Manual HST Do Formador

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CURSO DE CURTA DURAÇÃO DE HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

MANUAL DE HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO


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CURSO DE CURTA DURAÇÃO DE HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

1. INTRODUÇÃO

O homem é o recurso mais importante dentro de uma companhia. A saúde e a segurança dele não só
afectada a qualidade de trabalho, mas também a sua vida, no seio familiar e na comunidade onde esta
inserido.

É do conhecimento de todas as nações industrializadas a necessidade de garantir a saúde é a segurança


individual dos trabalhadores no que concerne a possíveis exposições e riscos profissionais.

Existem legislações internacionais usadas no sentido de serem guias para diferentes tipos de operações
ocupacionais, assim também existem legislações nacionais de cada país.

Desde que se tornou uma preocupação a HST, ela sofreu evolução no sentido de se dar mais condições de
segurança, higiene, saúde no trabalho e deste essa área se tornou uma engenharia de grande impacto no
mundo de hoje.

"O mundo é um lugar perigoso de se viver, não


por causa daqueles que fazem o mal, mas, sim,
por causa daqueles que observam e deixam o
mal acontecer."

Albert Einstein

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2. HISTÓRIA DE HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

O homem realiza tarefas que periga sua saúde desde a sua criação, porém sua preocupação em relação as
condições de trabalho foi desenvolvida com o passar do tempo. Marca-se Como a primeira descrição de
uma doença de trabalho ao Hipócrates, com a descrição de cólica provocada pelo chumbo no trabalho de
extracção do metal a 400 a.C. Muitos outros nomes como Georgius Agricola, ou Georg Bauer, fizeram
parte desse assunto de saúde de trabalho, poem Bernardino Ramazzini foi um médico italiano que viveu
entre 1633 e 1714. Ele foi o primeiro a tratar exaustivamente e sistematicamente as doenças
relacionadas com a actividade laboral numa obra, o “De morbis artificium diatriba”, que foi traduzida
para as principais línguas europeias e sendo reeditado várias vezes, um feito para a época.

Embora os estudos do Bernardino Ramazzini, até meados do século 20, as condições de trabalho nunca
foram levadas em conta, sendo assim importante a produtividade, mesmo que tal implicasse riscos de
doença ou mesmo à morte dos trabalhadores.
 Uma mentalidade em que o valor da vida humana era pouco mais que desprezível;
 Uma total ausência por parte dos Estados de leis que protegessem o trabalhador.

Um facto marcante da história de HST

Outro facto que mostra a inclinação dos estudiosos focarem-se no assunto HST no sec.20 foi o início do
curso de graduação em Higiene Industrial na universidade de Harvard (1922) e a criação de varias
organizações ligadas ao assunto como ACGIH, AIHA, ASA actual ANSI entre outros.

A evolução dos processos de trabalho e dos meios de produção modificaram, gradativamente, a forma de
adoecer dos trabalhadores.

Como e possível perceber na tabela 1 que, muitas doenças agora evidenciadas estão
relacionadas com a forma de organização do trabalho, sobrecarga, pressões de chefia por
produção, demissões causadas por modificações sucessivas do processo de trabalho e da
sua forma de execução.

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TABELA 1 FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

FASE DESCRIÇÃO
1ª Produção de Subsistência • O trabalho é feito para prover as
necessidades de subsistência do Homem.
• O trabalho se resume as actividades de caça e pesca garantindo o sustento e
as necessidades de sobrevivência
2ª Produção Artesanal • Trabalho manual, de produção agrícola.
(Agrícola/Pastoreio) • Produção de natureza artesanal.
• O Homem aprende a plantar, a cultivar
e principalmente, a armazenar.
• O pequeno excesso da produção era trocado ou era vendido
3ª Produção Industrial • Descoberta da energia hidráulica, maquina a vapor e da electricidade.
• Transformação da sociedade agrária em sociedade Industrial.
• Grande incremento da Produção.
• Invenção da máquina de fiar/1738.
• “Revolução Industrial” – Inglaterra (1760 – 1830)
• A actividade artesanal foi substituída pelo trabalho nas fábricas.
• Grandes concentrações de trabalhadores em fábricas, improvisadas com
grande número de acidentes.
4ª Produção em série • Produção automobilística (Henry Ford -1905).
• Cada operário passa a fazer, repetidamente, apenas um tipo de tarefa.
• Aceleração da linha de Produção.
• Incorporação de novos conceitos sistematizados que passam a garantir uma
produção sequencial, padronizada e em grande escala.
5ª Automação tecnológica • Diminuição da força braçal.
(Reengenharia/Robótica) •Fechamento de postos de trabalho.
•A globalização exige novas regras para os meios de produção.
6ª Serviços de Terceirização; • Diminui as responsabilidades directas e os custos dos encargos sociais.
Serviços Autónomos; • Não se contrata mais um trabalhador e sim, a prestação de serviços.
Cooperativas de mão-de-obra • Precarização da mão-de-obra e perda de direitos conquistados.
• Sindicatos fragilizados.

2.1 HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO EM MOÇAMBIQUE


Em Moçambique, o regime jurídico de acidentes de trabalho e doenças profissionais foi regido pelo
Diploma Legislativo n.º 1706, de 19 de Outubro de 1957, portanto, no período colonial. Depois da
Independência Nacional, este e outros diplomas e/ou normativos mostraram-se desajustados da
realidade devido às mudanças políticas e socioeconómicas em que o actual estágio do país se encontra.
Para isso, era necessário que fosse definido um quadro jurídico-laboral consentâneo não só com o actual
estado do país sobre Higiene e Segurança no Trabalho, mas, igualmente, com as convenções
fundamentais da Organização Internacional do Trabalho.

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Para o efeito, era necessário que o Estado moçambicano integrasse, na sua Constituição, matérias
relacionadas com o “Direito à Retribuição e Segurança no Emprego”. Assim, o ponto 2 do artigo 85 da
Constituição da República de Moçambique (2009:24) refere que “o trabalhador tem direito à protecção e
segurança no trabalho”.

A partir da Lei-mãe foi criada a Lei do Trabalho em vigor, na perspectiva de garantir protecção razoável
do trabalhador, e o capítulo VI, artigos 216 a 236, fixou as regras gerais sobre esta matéria.

2.1.1 LEGISLAÇÃO ANTES DA INDEPENDÊNCIA NACIONAL

Desde o período colonial houve preocupação em estabelecer um quadro legislativo que regulasse assuntos
relativos à Higiene e Segurança no Trabalho. A título de exemplo: Projecto, implantação e manutenção
do sistema eléctrico e a ele cabem as seguintes tarefas:

 O Diploma Legislativo n.º 120/71 de 13 de Novembro, aprovado pelo Governo-Geral, aprova o


Regulamento de Segurança do Pessoal e Higiene no Trabalho, aplicável a obras de engenharia
civil. Este diploma, com 126 artigos, estabelece, entre vários aspectos, valores aceitáveis de gases
tóxicos ou explosivos e de poeiras minerais.
 O Diploma Legislativo 48/73, de 5 de Junho, aprova o Regulamento Geral de Higiene e
Segurança no trabalho nos estabelecimentos industriais. Este diploma apresenta 162 artigos e,
dentre vários aspectos, recomenda o uso de vestuário e equipamento Inapropriado para a
protecção e segurança do trabalhador.
 As Portarias n.º 6:231 e n.º 5:717, aprovados em 1945 pelo então Governador-Geral, regulam
aspectos relacionados com a salubridade, segurança nos estabelecimentos industriais, das pessoas
e dos bens materiais.
2.1.2 LEGISLAÇÃO DEPOIS DA INDEPENDÊNCIA NACIONAL

Depois da Independência Nacional foi aprovada a Constituição da República (Lei-mãe), que no artigo 85
estabelece o direito à retribuição e segurança no emprego. Na base deste artigo foram promulgadas
outras leis que regulam aspectos relacionados com as condições, Higiene e Segurança no Trabalho, dos
quais se destacam:

 À luz do artigo n.º 2 do art. 85 da Constituição da República, foi promulgada a Lei n.º 23/2007, de
1 de Agosto, que aprova a Lei do Trabalho e revoga a Lei n.º 8/98, de 20 de Julho. Esta lei
contém um total de 273 artigos e resulta da dinâmica da situação social, económica e política, que
exige a conformação do quadro jurídico-legal que discipline o trabalho, o emprego e a segurança
social.

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Nestes termos, o artigo 54, ponto 5, estabelece, a cada empregado, o direito de desfrutar de
medidas adequadas de protecção, Segurança e Higiene no Trabalho, capazes de garantir a sua
integridade física, moral e mental.
 Os empregadores são responsáveis pela criação e desenvolvimento de meios adequados para
proteger a integridade física e mental dos colaboradores e melhoria contínua das condições de
trabalho. Os empregadores também são obrigados a tomar todas as precauções adequadas para
assegurar que todos os postos de trabalho e meios de acesso e de saída para o trabalho sejam
seguros e livres de riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. (art. 59 e 216 da Lei n,º
23/2007, de 1 de Agosto, 2007).
 Igualmente, a Lei do Trabalho exige os empregadores forneçam equipamentos de protecção e
vestuário de trabalho adequado, a fim de prevenir o risco de acidentes ou efeitos prejudiciais á
saúde dos trabalhadores, e instrui-os sobre o cumprimento adequado das normas de Higiene e
Segurança no Trabalho.

Algumas normas moçambicanas Ligadas a HST


 NM 10: 2011 – Sinalização de segurança. Símbolo de tensão eléctrica perigosa 2ª Edição. ICS
29020
 NM 11: 2011 – Sinalização de segurança. Sinais de tensão eléctrica perigosa 2ª Edição. ICS 29 020
 NM 53: 2007 – Sistema de gestão de segurança ferroviária. ICS 13 110
 NM 66: 2008 – Símbolos e sinais de segurança de combate ao incêndio. ICS 01 080/13 220
 NM 67: 2008 – Sinais de segurança gerais. ICS 01 080/13 100
13 100 Segurança ocupacional e Higiene Industrial
• NM 41: 2007 Ed. 1 28p. Sistema de Gestão e Saúde no Trabalho – Especificações
• NM OHSAS 18001: 2007 Ed.1 32p.
Sistema de Gestão e Saúde no Trabalho
• NM 67: 2008 Ed. 1 44p.
Sinais de Segurança de uso geral

Alguns decretos moçambicanos Ligados a HST

 Decreto nº 61/2006, de 26 de Dezembro, que aprova o Regulamento de Segurança Técnica e de


Saúde nas Actividades Geológico Mineiras.
 Decreto nº 62/2013, de 04 de Dezembro, que aprova o Regulamento que estabelece o Regime
Jurídico de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais.
 Diploma Legislativo nº48/73, de 05 de Junho, que aprova o Regulamento Geral de Higiene e
Segurança do Trabalho nos Estabelecimentos Industriais.
 Diploma Legislativo n_48 1973 - Regulamento de higiene e segurança nas industrias
 Decreto__512017_de_09_de_outubro_aprova_o_regulamento_de_seguranca_social_obrigatoria

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Factores que contribuem para as condições de trabalho


Humanas – O trabalhador tem de possuir as condições físicas e psicológicas de acordo com as exigências
da sua função;
Técnicas – Os equipamentos e as ferramentas devem ser adequados e estarem em boas condições de
utilização e manutenção;
Ambientais – A iluminação, o ruído, a temperatura, etc, são aspectos físicos que têm de ser
permanentemente avaliados e auditados, como forma de não causarem doenças profissionais, ou
distúrbios no trabalhador.
Organizacionais – A forma como o trabalho está organizado pode determinar melhores ou piores
desempenhos na medida em que pode potenciar as capacidades de cada colaborador e servir como factor
motivador ou, pelo contrário, pode provocar índices elevados de sub-rendimento e gerar a desmotivação.

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3. CONCEITOS DE HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

A higiene e a segurança são duas actividades que estão intimamente relacionadas com objectivo de
garantir condições de trabalho capazes de manter um nível de saúde dos colaboradores e trabalhadores
de uma Empresa.

Segundo a O.M.S. (Organização Mundial de Saúde), a verificação de condições de Higiene e Segurança


consiste na avaliação da Saúde do trabalhador, em que este conceito o define como "um estado de bem-
estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença e enfermidade ".

