.
HBeAg: Positivo indica replicação viral, podendo ser doença aguda ou crônica.
Anti-HBC Ig M: Se positivo, indica infecção aguda.
Anti-HBC Ig G: Se positivo, indica infecção crônica.
Se diagnosticada a doença, encaminhar a serviço de especializado.
- Sorologia para toxoplasmose IgM e IgG.
(interpretação para gestantes com até 16 semanas)
 IgG Reag (+) e IgM não reag (-): gestante imune
 IgG Reag (+) e IgM Reag (+): realizar avidez de IGG e já iniciar tratamento
com espiramicina
Se avidez de Igg forte (infecção há mais de 4 meses):
Gestante imune: suspender tratamento
Se avidez fraca ou intermediária: gestante com infecção aguda:
Notificar a vigilância
Continuar o tratamento e encaminhar para o alto risco
Ao nascer encaminhar o Rn para pediatra ou infecto pediatra
 IgG Não reag (-) e IgM Reag (+): tratar com espiramicina e encaminhar ao
alto risco
 IgG não reag (-) e IgM não reag: realizar orientações de profilaxia, repetir
no 2º e 3º trimestre. Se mudar o resultado, encaminhar ao alto risco
Nos casos de infecção recente, deve-se encaminhar a gestante ao serviço
especializado.
Gestantes acima de 16 semanas
- Urocultura e EAS.
Durante a gestação, a bacteriúria assintomática (URC com > 100.000 UFC/ml) deve ser tratada,
conforme antibiograma. Após o tratamento, deve-se realizar nova urocultura para controle
terapêutico, após 2 semanas do fim do tratamento. No EAS, a presença de cilindrúria , hematúria
sem infecção associada indicam encaminhamento a consulta especializada, proteinuria encaminhar
ao alto risco
- Rubéola.
Se Igg reag e Igm NR: imune. Não necessita repetrir
Se Igg não reag e Igm não reag: susceptivel, realizar mensalmente.
Se Igg nr e Igm reag: ao alto risco
- Citomegalovirose.
Se Igg reag e Igm NR: imune. Não necessita repetrir
Se Igg não reag e Igm não reag: susceptivel, realizar mensalmente.
Se Igg nr e Igm reag: ao alto risco

- Segundo trimestre(após 12ª semanas).


- Coombs indireto (se Rh negativo): Deve ser feito mensalmente até 28
semanas.
- Hemograma Completo: Pesquisa de anemia.
- TOTG-75g.
Rastreio de diabetes mellitus gestacional, entre 24 e 28 semanas. De acordo
com o IADPSG, o diagnóstico de DMG pode se firmar quando um, dos valores está
alterado:
Jejum: > 92 mg/dL;
1 hora: > 180 mg/dL;
2 horas: > 153 mg/dL.
- VDRL.
- Sorologia para toxoplasmose IgM e IgG em pacientes não imunes.
- Urocultura e EAS.
- Terceiro Trimestre(após 24ª semanas).
Coombs indireto (se Rh negativo): Deve ser feito mensalmente até 28 semanas
e, quinzenalmente, a partir de 28 semanas.
Hemograma Completo: Pesquisa de anemia.
VDRL.
Anti-HIV.
HBs-Ag, em pacientes não imunes.
Sorologia para toxoplasmose IgM e IgG, em pacientes não imunes.
Urocultura e EAS.
Pesquisa de Colonização por Streptococcus Agalactiae tipo B
Rastreamento: é baseado na cultura de secreção vaginal e retal, colhidas
por SWAB, entre a 35ª e a 37ª semanas de gestação, para todas as gestantes. -
Instruções para coleta de material para cultura: é necessário não tomar banho ou
evacuar até o momento da coleta. Se tiver tomado banho ou evacuado pela manhã,
é possível coletar o material no final da tarde. Fazer inicialmente um SWAB no
intróito vaginal sem utilização de especulo. A amostra deverá ser colhida da vagina
inferior, introduzindo o SWAB por cerca de 2 cm, fazendo movimentos giratórios por
toda a circunferência da parede vaginal. Fazer posteriormente um SWAB anal
introduzindo levemente (em torno de 0,5 cm) no esfíncter anal. Identificar os meios
de transporte com os respectivos locais de coleta (vaginal e anal). - Conservação
para envio: manter os tubos em temperatura ambiente até o envio ao laboratório,
que poderá ser em um prazo de até 3 dias.
Obs: sem qualquer urocultura o resultado vier positivo para Streptococcus
Agalactiae tipo B, deverá ser anotado no cartão
3. Exames Ultrassonográficos do Pré-Natal.

