Resumos Intervenção Psicológica

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INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA – aula 2

EUGENISMO
Traz experimento que defendia o conjunto de conhecimentos e práticas que visavam a
melhoria das características genéticas de uma população. Para conseguir isso, adeptos
da eugenia acreditavam que era preciso excluir grupos indesejáveis e impedir a sua
reprodução.
A ideia foi disseminada por Francis Galton, responsável por criar o termo, em 1883. Ele
imaginava que o conceito de seleção natural de Charles Darwin – que, por sinal, era
seu primo - também se aplicava aos seres humanos.
Seu projeto pretendia comprovar que a capacidade intelectual era hereditária, ou seja,
passava de membro para membro da família e, assim, justificar a exclusão de negros,
imigrantes asiáticos e deficientes de todos os tipos.
Assim, apenas os brancos de descendência europeia povoariam o que eles entendiam
como ‘nação do futuro’.
Acreditava-se que a m melhoria racial só seria possível com um amplo projeto que
favorecesse o predomínio da raça branca no país.

ALGUMAS AÇÕES EUGENISTAS


Segregação de deficientes, esterilização dos ‘anormais e criminosos’, regulamentação
do casamento com exame pré-nupcial e obrigatório, educação eugênica obrigatória
nas escolas, testes mentais em crianças de 8 a 14 anos, regulamentação de ‘filhos
ilegítimos’ e exames que assegurassem o divórcio, caso comprovado ‘defeitos
hereditários’ em uma família.

DEFINIÇÃO DO ANORMAL
Definir o anormal por meio do que é de mais ou menos é reconhecer o caráter
normativo do estado dito normal. Esse estado normal ou fisiológico deixa de ser
apenas uma disposição detectável e explicável como um fato para ser a manifestação
do apego a algum valor (CANGUILHEM, 2012. P. 24).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nessa visão, pode-se abstrair que a norma, não sendo uma média estatística, é algo
individual, ou seja, uma noção que define as capacidades máximas de uma pessoa.
Assim, cada indivíduo teria sua concepção do que é normal para si, já que a média não
tolera desvios individuais que não podem ser considerados como patológicos.
SAÚDE MENTAL, GÊNERO E DISPOSITIVOS: Cultura e processos de subjetivação
O discurso do sujeito em sofrimento passou a ser traduzido em termos de
presença/ausência de sintomas (identificados pelo especialista), tais como os descritos
nos manuais, caracterizando-se por uma lógica binária.
Homem=racionalidade
Mulher=insanidade, loucura, essência feminina.

EXEMPLOS DE PERGUNTAS REALIZADAS NAS ENTREVISTAS PSIQUIÁTRICAS E O QUE


BUSCA APREENDER POR MEIO DELAS

Como você se chama? (auto orientação ou delírio)


Você sabe que dia é hoje? (para ver a orientação temporal?)
Você sabe aonde está? (orientação espacial) você escuta vozes? (alucinações auditivas)
Vê filminho passando pela parede? (alucinação visual)
Acredita que alguém queira te fazer mal? (delírio)

SINTOMATOLOGIAS
Para perfazer um transtorno, o paciente deveria apresentar um número mínimo de
sintomas, por certo período de tempo. No entanto essa compilação de sintomas, tal
como descrita nos manuais, apresenta limitações, sob uma perspectiva de gênero.

A primeira delas diz acerca do gendramento dos sintomas. Um exemplo clássico é o


choro, cuja expressão é inibida socialmente em homens, mas não apenas permitida,
como até incentivada em mulheres, em culturas sexistas. Destaca-se que o choro é o
exemplo dado nos principais manuais de classificação diagnostica para o sintoma
tristeza, para diagnosticar o transtorno mental da depressão.

Seria à toa que índices epidemiológicos desse transtorno sejam mundialmente bem
maiores em mulheres? Ao definir os sintomas que compõem certo transtorno, sem
uma crítica de gênero, pode-se criar um olhar enviesado que hiper diagnostique
transtornos em certo grupo e invisibilize-os em outros.

O que é considerado como sintoma (e portanto, o que aparece na queixa do paciente):


em geral são aspectos que entra em conflito em certos scripts sociais/ideais calcados
nos valores de gênero e por meio dos quais o sujeito se constituiu. O incômodo e o
sofrimento surgem, muitas vezes, pelo descompasso com esses ideais.