Segurança como processo de educação

3.1 ALGUNS CONCEITOS

Higiene no trabalho- Controlo de variáveis no ambiente de trabalho no sentido de reduzir a incidência de


doenças profissionais, tais como:

 Doenças provocadas por agentes químicos


 Doenças do aparelho respiratório
 Doenças provocadas por agentes físicos

Segurança no trabalho- Estudo da utilização e interacção segura com métodos de trabalho, instalações,
equipamentos e ambientes de trabalho, com o objectivo de prevenção dos riscos profissionais tendente a
minimizar os acidentes de trabalho.

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Conceito prevencionista do acidente de trabalho

Acidente de trabalho é qualquer ocorrência não programada, inesperada ou não, que interfere ou
interrompe a realização de uma determinada actividade, trazendo como consequência isolada ou
simultânea a perda de tempo, danos materiais ou lesões.

Conceito legal do acidente de trabalho

Segunda a lei de trabalho 2007 moçambicana no art.222 Acidente de trabalho é o sinistro que se
verifica, no local e durante o tempo do trabalho, desde que produza, directa ou indirectamente, no
trabalhador subordinado lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte a morte ou
redução na capacidade de trabalho ou de ganho.

A diferença entre os dois conceitos reside no fato de que para o conceito legal é necessário haver lesão corporal,
enquanto no conceito prevencionista são levadas em consideração, além das lesões físicas, a perda de tempo e
de materiais.
Para o profissional prevencionista, mesmo um acidente sem lesão é muito importante, pois, durante a
análise das suas causas surgirão medidas capazes de impedir sua repetição ou agravamento, isto é, um
acidente com lesão.

Incidente segundo a NP 4397 é um acontecimento relacionado com o trabalho em que ocorre, ou poderá
ter ocorrido, lesão, afecção de saúde (independentemente da gravidade) ou morte

Observações

 Um acidente é um incidente de que resultou lesão, afecção da saúde ou morte.


 Um incidente em que não ocorra lesão, afecção da saúde ou morte também pode ser designado
por near miss (Quase acidente), near hit, close call ou dangerous occurrence (ocorrência perigosa).
 Uma situação de emergência é um tipo particular de incidente.

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Doença profissional é a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada


actividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
Social.

Segundo a lei de trabalho 23/2007 de 1 de Agosto no artigo 224 doença profissional é toda a situação
clínica que surge localizada ou generalizada no organismo, de natureza tóxica ou biológica, que resulte
de actividade profissional e directamente relacionada com ela.

Doença do trabalho é a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é


realizado e com ele se relacione directamente, constante da relação mencionada no inciso.

Acto inseguro é o acto praticado pelo homem, em geral, consciente do que está fazendo, que está contra
as normas de segurança.

São exemplos de actos inseguros: Subir em telhado sem cinto de segurança contra quedas, ligar tomadas
de aparelhos eléctricos com as mãos molhadas e dirigir a altas velocidades

Ambiente de trabalho é o conjunto de elementos que temos à nossa volta, tais como as edificações entre
outros que fazem parte das condições de trabalho.

Condição insegura é a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e/ou risco ao trabalhador.
São exemplos de condições inseguras: máquinas em estado precário de manutenção e andaime de obras
de construção civil feitos com materiais inadequados.
Saúde - é o estado de completo bem-estar físico, mental e social.

3.3.2 PERFIL DE UM TÉCNICO EM HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Antes de as enumerar é preciso compreender que este técnico é de certa forma um gestor de recursos
humanos com algumas restrições de funções, dai que compete que tenham qualidades similares. (Para
evidencia esse veja que os Graduados em Recursos Humanos tem Menor em Higiene e Segurança no
Trabalho).

 Ser calmo
 Não ter cortes estranhos de cabelo
 Ser íntegro
 Vestir a rigor da segurança e higiene no trabalho
 Ter empatia e compaixão
 Ter habilidade em criar relações públicas
 Ser um bom ouvinte
 Ter habilidade de falar em público
 Ser organizado
 Ter domínio de TIC’s
 Domínio da legislação nacional (Como a lei de trabalho e demais decretos)

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3.3.2 FUNÇÕES DE UM TÉCNICO EM HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

 Avaliar os riscos associados à execução da obra, designadamente se existirem espaços confinados,


e definir as medidas de prevenção adequadas
 Dar a conhecer e fazer cumprir o Plano de Segurança e Saúde (PSS) para a execução da obra
 Elaborar fichas de procedimentos de segurança, designadamente para os trabalhos que
impliquem riscos especiais e assegurar que todos envolvido com a empresa conhecimento das
mesmas.
 Assegurar a aplicação do PSS e das fichas de procedimentos de segurança por parte dos seus
trabalhadores, de subempreiteiros e trabalhadores independentes.
 Assegurar que os subempreiteiros cumpram, na qualidade de empregadores, as suas obrigações;
 Assegurar que os trabalhadores independentes cumpram as suas obrigações.
 Colaborar com o coordenador de segurança em obra, bem como cumprir e fazer respeitar por
parte de subempreiteiros e trabalhadores independentes as directivas daquele.
 Tomar as medidas necessárias a uma adequada organização e gestão do estaleiro, incluindo a
organização do sistema de emergência.
 Tomar as medidas necessárias para que o acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas
autorizadas;
 Organizar um registo actualizado dos subempreiteiros e trabalhadores independentes por si
contratados com actividade no estaleiro, nos termos da legislação em vigor.
 Fornecer ao D.O. as informações necessárias à elaboração e actualização da comunicação prévia.
 Fornecer ao autor do projecto, ao coordenador de segurança em projecto, ao coordenador de
segurança em obra ou, na falta destes, ao D.O. os elementos necessários à elaboração da
compilação técnica da obra

Participação de um acidente

Ocorrido um acidente, poderão verificar-se as seguintes modalidades de participação


 Participação, por parte do sinistrado ou beneficiários legais, em caso de morte, ao empregador,
verbalmente ou por escrito, nas 48 horas seguinte do acidente, salvo este o tiver presenciado ou
dele vier a ter conhecimento no mesmo período
 Participação, por parte do empregador com a responsabilidade transferida, à respectiva entidade
seguradora no prazo de 24 hortas a partir da data do conhecimento
 Participação à respectiva instituição de previdência (Até ao doa 20 do mês seguinte àquele em
que tenha ocorrido o acidente)
 Participação do acidente de trabalho ao tribunal competente, por parte dos empregadores sem
responsabilidade transferida e pelas entidades seguradoras, por escrito, independentemente de
qualquer apreciação das condições legais de reparação

NOTA: A seguir aprestamos um modelo de participação de acidente

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Pela lei de trabalho 23/2007 de 1 de Agosto no ARTIGO 227

(Dever de participação do acidente de trabalho ou doença profissional)

1. A ocorrência de qualquer acidente de trabalho ou doença profissional, bem como as suas


consequências, deve ser participada ao empregador pelo trabalhador ou interposta pessoa.

2. As instituições sanitárias são obrigadas a participar aos tribunais do trabalho o falecimento de


qualquer trabalhador sinistrado e, da mesma forma, participar à pessoa ao cuidado de quem ele estiver.

CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO

De acordo com a décima conferência internacional dos esteticistas do trabalho, promovida Pelo BIT (Bureau
International du Travali ) em 1962 ,adoptou o critério da tabela 2 , a mesma conferencia foi retomada pela 16a em
1998.

TABELA 2 CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO

CLASSIFICAÇÃO DOS DESCRIÇÃO


ACIDENTES
Acidentes de que resulte para a vítima com carácter permanente
respectivas consequências

Incapacidade permanente física ou mental ou diminuição da capacidade de trabalho


De acorde com as

Acidentes de que resulte para a vitima incapacidade de, pelo


menos, um dia completo além do dia em que ocorreu o acidente,
Incapacidade temporária quer se trate de dias durante os quais a vitima teria trabalhado,
quer não. Neste ultimo caso, temos o que, vulgarmente se designa
por acidente com baixa ou incapacidade temporária absoluta
(ITA)
Acidentes de que resulte incapacidade para o trabalho por tempo
Outros casos inferior ao considerado na alínea anterior, sem incapacidade
permanente. Estes acidentes são, habitualmente, designados por
acidentes sem incapacidade (SI)
 Quedas de pessoas
Segundo a forma

 Quedas de objectivos
 Marcha sobre, choque contra ou pancada por objectos (Com exclusão de quedas de
do acidente

objectos)
 Entaladela num objecto ou entre objectos
 Esforços excessivos ou movimentos em falso
 Exposição a/ou contacto com a corrente eléctrica
 Exposição a/ou contacto com substâncias nocivos ou radiações

Esta classificação pode ser utilizada para os acidentes de trabalho, reportando-os quer ao
agente material em relação com a lesão, quer ao agente material em relação com o acidente.
Segundo a

material
agente

 Maquinas
 Meios de transporte
 Ambientes de trabalho
 Materiais, substâncias e radiações

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Segundo a natureza  Fracturas
 Luxações, entorse e distensões
 Comoções e outros traumatismos internos
 Amputações e enucleações
da lesão

 Feridas e lesões superiores


 Queimaduras, ulcerações pelo calor ou pelo frio
 Efeitos de ruído
 Afogamento e asfixia
 Lesões múltiplas de naturezas diferentes
 Outras lesões ou lesões mal definidas
 Cabeça
localização da

 Olhos
Segundo a

 Pescoço
lesão

 Membros superiores
 Mãos
 Tronco, costas e órgãos internos
 Membros inferiores

Em linhas gerais é considerado acidente de trabalho um acontecimento segundo a tabela a seguir :

NO LOCAL DE TRABALHO FORA DO LOCAL DE TRABALHO


 No percurso de ida e de regresso para e do local de
trabalho
 Na execução de serviços espontaneamente presados e de
que possa resultar proveito económico para a entidade
 No local de trabalho, quando no exercício do direito de empregadora
reunião ou de actividade de representante dos  Fora do local de trabalho, quando exista autorização
trabalhadores expressa da entidade empregadora para frequência de
formação
 Em actividade de procura de emprego durante o crédito
 No Local de trabalho, quando em frequência de curso de horas para tal concedido por lei aos trabalhadores
de formação profissional com processo de cessação de contrato de trabalho em
curso
 Fora do local ou do termo de trabalho, quando
certificado na execução de serviços determinados pela
entidade empregadora ou por consentidos

NÃO É CONSIDERADO “ACIDENTE DE TRABALHO”

 Aquele que provoca somente danos materiais.


 A auto-lesão provocada pelo trabalhador com o fim de colher vantagens pessoais.
As Doenças onde não é possível estabelecerem o “nexo causal” entre a doença e o tipo de trabalho
executado
Doenças degenerativas e as doenças típicas de determinadas regiões.
Exemplos: Miopia, Diabetes; cardiopatias; malária, etc

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DESCARACTERIZAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO ART.223 DA LEI DE TRABALHO

1. O empregador não está obrigado a indemnizar o acidente que:

a) Se for intencionalmente provocado pelo próprio sinistrado;


b) Resultar de negligência indesculpável do sinistrado, por acto ou omissão de ordens expressas,
recebidas de pessoas a quem estiver profissionalmente subordinado; dos actos da vítima que
diminuam as condições de segurança estabelecidas pelo empregador ou exigidas pela
natureza particular do trabalho;
c) For consequência de ofensas corporais voluntárias, excepto se estas tiverem relação imediata
com outro acidente ou a vítima as tiver sofrido devido à natureza das funções que desempenhe;
d) Advier da privação do uso da razão do sinistrado, permanente ou ocasional, excepto se a privação
derivar da própria prestação do trabalho ou, se o empregador, conhecendo o estado do sinistrado
consentir na prestação;
e) Provier de caso de força maior, salvo se constituir risco normal da profissão ou se produzir-se
durante a execução de serviço expressamente ordenado pelo empregador, em condições de
perigo manifesto.

Um sistema de higiene e segurança no trabalho é um custo ou investimento?

Aceitando o princípio de que prevenir é sempre mais barato do que


curar, a H.S.T. será sempre um investimento.

Pense nisto:

 Por exemplo em Portugal estima-se que as consequências


directas e indirectas dos acidentes de trabalho custam, ao nosso
país, cerca de 3 000 milhões de Euros (aproximadamente 600
milhões de contos), por ano.
 Em 2000 registaram-se cerca de 220 mil acidentes de trabalho
(participados), dos quais quase 300 foram mortais.
 No mesmo ano perderam-se, em consequência desses acidentes,
mais de 3,3 milhões de dias de trabalho.

 O que equivale a dizer que cerca de 15 200 trabalhadores Custos de um acidente

estiveram parados o ano inteiro.

Análise de Custo-Beneficio das actuações Preventivas

Toda a medida preventiva se traduz por um custo e a sua verdade


rentabilidade só poderá se r confirmada mediante uma adequada analise
custo-beneficio.

