Materiais de Construcao 2
Materiais de Construcao 2
Materiais de Construcao 2
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
ISEL
Departamento de Engenharia Civil - Secção 4
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II
ARGAMASSAS
PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................... 3
2. RESISTENCIA À COMPRESSÂO .................................................................................... 4
3. IMPERMEABILIDADE ..................................................................................................... 4
3.1. Hidrófungos de Superfície ......................................................................................... 5
3.2. Hidrófungos de massa ................................................................................................ 5
3.3. Conclusão................................................................................................................... 6
4. Compacidade ....................................................................................................................... 7
5. Quantidade de Água ............................................................................................................ 7
6. DOSAGEM DE CIMEMTO ............................................................................................. 10
7. RENDIMENTO DUMA ARGAMASSA ......................................................................... 12
8. ADERÊNCIA DAS ARGAMASSAS............................................................................... 13
9. RETRACÇÃO DA ARGAMASSA .................................................................................. 14
10. DECOMPOSIÇÃO DAS ARGAMASSAS................................................................. 15
11. DOSAGEM DAS ARGAMASSAS............................................................................. 16
11.1. Argamassas de cal gorda.......................................................................................... 16
11.2. Argamassas de cal hidráulica ................................................................................... 16
11.3. Argamassas de cimento Portland ............................................................................. 16
11.4. Argamassas de cimento de presa rápida................................................................... 17
11.5. Argamassas de cimento de escórias ......................................................................... 17
11.6. Argamassas bastardas............................................................................................... 17
12. TRAÇOS DAS ARGAMASSAS................................................................................. 19
Quando a argamassa for constituída por apenas um ligante, ela tomará o nome desse ligante;
quando for constituída por mais que um ligante, denominar-se-á argamassa bastarda.
Conforme a finalidade com que vai ser empregue, a argamassa deve ter certas propriedades tais
como:
- Resistência à compressão é a sua propriedade fundamental.
- Impermeabilidade é outra propriedade por vezes mais importante que a
resistência à compressão. Temos o exemplo duma argamassa de reboco, em que
isso se verifica.
- Constância de volume, as argamassas devem resistir às variações de volume no
tempo, devidas a expansões e retracções.
- Boa aderência às alvenarias, esta (aderência). deve ser de forma que quando a
argamassa for aplicada, fique suficientemente aderente à base.
- Constância de volume durante a presa e endurecimento - As variações deverão
ser as mínimas possíveis.
- Resistência química - Sob o ponto de vista química, deve ser indecomponível
devendo resistir bem às águas agressivas e aos agentes atmosféricos.
Embora a resistência à compressão seja a propriedade mais importante, em certos casos outras
propriedades como a impermeabilidade, podem vir a ter mais interesse. Geralmente verificamos
que uma argamassa que apresente grande resistência à compressão ela também satisfaz às outras
propriedades.
Estas propriedades dependem dos seguintes factores:
Quando uma argamassa é colocada obra, deve ser bem apertada colher ou vibrada, pois assim
terá maior compacidade (diminuição do número de vazios).
Dos numerosos investigadores que quiseram traduzir em fórmulas as influências dos factores
acima citados, são entre eles os mais conhecidos FERET e BOLOMEY. As fórmulas por eles
estabelecidas, dão-nos o valor da resistência à compressão no tempo, em função dos
constituintes da argamassa.
3. IMPERMEABILIDADE
A impermeabilidade de uma argamassa é a propriedade que esta de não se deixar atravessar por
um líquido em pressão, sendo tanta maior, quanto menores forem os diâmetros dos poros.
É uma qualidade que em certas relações tem uma importância primária. A impermeabilidade de
uma argamassa está relacionada com a compacidade e esta com o número de vazios existentes,
pois quanto menor for o número de vazios existente, maior será a compacidade e maior será a
impermeabilidade. Não podemos no entanto confundir a compacidade com a impermeabilidade,
pois pode acontecer que uma argamassa tenha um mínimo de vazios e por conseguinte um
máximo de compacidade e porém existirem fissuras que fazem com que a argamassa não seja
impermeável.
Dum modo geral podemos dizer que aumentando a compacidade, aumenta a impermeabilidade,
por conseguinte, uma forte compacidade arrasta uma boa impermeabilidade, mas o inverso não é
necessariamente verdadeiro. Nota-se que com o tempo, a argamassa se torna mais compacta e
subsequentemente que a impermeabilidade se toma maior. Pode explicar-se a existência deste
facto por três razoes:
Hidrófugos de superfície
Hidrófugos de massa
Os hidrófugos de massa são produtos que se incorporam na argamassa para lhe aumentar a
compacidade; uns agitam-se mecanicamente e outros quimicamente.
Argamassas: Propriedades e características Pág. 5
São utilizados no caso de ser feita uma argamassa com uma percentagem insuficiente de
cimento ou uma areia defeituosa sob o ponto de vista granulométrico (claro que mesmo nas
melhores condições de percentagem de cimento e areia, bem calibrada granulometricamente, os
hidrófugos de massa aumentam a compacidade).
- Pós inertes, como seja a sílica moída (diatomite moída) sendo adicionadas a
argamassas pelo menos 300 Kg de cimento, na percentagem de 5%, misturando-
as primeiro a seco.
- Pós activos, que reagem com os constituintes do cimento (cal e pozolana).
- Outros produtos como sejam certos colóides extraídos das algas marinhas,
substâncias gordas, sabões, cloreto de sódio, estearatos (que repelem a água),
certos hidrocarbonetos, silicatos e fluorsilicatos.
- Dos produtos comerciais mais conhecidos citamos por exemplo, MELITOL,
SIKA, TRICOSOL, NEODON, HIGROMETON, etc.
Um bom hidrófugo não deve influir sobre a resistência mecânica da argamassa, mas a maior
parte destes produtos influem mais ou menos na resistência mecânica da argamassa excepção da
pozolana pelo que nem sempre podem ser utilizados. Eles só serão aplicados como último
recurso pelo facto de a areia que temos para utilizar ser má e portanto a argamassa vir realmente
porosa, ou quando a resistência à compressão não for um elemento necessário e só interessar a
impermeabilidade da argamassa. Porém isto não implica que não exista produtos eficazes e de
eficácia durável em certas circunstancias, mas é raro o problema da impermeabilidade ser
inteiramente resolvida pêlos vários produtos que se misturam com a argamassa no momento da
sua preparação.
3.3. Conclusão
O ideal para obter uma argamassa com um máximo de impermeabilidade, será escolher para a
sua preparação uma areia granulométricamente bem calibrada e com um máximo de
compacidade, e a aplicação da argamassa na obra ser feita com um certo aperto de modo a
reduzir o número de vazios. Para melhorar em seguida as condições de impermeabilidade, é
preferível usar uma impermeabilização de superfície.
Esta propriedade, como já vimos anteriormente, é uma das qualidades essenciais de uma
argamassa, porque ela engloba una boa resistência assim como uma boa estanquicidade.
5. QUANTIDADE DE ÁGUA
Deve-se empregar uma quantidade suficiente de água para obter uma argamassa plástica.
Uma argamassa seca é a que apresenta mais resistência à compressão, porém, ela é pouco
aderente aos materiais o que é um inconveniente.
As argamassas muito secas são difíceis de utilizar devido à fraca aderência, mas é preciso não
esquecer que uma argamassa muito mole e porosa e permeável e ainda pouco resistente
mecanicamente. Então deverá ter um valor intermédio, a quantidade de água a utilizar. É
evidente que depende das condições locais, mas de uma maneira geral podemos afirmar que as
argamassas são sobre o seco.
Reconhece-se que uma argamassa é plástica quando uma bola sem ser muito mole pode rolar na
mão sem aderir e tombar de 0.5 m sem se desagregar. A quantidade de água de amassadura está
relacionada directamente com a superfície específica dos grãos da argamassa: grãos de areia, e
grãos de cimento.
Por consequência ela aumentará com a finura das areias e com a quantidade de ligante utilizado,
quer dizer, com a dosagem.
As argamassas de cais pedem mais agua que as de cimento Portland. Verifiquemos os resultados
obtidos por Candlot segundo os quadros seguintes.
Pode considerar-se a água de amassadura de uma argamassa ou betão dividida em duas partes; a
primeira destina-se a formar uma pasta com o cimento, e a segunda a molhar o inerte para
permitir a ligação com a pasta de cimento.
onde:
A - dosagem de água, em litros por metro cúbico de argamassa
C - dosagem de cimento, em quilogramas por metro cúbico de argamassa
F - dosagem de fracção da areia com dimensões compreendidas entre O e 0,5
M - dosagem da fracção da areia com dimensões compreendidas entre 0.5mm e 2 mm.
G - dosagem da fracção da areia com dimensões compreendidas entre 2 mm 5 mm.
Abrams também propôs várias fórmulas para a água de molhagem do inerte e do cimento, em
função do módulo de finura e da trabalhabilidade, das quais, a mais simples é:
(
A = 0.23 ⋅ C + 0.16 − M
50
)
onde:
A - água de molhagem, em litros por metro cúbico de betão
C - dosagem de cimento, em quilogramas por metro cúbico de betão
I - massa do inerte, em quilogramas por metro cúbico de betão
M - módulo de finura do inerte que compõe o betão
K - parâmetro que vale 1 para o inerte rolado e 1,2 para o inerte britado
I
A =N⋅ 12
12 3 d ⋅d
1 2
Uma vantagem desta expressão é a de se tomar em conta a trabalhabilidade que se pretende para
o betão, graças aos valores que se podem atribuir ao coeficiente N, conforme se indica no
quadro.
A expressão é valida apenas para partículas com dimensão superior a 0,2 mm; para materiais
com dimensões inferiores é necessário tomar, em média:
Pó de pedra A = 0,35 P
A água de molhagem que tem vindo a ser apresentada (excepto no caso da fórmula de Abrams)
refere-se a fracções do inerte; para calcular a água de molhagen de todo o inerte de um dado
betão é necessário conhecer a composição granulométrica deste; conhecendo a dosagem de
cimento, a soma da água da sua pasta normal com a de molhagem do inerte dá a água de
amassadura.
Para que uma argamassa tenha um máximo de compacidade, devemos preencher todos os vazios
com cimento; para este caso, o emprego de uma areia com boa granulometria é essencial.
Vamos então determinar a quantidade de cimento a usar com uma certa quantidade de areia de
que dispomos para obter uma boa argamassa.
O volume de vazios de areia υ é dado por:
γ
ap
υ = 1− = 1− C
γ
real
γ ap - peso específico aparente da areia
γ real -peso especifico real da areia
sendo
γ
ap
C=
γ
real
que representa a compacidade.
V = 1−V +V → V = 1−V
r r
em que Vr é o volume real do material.
P
V = 1−
γ
real
γ
ap
V = c + a = 1−
γ
real
Como o peso específico do cimento é aproximadamente igual a 3,10 o volume de cimento em
função do seu peso será:
C
c=
3.10
a = 0.50 ⋅ C
e será então:
γ
ap C
1− = + 0.50 ⋅ C
γ 3.10
real
Por meio desta fórmula, calculamos então a quantidade C, em peso de cimento a usar.
Como é preciso não só preencher os vazios como também que o cimento envolva totalmente os
grãos de areia, devemos usar mais cerca de 10% de cimento.
Quando se mistura 1m³ de areia com cimento (em dosagens não muito elevadas) e água, o
volume final em geral é menor que 1m³, embora à priori nos leve a pensar que esse volume é
superior a 1m³. A explicação deste factor é a seguinte:
Estes valores implicam-se pelo efeito do lubrificante do ligante, ao movimento dos grãos dando
lugar a uma melhor disposição do material inerte de que resulta uma diminuição dos vazios, e
portanto, do volume aparente da argamassa.
Neste caso há que contar com o volume do ligante que superará a diminuição de volume
resultante de uma melhor disposição do inerte. Assim temos alguns valores:
Nas argamassas de cais não é útil ultrapassar a dosagem normal em cal pois a argamassa não
deve perder a resistência. Nas argamassas de cimento, ao contrario, as fortes dosagens dão as
melhores argamassas, o cimento empregado fornece uma argamassa mais resistente do que se
mistura com aditivos.
Sob o ponto de vista da aderência, interessam as argamassas com bastante água. No entanto, esta
em excesso, prejudica a resistência. Quando se aplicam as argamassas sobre pedras, deve
molhar-se previamente a pedra, pois esta absorve água por higroscopicidade e facilita-se assim a
aderência, evitando que a pedra vá buscar água da argamassa que podia fazer falta para a
hidratação do ligante. Para os tijolos, geralmente mergulham-se em água, pois que assim o tijolo
fica saturado de água e não rouba por conseguinte, a água à argamassa (o tijolo e um material
muito poroso e pode absorver até 12% do seu peso em água).
Uma das condições também essenciais para que a argamassa adira bem às pedras é que estas
estejam limpas.
As areias (2/3 grossa, 1/3 fina) conduzem a uma melhor resistência para uma argamassa como já
foi dito, mas também conduzem igualmente a uma melhor aderência.
As argamassas a que corresponde uma melhor resistência, são por conseguinte, também
melhores sob o ponto de vista de aderência.
Esta retracção propriamente dita, junta-se um outro fenómeno dominado cedência, que é relativa
às deformações sobre argamassas e betões sob cargas.
A retracção e a cedência, são a base principal de um grande mero de fissuras constatadas nas
construções.
Quando as argamassas, são muito ricas tornam-se, além de pouco económicas, perigosas por
causa da retracção, pois a retracção duma pasta de cimento é da ordem de:
Se misturarmos ao cimento areia (se fizermos uma argamassa) podemos reduzir a retracção para
1/3 (1 : 3000 ou 2 : 3000).
Assim a retracção será tanto maior quanto mais cimento e mais água se usar; depende também
das condições de conservação. Uma argamassa aplicada em tempo muito seco experimenta uma
retracção muito maior que em tempo húmido. Um meio húmido e não muito quente, nem frio,
será um óptimo meio de conservação.
Costuma-se também betumar nos cortes, como a figura indica.
É devido à retracção que muitas vezes os passeios construídos duma maneira contínua,
aparecem fissurados, e portanto em geral, divide-se o pavimento em cortes como a figura
representa.
Figura 1 - cortes
Esta questão é extremamente vasta, mas debruçar-nos-emos apenas sobre um capítulo particular:
a) Acção das águas agressivas (este capítulo será tratado adiante no capítulo das águas).
b) Acção do tempo.
O calor acelera a presa e o endurecimento das argamassas e por conseguinte, o frio retarda-as,
podendo mesmo interrompe-las. O sol e o vento dissecam as argamassas, e têm por fim fazer
evaporar uma parte da água necessária à hidratação do cimento. Assim também as alvenarias
que acabam de ser executadas, devem durante os primeiros dias ser protegidas contra uma
evaporação demasiado rápida, com a ajuda de meios apropriados; esta operação toma o nome de
cura de argamassa.
Para os cimentos de escórias e cimentos pozolânicos, a cura deve ser mais prolongada. A
congelação é extremamente perigosa; com efeito uma argamassa que contém água em estado
livre, esta água é susceptível de gelar (sabe-se que a transformação da água em gelo se efectua
sempre com acréscimo de volume).
Por vezes a expansão do gelo desagrega a argamassa e deteriora a construção. Nós devemos
portanto garantir as alvenarias frescas contra as geladas acidentalmente, e mais, não utilizar
areia gelada. Para trabalhar em alvenaria em tempo frio faz-se juntar um produto anti-
congelante. o mais conhecido é o cloreto de cálcio que se junta à razão de 2% do peso de
cimento, podendo ser trabalhado até à temperatura de -5°C. Empregado em quantidade mais
importante, o cloreto de cálcio tem um grave inconveniente que é o aumento considerável da
retracção de uma argamassa; é por esta razão que na prática não devemos ultrapassar a
percentagem de 2%.
Chama-se dosagem de uma argamassa o peso em quilogramas de cal ou cimento que é preciso
misturar a 1m³ de areia seca, de maneira a que sejam preenchidos todos os vazios da areia.
Segundo a quantidade de cimento utilizada, distinguem-se três tipos de argamassas diferentes.
Se emprega-se uma pequena quantidade de ligante temos uma argamassa magra ou podre.
Se utiliza-se uma percentagem grande -de ligante temos uma argamassa rica.
A argamassa intermédia chama-se argamassa normal.
As dosagens das argamassas variam com o fim a atingir e a natureza do ligante. As dosagens
normais das argamassas de cimento são mais elevadas que as das argamassas de cal.
No caso particular dos cimentes prontos, a dosagem faz-se em volume.
Correntemente, as argamassas de cal são pouco utilizadas, sendo pouco a pouco substituídas
pela cal hidráulica e pelo cimento.
A dosagem da argamassa normal, é de 2 volumes de areia para 1 volume de cal em pasta. Para
sermos mais precisos, digamos que para obter 1m³ de argamassa normal utiliza-se 900 litros de
areia e 450 litros de cal em pasta; e para obter 1m³ de argamassa magra, empregam-se 900 litros
de areia e 250 litros de cal em pasta.
Utiliza-se de preferência areia de rio ou ribeiro. As, dosagens empregadas, diferem segundo a
natureza da cal hidráulica, e o uso que se quer fazer da argamassa obtida.
O quadro abaixo resume as diferentes dosagens utilizada.
As dosagem por metro cúbico de areia, assim como os usos dos diferentes tipos de argamassas
fabricadas estão indicadas no quadro a seguir.
Denominação da
Dosagem em Kg Utilizações
argamassa
Argamassa magra 250 a 350 Alvenaria de enchimento
Todas as alvenarias ao ar livre e água
Argamassa normal 350 a 400 doce imersas somente depois de a água
as ter endurecido
Argamassa meia rica 400 a 500 Parâmetros, rebocos exteriores
Argamassa bastante rica 500 a 600 Trabalhos no mar, fundações imersas
Argamassa rica 600 800 Juntas
Argamassa especialmente Pedras artificiais, juntas imersas desde o
1000 a 1200
rica principio do endurecimento lagedo
Como já foi dito, as dosagens destas argamassas, efectuam-se em volume. É evidente que as
argamassas em questão, devem ser muito rapidamente amassadas, se se quer evitar um começo
de presa. O quadro a seguir dá-nos as dosagens em volume e igualmente os pesos das diferentes
argamassas confeccionadas.
Para estas argamassas, juntar-se-á mais um saco de cimento (50 Kg) por metro cúbico de areia
que para os cimentes Portland.
Chamam-se assim, as argamassas que contêm ao mesmo tempo cimento e cal. Estas argamassas
são excelentes, com a condição de que a mistura cal mais Portland, seja bem homogénea.
Há duas espécies de argamassas bastardas:
As argamassas à base de cal gorda e as outras à base de cal hidráulica.
No que diz respeito às dosagens, elas diferem de um tipo para o outro.
Com a cal hidráulica, as misturas dos dois ligantes (cimento Portland + cal hidráulica) podem
fazer-se em qualquer proporção com a condição de ser muito íntima.
Diz-se que o traço duma argamassa é 1 : n quando temos um volume de cimento para n volumes
de areia. No entanto os traços variam conforme fim da sua aplicação, e assim temos:
Alvenarias de pedra: O traço é 1 : 5 utilizando cimento e areia grossa, isto para paredes em
fundação e elevação, e 1 : 4 para muros de suporte; utilizando cal hidráulica para as fundações o
traço será 1 : 4 e em elevação 1:5.
Blocos artificiais: Neste caso o traço é mais fraco e anda à volta de 1 : 8 a 1 : 9 podendo chegar,
no entanto, a 1:10.
Assentamento de forro: Aguada de cimento e areia ao traço 1 : 2 utilizando neste caso areia
fina.
Assentamento de azulejos: Neste caso convém utilizar uma argamassa que não seja só de
cimento pois que o azulejo pode cair ou partir por retracção deste, e, duma maneira geral,
empobrece-se a argamassa substituindo, parte do cimento por cal apagada, ou utilizando apenas
uma a argamassa de cal hidráulica, o traço será de 1 :7 no caso de se utilizar a cal hidráulica, 1 :
2 : 8 no caso de se utilizar cal comum e cimento.
Uma boa técnica para garantir aderência dos azulejos, é preparar uma superfície desempenada
que depois de endurecida receberá o azulejo com interposição de uma camada de argamassa de
pequena espessura de modo a que a retracção seja mínima.
Cimento Cimento
Traço (volume) Areia m³ Traço (volume) Areia m³
kg m³ kg m³
1:1 800 0,665 0,670 1:4 320 0,270 1,070
Anos 60............................................................................................................................. 3
Nos Anos 70 ..................................................................................................................... 5
Nos Anos 80 ..................................................................................................................... 5
Anos 90............................................................................................................................. 7
Desde 1998 ....................................................................................................................... 8
Pag. 2
Anos 60
Pag. 3
Os varões são distinguidos pelo seu processo de fabrico:
¾ laminados a quente (dureza natural);
¾ endurecidos a frio
Situação em 1969
Pag. 4
Nos Anos 70
Nos Anos 80
Pag. 5
Varões A400NR
Varões A400ER
Pag. 6
¾ Na versão do Eurocódigo 2, publicada na mesma época, foram também
explicitamente introduzidas duas classes de ductilidade para os aços – Normal e
Alta, associadas às características dos varões disponíveis no mercado Europeu.
Anos 90
Pag. 7
Diagramas de alta resistência
Desde 1998
Pag. 8
¾ Desde 1998 têm sido desenvolvidos em conjunto com a Siderurgia Nacional,
estudos com vista a normalizar em Portugal um tipo de aço de Ductilidade Especial
que atingiram o auge com a publicação das Especificações LNEC E455 e E460
sobre aços NR 400 e NR500 SD em 2002.
¾ Começou-se pela classe A400, tendo sido publicada em 1999 uma Especificação
LNEC, na qual se introduziam exigências adicionais relativas à ductilidade e se
definia pela primeira vez um ensaio cíclico alternado.
Pag. 9
¾ Logo de seguida iniciaram-se os trabalhos com vista a considerar também a
classe A500, que foram concluídos em 2001.
Pag. 10
ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fct - UNL
Estruturas de Betão Armado II
13 – Pré-Esforço - Introdução
Tensão no cabo:
Tensão no cabo: NP = P + ∆NP ≈ P
NP = P > 0 Tensão no betão:
Tensão no betão: Nc = -P + ∆Nc ≈
Nc = -P < 0 ≈ -P + F
σc = -P/Ac < 0 Se P > F:
Nc < 0
σc < 0
A. Ramos Nov. 2006 2
1
ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fct - UNL
13 – Pré-Esforço - Introdução
EFEITOS DO PRÉ-ESFORÇO EM VIGAS
Compressão M
B.A. com
Compressão
Mć
r
B.A. com
Compressão
Mć
r
Betão Armado
Conclusões: A compressão devido M cr
ao pré-esforço, só por si, aumenta
consideravelmente o momento de
fendilhação, isto é, o início da a´ a a
fendilhação.
2
ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fct - UNL
13 – Pré-Esforço - Introdução
EFEITOS DO PRÉ-ESFORÇO EM VIGAS
Excentricidade
M´´
R
MR
M´´
cr
Mć
r
M cr
ap a´´ a´ a a
M´´
R
MR
M´´
cr
Mć
r
M cr
ap a´´ a´ a a
M cr′′ P Pe
σ c = f ctm = − −
wc Ac wc
⎛ P⎞
M cr′′ = wc ⎜⎜ f ctm + ⎟⎟ + P e
⎝ Ac ⎠
3
ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fct - UNL
13 – Pré-Esforço - Introdução
EFEITOS DO PRÉ-ESFORÇO EM VIGAS
Excentricidade M
M´´
R
MR
M´´
cr
Mć
r
M cr
ap a´´ a´ a a
Desvio do Cabo
Como o ângulo α é
pequeno considera-se a:
comp. hor. = Pcosα ≈ P
comp.Vert.= Psenα ≈ Ptg α
4
ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fct - UNL
13 – Pré-Esforço - Introdução
MARCOS HISTÓRICOS DO PRÉ-ESFORÇO
Luzancy (1941)
A. Ramos Nov. 2006 9
Nomenclatura
Cabo de pré-esforço
Ancoragem passiva
Ancoragem activa
5
ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fct - UNL
13 – Pré-Esforço - Introdução
Evolução das Ancoragens
Ancoragens Activas
Bainha
Injecção Cabeça
de calda de anc.
Cordões
Cunhas
Cinta de
confinamento
do betão
Placa de
ancoragem
6
ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fct - UNL
13 – Pré-Esforço - Introdução
Ancoragens Passivas
Ancoragens de Continuidade
Macaco de Pré-Esforço
7
ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fct - UNL
13 – Pré-Esforço - Introdução
Aplicação do Pré-Esforço
Colocação da
placa de anc.
Tensionamento
do cabo Posicionamento
do macaco
Aperto das
cunhas
8
ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fct - UNL
13 – Pré-Esforço - Introdução
Aplicação de Pré-Esforço em Edifícios
TIPOS DE PRÉ-ESFORÇO
Pré-esforço interior/exterior:
O pré-esforço é designado por exterior se o aço de pré-esforço
estiver colocado exteriormente à secção de betão, tomando
contacto com esta apenas em pontos localizados ao longo do vão
(ancoragens e pontos de desvio).
