História Do Aborto

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História do Aborto

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A questão do aborto é muitas vezes consideradas uma questão moral, uma questão
apenas da vida do feto, mas tem várias outras questões históricas, políticas e sociais que
também precisam de atenção numa consideração do assunto. O aborto nem sempre era
proibido como hoje em dia, na realidade o aborto era aceito nas sociedades antigas e pré
- industriais no mundo inteiro, incluindo o mundo cristão. Também nas sociedades
indígenas o aborto era conhecido e usado freqüentemente; num estudo de 400
sociedades "primitivas" só tinha uma que desconhecia o aborto, e até hoje o uso de
ervas e comum na nossa sociedade. Nas sociedades humanas primitivas, as mulheres
usavam esse conhecimento de ervas, tanto anticoncepcionais quanto abortivas para
controlar o números de filhos que elas tinha. A mulher era livre e tinha poder
econômico e político dentro do clã e geralmente controlava a agricultura e a medicina.
Mas enquanto a prática de aborto era livre dentro das sociedades privativas, com o
começo da sociedade privada e a formação do estado, as mulheres foram perdendo suas
independência e seus controles sobre seus próprios corpos.

As atitudes sobre o aborto sempre tinha a ver com as condições econômicas do lugar,
quando as mulheres tornaram "propriedades" dos seus maridos. O feto também foi
tratado como propriedade. Pôr exemplo, na lei hebraica eles não falam de aborto
provocado pela mulher, mas condenam o aborto provocado pela violência, não como
uma morte, mas como "um dano econômico contra o marido da mulher". Do mesmo
modo, tanto na Grécia quanto na Roma antiga, o feto era considerado parte do corpo da
mulher, e então parte da propriedade do homem. Geralmente o aborto era permitido
(com a permissão do marido) porque era necessário para o controle de natalidade; os
pensadores Hipócrates, Socrates e Platão apoiavam e até davam conselho sobre
métodos. Mas em alguns lugares na Grécia eles proibiam o aborto, como pôr exemplo
em Macedonia, porque queriam criar um maior números de atletas e guerrilheiros.

Assim os estados emergentes proibiam e permitiam o aborto dependendo das


necessidades deles, usando os corpos das mulheres como instrumento de produção.

A crendice da época era que o feto recebia alma, ou foi "animado" depois de 60 dias, e
que até esse ponto era aceitável fazer aborto. Os cristões pegaram essa mesma idéia e
ficaram com ela até 1588 quando algumas correntes da igreja começaram a dizer que
todos os abortos eram crimes. Mas essa mudança de ideologia não apenas moral;
durante essa época a igreja e o estado estavam uma guerra contra as mulheres pôr razões
políticas e a posição contra o aborto, era apenas mais uma maneira de tirar o poder das
mulheres. Alicia non Grata descreve as condições da época; "A maioria das pessoas tem
ouvido falar das caças as bruxas, da inquisição e outros crimes terríveis cometidos em
nome de "Deus", mas não fazem idéia de que a caça as bruxas dos séculos 14 e 17 não
vinha de "um populacho louco", envenenamento de ergot ou comportamentos extremos
levados pela superstição ou pelo medo, mas planos bem executados de extermínio com
o objetivo de apagar o poder das mulheres e esmagar as revoltas dos camponeses... A
caça as bruxas era uma campanha bem organizada, iniciada, financiada e executada pelo
estado e pela igreja. As caças mais virulenta era associadas com períodos de motins
sociais, agitação nas raízes do feudalismo, revolta de massa e conspirações camponeses
(as), o começo do capitalismo. Também tem evidencia que em algumas áreas a pratica
de "bruxaria" representava uma rebelião dirigida pelas mulheres. Nessa época as
mulheres ainda tinha poder consideráveis, elas eram as médicas do povo, elas tinham o
direito de fazer leis (na Inglaterra) e elas se encontravam em grupos para se discutir
conhecimento das ervas, notícias e atividades políticas

O Estado e a igreja entenderam que essa autonomia e poder eram controlar o povo.

Eles então criaram a desculpa de heresia e mataram milhares de mulheres (das cercas de
100.000 pessoas massacradas na caça as bruxas 85% delas eram mulheres).