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O balanço entre os custos pode ser expresso pelo seguinte gráfico:

Analise custo-beneficio

A curva de custos totais representa a soma dos custos dos acidentes com os custos das actividades
preventivas e apresenta um Valor mínimo A que corresponde ao valor óptimo de grau de segurança sob
o ponto de vista económico.

Significa pois que segundo um critério estritamente económico, interessa melhorar o índice de segurança
em situações correspondentes ao ramo esquerdo da parábola de custos totais, sendo essa melhoria não
rentável para o ramo direito da curva.

Se o ponto A fosse único, parece evidente que a aproximação entre o ponto real de funcionamento e o
óptimo seria o objectivo fundamental de uma actuação preventiva. Na realidade, as duas curvas de
custos, além de não serem únicas, dependem dos objectivos e das técnicas de prevenção utilizadas

Teremos, assim vários pontos óptimos de funcionamento, daí resultando a necessidade


de uma planificação correcta da prevenção, com base em critérios lógicos de
prioridades do ponto de vista económico.

Analogia de iceberg dos custos de acidentes

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Exemplo: Pode-se dispensar a utilização das luvas na pulverização a utilização, quando tomadas os
cuidados de higiene. Assim como a utilização de boné quando aplicação acontecer nas horas frescas
do dia. Mas seria indispensável a utilização de mascara por exemplo.

Determinação de custos não segurados dos acidentes

É fácil determinar os custos segurados através dos registos de acidentes da empresa. Mas para obtermos
os custos não segurados seguimos a orientação sugerida pelo National Safty Council, também designada
por Método de Simonds

Este método consiste numa primeira fase, em efectuar um estudo piloto, com vista a obtenção dos custos
médios não segurados, para cada uma das seguintes classes de acidentes:

Sendo que os custos não segurados calculamos pela expressão

∑ ̅̅̅

̅̅̅

O cálculo de custos totais fica

Distribuição dos custos no acidente

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Direitos e garantias resultantes de acidente de trabalho e doença profissional

O trabalhador sinistrado tem direito à assistência médica e medicamentosa e outros cuidados


necessários.
Instituições sanitárias têm a obrigação de participar aos tribunais do trabalho sobre o falecimento de
qualquer trabalhador sinistrado e, da mesma forma, participar a pessoa ao cuidado de quem ele estiver.
Cabe igualmente ao trabalhador sinistrado, o direito à reparação, excepto se resultar de embriaguez,
estado de drogado ou de intoxicação voluntária da vítima.

O direito à reparação pode preconizar:

 Ocupar o trabalhador sinistrado num posto adequado ao seu estado;


 Indemnizar, caso em que não seja possível o seu enquadramento, sendo que para incapacidade
permanente absoluta ou parcial é dado uma pensão; e para o caso de incapacidade temporária
absoluta ou parcial é dado uma indemnização.

Para minimizar estes efeitos, a lei impõe ao empregador a compra de seguro colectivo dos seus
trabalhadores que cobre a eventualidade de acidentes de trabalho ou doença profissional. O direito à
reclamação da indemnização prescreve decorridos doze meses após o sinistro, por outro lado, o direito ao
recebimento dos valores de indemnização prescreve decorridos três anos.

Não há lugar ao direito à indemnização, o trabalhador que agravar a sua lesão, ou pelo
desleixo, ou ainda contribuir ao seu agravamento.

Segurança social

A Lei 4/2007, de 7 de Fevereiro estabelece o quadro legal da Protecção Social, define as bases em que se
assenta e organiza o respectivo sistema.

O sistema estrutura-se em 3 pilares: Segurança Social Básica, Segurança Social Obrigatória e Segurança
Social Complementar.

• Segurança Social Básica – aprovada pelo Decreto 85/2009, de 29 de Dezembro é gerida pela MMAS,
abrange os cidadãos nacionais incapacitados para o trabalho e sem meios próprios para satisfazer as suas
necessidades básicas, nomeadamente, pessoas em situação de pobreza absoluta, crianças em situação
difícil, idosos em situação de pobreza, pessoas portadoras de deficiência em situação de pobreza absoluta,
pessoas com doenças crónicas e degenerativas.

• Segurança Social Obrigatória – aprovada pelo Decreto 53/2007, de 3 de Dezembro e Decreto 49/2009, de
11 de Setembro, subdivide-se em sector público e o privado.

• Segurança Social Complementar - aprovada pelo Decreto nº 25/2009 de 17 de Agosto que cria o
Regulamento da Constituição e Gestão de Fundos de Pensões no Âmbito da Segurança Social
Complementar, abrange, com carácter facultativo, pessoas inscritas no sistema de segurança social
obrigatória. Tem também como objectivo, reforçar as prestações da segurança social obrigatória, através
de mecanismos de Fundos de Pensões, e outros esquemas.
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4. GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

A saúde e a segurança no trabalho consistem numa disciplina de âmbito alargado, que envolve
muitas áreas de especialização. Num sentido mais abrangente, deverá ter os seguintes objectivos:

 A promoção e a manutenção dos mais elevados níveis de bem-estar físico, mental e social dos
trabalhadores de todos os sectores de actividade.
 A prevenção para os trabalhadores de efeitos adversos para a saúde decorrentes das suas
condições de trabalho;
 A protecção dos trabalhadores no seu emprego perante os riscos resultantes de condições
prejudiciais à saúde;
 A colocação e a manutenção de trabalhadores num ambiente de trabalho ajustado às suas
necessidades físicas e mentais;
 A adaptação do trabalho ao homem.

4.1 Análise de risco

A análise de risco constitui a primeira abordagem de um problema de segurança do trabalho. Ela tem
como objectivo o levantamento de todos os factores do sistema de trabalho homem/maquina/ambiente
que podem causar acidentes.

Os métodos de análise de riscos podem ser directos e indirectos

A norma portuguesa NP 4397:2008 (uma tradução e adaptação das OHSAS 1800:2007 da British
Standards Institution) relativa aos requisitos dos sistemas de gestão de segurança e saúde do trabalho,
introduz os seguintes conceitos de risco e perigo.

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 Perigo: fonte, situação ou acto com potencial para o dano em termos de lesão ou afecção da
saúde, ou uma combinação destes
 Risco: combinação da probabilidade de ocorrência de um acontecimento ou exposição (ões)
perigosas e da gravidade de lesões ou afecções da saúde que possam ser causadas pelo
acontecimento ou pela (s) exposição (s).

A avaliação dos riscos físicos, químicos, e biológicos no ambiente de trabalho são tratados segundo a
natureza dos mesmos, mas os procedimentos principais a serem seguidos são padronizados para todo tipo
de risco.

Os procedimentos da avaliação são:

 Identificar o agente de risco;


 Verificar a intensidade ou concentração;
 Verificar ocorrência (Ocasional, Intermitente ou Permanente)
 Modo de exposição do trabalhador;
 Tempo de exposição diante do risco;
 Estimar o grau de potencialidade dos riscos (probabilidade e gravidade)
 Possíveis danos ou consequências para a saúde;

Estimativa a partir da combinação dos valores atribuídos para probabilidade (P) e gravidade (G) do dano,
utilizando a matriz apresentada na tabela a seguir:

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O Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho (SGSST) proporciona um conjunto de


ferramentas que potenciam a melhoria da eficiência da gestão dos riscos da Segurança e Saúde do
Trabalho (SST), relacionados com todas as actividades da organização. Este sistema deve ser
considerado como parte integrante do sistema de gestão de toda e qualquer organização.
A relação entre perigo e risco é a exposição, seja imediata ou a longo prazo, e ilustrada por uma equação
é simples:

Gestão de Riscos: Conjunto de métodos e actividades coordenados para direccionar e gerir a Empresa no
que se refere a riscos.
Risco Profissional: Possibilidade de um trabalhador sofrer um determinado dano provocado pelo
trabalho.
O SGSST é baseado na política da SST estabelecida pela organização e deve incluir os seguintes aspectos:

 Definir a estrutura operacional;


 Estabelecer as actividades de planeamento;
 Definir as responsabilidades;
 Definir os recursos necessários;
 Estabelecer as práticas e os procedimentos;
 Assegurar a identificação dos perigos e a avaliação e controlo dos riscos

A NP 4397:2208 especifica requisitos para um SGSST. Por sua vez a norma NP 4410:2004 estabelece as
linhas de orientação para a implementação da NP 4397.Tambem a OIT com base em princípios
acordados a nível internacional, e definidos pelas representações tripartidas, publicou um conjunto de
directrizes praticas, de carácter voluntário, sobre os referidos sistemas de gestão, esta mesma publicação
visa a integração das actividades de prevenção e dos métodos de trabalho no conjunto das actividades da
empresa, a todos os níveis de hierarquia.

Modelo de Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho segundo a NP 4397:2008

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Principais vantagens do SGSST

 Definições de prioridades-Um SGSST pode definir prioridades no planeamento na organização, no


controlo m na monitorização e na revisão das medidas para protegermos às pessoas dos ricos do
trabalho.
 Ajuda na integração de sistemas as estruturas de um SGSST é semelhante à de um sistema de
qualidade ou de gestão ambiental.
 Melhoria contínua a organização poderá melhorar áreas que não estão a funcionar de forma
eficiente ou eficaz, através de revisões de auditorias para identificar, sistematicamente as
oportunidades de melhoria

Principais elementos de um SGSST segundo a OIT (ILOSH 2001)

 Sustentabilidade um SGSST estabelece necessidades e incentivos para se auto-sustentar,


incorporando as exigências para à melhoria continua.
 Preparação de emergência – Os SGSST devem assegurara que estão disponíveis os recursos
adequados para responder a cenário de emergência.
 Gestão sistemática dos riscos um SGSST cria um sistema estruturado para o cumprimento quer
da legislação aplicável quer das melhorias praticas diferentes dos sectores de actividade.
 Burocracia (Sistema de papel/software) é necessário simplificar documentos e registos com a
necessária prudência, tendo em vista agilizar o controlo documental.
 Integração considerada habitualmente como uma vantagem, a integração depende de muito
tempo, nomeadamente devido a requisitos exagerados quanto à documentação do sistema ou
pelo desajustamento do sistema em relação aos riscos de segurança e saúde da Organização.
 Subestimação do comportamento humano recentes desenvolvimentos no domínio da segurança e
saúde do trabalho, tendo em vista a determinação das razões para a ocorrência de erros, dão
maior enfâse ao comportamento dos trabalhadores e dos gestores. Esta enfâse no factor humano
pode ser prejudicada pelas exigências documentais de um SGSST formal.
 Elevadas necessidades de recursos disponíveis a definição inicial do sistema pressupões uma
exigência elevada em termos de recursos , mesmo tal exigência possa, eventualmente ser
compensada através da inclusão envolvimento de trabalhadores ,gestores e técnicos de segurança
e higiene do trabalho.

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 Tempo para implementar projectar e implementar um SGSST pode consumir muito tempo,
nomeadamente devido a requisitos exagerados quanto a documentação do sistema ou pelo
desajustamento do sistema em relação aos riscos de segurança e saúde da organização.

Causalidade dos acidentes

Para Heinrich considera como um axioma da segurança industrial a sua teoria de causalidade dos
acidentes, também designada por teoria dos dominó, Segundo esta teoria, o acidente é um dos 5 actores
de uma sequência que resulta num dano pessoal.

Teoria dos domino

No caso A a queda do primeiro dominó precipita a queda de toda a fila

No caso B a remoção do dominó central neutraliza a acção dos precedentes

O dano é, invariavelmente, causado por um acidente e este, por seu turno, é sempre o resultado do factor
que imediatamente o precede.

Os vários factores na série de ocorrência do acidente desenvolvem-se pela seguinte ordem cronológica

1- Ascendência e ambiente social


2- Falha Humana- herdada ou adquirida, como por exemplo imprudência ,temperamento violento
,irritabilidade ,etc.
3- Acto inseguro – Por exemplo estacionar sob cargas suspensas, usar ferramentas em mau estado,
não utilizar EPI e /ou condição perigosa como por exemplo protecções ou suportes de maquinas
inadequadas, congestionamento dos locais de trabalho, ruído excessivo, risco de incêndio

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ACTO INSEGURO CONDIÇÕES PERIGOSAS


Brincadeiras no ambiente de trabalho; Falta de E.P.I.;
Desviar a atenção do colega de trabalho; Ambiente inadequado ao trabalho;
Excesso de confiança; Instalações eléctricas deficientes;
Agir com negligência ou com imperícia; Improvisos e gambiarras;
Utilizar ferramenta de forma imprópria; Ausência de protecção em máquinas;
Aumentar a velocidade de uma máquina; Pisos escorregadios;
Deixar de utilizar E.P.I.; Falta de treinamento e capacitação;
Exibicionismo; Ferramentas defeituosas;
Utilização de máquina ou equipamento sem autorização. Falta de ordem e limpeza;
Iluminação deficitária;
Mobiliário e arranjo físico inadequado.