Precisamos considerar os valores e ideais de gênero do próprio médico (mas também


do clínico ou profissional de saúde) pois o sintoma, apesar de vir na queixa do
paciente, é interpretado pelo profissional.
Em saúde, o diagnóstico do médico não é, jamais, um ato neutro e nem baseado em
um processo de mensuração. É um ato de julgamento moral, como afirma Thomas
Szaz (1980) e como podemos ver em trabalhos de prontuários psiquiátricos.

Nesse sentido, o que seria uma sexualidade exacerbada ou um excesso de


agressividade? O parâmetro utilizado geralmente pelos médicos (e profissionais de
saúde) seriam os mesmos para homens e mulheres?

SOBRE A LOUCURA

Na década de 70, as mulheres americanas confinadas em instituições de saúde mental


eram uma espécie de heroínas rebeldes contra os limites apertados de um ideal de
feminilidade, condenadas por sua busca de potência, cujo estigma de insana se dava
pela quebra das normas de gênero.

Em outras palavras, a loucura tem sido a etiqueta histórica para o protesto feminino e
a revolução. A loucura poderia ser compreendida como uma comunicação
desesperada de falta de poder, interpretada sob um prisma gendrado/moral acrítico.

QUAL O SENTIDO DO SINTOMA?

Para acessá-lo, é necessário qualificar a experiencia biográfica do sujeito (e como ele


entende/interpreta seu sofrimento), a partir de uma escuta qualificada de sua fala,
quanto os sentidos sociais, culturalmente partilhados pela comunidade da qual faz
parte.

Há um processo no qual o mundo social é transmutado na experiência corporal e/ou


mental, sendo que a própria eleição do palco privilegiado para a formação de sintomas
(mais somáticos que mentais) depende do contexto cultural e do momento histórico.
CATEGORIA INTERATIVO HUMANO
Ian Hacking propõe a existência de uma categoria tipo interativo humano. Essa,
diferentemente dos tipos naturais (ligados a fatos), seria carregada de valores.

Esses valores acabam por produzir uma ideia de normalidade (desenvolvimento


normal, reação normal, sentimentos normais, comportamento normal, etc.) e, no caso
de alguns alvos de descrição cientifica, criam-se os desviantes.

Na definição de Hacking, diagnósticos psiquiátricos pertencem, portanto à categoria do


humano, assim como os objetos psicológicos da psicologia. Tanto diagnósticos quanto
conceitos psicológicos dão sentido às vivencias e ao sofrimento da pessoa, ao mesmo
tempo em que validam esse sofrimento (“isso me acontece porque sou bipolar,
obsessiva é meu superego), alternado a vivencia do sujeito em relação a ele e a si
mesmo.

Em outras palavras, os transtornos mentais são criações culturais que possuem efeitos
performativos: prescrevem formas de sofrimento que são passiveis de serem
reconhecidas, validades e amenizadas com terapêuticas também culturais.

Não se trata de negar a biologia, mas de pensar em uma interface complexa entre
mente, cérebro, corpo e cultura. Como apontam Gone e Kirmayer “os transtornos
psiquiátricos refletem o resultado de interações, entre os processos biológicos e o
meio social, mediadas por mecanismos psicológicos sobre a trajetória de
desenvolvimento de uma vida humana”.

TODA EXPERIENCIA HUMANA É CULTURAMENTE CONTITUIDA

As emoções são respostas culturalmente condicionadas.


Que emoções são permitidas e legitimadas como sendo de mulheres e de homens?
As tendencias pessoais motivacionais são adquiridas mediante anos de socialização, as
quais começam muito cedo, desde os primeiros anos de vida, e são consequência,
automatizadas, performadas e incorporadas. A cultura é tácita, e, portanto, altamente
poderosa no processo de configuração da experiencia emociona, dos processos
psicológicos e mecanismos subjacentes a eles.
CONCLUSÕES
Em nossa cultura, os processos de subjetivação são gerados. Para as mulheres o
caminho privilegiado de subjetivação historicamente configurado são os dispositivos
amoroso e materno, para os homens, o dispositivo da eficácia.

Dizer que as mulheres se subjetivam pelo dispositivo amoroso implicam em sublinhar


que elas se subjetivam em uma relação consigo mesmas mediada pelo olhar de um
homem que as valide ou as escolhas.

A metáfora que criei para isso foi a da prateleira do amor. Essa prateleira é mediada
por um ideal estético profundamente perverso, moldado do começo do século
passado para cá: ele é branco, louro, magro e jovem. Quanto mais distante desse ideal,
maior o possível impacto sobre a autoestima das mulheres e a sensação de ser
encalhada.