9
ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO II fct - UNL
13 – Pré-Esforço - Introdução
TIPOS DE PRÉ-ESFORÇO
• VSL
• Freyssinet
• DSI – Dywidag
• Tensacciai
• BBRV
• Stronghold
• CCL
• Macalloy
10
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 2005
Metais e ligas metálicas Joana de Sousa Coutinho
Decapagem
Fosfatação
Trefilagem
Estabilização
1
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 2005
Metais e ligas metálicas Joana de Sousa Coutinho
Fosfatação
Fosfataç
Trefilagem
Estabilização
Estabilizaç
Decapagem
Fosfatação
Estabilização
Estabilizaç
2
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 2005
Metais e ligas metálicas Joana de Sousa Coutinho
Decapagem
Fosfatação
Fosfataç
Trefilagem
Estabilização
Estabilizaç
O fio é “alongado” na fieira
Decapagem
Fosfatação
Fosfataç
Trefilagem
Estabilização
Estabilizaç
3
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 2005
Metais e ligas metálicas Joana de Sousa Coutinho
Decapagem
Fosfatação
Fosfataç
Trefilagem
Estabilização
Estabilizaç
fieira
Decapagem
Fosfatação
Fosfataç
Trefilagem
Estabilização
4
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 2005
Metais e ligas metálicas Joana de Sousa Coutinho
Decapagem
Fosfatação
Fosfataç
Trefilagem
Estabilização
Tracç
Tracção (última trefilagem)
trefilagem) + trat.
trat. té
térmico
Tracç
Tracção (última trefilagem)
trefilagem) + trat.
trat. Témico
Decapagem
Fosfatação
Fosfataç
Trefilagem
Estabilização
5
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 2005
Metais e ligas metálicas Joana de Sousa Coutinho
Decapagem
Fosfatação
Fosfataç
Trefilagem
Estabilização
Decapagem
Fosfatação
Fosfataç
Trefilagem
Estabilização
6
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 2005
Metais e ligas metálicas Joana de Sousa Coutinho
Decapagem
Fosfatação
Fosfataç
Trefilagem
Estabilização
7
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 2005
Metais e ligas metálicas Joana de Sousa Coutinho
Decapagem
esforç
é-esfor ço
Fosfatação
pré
Armaduras para pr
Trefilagem
Estabilização
8
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 2005
Metais e ligas metálicas Joana de Sousa Coutinho
9
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 2005
Metais e ligas metálicas Joana de Sousa Coutinho
4,0 ; 5,0 0,05 ± 0,02 0,12 ± 0,04 3,5 ± 0,5 5,5 ± 0,5
5,0 ; 7,0 ; 0,07 ± 0,03 0,15 ± 0,04 5,0 ± 0,5 5,0 ± 0,5
9,0
10
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 2005
Metais e ligas metálicas Joana de Sousa Coutinho
Texto de apoio:
Especificação do LNEC recente
E452-2002 FIOS DE AÇO PARA
PRÉ-ESFORÇO Características e Ensaios
Normalização:
E452-2002 FIOS DE AÇO PARA PRÉ-ESFORÇO
Características e Ensaios
REBAP – Regulamento de Estruturas de Betão armado e
Pré-esforçado
NP ENV 1992-1.1 1998 – Eurocódigo 2: Projecto de
estruturas de betão – Parte 1.1: Regras gerais e
regras para edifícios
11
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 2005
Metais e ligas metálicas Joana de Sousa Coutinho
Y 1770 C 5,0 I
C fio trefilado
Aço de Nº de 4
pré- algarismos é a (S cordão,...)
esforço tensão de rotura I indentado
em MPa M marcado
•Laminagem A quente
TRATAMENTOS DOS AÇOS
•mecânicos A frio
•Estiragem e Trefilagem
12
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 2005
Metais e ligas metálicas Joana de Sousa Coutinho
•Estiragem e Trefilagem
MATERIAIS DEidentification
Works CONSTRUÇÃO 1 2005
Works identification number
Metais e ligas metálicas Joana de Sousa Coutinho
SN Maia - Siderurgia Nacional, S.A.
4425-514 S. PEDRO DE FINS – MAIA 32
Portugal
(*) nº 34 for hot rolled products and nº 60 for cold worked products
13
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
DEC - MC II
ISEL
BETÃO
PRODUÇÃO, FORNECIMENTO E
CONFORMIDADE.
1
ISEL
ÍNDICE
3- FORNECIMENTO DO BETÃO
4- ENSAIOS DE IDENTIDADE
5- ESPECIFICAÇÕES DE PROJECTO
6- BETONAGEM
7- INSPECÇÃO
2
ISEL
FORNECIMENTO DO BETÃO
3
ISEL
4
ISEL
DL nº 301/2007, de 23 de Agosto
Responsabilidades:
5
ISEL
Fornecimento do betão
GUIA DE REMESSA DO BETÃO PRONTO
Fornecimento do betão
7
ISEL
Fornecimento do betão
CONSISTÊNCIA NA ENTREGA
8
ISEL
ENSAIOS DE IDENTIDADE
A realizar pelo utilizador do betão (empreiteiro)
9
ISEL
NP EN 13670-1
Tabela informativa a implementar pelo dono de obra
CLASSES DE INSPECÇÃO
CLASSE DE INSPECÇÃO 1 CLASSE DE INSPECÇÃO 2 CLASSE DE INSPECÇÃO 3
11
ISEL
12
ISEL
n – número de amostras
Amostragem: NP EN 12350-1;
Amostragem pontual ou amostra composta; Preparação e cura dos provetes:
No caso de amostragem a partir do camião NP EN 12390-2
betoneira não considerar a 1ª nem a ultima Homogeneizar a amostra;
partes da descarga; Os provetes devem ser compactados
Em todas as etapas da amostragem, transporte e num mínimo de 2 camadas, mas
manuseamento, proteger as amostras de betão nenhuma camada deve ter uma
fresco da contaminação, ganho ou perda de água espessura superior a 100 mm:
e variações extremas de temperatura; -Compactação com vibrador de agulha,
Elaborar relatório de amostragem. mesa vibratória ou manual (varão ou
barra de compactação);
Transporte dos provetes: -Conservar os provetes nos moldes
Evitar perdas de humidades e desvios à entre 16 horas a 3 dias, protegidos
temperatura nas várias etapas de transporte; contra choques, vibrações e
Acondicionamento dos provetes endurecidos: desidratação à temperatura de 20ºC +/-
Em areia molhada ou serradura ou tecidos 5ºC
molhados , ou ainda em sacos de plastico
selados contendo àgua.
14
ISEL
BETONAGEM
15
ISEL
Betonagem
ANTES DA BETONAGEM
As juntas de betonagem deverão estar:
Deve ser estabelecido um plano de betonagem
limpas Isentas humedecidas
e inspecção (classes de inspecção 2 e 3)
de leitada
Todos os trabalhos preparatórios devem estar
concluídos, inspeccionados e documentados
antes do inicio da betonagem Os moldes deverão estar limpos de:
Betonagem
COLOCAÇÃO E COMPACTAÇÃO
Durante as operações, deve Radiação solar; vento forte; congelação; água; chuva;
proteger-se o betão contra: neve.
17
ISEL
- O betão deverá ser colocado o mais próximo possível da sua posição final;
- A vibração deve ser utilizada para compactar o betão e não para o movimentar;
- A vibração deve ser mantida até que a expulsão do ar ocluído tenha praticamente cessado;
- Evitar o excesso de vibração pois tende a:
diminuir a qualidade das camadas superficiais e promover a segregação.
- A espessura da camada do betão a vibrar deve ser inferior ao comprimento da agulha do
vibrador.
-A vibração por camadas deve promover a re-vibração da faixa superior da camada anterior;
- em secções de grande altura, convém re-vibrar a camada superior para compensar o
assentamento plástico por baixo da armadura superior;
- O acabamento da superfície não deverá produzir leitada;
18
ISEL
Deve iniciar-se a cura logo após a finalização das operações de compactação e acabamento
superficial do betão.
Betonagem
PROTECÇÃO E CURA DO BETÃO
Duração da cura:
Ambientes classificados como X0 ou XC1, com inicio de presa < 5 horas 12 horas;
Outros ambientes até que a resistência superficial do betão atinja 50% da resistência
característica
ou
Desenvolvimento da resistência [r]
Temperatura [t] da
Superfície do betão Rápido Médio Lento Muito lento
R >= 0,50 O,30<= r < 0,50 O,15<= r < 0,30 r < 0,15
f c. sup .
T >= 25ºC 1 dia 1,5 dias 2 dias 3 dias r
f c.k
15ºC<= T < 25ºC 1 dia 2 dias 3 dias 5 dias
10ºC <= t < 15ºC 2 dias 4 dias 7 dias 10 dias
5ºC <= t < 10ºC 3 dias 6 dias 10 dias 15 dias
20
ISEL
21
ISEL
Betonagem
APÓS BETONAGEM
22
ISEL
INSPECÇÃO
23
ISEL
Inspecção
CIMBRES E COFRAGEM
Inspecção
ARMADURAS
25
ISEL
Inspecção
ARMADURAS
26
ISEL
Inspecção
EM CASO DE NÃO CONFORMIDADE
Em caso de não conformidade confirmada deverão ser analisados, pela seguinte ordem:
27
ISEL
Exercício 5
28
ISEL
FIM DE AULA
29
ISEL
ARMADURAS
ENSAIOS DE RECEPÇÃO E
INSPECÇÃO
ENV 13670-1
1
ISEL
Recepção
ARMADURAS DE AÇO NÃO CERTIFICADAS
OU
CERTIFICADAS OBJECTO DE INSPECÇÃO DNA 11.2 ENV 13670-1
Lote: divisão do fornecimento por provir do mesmo produtor e ser do mesmo tipo de
aço;
Número mínimo de amostras a recolher em cada lote:
2
ISEL
ARMADURAS DE AÇO NÃO CERTIFICADAS Recepção
ARMADURAS OUDE AÇO NÃO
CERTIFICADAS
CERTIFICADAS OBJECTO DE INSPECÇÃO
Número de provetes em função de propriedades a verificar
4
ISEL
Inspecção
ARMADURAS PARA PRÉ-ESFORÇO NP ENV 13
670-1:2005
5
04-11-2009
ISEL BASF
BASF
The Chemical Company
The Chemical Company
ADJUVANTES
Elementos fornecidos por:
BASF
ISEL The Chemical Company
1
04-11-2009
ISEL
Retardadores - Açúcar
BASF
ISEL The Chemical Company
1945 Introdutores de ar
2
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
TIPOS DE ADJUVANTES
• Plastificantes redutores de água
• Superplastificantes altamente redutores de água
• Retentores de água
• Introdutores de ar
• Aceleradores de presa
• Aceleradores de endurecimento
• Retardadores de presa
• Hidrófugos
• Inibidores de corrosão
• Outros
BASF
ISEL The Chemical Company
ADJUVANTES
que melhoram a reologia
Plastificantes
polifuncionais
Superplastificantes
Pedro Miguel Soares Raposeiro da Silva, Eng.º Civil, Mestre em Construção
3
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
PLASTIFICANTES
A fluidez duma pasta de cimento é função das forças de
atracção e repulsão, entre as partículas de cimento.
+ Água - Água
Aumento da Diminuição da
Relação A/C Relação A/C
Pedro Miguel Soares Raposeiro da Silva, Eng.º Civil, Mestre em Construção
BASF
ISEL The Chemical Company
PLASTIFICANTES
4
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
PLASTIFICANTES
Lignosulfonatos
Lignosulfonatos:: Subprodutos do fabrico da pasta de
papel.
BASF
ISEL The Chemical Company
SUPERPLASTIFICANTES
5
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
SUPERPLASTIFICANTES
No processo de hidratação, as partículas de cimento reagem com a água
formando cristais.
As moléculas do superplastificante são envoltas pelos cristais de hidratação
do cimento, anulando as cargas negativas.
BASF
ISEL The Chemical Company
SUPERPLASTIFICANTES
Mecanismo de acção de um superplastificante normal
Moléculas dispersantes
DISPERSÃO
diminuição da relação A/C causada
pela repulsão electrostática.
Pedro Miguel Soares Raposeiro da Silva, Eng.º Civil, Mestre em Construção
6
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
POLIFUNCIONAIS
BASF
ISEL The Chemical Company
INTRODUTORES DE AR
7
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
INTRODUTORES DE AR
Resistência
Durabilidade
Conteúdo de ar (%)
Pedro Miguel Soares Raposeiro da Silva, Eng.º Civil, Mestre em Construção
BASF
ISEL The Chemical Company
ACELERADORES E RETARDADORES
Aceleradores:
Favorecem a dissolução ou a hidratação
dos componentes anidros do cimento.
Retardadores:
Aumentam o tempo de trabalhabilidade do
betão, retardando a dissolução ou a
difusão dos componentes anidros do
cimento.
8
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
IMPERMEABILIZANTES
BASF
ISEL The Chemical Company
HIDRÓFUGOS
APLICAÇÕES:
Argamassa de reboco.
Pré-fabricação ligeira.
Muros de suporte de terras.
9
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
BASF
ISEL The Chemical Company
RECOMENDAÇÕES GERAIS
10
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
REDUTORES DE ÁGUA
BASF
ISEL The Chemical Company
SUPERPLASTIFICANTES
11
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
RETARDADORES
BASF
ISEL The Chemical Company
ACELERADORES
12
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
INTRODUTORES DE AR
BASF
ISEL The Chemical Company
ESPUMANTES
13
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
ANTICONGELANTES
BASF
ISEL The Chemical Company
IMPERMEABILIZANTES
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04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
HIGRÓFUGOS
BASF
ISEL The Chemical Company
15
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
BASF
ISEL The Chemical Company
ADJUVANTES VS DURABILIDADE
Protecção de armaduras.
16
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
ADJUVANTES VS DURABILIDADE
Redução da permeabilidade
Resistências Carbonatação
Compacidade Ataque químico
Retracção.
Pedro Miguel Soares Raposeiro da Silva, Eng.º Civil, Mestre em Construção
BASF
ISEL The Chemical Company
17
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
PLASTIFICANTES
BASF
ISEL The Chemical Company
SUPERPLASTIFICANTES
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04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
ACELERADORES
- Descofragem rápida
- Tempo frio; pré-fabricação
- Trabalhos de impermeabilização
- Reparações rápidas: aeroportos, estradas
- Selagens, chumbadouros
BASF
ISEL The Chemical Company
RETARDADORES
- Tempo quente
- Injecções a grande profundidade
- Cortinas de estanquidade
- Transporte a grandes distâncias
- Juntas de betonagem
- Paramentos com agregados à vista
- Paredes moldadas no terreno
- Betonagem contínua
Pedro Miguel Soares Raposeiro da Silva, Eng.º Civil, Mestre em Construção
19
04-11-2009
BASF
ISEL The Chemical Company
INTRODUTORES DE AR
20
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
ISEL
Departamento de Engenharia Civil - Secção 4
MATERIAIS DE CO#STRUÇÃO II
ARGAMASSAS
REBOCOS TRADICIO#AIS
2006
ISEL
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa Materiais de Construção II
Índice Geral
1 I#TRODUÇÃO ................................................................................................................. 5
3 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 48
Índice de Fotos
Fotos n.º1 e 2 – Fissuras em argamassas tradicionais com traço 1:2 após uma semana.
Foto n.º3 – Ensaio de aderência. Várias tipologias de rotura (rotura no seio do suporte, rotura
mista e rotura no seio do revestimento).
Foto n.º4 – Determinação da consistência de argamassa pela mesa de espalhamento.
Foto n.º5 – Ensaio de espalhamento através da “flow table”.
Foto n.º6 – Determinação do teor em ar através do Aerómetro.
Foto n.º7 – Determinação da resistência à tracção por flexão pelo menos aos 7 e aos 28 dias
de idade.
Determinação da resistência à compressão pelo menos aos 7 e aos 28 dias de idade;
Foto n.º8 – Determinação das variações dimensionais (retracção/expansão) às 24h e aos 28
dias de idade.
Foto n.º9 – Determinação da absorção de água por capilaridade aos 28 dias de idade em
provetes prismáticos de 40x40x160 mm.
Fotos n.º 10, 11 e 12 – Determinação da absorção de água por capilaridade em provetes
cilíndricos de 100x25 mm.
Foto n.º13 – Ensaio de aderência (pull-off).
Foto n.º14 – Pastilhas metálicas coladas.
Foto n.º15 – Determinação da resistência à penetração de cloretos.
Foto n.º16 – Determinação da resistividade.
Índice de Figuras
Índice de Tabelas
1 I#TRODUÇÃO
Apresenta-se, nos capítulos seguintes, uma descrição dos vários tipos de rebocos, dando
especial realce aos tradicionais e faz-se uma breve descrição das características dos mesmos e
dos seus componentes. Conclui-se com uma tipificação das anomalias, das suas causas e das
respectivas técnicas de diagnóstico.
2 ARGAMASSAS DE REBOCO
As argamassas são misturas plásticas obtidas com um ou mais aglomerantes (gesso, cal ou
cimento), areia e água (podendo ou não adicionar-se adjuvantes e/ou aditivos), que servem
para ligar entre si as pedras naturais e artificiais das construções de alvenaria (argamassas de
assentamento), para as revestir como camadas protectoras e/ou decorativas (argamassas de
reboco) e para reparação, reconstrução e manutenção de estruturas de betão. Podem assim, ser
divididas em três grandes grupos [1] [9] [10]:
- Argamassas de assentamento;
- Argamassas de reboco;
- Argamassas de reparação.
No que se refere às argamassas de reboco, tema do presente trabalho, podem ainda dividirem-
se em dois subgrupos principais, conforme o processo de fabrico e materiais constituintes.
Têm-se assim [1] [9] [10]:
- Rebocos tradicionais;
- Rebocos não tradicionais;
Alguns autores (1) separam os constituídos à base de cal, dos de cal e/ou cimento, ficando-se,
assim, com a seguinte divisão:
- Rebocos tradicionais (com cal);
- Rebocos correntes (com cal e/ou cimento);
- Rebocos não tradicionais (pré-doseados e/ou monocamada);
(1) BRITO, Jorge – Folhas de apoio à disciplina de Reabilitação Não-Estrutural de Edifícios, Capitula 5 –
“Diagnóstico, Patologia e Reabilitação de Revestimentos de Paredes – IST, 2005/2006;
Para se obter um bom revestimento tradicional deve-se realizar pelo menos 2 ou 3 camadas:
crespido, camada de base e camada de acabamento. A necessidade de realização de mais do
que uma camada decorre na impossibilidade de serem integralmente conseguidas as
características pretendidas se aplicadas em camada única [1] [4] [10].
A existência de mais do que uma camada nos revestimentos tradicionais decorre também da
necessidade do revestimento ser razoavelmente espesso para poder constituir uma barreira
contra a penetração da água.
Portanto, cada camada deve ser sempre mais “fraca” do que a subjacente para que não a
deteriore por retracção e para que seja cada vez menor a tendência para a fissuração.
Se numa argamassa para reboco tradicional for adicionado um adjuvante retardador de presa,
ou eventualmente outros adjuvantes, como por exemplo, introdutores de ar, obtém-se uma
Argamassa Estabilizada.
REBOCO TRADICIONAL
COM CAL E/OU CIMENTO SÓ COM CAL COM CAL E/OU CIMENTO +
ADJUVANTES
(DESIG: REBOCO CORRENTE) (DESIG: REBOCO TRADICIONAL) (DESIG: ARG. ESTABILIZADA)
FABRICADOS EM OBRA
APLICADOS EM 2 OU 3 CAMADAS
Durante largos anos, foram obtidos muito bons resultados na utilização de argamassas
tradicionais, graças sobretudo à existência de mão-de-obra qualificada [1] [4] [10].
Os rebocos não tradicionais são, basicamente, constituídos por argamassas prontas. São
produzidas misturas pré-doseadas em fábrica a que, em obra, apenas haverá que adicionar a
quantidade de água de amassadura especificada na própria embalagem de comercialização.
São, portanto, produtos que tentam manter as características das argamassas tradicionais e
proporcionam condições para que desapareçam os problemas relacionados com a falta de
mão-de-obra qualificada.
Por serem um produto pronto a usar, reduz a área tradicionalmente reservada para a produção
de argamassas em obra libertando assim espaço em estaleiro.
2.3.1 FUNÇÕES
1. Os seus componentes:
- Agregado (por ex.: basta chover para que as suas características em obra apresentem
uma grande variação);
- Aglutinantes (por ex.: o cimento, a cal hidráulica e a cal aérea apresentam
fenómenos de retracção diferentes);
2. Ambientais (por ex.: exposição, quer durante a execução, quer posteriormente, ao sol,
à chuva, ao vento, a poluição, etc.);
3. Preparação e aplicação em obra (por ex.: formação do pessoal ou adequação do
equipamento);
4. De envolvente:
- Drenagem das águas dos terrenos adjacentes;
- Tensões provocadas sobre os rebocos devidas à dilatação térmica, sísmica, ou ao
vento;
5. De manutenção:
- Pressão de vapor de água, pela impermeabilidade ou ventilação deficiente;
2.3.2 CARACTERÍSTICAS
2.3.2.1 TRABALHABILIDADE
A argamassa deve poder ser facilmente aplicada, de modo a serem obtidas boas aderências e
compacidade e bom rendimento, e deve poder ser trabalhada à superfície para que o aspecto
final seja satisfatório.
O aumento do teor de finos das areias usadas, o aumento do teor do ligante e o aumento da
quantidade de água de amassadura são factores que permitem melhorar a trabalhabilidade,
mas que têm consequências gravosas para outras características da argamassa. Assim, é
preferível melhorar a trabalhabilidade através da mistura de cal ou da incorporação de
adjuvantes apropriados (plastificantes e introdutores de ar).
Logo que as argamassas são aplicadas sobre os suportes, começa a sua retracção de secagem
inicial, que é restringida pela aderência ao suporte. Esta restrição vai dar origem ao
desenvolvimento de tensões de tracção no revestimento e de corte no plano de contacto do
revestimento com o suporte.
A execução de várias camadas de espessura não superior a 25mm conduz à redução da largura
das fissuras à superfície.
Parede Parede
2.A – Revestimento com camada única 2.B- Revestimento com três camadas
Camada de base
Crespido
Suporte Suporte
3.A – Revestimento de baixo teor em ligante 3.B – Revestimento de alto teor em ligante
Fotos n.º1 e 2 – Fissuras em argamassas tradicionais com traço 1:2 após uma semana.
A argamassa, tal como, de um modo geral, os restantes constituintes das alvenarias, são
materiais de porosidade aberta, onde a água pode penetrar principalmente por permeabilidade
ou por capilaridade, conforme a dimensão dos poros e dos capilares, do grau de sucção do
suporte e da pressão de água incidente.
Suporte
Revestimento
a) - Suporte muito liso e compacto b) - Suporte rugoso e não c) - Suporte demasiadamente absorvente
(Más condições de aderência) demasiadamente absorvente (Risco de dessecação prematura)
(Boas condições de aderência)
Foto n.º3 – Ensaio de aderência. Várias tipologias de rotura (rotura no seio do suporte, rotura
mista e rotura no seio do revestimento).
2.3.2.5 DURABILIDADE
A durabilidade das argamassas está fundamentalmente relacionada com alguma das anomalias
que as podem afectar, tais como: a fendilhação; a penetração de água por capilaridade; as
perdas de aderência; o esfarelamento provocado por dessecação prematura; o corte do
suporte; o ataque de sais, nomeadamente sulfatos, existentes nos materiais que constituem os
suportes, no ar ou na água.
Hoje em dia, a contaminação do betão por cloretos é identificada como uma das maiores
causas de deterioração das estruturas de betão armado. Existe um enorme número de
estruturas que estão afectadas por este problema e onde se incluem, particularmente, as
expostas ao ambiente marinho ou à acção de sais de degelo.
Uma das técnicas mais utilizadas para reabilitar estruturas em que a corrosão é devida ao
elevado teor de cloretos é a reparação localizada, utilizando argamassas de elevada
resistência, sem retracção, nem segregação e de elevada resistência à penetração de iões de
cloretos.
2.4.1 ÁGUA
Funções da água na argamassa [4][6]: molhar os agregados; activar os aglutinantes; conferir
consistência.
- A água não deve ter sais dissolvidos ► com o tempo surgem eflorescências que degradam
o reboco e a pintura;
- A água não deve ter matéria orgânica pois diminui a resistência mecânica do reboco;
- A água não deve ser muito pura ► a água pura dissolve a cal do reboco podendo surgir
fissuras.
Portanto, a melhor água para as argamassas é a potável, proveniente de rios ou poços, que não
contenha sais nocivos à presa dos aglomerantes e ao comportamento destes em obra. As águas
que tenham cloretos de sódio ou de magnésio ou de sulfatos em quantidades elevadas, não
devem ser aplicadas porque prejudicam a resistência das argamassas. O mesmo acontece com
as águas que contenham substâncias orgânicas, como as estagnadas provenientes de poços ou
pântanos.
2.4.2 AREIAS
Funções das areias num reboco [4] [6]:
- Criar volume;
- Reduzir a retracção;
- Melhorar a resistência mecânica;
- Absorver o vapor de água.
AREIAS
ARTIFICIAIS NATURAIS
Nas obras com utilização de rebocos tradicionais existem, normalmente, dois montículos de
cores diferentes:
Figura n.º6 – Tipos de areia utilizada no fabrico de uma argamassa para reboco tradicional.
