Economia Tributária - Estudo de Casos

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ECONOMIA TRIBUTÁRIA: ESTUDOS PRÁTICOS DE

CASOS ©
Compilação: Nilton Facci

Distribuição exclusiva: Portal Tributário Publicações

➔Direitos autorais REGISTRADOS. A cópia, reprodução, distribuição ou


comercialização por qualquer meio somente será permitida mediante autorização POR
ESCRITO do detentor de direitos autorais. Permitida a reprodução de apenas 1 (uma)
cópia para uso exclusivo e pessoal do adquirente.

SUMÁRIO

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Notas Preliminares do Editor

Introdução

ASPECTOS CONCEITUAIS
Contabilidade
Contabilidade Tributária
Planejamento Tributário

OPÇÕES TRIBUTÁRIAS
Lucro Real
Lucro Presumido
Simples Nacional

RESUMO DOS TRIBUTOS


Tributos Federais
Tributos Estaduais
Tributos Municipais

CASO 1: Análise dos Impactos das Mudanças no Simples Nacional Provocadas pela
Lei Complementar 155/2016
Autores: Carlos Henrique Marroni e William da Silva Minelli

CASO 2: Análise dos Custos Tributários de Empresa que Atua no Ramo de Prestação
de Serviços no Âmbito da Construção Civil, Especificamente para Grandes Obras
Públicas
Autores: Nilton Facci e Matheus Deganello Afonso

CASO 3: Influências da Utilização de Incentivos Fiscais nas Esferas Federal e Municipal


nos Resultados de Institução Privada de Ensino Superior
Autores: Nilton Facci e Jaqueline Kelly Martins

CASO 04: Análise das Opções Tributárias de Empresa que Atua no Ramo de Indústria e

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Comércio de Couros
Autores: Nilton Facci e Guilherme Rotta Matiusso

SOBRE O COORDENADOR E A OBRA

Nilton Facci é professor de Contabilidade Tributária no curso de Bacharel em Ciências


Contábeis na Universidade Estadual de Maringá. Atua como docente em cursos de Pós-
Graduação na área de Gestão Tributária. Mestre em Controladoria e Contabilidade pela
Universidade Norte do Paraná – UNOPAR. Doutor em Administração Pública e Governo
pela Fundação Getúlio Vargas – São Paulo. Pesquisador nas áreas de Planejamento
Tributário e Gestão Pública.

É co-autor da obra Lucro Real x Presumido x Simples Nacional.

Email: [email protected]

NOTAS PRELIMINARES DO EDITOR

Esta obra contém análises comparativas, teóricas e práticas, dos regimes de tributação no
Brasil.

Entretanto, observe-se que os casos práticos, e mesmo os regimes de tributação, não são
aplicáveis a todos os contribuintes e situações.

É necessário levar em conta vários fatores, como diferentes atividades operacionais e


modalidades de tributação (obrigatoriedade ou não do lucro real, impedimentos à opção
pelo Simples, etc.), aspectos contábeis, restrições societárias, organização funcional e
outros pré-requisitos e características que tem reflexos na administração tributária de cada
contribuinte.

Todas os cálculos aqui apresentados caracterizam-se como conteúdo INFORMATIVO,


não implicando garantia quanto à eficácia. É essencial que o uso dos cálculos para
comparação com cada empresa se dê num contexto de conhecimento atualizado da
legislação tributária, por parte do usuário.

Portanto, cabe ao leitor determinar, entre os cálculos, aqueles que se apresentem viáveis
e aplicáveis à situação fiscal pretendida.

Esta obra é dirigida a contabilistas, empresários, advogados, consultores e outros


profissionais que lidam com tributação, e presume-se que a correta aplicação das análises
mediante seguimento da legislação aplicável irá gerar economia tributária.

Entretanto, nenhuma garantia é dada quanto aos resultados, pois esta é uma coletânea
teórica/prática cuja utilidade depende de uma gestão adequada dos procedimentos
operacionais, de natureza contábil e fiscal.

