Virtus - Curso DR Protecção
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CLIENTE
PROJETO DETALHE
BLOCO II – Caderno 1 / 3
CURSO DE PROTEÇÃO
Filosofias, Conceitos e Princípios Básicos de Proteção por Relés
Direitos Reservados: Autor: Instrutores: Total de Páginas
Virtus Consultoria e Serviços S/C Ltda. Paulo Koiti Maezono Paulo Koiti Maezono
Toshiaki Hojo 131
CURSO DE PROTEÇÃO
CONCEITOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS
SOBRE O AUTOR
Formação
Graduado em engenharia elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1969.
Mestre em Engenharia em 1978, pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá, com os créditos
obtidos em 1974 através do Power Technology Course do P.T.I – em Schenectady, USA. Estágio
em Sistemas Digitais de Supervisão, Controle e Proteção em 1997, na Toshiba Co. e EPDC –
Electric Power Development Co. de Tokyo – Japão.
Engenharia Elétrica
Foi empregado da CESP – Companhia Energética de São Paulo no período de 1970 a 1997, com
atividades de operação e manutenção nas áreas de Proteção de Sistemas Elétricos, Supervisão e
Automação de Subestações, Supervisão e Controle de Centros de Operação e Medição de
Controle e Faturamento. Participou de atividades de grupos de trabalho do ex GCOI, na área de
proteção, com ênfase em análise de perturbações e metodologias estatísticas de avaliação de
desempenho.
Atualmente é consultor e sócio da Virtus Consultoria e Serviços S/C Ltda. em São Paulo – SP. A
Virtus tem como clientes empresas concessionárias no Brasil e na Colômbia, empresas projetistas
na área de Transmissão de Energia, fabricantes e fornecedores de sistemas de proteção, controle
e supervisão, Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, CEDIS – Instituto Presbiteriano Mackenzie.
Área Acadêmica
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................6
3. FUNÇÕES DE PROTEÇÃO.................................................................................................................................13
3.1 FUNÇÃO DE SOBRECORRENTE ................................................................................................................13
3.1.1 Elos + Chaves Fusíveis...............................................................................................................................13
3.1.2 Religadores para Circuitos de Distribuição ...............................................................................................15
3.1.3 Relés de Sobrecorrente................................................................................................................................15
3.1.3.1 Características de Tempo.....................................................................................................................................15
3.1.3.2 Elemento Instantâneo ..........................................................................................................................................17
3.1.3.3 Funções de Sobrecorrente em Relés Digitais.......................................................................................................17
3.1.3.4 Conexão dos TC’s – Proteção Convencional.......................................................................................................20
3.1.3.5 Conexão dos TC’s – Proteção Digital..................................................................................................................21
3.1.3.6 TC de Neutro – Corrente de Terra no Neutro ......................................................................................................22
3.1.4 Condições para a Proteção de Sobrecorrente ............................................................................................23
3.1.5 Sensibilidade das Funções de Sobrecorrente de Fase e de Terra...............................................................24
3.1.6 Exemplo de Ajuste de Função de Sobrecorrente.........................................................................................24
3.2 FUNÇÃO DE SEQUÊNCIA NEGATIVA ......................................................................................................29
3.3 FUNÇÃO DIRECIONAL DE SOBRECORRENTE .......................................................................................30
3.3.1 Conexão ......................................................................................................................................................30
3.3.2 Filosofia de Atuação e Aplicação ...............................................................................................................31
3.3.3 Polarização .................................................................................................................................................32
3.4 FUNÇÃO DIRECIONAL DE POTÊNCIA .....................................................................................................37
3.5 FUNÇÃO DE TENSÃO ..................................................................................................................................38
3.6 FUNÇÃO DE DISTÂNCIA ............................................................................................................................41
3.6.1 Princípio......................................................................................................................................................41
3.6.2 Representação de Linha de Transmissão e de Ponto de Curto-Circuito em Diagrama de Impedâncias....42
3.6.3 Requisitos Desejados para uma Função de Distância................................................................................44
3.6.4 Características de impedância de uma proteção de distância....................................................................47
3.6.5 Zonas de Alcance ........................................................................................................................................50
3.6.6 Loops de Medição de Falta em Relés de Distância.....................................................................................52
3.6.6.1 Loops de Medição para Faltas entre Fases ..........................................................................................................52
3.6.6.2 Loop de Medição para Curto-circuito Fase Terra................................................................................................55
3.6.7 Circuitos de Detecção de Falta (Partida) ...................................................................................................57
6. BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................................................131
1. INTRODUÇÃO
Este material se destina primordialmente a engenheiros e técnicos que desejam adquirir uma
noção geral das Filosofias e Conceitos aplicados à Proteção de Sistemas Elétricos de
Potência, seja iniciando a carreira especializada em Proteção, seja adquirindo conhecimentos
em consideração às áreas afins que necessitam desses conceitos.
Uma proteção é aplicada para detectar as anomalias que ocorrem na instalação protegida,
desligando-a e protegendo-a contra os efeitos da deterioração que poderiam decorrer da
permanência da falha ou defeito por tempo elevado.
2.2 TERMINOLOGIA
SISTEMAS DE PROTEÇÃO
Quando se fala em Sistema de Proteção, usualmente se entende tal sistema como “Relé de
Proteção”. Na realidade um Sistema de Proteção consiste, além dos relés de proteção,
também de outros subsistemas que participam do processo de remoção da falha. Tais
subsistemas são mostrados na figura a seguir:
TC's - Transformadores
Disjuntor
de Corrente
CIRCUITO PROTEGIDO
Circuito de
Comando TP's - Transformadores
de abertura de Potencial
do disjuntor
PROTEÇÃO
Relé(s) de Alimentação Auxiliar
Proteção Corrente Contínua da
Bateria da Subestação
(em geral 125 Vcc)
FUNÇÕES DE PROTEÇÃO
Seletividade
Confiabilidade
Velocidade
Economia
Simplicidade
Mantenabilidade
PRECEITOS
• A Proteção deve ter sensibilidade suficiente para cobrir a maior parte possível do
universo de possibilidade de falhas e anormalidades no componente ou sistema
protegido (dependabilidade).
• Deve haver, sempre, uma segunda Proteção, local ou remota, para a detecção de uma
mesma anormalidade (dependabilidade).
2.4 COORDENAÇÃO
O estudo e a prática de aplicação de Proteção por Relés não constituem uma ciência exata.
Muito de arte e bom senso estarão sempre associados à técnica empregada. Assim, a
experiência assume um aspecto significativo para qualquer profissional que trate do
assunto.
• Geradores
• Transformadores
• Barras
• Linhas de Transmissão e Subtransmissão
• Dispositivos e Sistemas de Compensação Reativa
• Circuitos de Distribuição
• Transformadores de Distribuição
• Motores
• Outras cargas
Barra
Transformador
Barra
Barra Barra
Transformador
Elevador Barra
Linha Linha
Transformador
Linha
Grupo Gerador -
Transformador
Reator
Shunt
Zona 1 Zona 2
TC's Disjuntor TC's
(zona 2) (zona 1)
Zona 1 Zona 2
Disjuntor TC's TC's
(zona 2) (zona 1)
Nesse segundo caso, verifica-se que há uma “zona morta” entre o disjuntor e o equipamento
TC sem aparente cobertura. Há esquemas especiais para cobrir essa zona morta, para
instalações importantes (geralmente em Extra Alta Tensão ≥ 345 kV.
É aquela que, por especificação e escolha de projeto, tem condição para detectar uma
anormalidade para a qual foi concebida, no componente protegida, contemplando os
requisitos de seletividade, confiabilidade e de velocidade.
É aquela que, também por especificação e escolha de projeto, tem a finalidade de ser a
segunda ou terceira proteção a detectar uma mesma anormalidade em um dado
componente do sistema de potência, atuando o respectivo disjuntor quando da falha da
proteção principal.
Retaguarda Local
Uma proteção de retaguarda pode estar instalada no mesmo local da proteção principal.
Neste caso é denominada de “retaguarda local”.
Retaguarda Remota
Ou pode estar instalada em um outro componente adjacente àquele original. Neste caso é
denominada de “retaguarda remota”:
SE A Componente SE B Componente SE C
Protegido Protegido
Mais recentemente no Brasil optou-se por duplicar relés ou funções principais para proteção
de linhas de transmissão de Extra Alta Tensão (níveis de tensão iguais ou superiores a 345
kV) como exigência da Aneel para novas instalações. Neste caso, pode-se ter as seguintes
opções:
3. FUNÇÕES DE PROTEÇÃO
A função sobrecorrente de uma Proteção, como o próprio nome diz, serve para detectar
níveis de corrente acima de limites estabelecidos e acionar providências para desconectar o
componente protegido. Assim, tal função serve para detectar condições de curto-circuito
onde, quase sempre, uma corrente de fase é sensivelmente maior do que a corrente de
carga.
Para correntes de carga, não deve ocorrer atuação desta função. Isto é, a função de
sobrecorrente não é para detectar condição de sobrecarga em equipamento ou instalação.
Aplicação
Para todos os níveis de tensão, desde a baixa tensão até as tensões de subtransmissão, é
possível a utilização de elos fusíveis para proteção de equipamentos, redes ou linhas.
Serve primordialmente para a proteção de equipamentos ou circuitos em configuração
radial.
Para níveis de tensão de alimentadores de Distribuição (2,4 a 34,5 kV) seu uso é bastante
generalizado para proteção de transformadores e ramais de distribuição como mostra a
figura a seguir. Nesses circuitos, com a fusão de um elo (uma fase) há desarme da
respectiva chave, geralmente de modo trifásico.
Trafo Serv.
Subestação Auxiliar
Chave
Fusível
Religador
Alimentador
Rede
Primária
Para níveis de tensão de subtransmissão (69 a 138 kV) sua aplicação é razoável para
linhas radiais, onde as correntes de curto-circuito são relativamente elevadas. Entretanto,
nos sistemas mais recentes do nosso País sua aplicação tem se limitado à proteção de
circuitos de tensão iguais ou inferiores a 88 kV.