As areias provenientes do mar devem ser lavadas com água doce, para lhes extrair o cloreto
de sódio que, ao dissolver-se na água, iria prejudicar a resistência das argamassas e o seu
comportamento em obra.
As areias provenientes dos rios devem ser crivadas, a fim de as libertar de substâncias
orgânicas como raízes, fragmentos de madeira, carvão, etc..
As areias provenientes de bancos naturais quando isentas de raízes e outras impurezas devem
ainda ser controladas quanto ao teor em argila. Quando a quantidade de argila for superior a
6% deve evitar-se a sua utilização nas argamassas de cimento, pois a argila actua como
retardador de presa, altera a distribuição granulométrica, prejudica a aderência entre o
agregado e a pasta de cimento e altera a resistência das argamassas.
A escolha da areia mais acertada para a utilização prevista é bastante importante. Além das
exigências de qualidade expressas na norma - LNEC E373 – Características e verificação da
conformidade, como a dureza dos grãos, a sua limpeza, a inexistência de torrões de barro,
galhos ou matéria orgânica, haverá que estar atento à distribuição das dimensões dos grãos.
As areias poderão classificar-se em grossas, médias e finas destinando-se isoladamente a
funções distintas que, ao serem misturadas, obtêm uma maior compacidade. Por estes
motivos, há necessidade de realizar análises granulométricas
2.4.3 LIGANTES
De uma forma geral, todos os ligantes são obtidos de rochas cozidas em fornos e reduzidas a
pó que, ao serem posteriormente misturadas com água, tendem a ter um comportamento
químico análogo ao da rocha que lhe deu origem [4] [6].
A cal aérea é obtida pela cozedura a 1000ºC de uma rocha calcária com uma percentagem de
pelo menos 95% de carbonato de cálcio (CaCO3), ou carbonato de cálcio e magnésio. Quanto
ao teor de carbonato de cálcio, a cal aérea tradicionalmente divide-se em:
- Cal Gorda:
Quando provêm de calcários quase puros, com teores de argila até 1%;
- Cal Magra:
Quando provêm de calcários com teores de argila de 1 a 5%.
Durante o processo de fabrico, as pedras perdem cerca de 1/3 do seu peso e volume pela
libertação intensa de dióxido de carbono.
Quando em contacto com a água dá-se uma grande libertação de calor pelo que antes de ser
utilizada na preparação dos rebocos deve ser apagada (extinta).
Antigamente a extinção da cal era
EXTINÇÃO DA CAL Cal extinta
feita no estaleiro da obra,
Cal hidratada
construindo-se, para isso, pequenos
depósitos de alvenaria, ou no caso de
pequenas quantidades, era extinta em CaO + H2O Ca(OH)2 + CO2
bidons metálicos.
Hidróxido de cal
ou cal apagada
Actualmente, pode-se encontrar no mercado cal aérea em pedra (pedra de calcário) ou em pó,
no entanto o mais frequente é ela ser previamente extinta em fábrica sendo vendida sob a
forma de pasta.
Pode-se, assim, quanto ao seu estado, classificar as cais aéreas em:
- Cais Vivas (Q):
Encontrando-se em blocos de 20 a 30 cm (fornos artesanais), grãos de 4 a 10 cm (fornos
industriais) ou reduzida a pó (por moagem);
- Cais Hidratadas (S):
Encontrando-se sob a forma de pó seco, pasta ou calda, obtidas por extinção controlada.
Actualmente, as cais aéreas classificam-se em cais cálcicas (CL) e cais dolomíticas (DL)
segundo os diferentes teores de óxido de cálcio e de óxido de magnésio, conforme o seguinte
quadro:
CL 90 ≥ 90 ≤4
CL 80 ≥ 80 ≤5 ≤7
CL 70 ≥ 70 ≤ 12 ≤2
DL 85 ≥ 85 ≥ 30 ≤7
DL 80 ≥ 80 ≥5 ≤7
Se a extinção da cal for feita de REACÇÃO DA CAL COM O CO2, NOS REBOCOS
forma incorrecta ou apressada a
camada de reboco a que der Ca(OH)2 + CO2 CaCO3
Com o tempo a cal dos rebocos reage com o dióxido de carbono existente na atmosfera,
transformando parte do reboco numa película rígida e quimicamente análoga à pedra de
calcário que lhe deu origem [4] [6].
- Os rebocos exteriores com cal aérea são mais porosos, mais permeáveis à água e logo
menos duráveis.
- Dado ganharem presa muito lentamente só devem ser aplicados durante o tempo seco.
As margas que servem de matéria-prima à cal hidráulica são rochas calcárias com quantidades
de argila entre 5 e 20%.
Segundo Vicat, a hidraulicidade da cal seria tanto maior, quanto maior fosse a percentagem de
argila no calcário. Verificou também que, quando a percentagem de argila era superior a 20%,
a cal produzida já não se extinguia por adição de água. A este produto chamou-se cal limite,
ficando marcada a fronteira para os cimentos naturais. Sendo difícil distinguir claramente uma
cal de um cimento, considerou-se que o melhor critério era considerar que uma cal hidráulica
necessita de ser extinta depois de cozida, enquanto um cimento nunca o é.
Tabela n.º4 – Natureza da cal segundo a matéria-prima (quadro elaborado por Durand Claye
no principio do século XX) [6].
A cal hidráulica classifica-se, actualmente, pela sua resistência á compressão aos 28 dias,
ensaiada numa argamassa normalizada, estando previstas 3 classes de resistência (2, 3.5 e 5
MPa). Quanto ao seu processo de fabrico as cais hidráulicas designam-se por:
- Cais hidráulicas naturais (NHL):
Apresentando-se reduzidas a pó por extinção, com ou sem moagem;
HL 2 ≥8
--------- 2a7
NHL 2 ≥ 15
HL 3.5 ≥6
--------- 3.5 a 10
NHL 3.5 ≥9
HL 5 ≥3
≥2 5 a 15 (20)
NHL 5 ≥3
A cal produzida tem de ser extinta, não só para eliminar a cal viva, mas principalmente para
provocar a pulverização das partículas maiores. É este processo que faz a distinção entre a cal
hidráulica e o cimento. Ou seja, a finura da cal, necessária ao seu endurecimento, é obtida por
extinção da cal viva e não necessariamente por moagem. No entanto, actualmente, a fim de
obter produtos de boa qualidade, a cal hidráulica é sujeita ao processo de moagem.
Devido ás suas características físicas, as cais hidráulicas podem ser utilizadas na alvenaria
corrente, em argamassas de salpisco, emboço ou assentamentos de revestimentos, como
argamassa simples ou misturada com cimento [4] [6].
- Tem uma aderência melhor que cal aérea, mas não uma rigidez que a impeça de
acompanhar as alterações do suporte ou da estrutura (maior “ductibilidade”).
- Os rebocos com cal hidráulica são permeáveis ao vapor de água (as paredes “respiram
melhor”) “restituindo” ao ambiente o vapor de água quando o tempo está mais quente.
- O teor de cal ajuda a fechar com o tempo (por carbonatação), eventuais fissuras
(regeneração).
- A cal hidráulica endurece mais depressa e o reboco torna-se mais duro e mais forte do que
o de cal aérea. Mas a água vai “permanecer” mais tempo na alvenaria e no reboco, o que
pode ter os seus inconvenientes.
Tal como já se referiu, quando a percentagem de argila no calcário excede 20%, pode-se obter
por cozedura, um ligante hidráulico designado por cimento natural. Este ligante, fazendo a
transição da cal hidráulica para o cimento Portland, considera-se com dosagens de argila no
calcário até 40%.
Antes da descoberta do cimento Portland, utilizava-se muito o cimento natural, obtido a partir
da queima de uma mistura natural de calcário e argila. Como esta mistura ocorria na natureza
sem qualquer intervenção humana, as propriedades deste cimento variavam muito. Na
actualidade, a designação de cimentos naturais não é oficial, havendo apenas a designação de
cal hidráulica. À semelhança do que acontece com as cais hidráulicas, a observação
microscópica destes cimentos permite verificar a presença de matéria-prima não calcinada e
algum carvão, revelando insuficiência de cozedura. As resistências mecânicas em relação às
do cimento Portland são da ordem dos 20% [4] [6].
O cimento é um ligante hidráulico, isto é, um material inorgânico que, quando misturado com
água, forma uma pasta que faz presa e endurece tanto ao ar como debaixo de água.
de o reduzir a um pó muito fino para permitir a reacção dos grãos de cimento com a água e a
formação dos compostos hidratados que conferem resistência aos aglomerados.
Os tipos de cimentos são função da natureza e percentagem dos seus constituintes, podendo
estes ser determinados quantitativamente recorrendo a ensaios adequados. Como
subcategorias dos 5 tipos principais de cimento, a normalização prevê 11 designações de
cimentos e 27 produtos da família dos cimentos correntes. O cimento do tipo CEM II é o que
tem maior variação possível de composição, e inclui por isso 19 variedades de cimentos [4]
[6].
Rebocos interiores ev ev ev ac id
Rebocos exteriores ev ev ev ac ac
Rebocos em edifícios
ev ev ev ev id
antigos
Recuperação de alvenarias
ev ev ev pa id
em edifícios antigos
- Confere aderência ao suporte que pode ser melhorada com a utilização de areia grossa.
Consiste em vários ensaios realizados sobre diferentes provetes [1] [11] [12].
Foto n.º13 – Ensaio de aderência (pull-off). Foto n.º14 – Pastilhas metálicas coladas.
- Resistência à carbonatação;
- Compatibilidade térmica com o suporte sob condições ambientais extremas;
- Módulo de elasticidade.
No caso das argamassas para rebocos não tradicionais (sistema monocamada), há a destacar a
actuação do CSTB (Centre Scientifique et Tecchnique du Batiment) junto do mercado francês.
Todas as argamassas são estudadas para que seja possível a emissão de um certificado de
homologação do produto antes da sua entrada no mercado. Esta certificação tem um prazo
pré-estabelecido, durante o qual é acompanhado o desempenho do produto, exigência que tem
de ser atendida para a manutenção da homologação.
Uma argamassa pode não ser classificada exclusivamente segundo os critérios de uma mesma
classe. Por exemplo, uma argamassa pode ser M1, classe 1 para a massa volúmica no estado
endurecido e E2, classe 2 para o módulo de elasticidade, R2 e U4 e C3.
Os rebocos pouco aderentes ou soltos apresentam normalmente uma forte tendência para
descolar. Os descolamentos podem apresentar uma extensão muito variável, sendo que a
perda de aderência pode ocorrer de diversas formas [5] [7] [8]:
- Com empolamento;
- Em placas;
- Com pulverulência.
Qualquer das diversas formas de perda de aderência, pode apresentar três tipos de
descolamento:
- Na interface revestimento/base;
- Entre duas camadas do revestimento;
- No meio de uma das camadas do revestimento.
Um reboco pouco duro ou resistente pode também estar associado a um reboco sem coesão ou
até mesmo à presença de humidade [5] [7] [8].
Local: Rua de São Pedro Mártir, Lisboa Local: Rua de São Lourenço, Lisboa
Como se verá, quando se analisar as causas desta anomalia, é um pouco discutível considerar
que um reboco mole no interior seja considerado uma anomalia.
As fissuras, num reboco, apresentam-se normalmente em duas formas [5] [7] [8]:
- Fissuras pontuais bem definidas e com algum comprimento;
- Fissuras mapeadas.
Empolamento pontual e isolado da pintura. Numa fase mais adiantada, a pintura poderá cair,
podendo assim observar-se pequenas crateras no reboco [5] [7] [8].
Os vestígios de humidade num reboco podem manifestar-se de várias formas [5] [7] [8] [9]
[11]:
- Através de eflorescências;
- Através de bolor, algas, musgos e líquenes;
- Através da visualização de manchas.
Figura n.º 22 – Quadro resumo das principais anomalias em rebocos e aspecto observado.
As causas das anomalias podem ser divididas, numa primeira abordagem, da seguinte forma
[5] [7] [8]:
- Causas de origem humana;
- Causas resultantes de acções naturais;
- Causas de origem acidental (tanto por acção humana como por desastre natural).
1. Causas Físicas
Acção da gravidade, assentamento diferencial (cargas excessivas, sapatas desniveladas, etc.),
alterações sofridas pelo terreno (diminuição ou aumento de volume do solo e presença de
água, nível freático), capacidade de resistência do solo, variações de temperatura
(temperaturas extremas), radiação solar, vento (pressão, abrasão e vibração), acção de água
(chuva, neve, gelo, humidade do solo, etc), retracção, fluência, relaxação, etc.
2. Causas Químicas
Oxidação, carbonatação, presença de água, presença de sais, chuva ácida, reacções
electroquímicas, radiação solar (raios ultravioletas), etc.
3. Causas Biológicas
Presença de vegetais (raízes, líquenes, fungos, bolores), presença de animais (vermes,
insectos, roedores, pássaros).
1. Desastres Naturais
Sismo, ciclone, tornado, cheia, deslizamento de terras, avalanche, erupção vulcânica,
tempestade marítima, trovoada, etc.
A razão pela qual os vários tipos de humidade podem ser associados a anomalias prende-se
com as seguintes causas:
- Humidade derivada da condensação:
Falta de ventilação
Variações de temperatura
Excesso de vapor de água
Combustão de gás engarrafado
- Humidade da construção:
Tempo insuficiente de secagem dos materiais
Excesso de água
- Humidade derivada da precipitação:
Defeitos em elementos exteriores tais como: caleiras, algerozes,
impermeabilizações, rebocos, etc
- Humidade por contacto com paredes enterradas:
Falha/ausência de sistema de impermeabilização
Terreno adjacente elevado
Nível freático elevado
- Humidade devida a causas fortuitas:
Rotura de canalizações
Etc.
Este fenómeno manifesta-se quando o ar quente e húmido de um local entra em contacto com
uma parede ou com uma zona fria. A humidade do ar condensa-se sobre a parede, formando
água.
Esta água ficará sob a forma de gotículas se a superfície for lisa, ou é absorvida pela
superfície se esta for porosa, formando manchas escuras e, a longo prazo, colónias de fungos,
bolores e líquenes.
É através da envolvente exterior das edificações (paredes, respectivos vãos, e coberturas) que
a água proveniente das precipitações vai penetrar nas construções, quer no seu estado líquido
– chuva, quer no estado sólido - neve e gelo, conduzindo assim à humidificação dos materiais.
A chuva, como factor isolado, não constitui uma grande ameaça para as paredes dos edifícios,
excepto quando associada ao factor vento; a acção conjugada destes dois fenómenos sujeita as
paredes a uma acção de molhagem que se revela significativa para o humedecimento dos
paramentos interiores e para a diminuição da resistência térmica dos materiais que compõem
as paredes.
É a transmigração da água que se verifica nas caves, garagens, pisos enterrados ou em paredes
parcialmente enterradas.
Este tipo de anomalias tem como causas mais usuais as roturas e perdas de estanqueidade nas
canalizações das redes técnicas, as infiltrações através da cobertura por falta de manutenção e
limpeza, as inundações por descuido, a humidificação de pavimentos e paredes devido ao
recurso a quantidade excessiva de água na sua lavagem, etc.
4 BIBLIOGRAFIA
1º SIMPÓSIO ACIOAL
MATERIAIS E TECOLOGIAS A COSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS
ABRIL 1985
Amílcar M. D. Tavares*
RESUMO
Uma nova unidade Industrial/ utilizando os processos mais modernos da Europa, produz 280
toneladas/ dia de Cal Hidratada. A sua apresentação poderá ser em sacos ou a granel com a
garantia de uma qualidade absoluta.
A exemplo do que acontece nos principais países da Europa a sua utilização é recomendada em
rebocos exteriores e interiores, assentamento de alvenarias, no fabrico de blocos e abobadilhas e
em betões de resistência média.
Substitui o cimento com vantagens económicas nos trabalhos atrás referidos, além de
proporcionar melhores acabamentos, melhor aderência e maior rentabilidade da mão de obra,
melhorando consideravelmente a qualidade da construção.
ARGILOSOS .............................................................................................................................. 7
A nossa Unidade Industrial, instada na maior região calcária da Serra dos Candeeiros (Valverde
- Alcanede – Santarém) tem como matéria prima calcários seleccionados, explorados em
pedreiras próprias, com uma capacidade de exploração diária que pode .ir até 3000 ton./dia.
Para satisfação de várias exigências de mercado, está esta unidade equipada com moinhos que
lhe permitem obter varias granulometrias, nomeadamente de O a 6 mm. Aproveitando esta
granulometria, equipou-se a industria com hidratadores cuja capacidade é de 720 ton./dia de Cal
Hidratada - Ca(OH)2.
Todo o processo de hidratação é automático, garantindo uma qualidade uniforme, a qual é
controlada pelo laboratório da empresa de forma a apresentar um produto de nível internacional,
especialmente dentro dos parâmetros da norma A.S.T.M.
Para colocar no mercado tão elevada produção, está esta empresa apetrechada com uma frota de
camiões de tonelagens variadas para fornecimentos em sacos ou a granel.
De acordo com a análise química efectuada pelo L.N.E.C., a nossa matéria-prima tem a seguinte
composição:
Nota: Apesar dos controles rigorosos na fabricação, podem surgir variações em relação às
percentagens indicadas.
Estas densidades podem ser comparadas com as densidades médias de outros ligantes:
Por tais motivos, é necessário que o conjunto formado pela argamassa de assentamento, os
elementos de enchimento e os rebocos, se adaptem às referidas e inevitáveis deformações. O
recurso à utilização de argamassas bastardas é a solução tecnicamente mais viável.
A contracção por secagem aumenta com a dosagem de cimento e com teor de elementos finos
(argilas) contidos nas areias. Uma boa argamassa deverá ter uma contracção reduzida. Para a
generalidade das aplicações, no assentamento das alvenarias e em revestimentos, são necessárias
contracções reduzidas. Para o efeito, as argamassas ricas em cal hidratada oferecem vantagens
significativas.
Trabalhabilidade
As argamassas devem ter urna boa trabalhabilidade sem, contudo, se tornarem excessivamente
fluidas.
Antes do aparecimento ca nossa cal, para se obterem argamassas com boa trabalhabilidade,
recorria-se a areias argilosas tinham o inconveniente de ocasionar elevadas contracções, com a
consequente fendilhagem, alem de reduzirem a aderência.
Aderência às Superfícies
Assim se obtém uma boa ligação entre as argamassas e elementos de construção, com o
adequado preenchimento das juntas. Nos trabalhos em superfícies verticais (paredes) e tectos,
uma boa aderência reduz os desperdícios de argamassas e aumenta o rendimento da mão-de-
obra na sua execução. No caso de se utilizarem argamassas projectadas, esta propriedade torna-
se fundamental para a produtividade do trabalho.
Resistência Mecânica
Já se referiu que a resistência mecânica cresce com a dosagem de cimento. A resistência inicial
depende, principalmente, da dosagem de cimento, pois este ligante faz presa em algumas horas e
atinge resistências elevadas em alguns dias. O endurecimento da cal é resultado da sua
carbonatação em presença do dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, pelo que esta reacção se
processa mais lentamente.
A resistência mecânica não constitui um parâmetro absoluto da qualidade duma argamassa. Pelo
contrário, na maior parte das aplicações, a resistência elevada está associada a outros
inconvenientes.
Impermeabilidade
No entanto, na maior parte das situações, esta compacidade não conduz directamente à
impermeabilidade. Efectivamente, elevadas dosagens de cimento têm como consequência a
fendilhação dos elementos de construção - alvenarias, por exemplo - e a fissuração dos
respectivos revestimentos, que se evitarão aplicando argamassas com cal.
Durabilidade
Apenas nos casos de elementos de construção em contacto com o solo ou situados em zonas
climáticas submetidas a acções significativas de gelo, terá interesse a utilização de argamassas
pobres em cal hidratada.
São correntes na construção as aplicações de betões em que não é importante obter elevadas
resistências mecânicas. Em tais casos, são suficientes resistências da ordem de 80 a 120 kçf/cm².
Não é fácil fabricar esses betões com pequena dosagem de ligante porque a trabalhabilidade
obtida é insuficiente. Assim, é habitual usar excesso de água ou areias argilosas, como forma de
se economizar ligante. Tal prática conduz a uma grande perda de resistência e à excessiva
contracção por secagem, com a consequente fendilhação. O uso de plastificantes é anti-
económico.
No fabrico de blocos de betão e no fabrico de abobadilhas para pavimentos, não era usual
utilizar-se, argamassas confeccionadas com cal hidratada. No entanto essa prática é habitual nos
países mais desenvolvidos. Refere-se, por exemplo, a sua utilização nos Estados Unidos da
América, onde diversas normas A.S.T.M. prevêem claramente o seu emprego. As
recomendações A.C.I., para alvenarias também consideram na sua utilização blocos de betão em
que o ligante é o cimento e a cal.
A introdução da cal hidratada na dosagem dos betões para o fabrico de blocos, não só tem
vantagens económicas, como também permite uma melhor compactação. Por outro lado os
blocos ou as abobadilhas assim produzidas serão de densidade inferior, além de terem menor
contracção na secagem e proporcionarem maior adesão às argamassas.
Os Serviços Técnicos da GRÉSICAL estão à disposição dos fabricantes com vista ao estudo das
composições mais adequadas para cada caso.
Processo Tradicional
Em regra, os revestimentos de estuques são aplicados sobre uma camada de regularização
executadas com argamassas bastardas e com reduzida dosagem de cimento. Recomenda-se, para
esta camada, argamassas de classe IV (ver quadro de dosagens aconselhadas).
A cal é previamente preparada sob a forma de pasta. Para a sua preparação, pode partir-se da cal
viva, de acordo com a técnica tradicional, ou partir da cal hidratada. Neste caso, a cal em pasta é
preparada pela adição gradual da cal apagada à água, num recipiente bem limpo, mexendo
ligeiramente de uma forma contínua.
A pasta deverá repousar durante algum tempo, antes de ser usada.
Cal em pasta 2
Areia Branca (para esboço) 2-5
Cal em pasta 2
Gesso para estuque 1
Dextrina ou similar
Novo Processo
Este processo consiste em aplicar o estuque propriamente dito sobre a camada de regularização,
que para o efeito estará perfeitamente desempenado. Recomenda-se que esta camada de
regularização seja da classe IV acrescida de 1 parte de cal e a areia utilizada seja areia de
esboço, ou seja:
Cal Hidratada 3
Areia Branca para esboço 11 – 12
Cimento 1
Está pouco divulgada a capacidade da cal hidratada estabilizar solos argilosos quando
excessivamente lamacentos, situação corrente em trabalhos de terraplanagem e nos estaleiros de
obras. Muitas vezes o excesso de água obriga à suspensão dos trabalhos.
Em presença da água, a cal reage com a argila dos solos. Assim a mistura de cal nos solos
argilosos origina a imediata redução da sua plasticidade. O efeito é permanente, podendo ser
conveniente um reforço posterior, para melhor endurecimento. Quando a humidade existente no
solo é muito grande, pode ser utilizada cal viva em vez de cal hidratada. A cal viva absorve
parte da água na sua extinção.
3.5. CAIAÇÃO
O acabamento por caiação é realizado com leite de cal, o qual poderá ser preparado a partir da
cal hidratada. Para tal basta misturar água à cal hidratada. É conveniente adicionar um produto
fixador.
No capítulo anterior foram abordadas algumas das vantagens resultantes da aplicação da cal em
substituição do cimento. Há, no entanto, outras vantagens que a cal hidratada apresenta, não só
relativamente ao cimento mas também relativamente a outros ligantes hidráulicos, como sejam:
Acabamento final
Com a cal hidratada, os acabamentos, além de ficarem mais perfeitos e macios, terão um aspecto
efectivamente mais claro, devido à presença da cal. Estes factores aliados ao facto do
desaparecimento de fendilhação, contribuem para que, nas pinturas finais de acabamentos, se
consigam economias substanciais de tintas. Estas economias poderão cifrar-se em 20%.
Conforto e Salubridade
Nestes sectores a cal tem um contributo relevante. Os acabamentos com cal hidratada
proporcionam maior conforto do ponto de vista térmico: não serão tão frios, como seriam se
utilizasse um ligante hidráulico. Por outro lado, a cal evita as eflorescências, provocadas por
fungos e bolores e que se evidenciam pelas conhecidas manchas escuras, pois a cal é um "anti-
fungo".
5. DOSAGES ACOSELHADAS
DOSAGENS ACONSELHADAS
Quantidades (volume)
Classe Trabalhos
Cimento Cal Hidratada Areia
- Alicerces
1 1/4 3
I - Assentamentos em contacto com o solo
- Alicerces
- Assentamentos em contacto com o solo
- Assentamentos resistentes 1 1/2 4-5
- Reboco de paredes expostas à chuva
II - Acabamento de paredes rugosas
- Assentamentos resistentes
- Acabamento rugosos 1 1 8-9
III - Revestimentos exteriores
- Rebocos interiores
1 2 11-12
IV - Assentamentos interiores
V - Argamassas de enchimento 1 3 14-16
Nestas composições, entende-se que a areia utilizada é uma areia adequada, ou seja, com
granulometria contínua, sem argilas e com poucos finos.
Embora de uma forma aproximada, aquelas dosagens poderão ser expressas em peso.