Em cada mudança da legislação tributária federal, estadual ou municipal, recomenda-se


o usuário adaptar os cálculos e análises às novas normas vigentes.

Em função da dinâmica da legislação tributária, o conteúdo desta obra poderá ser alterado

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a qualquer momento, sem aviso prévio, para adaptar-se ao novo teor legislativo.

Na implantação de qualquer escolha tributária, o usuário deverá seguir rigorosamente as


instruções da legislação vigente, aplicável ao (s) tributo (s) em questão e respectivo
regime escolhido, para obter a segurança necessária e a eficácia de eventual economia
fiscal pretendida.

➔ Observar que todos os exemplos são meramente ilustrativos. Para avaliação de


economia tributária (real ou potencial), verificar a adequação dos cálculos à efetiva
realidade fiscal do contribuinte e legislação vigente à época.

APRESENTAÇÃO

(Texto de Júlio César Zanluca – Contador e Coordenador do site Portal Tributário)

Os gestores tributários, no Brasil, se debruçam anualmente sobre os orçamentos


empresariais, visando definir a melhor forma de tributação sobre os resultados: Lucro
Real, Presumido ou Simples Nacional.

Dado que nem todas empresas possuem um orçamento prévio, elaborado e preciso,
contendo as receitas e despesas projetados para o exercício seguinte, cabe ao gestor reunir
tais informações, questionando-se também das restrições de cada regime e como tomar a
decisão correta sobre uma possível opção neste ou naquele.

Esta decisão não deve ser tomada à esmo, levado pelas “emoções” ou “palpites”, sendo
atribuição do analista elaborar o que chamamos de “estudo de opções”, com conteúdo
embasado em cálculos matemáticos e técnico-legislativo. “Da preguiça jaz o erro”, e os
“chutes” podem levar uma empresa a desperdiçar recursos preciosos em tributos que
poderiam ser evitados.

Como eu sempre costumava citar quando prestava serviços de consultoria tributária,


“cada caso é um caso”, referindo-me à particularidades não somente aos regimes de
opção, mas também às operações e negócios de cada empresa. Portanto, nada de
“achômetros” ou “palpites”, conclua sua decisão com base sólida nos fatos passados,
presentes e análise projetada de dados!

Itens como sazonalidade de vendas, lucratividade, valor da receita bruta, limitações de


cada regime, área e estado de atuação e efeitos nas empresas ligadas societariamente são
alguns dos fatores a serem considerados.

Recomenda-se que os gestores revisem previamente seus cálculos, buscando melhores


subsídios para tomada de decisão pela forma de tributação, estimando-se receitas e custos,
com base em orçamento anual ou valores contábeis históricos, devidamente ajustados em
expectativas realistas.

A opção deve recair para aquela modalidade em que o pagamento de tributos,


compreendendo não só o IRPJ e a CSLL, mas também o PIS, COFINS, IPI, ISS, ICMS e
INSS se dê de forma mais econômica, atendendo também às limitações legais de opção a
cada regime.

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Esta obra, que é a segunda compilada pelo reconhecido professor e especialista em


tributação Nilton Facci, atende aos anseios da classe de profissionais que buscam
subsídios para compreenderem situações mais específicas e complexas, bem como
buscarem aplicação prática para economia fiscal - pelo que recomendo uma leitura atenta
e um exame analítico.

Parabéns Nilton Facci e equipe esta segunda obra dirigida a nós, tributaristas e
planejadores fiscais!

INTRODUÇÃO

Essa segunda obra tem base conceitual legislação tributária inicialmente semelhante à
primeira, intitulada “Lucro Real x Lucro Presumido x Simples Nacional”, publicada pelo
site www.portaltributario.com.br, tem como foco a apresentação de casos diferentes dos
apresentados na primeira.

O objetivo é continuar a apresentação de contribuições, tanto para profissionais contábeis,


acadêmicos e quaisquers outros interessandos acerca das possibilidades para analises de
aspectos e resultados contábeis e tributários, em harmonia com as características
societárias, comerciais e tributárias de casa ramo.