Características
Os elos fusíveis têm a característica inversa na relação tempo x corrente, isto é, quanto
maior a corrente de curto circuito, menor o tempo de fusão do elo:
Tempo Total
Tempo
de
Interrupção
Tempo
de
Fusão
75% do Tempo
de Fusão para
fins de
Coordenação
“curva de dano”
Corrente
Figura 3.2 – Elo Fusível – Característica para Coordenação com Outras Funções de Sobrecorrente
Os fusíveis utilizados, geralmente, nos circuitos de distribuição são do tipo K rápidos, que
são mais inclinadas que os fusíveis do tipo T, o que possibilita uma operação mais rápida
para curtos-circuitos com correntes de intensidade elevada.
São instalados em redes primárias de distribuição para seccionar circuitos longos ou para
ramais, de tal modo que seus elementos de proteção tenham sensibilidade para detectar
falta no seu trecho protegido. Deve-se notar que nem sempre o disjuntor da subestação,
com suas proteções de sobrecorrente, tem sensibilidade para detectar curtos em toda a
rede de distribuição conectada ao alimentador correspondente.
Quanto às características tempo x corrente, estes relés podem ser classificados em:
Tempo
Tempo
Normalmente
Definido
Inverso
t
Ajustado Inverso
Extremamente
Inverso
Por exemplo,
para curva
“Normalmente
Inversa”:
Etc.
3 Time
Lever
2
1
1x x IPickup
Para relé de tempo inverso, pode-se ajustar também um valor para o chamado “elemento
instantâneo”. Isto é, a partir de um dado valor de corrente (expresso em múltiplo da
corrente nominal do relé), a proteção passa a atuar instantaneamente e não mais de
acordo com sua curva característica. A figura a seguir ilustra o mencionado.
Tempo
Time
Lever
3
x IPickup
Ajuste de Ajuste do
Corrente Elemento
Instantâneo
Para relés eletromecânicos e grande parte dos estáticos, todas estas características
eram definidas quando da especificação da proteção e procurava-se acomodar situações
onde se desejava estabelecer uma adequada coordenação entre proteções do Sistema
Elétrico, dependendo de cada aplicação e componente protegido. E quando de ajustes
era necessário utilizar as curvas desenhadas em papel logarítmico.
Disjuntor(es) IA
Fase A
TC
IB
Fase B
TC
IC
Fase C
TC
iA iB iC
Circuito
Residual
50/51
N
I Residual = IA + IB + IC
Onde,
TC - Transformador de Corrente.
A relação entre a corrente primária (I) e a corrente secundária (i) em cada fase
corresponde à relação de transformação do TC. Por exemplo, para um TC de 300/5
Ampères, a relação é de 60 para 1. A corrente secundária mais baixa que a primária.
Os relés são ajustados para a corrente secundária (i), levando-se em conta a corrente do
lado primário (I).
Numa proteção digital, a conexão é feita de modo semelhante, porém as funções das
fases A, B e C e a função de Terra são executadas digitalmente após a conversão A/D:
Disjuntor(es)
TC Fase A
TC
Fase B
TC Fase C
Circuito
Residual
I Residual = IA + IB + IC
Proteção Digital
Com Funções de
Sobrecorrente
50/51 Fases
50/51 Terra.
Disjuntor(es)
TC Fase A
TC
Fase B
TC Fase C
Circuito
Residual
Proteção Digital
Mede IA, IB e IC
Calcula I Residual
I Residual = IA + IB + IC
Fase A
Relé de Neutro
com Função de
Sobrecorrente Fase B
50/51
TC
N
Fase C
I NEUTRO = IA + IB + IC
Em condição normal, as correntes das três fases são equilibradas entre si. Nessas
condições, não há corrente no circuito residual ou em neutro de equipamento. E também,
as correntes secundárias (i) devem estar aquém da sensibilidade mínima da proteção de
sobrecorrente (“tap” mínimo ajustável) e os relés permanecem sem atuação.
Neste caso as correntes IA, IB e IC, apesar de equilibradas entre si, são elevadas.
Geralmente muito maiores que na condição de carga normal. E as correntes secundárias
(i) atuam os relés instalados nas fases ou as funções de fase. Não há corrente no circuito
residual, portanto não há atuação do relé ou da função 50/51N.
Neste caso, haverá aparecimento de corrente elevada de curto circuito apenas em uma
fase. Por exemplo, (IA). Proporcionalmente a correspondente corrente secundária (ia) será
elevada. Devido ao desequilíbrio à terra, o retorno da corrente (ia) se dará pelo circuito
residual (in). Nestas condições, há condição de atuação das funções 50/51A e 50/51N,
dependendo dos seus ajustes.
Uma atuação da função 50/51N indica que houve desequilíbrio envolvendo terra (curto à
terra). Dai sua denominação “Relé de Terra”.
IA Fase A
TC
Fase B
TC
Fase C
TC
iA
Curto-circuito
da Fase A à
Terra
50/51 50/51 50/51
A B C
50/51
I Residual = IA + IB + IC N
A função de sobrecorrente de fase não pode ser ajustada para correntes próximas à
corrente de carga máxima prevista no equipamento ou circuito protegido. Assim, sua
sensibilidade é limitada pela carga.
Vamos supor que os TC’s que alimentam as funções de sobrecorrente têm a relação 2000
/ 5 A.
− Que devam ser ajustados para atuar a partir de um valor de corrente primária
de 2.530 A (já considerando a margem para carga).
− Que devam atuar com cerca de 1,0 s para 5.136 A.
− Que devam atuar instantaneamente para cerca de 9.000 A
I> 0,1 – 25 x In
I>> 0,5 – 40 x In
It> 0,1 – 25 x In
It>> 0,5 – 40 x In
Para cada um, possibilidade de escolha de tempo inverso (IDTM) ou tempo definido
(DTM). Para tempo inverso, possibilidade de escolhas entre curvas IEC e ANSI.
In do relé: 5 A
12,84 / 5 = 2,57 x In
Considerando a curva normalmente inversa da norma IEC, para 2,57 x In deve-se ter
aproximadamente 1,0 s
K
t = Tx + L
I( )
Is
α
−1
Onde
0 ,14
1,0 = Tx + 0
2,57 − 1
0 , 02
1, 26
0,014
t =
I 0 , 02
1,26 − 1
Esta grande diferença entre permite a utilização do segundo estágio da proteção para
valores nesta faixa.
Sendo: 3,5 x In < 4,5 x In garante-se que se detecte 4,5 In mesmo que mude condição de
curto.
In do relé: 5 A
Adotando valor de pickup de 0,1 x In tem-se sensibilidade máxima (3I0 = corrente de terra =
0,1 x 5 = 0,5 A secundários. Isso equivale a 400 x 0,5 = 200 A primários.
Critérios de tempo para a proteção de terra: deve operar com cerca de 1,0 s para 4.470 A.
Considerando a curva normalmente inversa da norma IEC, para 2,24 x In deve-se ter
aproximadamente 1,0 s
K
t = Tx + L
I
Is
α
( )
−1
0,14
1,0 = Tx + 0
2,24
0 , 02
−1
0,10
0 , 063
t =
I
0 , 02
0,10 − 1
Assim, para 2,24 x In o tempo será de t = 0,98 s. Por exemplo, para 0,97 x In o tempo será
de t = 1,35 s.
Esta grande diferença entre permite a utilização do segundo estágio da proteção de terra
para valores nesta faixa.
Qualquer desbalanço num sistema trifásico, com ou sem terra, faz com que apareça
componentes simétricas de seqüência negativa. A componente de seqüência negativa pode
ser calculada através da expressão:
I a0 1 1 1 I a
I = 1 a1
a1 3 a 2 . I b Donde, I a 2 =
1
(
I a + a 2 .I b + a.I c ) onde a = 1∠120 o
3
I a 2 1 a 2 a I b
Para tensão, vale a mesma expressão. Assim, uma proteção pode calcular a corrente de
seqüência negativa I2 através das correntes de fase. Em condições normais de operação,
com o sistema trifásico equilibrado, essa corrente é Zero.
O desbalanço de corrente é um fator grave para máquinas rotativas, uma vez que induz
correntes de frequência dupla no rotor (ferro), causando aquecimento.
Circuito
Protegido
50/
51
Função 46:
46 Desbalanço
de Corrente
(Sequência
50/ Negativa)
51N
Para que isto seja possível, deverá haver, para cada relé, uma referência de Tensão. Isto é,
os mesmos devem ser Polarizados.
Há duas funções direcionais de terra: aquela para corrente de fase e aquela para corrente
de terra. O código ANSI para a função direcional de sobrecorrente é (67). Pode ter,
também, elemento instantâneo, porém não há código específico para esse elemento
instantâneo.
3.3.1 Conexão
A figura a seguir mostra uma conexão trifásica para 02 relés direcionais de sobrecorrente
de fase e um relé direcional de sobrecorrente de terra.
Disjuntor(es) IA
Fase A
TC
IB
Fase B
TC
IC
Fase C
iA iB iC TC
TP's
67A 67C
TP's
AUXILIARES
67N
I Residual = IA + IB + IC
Disjuntor(es) IA
Fase A
TC
IB
Fase B
TC
IC
Fase C
iA iB iC TC
TP's
Proteção Digital
Funções 67 Fases e 67
Terra
I Residual = IA + IB + IC
V Residual = VA + VB + VC
Sobrecorrente
+ Elemento
Direcional = Direcional de
Sobrecorrente
Os relés são conectados para atuar, por exemplo, para correntes saindo da barra para a
linha. Caso haja corrente no sentido inverso, mesmo que de grande intensidade (condição
de curto circuito), essa função direcional de sobrecorrente não atua:
SE A SE A
Curto na
Direção
67F Curto na Frente 67F Reversa -
Direção Correta para
Proteção
a Proteção Atuar
67 67 Não Atua
N N
Esta característica é muito importante para um esquema adotado de Proteção, uma vez
que, delimitando as condições com a imposição do fator direção, há maiores facilidades
para obter seletividade (isto é, desligar o mínimo de componentes do Sistema, para isolar
a falha) no menor tempo possível.
