Aula 2 - A Construção Naval Como Atividade Econômica
Aula 2 - A Construção Naval Como Atividade Econômica
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ENGENHARIA NAVAL
Disciplina MEM 1001
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica
Universidade Federal de Pernambuco
2011
Introdução à Engenharia Naval
Programa de Pós Graduação em Engenharia Mecânica
Universidade Federal de Pernambuco
• O aumento do fluxo mercantil nos portos brasileiros gerou demandas para realizarem
consertos e manutenção nos navios que atracavam nos vários trapiches espalhados nas
cidades portuárias. Esta nova situação exigiu mais esforços dos arsenais e possibilitou o
surgimento de novos estaleiros para reparos e construção de navios.
• No final dos anos de 1840, dos estaleiros localizados na Prainha havia dois tipos de
estaleiros, o que fazia reparos, chamado de “estaleiro de fabrico”, e o de “construção de
navios”.
• No entanto, o maior estaleiro fundado foi em Niterói, por Irineu Evangelista de Souza, o
Barão de Mauá, no ano de 1846, o Estabelecimento de Fundição e Estaleiro Ponta da Areia,
que se tornou num símbolo da “indústria nacional” no Império.
• Ao longo dos trinta anos que Mauá esteve à frente do estaleiro, foram construídos 72
navios, sendo doze encomendados pela Marinha, empregando em torno de mil
trabalhadores assalariados.
• Ao lado do AMC (Arsenal de Marinha da Corte, atual AMRJ), o Estaleiro Ponta da Areia
cumpriu o papel de “indústria motriz” de segunda ordem, no aglomerado de estaleiros
localizado no Rio de Janeiro e Niterói durante o Segundo Reinado. Afinal, durante o Império,
enquanto o AMC construiu 44 embarcações, o Estaleiro Ponta da Areia construiu 72.
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• No Rio de Janeiro os pequenos e médios estaleiros ainda operavam, mas eram incapazes
de dar saltos diante das dificuldades técnicas e financeiras da economia brasileira. O
aumento da frota mercante nacional respondia positivamente nos estaleiros cariocas, mas,
por outro lado, com o aumento no volume de carga transportada, os navios não
encontravam suporte técnico junto aos estaleiros que, na sua grande maioria, eram carentes
de equipamentos pesados.
Panorama geral dos principais estaleiros localizados no Rio de Janeiro e Niterói em 1927.
Fonte: FLEMING, 1927, p. 133.
Embarcações construídas pelo Estaleiro Vicente dos Santos Caneco & Cia até 1925
Fonte: Fleming, 1927
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Frota mercante da Companhia Comércio e Navegação e da Companhia Nacional de Navegação Costeira 1905-1927
Fonte: Relatórios do Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas, vários anos. Relatórios da Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, vários anos.
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• A indústria naval brasileira moderna foi implantada no final da década de 60, no contexto de
uma política governamental para os setores de construção naval e marinha mercante
extremamente abrangente e bem articulada.
Fonte: Ref.1
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• Os financiamentos anuais do
Fundo da Marinha Mercante
(FMM) aumentaram de R$ 300
milhões, em 2001, para R$ 2,4
bilhões, em 2009.
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• Desoneração fiscal nos fornecimentos para a construção naval, através do Decreto nº 6.704,
de 19/12/2008, que trata da desoneração do IPI para o fornecimento de materiais para a
construção naval, e Lei nº 11.774, de 17/9/2008, que trata da redução a zero das alíquotas
de PIS/Pasep e Cofins sobre equipamentos destinados à construção naval.
• Uma participação modesta no panorama mundial onde estão em construção cerca de oito
mil navios.
• De 2000 a 2009 os estaleiros entregaram 168 navios, no valor de R$ 8,9 bilhões. Essa
expansão ocorreu de forma planejada, com formação de recursos humanos, nas unidades
de treinamento dos estaleiros e através do Plano Nacional de Qualificação Profissional do
Prominp que formou, até agora, 43 mil pessoas.
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• 1. Navios de apoio marítimo – com encomendas de 146 unidades de diversos tipos. São os
navios que operam no suprimento e apoio às operações de exploração e produção de
petróleo em alto-mar.