Como forma de destacar a importância das análises destacadas nessa nova obra, deve-se
enfatizar que, praticamente, nenhum contribuinte, seja Pessoa Física ou Pessoa Jurídica,
desconhece aspectos primários do funcionamento de alguns tributos no Brasil, mas nem
sempre (ou quase sempre) desconhece como proceder, de forma legal, a minimizar o
impacto dos respectivos encargos sobre suas atividades ou rendas.

Mesmo quem ainda não chegou a cursos no ensino superior, especialmente nas áreas de
Contabilidade e do Direito, de alguma forma, sabe que o pagamento de impostos, como
mais conhecido popularmente, é tema recorrente entre vários grupos da sociedade.

Seja na conversa de amigos; seja nas relações com colegas de trabalho; seja observando
comentários nos jornais, emissoras de televisão, notícias em sites, redes sociais - as
pessoas estão, cada vez mais, constatando que existem entraves nas relações entre a
sociedade e o Estado, quanto a cobrança e o pagamento de impostos, assim como na
qualidade dos serviços públicos prestados, nas três esferas: municipal, estadual e federal.

Esta percepção quase não existia, com toda essa extensão, no início dos anos de 1980.
Até mesmo entre profissionais da contabilidade, com exceção daqueles que atuavam em
grandes centros econômicos, a expressão Planejamento Tributário era pouco conhecida.
Provavelmente o primeiro livro que trata sobre o assunto, de forma objetiva e prática,
ainda que de forma mais tênue, foi elaborado por Laudio Camargo Fabretti,
“Contabilidade Tributária”, editado em 1994. Essa data é aproximada, considerando que
a terceira edição publicada pela Editora Atlas ocorreu em 1996.

Como fato histórico, é importante destacar que, há pelo menos 30 anos, profissionais da
contabilidade buscavam informações e conhecimentos na área tributária por meio de
revistas técnicas especializadas. As atuais possibilidades tecnológicas ainda não eram
nem sonhadas. Nesse contexto histórico, quase que somente advogados tributaristas
atuavam em procedimentos ligados ao termo Planejamento Tributário. Se alguém desejar

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verificar em bibliotecas universitárias, vai encontrar livros editados nos anos de 1960 e
1970 algumas obras que tratam do tema, inclusive com títulos específicos nesse universo
tributário.

Estabelecendo um certo marco histórico, após a promulgação da Constituição Federal em


1988 ocorreram mudanças relevantes quanto a novas possibilidades para que a sociedade
elabore questões em aspectos tributários. Juntamente com esse avanço da legislação
tributária, ocorreram mudanças na área contábil, decorrente da harmonização das normas
brasileiras às já existentes em vários países. Essa harmonização ocorreu decorrente,
principalmente, do aumento de investimentos em empresas situadas no Brasil,
promovidos por investidores internacionais. Foi um dos efeitos da chamada “globalização
da economia”.

Diante dessas mudanças, não só a sociedade, mas também os profissionais contábeis,


perceberam que a Ciência Contábil pode contribuir, fortemente, em várias ações no
âmbito do Planejamento Tributário. Um dos efeitos dessas novas possibilidades
profissionais foi a elaboração de várias obras na área da Contabilidade Tributária.
Também ocorreram maiores publicações na área de Planejamento Tributário, não focando
somente aspectos na esfera do Direito Tributário, mas, e até principalmente, na ótica da
Ciência Contábil.

Percebeu-se claramente que ações na ótica do Direito Tributário poderiam ser mais
eficientes, enquanto procedimentos lícitos na busca por, primeiro, pagar corretamente os
tributos de determinado contribuinte, mas também buscar formas de reconhecimento do
fato; mensuração dos efeitos monetários desse fato; correta relação do fato e das
incidências tributárias específicas a determinadas operações comerciais e outras
derivadas da dinâmica patrimonial; elaboração de relatórios específicos na evidenciação
dos registros contábeis e dos efeitos tributários sobre o patrimônio; e das relações
recíprocas entre a Pessoa Jurídica e os investidores.