3.3.3 Polarização
A tensão de polarização deve ser tal que forneça uma firme referência de direção de
corrente (determinado pelo ângulo entre fasores medidos ou calculados). A figura a seguir
mostra os fasores de tensão de um sistema trifásico, com corrente de falta na fase A.
ICC
ZF RCCXCC
UA
UCC UAB
UA
Relé
ICC
UCA
ϕ
UC UB
UBC
A corrente de curto-circuito ICC deve ter uma tensão de referência para que a proteção
determine sua direção.
Neste caso, haveria uma boa referência de direção, pois ângulos indutivos significam falta
na frente do relé. Porém há as seguintes desvantagens:
Uma boa solução para dirimir as dificuldades citadas é o uso de referência cruzada. A
tabela a seguir mostra as tensões de referência para uma proteção (no caso digital) para
que as correntes de falta tenham sempre uma referência firme, com base nos fasores
mostrados na Figura 3.16:
Na figura a seguir mostra-se a tensão de referência UBC para a corrente na fase A. Deve-
se notar que a tensão da fase em curto (denominada UCC) não é a tensão que havia antes
(UA), pois há a influência da impedância da fonte ZF (sistema) no ponto de instalação da
proteção.
ICC
ZF RCCXCC
UA
UCC
UA
Relé
ICC.ZF
UAB
β UCC
UCA ϕ ICC
ϕcc
β = α − 90
UC UB
UBC
Por exemplo, se para uma falta na fase A, a tensão UCC for para zero, haverá referência
UBC.
Na concepção da função direcional faz-se com que haja direcionalidade para todo ICC
que esteja à direita da referência hachurada de direção, que tem um ângulo α com relação
à tensão UBC.
Os “loops” AB, BC e CA indicados na tabela 3.2 servem para curtos-circuitos entre fases
(bifásicos ou trifásico). Para curto-circuito bifásico sempre haverá referência firme
relacionada com a fase não afetada.
Para curto trifásico rígido, bem à frente da proteção, todas as tensões podem ir a zero.
Neste caso não haveria referência. Entretanto, as proteções mais elaboradas (para linhas
de AT ou EAT) possuem memória de tensão (informações sobre a tensão antes do curto-
circuito).
Para proteções eletromecânicas essa memória era feita através de circuitos ressonantes.
Para proteções digitais, são utilizados dados de um “buffer” com as informações do
passado. Memórias com duração entre 0,4 e 0,5 s são comuns para proteções mais
elaboradas.
UA
Relé U0
= −Z F 0
U0 = - ZF0.I0 I0
If0
I0
ZK0 ZM0
ZF0
U0
Relé = +(Z K 0 + Z M 0 )
I0
Com base nesse conceito, pode-se ter uma referência para a corrente de terra, como
mostrado a seguir:
Im
Falta na
Direção
Reversa
α = 15o Re
k.V0
Como essa corrente tem mais ou menos a mesma direção da corrente de terra do circuito
protegido, serve como referência de direção:
Re
Ipolariz. = IV
(corrente de neutro de
transformador)
Existem também relés de proteção com a função Direcional de Potência (Função 32) para
potência ativa (Watts). A conexão externa é a mesma que a realizada para a função de
sobrecorrente direcional de fase, porém se calculando a potência (Ativa) ao invés da
corrente.
Basicamente se detecta a direção da potência ativa que flui no ponto de aplicação da função
e seu valor. Esta função é aplicada:
1. Para máquinas girantes (geradores), onde o retorno de energia para a máquina pode ser
prejudicial.
3. Para transformadores específicos onde se deseja direção de potência ativa apenas num
sentido.
Deve-se observar que essa função não serve para proteção contra curtos-circuitos ou outros
tipos de falta (anormalidades).
Como o próprio nome menciona, é uma função para detectar condições de tensão
superiores ou inferiores aos valores normalmente aceitos para a Operação do Sistema ou
do Equipamento.
São realizados através de relés específicos conectados nos lados secundários dos
Transformadores de Potencial.
Para detectar condição de tensão superior a um valor aceitável. Pode ser de dois tipos:
Função de Sobretensão Instantânea ou Função de Sobretensão Temporiza.
A função instantânea não possui temporização intencional, isto é, seu tempo de atuação
depende apenas de suas características construtivas e inerentes ou do seu algoritmo (no
caso de ser digital). Por outro lado, a função temporizada é construída para introduzir uma
temporização intencional e ajustável. Os relés de sobretensão temporizados são,
geralmente, de característica definida de tempo (não inversa):
Tempo (s)
Temporização
(Ajustável)
59 59
Tensão (V)
Valor de Valor de 59
Desatuação Atuação
(drop-out) (pick-up)
Uma característica muito importante numa função ou num relé de sobretensão é a chamada
“relação pick-up / drop-out”. Num relé de sobretensão, dependendo da sua construção e
da tecnologia utilizada, há sua atuação quando se atinge o nível de tensão ajustado e há
desatuação quando a tensão retorna às condições normais. A tensão em que o relé deixa
de atuar (“drop-out”) é sempre menor que a tensão de atuação. E a relação “pick-up / drop-
out” pode ser definida como:
Este valor é sempre superior a 100 %. Quanto menor esta relação, mais segura a aplicação
da função de sobretensão. Um modelo ideal de função de sobretensão seria uma relação de
100 %, isto é, qualquer abaixamento de tensão aquém do valor ajustado provocaria a
desatuação da função. Relés modernos, com tecnologia digital, permitem relação próxima a
100 %.
Em EAT é aplicada em linhas para que tenha uma função sistêmica, isto é, para desligar
trechos do sistema afetados por sobretensão (excesso de reativos na região).
Uma função 59 pode ser conectada para detectar o valor 3.V0, isto é, a tensão residual,
através de secundários de TP’s em “delta aberto”.
Tempo (s)
Temporização
(Ajustável)
Tensão (V)
Valor de Valor de 59N
Desatuação Atuação
(drop-out) (pick-up) ou 64
Figura 3.25 – Função 59 Terra, de tempo definido, para faltas a terra em sistema isolado.
Num sistema solidamente aterrado, essa tensão residual é pequena, quando de um curto
circuito para terra. Entretanto, para um sistema isolado, ou para um sistema aterrado
através de resistência ou reatância, o valor é grande para faltas a terra.
Assim, utiliza-se essa proteção para se detectar curtos de uma fase à terra, por exemplo,
num sistema 13,8 kV conectado no terciário em Delta de um transformador (sistema isolado,
sem neutro). Daí identificar essa proteção também como 64 (proteção terra).
A função atua quando a tensão cair abaixo de um valor ajustado. Esta função pode ser
utilizada como proteção para equipamentos que não podem operar com tensão abaixo de
um certo limite (geralmente máquinas rotativas), ou pode ser utilizada apenas como relé de
subtensão para desligamento automático de circuito quando de falta de tensão (relé de
manobra).
Para utilização da função 27 para manobra de circuitos (desligamento por falta de tensão), a
relação “drop-out / “pick-up”) não é muito significativa pois há uma grande diferença entre
“existir tensão” e “não existir”. Entretanto, para proteção, a relação é importante, como já
mencionado para a função 59.
3.6.1 Princípio
A função Distância mede, através da leitura das correntes e tensões do circuito protegido,
a impedância entre o ponto de aplicação da proteção e o ponto onde ocorreu o curto-
circuito.
Tensão
A dimensão da grandeza calculada é Ohms: Im pedância =
Corrente
Considerando o princípio, torna-se evidente que uma função de distância deve ser
alimentada por TC’s (correntes) e TP’s (tensões):
SE A SE A
67 67F
N
67N
Figura 3.26 – A Proteção de Distância Necessita Dados dos TC’s e dos TP’s
Subestação B
Outro nível kV
R (ohms)
Transformador
Subestação C
SE B
SE D SE A SE B SE C
2
LT
230 kV
Subestação B
Atrás Frente
1
SE B
LT
Subestação A
Ponto de FRENTE 138 kV
Aplicação da
Proteção θ
jX (ohms)
3
LT
Subestação D
(ATRÁS)
O ângulo, que pode variar de 65 a 89 graus dependendo do tipo e nível de tensão da LT,
mostra que uma linha de transmissão aérea tem característica predominantemente
indutiva. Quanto maior o nível de tensão da linha, maior seu ângulo com relação ao eixo
dos R. Um transformador de potência é considerado puramente indutivo em Alta Tensão.
Mas para transformadores de distribuição deve-se considerar também a resistência.
Deve-se observar, também, que uma linha de cabos pode ter ângulos menores que os das
linhas aéreas.
SE A ZLT 1 SE B
ICC
ZFONTE ZCC ZA
jX
SE A SE A
Verifica-se que a impedância medida é ZCC = UCC / ICC que é a impedância do ponto de
aplicação da proteção até o ponto de curto circuito, e que essa impedância pode ser
representada no diagrama R-X como mostra a figura a seguir:
R (ohms)
Subestação C
2
LT
Subestação B
1
PONTO DE
LT
CURTO-
CIRCUITO
Subestação A
Ponto de
Aplicação da FRENTE
Proteção θ
jX (ohms)
Condição de curto-circuito na LT
Se o relé de impedância estiver ajustado com um valor Zajustado maior do que o Zcc, o valor
medido cairia dentro de sua característica e o relé atuaria. Essa idéia está ilustrada na
figura a seguir:
R (ohms)
Subestação C
2
Ajuste
LT
(alcance) da
proteção de Subestação B
distância da
Subestação A
PONTO DE
Subestação A CURTO-
Ponto de CIRCUITO
Aplicação da
Proteção FRENTE
θ
jX (ohms)
Condição de carga na LT
kV 2
Z CARGA = ohms / fase.