Mas apesar de toda essa ideologia anti-mulher, a posição da igreja contra o aborto não
se tornou oficial até 1869, quando o papa Pio IV declarou todos os abortos como
assassinatos, e a igreja católica começou sua luta contra o aborto. A data 1869 coincide
com o final e oficialização da revolução científica que era outro movimento querendo
tirar conhecimento e poder das mãos das curandeiras e parteiras para concentrariam
dentro do estabelecimento médico. Não é surpreendente que o estado se posicionou
contra o aborto ao mesmo tempo que a igreja.

Nesse período o estabelecimento médico falava que proibir o aborto era necessário para
"proteger" as mulheres, porque o aborto era procedimento Perigoso...

Mas as razões eram reais eram todas políticas. A revolução industrial começou nos
EUA e a Inglaterra estava iniciando a exploração da América Latina e precisavam de
mais mão de obra. Nos EUA também o governo temia "suicídio da raça branca " pôr
causa que a natalidade estava caindo e o presidente T. Roosevelt falou "temos que
manter a pureza da raça, precisamos de mais nascimento de brancos nativos".

Outra razão importante para a proibição do aborto era que o capitalismo industrial
crescente precisava de mulher para trabalhar em casa sem renda, ou com extrema baixa
renda fora de casa e para produzir a próxima geração. Sem aborto legalizado foi difícil
para as mulheres evitarem essas intenções.

Mas as leis contra o aborto não eliminariam a necessidade nem a prática do aborto e no
começo do século vinte, alguns lugares começaram a permitir o aborto de novo, pôr
causa dos protestos e da resistência das mulheres. Mas essa liberdade não durou muito
tempo e pôr causa da grande perda de vidas durante a Primeira Guerra Mundial, a
Europa ocidental voltou para a política natalistica (contra o aborto), e nos proibindo
anticoncepcionais e punindo o aborto com pena de morte.

Nos anos 60 e 70 muitos países europeus e "comunistas" conseguiram o direito ao


aborto através de movimentos populares ou da necessidade daquele país Ter mulheres
trabalhando fora de casa, mais a maioria dos países do mundo não dão esse direito; o
direito ao aborto acessível e seguro, os fatos mostram que as mulheres fazem aborto,
como sempre faziam, com ou sem legalização.

A posição contra o aborto mostra mais o fato de ser Ter controle sobre as mulheres do
que um interesse na vida, todos os massacres, guerras, pena de morte e assassinatos
cometidos pela policia não chamam tanta atenção quanto ao aborto.

Os anti - abortistas falam tanto de proteger a vida, mas não consideram as vidas de
milhares de mulheres que morrem a cada ano com complicações na assistência ao
aborto, elas sendo pessoas que realmente tem vidas já desenvolvidas vezes tem
dependentes que podiam ser deixados órfãos (a grande maioria das mulheres que fazem
abortos no Brasil já tem filhos). A pessoa que realmente tem um interesse na vida,
também deve considerar as vidas dos menores abandonados, aqueles que não foram
desejados ou vieram para mães sem condições de cuidar deles. Quem deseja uma vida
de fome, frio e se sobreviver até adulto, de criminalidade. Provavelmente as mesmas
que aplaudiram o massacre no Carandiru e que tem uma posição contra o aborto.

Não é melhor Ter filhos só quando podemos lhes dar amor e alimentação? Obviamente,
a questão da proibição do aborto não é a vida, como vemos na história do aborto, e sim
uma questão política de controle sobre as mulheres das classes baixas. O estado usa alas
como maquinas de reprodução dependendo de sua s necessidades; pois vemos que as
mulheres ricas têm acesso ao aborto seguro (os ricos nunca são submetidos as mesmas
repressões que os pobres sofrem). A legalização do aborto deve ser acompanhado com
campanhas de informações sobre os anticoncepcionais, sendo esses distribuídos de
graça, pois nosso objetivo não é aumentar o número de abortos que podem causar
complicações e não necessariamente muito agradáveis para a mulher.

Site Grupo Escolar, acessado no dia 16/09/10

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