• 6. Navios para transporte de cabotagem – o operador de transporte marítimo Log In, uma
empresa brasileira que tem a Vale como principal acionista, está construindo cinco navios
porta-contêineres e dois navios graneleiros.
• Apoio marítimo
• Os navios de apoio marítimo, construídos no Brasil desde 1999,
representam cerca de 50% da frota total de 260 navios de apoio
marítimo em operação no Brasil, contratados pela Petrobras e
petroleiras internacionais. A construção desses navios marcou o
início da recuperação da indústria de construção naval brasileira.
• Navios petroleiros
• As encomendas de navios petroleiros da Transpetro marcaram o
retorno à construção naval de grande porte. Viabilizaram a
construção do mais moderno estaleiro de Hemisfério Sul, o
Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco. Os primeiros
navios, os petroleiros foram lançados ao mar em 2010: “João
Candido” (EAS), o “Celso Furtado” e o “Sergio Buarque” (Mauá).
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• Existem 258 unidades flutuantes de produção ativas no mundo. A Petrobras tem 50 delas,
próprias e sob contrato. É a petroleira com maior atividade na produção de petróleo
offshore, com a meta de ampliar a produção de petróleo atual de 2,3 milhões de barris/dia
para mais de 5,4 milhões de barris/dia, em 2020.
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• Porta-contêineres e graneleiros
• Nesse segmento está a participação mais modesta da construção naval brasileira.
Praticamente a única encomenda são cinco porta-contêineres e dois graneleiros da Log In,
operadora de transporte marítimo que atua na cabotagem e sofre a competição com navios
internacionais operando na costa brasileira.
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• Pode ser informado que um navio petroleiro, como os da Transpetro, apresenta de modo
geral, uma contribuição percentual dos seguintes itens de custos principais:
• Administração = 15%.
• Recursos Humanos = 25%.
• Materiais = 60% (sendo 20% estrutura do casco e 40% máquinas e equipamentos).
• A estrutura do casco é na sua maior parte aço de chapa grossa e perfis. O conjunto de
máquinas e equipamentos, chamado de navipeças, compreende cerca de 40% do preço do
navio. Nesse grupo reside o maior desafio para o aumento do conteúdo local.
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• Representa, em média, 370 mil toneladas ao ano, sem atingir ainda a capacidade anual de
processamento de aço dos estaleiros, estimada em 560 mil toneladas, mas suficiente para
indicar a necessidade de implantação de novos estaleiros. No Brasil, uma única siderúrgica
produz aço naval de chapa grossa. É indicado estimular outra siderúrgica local a produzir
aço naval.
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• Os demais países somados representam 15% do total. Neste conjunto estão os Estados
Unidos (navios militares), Cingapura (plataformas offshore), a Índia e o Brasil.
• O maior construtor naval mundial, o estaleiro sul-coreano Hyundai Heavy Industries, vai
consumir 650 mil toneladas de aço naval ao ano. A nova usina siderúrgica da Hyundai Steel,
em Dangjin, vai direcionar 65% da sua produção ao estaleiro. O exemplo da Coreia do Sul
demonstra a estreita relação entre estaleiros e indústria siderúrgica para alcançar expressão
internacional no setor de construção naval.
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• Este cenário será mudado com a construção dos navios em andamento, principalmente
petroleiros da Transpetro que irão dobrar a capacidade de transporte da frota de navios
brasileiros.
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• O Brasil tem uma extensão total de 63 mil km de hidrovias em rios e lagoas para navegação
interior. Atualmente são utilizados 13 mil km de vias fluviais e lacustres, 29 mil km estão
naturalmente disponíveis para utilização.
• Além do rio Amazonas, totalmente navegável por navios de grande porte, desde sua foz em
Belém (PA) até Manaus (AM), por mais de dois mil km, o Brasil conta com os seguintes
sistemas de navegação fluvial:
• Hidrovia do Madeira
• Hidrovia do Tapajós–Teles Pires
• Hidrovia do Tocantins–Araguaia
• Hidrovia do Parnaíba
• Hidrovia do São Francisco
• Hidrovia Tietê–Paraná
• Hidrovia do Paraguai–Paraná
• Hidrovias do Sul
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