4- Acidente
5- Dano pessoal como por exemplo ferimentos, contusões, fracturas…
A eliminação do factor domino central (acto inseguro/condição perigosa) Constitui Segundo Heinrich , a
base da prevenção de acidentes e poderá ser conseguida através de uma abordagem imediata (controlo
directo da actividade humana ou de ambiente ) ou a longo prazo (formação ,educação ).
4.2 Tipos de riscos
De acordo com a OIT os riscos ocupacionais podemos encontrar os seguintes tipos
 Mecânicos  Eléctricos  Físicos
 Químicos  Biológicos  Ergonómicos
Ordem e Limpeza  Incêndios  Psicossociais

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Os riscos psicossociais decorrem de deficiências na concepção, organização e gestão do trabalho, bem


como de um contexto social de trabalho problemático, podendo ter efeitos negativos a nível psicológico,
físico e social tais como stresse relacionado com o trabalho, esgotamento ou depressão.

Ideologia da manutenção dos riscos psicossociais

Exemplos dos riscos psicossociais

 Cargas de trabalho excessivas;


 Exigências contraditórias e falta de clareza na definição das funções;
 Má gestão de mudanças organizacionais, insegurança laboral;
 Comunicação ineficaz ou inexistente, falta de apoio da parte de chefias e colegas;
 Assédio psicológico ou sexual, violência de terceiros.

Riscos Psicossociais relacionados com a tarefa Riscos Psicossociais relacionados com a organização do tempo
• Conteúdo e significado do trabalho: utilidade • Duração e distribuição do horário de trabalho
social do trabalho e desenvolvimento de • Horário por turnos
competências • Descansos e pausas
• Carga de trabalho: sobrecarga e subcarga
• Autonomia e empowerment
• Grau de automatização: o homem e a máquina,
monotonia e repetitividade
Riscos Psicossociais relacionados com a estrutura Outros Riscos Psicossociais
da organização
• Definição da tarefa • Imagem social da organização
• Estrutura da hierarquia • Localização e distância (de casa e locais de lazer)
• Canais de informação e comunicação • Actividade: a actividade da empresa pode gerar "conflito de
• Relações entre departamentos e trabalhadores função" se o trabalhador realizar uma tarefa não conforme
• Desenvolvimento profissional aos seus interesses ou valores ou valores da sociedade,
• Sistema de recompensas ou compensações tornando-se uma fonte de insatisfação.
• Futuro inseguro no emprego
• Contexto físico perigoso: ex. sniper

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Causas mais comuns dos riscos psicossociais:


 Reorganização do trabalho e a insegurança de emprego (indicadas por cerca de 7 em cada 10
inquiridos)
 Acréscimo das horas de trabalho, carga de trabalho excessiva, assédio ou intimidação no local de
trabalho (cerca de 6 em cada 10 inquiridos)
 Cerca de 4 em cada 10 trabalhadores consideram que o stresse não é tratado de forma adequada
no local de trabalho.
Prevenção
A acção de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de um conjunto de disposições ou medidas
que devam ser tomadas no licenciamento e em todas as fases de actividade da empresa, do
estabelecimento ou do serviço.

Estratégias de Prevenção e Protecção

 O primeiro e o segundo caso envolvem medidas


que se designam por Construtivas ou de Engenharia,
as quais actuam sobre os meios de trabalho
(Maquinas)
 O terceiro caso tem as medidas Organizacionais,
que actuam no sistema Homem-Maquina-Ambiente.
 O último, surgem medidas individual ou de
protecção individual, que actuam no homem.

Deve-se salientar que a adopção de medidas construtivas constitui o método mais desejável e eficaz de
protecção.

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Estas devem ser encaradas na fase de concepção ou de projecto , pois implicam maior racionalização e
menos custos (segurança integrada).Em oposição, a segurança aditiva é mais cara e em geral menos
eficaz do que a primeira.

Aspectos relacionados à prevenção

 Adoptar medidas de controlo dos riscos existentes ou que possam originar-se no ambiente de
trabalho.
 Adoptar medidas de controlo da saúde dos trabalhadores.
 Elaborar Ordens de Serviço sobre Segurança e Saúde no Trabalho para informar os trabalhadores
sobre os riscos existentes ou que possam originar-se no local de trabalho e sobre os meios
disponíveis para prevenir ou limitar tais riscos e para proteger-se dos mesmos.
 Treinar os trabalhadores sobre os procedimentos que assegurem a eficiência dos equipamentos de
controlo colectivo e dos EPI's e sobre as eventuais limitações de protecção que oferecem.
 Determinar os procedimentos que deverão ser adoptados em caso de emergência. Cumprir e fazer
cumprir as disposições legais sobre Segurança e Medicina do Trabalho do MTb.

Sugestão para fazer progressos

Ao encetar um processo de mudança, haverá momentos em que pensará, “porque é que me meti nisto?”.
Calma! Lembre-se do provérbio Chinês e tenha sempre em mente que mudar comportamentos enraizados
e mentalidades, nunca foi fácil.

Se vai liderar o processo, não se esqueça que:


• O resultado do trabalho de uma equipa é superior à soma das partes;
• Pequenos sucessos moralizam e motivam para as “grandes batalhas”;
• As pessoas “compram” benefícios concretos, não “compram” promessas.

Experimente estes “10 mandamentos”:


1 - Constitua uma equipa. De preferência multidisciplinar e representativa de todos os sectores da
organização. Defina responsabilidades.
2 - Seleccione uma área ou secção da empresa, onde seja mais fácil começar e na qual possa desenvolver
um projecto - piloto.
3 - Estabeleça objectivos claros, consensuais e alcançáveis, cujos resultados possam impressionar
positivamente a gestão de topo.
4 - Identifique claramente o(s) problema(s) a resolver. O método da árvore de problemas é uma boa
ferramenta para o efeito.
5 - Estabeleça um plano de actividades, bem definido no tempo.
6 - Comece pelo “lado” mais fácil, favorecendo assim o sucesso inicial.
7 - Promova os resultados no seio da equipa, na área de influência do projecto e nas outras secções ou
departamentos da organização.
8 - Tente aprender com tudo o que faz, ou não faz, progredir o projecto.
9 - Mantenha a “pressão” e carga de trabalho da equipa em níveis razoáveis.

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10- Promova a monitorização permanente do projecto e do desempenho da equipa e proceda,


imediatamente, a ajustamentos sempre que necessário.

A vantagem do projecto-piloto é a tolerância a alguns erros sem grandes consequências, dos


quais se tiram, normalmente, boas lições. Mas tenha cuidado. Se está a experimentar
mudanças, a equipa e a experiência serão alvo permanente da curiosidade e atenção de quem
“está de fora”.

AUDITORIAS DE SEGURANÇA

 São uma forma de análise e avaliação de riscos em que se leva a cabo uma investigação
sistemática, tendo em vista determinar em que medida se verificam as condições que permitem o
desenvolvimento e implantação de uma política de segurança eficaz e eficiente.
 O sistema de auditoria visa:

 Quais os objectivos de gestão a alcançar, por que meios e por que estratégia?
 Quais as disposições necessárias no que se refere aos recursos, as estruturas, aos processos,às
normas e aos procedimentos?
 Quais são os critérios operativos e mensuráveis que devem satisfazer os alvos de estudo para
que o sistema funcione de forma óptima?

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DOCUMENTAÇÃO DE APOIO A AUDITORIAS

1. Documentação técnica e bibliografia de consulta


• Técnicas de auditoria
• Documentação Técnica de Segurança
2. Questionário de auditoria
3. Protocolo e instruções de auditoria
4. Impressos administrativos
5. Programa de Segurança
6. Avaliações de risco
7. Auditorias prévias
8. Manual de segurança e saúde e planos de emergência
9. Medidas implementadas para o controlo de riscos
10. Minutas da comissão de SST (caso exista)
11. Inspecções de Segurança, relatórios e estatísticas
12. Relatórios de entidades oficiais

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5. EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO

5.1 Equipamentos de protecção individual


Equipamento de protecção individual (EPI) é qualquer equipamento que se destina a ser envergado ou
usado pelo trabalhador para proteger este último contra um ou vários riscos que ameacem a sua
segurança ou saúde no trabalho, assim como qualquer complemento ou acessório que se destine a este
fim.

Equipamentos de protecção individual (EPI) só devem ser utilizados quando não for possível
eliminar ou controlar os riscos suficientemente através dos meios de protecção colectiva ou
de métodos ou procedimentos de trabalho adequados e bem organizados.

Obrigações do empregador Obrigações dos trabalhadores


Constituem obrigações do empregador fornecer os EPI Constituem obrigações dos trabalhadores: utilizar
e garantir o seu bom funcionamento, garantir correctamente o equipamento de protecção individual
informação adequada sobre cada equipamento de de acordo com as instruções que lhe forem fornecidas;
protecção individual, informar os trabalhadores conservar e manter em bom estado o equipamento que
acerca dos riscos contra os quais o equipamento visa lhe for distribuído; participar de imediato todas as
protegê-los e assegurar a formação sobre a utilização avarias ou deficiências do equipamento de que tenha
dos EPI, organizando, se necessário, exercícios de conhecimento.
segurança.

Na escolha do equipamento de protecção individual tem grande importância a colaboração dos


trabalhadores.

Tenha em conta que:


 Tem o direito de participar na escolha destes equipamentos
 Deve ser-lhe dada a FORMAÇÃO necessária para que saiba utilizá-los correctamente.
 Tem de ser adoptada uma série de precauções para a utilização e a manutenção dos
Equipamentos de Protecção Individual:
 Deve limpá-los com regularidade
 Deve guardá-los num lugar limpo e seco após cada utilização.
 Tem de seguir as instruções do fabricante. Estas têm de ser facultadas num idioma que o
trabalhador compreenda.
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Os EPI devem ser cómodos, robustos, leves, adaptáveis e homologados, isto é, acompanhados
da declaração “CE” de conformidade.

Principais tipos de protecção individual

Riscos
Proteger EPI Observações
Queda de objectos Existem em liga de alumínio, plástico termo endurecível ou

Capacete
– Pancadas violentas termoplástico. O tipo de actividade e condições de trabalho
Cabeça

– Projecção de partículas determinam a solução.

Projecção de poeiras e Os vidros filtram as radiações prejudiciais e, consoante a


partículas aplicação, devem resistir ao choque, corrosão e/ou
Óculos e Viseira
Olhos e Rosto

– Luz visível, invisível radiações. Os óculos não devem limitar o campo de visão
ou raio laser. mais que
– Acção química 20%
– Acção térmica

Inalação de substâncias Máscaras filtrantes, filtros de gases e vapores, filtros físicos


Filtrante

Isolantes
Respirat

perigosas e filtros mistos. Aparelhos isolantes autónomos ou não.


órias

Seleccionam-se de acordo com o tipo de substância a evitar.


Vias

s ou

Ruído Quanto ao modo de funcionamento classificam-se em


Abafadores

aparelhos activos, passivos, não lineares, e de comunicação.


Aparelho

Tampões
Auditivo

Devem usar-se sempre que a exposição pessoal diária possa


exceder 85 dB(A).

Altas temperaturas O agente agressor determina o tipo de tecido ou material em


– Fluidos corrosivos que o vestuário deve ser confeccionado
Vestuário

– Radiações
Tronco

– Mecânicos Calçado com biqueira de aço contra queda de objectos,


– Altas temperaturas palmilha de aço se há risco de perfuração, botins de
inferiores
membros

Sapatos

– Químicos borracha para meios húmidos, com reflector aluminizado


Botas
Pés e

para resistir ao calor, joelheiras, etc.

Consoante o tipo de risco a prevenir usam- -se dedeiras,


Superiores
Membros

luvas, mangas ou braçadeiras de couro, tecido, borracha,


Dedeiras
Mãos e

Luvas,

plástico ou malha metálica

Quedas em altura Sempre que exista o risco de queda livre deve usar-se cinto
Pessoa

de segurança ou arnés, ligado a um ponto resistente


Cinto
Arné

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EPI’s Básicos para o trabalho

EPI para trabalho em Altura

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5.1.1 Controlo, conservação e descarte dos EPI’S


Os EPI’s devem ser adquiridos, guardados e distribuí- dos
criteriosamente sob controlo, quer do Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou de outro
sector competente.