Hydrated lime mortars in external cover of buidings. Bases for the comprehension ofits behavior.
RESUMO
Alguns meios técnicos revelam a tendência para que se encontre ou reencontre na cal aérea,
mais especificamente nas argamassas com este ligante produzidas, alternativa à utilização de
argamassas de cimento em revestimentos exteriores, sobretudo, de edifícios antigos.
Nesta comunicação pretende-se chamar à atenção para as potencialidades e condicionantes da
utilização de argamassas em que o ligante exclusivo seja a cal aérea, por forma a que os
projectistas e os responsáveis pela construção possam sobre elas reflectir e assumir uma postura
crítica, análoga à que se adopta ou deve adoptar quando se prescreve ou aplica, com os mesmos
objectivos, argamassas de cimento.
ABSTRACT
Some technical means show a tendency for the adoption or readoption of hydrated lime mortars
as an altemative to the employing of cement mortars in external cover of buildings, specially of
ancient buildings.
This paper tries to call for the potencialities and conditions of applying hydrated lime mortars in
a way that the projectits and responsables for the construction could think about that and take a
critical position. That position should be equal to the one followed (or that should be followed)
when of the prescription or employ, with the same objectives, of cement mortars.
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 3
5. CONCLUSÕES ......................................................................................................................... 9
No entanto, até aos finais do primeiro quartel do século passado, a designação "cal" não
correspondia à de um ligante de características específicas e bem determinadas, mas abrangia
uma família de produtos obtidos por calcinação de rochas calcárias que, por naturais,
apresentavam maior ou menor grau de impurezas, originando ligantes com propriedades
variadas.
Este facto, se há muito era verificado, só com VICAT foi bem estudado e compreendido.
Os seus estudos conduziram, pela primeira vez, ao conceito de "cal hidráulica", e suscitaram, em
1818, a conhecida proposta de classificação das cais (Quadro I), em função do índice de
hidraulicidade que, na essência, relaciona a percentagem de material argiloso face ao material
cálcico existente nas rochas calcárias que lhes dão origem.
QUADRO I
SiO + AI + Fe O
i= 2 2 2 3
CaO + MgO
Nos finais do século passado e inícios deste século, podia ler-se em livros de apoio ao ensino
técnico superior que "As cais aéreas entram na composição de argamassas expostas ao ar,
podendo as cais gordas ser também utilizadas nas construções em contacto com a água, quando
tenham sido misturadas com substâncias que lhes comunicam propriedades hidráulicas", num
assumir teórico e técnico da influência da composição química das cais no comportamento das
cais aplicadas, dando-se corpo a constatações de muitos séculos.
Mas, para além da composição, as propriedades das cais são também influenciadas pelo modo
como se procede à sua extinção, após calcinação (por imersão, por aspersão ou por processo
espontâneo), pela forma como a cal é utilizada após extinta (em pasta ou em pó) e, no que se
refere às argamassas, pelo modo como estas se preparam e empregam (condições termo-
higrométricas do meio, água de amassadura, aperto às bases, etc).
Alguns destes objectivos não podem ser atingidos apenas por via da correcta formulação das
argamassas, exigindo também cuidados na preparação dos suportes e atenção às condições que
envolvem a sua colocação e cura.
De qualquer modo, as argamassas de cal respondem, no estado fresco, a muitos dos requisitos
enunciados:
A ligação às bases neste tipo de argamassas, desde que convenientemente aplicadas, produz-se
através de zonas de contacto extensas ainda que, não muito fortes e nem sempre duráveis
conforme se pretende pôr em destaque nos pontos seguintes.
Poder-se-á em síntese considerar que, a não ser nas resistências iniciais, em que as argamassas
de cal apresentam valores reduzidos, facto que não se traduzirá em inconveniente de maior, caso
as condições de aplicação permitam a coesão necessária à estabilidade do material aplicado, as
demais características de estado fresco tomam aliciante a sua prescrição.
A natureza meramente física destes fenómenos revela que as argamassas de cal não têm
condições para endurecerem quando colocadas em meios saturados ou em ambientes onde a
evaporação seja extremamente reduzida e explica também a impossibilidade de manterem as
suas resistências aquando, após um período de dissecação, fiquem de novo sujeitas à acção
permanente da água. Neste caso amolecem e perdem toda a sua consistência, o que está de
acordo com a designação de aérea atribuída à cal.
Para que a carbonatação seja possível é contudo necessário que exista uma certa humidade
interna na argamassa que permita a dissolução do hidróxido de cálcio, facilitando a absorção do
anidrido carbónico.
Sob o ponto de vista químico, a equação que exprime a carbonatação é dada por:
Na prática observa-se que, rebocos com espessuras inferiores a 5 cm e estejam aplicados há dez
ou mais anos, em condições de exposição adequadas, se encontram completamente
carbonatados.
Alguns ensaios laboratoriais realizados, com recurso a fenoftaleína (líquido incolor que toma a
cor rosa em meio básico de pH superior a 9.5), mostram que a progressão da carbonatação ao
fim de três meses é de aproximadamente 6 mm numa argamassa com um traço em volume, de
1:3, teor água/ligante de 0.9 e em condições de cura de 70% HR com temperatura de 20°C
(Figura 1).
2.1 – Provetes armazenados 2.2 – Zona não carbonata na 2.3 – Carbonatação na secção
em pilha face não exposta ao ar transversal
Ou (CO3H)- Ca++
Este ataque ácido é tanto mais intenso quanto menor for a percentagem de hidróxido de cálcio
(ainda não transformado em carbonato) existente na argamassa. O seu carácter ultra básico deste
tende a neutralizar, sempre que presente, aquele efeito.
Verifica-se pois, contrariamente ao que muitas vezes se enuncia, que a carbonatação completa
da cal não se constitui como fase última de estabilidade de uma argamassa, podendo mesmo
corresponder ao início da inversão das suas propriedades que, em circunstâncias especiais (tal
como a do ataque ácido descrito), se vai degradando de forma irreversível.
Por último, não devemos ainda deixar de salientar que as cais aéreas manifestam contracções
superiores às das cais hidráulicas e às dos cimentos em consequência dos maiores teores de água
exigidos na amassadura.
A não fissurabilidade das argamassas de cal fica a dever-se não à ausência de retracção mas à
capacidade de relaxação dos esforços induzidos na sua estrutura interna porosa e descontínua
que, ao permitir deformações plásticas (não reversíveis), garantem a dissipação das energias
associadas à retracção.
São evidentes as patologias observáveis em muitos dos revestimentos exteriores de edifícios que
utilizam a argamassa de cal.
Sobretudo em zonas onde qualquer dos factores atrás apontados ou a sua conjugação se
verifique e o acesso da água seja mais frequente, ou seja permanente, como por exemplo, sob
parapeitos (Figura 3), perto de cunhais e fachadas mais fustigadas pela chuva e menos expostas
ao sol (Figura 4), no contorno de elementos que retêm a água ou produzem o seu ressalto
(Figura 5), sob cornijas (Figura 6), ou bordejando juntas de dilatação (Figura 7), os efeitos são
sensíveis.
5. COCLUSÕES
É reconhecida a evolução que tem conduzido a um menor domínio das técnicas tradicionais por
parte dos intervenientes mais directos na construção.
Sabe-se também que a celeridade hoje imposta às obras, mesmo nas de reabilitação e
conservação, para cumprimento de prazos estabelecidos com critérios a que as organizações se
podem adaptar, mas os materiais e técnicas mais tradicionais não, traz inconvenientes acrescidos
ao já susceptível comportamento das cais aéreas.
Mas, independentemente destes importantes e subestimados aspectos, considera-se que as
condições climáticas do nosso país e a sua franca exposição à influência do mar, não são de
molde a que seja aconselhada a prescrição, para a generalidade do território, de rebocos em
revestimentos exteriores formulados apenas à base do ligante cal aérea.
Em exteriores um reboco de cal só pode ser realizado com sucesso, isto é, com durabilidade,
desde que uma série de condições favoráveis se verifiquem, quer no estado fresco quer no
endurecido.
Em revestimentos multicamada, em que à mais exterior se requer deformabilidade acrescida, é
de se aceitar, desde que o meio não seja adverso, a sua formulação rica em cal, até porque a
constituição e condições de aplicação desta camada são peculiares, normalmente sobredoseada
em ligante, o que lhe propicia comportamento diferenciado das demais camadas.
Naturalmente, alguns casos haverá, a coberto do princípio da reversibilidade das intervenções,
sobretudo em monumentos ou património onde os suportes em si mesmos possam apresentar
valor histórico, que a adopção de argamassas de cal pode ser equacionada mas, numa
perspectiva de "especificidade".
E um facto que outros revestimentos, baseados em ligantes inorgânicos, não estão devidamente
testados ou não têm dado provas suficientes para poderem corresponder aos requisitos impostos
pelos revestimentos em análise.
Sem nos determos nas argamassas de cimento, de uso mais generalizado, com propriedades e
comportamentos mais conhecidos e dominados, as argamassas de cimento e cal posicionam-se
com interesse.
Na prática, a sua generalizada aplicação obriga a que na amassadura se garanta uma íntima
mistura dos dois ligantes, o que não se toma fácil dada a sua capacidade diferencial de absorção
água.
Este aspecto tecnológico deve ser ultrapassado pois, nas camadas mais exteriores de
acabamento, a solução pode apresentar-se vantajosa.
Hydrated lime mortars in external cover of buidings. Bases for the comprehension ofits behavior.
RESUMO
Alguns meios técnicos revelam a tendência para que se encontre ou reencontre na cal aérea,
mais especificamente nas argamassas com este ligante produzidas, alternativa à utilização de
argamassas de cimento em revestimentos exteriores, sobretudo, de edifícios antigos.
Nesta comunicação pretende-se chamar à atenção para as potencialidades e condicionantes da
utilização de argamassas em que o ligante exclusivo seja a cal aérea, por forma a que os
projectistas e os responsáveis pela construção possam sobre elas reflectir e assumir uma postura
crítica, análoga à que se adopta ou deve adoptar quando se prescreve ou aplica, com os mesmos
objectivos, argamassas de cimento.
ABSTRACT
Some technical means show a tendency for the adoption or readoption of hydrated lime mortars
as an altemative to the employing of cement mortars in external cover of buildings, specially of
ancient buildings.
This paper tries to call for the potencialities and conditions of applying hydrated lime mortars in
a way that the projectits and responsables for the construction could think about that and take a
critical position. That position should be equal to the one followed (or that should be followed)
when of the prescription or employ, with the same objectives, of cement mortars.
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 3
5. CONCLUSÕES ......................................................................................................................... 9
No entanto, até aos finais do primeiro quartel do século passado, a designação "cal" não
correspondia à de um ligante de características específicas e bem determinadas, mas abrangia
uma família de produtos obtidos por calcinação de rochas calcárias que, por naturais,
apresentavam maior ou menor grau de impurezas, originando ligantes com propriedades
variadas.
Este facto, se há muito era verificado, só com VICAT foi bem estudado e compreendido.
Os seus estudos conduziram, pela primeira vez, ao conceito de "cal hidráulica", e suscitaram, em
1818, a conhecida proposta de classificação das cais (Quadro I), em função do índice de
hidraulicidade que, na essência, relaciona a percentagem de material argiloso face ao material
cálcico existente nas rochas calcárias que lhes dão origem.
QUADRO I
SiO + AI + Fe O
i= 2 2 2 3
CaO + MgO
Nos finais do século passado e inícios deste século, podia ler-se em livros de apoio ao ensino
técnico superior que "As cais aéreas entram na composição de argamassas expostas ao ar,
podendo as cais gordas ser também utilizadas nas construções em contacto com a água, quando
tenham sido misturadas com substâncias que lhes comunicam propriedades hidráulicas", num
assumir teórico e técnico da influência da composição química das cais no comportamento das
cais aplicadas, dando-se corpo a constatações de muitos séculos.
Mas, para além da composição, as propriedades das cais são também influenciadas pelo modo
como se procede à sua extinção, após calcinação (por imersão, por aspersão ou por processo
espontâneo), pela forma como a cal é utilizada após extinta (em pasta ou em pó) e, no que se
refere às argamassas, pelo modo como estas se preparam e empregam (condições termo-
higrométricas do meio, água de amassadura, aperto às bases, etc).
Alguns destes objectivos não podem ser atingidos apenas por via da correcta formulação das
argamassas, exigindo também cuidados na preparação dos suportes e atenção às condições que
envolvem a sua colocação e cura.
De qualquer modo, as argamassas de cal respondem, no estado fresco, a muitos dos requisitos
enunciados:
A ligação às bases neste tipo de argamassas, desde que convenientemente aplicadas, produz-se
através de zonas de contacto extensas ainda que, não muito fortes e nem sempre duráveis
conforme se pretende pôr em destaque nos pontos seguintes.
Poder-se-á em síntese considerar que, a não ser nas resistências iniciais, em que as argamassas
de cal apresentam valores reduzidos, facto que não se traduzirá em inconveniente de maior, caso
as condições de aplicação permitam a coesão necessária à estabilidade do material aplicado, as
demais características de estado fresco tomam aliciante a sua prescrição.
A natureza meramente física destes fenómenos revela que as argamassas de cal não têm
condições para endurecerem quando colocadas em meios saturados ou em ambientes onde a
evaporação seja extremamente reduzida e explica também a impossibilidade de manterem as
suas resistências aquando, após um período de dissecação, fiquem de novo sujeitas à acção
permanente da água. Neste caso amolecem e perdem toda a sua consistência, o que está de
acordo com a designação de aérea atribuída à cal.
Para que a carbonatação seja possível é contudo necessário que exista uma certa humidade
interna na argamassa que permita a dissolução do hidróxido de cálcio, facilitando a absorção do
anidrido carbónico.
Sob o ponto de vista químico, a equação que exprime a carbonatação é dada por:
Na prática observa-se que, rebocos com espessuras inferiores a 5 cm e estejam aplicados há dez
ou mais anos, em condições de exposição adequadas, se encontram completamente
carbonatados.
Alguns ensaios laboratoriais realizados, com recurso a fenoftaleína (líquido incolor que toma a
cor rosa em meio básico de pH superior a 9.5), mostram que a progressão da carbonatação ao
fim de três meses é de aproximadamente 6 mm numa argamassa com um traço em volume, de
1:3, teor água/ligante de 0.9 e em condições de cura de 70% HR com temperatura de 20°C
(Figura 1).
2.1 – Provetes armazenados 2.2 – Zona não carbonata na 2.3 – Carbonatação na secção
em pilha face não exposta ao ar transversal
Ou (CO3H)- Ca++
Este ataque ácido é tanto mais intenso quanto menor for a percentagem de hidróxido de cálcio
(ainda não transformado em carbonato) existente na argamassa. O seu carácter ultra básico deste
tende a neutralizar, sempre que presente, aquele efeito.
Verifica-se pois, contrariamente ao que muitas vezes se enuncia, que a carbonatação completa
da cal não se constitui como fase última de estabilidade de uma argamassa, podendo mesmo
corresponder ao início da inversão das suas propriedades que, em circunstâncias especiais (tal
como a do ataque ácido descrito), se vai degradando de forma irreversível.
Por último, não devemos ainda deixar de salientar que as cais aéreas manifestam contracções
superiores às das cais hidráulicas e às dos cimentos em consequência dos maiores teores de água
exigidos na amassadura.
A não fissurabilidade das argamassas de cal fica a dever-se não à ausência de retracção mas à
capacidade de relaxação dos esforços induzidos na sua estrutura interna porosa e descontínua
que, ao permitir deformações plásticas (não reversíveis), garantem a dissipação das energias
associadas à retracção.
São evidentes as patologias observáveis em muitos dos revestimentos exteriores de edifícios que
utilizam a argamassa de cal.
Sobretudo em zonas onde qualquer dos factores atrás apontados ou a sua conjugação se
verifique e o acesso da água seja mais frequente, ou seja permanente, como por exemplo, sob
parapeitos (Figura 3), perto de cunhais e fachadas mais fustigadas pela chuva e menos expostas
ao sol (Figura 4), no contorno de elementos que retêm a água ou produzem o seu ressalto
(Figura 5), sob cornijas (Figura 6), ou bordejando juntas de dilatação (Figura 7), os efeitos são
sensíveis.
5. COCLUSÕES
É reconhecida a evolução que tem conduzido a um menor domínio das técnicas tradicionais por
parte dos intervenientes mais directos na construção.
Sabe-se também que a celeridade hoje imposta às obras, mesmo nas de reabilitação e
conservação, para cumprimento de prazos estabelecidos com critérios a que as organizações se
podem adaptar, mas os materiais e técnicas mais tradicionais não, traz inconvenientes acrescidos
ao já susceptível comportamento das cais aéreas.
Mas, independentemente destes importantes e subestimados aspectos, considera-se que as
condições climáticas do nosso país e a sua franca exposição à influência do mar, não são de
molde a que seja aconselhada a prescrição, para a generalidade do território, de rebocos em
revestimentos exteriores formulados apenas à base do ligante cal aérea.
Em exteriores um reboco de cal só pode ser realizado com sucesso, isto é, com durabilidade,
desde que uma série de condições favoráveis se verifiquem, quer no estado fresco quer no
endurecido.
Em revestimentos multicamada, em que à mais exterior se requer deformabilidade acrescida, é
de se aceitar, desde que o meio não seja adverso, a sua formulação rica em cal, até porque a
constituição e condições de aplicação desta camada são peculiares, normalmente sobredoseada
em ligante, o que lhe propicia comportamento diferenciado das demais camadas.
Naturalmente, alguns casos haverá, a coberto do princípio da reversibilidade das intervenções,
sobretudo em monumentos ou património onde os suportes em si mesmos possam apresentar
valor histórico, que a adopção de argamassas de cal pode ser equacionada mas, numa
perspectiva de "especificidade".
E um facto que outros revestimentos, baseados em ligantes inorgânicos, não estão devidamente
testados ou não têm dado provas suficientes para poderem corresponder aos requisitos impostos
pelos revestimentos em análise.
Sem nos determos nas argamassas de cimento, de uso mais generalizado, com propriedades e
comportamentos mais conhecidos e dominados, as argamassas de cimento e cal posicionam-se
com interesse.
Na prática, a sua generalizada aplicação obriga a que na amassadura se garanta uma íntima
mistura dos dois ligantes, o que não se toma fácil dada a sua capacidade diferencial de absorção
água.
Este aspecto tecnológico deve ser ultrapassado pois, nas camadas mais exteriores de
acabamento, a solução pode apresentar-se vantajosa.
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO 2
2. ENQUADRAMENTO HISTÓRICO 3
4. REBOCOS 17
4.1. Composições recomendadas por Quirino da Fonseca e por
Gabriela de Barbosa Teixeira e Margarida da Cunha Belém 17
4.2. Presa ou endurecimento 17
4.3. Estudo realizado no LNEC, a pedido da STAP 17
4.4. Alguns casos 20
4.4.1. Castelo de S. Jorge 20
4.4.2. Estufa na Tapa da Ajuda 21
4.4.3. Prédio na Rua do Recolhimento, adjacente ao Castelo de S. Jorge 22
4.4.4. Prédio em Pêro Pinheiro 23
4.5. Vantagens e inconvenientes 30
4.6. Campo de aplicação 32
ANEXOS
_______________________________________
1/1
1. INTRODUÇÃO
_______________________________________
2/2
2. ENQUADRAMENTO HISTÓRICO
No entanto, num pequeno opúsculo, de 1996, cuja elaboração foi coordenada pelo já
referido Arq. Quirino da Fonseca [1] , pode ler-se
" ... os árabes transmitiram-nos um conhecimento que se pensa ter tido origem
na China ou na Índia e que nos revela o uso de um betume cuja amassadura
utiliza óleo em vez de água e que é composto por um tipo de cal onde também
se aplica uma pequena quantidade de óleo na sua fase de hidratação. Este
betume tem o nome de galagada. Nas alvenarias utilizavam um derivado deste
betume que implicava a mistura desta cal com areia e água.
Esta técnica ainda é utilizada hoje em dia no Oriente e no Magrebe e sabe-se
que também os portugueses fizeram grande uso dela, o que aliás é comprovado
historicamente. Um exemplo é o da fortaleza de Ormuz, mandada construir no
1
séc. XVI por Afonso de Albuquerque." ( Mapa 1; Fotografia 1; Gravuras 1 e 2)
1- Afonso de Albuquerque conquistou Ormuz, pela primeira vez em 1507 e iniciou a construção da
fortaleza em 24 de Outubro desse ano, dando-lhe o nome de Forte de Nossa Senhora da Vitória,
mas, em 1508, depois de várias lutas com o Rei de Ormuz, foi forçado a abandonar a cidade.
Porém, em 1 de Abril de 1515, reconquistou a cidade e reocupou o forte, que se passou a chamar
Forte de Nossa Senhora da Conceição e permaneceu na posse de Portugal até 3 de maio de 1622.
Ormuz é, hoje, uma cidade do Irão.
_______________________________________
3/3
Mapa 1 - Ormuz, Irão, Golfo Pérsico [3]
_______________________________________
4/4
Gravura 1 - "Hormuz as pictured by Correia, Lendas da Índia" [5]
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5/5
3. CAL HIDRATADA COM INCORPORAÇÃO DE GORDURA
3.1. Cal
Cal gorda
Quando o calcário tem
menos de 1% de argila, ou
de outras impurezas (que
não sejam carbonatos)
Cal aérea
Quando o calcário não tem Cal magra
menos de 95 % de Quando o calcário contém
carbonato de cálcio ou de entre 1 e 5% de argila, ou
carbonato de cálcio e de outras impurezas (que
magnésio. não sejam carbonatos)
Cal (calcário quase puro)
Material que resulta do
aquecimento do calcário, Cal hidráulica
num processo prolongado Quando o calcário tem
e a alta temperatura. entre 5 e 20 % de argila.
(calcinação; temperaturas (calcário margoso)
entre 800 e 1000 º C )
Notas:
A cal hidráulica faz presa (endurece) quer ao ar livre, quer debaixo de água,
enquanto a cal aérea só faz presa ao ar livre.
A cal aérea é conhecida, pelo menos, desde o Séc. I a.C., visto que já Vitrúvio se
lhe refere, num dos seus seis famosos livros.
Sobre o ciclo completo da cal aérea, desde o fabrico até à incorporação em
argamassas, apresenta-se, no Anexo 1, um esquema obtido na Internet [ 6 ] .
A diferença entre a cal aérea gorda e a cal aérea magra diz respeito ao muito
maior teor de argila calcinada da segunda.
A cal hidráulica surgiu quase em simultaneidade com o cimento Portland (como
seria de esperar, dado que a diferença reside, principalmente, nos teores de argila).
O primeiro fabricante de cal hidráulica terá sido James Frost, em 1 811.
Segundo Quirino da Fonseca [1] , a cal a utilizar deve ser a cal aérea gorda, ou seja, a
que resulta da calcinação de calcário com teor de carbonato de cálcio não inferior a 95%.
Para obter uma cal de boa qualidade, é necessário que a calcinação seja completa e
uniforme, o que fica mais facilitado quando se utilizam pedras não excessivamente grandes
e quando o aquecimento é gradual e prolongado.
Estas condições são habitualmente reunidas nos processos de fabrico semi-artesanais,
intermitentes (não contínuos) com aquecimento proporcionado por combustão de madeira.
Por isso, em alguma literatura de divulgação tecnológica e de formação profissional
básica refere-se frequentemente, mas sem explicar porquê, que a melhor cal é a "cozida a
mato ou a lenha".
_______________________________________
6/6
3.1.2. Calcinação
Recentemente, visitou-se a empresa que acabou por ser seleccionada por Quirino da
Fonseca para fabricar a cal hidratada com incorporação de gordura de acordo com as suas
indicações, actualmente comercializada com a designação de "Cal D. Fradique".
• Desmontagem da abóbada.
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7/7
Fotografia 2
Fotografia 3
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8/8
Fotografia 4
Fotografia 5
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9/9
Fotografia 6
Fotografia 7
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10 / 10
Na calcinação, o que sucede é a decomposição do carbonato de cálcio (CO3 Ca), a
temperaturas elevadas, em óxido de cálcio ( Ca O, cal viva) e anidrido carbónico (CO2).
Para que o sentido da reacção seja somente o pretendido, ou seja, para que o Ca O se
vá formando continuamente, sem se tornar a combinar com o C O2, é necessário que este
seja continuamente removido e, por outro lado, para que a reacção seja espontânea e
eficaz, é necessário que se atinja uma determinada temperatura.
Uma vez calcinadas, as "pedras de cal viva " são trituradas num moinho de maxilas
(Fotografia 8)
Fotografia 8
A cal viva moída assim obtida está, então, pronta para ser hidratada (apagada).
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11 / 11
3.2. Gordura
Quirino da Fonseca [1] previa que, para a incorporação de gordura, fosse utilizado um
dos seguintes aditivos: azeite, outros óleos vegetais, borras de azeite, sebo ou outros
gorduras animais.
Na referida empresa, utiliza-se "borra de azeite", na maioria dos lotes, e sebo, nos
restantes.
3.3. Hidratação
A partir dos calores específicos e das massas atómicas, demonstra-se facilmente que, se
o produto absorvesse todo o calor libertado na reacção, atingir-se-iam temperaturas da
ordem dos 760 º C [7]. Na prática, atendendo às dissipações de calor, as temperaturas
são algo inferiores mas, mesmo assim, suficientes para provocar a combustão de muitos
1
materiais, incluindo a madeira.