No sentido de demonstrar a atuação conjunta da legislação tributária e aspectos contábeis


em determinadas Pessoas Jurídicas, esse texto apresenta cinco estudos de casos. O
objetivo é apresentar uma das importantes ferramentas no âmbito do Planejamento
Tributário, que são as análises das opções tributárias. Nessas análises, o principal objetivo
é demonstrar a opção tributária que permite a menor carga tributária ao contribuinte,
dentro da ética pertinente à utilização correta da legislação tributária e dos procedimentos
contábeis decorrentes.

Os quatro casos abordam empresas que atuam nos seguintes seguimentos ramos:
Prestação de Serviços no âmbito da Construção Civil; Indústria e Comércio de Couros;
Ensino Superior Privado. Também estão apresentados aspectos específicos para quatro
empresas que atuam em ramo industrial, comércio e na prestação de serviços,
especificamente quanto a variações no Simples Nacional. Todas estão situadas no Estado
do Paraná. Os estudos e análises se referem a fatos ocorridos em 2017.

Limitado às permissões legais, as opções tributárias analisadas são Lucro Real, Lucro
Presumido e Simples Nacional. Também foi objeto de análise os resultados contábeis e
tributários identificados para o Simples Nacional, considerando as mudanças para 2018.
Esse aspecto permitiu a identificação de possíveis vantagens ou desvantagens nessa
mudança.

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Considerando que as análises apresentadas são específicas para os ramos, as operações


comerciais e legislações incidentes, os resultados e conclusões não podem ser
consideradas válidas para qualquer outra empresa. Também é preciso ressaltar que,
embora muito importante para todos os brasileiros, os estudos apresentados não têm o
objetivo de analisar qualquer tipo de serviço público oferecido pelo Estado.

Esperamos que esses estudos possam contribuir para que mais profissionais da
contabilidade percebam as possibilidades na esfera do Planejamento Tributário, ao
compreender que suas contribuições são muito valiosas para qualquer contribuinte. Que
perceba também que, ao buscar soluções tributárias para qualquer contribuinte no âmbito
do Planejamento Tributário, é preciso que outros profissionais contribuam juntamente, na
foram de equipes, principalmente aqueles que atuam na esfera do Direito Tributário.
Qualquer sugestão, crítica e análises serão extremamente bem recebidas. Para isso,
poderão utilizar o seguinte endereço eletrônico: [email protected].

A obra inicia com essa Introdução, destacando aspectos sobre Planejamento Tributário,
o objetivo principal a que se propôs, bem como as limitações das análises. Em seguida
apresenta aspectos gerais sobre Contabilidade Tributária e Planejamento Tributário. Na
sequência, apresenta os casos estudados. Além da base conceitual e tributária, de forma
genérica, outras foram necessárias, de acordo com as características comerciais, societáris
e tributárias de cada caso apresentado. Conforme a descrição de cada caso, os autores
acrescentaram a legislação pertinente.

As referências utilizadas nos estudos de casos foram preservadas individualmente, para


que leitores possam consulta-las, se entenderem necessárias. A numeração sequencial dos
quadros de cada estudo estão na sequencia individual de cada caso.

Finalmente, é extremamente importante agradecer imensamente aos parceiros nesses


estudos, os profissionais contábeis: Carlos Henrique Marroni, Guilherme Rotta Matiusso,
Jaqueline Kelly Martins, Matheus Deganello Afonso e William da Silva Minelli. Como
esses estudos foram originalmente elaborados como Trabalho de Conclusão de Curso na
Universidade Estadual de Maringá para o ano de 2018, aspectos de apresentação de
quadros, conclusões e comentários foram respeitados. Decorrente, algumas formas de
apresentação dos quadros estão diferentes. No entanto, mesmo com formatos diferentes,
em nada prejudicaram as análises e conclusões.

Também e extremamente importante destacar as valiosas contribuições de Júlio Cezar


Zanluca, assim como pela gentileza e confiança em aceitar a publicação dessa obra.