Não se devem fornecer a esmo esses equipamentos, para que não


ocorram emprego de equipamento inadequado ou de forma
inconveniente e para evitar excessos, que facilmente acontecem
com respeito a luvas, calçados, etc

A conservação do EPI é outro ponto chave para a segurança do


individuo e para a economia da empresa.

Higiene, Conserva EPI


Higienização
• Limpá-lo mergulhando por 1 minuto num recipiente contendo água e
detergente ou sabão neutro;
• O casco deve ser limpo com pano ou outro material que não provoque
atrito,
• Secar a sombra.
Conservação
• Evitar atrito nas partes externas, acondicionamento inadequado e
contato
com substâncias químicas.

Higienização
• Lavar com água e sabão neutro;
• Secar com papel absorvente.
Conservação
• Acondicionar na bolsa original com a face voltada para cima.

Higienização
• Lavar com água e sabão neutro, exceto as espumas internas das
conchas.
Conservação
• Armazenar na embalagem adequada, protegido da ação direta de raios
solares ou quaisquer outras fontes de calor;

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• Substituir as espumas (internas) e almofadas (externas) das conchas,


quando estiverem sujas, endurecidas ou ressecadas.

Higienização
• Lavar com água e sabão neutro.
Conservação
• Acondicionar na embalagem protegido da ação direta de raios solares ou
quaisquer outras fontes de calor.

Higienização
• Lavar com água e detergente neutro;
• Enxaguar com água;
• Secar ao ar livre e a sombra;
• Polvilhar, externa e internamente, com talco industrial.
Conservação
• Armazenar em bolsa apropriada, sem dobrar, enrugar ou comprimir;
• Armazenar em local protegido da umidade, ação direta de raios solares,
produtos químicos, solventes, vapores e fumos.

Higienização
• Limpar com pano limpo e umedecido em água, secando a sombra.
Conservação
• Armazenar protegida das fontes de calor;
• Se molhada ou úmida, secar a sombra;
• Nunca secar ao sol (pode causar efeito de ressecamento

Higienização
• Lavar, sacudir e passar pano limpo e seco nas partes molhadas;
• Quando sujo de graxa limpar com pano umedecido com álcool.
Conservação
• Acondicionar em sacos plásticos fechados a fim de evitar que sejam
danificados;
• Acondicionar em local protegido da umidade, ação direta de raios
solares,
produtos químicos, solventes, vapores e fumos.

Conservação e Higienização
• Armazenar em local limpo, livre de poeira e umidade;
• Se molhado, secar a sombra;
• Engraxar com pasta adequada para a conservação de couros.

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Higienização
• Após o uso, escovar as partes metálicas.
Conservação
• Armazenar protegido da umidade e ação direta dos raios solares;
• Manter afastado de produtos químicos;
• Se molhado, secar a sombra em local ventilado.
Higienização
• Limpar com pano umedecido;
• Lavar periodicamente com água e sabão neutro, secando a sombra e
local ventilado.
Conservação
• Armazenar em local seco, sem dobrar;
• Se molhado, secar a sombra em local ventilado
Higienização
• Lavar com água e sabão neutro;
• Enxaguar com água limpa e passar um pano seco excesso de umidade;
• Secar a sombra, em local ventilado;
• Caso haja contato com produtos químicos não lavar, encaminhá-lo para
teste.
Conservação
• Armazenar em local protegido da umidade, ação direta de raios solares,
produtos químicos, solventes, vapores e fumos;
Higienização
• Quando sujo de barro limpar com pano umedecido com água e
detergente neutro;
• Quando sujo de graxa limpar com pano umedecido com álcool.
Conservação
• Armazenar em saco plástico fechado, a fim de evitar que seja danificado;
• Manter limpo, seco, e isento de óleo ou graxa;
• Manter em local protegido da ação direta dos raios solares ou quaisquer
outras fontes de calor e de produtos químicos;
• Manter em local com temperatura ambiente inferior a 40ºC

Observações sobre os EPI’s:

 O EPI danificado, sujo e maltratado gera depressão, aumenta o desconforto, perde as suas
características de projecto e depõem contra o ambiente de trabalho.
 O descarte do EPI, hoje, é outro ponto importante devido às novas legislações federais, estaduais
e municipais vigentes relativas ao Meio Ambiente e exigências ao cumprimento das normas
Nacionais e Internacionais.
 É totalmente condenável o uso colectivo do EPI, como, por exemplo, apenas um par de óculos
para uso de todos os que forem realizar determinada operação.
 Cabe a cada trabalhador a responsabilidade de conservá-lo. Para isso deve receber instruções:
onde guardar, como guardar, até que ponto usar, quando e como substituir, como higienizar etc.

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5.2 Equipamento de protecção colectiva (EPC)


É um dispositivo, sistema, ou meio, fixo ou móvel, com a finalidade de preservar a integridade física e a
saúde de um grupo de trabalhadores que estão executando algum serviço em determinado local. Se você
observar a sua volta poderá identificar alguns. Extintor de incêndio, por exemplo, exaustores vistos com
frequência em estacionamentos fechados, placas de sinalização indicando saídas de emergência entre
muitos outros.

Os EPC’s são importantes como medidas de controlo perante a ação de agentes potencialmente
insalubres, tendo como objectivo a neutralização ou eliminação da insalubridade, consequentemente a
preservação da saúde e integridade física do trabalhador, como por exemplo: exaustão localizada para
solda, barreiras acústicas, dispositivos anti-vibratórios, cabine de pintura com exaustão e cortina d’água,
isolantes acústicos, enclausuramento acústico, isolamento térmico, etc.

Alguns exemplos de aplicação de EPC’s

 Sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes do local de trabalho;
 Enclausuramento de máquina ruidosa para livrar o ambiente do ruído excessivo;
 Comando bimanual, que mantém as mãos ocupadas, fora da
 Zona de perigo, durante o ciclo de uma máquina;
 Cabo de segurança para conter equipamentos suspensos sujeitos a esforços, caso venham a se
desprender.

Exemplos dos EPC

 Biombos
 Exaustores,
 Ventiladores
 Paredes acústicas e térmicas,
 Iluminação de emergência,
 Alarmes,
 Extintores, etc
DESCRIÇÃO EPC
Barreira com rede
Diferente do GcR, esse tipo de protecção é formado por dois
elementos horizontais, de cabo de aço ou tubo metálico, bem
fixados nas sua extremidade à estrutura da construção. O vão
entre os dois elementos é fechado por uma rede de resistência
de 150 kgf/m. A abertura da malha deve estar entre 20 e 40
mm.

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Protecção para aberturas no piso: cercados, barreiras com


cancela ou similares
Certamente você já esteve em algum local que havia abertura
no piso, mas não havia protecção em torno dela. Tais
aberturas devem sempre ser protegidas, mesmo se forem
apenas usadas para transporte de equipamentos e materiais. A
protecção deve ser feita por um cercado rígido constituído por
uma barra intermediária, rodapé e montantes iguais ao sistema
GcR.
Dispositivos protectores de plano horizontal
Os dispositivos protectores de plano horizontal são instalados
nas aberturas existentes no piso e laje. Esses vãos,
diferentemente dos anteriores, não são para transporte vertical
de equipamentos, materiais e ferramentas. A finalidade é a
mesma, proteger contra riscos de queda de altura.

Guarda-corpo-Rodapé
Sua função é proteger pessoas, materiais e ferramentas contra
riscos de quedas. É constituído por uma protecção sólida de
material rígido e resistente fixada nos pontos de plataforma,
áreas de trabalho e de circulação onde haja risco de queda de
pessoas e materiais

Tabela 3 Significado das cores no seio de trabalho

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Leitura e Interpretação dos Gestos de carácter geral


Significado Descrição Ilustração
Início (atenção; comando assumido) Ambos os braços abertos horizontalmente, palmas das mãos
voltadas para a frente

Stop (interrupção; fim do Braço direito levantado, palma da mão direita para a frente
movimento)

Fim (das operações) Mãos juntas ao nível do peito

Movimentos verticais
Subir Braço direito estendido para cima, com a palma da mão
virada para a frente descrevendo um círculo lentamente

Descer Braço direito estendido para baixo, com a palma da mão


virada para dentro descrevendo um círculo lentamente

Distância vertical Mãos colocadas de modo a indicar a distância

Movimentos horizontais
Avançar Ambos os braços dobrados, palmas das mãos para dentro; os
antebraços fazem movimentos lentos em direcção ao corpo

Recuar Ambos os braços dobrados, palmas das mãos voltadas para


fora; os antebraços fazem movimentos lentos afastando-se do
corpo

Para a direita (relativamente Braço direito estendido mais ou menos horizontalmente, com
ao sinaleiro) a palma da mão direita voltada para baixo, fazendo
pequenos movimentos lentos na direcção pretendida.

Para a esquerda Braço esquerdo estendido mais ou menos horizontalmente,


(relativamente ao sinaleiro) com a palma da mão esquerda voltada para baixo, fazendo
pequenos movimentos lentos na direcção pretendida

Distância horizontal Mãos colocadas de modo a indicar a distância

Perigo
Perigo (stop ou paragem de Ambos os braços estendidos para cima, com as palmas das
emergência) mãos voltadas para a frente

Movimento rápido Os gestos codificados que comandam os movimentos são


efectuados com rapidez _____________
Movimento lento Os gestos codificados que comandam os movimentos são _________
efectuados muito lentamente

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6. CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES

Causa de acidente pode ser compreendida como qualquer coisa ou tudo que tenha contribuído para a sua
ocorrência;

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de factores, entre os quais se destacam as
falhas humanas, falhas materiais e falhas organizacionais. Vale a pena lembrar que os acidentes não
escolhem hora nem lugar. Podem acontecer em casa, no ambiente de trabalho e nas inúmeras locomoções
que fazemos de um lado para o outro, para cumprir nossas obrigações diárias.

Quanto aos acidentes do trabalho o que se pode dizer é que grande parte deles ocorre porque os
trabalhadores se encontram mal preparados para enfrentar certos riscos.

Os pontos que se seguem apresentam, de uma forma resumida, as principais causas dos acidentes de
trabalho.

CAUSAS LIGADAS AO SER HUMANO CAUSAS LIGADAS AS INSTALACOES

 Má concepção da máquina  Circulação das pessoas


 Manutenções não executadas periodicamente  Montagem de máquinas de proveniências e
 Diminuição da atenção nas tarefas tecnologias diferentes
periodicamente  Fluxo de materiais ou de produtos entre as
 Diminuição da atenção nas tarefas de máquinas
vigilância (Fadiga)
 Desrespeito pelos procedimentos CAUSAS LIGADAS A MAQUINAS
 Acomodação aos riscos, devido ao hábito dos Dispositivos de protecção não adaptados
gestos e banalização do comportamento face Maquinas não adaptadas a utilização ou ao
ao perigo ambiente
 Subestimação dos riscos Sistemas de controlo e de comando muito
 Aumento do stress (Ruído, cadência) sofisticados
Riscos inerentes a máquina (Movimento
alternativo da maquina intempestivo, paragem
precária)

6.1 Algumas causas mais frequentes em locais de trabalho

 A improvisação: Pelo uso de métodos, ferramentas, dispositivos e procedimentos incompletos,


inadequados e certamente inseguros.

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 As Excepções: Ao serem desabilitados procedimentos, como por exemplo “só desta vez”, ou “eu
acho que podemos fazer assim desta vez”, etc;
 A Dedução: “Ele já deve ter desligado a rede” “Isso aqui eu também sei fazer” “Se fosse perigoso,
haveria um aviso”
 O princípio da auto exclusão: “AHHH!!! Comigo não acontece” “GRRRR!! Faço isso a dez anos
desse jeito.”
 A Pressa: Faz com que se ignorem ou se esqueçam os principais passos de procedimento.
 Brincadeiras no Trabalho: “Distracções, sustos, gozações, etc.” Atirar porcas, espirrar água, dar
tapinha nas costas, comentários que dizem respeito a índole da pessoa. Desviam a atenção do
funcionário, geram insatisfações e, muitas vezes cria atrito entre colegas de trabalho.
 Uso de Equipamento sem Autorização: “Se eu mostrar que sei operar esta máquina, mesmo não
tendo recebido treinamento, eu ganharei uma promoção.”
 Falha em não Avisar ou Sinalizar Risco: “Acidentes trágicos têm ocorrido onde medidas não
foram tomadas.” Sinalização: fita zebrada para isolar área, placas de avisos,
pisca-pisca, tapumes, etc. Avisos: “Não mexa, estou limpando a máquina!” “A máquina esta
apresentando defeito é melhor não operá-la.”