MVA
Onde kV é a tensão de linha (entre fases) e o MVA é a potência aparente no ponto de
aplicação da proteção.
R (ohms)
Subestação C
2 FRENTE
Ajuste
LT
(alcance) da
proteção de Subestação B
distância da
Subestação A PONTO DE
CARGA
Subestação A
Ponto de
Aplicação da ZCARGA
Proteção
θ α
jX (ohms)
A figura anterior representa o ponto de carga (impedância da carga) com o seu ângulo α,
correspondente ao fator de potência. Não se deseja que a proteção de distância atue
para condição de carga e também que permita as sobrecargas esperadas em
condições de emergência.
Verifica-se então que a proteção deve ser sensível para ângulos indutivos acentuados
(condição de curto-circuito na direção para frente) e não seja sensível para ângulos
indutivos pequenos (carga indutiva saindo da barra).
R (ohms)
Subestação C
2
FRENTE
LT
Subestação B
PONTO DE CURTO-CIRCUITO
Subestação A RF
Ponto de IMPEDÂNCIA VISTA PELO
Aplicação da PONTO DE APLICAÇÃO DA
PROTEÇÃO
Proteção
jX (ohms)
Conclui-se que a proteção deve ser sensível não apenas através do ângulo da linha, mas
também para ângulos menores que consideram a resistência, tomando-se o cuidado de
não alcançar a impedância de carga.
R (ohms)
Subestação C
2
FRENTE
LT
Subestação B
Subestação A
Ponto de
Aplicação da ZCARGA
Proteção
θ α
jX (ohms)
A figura mostra a região da carga, onde não deve haver alcance da proteção de distância.
FRENTE
ZCARGA
θ α
jX (ohms)
Característica Mho
A figura a seguir mostra a chamada característica Mho para função de distância. Observa-
se que ela é inerentemente direcional, isto é, tem alcance apenas no sentido direcional. Ao
mesmo tempo, tem pouca sensibilidade para ângulos de carga (na direção do eixo dos X).
Essa característica Mho é muito utilizada, principalmente nos relés de distância
eletromecânicos e estáticos.
R (ohms)
FRENTE
ZCARGA
θ
α
jX (ohms)
A figura a seguir mostra a chamada característica Offset - Mho para função de distância.
Observa-se que ela é um Mho deslocado. Como tem parte de seu alcance na direção
reversa, exige um elemento direcional adicional.
Também é uma característica que era muito usada em algumas proteções de distância
eletromecânicas.
R (ohms)
FRENTE
ZCARGA
θ
α
jX (ohms)
.
Figura 3.38 – Característica OFFSET - MHO para uma Proteção de Distância
Esta característica permite que para R=0 e X=0 haja maior facilidade de discriminação de
direção do curto-circuito, o que poderia ser um problema para a característica Mho,
dependendo da concepção do elemento de medição da proteção (eletromecânica).
Outras Características
R (ohms)
FRENTE FRENTE
ZCARGA ZCARGA
jX (ohms) jX (ohms)
Lenticular Paralelograma
.
Figura 3.39 – Outros tipos de características
A seguir estão mostradas algumas das características típicas das modernas funções de
distância em proteções digitais.
R (ohms)
FRENTE
jX (ohms)
7SA6 - SIEMENS
.
Figura 3.40 – Exemplo Siemens
R (ohms)
FRENTE
R (ohms)
FRENTE
jX (ohms) jX (ohms)
Uma proteção de distância não possui apenas uma zona de alcance, como mostrado no
item anterior. Ela possui várias zonas, sendo que cada zona pode ser ajustada com seus
respectivos valores de alcance e tempo.
A figura a seguir ilustra o caso de uma proteção com três zonas de alcance no sentido
direcional e uma zona de alcance não direcional.
R (ohms)
FRENTE
Zona 3
t = 1,5 s Zona 4
t=3s
Zona 2
t = 0,5 s
Zona 1
t=0s
θ
jX (ohms)
ATRÁS
Zona 3
t = 1,5 s
Zona 2
t = 0,5 s
ATRÁS Zona 1
t=0s
SE D SE A SE B SE C
Ajustar um relé de impedância para cobrir uma determinada distância de uma linha de
transmissão não apresenta dificuldade pelo fato de se ter impedância da linha pré-
calculada, com muita precisão.
Esta facilidade para um relé de distância se torna mais evidente quando se tenta ajustar,
por exemplo, e por sua vez, um relé de sobrecorrente. No caso de elemento de
sobrecorrente, o valor a ser ajustado dependerá do valor de corrente de curto-circuito pré-
calculado. Na prática, a corrente de curto-circuito poderá, no máximo ser
aproximadamente igual ao calculado. Entretanto, é comum ter-se correntes menores ou
muito menores que o previsto, em vista das impedâncias envolvidas caso a caso. Assim,
para o caso de função de sobrecorrente, nunca se terá garantia de precisão.
São três loops de medição para faltas entre fases. Para que se meça corretamente a
distância para curtos trifásicos e bifásicos, sabendo-se que um curto bifásico no mesmo
ponto de um curto trifásico apresenta corrente 3 da corrente trifásica (86,667%), uma
2
proteção de distância utiliza medição de tensão de linha ao invés de tensão de fase, para
o loop de medição entre fases, adotando as correntes:
Curto-circuito Trifásico
CURTO
CIRCUITO
TRIFÁSICO
PROTEÇÃO
Modelo Matemático
ICC3F (Sequência Positiva)
ZFONTE ZCC
EB
VFASE = VLINHA / 1,732
EA
Do loop de falta para o diagrama anterior, tem-se em cada uma das fases:
VFASE = EA – ZFONTE.ICC3F
Mas como o relé utiliza corrente IA – IB ao invés de IA (uma fase), tem-se da mesma
expressão anterior:
V LINHA _ AB
= Z CC ohms / fase
I CC 3 F _ A − I CC 3 F _ B
Curto-circuito Bifásico
I Fase
I Fase
CURTO
CIRCUITO
BIFÁSICO
PROTEÇÃO
ICC2F_A
VLINHA_AB ZCC
ICC2F_B
ZCC
V LINHA _ AB
= Z CC
I CC 2 F _ A − I CC 2 F _ B
Percebe-se que:
ICC3F_A
ICC3F_A - ICC3F_B = 1,732. ICC3F
ICC2F_A
ICC2F_b
ICC3F_C ICC3F_B
Confirma-se que há o mesmo valor medido de impedância, tanto para curto bifásico
como para curto trifásico.
I Fase
I Terra
CURTO
CIRCUITO
FASE-TERRA
PROTEÇÃO
ZL
ICCFT
VFASE
ITERRA
ZTERRA
V FASE
ZL = É a impedância do loop fase terra vista pelo relé.
Z
I CCFT − TERRA I TERRA
ZL
O relé de proteção não faz diretamente a medida VFASE/ICCFT. Ele faz o cálculo:
Haverá correta medição de distância quando k0 ajustado no relé for igual a ZTERRA / ZL,
e portanto ZFASE-NEUTRO = ZL.
ZTERRA = (Z0-Z1) / 3
Alguns fabricantes chamam esse fator de kG e outros de kN. Deve-se observar que, na
realidade, k0 é um numero complexo (módulo e ângulo):
VALORES TÍPICOS
Seq. (+) Seq. (0) Terra Ângulo
do k0
R + jX Ângulo R + jX Ângulo R + jX Ângulo
Ohms / km Graus Ohms / km Graus Ohms / km Graus Graus
440 kV (Aérea) 0,024 + j0,31 86 0,33 + j1,31 76 0,102 + j 0,334 73 -13
345 kV (Aérea) 0,016 + j0,29 87 0,23 + j0,92 76 0,070 + j0,209 72 -14
345 kV (Cabos) 0,014 + j0,25 87 0,07 + j0,07 45 0,019 – j 0,061 - 73 -160
230 kV (Aérea) 0,065 + j0,37 80 0,41 + j1,36 73 0,116 + j0,329 70 -10
Tabela 3.3 – Valores Típicos de Impedância de Terra e de Seqüência Zero para Linhas
Ele precisa ser seletivo para a fase afetada, isto é, deve detectar as fases afetadas, não
partindo nas fases não afetadas. Isso é importante onde se utiliza religamento automático
monopolar.
A seleção correta das fases afetadas é importante também para algumas proteções
eletromecânicas ou estáticas do tipo “chaveado” (origem européia), isto é que possuem 1
ou 3 elementos de medida para 6 loops possíveis de medição e elementos de partida que
selecionam as grandezas para esses elementos. `
- ou um relé por zona de atuação, sendo cada relé com elementos para cada loop de
medição;
- ou um relé por fase, cada relé com 3 zonas de atuação.
Cada relé atua independente do outro. Tradicionalmente para curtos à terra utilizam relés
direcionais de sobrecorrente de terra com esquema de teleproteção. Relés de distância
para faltas à terra são menos utilizados. Assim, para relés tradicionais de origem
americana, o conceito de circuito de detecção de falta pode ser resumir à “corrente mínima
para atuação da proteção de distância”.
Para correta seleção de fases afetadas, deve-se evitar que o relé da fase afetada não
detecte incorretamente a falta na outra fase.
É o modo mais simples e rápido de detecção de falta. Utilizado para sistemas onde a
corrente de curto-circuito é muito maior que a corrente de carga (menor corrente de curto
maior que o dobro da carga).
Um exemplo de ajuste, para esse caso seria Ipartida = 1,3 x Imáx_carga para fase e Ipartida_terra
= 0,5 x In_TC . Mas trata-se de um ajuste relativamente complexo, uma vez que todas as
contingências de carga devem ser levadas em consideração, ao mesmo tempo em que
se deve procura manter a sensibilidade para curto-circuito. A flexibilidade de ajuste é
limitada.