Partindo das massas atómicas, deduz-se que a relação água / cal viva é ≈ 1 l / 3,1 Kg.
O cálculo é o seguinte:
Massas atómicas: Ca : 40,08 u.m.a.
O: 16,00 u.m.a.
H: 1,008 u.m.a
Número de mol. num litro de água : n = 1000 g x ( 1 mol / 18,016 g ) = 55,5 mol de H2 O.
Quer o Arq. Quirino da Fonseca [1], quer Gabriela de Barbosa Teixeira e Margarida da
Cunha Belém [2] indicam as seguintes proporções: 25 Kg de cal viva; 1,5 Kg de aditivo
(gordura); 10 litros de água.
Nas primeiras experiências, feitas em 1995, foi utilizada cal em pedra e uma
estância de madeira forrada a zinco. O resultado não foi brilhante, porque da violência
da reacção resultava a projecção de algumas "lascas" de cal em pedra e porque, no
final, restavam sempre alguns grãos grosseiros.
Desde então, passou a utilizar-se cal bem moída.
A utilização da betoneira, da qual, de resto, não é apresentada qualquer
documentação, nunca passou da primeira experiência, onde se verificou que a
natureza exotérmica do processo e o confinamento resultante da existência da tampa
provocavam aquecimento e pressão em excesso, além da "ocorrência de pequenas
explosões e da emissão de um forte jacto de gases muito quentes" [1] , que atingia um
comprimento de cerca de 15 m.
A proporção água / cal viva é de 1 litro / 2,5 Kg , um pouco superior à proporção
teórica ideal, de 1 litro / 3,1 Kg , calculada em 3.3.1. Não é de estranhar que assim
seja, visto que, na prática, uma parte da água se transforma em vapor.
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13 / 13
Fotografia 9
Fotografia 10
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Fotografia 11
Fotografia 12
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15 / 15
O resultado é um pó muito fino, untuoso ao tacto.
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4. REBOCOS
Os referidos autores [1] [2] , depois de chamarem a atenção para a trivial necessidade
de boa crivagem e de isenção de matérias orgânicas, acabam por prever a utilização, quer
de "areias com argila" (como a areia amarela de Corroios), quer de "areias sem argila"
(como as areias de rio, bem lavadas) e por preconizar os seguintes traços, em volume:
No caso das argamassas em que se utiliza cal hidratada com incorporação de gordura, o
processo será, basicamente, o mesmo.
A experiência mostra que, tal como no caso das argamassas de cal hidratada vulgar, o
processo é muito lento. Por isso, considera-se estranho que Quirino da Fonseca [1]
indique um prazo de 10 dias.
Julga-se que aquele autor estaria a referir-se ao prazo mínimo necessário para se atingir
um endurecimento que permita dispensar quaisquer protecções físicas destinadas a evitar
danos de monta, resultantes de choques contra as paredes recém rebocadas.
Verificou-se que a areia amarela de Corroios apresenta uma fracção argilosa constituída
essencialmente, por caulinite (identificada na análise mineralógica) a qual, através do ensaio
de "equivalente de areia", se revelou excessiva. (Equivalente de areia de 35 %, muito
inferior ao valor mínimo recomendado para as areias a utilizar em rebocos, que é de 75 %).
No Quadro Q.1 apresenta-se um resumo dos resultados dos ensaios das argamassas.
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17 / 17
Quadro Q.1 - Resumo dos resultados dos ensaios das argamassas
(Estudo realizado no LNEC, a pedido da STAP)
Argamassa de Argamassa de
cal D. Fradique cal vulgar
Argamassas
humidímetro ( mV . h x 10³ )
(b)
(a) 5 cm - 28 h Atraso na molhagem (h) 38.69 146.02
(c)
Duração do ensaio (h)
(d)
Intensidade da molhagem 0.97 38.31
( mV . h x 10³ )
Resistência a fungos Crescimento de fungos sobre o meio de cultura Médio a intenso Intenso
NOTAS:
(a) - Ensaio com humidímetro:
Medição, em contínuo, da tensão eléctrica no interior de camadas de argamassa.
Foram utilizados provetes constituídos por camadas de argamassa com 1,5 cm de espessura,
aplicadas sobre placas de fibrocimento.
Os provetes foram colocados na posição horizontal e submetidos à acção de uma "lâmina de água".
(b) - Atraso na molhagem: Tempo que medeia entre o inicio da molhagem dos provetes e o instante em que
a água começa a ser detectada pelo humidímetro, considerando-se que isto sucede quando a tensão
eléctrica desce para 95% do seu valor inicial.
(c) - Duração do ensaio: Período de tempo entre o início da queda de tensão, devida à molhagem, e o
instante em que se atinge, novamente, uma tensão igual a 95% da inicial.
(d) - Intensidade da molhagem: Depende, simultaneamente, da quantidade de água que atinge o suporte e
do tempo durante o qual ela aí permanece.
( Área definida por uma curva que traduz a variação da tensão eléctrica, em mV, ao longo do tempo,
em horas ).
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18 / 18
Dos resultados daqueles ensaios e das conclusões apresentadas no relatório do referido
estudo, julga-se ser de reter o seguinte:
• A argamassa fabricada com a Cal D. Fradique é ligeiramente mais leve do que a
argamassa padrão.
• A argamassa fabricada com a Cal D. Fradique é ligeiramente mais consistente do
que a argamassa padrão.
• A argamassa fabricada com a Cal D. Fradique é ligeiramente mais permeável ao
vapor de água do que a argamassa padrão.
• A argamassa fabricada com a Cal D. Fradique apresenta um coeficiente de
capilaridade muito inferior ao da argamassa padrão
• A argamassa fabricada com a Cal D. Fradique apresenta uma capacidade de
impermeabilização medida com humidímetro muito superior à da argamassa
padrão.
• A argamassa fabricada com a Cal D. Fradique apresenta uma resistência ao
desenvolvimento de fungos muito superior à da argamassa padrão.
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19 / 19
4.4. Alguns casos
O caso mais conhecido é, sem dúvida, o da reparação das muralhas do Castelo de São
Jorge, em Lisboa, que foi amplamente divulgado na Imprensa ( como, por exemplo, no
Público de 10 / 08 / 97 e no Diário de Notícias de 13 / 09 / 97 ) e na citada publicação de
Gabriela de Barbosa Teixeira e Margarida da Cunha Belém [2] .
A argamassa aplicada é constituída por Cal D. Fradique e areia amarela de Corroios.
Passados que estão quatro anos, os rebocos não apresentam nem quaisquer fissuras,
nem quaisquer sinais de desenvolvimento de fungos, como se pode verificar nas fotografias
13 e 14, efectuadas muito recentemente.
Fotografia 13
Fotografia 14
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20 / 20
4.4.2. Estufa, na Tapada da Ajuda
Em 1998, numa obra da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, foi
aplicado um reboco de Cal D. Fradique, areia amarela de Corroios e areia do rio, no
restauro de uma estufa situada na Tapada da Ajuda.
Os rebocos não apresentam nem quaisquer fissuras, nem quaisquer sinais de
desenvolvimento de fungos, como se pode verificar nas fotografias 15 e 16, recentemente
efectuadas.
(Esclarece-se que a pintura, a cor de rosa, é a efectuada pouco tempo depois da
execução do reboco).
Fotografia 15
Fotografia 16
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21 / 21
4.4.3. Prédio na Rua do Recolhimento, n.º 11, adjacente à muralha do Castelo de S. Jorge
Fotografia 17
Fotografia 18
Em Julho de 2001, na fase mais recente de uma obra de beneficiação, foi aplicado, no
revestimento exterior de uma parte das paredes das fachadas (em alvenaria de pedra e cal,
com cerca de cem anos) de um prédio situado na Av. da Liberdade, em Pêro Pinheiro, um
novo reboco executado com argamassa de Cal D. Fradique, areia amarela de Corroios,
areia do rio e uma pequena quantidade de cimento branco.
Trata-se do prédio representado globalmente nas fotografias 19 e 20.
A zona pintada (verde claro) corresponde a uma outra fase da obra, executada em 1992.
A zona ainda por pintar corresponde à fase mais recente, acima referida.
Na fachada lateral, a zona mais escura, inferior, corresponde a um reboco com
argamassa de cimento, de que se trata mais adiante.
Fotografia 19
Fotografia 20
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23 / 23
A natureza das paredes pode ser apreciada nas fotografias 21 e 22, onde se mostram
aspectos das suas faces interiores.
Fotografia21
Fotografia 22
_______________________________________
24 / 24
O actual aspecto do reboco aplicado nos paramentos exteriores, que ainda não
receberam qualquer pintura, é o que se pode apreciar nas fotografias 23, 24 e 25.
Fotografia 23
_______________________________________
25 / 25
Fotografia 24
Fotografia 25
_______________________________________
26 / 26
Sobre o mesmo prédio, tem interesse referir o seguinte:
a). Antes da aplicação do novo reboco, a fachada lateral (visível na fotografia 20)
esteve longamente exposta a chuvas abundantes, sem qualquer protecção do
coroamento, de onde tinha já sido removido o primitivo beirado, para possibilitar a
execução de uma cinta de betão armado. Por isso e por não se ter esperado mais
algum tempo, aquele reboco acabou por ser aplicado sobre uma alvenaria que
ainda continha uma quantidade excessiva de água.
Deste facto, agravado pela reduzida capilaridade da argamassa (ver 4.2),
resultou uma excessiva lentidão do endurecimento (presa), o que não é de
estranhar, visto que o processo (carbonatação) implica, precisamente, a libertação
de água ...
Através de sondagens efectuadas algumas semanas após a aplicação do
reboco, verificou-se que, apesar de um razoável endurecimento superficial, a zona
interior continuava muito húmida e muito branda, principalmente na ligação à
alvenaria.
Nessa ocasião, tornava-se necessário constituir, rapidamente, um lambrim com
maior resistência. Para isso, na parte inferior da fachada, até 1,60 m de altura,
removeu-se completamente o reboco de argamassa de cal D. Fradique que tardava
em endurecer, alegraram-se todas as juntas e, após duas semanas de exposição
ao sol, aplicou-se um reboco de argamassa de cimento com incorporação de fibras
sintéticas. (ver fotografia 20).
Entretanto, e porque os paramentos interiores foram "picados até ao osso" e
porque se mantiveram boas condições de ventilação, a alvenaria começou a secar
e a argamassa começou a endurecer, apresentando, actualmente, as
características habituais.
b). Na parte da fachada principal que já está pintada, foi aplicado, em 1992, um
revestimento vulgar, com argamassa de cimento e areia, no qual, apesar de os
trabalhos terem sido executados cuidadosamente, com areias limpas e com uma
quantidade de cimento que não pareceu excessiva ( traço 1 / 5, em volume),
ocorreu, rapidamente, uma exagerada fendilhação.
(Ver fotografias 26 e 27).
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27 / 27
Fotografia 26
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28 / 28
Fotografia 27
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4.5. Vantagens e inconvenientes
4.5.1. Vantagens
Dado que a cal hidratada com incorporação de gordura é "mais fina" do que a cal
apagada vulgar (ver item 3.3.2), é de supor que, de facto, nas argamassas
fabricadas com a primeira se forme uma pasta mais capaz de penetrar facilmente
nas alvenarias, como convém. Porém, o facto de a presa ser lenta poderá ter
um efeito negativo.
Por outro lado, a aderência pode ser destruída pela presença de humidade
excessiva entre o reboco e o suporte ( ver alínea d ).
De qualquer modo, o que mais interessa é notar que não se conhecem
quaisquer ensaios de arrancamento de rebocos feitos com este tipo de
argamassa.
No entanto, a experiência mostra que, de facto, em condições normais, as
argamassas de Cal D. Fradique apresentam boa aderência às alvenarias.
b). Plasticidade:
Trata-se de uma característica geral e bem conhecida, das argamassas de cal
aérea.
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Não era de esperar outra coisa, visto que, devido à plasticidade das argamassas
de cal (resultantes da lentidão da sua presa) aquelas alvenarias vão sofrendo
deformações que não são compatíveis com a rigidez daqueles rebocos.
Ou, por outra forma, aqueles rebocos (ao contrário do que sucede com os de
argamassa de cal aérea) não apresentam plasticidade compatível com as
deformações daquelas paredes.
e). Salubridade:
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4.5.2. Inconvenientes
A este propósito, tem interesse referir que num artigo apresentado no site da prestigiada
U. S. Heritage Group [11] , pode ler-se:
" Virtually every masonry structure built before 1930 was constructed using
lime putty mortar. This mortar was soft, flexible, and self healing. Mortar was
originally designed to act as "sacrificial material", allowing a masonry structure to
move without cracking.
Because the mortar was soft, the walls were forgiving. Unfortunately, many
modern structures are re-pointed using modern "cement based" mortar that is
very rigid and possesses very little self-healing properties. these can cause
potentially irreversible damage to historic buildings.
...Therefore, when specifying a repointing mortar for an old building, it´s logical to
consider the original mortar ingredients."
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32 / 32
De resto, a aplicação de argamassas de cal em obras de restauro de edificações
históricas está generalizada.
A título experimental, e conforme se sabe que era propósito do falecido Arquitecto Quirino
da Fonseca, pretende-se fabricar e aplicar em rebocos uma argamassa constituída por Cal
D. Fradique, areia e tijolo de barro vermelho finamente triturado, em diversos traços.
O objectivo será o de obter um reboco com maior dureza e com uma coloração
agradável, dispensando pintura e proporcionando a vantagem de tornar menos notórias
quaisquer agressões físicas do tipo das que, nos rebocos pintados, provocam a remoção da
tinta.
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BIBLIOGRAFIA
[1] - Quirino da Fonseca, Pedro; et al. - "Cal D. Fradique - uma herança milenar". Lisboa,
1996.
[4] - Ramerini, Marco - "The Portuguese in the Arabia Peninsula and in the Persic Gulf".
Internet, http // www. geocities.com / Athens / Styx / 6497/ hormuz. html.
[6] - Grieve, N. - "The Urban Conservation Glossary" - Internet, http // www. trp.
dundee.ac.uk/research/glossary/glossary.html
[8] - LNEC - "Estudo da argamassa de cal aérea utilizada no Castelo de S. Jorge" - Relatório
183/98-NCCt (elaborado para a empresa STAP), LNEC, Lisboa, 1998.
[11] - Speweik, J. - "Historic Lime Putty Mortar Returns to the Trowel". U. S. Heritage Group.
Internet. 1998.
[12] - King, Gene - "Reviving Traditional Mortar Means Reviving Traditional Skills". U. S.
Heritage Group. Internet. 1998.
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SIMATEC
1º SIMPÓSIO ACIOAL
MATERIAIS E TECOLOGIAS A COSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS
ABRIL 1985
Amílcar M. D. Tavares*
RESUMO
Uma nova unidade Industrial/ utilizando os processos mais modernos da Europa, produz 280
toneladas/ dia de Cal Hidratada. A sua apresentação poderá ser em sacos ou a granel com a
garantia de uma qualidade absoluta.
A exemplo do que acontece nos principais países da Europa a sua utilização é recomendada em
rebocos exteriores e interiores, assentamento de alvenarias, no fabrico de blocos e abobadilhas e
em betões de resistência média.
Substitui o cimento com vantagens económicas nos trabalhos atrás referidos, além de
proporcionar melhores acabamentos, melhor aderência e maior rentabilidade da mão de obra,
melhorando consideravelmente a qualidade da construção.
ARGILOSOS .............................................................................................................................. 7
A nossa Unidade Industrial, instada na maior região calcária da Serra dos Candeeiros (Valverde
- Alcanede – Santarém) tem como matéria prima calcários seleccionados, explorados em
pedreiras próprias, com uma capacidade de exploração diária que pode .ir até 3000 ton./dia.
Para satisfação de várias exigências de mercado, está esta unidade equipada com moinhos que
lhe permitem obter varias granulometrias, nomeadamente de O a 6 mm. Aproveitando esta
granulometria, equipou-se a industria com hidratadores cuja capacidade é de 720 ton./dia de Cal
Hidratada - Ca(OH)2.
Todo o processo de hidratação é automático, garantindo uma qualidade uniforme, a qual é
controlada pelo laboratório da empresa de forma a apresentar um produto de nível internacional,
especialmente dentro dos parâmetros da norma A.S.T.M.
Para colocar no mercado tão elevada produção, está esta empresa apetrechada com uma frota de
camiões de tonelagens variadas para fornecimentos em sacos ou a granel.
De acordo com a análise química efectuada pelo L.N.E.C., a nossa matéria-prima tem a seguinte
composição:
Nota: Apesar dos controles rigorosos na fabricação, podem surgir variações em relação às
percentagens indicadas.
Estas densidades podem ser comparadas com as densidades médias de outros ligantes:
Por tais motivos, é necessário que o conjunto formado pela argamassa de assentamento, os
elementos de enchimento e os rebocos, se adaptem às referidas e inevitáveis deformações. O
recurso à utilização de argamassas bastardas é a solução tecnicamente mais viável.
A contracção por secagem aumenta com a dosagem de cimento e com teor de elementos finos
(argilas) contidos nas areias. Uma boa argamassa deverá ter uma contracção reduzida. Para a
generalidade das aplicações, no assentamento das alvenarias e em revestimentos, são necessárias
contracções reduzidas. Para o efeito, as argamassas ricas em cal hidratada oferecem vantagens
significativas.
Trabalhabilidade
As argamassas devem ter urna boa trabalhabilidade sem, contudo, se tornarem excessivamente
fluidas.
Antes do aparecimento ca nossa cal, para se obterem argamassas com boa trabalhabilidade,
recorria-se a areias argilosas tinham o inconveniente de ocasionar elevadas contracções, com a
consequente fendilhagem, alem de reduzirem a aderência.
Aderência às Superfícies
Assim se obtém uma boa ligação entre as argamassas e elementos de construção, com o
adequado preenchimento das juntas. Nos trabalhos em superfícies verticais (paredes) e tectos,
uma boa aderência reduz os desperdícios de argamassas e aumenta o rendimento da mão-de-
obra na sua execução. No caso de se utilizarem argamassas projectadas, esta propriedade torna-
se fundamental para a produtividade do trabalho.
Resistência Mecânica
Já se referiu que a resistência mecânica cresce com a dosagem de cimento. A resistência inicial
depende, principalmente, da dosagem de cimento, pois este ligante faz presa em algumas horas e
atinge resistências elevadas em alguns dias. O endurecimento da cal é resultado da sua
carbonatação em presença do dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, pelo que esta reacção se
processa mais lentamente.
A resistência mecânica não constitui um parâmetro absoluto da qualidade duma argamassa. Pelo
contrário, na maior parte das aplicações, a resistência elevada está associada a outros
inconvenientes.
Impermeabilidade
No entanto, na maior parte das situações, esta compacidade não conduz directamente à
impermeabilidade. Efectivamente, elevadas dosagens de cimento têm como consequência a
fendilhação dos elementos de construção - alvenarias, por exemplo - e a fissuração dos
respectivos revestimentos, que se evitarão aplicando argamassas com cal.
Durabilidade
Apenas nos casos de elementos de construção em contacto com o solo ou situados em zonas
climáticas submetidas a acções significativas de gelo, terá interesse a utilização de argamassas
pobres em cal hidratada.
São correntes na construção as aplicações de betões em que não é importante obter elevadas
resistências mecânicas. Em tais casos, são suficientes resistências da ordem de 80 a 120 kçf/cm².
Não é fácil fabricar esses betões com pequena dosagem de ligante porque a trabalhabilidade
obtida é insuficiente. Assim, é habitual usar excesso de água ou areias argilosas, como forma de
se economizar ligante. Tal prática conduz a uma grande perda de resistência e à excessiva
contracção por secagem, com a consequente fendilhação. O uso de plastificantes é anti-
económico.
No fabrico de blocos de betão e no fabrico de abobadilhas para pavimentos, não era usual
utilizar-se, argamassas confeccionadas com cal hidratada. No entanto essa prática é habitual nos
países mais desenvolvidos. Refere-se, por exemplo, a sua utilização nos Estados Unidos da
América, onde diversas normas A.S.T.M. prevêem claramente o seu emprego. As
recomendações A.C.I., para alvenarias também consideram na sua utilização blocos de betão em
que o ligante é o cimento e a cal.
A introdução da cal hidratada na dosagem dos betões para o fabrico de blocos, não só tem
vantagens económicas, como também permite uma melhor compactação. Por outro lado os
blocos ou as abobadilhas assim produzidas serão de densidade inferior, além de terem menor
contracção na secagem e proporcionarem maior adesão às argamassas.
Os Serviços Técnicos da GRÉSICAL estão à disposição dos fabricantes com vista ao estudo das
composições mais adequadas para cada caso.
Processo Tradicional
Em regra, os revestimentos de estuques são aplicados sobre uma camada de regularização
executadas com argamassas bastardas e com reduzida dosagem de cimento. Recomenda-se, para
esta camada, argamassas de classe IV (ver quadro de dosagens aconselhadas).
A cal é previamente preparada sob a forma de pasta. Para a sua preparação, pode partir-se da cal
viva, de acordo com a técnica tradicional, ou partir da cal hidratada. Neste caso, a cal em pasta é
preparada pela adição gradual da cal apagada à água, num recipiente bem limpo, mexendo
ligeiramente de uma forma contínua.
A pasta deverá repousar durante algum tempo, antes de ser usada.
Cal em pasta 2
Areia Branca (para esboço) 2-5
Cal em pasta 2
Gesso para estuque 1
Dextrina ou similar
Novo Processo
Este processo consiste em aplicar o estuque propriamente dito sobre a camada de regularização,
que para o efeito estará perfeitamente desempenado. Recomenda-se que esta camada de
regularização seja da classe IV acrescida de 1 parte de cal e a areia utilizada seja areia de
esboço, ou seja:
Cal Hidratada 3
Areia Branca para esboço 11 – 12
Cimento 1
Está pouco divulgada a capacidade da cal hidratada estabilizar solos argilosos quando
excessivamente lamacentos, situação corrente em trabalhos de terraplanagem e nos estaleiros de
obras. Muitas vezes o excesso de água obriga à suspensão dos trabalhos.
Em presença da água, a cal reage com a argila dos solos. Assim a mistura de cal nos solos
argilosos origina a imediata redução da sua plasticidade. O efeito é permanente, podendo ser
conveniente um reforço posterior, para melhor endurecimento. Quando a humidade existente no
solo é muito grande, pode ser utilizada cal viva em vez de cal hidratada. A cal viva absorve
parte da água na sua extinção.
3.5. CAIAÇÃO
O acabamento por caiação é realizado com leite de cal, o qual poderá ser preparado a partir da
cal hidratada. Para tal basta misturar água à cal hidratada. É conveniente adicionar um produto
fixador.
No capítulo anterior foram abordadas algumas das vantagens resultantes da aplicação da cal em
substituição do cimento. Há, no entanto, outras vantagens que a cal hidratada apresenta, não só
relativamente ao cimento mas também relativamente a outros ligantes hidráulicos, como sejam:
Acabamento final
Com a cal hidratada, os acabamentos, além de ficarem mais perfeitos e macios, terão um aspecto
efectivamente mais claro, devido à presença da cal. Estes factores aliados ao facto do
desaparecimento de fendilhação, contribuem para que, nas pinturas finais de acabamentos, se
consigam economias substanciais de tintas. Estas economias poderão cifrar-se em 20%.
Conforto e Salubridade
Nestes sectores a cal tem um contributo relevante. Os acabamentos com cal hidratada
proporcionam maior conforto do ponto de vista térmico: não serão tão frios, como seriam se
utilizasse um ligante hidráulico. Por outro lado, a cal evita as eflorescências, provocadas por
fungos e bolores e que se evidenciam pelas conhecidas manchas escuras, pois a cal é um "anti-
fungo".
5. DOSAGES ACOSELHADAS
DOSAGENS ACONSELHADAS
Quantidades (volume)
Classe Trabalhos
Cimento Cal Hidratada Areia
- Alicerces
1 1/4 3
I - Assentamentos em contacto com o solo
- Alicerces
- Assentamentos em contacto com o solo
- Assentamentos resistentes 1 1/2 4-5
- Reboco de paredes expostas à chuva
II - Acabamento de paredes rugosas
- Assentamentos resistentes
- Acabamento rugosos 1 1 8-9
III - Revestimentos exteriores
- Rebocos interiores
1 2 11-12
IV - Assentamentos interiores
V - Argamassas de enchimento 1 3 14-16
Nestas composições, entende-se que a areia utilizada é uma areia adequada, ou seja, com
granulometria contínua, sem argilas e com poucos finos.
Embora de uma forma aproximada, aquelas dosagens poderão ser expressas em peso.
ARGAMASSAS DE REPARAÇÃO DE
ESTRUTURAS DE BETÃO
PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO
Carlos Bhatt
João Fonseca
Miguel Branco
Pedro Palma
EDIÇÃO: A monografia apresentada foi
CONSTRULINK PRESS realizada na cadeira de
Processos de Construção da
licenciatura de Engenharia Civil
do Instituto Superior Técnico.
CONSTRULINK, S.A.