6.2 Perdas de produtividade

Foi necessário muito tempo para que se reconhecesse até que ponto as condições de trabalho e a
produtividade se encontram ligadas. Numa primeira fase, houve a percepção da incidência económica
dos acidentes de trabalho onde só eram considerados inicialmente os custos directos (assistência médica e
indemnizações) e só mais tarde se consideraram as doenças profissionais.
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Na actividade corrente de uma empresa, compreendeu-se que os custos indirectos dos acidentes de
trabalho são bem mais importantes que os custos directos, através de factores de perda como os
seguintes:

 Perda de horas de trabalho pela vítima


 Perda de horas de trabalho pelas testemunhas e responsáveis
 Perda de horas de trabalho pelas pessoas encarregadas do inquérito
 Interrupções da produção
 Danos materiais
 Atrasos na execução do trabalho
 Custos inerentes às peritagens e acções legais eventuais
 Diminuição do rendimento durante a substituição
 A retoma do trabalho pela vítima.

Estas perdas podem ser muito elevadas, podendo mesmo representar quatro vezes os custos directos do
acidente de trabalho.

A diminuição da produtividade e o aumento do número de peças defeituosas e dos desperdícios de


material atribuíveis à fadiga provocada por horários de trabalho excessivos e por más condições de
trabalho, nomeadamente no que se refere à iluminação e à ventilação, demonstraram que o corpo
humano, apesar da sua imensa capacidade de adaptação, tem um rendimento muito maior quando o
trabalho decorre em condições óptimas.

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7. COMISSÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

7.1 Equipas de Prevenção de Riscos

Qualquer instalação industrial ou sistema de protecção contra incêndios, por mais caro e sofisticado que
seja, perde a sua finalidade se não existir uma equipa de funcionários treinados que os possa operar.
Desta forma, a não existência de pessoal qualificado e preparado para lidar com situações de risco, onde
seja necessário o manuseio desses sistemas, pode por em risco a segurança de todo o conjunto industrial,
com tudo aquilo nele contido, inclusive pessoas.

7.1.1 Uma Equipa adequada Especializada em Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho:


 Engenheiro de Segurança do Trabalho;
Técnico de Segurança do Trabalho;
 Médico do Trabalho;
 Enfermeiro do Trabalho;
 Auxiliares de Enfermagem do Trabalho;

7.2 Ferramentas de ajuda a comissão de saúde e segurança na organização

Uma equipa/grupo de Prevenção de Acidentes


 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
 Programa de Controlo Médico de Saúde Ocupacional
 Mapas de Riscos.
 Ferramentas de análise de trabalho seguro (PTW,PT,PTE,PSS.JSA, CheckList …).

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7.3 Composição da Comissão de saúde e segurança na organização

 Deve ser composta por representantes do empregador e dos empregados


 Os representantes do empregador são indicados pelo empregador e os representantes dos
empregados são eleitos por meio de votação dos empregados.
 Deve ser composta por representantes da maior parte dos sectores do estabelecimento, não deve
faltar, em qualquer hipótese, a representação dos sectores que ofereçam maior número de
acidentes.

Recomendações da NOSA
Membros da equipa de Safty Número de representantes
 CEO  1 Representante para cada 100 trabalhadores
 Coordenadores de HST nas oficinas ou escritórios
 Representantes do comité de HST  1 Representante em cada 50 trabalhadores de
 Coordenadores de combate a incêndio outras áreas
 Profissionais de Higiene Os representantes são eleitos pelos trabalhadores, as
 Agentes de primeiros socorros nomeações são feitas pelo empregador, que aponta o
 Ergonomistas representante para um período específico e também
 Engenheiros químicos estabelece um comité e aponta o representante.
 Investigadores

A NOSA é um sistema internacional para gerenciamento dos riscos à Saúde, Segurança e Meio Ambiente. Na sua
fundação (1951) NOSA era a sigla de Nacional Occupational Safety Association (Associação Nacional de Segurança
Ocupacional), a denominação de um órgão estatal da África do Sul. Atualmente é uma empresa, a primeira a ter
uma certificação com reconhecimento Internacional em Saúde, Segurança e Meio
Ambiente (desde 1964).

FUNÇÕES DA COMISSÃO
A Comissão terá nomeadamente algumas destas funções:

 Efectuar inspecções periódicas a todas as instalações e material que tenha a ver com a SST.
 Verificar o cumprimento das disposições legais e contratuais, bem como regulamentos internos e
instruções em matéria de SST.
 Solicitar e apreciar as sugestões do pessoal.
 Esforçar-se por assegurar o concurso de todos os trabalhadores com vista a um verdadeiro
espírito de Saúde e Segurança.
 Providenciar formação, instrução e conselhos necessários em matéria de SST a todos os
trabalhadores admitidos pela primeira vez ou que mudem de posto de trabalho.

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 Examinar as circunstâncias e as causas de cada um dos acidentes ocorridos, bem como,


apresentar recomendações destinadas a evitar a repetição de acidentes e melhorar as condições
de SST.

Responsabilidades da Empresa

 Instruir todos os empregados sobre a necessidade e a maneira correta de usar e de manter os


equipamentos de protecção individual;
 Acompanhar junto ao usuário a realização de testes, visando a sua adequação;
 Possuir uma relação de equipamentos de protecção individual por função;
 Fornecer os equipamentos de protecção de utilização eventual e orientar quanto ao uso;
 Fazer cumprir a obrigatoriedade quanto ao uso através de técnicas comportamentais;
 Proporcionar aos empregados facilidades para guardar, limpar e manter o seu EPI.

Das obrigações do fabricante e do importador

 Comercializar ou colocar à venda somente o equipamento que tiver em conformidade CE


 Responsabilizar-se pela manutenção da mesma qualidade do EPI padrão que
deu origem ao Certificado de Aprovação

Enquadramento Jurídico

A saúde e segurança no trabalho em Moçambique, são regidas primeiro pelo artigo 89 da Constituição da
República, que prevê no seu articulado que todos os trabalhadores têm direito a um ambiente
de trabalho seguro e higiénico.

Segundo, pela Lei do Trabalho 23/2007 de 01 de Agosto.


Moçambique é também signatário da Convenção nº 17 da OIT, relativa à compensação por
acidentes de trabalho e da Convenção nº 18, relativa à compensação por doenças profissionais.

ARTIGO 217 da lei do trabalho 2007


(Comissões de segurança no trabalho)

1. Todas as empresas que apresentem riscos excepcionais de acidentes ou doenças profissionais, são
obrigadas a criar comissões de segurança no trabalho.
2. As comissões de segurança no trabalho devem integrar representantes dos trabalhadores e do
empregador e têm por objectivo vigiar o cumprimento das normas de higiene e segurança no trabalho,
investigar as causas dos acidentes e, em colaboração com os serviços técnicos da empresa, organizar os
métodos de prevenção e assegurar a higiene no local de trabalho.

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REUNIÕES DA COMISSÃO DE SEGURANÇA DE SAÚDE NO TRABALHO

Sendo um uma comissão constituída por um grupo de pessoas que se interessam e trabalham por
objectivos comuns. Tanto os empregados como os empregadores, representados nessa comissão,
procuram, basicamente, a eliminação ou redução das causas de acidentes e doenças do trabalho. Nas
reuniões, participam diversas pessoas, diferentes umas das outras, cada uma com a sua personalidade.
Sentimentos pessoais não devem interferir no objectivo da reunião.

Regras para que o grupo tenha seus objectivos alcançados:


1ª - Ambiente: deve ser um lugar sossegado, com mesa, cadeiras, lápis, papel.
2ª - Os assuntos a discutir devem ser estabelecidos antes, para que todos deles tenham conhecimento.
3ª - Para não ocorrerem casos de inibição, toda pessoa desconhecida deve ser apresentada.
4ª - Todos devem ser estimulados a apresentar a sua opinião.
5ª - Não devem ser feitos comentários que fujam aos assuntos discutidos.
6ª - As pessoas tímidas devem ser estimuladas a participar, manifestando suas ideias.
7ª - O horário da reunião deve ser respeitado.

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8. INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES E MAPA DE RISCO

8.1 Inspecção de segurança ou inspecção de riscos

A inspecção de segurança ou a inspecção de riscos é a procura de riscos comuns, já conhecidos


teoricamente. Este procedimento visa a facilitar a identificação de riscos e prevenção de acidentes, pois
as soluções possíveis já foram estudadas anteriormente e constam em bibliografias. Os riscos mais
comummente encontrados em uma inspecção de segurança são:

 Falta de protecção de máquinas e equipamentos.


 Falta de ordem e limpeza.
 Mau estado de conservação de ferramentas.
 Iluminação e instalações eléctricas deficientes.
 Pisos escorregadios, deficientes, em mau estado de conservação.
 Equipamentos de protecção contra incêndio em mau estado de conservação ou insuficientes.
 Falhas de operação, entre outras.
Essa inspecção abrange, algumas vezes, parte ou todo o corpo de colaboradores, além dos elementos de
segurança. Essa definição vai depender da exigência do grau de profundidade e dos objectivos
pretendidos. Dessa forma, deve-se definir e organizar um programa de inspecções, em que estão
incluídos, além de outros que forem necessários, os itens a seguir:

• O que será inspeccionado ?

• A frequência da inspecção ?

• Os responsáveis pela inspecção. ?

• As informações que serão verificadas. ?


Para possibilitar estudos posteriores, assim como controles estatísticos ou de qualidade, são
desenvolvidos formulários especiais, adequados a cada tipo de inspecção e nível de profundidade
desejado.

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Para facilitar as actividades de inspecção de segurança podem ser elaborados check lists ou listas de verificação,
onde o profissional segue uma série de itens de verificação previamente elaborados, por profissionais
prevencionistas, a partir de estudos que envolvem todo o pessoal de determinada actividade
e/ou sector.

As inspecções de segurança podem ser classificadas, quanto a sua abrangência, em:

a) Inspecções gerais – todos os sectores da empresa são examinados, através de um levantamento global das
condições de segurança da empresa.

b) Inspecções parciais – são as inspecções que se limitam apenas a verificar as condições de segurança de
determinadas áreas, sectores, actividades, equipamentos e ferramentas.

As inspecções de segurança podem ser classificadas, quanto a sua periodicidade, em:

a) Inspecções de rotina – feitas pela Comissão de Higiene e Segurança e pelo sector de manutenção, a partir de
prioridades estabelecidas. Fazem parte dessa modalidade as inspecções feitas pelos próprios trabalhadores em suas
máquinas e ferramentas. São inspecções sistemáticas que diminuem os riscos, reduzindo, assim, os acidentes e
lesões.

b) Inspecções periódicas – feitas, normalmente, pelos sectores de segurança, manutenção e engenharia e se


destinam a levantar os riscos existentes de acordo com espaços de tempo determinados. Aqui, podemos citar a
inspecção periódica dos extintores de incêndio, caldeiras e vasos sob pressão.

c) Inspecções eventuais – não têm data ou período determinado e visam solucionar problemas emergenciais.
As inspecções de segurança podem ser classificadas, quanto aos tipos, em:

a) Inspecções regulares – realizadas por todos os empregados da empresa, em todos os momentos de suas
actividades.
b) Inspecções oficiais – são aquelas realizadas por agentes de inspecção de órgãos oficiais, como por exemplo, as
inspecções feitas pelos fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego.

8.2 Investigação dos acidentes de trabalho

A investigação é, portanto, a ferramenta que visa a determinação das


causas dos acidentes com as consequentes acções de correcção para evitar a
sua repetição.

A investigação de acidentes é uma tarefa necessária , pois a investigação


prevê “analisar e registar em documento (s) específico(s) todos os acidentes
ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os
casos de doença ocupacional.

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Determinar as causas e elaborar medidas técnicas e administrativas que impeçam a repetição dos
acidentes. Para que uma investigação tenha sucesso, uma série de factores devem ser observados e
identificados.
O incidente é outro importante evento que deve ser completamente investigado, pois, apesar de não ter
acontecido a lesão, é um indicativo de falha em procedimentos ou processos que pode dar origem a um
acidente e, portanto, merece atenção especial dos profissionais prevencionistas.