A sensibilidade pode ser obtida para faltas à terra pelo ajuste sensível de relé de terra,
mas fica ainda pendente a necessidade de se selecionar a fase em falta, o que pode não
ser possível com elemento de sobrecorrente de fase (menos sensível).
E para fases, curtos bifásicos devem ser considerados (menor corrente de fase) ao invés
de curtos trifásicos.
Deve-se salientar que para a Siemens o termo “partida por subimpedância” é utilizado
com significado diferente da “partida por subimpedância” de alguns outros fabricantes.
Aquele fabricante entende-se como partida por subimpedância um sistema onde se tem
“partida por subtensão supervisionado pela intensidade da corrente”, conforme mostrado
na figura a seguir:
Característica de Partida
U< e I>
U/UN UN
1,0
Ajuste Típico:
0,8 UI>>
UI> I > = 0,25 IN
0,6
UI> = 70% de UN
0,4
I >> = 2,5 IN
0,2
UI>> = 90% de UN
Para corrente inferior a I>, não há partida. Entre I> e I>>, quanto menor a corrente, menor
deve ser a tensão (subtensão) de partida.
Assim, não há partida para correntes pequenas em condições de carga (tensão entre
90% e 100%). A partir de I>>, há partida com tensão normal (partida por sobrecorrente).
Uma variação deste esquema de partida é mostrada na figura a seguir. Para ângulos de
curto-circuito, que são maiores que o ângulo de carga (ajustáveis), se tem sensibilidade
maior:
ϕ2 ϕ2
ϕ1 ϕ1
U /UN
Ajuste Típico:
100%
I > = 0,25 IN
UIϕ>> UI>> UI> = 70% de UN
UI> I >> = 2,5 IN
50% UI>> = 90% de UN
I ϕ>> = 1,0 IN
UIϕ>> = 90% de UN
ϕ1 > = 45 graus
ϕ2 < = 110 graus
I> Iϕ>> I>> I E> = 0,25 IN
1,0xIN 2,0xIN I /IN
UE> (3.V0>) = 20 V
Característica de Partida
U/I/ϕ
Isto é, para ângulos de curto circuito (ϕ1 > 45 graus, no exemplo), tem-se partida para
corrente entre 0,5 e 1,0 IN. Enquanto que para ângulo de carga, tem-se partida com
tensão normal apenas para 2,5 IN.
A Alstom por exemplo, chama esse tipo de partida de “partida por subtensão e
sobrecorrente”, utilizando o termo “subimpedância” para a partida por característica de
impedância mostrado no parágrafo a seguir.
X X X
R R R
X X
Carga Carga
R R
Característica Característica
Off-set Mho com Quadrilateral
Blindagem
O objetivo é ter alcance maior no sentido do eixo dos X para se ter sensibilidade para
detectar curtos remotos e ao mesmo tempo apresentar uma “banda” lateral para
acomodar resistências de falta como por exemplo a resistência de arco.
Por outro lado, quanto maior a área de Partida, maior a possibilidade de ocorrer partida
também nas fases não afetadas, para curto-circuito fase-terra. Essa partida em “fase
boa” afeta a seleção de fases para desligamento e religamento monopolar. Também
neste caso, a maior dificuldade se observa para característica off-set mho.
Para proteções numéricas, deve-se observar que para um relé de 6 loops (3 fase-fase e
3 fase-terra) e num curto-circuito fase-terra, os 5 loops restantes continuam medindo as
impedâncias:
V A _ Neutro VB _ Neutro
Z A _ Terra = (Fase em Falta) Z B _ Terra = (Fase Sã)
I A − k 0 .I TERRA I B − k 0 .I TERRA
VC _ Neutro V A − VB
Z C _ Terra = (Fase Sã) Z A_ B = (Loop A-B)
I C − k 0 .I TERRA I A −I B
VB − VC VC − V A
ZB_C = (Loop B-C) ZC _ A = (Loop C-A)
I B −I C IC −I A
O mesmo ocorre para relés de terra (um por fase) do tipo americano tradicional.
Alcance Alcance
Fase Terra
Alcance
Fase Carga
Alcance
Terra
Característica de Partida
Otimizada
O objetivo, além de não detectar a carga, é permitir uma boa seleção de fases.
Num arco, a corrente e a tensão estão em fase, como mostra a figura a seguir [1]. Assim,
o arco pode ser considerado como uma resistência no loop de medição da falta:
Iarco
Uarco
Resistência do Arco
Segundo Warrington [4], a resistência do arco pode ser estimada pela seguinte fórmula
empírica:
28700.l
R ARCO _ Sem _ Vento = 1, 4 ohms
I ARCO
Nota: a fórmula original está apresentada no sistema de medida Inglês. A fórmula acima é
resultado da conversão para o sistema métrico.
Por outro lado, segundo Ziegler [1], a resistência do arco pode ser estimada pela seguinte
fórmula empírica:
2500.l
R ARCO _ Sem _ Vento = ohms
I ARCO
Onde:
Influência do Vento
Condutor Condutor
Vento
Condutor Condutor
Vento
Segundo Ziegler [bibliografia (3)], a influência da velocidade do vento, no tempo, pode ser
estimada por:
5.v.t
R ARCO = R ARCO _ Sem _ Vento .(1 + )
l ARCO
Onde:
v = velocidade do vento em m/s
t = tempo de duração do arco em s
IARCO = comprimento do arco em m
Exemplo de Cálculo
Vamos supor um arco de 6 m de extensão (com vento de 3 m/s, o que equivale a 10,8
km/h) no sistema 440 kV, com corrente de 4.000 A.
ZFB
ZFA ZL Z’L
EA EB
URELÉ UARCO
Para verificação de ajuste de relé, recomenda-se adotar então a fórmula de Ziegler tanto
para a primeira zona como também para considerar a influência do vento no tempo
(segunda e terceira zonas) com valor ôhmico considerado como (UARCO / IRELÉ) com
tensão fixa e não uma resistência fixa
Em linhas com cabo guarda aterrado em todas as torres, a corrente flui através de vários
aterramentos em paralelo (resistências de pé de torre em paralelo). Isso significa na
prática que, para essas linhas, o valor efetivo da resistência de falta é pequeno.
ϕ CG
1 j.
Z EFETIVO = . RPT . ZCG .l T .e 2
2
2
Z CG = RCG + X CG
2
ϕCG = Arctg ( X CG / RCG )
Onde:
Exemplo de Cálculo
Para RPT = 20 ohms, RCG = 0,234 ohms/km, XCG = 0,748 ohms/km e lT = 230 m (0,23 km),
tem-se:
1 o o
Z EFETIVO = 20 x0,784 x0,230 xe j .72, 6 = 0,95.e j .36,3 = 0,76 + j.0,56 ohms
2
Observa-se também que não é pura resistência, tendo parcela indutiva devido aos cabos
guarda que conduzem corrente de terra.
Isso introduz uma reatância adicional. Para se ter uma ordem de grandeza, deve-se
mencionar que j.0,56 ohms correspondem a cerca de 2,0 km em linha de transmissão de
345 kV. Isso significa 20% em 10 km, 3,33% em 60 km ou 2% em 100 km de linha.
Para linhas com cabo guarda aterrado em todas as torres (o que é o caso das linhas
440, 345 e 230 kV da rede básica), o valor resistivo torna-se pequeno porém aparece
uma reatância indutiva devido às características R + jX do cabo guarda. Essa reatância
indutiva adicional pode ter influência no desempenho do relé (alcance) para linhas curtas
e para contribuições proporcionalmente elevada de corrente da outra extremidade da
linha, para o curto circuito medido pelo relé. Deve-se observar, entretanto, que essa
dificuldade é superada com o adequado uso de esquema de teleproteção.
Para efeitos práticos, todos os acoplamentos mútuos de seqüência zero para circuitos de
linhas que estejam na mesma estrutura, para linhas médias e longas, devem ser
considerados. Lembrar que ITERRA = 3. I0.
A B
I0_L1 Z0_L1
C Z0M D
Z0_L2
I0_L2
∆X Caminho do
Vetor Carga
∆Z
Caminho do
∆R Vetor Carga
Característica Característica
Quadrangular Off-set Mho
Se o tempo medido for superior a um valor pré-determinado (ordem de ms), a função pode
bloquear o “trip” da proteção. Deve-se observar que é relativamente grande o tempo que o
vetor carga leva para cruzar a característica tracejada até atingir a característica de
proteção (linha cheia), ao contrário do caso de um curto-circuito quando esse tempo é
quase instantâneo.
fechamento manual do respectivo disjuntor. Não deve haver tensão na LT, antes do
fechamento manual (supervisionado pela função 27).
Quando, numa configuração disjuntor e meio, a seccionadora de linha está aberta com
pelo menos um disjuntor do terminal fechado, há possibilidade de ocorrer curto-circuito
entre o(s) disjuntor(es) e a seccionadora de linha. A figura a seguir ilustra o mencionado.
Curto-circuito com
a Seccionadora de
Linha aberta
Proteção Proteção
A proteção de linha, para este esquema de barras, deve ter uma função denominada
“STUB Bus” que detecta esta condição. A proteção de linha deve ter a informação de
seccionadora aberta (deve haver cablagem para tanto, para uma entrada digital da
proteção).
A proteção STUB é proporcionada por uma função de Sobrecorrente (50-STUB) que atua
instantaneamente para o curto e desliga o(s) disjuntor(es) quando a seccionadora está
aberta.
A Curto Interno à LT B
Proteção do Proteção do
Terminal A Terminal B
Canal de
Telecomunicações
-B
1
0 A
1
0 -B
1
0 A ou B
.
Figura 3.58 – Comparação de Fase para Curto Interno à LT
Em cada extremidade, se faz a comparação das polaridades das correntes das duas
extremidades e se efetua uma verificação lógica a cada meio ciclo. Na figura acima se
observa sinal constante A ou B, o que dá uma condição de “trip”.