PSICOTERAPIA E PSICOFARMACOLOGIA: A PERCEPÇÃO DE PSICÓLOGAS – aula 3


O uso dos psicofármacos aliados a psicoterapia: a abordagem dos problemas
emocionais, através de uma visão exclusivamente biológica ou psicológica, pode
impedir o paciente de obter o tratamento mais adequado. Quando há então, uma
possibilidade de comunicação entre os profissionais existe também, uma possibilidade
de troca de conhecimentos que pode ser benéfica para os profissionais e para o
paciente.

TESSITURAS SOBRE A REFORMA SANITÁRIA


Nessa linha de expressão, a reforma sanitária foi uma reforma democrática na área da
saúde; que nasceu da luta contra a ditadura.

8° CONFERÊNCIA NASCIONAL DE SAÚDE: QUANDO O SUS GANHOU FORMA


O 1986 foram lançadas as diretrizes para a construção de um sistema descentralizado
e único. Saúde é vista como dever do Estado. Universalidade, a integralidade e a
equidade de direitos na saúde e a responsabilização do estado.

OS INFAMES DA HISTÓRIA
A chegada do trem de ferro marcou esse período na cidade de montes claros. A linha
ligava Rio de Janeiro, BH e o norte de Minas à Bahia. Considerando essa chegada um
marco do progresso e do desenvolvimento de uma região, o trem de ferro também foi
usado para transportar aqueles que impediam o seu crescimento. O trem transpassava
os ‘doentes mentais’ de todo o estado de MG para hospícios, como o de Barbacena,
excluindo-os do convívio social.

FARMACOLOGIA
É o estudo e p uso cientifico de substancia química que alteram o funcionamento do
ser vivo com o objetivo de tratar alguma desordem. Do ponto de vista psicológico
temos a Psicofarmacologia, que é uma prática na área da saúde relativamente recente,
seu nascimento remonta principalmente para o final da década de 1940, quando se
deu a invenção de substancias que prometiam alterar o funcionamento
neuropsicológico do sujeito tido como doente mental.

A explicação para o funcionamento da Psicofarmacologia é o mesmo para a eficácia da


Psicoterapia. Do ponto de vista bioquímico, ambas estratégias clínicas alterariam o
funcionamento neuropsicológico e fariam uma espécie de reestruturação nas
conexões entre neurônios.

OS PSICOFÁRMACOS
São medicamentos que auxiliam no alivio do sofrimento menta, podendo ser
indispensáveis para o tratamento de algumas psicopatologias. São substancias que
interferem em funções do sistema nervoso central proporcionando a redução do
desconforto causado pela sintomatologia dos transtornos mentais.

A decisão do uso da medicação exige um cuidado meticuloso, pois a decisão pode ser
influenciada pelos próprios conflitos e desejos inconscientes do psiquiatra. Trata-se de
um assunto polemico e multifacetado, uma vez que, provavelmente, existem
psicólogos concordantes com o uso e a eficácia dos psicoterápicos paralelamente à
psicoterapia e outros discordantes. Este conflito é possível ser observado nos casos em
que os psiquiatras favorecem apenas o uso dos psicofármacos e os psicólogos
preconizam apenas a psicoterapia.

A MEDICALIZAÇÃO DA VIDA
A ação de medicalizar é intitulada como medicalização do social, isto é; ela funciona
como um controle social que atinge toda a vida do sujeito, pois legitima e empossa-o
do papel de doente. Nesse viés, é preciso questionar a respeito da eficácia
psicoterápica dos seus efeitos colaterais e, principalmente, acerca da serventia para
pacientes portadores de sofrimentos psicológicos; pois aparentemente a tristeza, o
medo da morte, o desamparo, a solidão, a inquietude, o receio, a insegurança, o vazio
existencial ou até mesmo a falta de felicidade são ocorrência constante na vida do ser
humano.

PATOLOGIA E SUBJETIVIDADE
A patologia pode ser considerada objetiva pelo medico na sua pratica. No entanto,
essa percepção do patologista não faz com que seu paciente seja desprovido de
subjetividade. Adentrando assim, a necessidade de que este, provavelmente, terá de
ser visto além do fator biológico. Diante dessa colocação, abre-se espaço à
psicoterapia.

SUBJETIVIDADE
O ser humano, que neste caso se apresenta como paciente, é um ser subjetivo, sendo
que um método que é eficaz para um paciente pode não ser para outro. Por isso, da
necessidade de se examinar os aspectos subjetivos do paciente, usando não só dos
seus conteúdos manifestos, mas das associações transferenciais e contratransferência
também.