Entre 6 e 7s: datação


Rastreio de primeiro trimestre: entre 11ª e 13ª semanas e 6 dias.
Morfológico: entre 20ª e 24ª semanas.( não faz pelo sus, solicitar USG normal e
especificar no pedido)
Ultrassonografia obstétrica: com 32ª e 38ª semanas, para avaliação de
crescimento e bem estar fetais.
- Primeiro Trimestre.
Confirmar implantação tópica do saco gestacional; Datar a gravidez (idealmente,
através da medida do comprimento cabeça-nádega (CCN)).
Documentar o número de embriões e sacos gestacionais.
Investigar sangramento: Abortamento? Gestação ectópica? Mola hidatiforme?
Placenta de implantação baixa?
Avaliar anomalias uterinas ou massas anexiais.
Rastreio de aneuploidias.
- Segundo Trimestre (idealmente, entre 18ª e 24ª semanas)
Após 14ª semanas, o USG não deve mais ser feito por via endovaginal.
Estudo da morfologia fetal.
Avaliação de insuficiência cervical e risco de parto prematuro, através da medida
do colo, se <2,5 encaminhar ocm urgencia para realizar cerclagem
Medida do fundo uterino.
- Terceiro trimestre
Avaliação do crescimento e bem-estar fetais.
Avaliação do líquido amniótico.
Medida do fundo uterino.
Confirmação da apresentação fetal.
Acompanhamento da localização placentária.