B Curto Externo
A
à LT
Proteção do Proteção do
Terminal A Terminal B
Canal de
Telecomunicações
-B
1
0 A
1
0 -B
1
0 A ou B
Devido à capacitância da LT, os ângulos de fase não são coincidentes nas duas
extremidades, portanto não há exata coincidência das polaridades comparadas. Assim, o
esquema possui temporizadores para adaptar essa situação, sendo que o tempo de
compensação depende do defasamento que a capacitância da linha introduz nas correntes
em condição normal de operação.
Por outro lado, o princípio mostrado, se diretamente aplicado, não funciona para condição
de saturação de TC de linha ou para deslocamento acentuado do eixo (componente DC
com variação exponencial), pois é baseado no princípio de detecção de cruzamento da
senóide com o eixo.
Com o advento da fibra óptica para telecomunicações e proteção com tecnologia digital
microprocessada, foi possível uma melhor implementação da idéia de comparar fases nas
duas extremidades, com cálculos e comparações adicionais, melhorando
conseqüentemente a confiabilidade dessa proteção.
Comparação Dinâmica
Após filtragem, a corrente num instante i(t) é comparada localmente com a amostra de 2
ciclos antes i(t-2T). Se o nível dinâmico (ajustado) é excedido, a polaridade da diferença
de corrente é transmitida para a outra extremidade para comparação de polaridades.
Comparação em Regime
Com este princípio, mostra-se uma condição de carga normal na figura a seguir:
A B
Proteção do Proteção do
Terminal A Terminal B
Comparação Dinâmica:
i1(t-2T) i1(t)
i2(t-2T) i2(t)
Curto
A Interno B
Proteção do Proteção do
Terminal A Terminal B
Comparação Dinâmica:
i1(t-2T) i1(t)
i1(t) A
Trip Permitido
∆i1 = i1(t) -i1(t-2T) A
Sinal de ∆i1 + + + A
- -
i2(t-2T) i2(t)
i2(t) B
Trip Permitido
+ IDinamico
∆i2 = i2(t) -i2(t-2T) B
- IDinamico
Sinal de ∆i2 + + + B
- -
Figura 3.61 – Comparação de Fase para Curto Interno à LT. Proteção Digital.
Curto
A B
Externo
Proteção do Proteção do
Terminal A Terminal B
Comparação Dinâmica:
i1(t-2T) i1(t)
i1(t) A
Trip Permitido
Sinal de ∆i1 + + + A
- -
i2(t-2T) i2(t)
i2(t) B
Trip Permitido
+ IDinamico
∆i2 = i2(t) -i2(t-2T) B
- IDinamico
Sinal de ∆i2 + + B
- - -
Figura 3.62 – Comparação de Fase para Curto Externo à LT. Proteção Digital.
O nível dinâmico da diferença de corrente pode ser atingido, mas as polaridades dessa
diferença de corrente não são coincidentes, e assim não haverá trip.
Deve-se observar que, pelo fato de haver filtragem anterior, a componente DC é eliminada
antes dessa comparação dinâmica.
Todo esse processo de se comparar polaridades das diferenças de corrente é feito para
que a proteção continue a operar corretamente, tanto para curtos internos como para
curtos externos, mesmo com saturação de TC’s em ambas as extremidades da LT.
Esse tipo de sofisticação só foi possível com o advento da proteção digital, como mostrou
o exemplo.
Qualquer distúrbio numa Linha de Transmissão se propaga como uma Onda Trafegante
sobre a linha. Isto é, a alteração de um estado normal de operação para um estado em
curto-circuito num determinado ponto se faz sentir quase instantaneamente no Sistema (por
exemplo, nas duas extremidades da Linha) pela propagação de ondas de surto da tensão
de curto circuito e da corrente de curto circuito.
SE A SE B
R F R
Ponto de Ponto de
Ocorrência
Condição
Aplicação
da Proteção da Falta Inicial
SE A F SE B
R R
Representação
da Falta
- ef
ef
er
if ir
ef er
if ir
if ir
Isto é, 280.000 km/s (quase a velocidade da luz). Esta velocidade depende da impedância
de surto da Linha (dependente do L e do C) que está em torno de 800 ohms.
Detecção de Direção
Cálculo de Distância
Era também possível medir as diferenças de tempo entre várias reflexões de ondas
trafegantes no terminal e calcular a distância do ponto de medição até o ponto de falta F.
Este tipo de função de proteção de “Ondas Trafegantes” é mais complexo e inclui também a
determinação da direção. Sua vantagem é a facilidade de aplicação, de modo semelhante
aos relés de distância.
Experiência de utilização
Este tipo de proteção surgiu nos anos 70. Apesar de ter uma boa concepção quanto ao
princípio de funcionamento, talvez em decorrência da tecnologia existente na época para
detecção e medição a proteção não teve, de modo geral, um desempenho satisfatório..
Considerando também o aspecto custo x benefício, as proteções convencionais quanto à
concepção prevaleceram e esta proteção caiu em desuso.
Na proteção de sistemas elétricos de potência, uma das funções mais utilizadas na proteção
de equipamentos, máquinas, barras ou na proteção de linhas é a função DIFERENCIAL.
Como o próprio nome indica, seu princípio de funcionamento baseia-se na comparação
entre grandezas (ou composição de grandezas) que entram no circuito protegido e
grandezas de mesma natureza que saem do circuito protegido.
Função
DIFERENCIAL
• Deve considerar os efeitos de erros de precisão nos TC’s e TC’s auxiliares utilizados
para conexão da proteção.
• Deve manter a estabilidade (não atuar) para curto-circuito externo à área protegida,
mesmo com saturação de TC.
• Deve ter rápida atuação para curto-circuito interno, mesmo para aquelas faltas de
baixa corrente.
Tranformador de Potência
TC's Lado A TC's Lado B
- 30o
a 0o
A = (a-c) a
B = (b-a) b b
C = (c-b) c c
Carga Normal
ou
c b a TC's Auxiliares
Curto-Circuito
Trifásico Corrige
Externo Defasamento e
acerta o módulo
c b a
Proteção
Estável
C = (c-b) C = (c-b)
B = (b-a) Proteção B = (b-a)
A = (a-c) Diferencial A = (a-c)
Figura 3.66 – Correção de Modulo e de Ângulo antes da medição pela Proteção Diferencial
Para condição de carga normal, as correntes que entram e saem da proteção diferencial
(em cada fase) necessitam ser iguais entre si, em módulo e ângulo.
Nestas condições o relé é estável para carga e para curto-circuito trifásico externo à zona
de proteção. Note que a zona de proteção da proteção diferencial é delimitada pelos TC’s
principais. Qualquer curto-circuito dentro da zona de proteção implicará em atuação da
proteção diferencial.
Diz-se que a proteção diferencial é inerentemente seletiva, uma vez que a seletividade
depende apenas da localização da falta, se dentro ou fora da área de proteção
diferencial.
Tranformador de Potência
TC's Lado A TC's Lado B
a
a
b b
c c
c b a
Curto-Circuito
Fase-Terra
Externo
Proteção c b a
Estável
Proteção
Diferencial
O mesmo caso anterior pode ser representado através de componentes simétricos como
mostra a figura seguinte:
Não tem - -
Tem Seq. 0
Seq. Zero a Zero
+ a +
+ + 0
- b b
-
- 0 + -
+ c c
+ 0
0 +
+
0
-
-
+
Tem Seq.
0
+
Zero
+
-
b a
-
Não tem Não tem
c b a
Seq. Zero Seq. Zero
- -
+ +
Proteção
Diferencial
- -
+ +
Figura 3.68 – A Conexão Delta dos TC’s Auxiliares Bloqueia a Seqüência Zero
Portanto, deve haver um Delta nos TC’s do lado B do transformador, seja nos TC’s
principais ou nos TC’s auxiliares (como na figura), para que não chegue corrente de
seqüência zero na proteção diferencial pelo lado B – caso contrário, não haveria
estabilidade para a proteção diferencial para curtos à terra externos ao transformador.
Regra Prática:
Regra Prática:
• Seja através dos TC’s principais ou através dos TC’s auxiliares, deve-se representar
no circuito dos TC’s (lado secundário – cablagem) a mesma conexão com as mesmas
polaridades do Transformador de Potência protegido (lado primário – potência).
87T
Relé de 02 entradas
de corrente
Observe a conexão estrela aterrada para os TC’s do lado de Delta e conexão delta do
lado de estrela aterrada do Transformador de Potência. A necessidade ou não de TC’s
auxiliares dependerá das relações de transformação dos TC’s principais.
87T
Relé de 03 entradas
de corrente
Observa-se que neste caso a proteção diferencial deve possuir três entradas de
corrente. A soma das três correntes é que permitirá a verificação de existência de
corrente diferencial (curto-circuito dentro da área de proteção).
87T
Relé de 03 entradas
de corrente
Verifica-se neste caso que há soma de correntes do lado do esquema “disjuntor e meio”
através da conexão em paralelo dos lados secundários dos TC’s do vão. A conexão de
TC’s em paralelo para barras “disjuntor e meio” ou em “anel” é uma prática muito comum.
87T
Relé de 04 entradas
de corrente
Deve-se mencionar, entretanto, que a prática de conectar TC’s em paralelo pelo lado
secundário é uma prática difundida em todo o mundo. Não se tem registrado, na prática,
dificuldades quanto a este aspecto.
Neste caso não há transformação de nível de tensão e a corrente que flui nos dois lados
do equipamento protegido como reator, motor ou gerador é a mesma (lado da linha e lado
do neutro). Assim sendo não há dificuldades como aqueles mencionados para o caso de
transformador, como a adequação de defasamentos ou correção de módulos.
LT
Reator “Shunt”
87R
Relé de 02 entradas
de corrente
Gerador
ou Motor
87G
Para a maior parte das proteções disponíveis, a preferência é que todos os TC’s tenham a
mesma relação de transformação. Para modernos relés digitais pode-se fazer o
condicionamento dos dados de cada TC (através de “TC’s auxiliares digitais”) e há muito
mais flexibilidade quanto a este aspecto.