Rua Vilhena de Barbosa, N.º 4, 1.º Dto
1000 – 285 Lisboa
Tel: +351 218 471 245
[email protected]
Agradecimentos
Para a realização desta monografia agradecemos o material dispensado pela Eng. Sofia Ribeiro
(LNEC), Eng. Resende (IST), Eng. Roger Moita (Mapei) e Sr. Rui Coelho (Sika).
É necessário ainda fazer-se uma referência especial à Weber Cimenfix que proporcionou uma
visita às suas instalações em Aveiro. Agradecemos à Engª. Susana Marvão, Eng. Vitor Pereira e Eng.
Rui Matias pelo acompanhamento prestado durante a visita.
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Argamassas de Reparação de Estruturas de Betão Processos de Construção
Sumário
Este trabalho consiste na caracterização das argamassas de reparação de estruturas de betão.
Após um enquadramento inicial do trabalho na realidade da construção civil actual, estudaram-
se as causas que levam à degradação do betão. Entre estas salientam-se as causas humanas, físicas,
químicas, mecânicas e as provocadas pela corrosão do aço das armaduras.
Um processo de reparação pode ser caracterizado como tendo quatro fases, que são o
diagnóstico da causa e avaliação da sua extensão, a selecção da argamassa de reparação, a preparação
da área a ser reparada e a aplicação da argamassa de reparação.
Numa primeira fase foram analisadas as características das argamassas de reparação, assim
como os critérios de seleção da melhor solução. A análise das argamassas processou-se em separado
para as que têm o ligante inorgânico e para as que têm o ligante orgânico.
Em seguida apresenta-se o processo de fabrico e os ensaios que se devem realizar para aferir as
características da argamassa a utilizar. Para aprofundar esta etapa, visitou-se a fábrica da Weber
Cimenfix em Aveiro.
Para se obter uma boa reparação há que se atender à preparação da superfície do suporte. Neste
capítulo também são analisados os cuidados a ter quando se encontram varões corroídos. Outro aspecto
importante analizado é o processo de colocação da argamassa. São apresentados diversos métodos
tendo cada um as suas vantagens e desvantagens.
Por fim tecem-se as considerações finais.
Carlos Bhatt – 49124, João Fonseca – 49169, Miguel Branco – 49107, Pedro Palma – 49225 iii
Argamassas de Reparação de Estruturas de Betão Processos de Construção
Índice de Texto
Pág.
1. Introdução.....................................................................................................................................1
2. Deterioração de estruturas de betão armado.............................................................................1
2.1. Introdução ..................................................................................................................................1
2.2. Acção humana............................................................................................................................2
2.3. Danos físicos..............................................................................................................................2
2.4. Danos químicos..........................................................................................................................3
2.4.1. Reacções álcalis-inertes.......................................................................................................3
2.4.2. Sulfatos................................................................................................................................3
2.5. Danos mecânicos .......................................................................................................................4
2.6. Corrosão das armaduras.............................................................................................................4
2.6.1. Carbonatação .......................................................................................................................4
2.6.2. Cloretos ...............................................................................................................................5
2.6.3. Correntes vagabundas..........................................................................................................5
3. Argamassas de reparação ............................................................................................................5
3.1. Introdução ..................................................................................................................................5
3.2. Critérios de selecção ..................................................................................................................6
3.2.1. Retracção .............................................................................................................................6
3.2.2. Aderência ............................................................................................................................7
3.2.3. Outros efeitos ......................................................................................................................7
3.3. Constituintes gerais das argamassas ..........................................................................................8
3.4. Argamassas de ligantes orgânicos .............................................................................................8
3.4.1. Resinas de poliéster .............................................................................................................9
3.4.2. Resinas epoxídicas ..............................................................................................................9
3.4.3. Adições................................................................................................................................9
3.4.4. Propriedades ......................................................................................................................10
3.4.5. Aplicações .........................................................................................................................11
3.5. Argamassas de ligantes inorgânicos ........................................................................................11
3.5.1. Argamassas de cimento portland.......................................................................................12
3.5.2. Argamassa projectadas ......................................................................................................12
3.5.3. Argamassas modificadas com polímeros ..........................................................................13
3.5.4. Propriedades ......................................................................................................................13
3.5.5. Aplicações .........................................................................................................................14
4. Processo de fabrico.....................................................................................................................15
5. Inspecção e controlo da qualidade ............................................................................................16
5.1. Introdução ................................................................................................................................16
5.2. Ensaios .....................................................................................................................................16
5.2.1. Ensaios laboratoriais..........................................................................................................16
5.2.2. Slant shear test...................................................................................................................17
5.2.3. Teste de corte directo ........................................................................................................18
5.2.4. Teste de pull-off ................................................................................................................18
5.2.5. Bloco de Bänziger .............................................................................................................18
6. Preparação da superfície ...........................................................................................................18
6.1. Fases.........................................................................................................................................18
6.2. Equipamentos para tratamento da superfície ...........................................................................20
6.3. Existência de aço corroído .......................................................................................................21
6.3.1. Limpeza .............................................................................................................................21
6.3.2. Tratamento ........................................................................................................................22
6.3.3. Protecção ...........................................................................................................................22
7. Métodos de colocação.................................................................................................................23
7.1. Ligação do material de reparação ao suporte...........................................................................23
7.2. Técnicas de colocação..............................................................................................................24
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Argamassas de Reparação de Estruturas de Betão Processos de Construção
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Argamassas de Reparação de Estruturas de Betão Processos de Construção
1. Introdução
O betão armado é actualmente uma das melhores opções para a construção civil. A sua
capacidade para ser moldado e as suas características resistentes levam-no a ser uma boa solução
estrutural. Contudo, como todos os materiais, o betão sofre degradações de diferentes origens ao longo
do seu tempo de vida.
A reparação do betão armado ocorre fundamentalmente em dois tipos de estruturas: por um
lado, as que estão a atingir o período de vida para o qual foram projectadas e onde é visível o
aparecimento de sinais de envelhecimento; por outro lado as estruturas que apresentam uma
deterioração precoce (Fig. 1).
A capacidade de uma construção cumprir as funções para as quais foi projectada, durante a sua
vida útil, sem originar custos significativos de reparação e manutenção, designa-se por durabilidade. Os
procedimentos que visam a correcção de anomalias, de modo a
devolver às construções as características inicias, constituem a
reparação. A recolocação de materiais perdidos, ou a correcção da
degradação de componentes de uma estrutura, são alguns dos tipos
de acções que caracterizam a reparação [7]. Entre as técnicas de
reparação a utilização de argamassas de reparação é uma das mais
frequentes e será apresentada neste trabalho.
Actualmente, as técnicas de reparação têm vindo a tornar-se
mais elaboradas, devido à utilização de betões mais resistentes,
Fig. 1-Fachada com elevado estruturas mais complexas (pós-tensionados, pré-fabricados e
estado de degradação [3] mistas), novos aditivos e construções em ambientes mais agressivos
(atmosferas mais poluídas e zonas de utilização de sais para degelo).
Um programa de reparação pode ser caracterizado como tendo quatro fases: diagnóstico da
causa e avaliação da sua extensão, selecção do material de reparação, preparação da área a ser reparada
e aplicação do material de reparação. Para além das quatro fases anteriores, ao longo deste trabalho
aborda-se também o processo de fabrico e controlo da qualidade das argamassas de reparação.
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Argamassas de Reparação de Estruturas de Betão Processos de Construção
x Deterioração das armaduras: que pode assumir a forma de corrosão, ou em último caso, de
rotura. Este tipo de deterioração pode dar origem a fissuração ou ao destacamento do
recobrimento de betão;
x Deterioração de outros elementos: apoios, articulações e materiais de estanquidade
(impermeabilizações e juntas);
x Deformações excessivas: deslocamentos, oscilações, movimentos anormais nos apoios, etc.
2.2. Acção humana
Quando uma estrutura apresenta precocemente sinais de deterioração, tal pode ser consequência
de erro humano numa das quatro fases já referidas. Em muitos casos, estes problemas devem-se a
projectos incompletos, nomeadamente na pormenorização das armaduras (Fig. 3), aos sistemas de
drenagem, às espessuras de recobrimento, à escolha de materiais inadequados, às condições ambientais,
a um insuficiente controle da qualidade, a erros de execução ou a alterações excessivas em relação ao
projecto, etc.
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Argamassas de Reparação de Estruturas de Betão Processos de Construção
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Argamassas de Reparação de Estruturas de Betão Processos de Construção
3. Argamassas de reparação
3.1. Introdução
Uma boa reparação requer a combinação correcta das propriedades e dimensões das argamassas
de reparação e do suporte. A argamassa deve evitar que a estrutura se continue a deteriorar, restaurar a
integridade estrutural e permitir um acabamento final aceitável [11].
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Argamassas de Reparação de Estruturas de Betão Processos de Construção
x de reparação não estrutural - são aplicadas na superfície do betão com a função de restituir a
geometria e a estética da estrutura.
A escolha da argamassa mais indicada para a reparação depende do objectivo desejado pelo
utilizador e das condições de utilização e técnicas de instalação, devendo ser avaliada a relação entre
custo, desempenho e risco. Não se devem desprezar as questões ambientais, caso estas sejam relevantes.
As condicionantes criadas pelo utilizador consistem principalmente em questões de ordem
estética e económica. Refere-se, por exemplo o facto de a reparação poder ficar ou não visível, não
haver fissuras finais, o tipo de textura e os custos envolvidos.
Relativamente às condições de utilização deve-se considerar o tipo de carregamento existente
(atender a usos indevidos da estrutura e cálculo deficiente de acções), os gases atmosféricos, os ataques
químicos, a exposição a radiação ultra-violeta, a humidade e a temperatura. Esta avaliação deve
também incidir sobre a altura de colocação da argamassa.
Para avaliar o desempenho de uma argamassa deve-se atender às suas propriedades mecânicas
(rigidez, elasticidade, resistência e velocidade de presa), durabilidade, resistência a ataques químicos,
permeabilidade à água, aderência ao material original e trabalhabilidade. É relevante que se conheçam
estas carcterísticas antes e depois do endurecimento. As diferenças entre as propriedades da argamassa
e do suporte provocam tensões internas que podem levar a fendas e à perda de capacidade resistente,
delaminação ou desagregação (Fig. 17).
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Argamassas de Reparação de Estruturas de Betão Processos de Construção
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Argamassas de Reparação de Estruturas de Betão Processos de Construção
O efeito das rodas dos veículos está ligado a efeitos de abrasão da superfície e descasque das
juntas. Para minimizar estes efeitos devem-se adoptar materiais com alta densidade e boa resistência à
compressão [1].
3.3. Constituintes gerais das argamassas
Podem-se dividir as argamassas de reparação estrutural em dois grandes grupos, consoante o
tipo de ligante utilizado: as que têm por base ligantes orgânicos (como é o caso das resinas de epóxido e
de poliéster), e as que têm por base ligantes inorgânicos (em geral o cimento portland) [7].
As argamassas de reparação, embora de naturezas muito diversas, têm uma estrutura funcional
relativamente semelhante (Fig. 22). Entre os vários intervenientes salientam-se os seguidamente
apresentados.
O ligante é o agente aglomerante que liga os fillers ou cargas e os agregados formando um
material composto. Pode ser cimento portland ou resinas termoendurecíveis de poliéster, epoxídicas ou
de acrílico. Estas duas últimas são polímeros utilizados para conferir maior resistência química ou para
aplicações mais finas.
Os agregados finos
melhoram as propriedades
mecânicas, reduzem a retracção
e melhoram a resistência à
abrasão. A sua forma vai afectar
a compacidade do material (Fig.
19).
Os agregados grossos
Fig. 19-Agregados finos e reduzem mais eficazmente o
grossos [3] Fig. 20-Látex visto em microscópio
volume de ligante e melhoram a
electrónico [5]
resistência mecânica.
As cargas são agregados de diversas naturezas, utilizados para alterar as propriedades do
material. Ocupam o espaço entre os agregados finos e grossos melhorando a sua coesão interna,
diminuindo a quantidade de ligante e reduzindo os custos.
Os polímeros modificadores, utilizados em materiais
à base de ligante inorgânico, são por exemplo o látex (Fig.
20), acrílico e as emulsões de epóxidos e poliésteres.
As fibras reforçadas são filamentos de aço ou vidro
(Fig. 21) concebidas para resistir à tracção. Controlam a
fendilhação de retracção e aumentam a resistência ao
impacto.
Os modificadores químicos são diversos produtos
químicos que podem funcionar como aceleradores de presa,
redutores de água, plastificantes ou agentes expansivos.
Fig. 21-Fibras de vidro vistas em Contribuem para o controlo das propriedades antes e depois
microscópio electrónico [5] da cura.
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reparação. Entre as várias adições destacam-se algumas mais comuns que são seguidamente analisadas
[7].
Os diluentes são líquidos que diminuem a viscosidade e aumentam o volume sólido do material.
Permitem também aumentar a quantidade de cargas, e assim reduzir o custo total. Contudo diminuem as
resistências mecânica e química do produto final. São normalmente utilizados em resinas de epóxido,
sendo classificados em reactivos (não diminuem significativamente a resistência mecânica) ou não
reactivos (reduzem a resistência mecânica). Estes últimos são utilizados em tintas ou quando a resina é
aplicada em camadas finas.
Os flexibilizantes aumentam a flexibilidade do material, melhorando o seu comportamento a
choques (por exemplo choques térmicos). Provocam a redução das resistências mecânica e química do
material. Utilizam-se para evitar tensões elevadas para deslocamentos impostos.
As cargas são inertes de diversa natureza que são utilizadas na mistura para reduzir a
quantidade de resina utilizada e para melhorar as características do produto final.
Os pigmentos são utilizados para dar cor às formulações de resinas. Estes são insolúveis na
resina e devem ser utilizados aqueles que sejam estáveis nos ambientes alcalinos provocados por alguns
iniciadores.
3.4.4. Propriedades
Nos materiais de reparação à base de ligante orgânico, há diferentes propriedades que tem
interesse analisar antes e depois do endurecimento [7].
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módulo de elasticidade para cada caso. Contudo, para uma mesma formulação de resina com um
mesmo tipo de carga, a rigidez aumenta com a percentagem de cargas.
A extensão na rotura, para ambas as resinas, varia entre 1,5 e 5% (ISO 527). A introdução de
cargas reduz significativamente estes valores.
O coeficiente de dilatação térmica é muito superior ao dos materiais cimentícios, razão pela
qual apenas se aplicam em camadas finas e com pouca exposição solar. As formulações de poliéster
sofrem maiores deformações que as epoxídicas, face a variações térmicas. A utilização de cargas pode
reduzir o coeficente de dilatação térmica, obtendo-se valores semelhantes ao do betão.
Em termos de resistência química, as formulações são resistentes à água, a ácidos não oxidantes
e álcalis. Os epóxidos e acrílicos misturados com agregados bem graduados produzem materiais fortes e
quimicamente resistentes.
A resistência à temperatura é maior nas resinas epoxídicas, embora em geral nenhuma resina
sofra alterações até aos 50 a 70ºC.
A durabilidade das resinas de epóxido é maior, tanto na presença de água, como quando sujeitas
à fadiga.
3.4.5. Aplicações
As argamassas de ligante de poliéster são recomendadas para
aplicações não estruturais. Na reparação das estruturas de betão
limitam-se a injecções, colagens e fabrico de argamassas e betões.
Na utilização de resinas como ligantes de argamassas ou
betões, a resistência mecânica obtida é da ordem da dos materiais
cimentícios ou superior, estando a cura completa após 48 horas.
A superfície a reparar deve ser preparada antes da aplicação da
argamassa. Quando o suporte apresenta microfissuras ou zonas porosas
ou quebradiças mesmo após a preparação, deve-se aplicar uma resina
adequada por injecção (Fig. 25).
Deve-se realizar um tratamento anticorrosivo das armaduras já
que estas argamassas não as conseguem passivar.
Fig. 25-Aplicação de injecções
As argamassas de ligante epoxídico são utilizadas como [10]
argamassas de reparação em [7]:
x Estruturas em que seja necessário uma cura rápida (reparações condicionadas por marés);
x Reparação de pequenas espessuras (< 3 mm);
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Nas reparações estruturais, a resistência mecânica do material de reparação tem de ser igual ou
superior à do suporte. Quando existe uma clara desproporção entre a resistência dos dois materiais, a
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Argamassas de Reparação de Estruturas de Betão Processos de Construção
A aderência entre o material de reparação e o material de base, deve ser igual ou superior à
resistência à tracção directa do material de base. A qualidade da aderência está relacionada com o
material de reparação utilizado, com o tratamento da superfície a reparar e com a compatibilidade
dimensional entre os dois materiais.
Quando a causa da deterioração são os ciclos gelo-degelo, para se obter uma reparação com boa
longevidade deve-se parar o fluxo interno de água, procedendo-se à impermeabilização das superfícies.
Deve-se garantir que se repara abaixo da linha de gelo.
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4. Processo de fabrico
Para se compreender melhor o processo responsável pelo fabrico
de argamassas de reparação, realizou-se uma visita à fábrica da Weber
Cimenfix em Aveiro, onde se produzem argamassas em pó em em pasta
(não necessitam a adição de água).
O processo de fabrico das argamassas em pó inicia-se com a
recepção e controlo da qualidade das matérias primas. Para tal retiram-se
amostras representativas do material de zonas distribuídas pelo veículo
que o transporta e realizam-se certos ensaios, dos quais a análise
granulométrica é essencial (Fig. 40 e Fig. 38). Fig. 40-Inertes que compõe
uma argamassa de reparação
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Para ensaiar a capacidade de retenção de água (Fig. 47) coloca-se o amassado num aparelho que
imprime uma pressão de 700 mmhg durante 3 minutos ao produto. A água presente no amassado é
sugada, logo, medindo-se a massa sabe-se o que é que o produto conseguiu reter de água estando sujeito
a uma pressão de 700 mmhg (Fig. 45). Para analisar a quantidade de ar presente no amassado, coloca-se
este dentro da máquina apropriada que ao aplicar pressão na câmara e retirar o ar, permite determinar o
índice de vazios da amostra, fazendo a diferença de massa de antes para depois.
Aproveitando uma metade do provete resultante do ensaio à flexão, mede-se a absorção capilar.
A metade é colocada num recipiente com uma solução de nitrato para manter a humidade durante uma
hora e meio a absorver água e de seguida pesa-se a amostra.
Também são realizados testes químicos nos quais os provetes são fechados dentro de tinas com
soluções de sulfatos, cloretos, ácidos e abrem-se de 7 em 7 dias para notar variações. De modo a obter a
permeabilidade ao vapor de água colocam-se uns provetes circulares sobre uma tina com uma solução
de nitrato para manter a humidade constante. De 7 em 7 dias, mede-se a variação de volume que
corresponde à perda por difusao por vapor. Por fim para determinar o comportamento da argamassa em
temperaturas altas e consequentes dilatações,
efectuam-se ensaios ao calor em estufas com
temperaturas por volta dos 70º a 90º.
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aplicado numa superfície inclinada do suporte. Esta superfície é previamente tratada com um jacto
abrasivo de areia (sandblasting). Os resultados são afectados pelo ângulo da superfície inclinada e pela
resistência à compressão dos materiais, que não são controlados pelo ensaio. [1]
5.2.3. Teste de corte directo
O método de corte directo (Fig. 49) mede a resistência ao esforço transverso na ligação,
podendo ser utilizado in-situ ou em laboratório. Este teste consiste no carregamento da peça até a rotura
da ligação, estando directamente relacionado com o método de preparação da superfície. [1]
5.2.4. Teste de pull-off
O teste de pull-off (Fig. 49) avalia a aderência da
ligação, efectuando a identificação do meio mais fraco do
compósito. À semelhança do ensaio anterior, este pode ser
aplicado in-situ ou em laboratório, fornecendo resultados
mais qualitativos que quantitativos. No método in-situ faz-
se um carote através da argamassa até ao suporte e aplica-se
uma força de tracção até à rotura (Fig. 52). É conveniente
que a rotura se localize abaixo da linha de ligação entre o
material de reparação e o betão, evidenciado que ambos
estão bem solidarizados. [1 e 5]
O material de reparação para ser aceite em obra
deve atingir uma resistência de ligação superior a 1Mpa no Fig. 51-
ensaio de pull-off aos 28 dias. [1] Esquema de
teste pull-off
Fig. 52-Ensaio pull-off
in-situ [5]
5.2.5. Bloco de Bänziger [1]
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Fig. 57-Marcação
Fig. 54-Identificação de zonas da zona a reparar
com delaminação [6] Fig. 55-Carote com [3]
coloração violeta da
fenoftaleina (zona
carbonatada a Fig. 56 -
branco) [5] Escoramentos para
suporte temporário
[2]
Para se reparar correctamente uma zona
fendilhada, deve-se identificar o tipo de fissura. As
fissuras vivas são as que variam de dimensões por efeitos
de variação térmica. As fissuras inertes já não apresentam
variação de dimensão.
Deve-se marcar a zona a reparar, vincando-se a
fronteira com uma serra de disco até à profundidade de
6mm (Fig. 57). Para se assegurar uma melhor reparação,
deve-se efectuar um projecto de suporte temporário, com
recurso a escoramentos, para descarregar a peça (Fig. 56).
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Deve-se limpar a superfície do aço e verificar se a ligação aço-betão foi enfraquecida após a
fase de preparação. Caso isto aconteça deve-se tratar o varão como se estivesse corroído.
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6.3.2. Tratamento
A perda de secção, devido à
corrosão, pode ter efeitos estruturais,
causados pela diminuição da
capacidade resistente (Fig. 74). A
reparação ou substituição dos varões
Fig. 75-Métodos de ligação do novo varão [1]
realiza-se quando estes apresentem
uma perda excessiva de secção (perda de mais de 25%). Esta reparação pode ser efectuada com recurso
a uma barra suplementar na zona afectada (se a redução de secção for inferior a 30%) ou introduzindo
uma nova barra de substituição (se a redução for superior a 30%) (Fig. 75) [1]. A ligação aos novos
varões pode ser efectuada por soldadura ou por mangas próprias para esse efeito. O comprimento de
empalme deve ser assegurado nas situações em que exista sobreposição de varões.
6.3.3. Protecção
Para se proteger o aço podem-se adoptar diferentes processos.
A protecção natural consiste em rodear as armaduras por um ambiente
alcalino, produzido por um betão de
boa qualidade (pH|12,5). Também
se podem adoptar protecções
complementares, mas nunca em
detrimento da anterior.
As pinturas primárias são
utilizadas como complemento à
protecção natural, antes da colocação
Fig. 77-Aplicação de pinturas da argamassa. No caso de aplicação
primárias [3] de resinas é necessário a aplicação
de um primário anti-corrosão às
armaduras, uma vez que o ambiente que aquelas criam não é alcalino
Fig. 76-Difícil acesso à zona de
(Fig. 77).
reparação do aço [1]
O revestimento consiste em
cobrir a barra corroída com
resinas epoxídicas, isolando a
barra das correntes eléctricas.
Para a obtenção de melhores
resultados deve-se proceder a um
aquecimento prévio das barras.
Posteriormente aplicam-se as
resinas epoxídicas em spray ou
pintadas em ambiente
Fig. 78-Aplicação de resinas
[3]
controlado, podendo ser
utilizadas com ligantes
epoxídicos ou cimentícios (Fig. 78). Existem sistemas
epoxídicos sem solventes a serem aplicadas em duas camadas, e
sistemas epoxídicos com solventes (sistemas mais finos que os
anteriores), que contém pigmentos anti-corrosão. Fig. 79-Aplicação de uma armadura
É complicado assegurar-se uma cobertura total do aço, de sacrifício em volta dos varões de
devido ao difícil acesso à face oculta e às intersecções de varões aço [2]
(Fig. 76).Se estes estiverem protegidos em toda a sua extensão
este método apresenta bons resultados. Caso se adopte apenas uma reparação local, as correntes
eléctricas podem-se concentrar na zona desprotegida e acelerar a corrosão. Pode mesmo progredir
chegando-se a atingir a barreira protectora. No caso de se utilizarem novas barras soldadas, as resinas
podem proporcionar melhor ligação.
A protecção catódica de ânodo sacrificado consiste na cobertura dos varões com zinco ou
titânio (o metal de sacrifício), que é ligado electricamente à armadura e é aplicado com pincel após
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Esta técnica pode ser feita por vácuo, devendo-se proceder a uma selagem posterior com
polietileno. Deste modo consegue-se retirar o ar do interior das fissuras, não provocando pressões
internas no betão a reparar e aumentando a taxa de penetração.
Em fendas sub-horizontais deve-se iniciar a injecção pelo furo inferior passando-se para o
seguinte, quando houver o seu preenchimento total. Em fissuras sub-verticais inicia-se a injecção no
furo central, passando-se alternadamente para os circundantes.
7.2.2. Cicatrização
A cicatrização é um método apenas utilizado para fissuras inertes e com profundidades
inferiores a 0,2mm. Baseia-se na carbonatação do óxido e hidróxido de
cálcio do cimento que reagem com o anidrido carbónico.
O processo de cicatrização também pode ser efectuado em
presença do tetrafluosilicato ou de fluosilicato de sódio (vidro líquido).
As vantagens destes processos são o aumento da resistência à
tracção, o baixo custo e a dispensa de mão-de-obra especializada.