4. QUANDO ENCAMINHAR:

Um pré-natal de alto risco se refere ao acompanhamento que será feito com


uma gestante que tem uma doença prévia ou durante a sua gravidez, que sugere
que essa seja uma gravidez de risco. Assim, basicamente se enquadram em pré-
natal de risco três condições: as mulheres com doenças crônicas prévias à
gestação, aquelas que tiveram uma gestação anterior de alto risco e aquelas que
identificam, no curso da gravidez, uma condição ou doença que vai oferecer risco
para ela e a para o bebê.
No primeiro caso, se enquadram mulheres que sofrem de hipertensão arterial,
diabetes, lúpus, doenças psiquiátricas, neurológicas ou cardíacas ou infecções
crônicas, como Hepatite e HIV. As pacientes com essas condições devem
compartilhar com seu especialista o desejo de engravidar, antes de interromper o
método anticoncepcional. Dessa forma, o médico que a acompanha, como
cardiologista, neurologista, infectologista ou outro especialista, já deve alinhar com o
obstetra as medicações e condutas que devem ser tomadas antes da concepção e
durante a gestação.
Para o segundo grupo, é recomendado o acompanhamento de alto risco quando
houve uma gravidez anterior com histórico de hipertensão, abortos de repetição,
descolamento prévio da placenta, por exemplo. Tudo isso deve ser observado pelo
obstetra para colocar essa futura mamãe sob um olhar mais criterioso.
E ainda, se no decorrer da gestação acontecer um quadro de diabetes que não
existia antes, ou a descoberta da pré-eclâmpsia, bem como ter uma infecção viral ou
bacteriana, o obstetra mudará o olhar para essa grávida e ela se torna uma gestante
de alto-risco.
A depender dessas três classificações – e outras que possam ser
diagnosticadas pelo médico no início ou no decorrer da gravidez – a avaliação pré-
natal será diferente de uma avaliação normal. Por exemplo, uma diabética pode ter
que fazer mais consultas do que uma mulher sem essa condição. Um pré-natal
normal tem uma consulta por mês, começando o mais cedo possível, até a 32a
semana. A partir daí e até a 36a semana, uma consulta a cada 15 dias e depois, até
o parto, uma consulta semanal. São mais do que as seis consultas mínimas
preconizadas pelo SUS – que trata mesmo do mínimo necessário para qualquer pré-
natal ( FEBASGO,2017).
A maternidade Dr. Adalberto conta com serviço de fisioterapia e psicologia para
pacientes gestantes. Encaminhamento direto, sem necessidade de procurar
SISREG.
A primeira consulta pós-parto será feita na ubs. Em caso de procedimento intra
parto ( episiotomia, cesariana, etc. A primeira consulta sera na unidade que fez o
parto.)
Deve ser encaminhados para consulta especializada na maternidade Dr.
Adalberto, os casos de:
 Em gestação anterior com feto natimorto ou morte neonatal;
 Dois ou mais abortos espontâneos;
 Em gestação anterior com parto prematuro;
 Em gestação anterior com RN < 2.500 g ou > 4.500 g;
 Tempo entre partos < 2 anos;
 Risco de hipertensão, pré-eclâmpsia ou eclâmpsia;
 Cirurgias pélvicas prévias;
 Gestação gemelar;
 < 16 anos ou > 40 anos;
 Isoimunização Rh;
 Hemorragia vaginal;
 Massa pélvica;
 PAD ≤ 90 mmHg;
 Peso < 45 kg ou altura < 1,45 cm;
 Obesidade, IMC > 40;
 Diabetes tipo I e II;
 Nefropatia;
 Cardiopatia;
 Uso de álcool ou outras drogas;
 Doenças hematológicas;
 Doenças autoimunes;
 Doenças neurológicas;
 Doenças reumatológicas
 Doenças hematológicas
 Pneumopatias sem controle;
 HIV, hepatites, toxoplasmose.
 Hipotireoidismo e hipertireoidismo
 Doença falciforme e talassemia;
 Doenças psiquiátricas que necessitam de acompanhamento
 Alterações genéticas maternas;
 Antecedente de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar;
 Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores anexiais e outras);
 Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção
pelo HIV, sífilis terciária (USG com malformação fetal) e outras DSTs (condiloma);
hanseníase; tuberculose;
 Dependência de drogas lícitas ou ilícitas;
Deve ser encaminhados para consulta especializada no pronto socorro:
 Síndromes hemorrágicas;
 Pressão arterial > 140 x 90, medida após um mínimo de 5 minutos de
repouso, na posição sentada;
 Sinais premonitórios de eclâmpsia em gestantes hipertensas
 Eclâmpsia
 Amniorrexe prematura;
 Anemia grave (hemoglobina < 8);
 Hipertermia (Tax ≥ 37,8°C), na ausência de sinais ou sintomas clínicos de
IVAS;
Bibliografia:

OMS. Diretriz: Suplementação diária de ferro e ácido fólico em gestantes.


Genebra: Organização Mundial da Saúde, 2013.
Secretaria Municipal de Saúde (RJ). Atenção ao Pré-natal - Rotinas para
gestantes de baixo risco. 1ª ed. Rio de Janeiro: SMS, 2016.
Gusso G, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade. Editora
Artmed; 2012.
Duncan BB, Schmidt MI, Giuliani ERJ. Medicina Ambulatorial: Condutas de
Atenção Primária Baseadas em Evidências. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2013.
Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, Coordenadoria de Planejamento
em Saúde, Assessoria Técnica em Saúde da Mulher. Atenção à gestante e à
puérpera no SUS-SP: manual técnico do pré natal e puerpério. São Paulo: SES/SP,
2010.
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde.
Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília: Editora
do Ministério da Saúde, 2012. 318 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos;
Cadernos de Atenção Básica n° 32).
FEBRASGO,Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetricia .https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/203-o-que-e-o-pre-natal-de-
alto-risco.

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