Evidentemente, uma análise preliminar vai permitir que as questões


pertinentes ao ocorrido (denominadas informações de suporte) sejam
elaboradas para confronto com os resultados das entrevistas. Não aceite
apenas “sim” e “não”, solicite desenvolvimento de ideias

De posse de todas as informações obtidas, o próximo passo será a elaboração


de um relatório preliminar sobre a investigação do acidente, onde estarão
discriminadas todas as possíveis causas. Esse relatório será discutido, analisado
e será base para a elaboração do relatório final, no qual deverão estar descritas
todas as causas do acidente, bem como todas as recomendações e mudanças
necessárias para prevenir a reincidência de um acidente semelhante
(conclusões).

De nada adianta uma investigação concluída, com as respectivas medidas a


serem executadas, se não houver a elaboração de um plano de implementação
das acções correctivas propostas. Além disso, é necessário também o
acompanhamento na execução e na posterior avaliação da efectividade dessas
acções.

8.2.1 As etapas descritas a seguir na investigação dos acidentes

a) Informar o acidente a uma pessoa designada dentro da organização.


b) Providenciar primeiros socorros e assistência médica a pessoas acidentadas e prevenir futuras lesões.
c) Investigar.
d) Identificar as causas.
e) Elaborar um relatório.
f) Desenvolver um plano para acções correctivas.
g) Implementar o plano.
h) Avaliar a efectividade das acções correctivas.
i) Desenvolver mudanças para contínuas melhorias.

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Um intervalo de tempo, não muito longo, deve ser empregado entre o momento do acidente e o início da
investigação. Dessa forma, será possível observar as condições exactamente como elas estavam ao tempo
do acidente, prevenir a perda de evidências e indícios e identificar as testemunhas. Algumas ferramentas
podem ser necessárias para a equipe de investigação, incluindo câmaras e gravadores, visando agilizar o
tempo.

As causas podem ser agrupadas em cinco categorias – tarefa, material ambiente, pessoal e gestão.

Categoria Questões de Investigação


a) Foram utilizados procedimentos de segurança?
b) Houve mudanças nas condições que pudessem tornar os procedimentos
inseguros?
c) As ferramentas e materiais apropriados estavam disponíveis?
d) Os equipamentos de segurança estavam funcionando de forma apropriada
Tarefa

e) Os empregados foram obrigados a trabalhar de forma insegura?


Para a maioria das questões, acrescente: se não, por quê?
a) Algum equipamento falhou?
b) O que causou a falha?
c) Os equipamentos tem um design ergonómico?
d) Haviam substâncias perigosas envolvidas?
e) Havia uma substância menos perigosa disponível?
f) A matéria-prima estava fora dos padrões?
Material

g) Os EPIs estavam sendo utilizados?


h) O uso dos EPIs foi precedido de treinamento?
Para todas as perguntas, “se não, por quê?”.
Ambiente do trabalho Quais as condições do ambiente – ruído, calor, frio, iluminação, gases, poeiras, fumos?
a) Os trabalhadores eram experientes no trabalho?
b) Eles estavam adequadamente treinados?
c) Eles podiam fisicamente fazer o trabalho?
Pessoal

d) Qual a situação de saúde deles?


e) Eles estariam apresentando fadiga?
f) Eles estariam submetidos a stress (do trabalho ou pessoal)?
a) As normas de segurança foram comunicadas e entendidas por todos os
trabalhadores?
b) Haviam procedimentos por escrito?
c) Havia adequada supervisão?
d) Os trabalhadores haviam sido treinados?
e) Os riscos haviam sido previamente identificados?
f) Os equipamentos estavam em regular estado de manutenção?
Gestão

g) Haviam inspecções de segurança regulares?

Colecta de dados

Para proceder à investigação de acidentes é necessário uma mente aberta, pois noções preconceituosas podem
resultar em direcções divergentes de fatos relevantes. Todas as possíveis causas devem ser consideradas.

Os responsáveis pela investigação devem reunir e analisar informações, configurar conclusões e sugerir
recomendações de forma clara e objectiva tentando evitar a subjectividade que pode conduzir a falhas.

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Evidências

Uma rápida inspecção-geral e identificação de testemunhas deve preceder a etapa de reunião de colecta de
informações. Em alguns países, um local de acidente não pode ser perturbado sem uma aprovação posterior de
autoridades oficiais. As evidências menos controversas são as físicas na forma de indícios e vestígios. Como essas
evidências são susceptíveis a mudanças ou desaparecimento, devem ser prioritariamente registadas, além de:

a) Posição dos trabalhadores acidentados.

b) Equipamentos que estavam sendo utilizadas

c) Materiais ou produtos químicos em uso.

d) Dispositivos de segurança.

e) Posição de contenções.

f) Posição de controles das máquinas.

g) Defeitos nos equipamentos.

h) Limpeza e higiene da área.

i) Condições ambientais, incluindo o horário em que ocorreu.

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9. COMBATE AO INCÊNDIO

Fogo é a resultante de uma reacção química de oxidação (processo de


combustão), caracterizada pela emissão de calor, luz e gases tóxicos. Para
que o fogo exista, é necessária a presença de quatro elementos:
combustível, comburente (normalmente o Oxigénio), calor e reacção em
cadeia.

Combustão é a acção de queimar ou arder. Estado de um corpo que


queima, produzindo calor e luz. Oxidação forte com produção de calor e
normalmente de chama (não obrigatoriamente).

Incêndio: é o fogo sem controlo, intenso, o qual causa danos e prejuízos à


vida, ao meio ambiente e ao património

Incêndio - É todo o fogo não controlado pelo homem que tenha a tendência de se alastrar e de destruir.
Combustível é tudo que queima, que pega fogo
Calor → dá início ao fogo, mantendo-o e propagando-o pelo combustível
Comburente → é o activador de fogo que dá vida às chamas. O comburente mais comum é o oxigénio,
elemento presente no ar que respiramos.

Quatro elementos presentes em quantidades proporcionais e equilibradas.


Combustível;
Oxigénio;
Calor;
Reacção em cadeia.
Os quatro elementos mencionados constituem o tetraedro do fogo.

A NP 1589 define extintor como: “Um aparelho que contém um agente extintor que pode ser
projectado e dirigido sobre um fogo por acção de uma pressão interna. Essa pressão pode ser
exercida por:

 Uma pressão permanente;


 Pela libertação de um gás;
 Por uma reacção química.

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Fonte: NP EN 2, de 1993 e NP EN 2:1993/A1, de 2005

9.1 PROPORÇÃO DOS INCÊNDIOS

Os incêndios podem ser classificados quanto a proporção em: princípio de incêndio, pequeno incêndio, médio,
grande ou extraordinário. Quando falamos de proporção quero que vocês entendam que não tem ligação com
o número de mortos e sim quanto a sua extensão.

 Pequeno incêndio - é o incêndio de pequenas proporções, normalmente, os objectos existentes dentro


de um compartimento, porém, sem apresentar perigo iminente de propagação e necessitando, na sua
extinção, de material e pessoal especializado.
 Médio incêndio: é o incêndio de proporções relativas que queima na parte interna e externa de uma
construção, destruindo as instalações e com grande risco de propagação, necessitando, para sua
extinção do Corpo de Bombeiros.
 Grande incêndio: é o incêndio de propagação crescente, causador de grande devastação, destruidor
de construções e muito resistente. Ex.: incêndio de um edifício.
 Extraordinário: São os incêndios catastróficos, abrangendo quarteirões, oriundos de bombardeios,
terramotos e outros, necessitando para o seu combate, do emprego de todos os meios disponíveis em
uma cidade

9.2 TÉCNICAS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIO

A protecção contra incêndios começa nas medidas que a empresa e todos que nela trabalham tomam para
evitar o aparecimento do fogo. Dessa forma, a palavra de ordem é prevenir e, se preciso, combater o fogo com
rapidez e eficiência. Existem algumas maneiras básicas de evitar, combater e eliminar incêndios:

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Técnica Descrição
Manter sempre, se possível, a substância inflamável longe de fonte de
Armazenamento de matéria calor e de comburente, como no caso de operações de solda e oxi-corte,
tubos de acetileno separados ou isolados dos tubos de oxigénio.
Manutenção adequada De toda área de trabalho
Instalação eléctrica apropriada Fios expostos ou descascados devem ser evitados pois podem ocasionar
curtos-circuitos que serão origem de focos de incêndio;
Instalações eléctricas bem Instalações eléctricas mal projectadas poderão provocar aquecimento
projectadas nos fios e dar origem a incêndios;
Pisos ant-faísca Em locais onde há inflamáveis, os pisos devem ser antifaísca porque
um simples prego no sapato poderá ocasionar um incêndio;
Manutenção de equipamentos Os equipamentos devem sofrer manutenção e lubrificação constantes,
para evitar aquecimento por atrito em partes móveis, que cria a
perigosa fonte de calor;
Ordem e limpeza Os corredores com papéis e estopas sujas de óleo, graxa pelo chão, são
locais onde o fogo pode começar a se propagar rapidamente, sendo mais
difícil a sua extinção
Decorações, móveis e equipamentos Devem merecer muita atenção, porque podem aumentar o volume de
de escritório material combustível representado por móveis, carpetes, cortinas e
forros falsos;
Instalação de pára-raios Os incêndios ocasionados por raios são bem comuns. Todas as
edificações devem possuir protecção adequada, instalando-se um
sistema de pára-raios

Formas de propagação do fogo

Por radiação: o calor produzido pela combustão


propaga-se aos materiais combustíveis que se encontram
na proximidade.

Por condução: os materiais bons condutores de calor,


designadamente os metais, suficientemente aquecidos
provocam o aquecimento de materiais combustíveis que se
podem encontrar a alguma distância do local de origem do
fogo.

Por convexão: os gases produzidos na combustão, pelo


facto de estarem quentes, têm tendência a subir e a
expandir-se, sobretudo se encontram um obstáculo
horizontal; a temperaturas vizinhas de 600 ºC esses gases
difundem-se, podendo provocar a combustão de outros
materiais combustíveis.

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Outros processos de propagação do fogo são:

 Por projecção de materiais combustíveis incendiados, de faíscas, explosão, etc.


 Por fugas ou escoamento acidental de líquidos inflamáveis.
 Por ruptura acidental de tubagens de gases combustíveis.

MEIOS DE COMBATE AOS INCÊNDIOS

Meio de combate Imagem

ISOLAMENTO - Extinção por retirada do material


Esse método consiste em duas técnicas:
■ Retirada do material que está queimando; e
■ retirada do material que está próximo ao fogo.

ABAFAMENTO - Extinção por retirada do comburente


Esse método consiste na diminuição ou impedimento do
contacto de oxigénio com o combustível.

RESFRIAMENTO - Extinção por retirada do calor


Esse método consiste na diminuição da temperatura e
eliminação do calor, até que o combustível não gere mais
gases ou vapores e se apague

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Formas de combate ao incêndio

9.3 AGENTES EXTINTORES

É importante apresentar os conceitos de cada desses equipamentos de combate a incêndio que


utilizam água como agente extintor.

 Os hidrantes são dispositivos existentes em redes hidráulicas da edificação, facilmente


identificáveis pela porta vermelha com visor.
 Os extintores são aparelhos que servem para extinguir instantaneamente os princípios de
incêndio. De modo geral, são constituídos de um recipiente de metal contendo o agente
extintor.
Os extintores mais utilizados são: extintor de água pressurizada, extintor de espuma
mecânica, extintor de pó químico seco e extintor de gás carbónico.
 Os sprinklers ou chuveiros automáticos são sistemas de encanamento de água accionados
automaticamente quando ocorre elevação da temperatura, evitando a propagação do fogo.