7.2.3. Impermeabilização capilar
O método de impermeabilização capilar consiste na aplicação
de micro-argamassas pré-doseadas que impermeabilizem a superfície. Fig. 86-Agrafagem [1]
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8. Considerações finais
Nesta monografia apresentaram-se os diversos materiais e métodos existentes para a reparação
de estruturas de betão. Contudo, é necessário referir-se que um projecto deve procurar minimizar as
causas de deterioração precoce das estruturas, evitando o recurso a estes materiais, já que a finalidade
do projectista é assegurar os estados limites últimos e de serviço, garantindo a segurança estrutural e a
durabilidade da construção.
As possibilidades que as argamassas de reparação oferecem não devem ser vistas como um
apoio para se poderem construir estruturas mais económicas ou para se descurar o processo construtivo,
mas sim como uma solução de último recurso.
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No caso de ser necessário recorrer a argamassas de reparação deve-se ter presente todos os
aspectos referidos ao longo do trabalho. Para se obter bons resultados deve-se escolher uma argamassa
que tenha uma boa ligação ao suporte, deve-se tratar cuidadosamente a superfície a reparar e por fim
escolher o método de colocação que melhor se adapta à situação em causa.
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9. Referências
9.1. Livros
[1] EMMONS, P.H. – “Concrete Repair and Maintenance” – R. S. Means Company, Kingston,
1993;
[5] ALEIXO, J.; COUTO, J.; et al. – Apontamentos da Disciplina de Diagnóstico, Patologia e
Reabilitação de Construções de Betão – Mestrado em Construção, I. S. T.;
[13] PIEDADE, A.C.C. – Pedras Naturais - Documento de apoio nº2 das folhas da disciplina
de Materiais de Construção I, I.S.T;
9.3. Sites da Internet
[14] Sika Portugal – Empresa de materiais de construção, 27/05/2004: www.sika.pt;
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Anexo
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DOSSIER ECONÓMICO
Maio 2006
01
REVESTIMENTOS EXTERIORES
Reboco + Pintura e Monomassa
Editori
Editorial
orial
Apresentação
O Dossier Económico estabelece comparações técnicas e económicas sobre soluções que competem entre si
para uma mesma aplicação.
Perfil editorial
O Construlink.com, é um portal de referência do sector (Teixeira Duarte, e Instituto Superior Técnico). Os
conteúdos nele publicados são de carácter técnico e/ou científico nas áreas de arquitectura, engenharia e
construção. Estes conteúdos fazem com que todos os profissionais ou estudantes do sector possam encontrar
a informação técnica que necessitam de forma rápida e eficaz.
Conteúdo Técnico
Este Dossier Económico tem como temática duas soluções para revestimentos exteriores: Reboco+Pintura
comparativamente a Monomassa.
Ao longo deste documento explica-se de uma forma sucinta as propriedades de cada um dos produtos, o seu
modo de preparação bem como o do suporte, a sua aplicação e as possíveis anomalias detectadas.
Estima-se também um custo médio dos dois tipos de aplicação, baseado nos valores médios correntes no
mercado actual.
Periodicidade
Trimestral
Edição
Construlink.com
Maio 2006
Índice
1. Edifício Considerado................................................................................................................................. 3
1.1 Descrição ............................................................................................................................................. 3
1.2 Áreas.................................................................................................................................................... 3
2. Reboco Pré-Doseado................................................................................................................................ 4
2.1 Descrição............................................................................................................................................. 4
2.2 Características de resistências físicas e mecânicas .......................................................................... 5
2.3 Suporte .............................................................................................................................................. 10
2.4 Aplicação ............................................................................................................................................11
3. Pintura com Tinta Texturada Flexível Impermeabilizante...................................................................... 13
3.1 Descrição............................................................................................................................................ 13
3.2 Suporte .............................................................................................................................................. 13
3.3 Aplicação ........................................................................................................................................... 13
3.4 Patologia............................................................................................................................................16
3.4.1 Defeitos de Aspecto ...................................................................................................................16
3.4.2 Defeitos de Durabilidade........................................................................................................... 17
4. Monomassas............................................................................................................................................ 21
4.1 Descrição............................................................................................................................................ 21
4.2 Tipos de acabamento........................................................................................................................ 21
4.2.1 Acabamentos de pedra projectada ........................................................................................... 21
4.2.2 Acabamentos tradicionais..........................................................................................................22
4.3 Suporte..............................................................................................................................................23
4.4 Preparação da massa....................................................................................................................... 25
4.5 Aplicação...........................................................................................................................................27
4.6 Patologia .......................................................................................................................................... 28
4.6.1 Defeitos de Aspecto .................................................................................................................. 28
4.6.2 Defeitos de Durabilidade.......................................................................................................... 29
5. Quadro comparativo ............................................................................................................................... 31
6. Analise Económica ..................................................................................................................................33
7. Bibliografia ............................................................................................................................................. 36
1. Edifício Considerado
1.1 Descrição
O objecto alvo de análise é um projecto tipo de um edifício de habitação de 4 pisos, com duas frentes, que
confina com outras duas construções já existentes. O local escolhido para a sua implantação foi a vila de
Quarteira, no Algarve. A analise económica e realizada com base nas características deste projecto.
1.2 Áreas
Cálculo das áreas úteis para aplicação dos revestimentos:
Alçado Principal
Área Total da Fachada 220,80 m2
Área não revestida
Janelas 22,16 m2
Porta 4,25 m2
Total a revestir (incluindo as lajes 229,44 m2
das varandas e as chaminés)
Alçado Posterior
Área Total da Fachada 220,80 m2
Área não revestida
Janelas 30,56 m2
Total a revestir (incluindo as lajes 225,64 m2
das varandas e as chaminés)
2. Reboco Pré-
Pré-Doseado
2.1 Descrição
O reboco pré-doseado é uma argamassa seca, formulada a partir de ligantes hidráulicos, agregados
siliciosos e adjuvantes. Trata-se de uma argamassa de construção industrial em que o doseamento e
a mistura das referidas matérias-primas são realizados de forma perfeitamente controlada na fábrica.
Esta argamassa é expedida para a obra, em saco ou a granel para alimentação de silo, dependendo
do volume do consumo e espaço disponível, pronta a ser misturada com água [6]. Este tipo de
argamassa pode ser aplicada manualmente ou por projecção.
A sua utilização no revestimento exterior de paredes de edifícios apresenta, entre outras, a vantagem
de conduzir a uma racionalização das operações e, consequentemente, a uma redução dos tempos
de execução quando comparada com a solução tradicional de rebocos preparados em obra e
aplicados em varias camadas.
O bom desempenho deste tipo de sistema de reboco não depende apenas da formulação das
argamassas em si mas também das suas condições de amassadura, quantidade de água introduzida,
tipo e estado do suporte onde vai ser aplicada, espessura da camada, condições de aplicação e cura
(relativas ao ambiente e a aspectos técnicos e humanos). Isto quer dizer que uma “boa” argamassa
pré-doseada pode mostrar-se deficiente no revestimento de uma determinada alvenaria, devido a
especificidades desse suporte. Todavia, mesmo sobre suportes idênticos, essa argamassa pode, num
caso, apresentar desempenho satisfatório, enquanto noutro isso pode não se verificar, eventualmente
devido a problemas de aplicação. [3]
O RHP, Reboco Hidráulico Pronto, é uma Argamassa Seca constituída por ligantes hidráulicos, agregados diversos e
adições, pronta a utilizar após amassadura com a quantidade correcta de água, destinada à execução de rebocos
interiores e exteriores.
Consoante a dimensão da obra, o RHP pode ser fornecido em sacos de 30 kg, paletizados e plastificados ou a granel
para alimentar Silos colocados em obra.
O RHP existe em granulometria fina ou média, a seleccionar em função do acabamento (tipo de tinta).
A aplicação é preferencialmente feita por projecção mecânica, podendo ainda, determinados variedades de RHP ser
aplicadas manualmente.
O rendimento teórico depende da variedade escolhida, mas varia entre 16 e 19 kg/m2 por cm de espessura.
O acabamento será talochado, se estiver prevista uma pintura com Tinta Texturada ou esponjado, se estiver prevista
uma Tinta Lisa.
Entre as vantagens da solução RHP, podem referir-se:
O reboco RHP é um produto com Marcação CE (segundo a Norma EN 998-1) e com a Marca Produto Certificado da
Certif, Associação para a Certificação de Produtos.
O comportamento face à água na forma líquida e de vapor foi avaliado através dos ensaios de
capilaridade e de permeabilidade ao vapor de água, realizados de acordo com as fichas de ensaio
Fe05 e Fe06 UNL/DEC e seguindo em termos gerais as normas NP EN 1015-18 e EN 1015-19, a partir
dos 42 dias de idade dos provetes. Os resultados obtidos são apresentados na tabela 2. A
permeabilidade ao vapor de água das argamassas foi avaliada pelo método da cápsula “húmida”
(interior em ambiente saturado) com os provetes em ensaio colocados numa câmara climática a 20ºC
e 40% de HR. o comportamento face à capilaridade é expresso em termos de coeficiente de
capilaridade, que traduz a velocidade com que se dá a absorção capilar nos primeiros 60 minutos de
ensaio, e do valor assintótico da absorção capilar, que regista a quantidade total de água absorvida.
O desenvolvimento da absorção capilar é ilustrado na figura 2. Na figura 3 apresentam-se os
resultados da porosidade aberta, do valor assintótico, do coeficiente de capilaridade e da
permeabilidade ao vapor da água.
No que se refere às características registadas pela argamassa C (de cor branca), verifica-se que
apresenta resistências mecânicas bastante elevadas, desnecessárias e eventualmente excessivas para
aplicações sobre alvenarias correntes, indiciando uma deformabilidade muito reduzida. Relativamente
ao comportamento face à acção da água, a quantidade absorvida por capilaridade é bastante inferior
a todas as restantes argamassas analisadas, tal como a sua permeabilidade ao vapor de água. Esta
situação, que se pode justificar pela maior compacidade apresentada pela argamassa C, indicia o
acesso de menor quantidade de água capilar mas uma maior dificuldade de secagem.
No caso da argamassa E, concebida para aplicação por projecção mecânica, registou-se a influência
que uma maior quantidade de água pode ter nas características analisadas (caso da argamassa Em).
Nesta última argamassa Em referida, a maior quantidade de água (em termos de maior consistência
No que se refere à argamassa F (também indicada para aplicação por projecção mecânica mas
contendo agregados mais finos que a argamassa E e supostamente resultando de uma melhoria
relativamente à argamassa B), verifica-se que, com aumento da resistência à flexão, a argamassa
resulta mais deformada (menor módulo de elasticidade dinâmico), com maior porosidade aberta e
elevada permeabilidade ao vapor de água, características que podem contrabalançar absorções
capilares mais rápidas do que no caso das argamassas comparáveis B e E, mas de menor valor total.
A resistência aos cloretos da argamassa F é bastante melhor do que no caso das argamassas
exteriores.
Tendo em conta as características analisadas sobressaem como potencialmente mais eficientes para
aplicação em sistemas de reboco para prédios, de entre as argamassas analisadas, a B e a F, sendo a
primeira à partida do grupo das mais “correntes” no mercado e a segunda resultando de
formulações mais específicas.
A diversidade das argamassas pré doseadas no mercado nacional pode por vezes conduzir à
prescrição de produtos desadequados para determinadas aplicações.
Considera-se que um maior detalhe na caracterização das argamassas, para além da informação
registada nas fichas técnicas dos produtos, fornece instrumentos indispensáveis para o seu melhor
conhecimento, possibilitando uma fundamentação mais rigorosa da sua prescrição.
No entanto o tipo e estado do suporte no qual as argamassas sejam utilizadas e o modo como a
aplicação seja realizada, terão também uma influência primordial nas características finais do reboco.
[3]
REBOCOS
A Vimaplás é fabricante de redes de fibra de vidro. Criou a marca VIPLÁS®, que engloba as suas redes de fibra de
vidro com protecção anti alcalina e que se destinam a armar os rebocos, ou outros revestimentos de parede, com o
objectivo de melhorar o seu comportamento à fendilhação e ao choque.
As redes VIPLÁS® são as ÙNICAS REDES HOMOLOGADAS PELO LNEC, em Portugal.
Existe uma gama de várias dezenas de redes VIPLÁS® , por forma o poder ser oferecida mais do que uma solução
para o revestimento que se pretende armar.
A Vimaplás, apresenta uma rede inovadora: VIPLÁS® AR95 40x40mm de quadrícula. É uma rede fabricada com fios de
fibra de vidro AR, com incorporação de Zircónio, com uma altíssima resistência aos álcalis dos cimentos.
A sua elevada dimensão de quadrícula: 40x40mm, confere à rede VIPLÁS® AR95 grandes vantagens na aplicação de
rebocos projectados.
PINTURAS
Para além de redes VIPLÁS® específicas para pinturas, a Vimaplás tem uma gama de tecidos não-tecidos,
denominados VITROPLÁS.
Estes tecidos não-tecidos, vulgarmente conhecidos como "véus", eliminam e combatem as fissuras das tintas,
garantindo durabilidade, consistência e homogeneidade das pinturas.
Os tecidos VITROPLÁS, existem em duas versões, uma em Poliéster, com elevada elasticidade e outra em Fibra de Vidro,
com alta resistência, para satisfazer necessidades diferentes de aplicação.
Eng.º José
José Maia,
Maia, VIMAPLÀS,
VIMAPLÀS, Lda.
2.3 Suporte
O suporte onde se procederá à aplicação deve estar limpo de poeiras, descofrantes, matérias
desagregadas ou instáveis, efluorescências, bem como de qualquer tipo de diminuição às normais
condições de aderência. Particularmente em tempo seco deverá proceder-se à saturação por rega do
suporte. Em zonas do suporte em que onde confinem materiais diferentes e ainda nos cantos, o
reboco deve ser armado com rede de fibra de vidro para evitar a fissuração por diferenças de
comportamento higrotérmico entre materiais diferentes. Em arestas, particularmente nos cunhais dos
edifícios e ombreiras de vãos aconselha-se a aplicação de perfis adequados metálicos ou em PVC.
2.4 Aplicação
De forma a minimizar as juntas de trabalho deverá assegurar-se sempre que possível a execução de
panos completos. A retoma em juntas de trabalho deve ser realizada num prazo máximo de 12 horas.
Deve proceder-se ao reforço dos rebocos em áreas de tracção, especialmente na transição entre
diferentes materiais do suporte, caixas de estore, cunhais, nos vértices de vãos e em panos esbeltos,
com redes de fibra de vidro, com tratamento anti-alcalino, com a secção e malha adequadas. As
malhas de reforço devem estar convenientemente embebidas na espessura do reboco, pelo que a sua
aplicação deve ser realizada conforme se indica:
• Aplicar uma pequena camada de reboco sobre o suporte, à colher;
• Embeber convenientemente a rede de reforço na camada aplicada;
• Aplicar a argamassa necessária até obter a espessura adequada, assegurando que a camada inferior
de embebimento se mantém trabalhável.
De forma a evitar a fissuração por descaimento das argamassas, não deverão ser aplicadas camadas
com espessuras superiores a 2cm. Sempre que se torne necessário proceder-se à execução de novas
camadas, deverão assegurar-se os seguintes procedimentos:
• As diferentes camadas deverão apresentar espessuras idênticas entre si;
• A 2ª camada deve ser aplicada após o final de presa da primeira, devendo esta apresentar-se em
idade jovem;
• Em espessuras superiores a 4 cm, devem reforçar-se as camadas com redes de reforço em fibra de
vidro, com tratamento anti-alcalino.
A argamassa não deve ser aplicada a temperaturas ambientes e de suporte inferiores a 5ºC e
superiores a 30ºC. O seu tempo de cura é de 28 dias. Em tempo seco ou de forte exposição aos
ventos, deve proceder-se a rega diária das superfícies executadas, durante uma semana, de forma a
manter os rebocos permanentemente humedecidos.
A água de amassadura deve ser isenta de quaisquer impurezas (argila, matéria orgânica), devendo,
de preferência, ser potável.
Não deve ser aplicada qualquer argamassa que tenha iniciado o seu processo de presa. Não
amolentar as argamassas.
Não adicionar quaisquer outros produtos à argamassa, devendo o reboco, ser aplicado tal qual é
apresentado na sua embalagem de origem.
3.2 Suporte
A superfície a pintar deve apresentar-se coesa e estar perfeitamente limpa, livre de poeiras,
gorduras, restos de argamassa, etc. Para se garantir as condições acima descritas pode, previamente,
proceder-se a uma escovagem e lavagem geral do reboco antes da pintura propriamente dita.
3.3 Aplicação
Antes da aplicação da primeira demão deve aplicar-se um primário tipo selante. Para obter uma boa
aderência, será dada uma primeira demão diluída com aproximadamente 15 a 20% de água e uma
segunda sem qualquer diluição, esperando o tempo necessário (cerca de 24 horas) entre demãos.
A aplicação da tinta será realizada quer com uma escova quer com um rolo especial, consoante o
acabamento for mais ou menos rugoso. O tempo de secagem será de aproximadamente 4 horas, em
zonas bem ventiladas e a temperaturas na ordem dos 20ºC.
Depois da secagem, a pintura deverá constituir um revestimento de grande dureza, resistente à
abrasão, ao choque e deve ser impermeável.
A pintura deverá permitir a “respiração” das paredes, deixando passar o vapor de água do interior
da parede para o exterior. Em casos especiais em que se preveja o surgimento de algas e/ou fungos,
nomeadamente em zonas muito húmidas, deve juntar-se à tinta um aditivo anti-algas e fungos.
Em edifícios novos, permite aligeirar as paredes, diminuindo o peso das mesmas e obter reduções no custo das
estruturas de suporte. No caso de ser aplicado directamente ao tijolo evita também o custo do reboco de cimento.
A aplicação do Tinco Term pode ser utilizada em toda a variedade de edifícios novos ou antigos, desde que as
superfícies planas constituam a maioria da envolvente exterior. No caso de remodelações de edifícios é necessário
aumentar os parapeitos das janelas e ajustar as ferragens de portas e janelas pelo menos mais 3 cm que a espessura
total do revestimento.
Nota: Tinco Term exige pessoal especializado na sua execução dada a exigência de rigor em todas as fases da obra:
- Rigor na qualidade dos materiais aplicados.
- Rigor na montagem das placas de isolamento evitando a criação de pontes térmicas.
- Conhecimento de todos os materiais e acessórios para uma execução eficaz da obra.
Vantagens
1- Tinco Term evita as pontes térmicas, limitando as perdas de energia.
2- Tinco Term reduz o risco de condensações.
3- Tinco Term aumenta a inércia térmica da construção, mantendo um ambiente interior mais agradável quer de Verão
quer de Inverno, poupando energia.
4- Tinco Term sendo impermeável à água, protege a construção pelo que permite prescindir das massas de reboco em
construção nova, diminuindo os custos.
5- Tinco Term permite paredes de menor espessura nas construções novas, diminuindo o peso das mesmas e
consequentemente aligeirar os elementos estruturais e diminuindo o custo da construção.
6- Tinco Term diminui os custos de energia sendo por isso um isolamento amigo do Ambiente.
PROCESSO DE APLICAÇÃO
1- Preparação das superfícies
As paredes sobre as quais vai ser aplicado o isolamento devem estar firmes e sem sinais de degradação. No caso de
paredes antigas, será conveniente a reparação de irregularidades, tratando eventuais fungos ou algas e removendo
pinturas velhas não aderentes.
2-Placas de poliestireno expandido
As placas de poliestireno expandido devem ter densidade de 20/25 kg/m3. Deverão ter espessura uniforme e ajustarem
correctamente entre elas, prestando muita atenção para que os cortes de ajuste sejam precisos para evitar
descontinuidades. Os cantos das paredes, deverão ser protegidos com perfis de reforço que posteriormente
3- Aplicação da cola
Em seguida a ter preparado o suporte, coloca-se a argamassa-cola nas placas aplicando-a em alguns pontos pela parte
interior das placas na razão de aproximadamente 3 Kg/m2, eventualmente, quando a parede for perfeitamente lisa,
pode distribuir-se de maneira uniforme a cola na placa, com uma talocha inox dentada.
4- Colocação das placas de poliestireno
As placas irão ser aplicadas na parede em fiadas horizontais, batendo-as cuidadosamente contra o suporte para
garantir uma boa aderência e prestando muita atenção ao perfeito ajustamento lateral com as placas adjacentes.
Passadas 48 horas da colagem procede-se à fixação mecânica das placas com pregos plásticos à razão de 4/6 por m2.
Completar esta operação, aplicando nos cantos das paredes perfis perfurados de reforço.
5- Reboco
Após 6 dias passados sobre a colocação do poliestireno, será feito o reboco da superfície utilizando a argamassa –
cola. Com a primeira demão de argamassa será colocada uma rede na fibra de vidro cujas emendas deverão sempre
ser sobrepostas no mínimo de 8/10 cm. Após secagem, aplica-se uma segunda demão de reboco para regularização
usando sempre a mesma massa.
6- Acabamento
Terminada a colocação das placas e o reboco superficial, é possível, proceder à aplicação do revestimento final, tipo
rugoso, aplicado com talocha.
O sistema Tinco Term tem um custo de aplicação que pode variar entre os 25€ e os 35€ por m².
Eng. António
António Sousa Machado, SOTINCO,
SOTINCO, Lda.
3.4 Patologia
Ao longo do seu período de serviço, todos os edifícios sofrem alterações dimensionais, deslocações
e variações de volume que dão origem a tensões. A maior parte destes movimentos decorre da
variação de temperatura e/ou humidade, de fenómenos químicos ou de deslocações de parte ou do
todo da construção.
Os danos que mais frequentemente solicitam intervenção são a fissuração, o empolamento ou perda
de aderência, descolamento de placas e a degradação do aspecto (formação de manchas de
humidade com desenvolvimento de bolores, formação de eflorescências na superfície da tinta ou
entre a tinta e o reboco, desenvolvimento de manchas de sujidade por criação de caminhos
preferenciais para a água, visualização das juntas de alvenaria).
A formação de efluorescências pode ter diversas causas, todas elas resultantes da presença de água:
- Eflorescências resultantes de subidas capilares;
- Eflorescências por penetração da chuva na parede;
- Eflorescências aparecendo na secagem de argamassas à base de ligantes hidráulicos.
Sombreamento e transparências
Não é raro ver aparecer, na superfície do revestimento, linhas que definem o desenvolvimento das
juntas horizontais e verticais da alvenaria. Essa visualização pode ser permanente ou verificar-se
apenas em tempo de chuva. A causa mais frequente desta patologia é um fenómeno físico designado
por “termophorese”. Trata-se simplesmente de depósitos diferenciais de poeiras por diferenças de
temperatura e humidade existentes na superfície do paramento. O depósito é tanto mais importante
quanto mais baixa for a temperatura, ficando mais escura a zona de temperatura inferior.
Manchas e bolores
Muitas vezes regista-se a existência de manchas na superfície das fachadas, que podem ter causas
diversas. Algumas são provocadas por fenómenos químicos e só a recolha de um provete submetido
a uma análise em laboratório permite decifrar a origem. Todavia, as causas das nódoas são
geralmente fáceis de identificar:
- Nódoas de bistre (por “lavagem” da fuligem);
- Manchas de sujidade devidas à poluição atmosférica;
- Manchas de corrosão;
- Bolores.
Se, de facto, os edifícios (ao contrário de outros objectos), raramente colapsam após a visualização
de fissuração, a verdade é que, mesmo antes da sua manifestação visível, a fissuração contribui para
a diminuição da durabilidade das construções (por exemplo, através da entrada de ar e de água
pelas zonas afectadas ou pela perda de isolamento térmico). A fissuração é, assim, simultaneamente
causa e fonte de anomalias nas construções.
A fissuração em paredes afecta tanto elementos estruturais como elementos secundários (alvenarias e
suportes de revestimentos) ou revestimentos. Pode ocorrer isolada em cada um dos grupos ou
EDIÇÃO CONSTRULINK.COM Maio. 2006
DOSSIER ECONÓMICO 01 18
transversalmente em dois ou mais. Apesar de, aparentemente, estes grupos apresentarem uma
hierarquia relativa (a estrutura influencia as alvenarias e estes os revestimentos), podem ocorrer
casos em que uma ordem inversa se manifeste, nomeadamente quando uma alvenaria fissura devido
às retracções de uma argamassa mais rica em cimento (mais rígida).
Na zona fissurada dá-se uma perda de estanquidade do elemento afectado, o que permite a
penetração da água e a ocorrência da degradação por acção de sais, carbonatação ou ciclos gelo-
degelo.
Empolamento
Empolamento
O empolamento consiste no descolamento do revestimento com formação de convexidades em
grandes áreas do paramento, ou somente numa ou noutra área muito localizada (correspondendo,
por vezes, apenas às áreas das faces de alguns dos tijolos ou blocos de parede), seguida da queda
do revestimento. Este destaque do reboco inicia-se nas zonas onde começou o empolamento e
depois, se essa zona não for reparada, alastra à generalidade do paramento, por perda de aderência
do revestimento ao suporte.
O descolamento com empolamento fica, em geral, a dever-se ao ataque da argamassa pelos sulfatos
em consequência da presença prolongada e abundante da água nos suportes com teor significativo
desses sais.