LT 1 LT 2 LT 3
87B
TR 1 TR 2
Esse é o aspecto que faz com que a proteção diferencial de linha de transmissão seja
tratada de modo diferenciado do caso de equipamentos ou barras que estão confinados
em ambientes de subestações.
LT
Uma proteção que utilizasse um simples relé de sobrecorrente para medir a corrente
diferencial seria chamada de “simples balanço de corrente”. A corrente diferencial seria a
soma de todas as correntes medidas com base numa referência única (polaridades
coerentes):
Equipamento ou
Área Protegida
Carga ou
Curto Externo
Em condição normal de carga, o erro pode não ser muito grande, mas numa condição de
curto circuito, esse erro seria amplificado.
Assim, esse relé de sobrecorrente que mediria ID teria que ser ajustado com um valor
alto, o que impediria que a proteção tivesse sensibilidade para curtos internos de baixa
corrente.
Esse esquema de simples balanço de corrente foi tentado apenas nos primórdios da
tecnologia de Proteção (primeira metade do século 20), ou adotado apenas em
esquemas improvisados na falta de outros melhores.
Equipamento ou
Área Protegida
Carga ou
Curto Externo
IA IB
Re strição = I A + I B
r r
o
ID
Operação = ∑ (I A + IB )
As correntes |IA| + |IB| nas bobinas de restrição (r) tendem a RESTRINGIR a atuação do
relé. A corrente diferencial (IA + IB) pela bobina de operação (o) tende a OPERAR o relé
e é ajustado num valor percentual com relação à restrição.
Para um curto externo, com grande corrente diferencial, a restrição também seria grande,
com o valor percentual da corrente diferencial não atingindo o valor de atuação. Para um
curto interno, a restrição continuaria grande, mas percentualmente a corrente diferencial
seria grande, e a proteção atuaria. Num gráfico, teríamos:
ID Zona de
Operação
Zona de
Restrição
ID_Mínima
IA + IB
CURTO
EXTERNO
Divisor de
corrente
ID
∆V R
Ajustável
Secundário de
TC totalmente
Saturado
R do
secundário do
TC
Instala-se uma resistência ajustável no circuito diferencial, de modo que a tensão através
desse circuito diferencial tenha um determinado valor para um TC totalmente saturado
como mostrado na figura.
Se a proteção for ajustada para operar com valor > ∆V, então ela será estável para curto
externo, mesmo com um TC totalmente saturado. Para ajuste dessa proteção há
necessidade de se conhecer:
• Valor das resistências dos cabos secundários dos TC’s até a proteção (adota-se a
maior resistência).
Esse tipo de proteção é muito utilizado para proteção de barras e também de reatores ou
transformadores.
Uma proteção diferencial que mede apenas a corrente residual dos circuitos dos TC’s
(correspondente à corrente de terra), chama-se Proteção Diferencial Restrita de Terra
(“REF – Restricted Earth Fault”). Geralmente é aplicada a um enrolamento de
Transformador (desde que seja enrolamento estrela – aterrada). A figura a seguir mostra
um esquema típico:
Tranformador de Potência
TC's Lado B
a
a
b b
c c
Curto-Circuito
Fase-Terra
Externo
Proteção REF
Estável REF
Temperatura
θ2
Variação
63% da
total
variação total
θ1
tempo
τ = Constante de Tempo
Figura 3.82 – Definição de Constante de Tempo de Aquecimento
Uma proteção de sobrecarga (proteção térmica – Código 49) deve, portanto, emular as
condições de aquecimento do componente protegido em função da corrente através desse
componente.
I carga
Equipamento
i i
Relé Térmico)
+ Vcc
Para transformadores de potência, por exemplo, não se utilizavam esses tipos de relés
eletromecânicos por absoluta falta de compatibilidade quanto às características térmicas.
Assim para transformadores, por muitos anos, confiou-se nos dispositivos intrínsecos como
a Imagem Térmica e os termômetros de óleo e de enrolamento.
Assim, os diversos fabricantes nos seus diversos relés de proteção digitais apresentam
possibilidade de modelagem térmica do equipamento ou instalação a proteger contra
temperaturas elevadas causadas por sobrecarga.
A função 49 provê trip ou alarme baseado no cálculo do modelo térmico a partir da medição
da corrente de fase. Há duas opções: uma característica que não considera a condição de
carga prévia e outra que considera.
35
Tempo de atuação: t = 2
.TL Onde I é a corrente de sobrecarga e TL o
I
− 1
IL
multiplicador para constante de tempo (ajustável). Nota-se que o tempo depende de uma
relação que envolve constante d tempo de aquecimento e também a corrente ao quadrado.
2 2
I I Pr e
−
k .I N k .I N
t = 35,5.TL . ln 2
Onde TL é o multiplicador para constante de tempo
I
− 1
k .I N
I
A característica de atuação pode ser mostrada num gráfico t (minutos) em função de
k .I N
para vários ajustes de constante de tempo de aquecimento.
− t [
I 2 − (k .I Plena ) 2 ]
exp(
τ)= I 2 − I Pr2 e
Onde:
Mais fácil estimar constante de tempo de aquecimento para transformadores secos, reator
com núcleo a ar, banco de capacitores, linhas aéreas e barras (isto é, equipamentos ou
instalações sem óleo de refrigeração), A tabela a seguir mostra um exemplo de valores
aproximados e típicos de constantes de tempo de aquecimento:
| K 2 −θ 2 |
tTRIP = Te . ln 2
| K − θ TRIP
2
Onde:
θ2 = 2
Estado térmico inicial (Exemplo, se 30%, então θ = 0,3)
I Equiv
θ t +1 = ( ) 2 ..1 − exp(− t ) + θ t . exp(− t )
kI θ > Te Te
Trata-se de uma função que tem a finalidade de detectar falha de abertura de disjuntor
quando de um comando automático de desligar. O disjuntor é parte integrante do sistema de
proteção, sendo que sua função é, através do seu desligamento, isolar o componente ou
trecho sob falha ou sob anormalidade.
D A
X
Via Teleproteção
Transferência de
Disparo
B
A X
Proteção
de Trafo Proteção
de Linha
Esquema Lógico
Proteção de
Linha ou de Abertura do
Equipamento Disjuntor
OU
Timer (62)
Diagrama Funcional
Proteção 50BF
50BF 62BF
62
BF 86
BF
Após a atuação da proteção, desde que o sensor de corrente 50BF ainda detecte a
existência de falta (disjuntor não abriu), conta-se um tempo através do temporizador 62BF
(geralmente 0,3 s) e aciona-se o esquema de desligamentos na subestação e a
transferência direta de sinal para o disjuntor da outra extremidade (ser for o caso).
Esquema Lógico
Proteção de
Linha ou de Abertura do
Equipamento Disjuntor
OU
Diagrama Funcional
+
Proteção de
Transformador
50BF
Contato NA (tipo a)
do Disjuntor 50BF 62BF
supervisionado
62
BF 86
BF
Figura 3.88 – Falha de Disjuntor. Esquema Lógico e Funcional para Transformador ou Reator.
É sempre desejável que o sensor de corrente 50BF detecte correntes de fase e também de
terra, para que o mesmo tenha sensibilidade suficiente para curtos à terra com baixa
corrente.
A unidade 50BF necessita ser ajustado de tal modo que detecte todas as condições de
curto circuito que possam estar associadas ao disjuntor respectivo. Em algumas
instalações, essas correntes podem ser inferiores à corrente de carga (para sensores de
fase). Neste caso, pode-se até manter esses ajustes inferiores à carga, portanto com o
elemento 50BF constantemente atuado em condição de carga.
Para caso de falta do tipo “permanente”, isto é, um curto-circuito que é provocado por falha
na linha que exige intervenção da manutenção, uma tentativa de religamento automático
pode ocorrer, mas haverá nova atuação da proteção e o disjuntor será aberto
definitivamente.
Disjuntor de
Linha
Circuito
Protegido
TP de
Linha
21
79
67N
48
TP de Verificação de
Barra Sincronismo
48
Check de
Outros
Sincro
Dispositiovs
Permissão
de Religar
Bloqueio do 79
Proteção de Fechamento do
Linha Partida do 79 Disjuntor (52)
79
Fase a religar
Seleção de
Fase
Pode-se ajustar (através do circuito de bloqueio do 79) para que o religamento automático
não ocorra, por exemplo, para faltas trifásicas ou bifásicas. Depende da filosofia adotada
para a linha ou pela empresa usuária.
Instante do curto-
circuito na LT
Trip Relé
Sinal de Religar
Extremidade
A
Disjuntor Aberto Fechado
Trip Relé
Sinal de Religar
Extremidade
B
t0
TEMPO DE EXTINÇÃO DO ARCO
TEMPO MORTO
TEMPO DO 79 DA EXTREMIDADE A
TEMPO DO 79 DA EXTREMIDADE B
Tempo Morto
Tempo da função 79, desde o instante do acionamento (pela atuação) da proteção até o
instante do comando de fechamento do respectivo disjuntor.
• Permite religamento com tensão na linha e sem tensão na barra (linha viva / barra
morta).
• Permite religamento com tensão na barra e sem tensão na linha (linha morta / barra
viva).
• Permite religamento com tensão em ambos os lados, com:
− Verificação da diferença de módulos das tensões comparadas (ajustável).
− Verificação do ângulo de fase entre as tensões comparadas (ajustável).
− Verificação do escorregamento (diferença de frequência) entre as tensões
comparadas (ajustável).
Evidentemente, nos países desenvolvidos, o emprego da proteção digital tem ocorrido num
ritmo mais acentuado.
Componentes
Telecomunicações
Desde o advento de sistemas elétricos no fim do século passado e até os anos 80, a
tecnologia eletromecânica era empregada em grande escala para os relés de proteção.