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INSTRUÇÕES GERAIS EM CASO DE EMERGÊNCIAS


Em caso de Incêndio Em caso de confinamento pelo fogo
 Procure sair dos lugares onde haja muita fumaça;
 Manter a calma, evitando o pânico, correrias e  Mantenha-se agachado, bem próximo ao chão,
gritarias; onde o calor é menor e ainda existe
 Accionar o Corpo de Bombeiros no telefone 193 oxigénio;
 Usar extintores ou os meios disponíveis para apagar  No caso de ter que atravessar uma barreira de
o fogo; fogo, molhe todo o corpo, roupas e sapatos,
 Accionar o botão de alarme mais próximo, ou encharque uma cortina e enrole-se nela, molhe um
telefonar para o ramal de emergência, quando não se lenço e amarre-o junto à boca e ao nariz e
conseguir a extinção do fogo; atravesse o mais rápido que puder.
 Fechar portas e janelas, confinando o local do
sinistro; Em caso de abandono de local
 Isolar os materiais combustíveis e proteger os
equipamentos, desligando o quadro de luz ou o  Seja qual for a emergência, nunca utilizar os
equipamento da tomada; elevadores;
 Comunicar o fato à chefia da área envolvida ou ao  Ao abandonar um compartimento, fechar a
responsável do mesmo prédio; porta atrás de si (sem trancar) e não voltar
 Armar as mangueiras para a extinção do fogo, se for ao local;
o caso;  Ande, não corra;
 Existindo muita fumaça no ambiente ou local  Facilitar a operação dos membros da Equipe
atingido, usar um lenço como máscara de Emergência para o abandono,
(se possível molhado), cobrindo o nariz e a boca; seguindo à risca as suas orientações;
 Para se proteger do calor irradiado pelo fogo,  Levar junto com você visitantes
sempre que possível, manter molhadas  Sair da frente de grupos em pânico, quando
as roupas, cabelos, sapatos ou botas. não puder controlá-los.

Extintores
A EN 3-7 define extintor como:
- Um aparelho que contém um agente extintor que pode ser projectado e dirigido sobre um fogo por
acção de uma pressão interna.
Nota: Esta pressão pode ser produzida por prévia compressão ou pela libertação de um gás auxiliar.

Extintor é concebido para ser transportado e utilizado manualmente e que, em condições de utilização,
tem uma massa inferior ou igual a 20 Kg

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CLASSIFICAÇÃO DOS EXTINTORES

9.3.1 LOCALIZAÇÃO DOS EXTINTORES

É importante que os extintores se encontrem bem localizados:


• Ao longo dos percursos normais;
• Junto aos acessos;
• Nas áreas de Trabalho;
• Tendo em conta a distância máxima a percorrer
- 25m para extintores de pó químico
- 15m para extintores de CO2;
• Colocados a1,20 m - 1,50m do pavimento medidos até ao topo do extintor.

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Os extintores DEVEM ser colocados em locais visíveis e acessíveis

9.4 UTILIZAÇÃO DOS EXTINTORES

1. Fazer a aproximação do fogo sempre no sentido do vento ou da tiragem normal do edifício.


2. Atacar o fogo dirigindo o jacto do extintor à base das chamas.
3. Contudo, em líquidos derramados de canalizações, manobrar o jacto do extintor de cima para baixo.
4. Assegurar um número suficiente de extintores e de pessoas para os utilizar.
5. Prever as possibilidades de re-ignição.
6. Enviar o extintor descarregado ao Serviço competente que providenciará a respectiva recarga.

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9.5 Dimensionamento e implantação de extintores


Os princípios a respeitar para a implantação dos extintores são impostos essencialmente:

 Pela natureza dos riscos e da superfície dos locais a proteger;


 Pela contra – indicação dos produtos em função da presença eléctrica;
 Pelo volume e densidade de ocupação dos locais (diminuição da visibilidade no caso do emprego
de pó químico;
 Pela acção nociva dos produtos sobre os materiais armazenados (corrosão, embora diminuta),
sobre os equipamentos eléctricos ou electrónicos, aparelhos de precisão, etc...

9.5.1 Cálculo do número de extintores

Uma vez escolhido o tipo de extintor, segundo o agente extintor mais adequado, de seguida calcula-se o
número de extintores necessários para proteger o edifício e por fim, procede-se à sua localização
(distribuição).
Para se determinar a quantidade de extintores necessários a cada caso, temos de considerar o risco
existente na área a proteger, bem como a eficácia do extintor (depende do agente extintor e capacidade).
Consideram-se os seguintes três níveis de riscos:

 Riscos ligeiros – Considera-se risco ligeiro quando as quantidades de combustível ou de líquidos


inflamáveis presentes podem contribuir para a ocorrência de incêndios de pequenas proporções.
Estão incluídos nestes casos os escritórios, escolas, igrejas, locais de reunião, centrais telefónicas,
etc.
 Riscos ordinários – Considera-se risco ordinário quando as quantidades de combustível ou de
líquidos inflamáveis presentes podem contribuir para a ocorrência de incêndios de dimensões
normais. Estão incluídas nestes casos os armazéns, parques de estacionamento, pequenas
fábricas, armazéns de mercadorias não classificadas como perigosas, lojas de artigos escolares,
etc.
 Riscos graves – Considera-se risco grave quando as quantidades de combustível ou de líquidos
inflamáveis presentes podem contribuir para a ocorrência de incêndios de grandes proporções.
Estão incluídos nestes casos as serrações, oficinas de automóveis e de manutenção de aviões,
armazéns de combustíveis e processos que envolvem o manuseamento de líquidos inflamáveis,
tintas, de ceras, etc

A Norma Portuguesa NP-1589 classifica os extintores portáteis para uso em certas classes de
fogos e calculados para oferecerem eficácia relativamente à extinção de incêndios. A
classificação dos extintores é representada por uma letra, que indica a classe de fogo para o
qual um extintor tenha demonstrado capacidade efectiva, precedida de um número de
classificação (somente para as classes A e B) que indica a dimensão fogo - tipo, em que o
extintor satisfaz.

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Todos os extintores devem possuir, no seu corpo, instruções de forma legível, orientando o seu
funcionamento.
As travas de segurança em todos os extintores deverão ser lacradas com arame e selo; este
arame deverá ser frágil, de modo a ser facilmente rompido. O lacre nos permite observar se
foi utilizado.

Os extintores devem ser mantidos carregados, em bom estado de conservação, visíveis e


acessíveis. As cargas devem ser renovadas nos prazos recomendados para cada tipo de
extintor. Além disso, os extintores devem passar por um teste hidrostático de 5 em 5 anos em
firma credenciada, apresentando assim o selo de garantia no seu corpo.

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Indicar sua localização e orientar o seu uso

Visa indicar a localização e os tipos de equipamentos de combate a incêndios e alarme disponíveis no


local.

Sinalização complementar

A sinalização complementar tem a finalidade de:

I - Complementar, através de um conjunto de faixas de cor, símbolos ou


mensagens escritas, a sinalização básica, nas seguintes situações:
a) Indicação continuada de rotas de saída

b) Indicação de obstáculos e riscos de utilização das rotas de saída

c) Mensagens específicas que acompanham a sinalização básica, onde for


necessária a complementação da mensagem dada pelo símbolo;
II - Informar circunstâncias específicas em uma edificação ou áreas de
risco, através de mensagens escritas;

III - Demarcar áreas para assegurar corredores de circulação destinados às


rotas de saídas e acesso a equipamentos de combate a incêndio em locais
ocupados por estacionamento de veículos, depósitos de mercadorias e
máquinas ou equipamentos de áreas fabris;

IV – Identificar sistemas hidráulicos fixos de combate a incêndio.

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TODA EMPRESA É RECOMENDADA A TER UM ABRIGADA DE EMERGÊNCIA


A Brigada de emergência caracteriza-se por um grupo organizado de pessoas, voluntárias ou não,
treinadas e capacitadas para atuar na prevenção, abandono e combate a um principio de incêndio e
prestar os primeiros socorros dentro de uma área estabelecida.
Composição da Brigada
a) Brigadista: membro da brigada de incêndio;
b) Líder: responsável pela coordenação e execução das acções de emergência em sua área de actuação
(pavimento ou sector);
c) Chefe de brigada: responsável por uma edificação com mais de um pavimento/sector;
d) Coordenador geral: responsável por todas as edificações que compõem uma empresa.
e) Assessor Técnico: responsável pela formação, treinamento e fiscalização da brigada, assessorando a
empresa nos assuntos relativos à protecção contra incêndio.

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10. RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

10.1 Gerenciar conflitos

Os ambientes organizacionais mudaram muito desde a Revolução


Industrial. As exigências pelas metas, as formas de operacionalizar as
tarefas, as formas de comando, a capacidade crítica dos trabalhadores,
o mercado em si e os consumidores também estão mais exigentes e
solicitam inovação e diferenciação do serviço prestado ou do bem de
consumo produzido.

Talvez, a tarefa mais complexa para um gestor seja gerenciar as


pessoas. Muito mais do que cuidar dos processos, da matéria-prima, do
aspecto financeiro, da logística ou qualquer outro sector, estão os
desafios para gerenciar os indivíduos e como estes estão produzindo.

Conflito vem do latim conflictu que significa tensão, colisão ,choque entre duas coisas ,embate de
pessoas ou grupos opostos ,que lutam entre si.

Para Pruit e Rubin 1986 conflito é a divergência de interesses ou da crença em que as aspirações das
partes não podem ser atingidos simultaneamente.

No dicionário português significa choque ,embate, luta , desavença ,discórdia ,disputa, atrito,
antagonismo, desarmonia , controvérsia , hostilidade, desunião ,guerra.

Conflito é uma forma de relacionamento ou interacção em que os indivíduos ou grupos se percepcionam


em algum tipo de situação ameaçadora para os seus objectivos pessoais ou colectivos

Partes envolvidas num conflito

 Quem inicia o conflito


 Oponente a quem inicia o conflito , constituindo a parte afectada
 Aqueles que fazem parte do conflito
 Aqueles que estão fora do processo de formação do conflito
 Aqueles que estão fora do conflito ,mas são afectados pelas decisões do mesmo

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10.2 Como os conflitos surgem?


Frustração pessoal: Direcções diferentes.

Temperamentos e personalidades: Fontes de agressões,


descontentamentos e competições desnecessárias.

Metas diferentes: Insatisfação com colegas, superiores e clientes.

Percepções diferentes: Percebemos e analisamos o mundo de


acordo com nossos modelos mentais. No ambiente de trabalho é
fonte de desentendimentos e inimizades.

10.3 Evolução da equipe para ser de alta performance


Empatia: Capacidade de observar os fatos com o olhar do outro e assim, entender como este outro
percebe o mundo.
Simpatia: A capacidade de respeitar e aceitar o outro, mesmo com diferenças evidentes.

10.4 Os níveis dos conflitos

Discussão: É o início de qualquer conflito - ideias diferentes - tentam fundamentá-las.


Debate: Emoção e tentativas de convencimento.
Façanhas: Desvalorização dos argumentos uma da outra, valorizando em excesso suas posições.
Imagens fixas: Argumentos baseados na imagem pré-concebida que as partes tem uma da outra.
A emocionalidade, neste momento não permite a clara percepção do outro
.Loss of face (ficar com a cara no chão): A teimosia domina as partes ;- Sem argumentos - Determinação
a se manter no conflito a qualquer custo em nome do orgulho, na maioria das vezes.
Estratégias: Clara distorção no processo de comunicação e ameaças e punições aparecem
desveladamente.
Frieza: Aparecem sentimentos de destruição e nenhuma solidariedade com o outro.
Perda do controle: O foco é a auto-preservação e a preparação instintiva para a “luta”.
Agressões declaradas: Agressão de fato.

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10.5 Medição de conflitos

Um gestor atento à importância das relações interpessoais e à


repercussão das acções individuais no desempenho profissional
busca estratégias que quebrem ou reduzam as divergências.
Moscovici (1999) apresenta quatro formas de “lidar com o conflito”, são elas:

a) Evitar o conflito: quando utilizada de maneira pontual é eficaz, pois impede que o mesmo cresça no
sector, mas se a acção de evitar for utilizada de forma prolongada pode encobrir situações de desconforto
relacional quebrar a sinergia da equipe.

b) Reprimir o conflito: “fazer de conta” que as situações negativas não existem pode desencadear, em
longo prazo, situações de discordância e divergências maiores ainda. A sinergia da equipe também fica
comprometida.

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c) Aguçar as divergências: esta abordagem é interessante quando se quer examinar as posições dos
integrantes. Porém, requer muita atenção por parte das pessoas, pois a perda do controle pode levar a
incrementar diferenças e danificar a sinergia.

d) Transformar as diferenças em resolução de problemas: a forma mais adequada e construtiva de


gerenciar situações de conflito.
Exige das pessoas uma grande habilidade no trato pessoal para canalizar energias, sentimentos e acções
de tal forma que situações negativas possam ser discutidas e resolvidas reafirmando a sinergia existente
na equipe.

Este último tópico, a transformação das diferenças individuais em solução de problemas, é


uma forma eficaz de gerenciamento de problemas: conflito construtivo ou positivo.

Quando o grupo estabelece um grau de comunicação e empatia de envolvimento e identificação, as


divergências tendem a serem resolvidas de forma mais harmoniosa e rápida. As desavenças não
conseguem desestruturar a sinergia existente, então, as relações interpessoais estabelecem diálogos e

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