MOVIMENTOS INTERNACIONAL DE OUVIDORES DE VOZES


Alguns dos pressupostos do movimento consistem em: os sujeitos detêm uma
expertise sobre suas experiencias; ouvir vozes é uma experiencia singular, não
necessariamente de sofrimento e patologizável (ainda que não se trate de negar a
existência de uma doença); é possível criar estratégias para lidar com as vozes; é
necessário desmedicalizar e romper com os estigmas advindos de uma leitura
psiquiátrica dessas experiencias; e é importante compartilhá-las em grupos de ajuda
mútua. Esses pressupostos indicam a centralidade dos sujeitos e suas experiencias
singulares com as vozes, buscando no compartilhamento dessas com seus pares,
estratégias para o enfrentamento das dificuldades que advém de tal escuta.

Um ponto que se destaca dentro dessa abordagem diz respeito a possibilidade de


discutir as vozes como uma experiencia real na vida dos sujeitos, sem a preocupação
de classifica-las como expressão de um processo de adoecimento, ou religioso, mas
sim em um contexto mais amplo de narrativas pessoais e de sentidos para aqueles que
as experimentam.
A circulação em locais de entretenimento, arte e cultura possibilita o rompimento dos
preceitos de inadequação e segregação que a experiencia de ouvir vozes pode gerar.

CENÁRIO ATUAL
A partir de 2016, com a aprovação da emenda constitucional 95, o poder congelou
investimentos em saúde até 2036, gerando um prejuízo estimado de bilhões para a
área. Além disso, uma serie de politicas fundamentais vem sendo alternadas sem o
aval so controle social, fragilizando a atuação do CNS. Por esse motivo, conselheiros e
conselheiras, junto à população brasileira veem se esforçando para a realização da 16°
conferencia nacional de saúde, também história em contexto de desfinanciamento e
fragilização do SUS.

A participação social no brasil é muito importante. É através desse processo que a


população pode contribuir ativamente no desenvolvimento de politicas publicas de
saúde.

CONCLUSÃO
Através dos dados e da articulação teórica, foi possível compreender que a maioria dos
psi percebem os psicofármacos como auxiliares no processo psicoterápicos e que
concordam que alguns pacientes necessitam utilizar os psicofármacos durante este
processo. Contudo, foi observado que muitos dos psi pesquisadores ainda tem
dificuldades quanto à relação com os psiquiatras, havendo assim, certo distanciamento
entre eles.

A LEI ANTIMANICOMIAL E O TRABALHO DE PSICOLÓGOS EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE


MENTAL

A LOUCURA INTRIGA E FASCINA


A partir da segunda metade do século XX, psicólogos se integram às instituições de
saúde mental, enfrentando, criando e reproduzindo desafios que começa, na escolha
de uma orientação teórica e desembocam em sua atuação cotidiana.
Nomes técnicos como doente, alienado, psicótico ou portador de transtornos mentais
refletem a trajetória do trato com a loucura em diferentes discursos teóricos. Por
outro lado, o termo louco remete a um papel social constituído e reconhecido
historicamente também, mas não apenas, pelo discurso cientifico.
Em termos gerais, a psicologia entende a loucura como uma alteração mental, como
sofrimento psíquico, como uma desorganização das relações ou da personalidade. Via
a desorganização psicológica a condição de vida social do indivíduo, às suas relações
com a família e outros grupos e com suas próprias experiencias.
Essa legislação tem como objetivo redirecionar o modelo da assistência psiquiátrica
brasileiro visando a garantir aos internos em instituições de saúde mental, melhores
condições de saúde pública, além de direitos de cidadania.
A lei prevê a proteção dos indivíduos, acometidos de transtorno mental. São seus
direitos: terem acesso ao melhor sistema de saúde, serem tradados com humanidade
e respeito, visando a alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e
na comunidade.
Nesse contexto, pode-se prever que os psicólogos que trabalham em instituições de
saúde mental atuariam interdisciplinarmente, integrando equipes de profissionais de
áreas diversas, serviço social, antropologia, medicina.
O trabalho integrado, marcado por reciprocidade e enriquecimento mútuo bem como
pela democratização, favorecia a compreensão do individuo portador de transtorno
mental, a loucura, com fenômeno complexo que demanda vários saberes no trato com
o mesmo indivíduo. O profissional de psicologia atuaria como agente de reiteração na
vida do louco.

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