• Comparadores de amplitude
• Comparadores de ângulo de fase
• Unidades auxiliares
• Unidades de temporização
• Elementos térmicos
• Etc.
Vantagens
Desvantagens
Custo. Uma proteção eletromecânica tem um custo que pode ser considerado, hoje, elevado
em função da tecnologia que envolve dispositivos de alta precisão, inclusive no aspecto
mecânico, que demandam infra-estrutura e mão de obra especializada na sua fabricação.
Ainda mais para funcionalidades mais complexas, a composição e o ajuste de elementos
eletromecânicos apresenta custos elevados.
Precisão. Quanto mais preciso um dispositivo eletromecânico, maior seu custo, em função
dos necessários recursos de eletromagnetismo e de mecânica fina. E há limite para essa
precisão em função da própria tecnologia.
Pouco se utilizou a eletrônica convencional como aplicação maciça, na área de proteção por
relés. Esta tecnologia foi utilizada, na maior parte dos casos e a partir dos anos 50, na
composição de elementos específicos como as unidades lógicas e elementos direcionais de
relés eletromecânicos (tecnologia mista).
A partir da segunda metade dos anos 60 e com ênfase nos anos 70, iniciou-se a maciça
utilização de tecnologia eletrônica com componentes semicondutores, inclusive com
circuitos integrados, na chamada tecnologia estática para confecção de relés de proteção.
Todas as funções de proteção, das mais simples às composições mais complexas foram
concebidas e fabricadas com a tecnologia estática, com maciça utilização de circuitos
integrados, acopladores, conversores, fontes DC / DC e filtros. Várias gerações de relés
estáticos, cada geração incorporando inovações, se sucederam desde o fim dos anos 60 até
os anos 80.
Os chamados relés analógicos são aqueles nos quais as quantidades AC medidas (dos Tp´s
e Tc´s) são manipuladas na forma analógica e subseqüentemente convertidas em ondas
quadradas de tensão (binário). Circuitos lógicos e amplificadores operacionais comparam
amplitudes e ângulos de fase das ondas quadradas ou sinais retificados, para tomar
decisões. São típicos da tecnologia estática.
Chaveamentos e
Conversor
TP's e TC's amplificação de sinais
de Sinal
com transistores
Vantagens
Deve-se observar, entretanto, que todas essas vantagens, no caso da experiência brasileira,
foram adquiridas gradualmente, ao longo dos anos. Principalmente quanto à confiabilidade
dessas proteções, que depende direta e integralmente da sua correta manutenção.
Relés com tecnologia estática estão, hoje, aplicadas na proteção da maior parte das linhas
de transmissão de Extra Alta Tensão do nosso País. Para linhas de Alta Tensão, ainda
existe uma parte significativa de proteções eletromecânicas (tecnologia mista) instaladas.
Desvantagens
Maior sensibilidade a surtos. Componentes eletrônicos exigem menor energia de surto que
os eletromecânicos para se danificarem. Instalações nas subestações e usinas tiveram que
ser melhoradas quanto à proteção para surtos desses tipos de relés.
Conseqüência do uso de recursos que tiveram avanço significativo nos anos 80 e 90,
principalmente microprocessadores, memórias e conversores A/D. A conseqüência imediata
do uso dessa moderna tecnologia é o barateamento do custo da proteção, com a redução
de circuitos que exigiam engenharia complexa para a sua realização.
São relés nos quais os valores AC medidos são seqüencialmente adquiridos por
amostragem e convertidos na forma de dados numéricos através de multiplexadores e
conversores analógicos / digitais. Microprocessadores executam operações aritméticas e/ou
lógicas, com base em algoritmos que emulam funções de proteção (sobrecorrente,
sobretensão, impedância, diferencial, etc.).
TP's e Processamento
TC's Amostragem Conversor
Multiplex Aritmético com
(S/H) A/D
Microprocessador
0 1 0 1 1 0 1
1 1 1 0 0 1 1
1 0 1 1 0 1 1
0 0 1 1 1 1 1
0 1 0 1 1 0 1
1 1 1 0 0 1 1
1 0 1 1 0 1 1
0 1 0 1 1 1 1
tempo
Vantagens
Custo. Cada vez menor, inversamente proporcional ao mercado atendido. Sendo que a
porção cada vez mais significativa deste custo relaciona-se ao algoritmo emulador da função
de proteção. E o fato de se ter várias funcionalidades agregadas em um único dispositivo, o
custo global de supervisão, controle e proteção se torna mais baixo.
Tamanho. Como as funcionalidades são realizadas por software e não por dispositivos
eletromagnéticos ou eletrônicos e, também em função da agregação de outras funções
numa mesma proteção, já não há necessidade de grandes painéis como aqueles bastante
conhecidos nas subestações convencionais. Alguns “racks” substituem vários painéis de
proteção, comando, controle e supervisão.
Custo da instalação. Para uma nova subestação, observa-se que, com o uso de fibras
ópticas, se reduz substancialmente os cabos de comando e controle de cobre.
Principalmente se a ARQUITETURA contemplar processamento distribuído, com aquisição
de dados e comandos junto aos processos.
Flexibilidade e sofisticação a baixo custo. Tudo o que pode ser feito por um computador
digital pode ser feito por uma proteção numérica. Assim, funcionalidades de proteção antes
impossíveis de serem realizadas a custo razoáveis são possíveis com relés numéricos.
Cuidados
Sensibilidade a Surtos. Tanto os relés com tecnologia estática como os relés digitais
necessitam de proteção especial e blindagem para surtos e interferências eletromagnéticas,
tanto nos circuitos que chegam e saem da proteção como para as interferências irradiadas.
Surtos ou interferências de baixa energia já são suficientes para danificar os modernos
circuitos digitais. Assim, cuidados especiais são tomados para separar a parte “suja”
(Cablagens ligadas a TP’s, TC’s, comandos de disjuntores, alimentação CC) que estão
sujeitos a surtos, da parte “limpa”.
Tecnologia relativamente nova na área de Proteção. Como toda nova tecnologia, a sua
absorção e repasse pelos usuários envolvem um processo demorado e custoso. E o novo
enfoque de utilização de computador para emular relê ou função de Proteção, que requer
novas posturas de operação e de manutenção, implica em mudança cultural de absorção
Este capítulo apresenta os dispositivos utilizados, nas várias tecnologias, para a execução de
FUNÇÕES de proteção.
São elementos que operam na faixa de 25 a 60 Hz, têm tempo de atuação na faixa de 5 a
50 ms (“instantâneos”) e apresentam relação “drop out / pick up ” na faixa de 45 a 90 %.
Três tipos de dispositivos utilizam o fenômeno da atração magnética:
• Solenóide
• Armadura
• Polar
i i
i cc
N S
Polar: tem polarização via ímã permanente e a corrente (CC) de atuação cria outro campo
que se soma ou subtrai ao campo do ímã. Assim, dependendo da DIREÇÃO da corrente
DISCO ΦR ΦL
Φ
ΦR ΦL iL
iR
FL
FR
ΦR
iS θ
ΦL
F α ΦR . ΦL .sen θ T = K1.I2 - K2
θ = depende de i S
I I
CILINDRO
Rápido e sensível.
i1
i2
F = B. l. i . n N
N
T = N. B. S. i N.m
B = weber / m2
S l = lado da espira perpendicular a B (m)
i = corrente contínua
N = número de espiras
S = área da espira (m2 )
Trata-se de um dispositivo que opera com baixa energia, sendo portanto rápido e sensível.
É usado como contator / discriminador.
| SO | > | SR |
Balanço de corrente:
I IR
Opera quando
| IO | 2 ≥ | IR |2 + K
Disco de Indução:
Também o torque é função da corrente ao quadrado. É lento, tem pouca precisão. Faixa
limitada de atuação. Portanto pouco utilizado.
I IR
Bobina Móvel:
F = B . S . IO - B . S . IR
Atua para faixas amplas de correntes. Tem alta sensibilidade, com baixa energia para
atuação.
N
IR
Disco de Indução:
I1 I2
Cilindro de Indução:
É o anterior melhorado. É mais eficiente e tem faixa ampla de atuação. Baixa interação
entre I1 e I2. Bastante utilizado.
i1
i2
| SO | > | SR |
Bobina Móvel
+
IR
IO
Transdutor:
IO
IR + -
Mola
Armadura
IO
IR
|Z| ≤ 1
SO = S1 + S2 e SR = S1 - S2
Teremos:
| S1 + S2 | ≥ | S1 - S2 |
|W+1| ≥ |W -1|
jX
-1 +
R
1
Nesta área hachurada,
|W+1| ≥ |W -1|
sendo o ângulo de W:
-Π/2 ≤ γ ≤ +Π/2
COMPARADOR
DE COMPARADOR
AMPLITUDE
DE ÂNGULO
sO sR = DE FASE
s1 s2
s1
s2
jX Operação para:
-Π/2 ≤ θ -β ≤ +Π/2
β R
Assim, se S1 = V / ZP e S2 = I tem-se:
S1 / S2 = Z / ZP= | Z / ZP | com ângulo θ - β .
5.3.1 Componentes
Peças
Unidade AND, Unidade OR, Unidade NOT, Unidade de Temporização (Time Delay).
Comparação de magnitude
Comparação de Ângulo de Fase
Unidades de Amplificação
Exemplo:
Exemplo:
Circuitos anunciadores
Temporizadores
Circuitos de selo
Circuitos isoladores
Circuitos Integrados
6. BIBLIOGRAFIA
[1] Ziegler, G. – “Numerical Distance Protection – Principles and Applications” – Siemens AG,
Berlin and Munich, 1999.
[2] Elmore, W. A. – “Protective Relaying Theory and Applications”, ABB – Marcel Dekker, Inc.,
1994.
[4] Warrington, A. R. Van C. – “Protective Relays – Their Theory and Practice” Volume One –
Second Edition, 1968.