A possibilidade de ocorrência de humedecimento abundante e prolongado das paredes decorrerá da
severidade da exposição, de deficiências do revestimento ou da ausência das adequadas disposições
construtivas de protecção dos topos superiores do revestimento, nomeadamente ao nível das
coberturas e dos vãos.
Descolamento
Descolamento em placas
Esta patologia consiste na queda de porções ou da quase totalidade do reboco pouco tempo depois
de ter sido aplicado. Procedendo ao descasque do paramento não restarem vestígios de aderência ao
revestimento do suporte.
Os aspectos económicos directos associados aos revestimentos exteriores do tipo reboco industrial pintado ou com o
sistema monocamada não oferecem discussão aprofundada uma vez que os custos de ambas as soluções são
relativamente idênticos.
Os custos directos da monocamada serão eventualmente um pouco superiores aos da solução de reboco com pintura,
embora o balanço de custos dependa substancialmente da concorrência que na altura de negociação se apresentar e do
tipo e dimensão dos trabalhos a executar. No quadro seguintes são apresentados custos orientativos comparativos das
duas soluções, considerando os valores correntes de mercado. Estes valores incluem material e mão-de-obra.
Tanto os rebocos industriais como as monomassa são produzidos, de uma forma geral, por unidades tecnologicamente
evoluídas, com sistemas de controlo da qualidade também, genericamente, implementados nessas unidades.
Na vertente da qualidade e cumprimento da legislação, ambas as soluções têm obrigatoriamente que obedecer aos
padrões de desempenho exigidos pela Norma EN 998-1:2003 e terão que apresentar marcação CE definida no anexo Z
da mesma Norma.
Em conclusão, o factor económico não deverá ser o principal a aspecto a considerar na selecção da solução a adoptar,
mas antes os aspectos técnicos apresentados por ambas as soluções e as condicionantes específicas de cada obra. As
principais características destas argamassas são resumidas no quadro seguinte:
Vantagens:
Desvantagens:
Comparando estas argamassas com as executadas em obra, logicamente as garantias oferecidas pelas soluções
industriais e o nível de controlo tecnológico são superiores aos das argamassas feitas em obra, ditas tradicionais, uma
vez que estas não são sujeitas ao mínimo controlo da qualidade, sendo em geral o empreiteiro que as define a partir
da sua experiência, o que obviamente não é satisfatório para os padrões de exigência esperados para os revestimentos
de fachada.
Conclusão
A escolha do tipo de revestimento, como já se referiu, depende das condições técnicas da obra e não dos valores
associados, sendo que os revestimentos monocamada são tecnologicamente mais exigentes, mas também mais fiáveis
quando bem aplicados.
Dra. Helena Martins, MAXIT S.A..
S.A..
4. Monomassas
4.1 Descrição
A monomassa é uma argamassa de revestimento colorido constituída por cimentos e cal, inertes e
aditivos (fibras, reguladores de presa, retentor de água, cargas ligeiras, pigmentos). Numa só
camada garante todas as prestações exigidas na fachada: impermeabilização, resistência, cor e
textura. [1]
4.2
4.2 Tipos
Tipos de acabamento
As argamassas monomassas dividem-se em dois grupos:
• Acabamentos de pedra projectada
• Acabamentos tradicionais
4.2
4.2.1 Acabamentos
Acabamentos de pedra projectada
Consegue-se por projecção sobra a argamassa monomassa (uma vez aplicada em fresco) da pedra
de projecção. Este sistema é semelhante a um betão ou argamassa de inerte elevado, realizado por
um procedimento económico.
Quando o material aplicado sobre a base ou suporte alcança um grau de endurecimento e antes que
se forme a pele na superfície, projecta-se manualmente sobre ele o árido ou pedra de projectar,
cobrindo com este a maior parte da superfície. Seguidamente, com a talocha, procede-se ao
embutido ou projecção da pedra, que se realiza em duas etapas. Na primeira consegue-se uma
penetração parcial da mesma e quando a pasta aplicada alcança um endurecimento maior termina-se
de a embutir, até se conseguir que esta e a monomassa fiquem ao mesmo nível. Desta forma evita-se
que a pedra penetre excessivamente e se misture com a pasta. Por último, procede-se ao alisamento
da superfície do revestimento ainda sem endurecer, operação que se realiza com a talocha fazendo
deslizar esta debaixo para cima por forma a eliminar as pequenas irregularidades que a superfície
possa apresentar, em particular as “marcas de talocha” que possam ter ficado marcadas sobre a
mesma.
4.2
4.2.2 Acabamentos tradicionais
Este tipo de acabamentos sobre o material, conseguem-se depois de aplicado e parcialmente
endurecido.
Os tipos mais usuais são:
Raspado – é o que mais se parece com os rebocos tradicionais. O seu aspecto é de um revestimento
liso, com pequenas reentrâncias, que lembram o aspecto da pedra bujardada. Consegue-se deixando
endurecer parcialmente o material aplicado sobre o suporte entre 2 a 8 horas [8] segundo o tipo de
suporte e as condições ambientais; seguidamente raspa-se a superfície com uma ferramenta
apropriada (talocha de pregos, fita de serra, talocha flexível, etc.). Finalmente varre-se por forma a
eliminar partículas soltas que tenham ficado na superfície. É necessário proceder ao raspar da
superfície sempre com o mesmo ponto de endurecimento uma vez que, se o material estiver
demasiado duro, a tonalidade do revestimento resulta mais clara como consequência de uma
abrasão. Se, em oposto, estiver demasiado brando, a talocha pode arrastar parte do material ficando
o revestimento com uma tonalidade mais escura. A execução de um acabamento raspado é no geral
mais laboriosa e de maior dificuldade que de um acabamento em pedra.
Gota, tirolesa ou rústico – Consegue-se utilizando uma máquina de projectar ou pistola equipada
com compressor, um salpicado do mesmo material sobre a primeira camada quando esta estiver
parcialmente endurecida (normalmente 2 a 3 horas após a sua execução), recebendo as diferentes
dominantes em função da espessura do produto projectado. Para se conseguir um aspecto uniforme
deve manter-se constante a consistência da pasta, a pressão do ar, a distância e o ângulo de
projecção para evitar diferenças na espessura o relevo com as consequentes alterações de
tonalidade.
Casca de carvalho – Obtém-se espalhando com a talocha as partes mais salientes de uma camada de
cimento projectado, antes do seu endurecimento. Consegue-se sarrafiando a talocha nas partes mais
salientes do acabamento rústico, ao fim de uma meia hora de realização.
Liso
Liso ou talochado – regra geral são desaconselhados, excepto para superfícies pequenas (laterais de
varandas, cornijas) já que é mais difícil obter um bom acabamento. A sua execução é similar ao
EDIÇÃO CONSTRULINK.COM Maio. 2006
DOSSIER ECONÓMICO 01 23
reboco convencional realizando-se numa só camada. Pode realizar-se outro tipo de acabamento,
como são as imitações dos blocos de alvenaria.
4.3
4.3 Suporte
A monomassa pode ser aplicada sobre os seguintes suportes:
• Blocos de betão normal
• Painéis de ladrilho cerâmico
• Reboco de argamassa de cimento (não devem de ser aplicadas sobre revestimento de gesso,
pintura, revestimentos plásticos nem em suportes hidrofugados superficialmente)
No caso em que o revestimento vá ser aplicado sobre suporte pouco resistente como pode ser o
caso em trabalhos de reabilitação ou em betão celular, é necessário utilizar produtos com um
módulo de elasticidade baixo, já que no caso de serem usados revestimentos demasiado rígidos
poderia chegar a produzir-se o arrancamento do suporte.
No caso de suportes expostos a frequentes choques, pode ser conveniente escolher revestimentos
mais resistentes para reduzir o risco de degradação.
Resistência
Deve possuir uma resistência adequada, característica que normalmente possuem os suportes das
obras novas. Em obra de restauro, quando o suporte carece de resistência adequada por se
encontrar parcialmente degradado, esta pode ser melhorada mediante diferentes técnicas como por
exemplo a colocação de malhas sobre a base (fibra de vidro, tratada com a acção anti-alcalina, ou
de poliéster).
Estabilidade
A base ou suporte deve já ter alcançado a estabilidade suficiente antes da aplicação do revestimento
em geral ao fim de um mês de execução no caso de superfícies cerâmicas, e dois meses depois no
caso de blocos de betão. No entanto o edifício deverá ter atingido o assentamento necessário no
terreno.
Rugosidade
Para facilitar a fixação, o suporte deverá possuir uma rugosidade adequada. No caso do paramento a
revestir ser demasiado liso, torna-se necessário cria-las mediante uma lavagem de água à pressão,
um picar com ponteiro, um raspado com escova de arame, etc. Também se pode recorrer à
colocação de malhas.
Por se tratar dum revestimento de parede de granulometria mais grossa do que os rebocos tradicionais, a Vimaplás
desenvolveu várias redes VIPLÁS® , de quadrícula maior, que melhor se adequam a este revestimento.
Destacamos as redes VIPLÁS® 100 (rede homologada pelo LNEC) ; VIPLÁS® 102; VIPLÁS® Mi103 e VIPLÁS® AR95.
Qualquer destas redes melhora consideravelmente o comportamento à fendilhação, aumentando a resistência à tracção
e a energia de rotura do revestimento Monomassa e a sua capacidade de distribuição de tensões.
A Vimaplás encontra-se ao completo dispor, para quaisquer esclarecimentos que cada situação particular exige.
Eng. VIMAPLÀS, Lda.
Eng. José Maia, VIMAPLÀS,
Limpeza
O suporte deve de estar limpo de qualquer produto que impeça ou dificulte a aderência (pó, musgo,
salitre, óleos, pinturas, revestimentos plásticos, gesso, descofrantes ou hidrófugos de superfície, etc.)
Pode fazer-se com as seguintes técnicas:
• Limpeza mecânica com ferramenta (martelo) movido a ar ou manualmente.
• Limpeza com água a alta pressão, aproximadamente 40-80 bares. Jacto de areia, a areia deve
estar húmida para evitar pó [8].
• Limpeza ou decapagem química com ácido diluído que se espalha com trincha que ataca
ligeiramente a superfície do suporte e cria rugosidades que facilitam a fixação.
Juntas
Estes revestimentos devem interromper-se ao nível das juntas estruturais do edifício. Recomenda-se
estabelecer juntas de trabalho ou de fraccionamento para facilitar a aplicação e eliminar as retomas
de trabalho. A distância entre juntas de trabalho vem fixada pelo comprimento do pano que pode
ser aplicado de uma só vez. Uma fixação e execução correcta facilitam a organização da obra e
obtenção dos acabamentos desejados. A separação máxima recomendada é a seguinte:
• Distância vertical entre juntas horizontais – 2.20m [8]
• Distância horizontal entre juntas verticais – 7m [8]
4.4
4.4 Preparação da massa
Os sacos de monomassa devem estar armazenados num lugar sem humidade. A monomassa sai da
fábrica com a dosagem certa pelo que não se deve acrescentar nenhum outro componente. Adiciona-
se sempre água potável.
Utilizar a porção de água recomendada pelo fabricante que deve ser constante. No entanto admitem-
se pequenas tolerâncias na água da amassadura, em função das condições ambientais e do grau de
absorção do suporte devendo sempre evitar-se o excesso de água no amassado.
O amassado pode ser manual ou mecânico, em betoneira ou misturadora, em que as pás devem
estar o mais próximo possível do fundo do tambor para se conseguir que a pasta fique perfeitamente
homogeneizada, o amassado mecânico permite obter uma maior homogeneidade da pasta.
O tempo para esta operação está normalmente compreendido entre 3 a 5 minutos. Deve sempre
utilizar-se este método para evitar possíveis diferenças de cor. [8]
Depois de amassado é necessário deixar que a pasta repouse, normalmente 3 a 5 minutos antes da
sua aplicação, para fazer com que os aditivos do material actuem. [8]
O tempo de utilização em que a pasta conserva as suas propriedades depende das condições
ambientais. Normalmente é de 1 a 3 horas, dependendo do produto. As temperaturas mais
apropriadas estão compreendidas entre 5 a 30º C medidos sobre o suporte [8]. Não deve aplicar-se
com chuva ou quando se preveja a sua ocorrência ao fim de poucas horas da sua utilização. Com
temperaturas acima destas margens ou nas condições mencionadas, deverão adoptar-se precauções
especiais para a protecção do revestimento durante a execução por meio de lonas, panos, etc.
Deverá regar-se o suporte e o revestimento 24 horas depois da sua execução, para evitar em tempo
quente ou com vento a secagem demasiado rápida.
Para os revestimentos de fachadas foram incorporadas soluções alternativas aos sistemas tradicionais existentes, dos
quais gostaríamos de destacar:
• Reboco com acabamento de pintura.
• As argamassas monomassas.
Os dois quando são bem seleccionados e aplicados cumprem com o objectivo pretendido para o revestimento de
paredes: protecção, impermeabilização, decoração, sendo permeável ao vapor e tendo que manter estas propriedades
no tempo, já que as reclamações e apelos à garantia nos prédios estão concentrados maioritariamente nos defeitos da
impermeabilização nas coberturas e fachadas.
Nos rebocos misturados em obra será controlada a dosagem, a incorporação de aditivos e a aplicação tradicional em
duas ou três camadas para obter as características exigidas a um reboco + pintura de aderência, compatibilidade com a
base, trabalhabilidade resistência a fissuração e etc.
Com os rebocos pré-misturados fornecidos a granel ou em sacos elimina-se a possibilidade de erros de mistura e as
características ficam condicionadas e regulamentadas segundo NORMA EN 998-1.
Sendo assim, as pinturas que devem ser aplicadas acima destas argamassas, além de impermeáveis terem que ser
suficientemente elásticas para absorver os movimentos das mesmas.
Os revestimentos monomassa são produtos em pó misturados em instalações com controlo de fabrico e regulada a sua
fabricação, características técnicas e uso segundo a normativa europeia UNE EN 9981-1 sendo carimbados com
marcação CE os produtos.
Estão formulados numa base de cimento, cargas ligeiras, areias, aditivos e pigmentos.
O produto misturado com agua aplica-se manual ou mecanicamente numa só camada com espessuras máximas de 2 cm
acima dos suportes tradicionais na construção (tijolo, betão, etc.) conferindo as seguintes propriedades:
Protecção da obra.
Impermeabilidade.
Permeabilidade ao vapor, permitindo que a obra respire.
4.5 Aplicação
Em geral, a maioria das monomassas pode ser aplicada manualmente sem problemas. No caso em
que seja realizada com máquinas de projectar há produtos, que pelas suas características, são
apropriados para este tipo de uso, pelo que se aconselha escolher um produto específico
dependendo do seu modo de aplicação.
Há que assinalar que a durabilidade e estética deste tipo de revestimento depende em grande parte
da sua execução. Para isso deverá ser tido em conta os seguintes aspectos:
• Selecção do material (o desenho do revestimento, incluindo a situação dos pontos
singulares, juntas, etc.)
• Colocação em obra.
Em obra podemos diferenciar as seguintes etapas:
• O espalhamento da massa, colocada manualmente com pente ou com máquina de projectar,
com a respectiva rugosidade para aderência da monomassa.
A seguir executam-se:
• O nivelamento para uma espessura uniforme. As réguas empregues nesta operação podem
ser de madeira, plástico ou alumínio, devendo preferir-se este último por ser mais maleável.
Devem evitar-se as espessuras de aplicação superiores a 20 mm por camada; quando em
determinada zona é necessário aplicar espessuras superiores, deve ser feito em várias
camadas para evitar o risco de aparecimento de fissuras.
• È aconselhável por último a protecção, na zona de arranque do revestimento, da humidade
capilar com a colocação de um ressalto na base do paramento, devendo, como medida
complementar, cortar o revestimento ao nível da linha superior do ressalto do rodapé.
4.6
4.6 Patologia
Um revestimento monomassa pode estar sujeito ao mesmo tipo de falhas e defeitos que afectam um
reboco tradicional.
Os primeiros defeitos que podem aparecer podem dividir-se em dois grupos diferentes:
• Defeitos de aspecto, que afectam unicamente a função decorativa, sem nenhuma influência
nas outras características de durabilidade e qualidade do revestimento.
• Defeitos que afectam o comportamento e durabilidade do revestimento.
4.6
4.6.1 Defeitos de Aspecto
Diferenças de tonalidade
Podem dever-se a:
• Diferentes condições de secagem do produto por grandes variações de temperatura e
humidade durante a aplicação.
• Variações na preparação do produto, quantidade de água, método ou tempo amassado.
Eflorescências
Este fenómeno consiste na aparição de manchas esbranquiçadas na superfície do revestimento,
acontecem normalmente quando a aplicação é realizada em tempo frio e húmido. Nestas condições,
em vez de se produzir no interior do cimento, parte da cal liberta-se durante a presa tendo tempo
de se dissolver na água do amassado e desaparecer da superfície do revestimento onde se deposita.
Sombreamento e transparências
Consiste no aparecimento de manchas de cor no revestimento seguindo as linhas das juntas do
suporte sobre o qual se encontra aplicado. Este fenómeno pode ser visível ou permanentemente ou
unicamente quando está molhado pelo revestimento não ter secado da mesma maneira nas juntas e
no suporte. Acontece normalmente quando a espessura da aplicação é muito reduzida e as juntas de
alvenaria não se encontram bem executadas ou têm uma absorção diferente do resto do suporte.
Quanto mais escura a cor da monomassa mais visíveis são estas diferenças de aspecto pelo que,
para evitar riscos excessivos, recomenda-se a utilização de tons pastel.
4.6
4.6.2 Defeitos de Durabilidade
Fissuração
Em muitos casos devem-se ás fissuras do próprio suporte devido a assentamentos, a insuficiente
estabilização do mesmo ou à falta de malha de reforço necessário nas condições de materiais
diferentes. Esta fissuração também pode acontecer devido a excesso de água no amassado,
espessuras de aplicação excessivas e principalmente pela aplicação em condições muito secas (calor,
vento seco, suporte muito absorvente) sem tomar as devidas precauções necessárias para estes
casos (como humedecer o suporte antes da aplicação e o revestimento 24 horas depois de
efectuado, protecção do revestimento com lonas, etc.)
Falta de aderência
Apresenta-se normalmente na sequência da aplicação sobre um suporte inadequado ou mal
preparado:
• Com resto de pó, pintura, gesso, descofrantes, etc.
• Muito quente, com humidade insuficiente ou saturado de água,
• Com uma resistência muito inferior ao revestimento aplicado como pode ser o caso do betão
leve ou dos suportes em trabalhos de restauro.
Falhas de impermeabilidade
Na presença de fissuras, devido ás causas anteriormente referenciadas, ou então no caso a
espessuras insuficientes de aplicação, apresentando-se com mais intensidade na zona das juntas, já
que é normalmente nesta zona que o revestimento alcança a sua espessura mínima apresentando
resistência mínima à penetração de humidade.
Falta de resistência
Quando a resistência de uma monomassa é inferior à que habitualmente corresponde a esse produto
deve-se a uma preparação incorrecta do mesmo, ou a uma secagem excessivamente rápida devido ás
condições ambientais ou a um suporte muito absorvente, pelo que o cimento que contém não tem a
possibilidade de desenvolver toda a sua capacidade ligante.
5. Quadro comparativo
Reboco + Pintura
Pintura Monomassa
Constituição Argamassa seca, formulada a Argamassa de revestimento
partir de ligantes hidráulicos, final colorido constituída por
agregados siliciosos e cimentos e cal, inertes e
adjuvantes, utilizando para aditivos (fibras, reguladores de
acabamento tinta acetinada, presa, retentor de água, cargas
texturada, baseada em ligeiras, pigmentos).
polímeros dispersos em fase
aquosa, flexível e impermeável
à água mas permeável ao vapor
de água.
Consumo / Rendimento / m2 19 kg / m2 / 1 cm ≈ 16 / 15 kg / m2 / 1 cm
Resistências Elevadas resistências mecânicas Garante todas as prestações
(flexão, compressão, acção da exigidas na fachada:
capilaridade e acção dos sais impermeabilização, resistência,
solúveis) e químicas perante a cor e textura.
acção dos sulfatos.
Tipos de acabamento Para acabamento com pintura 2 Tipos de acabamento:
texturada utiliza-se o - Pedra projectada
Talochado. - Tradicionais: Raspado (é o
Para acabamentos com rochas que mais se parece com os
ornamentais ou tintas lisas rebocos comuns); Gota Tirolesa
utilizam-se respectivamente o ou Rústico; Casca de Carvalho;
Sarrafado e o Areado. Liso ou Talochado (aplica-se
em superfícies pequenas)
Patologia No sistema reboco com No caso da monomassa, deve
acabamento de pintura, a haver um maior cuidado na sua
camada de tinta funciona de aplicação para evitar o
modo a colmatar possíveis aparecimento de fissurações,
fissurações. por se tratar de um
acabamento único.
Ambos os tipos de revestimentos estão sujeitos ao mesmo tipo de
falhas e defeitos mecânicos como sejam a fissuração,
empolamento e descolamento em placas ou de aspecto tais como:
eflorescências, sombreamento ou transparências e manchas ou
bolores.
Na tentativa de evitar as anomalias por acção mecânica,
aconselha-se em ambas as soluções de revestimento a utilização
de uma rede / malha de fibra de vidro com tratamento anti-
alcalino para uma melhor aderência ao suporte.
Vantagens Desvantagens
Reboco + Pintura
Pintura - Maior homogeneidade. - Necessita de maior tempo de
- Maior aderência ao suporte. aluguer de andaimes.
- Controlo do doseamento e mistura - É um processo mais demorado, uma
das matérias-primas. vez que o reboco por si só não
- Mais fácil de manusear uma vez que constitui acabamento necessitando de
não seca tão rapidamente como a pintura.
monomassa.
- Não necessita de mão-de-obra
especializada.
- Maior facilidade de aplicação em
obras de reabilitação.
- Boa homogeneidade cromática,
mesmo quando pintada com cores
fortes.
- Mostra resistência ao
envelhecimento por agressão
ambiental.
Monomassa - Rapidez no processo executivo uma - Devido à fraca qualidade dos tijolos
vez que o acabamento e o portugueses, as monomassas a aplicar
revestimento estão no mesmo sobre eles, deveriam ser leves.
procedimento. - Necessita de mão-de-obra
- Redução na mão-de-obra; especializada no caso de uma
- Não necessita de montagem dupla reparação ou manutenção.
de andaimes. - O cumprimento da homogeneidade
- Não necessita de muita manutenção; cromática é mais exigente.
- Reveste, protege e decora numa só
aplicação.
- Não sendo um vedante confere ao
suporte uma impermeabilização
suficiente face à penetração da água
da chuva, absorvendo-a durante o
período da chuva e eliminando-a em
forma de vapor nos períodos secos.
6. Analise Económica
2. Fornecimento e Aplicação de Reboco pré doseado 7.5 €/m2 2 Ped. 30 m2 / dia 15.4 dias
Nota:
Os valores aqui apresentados devem ser considerados com reserva pois dependem de vários factores. O Construlink.com
não se responsabiliza pelos custos médios apresentados.
2. Fornecimento e Aplicação de Reboco pré doseado 7.5 €/m2 2 Ped. 30 m2 / dia 15.4 dias
Nota:
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Solução: Monomassa
Duração: 18 [dias]
Custo Total: 18.4 €/m + 0.05 €/m2 x (16)
2
Custo : 8.910 €
pintar: 464 m2
Área da fachada a rebocar e pintar
Custo1 : Valor médio obtido através de consultas realizadas a subempreiteiros ou fornecedores para o projecto definido
no ponto 1.
Tempo de Cura2 : Tempo médio considerado para secagem de camada de reboco. Valor dependente das condições
climatéricas e das propriedades da argamassa. Preferencialmente a argamassa deve ter uma cura de 28 dias. Com a
utilização da monomassa fica garantido o tempo de cura de 28 dias sempre que esta não seja pintada.
Equipa3 : Ped. - Pedreiro, Sev. - Servente
Andaimes:
Andaimes Não se considerou rotatividade de andaimes.
Nota:
Os valores aqui apresentados devem ser considerados com reserva pois dependem de vários factores. O Construlink.com
não se responsabiliza pelos custos médios apresentados.
7. Bibliografia
[1] CORREIA, Eugénia [et al]; – Processos de Construção – Rebocos Hidráulicos e Monomassas.
Monomassas
Lisboa; IST, Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura; 2003.
[2] RIBEIRO, João P.; BEZELGA, Artur A. – Processos Gerais de Construção – Rebocos
Tradicionais.. Lisboa, IST, Departamento de Engenharia Civil; 1996.
Tradicionais
[4] GASPAR, P. L.; FLORES-COLEN, I.; BRITO, J.; Técnicas de Diagnóstico e Classificação de
[4]
Fissuração em Fachadas Rebocadas;
Rebocadas PATORREB 2006; 2º ENCONTRO SOBRE PATOLOGIA E
REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOS, VOL. II; Porto; FEUP, UPC; 2006.
[5]
[5] WEBER CIMENFIX – O Guia Weber;
Weber 2005.
[6] www.cimpor.pt
[7]
[7] www.secilmartinganca.pt
[8]
[8] www.maxit.pt
[9]
[9] paginas.fe.up.pt/~construc/gp/docs2004-05/ caderno_encar/exe_trabalhos/Monomassas.pdf