ASPECTOS CONCEITUAIS

Antes de iniciar as análises das opções tributárias para os casos em destaque apresentados
nesse estudo, entendemos importante discorrer, mesmo que de forma básica, aspectos
conceituais e dos objetivos de termos relevantes utilizados.

Iniciamos pela descrição de conceitos, objeto de estudo e de objetivos da Contabilidade,


em seguida, passamos para a Contabilidade Tributária. Ao final, aspectos sobre
Planejamento Tributário.

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CONTABILIDADE

Os conhecimentos produzidos pelo homem buscaram soluções para situações vividas pela
sociedade, e assim também ocorre com a Ciência Contábil.

A evolução conceitual e prática da Ciência Contábil sempre teve o objetivo de contribuir


para a gestão patrimonial, seja a definida como empresarial, ou mesmo de aqueles
adquiridos por indivíduos.

Desde os primeiros escritos que buscaram alguma forma de compreender a dinâmica de


determinados patrimônios, no sentido científico, originários principalmente na Itália, em
seguida por estudiosos norte-americanos, e também por pesquisas realizadas em,
praticamente, todos os países, a Ciência Contábil buscou evoluções que a constituíssem
como conhecimento relevante para a gestão de patrimônios empresariais.

Tendo como objeto de pesquisa o patrimônio empresarial, a Ciência Contábil, percebendo


as dinâmicas crescentes na realidade empresarial, construídas por meio dos avanços nas
relações entre pessoas, entre patrimônios e as sempre inovações nas relações comerciais,
inclusive entre países, tem se debruçado para, primeiro, compreender essas dinâmicas.

Em seguida, apresentar suas sugestões para que esses patrimônios possam, de acordo com
seus objetivos, atender os objetivos de seus detentores, assim como contribuir para que
objetivos de outros patrimônios, e até de outras pessoas, também sejam atendidos. Nesse
sentido, inclusive patrimônios e objetivos de organizações públicas.

Entre os mecanismos utilizados pela Ciência Contábil para contribuir com os objetivos
de determinados patrimônios, estão as proposições nas construções de relatórios que, em
primeiro momento, consigam, até certo ponto, resumir os fatos econômicos e financeiros
ocorridos na gestão desses determinados patrimônios.

Por meio desses relatórios, a Ciência Contábil compreende que é uma das formas de
comunicação entre esses patrimônios e seus investidores, assim como com a sociedade,
seja esta de determinado país ou de outro.

Decorrente desses comentários, define-se que o objetivo de estudo da Ciência Contábil é


o patrimônio. Seja ele de propriedade, ou de utilização, para fins empresariais ou não.

A Ciência Contábil vai buscar compreender esse patrimônio em seus aspectos legais, isto
é, como a legislação que aborda relações jurídicas entre patrimônios empresariais; (1)
com outros patrimônios empresariais; (3) com seus investidores; e, (4) com entidades
públicas.

Entre tantos aspectos que a Ciência Contábil busca compreender, estão aqueles ligados
às relações entre patrimônios e a legislação tributária.

Nessa busca de compreender essas relações, a Ciência Contábil, em primeiro momento,


descreve como são as relações de determinado patrimônio empresarial (1) com outros
semelhantes; (2) com indivíduos; e (3) com entidades públicas.

A seguir, busca conhecer e compreender como essas relações são percebidas pela

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legislação tributária. Em outras palavras, como ocorrem a incidência tributária em


determinado patrimônio, decorrente das relações deste com outras relações descritas no
parágrafo acima.

Após conhecer como ocorrem as relações citadas no parágrafo anterior e suas implicações
tributárias, a Ciência Contábil busca identificar, mensurar, registrar, controlar e
evidenciar, por meio de relatórios contábeis específicos, os impactos da legislação
tributária na dinâmica desse determinado patrimônio empresarial.

Para os objetivos desse texto, o relatório contábil a ser compreendido é o denominado


Demonstração do Resultado do Período.

Nesse relatório é que são descritas as incidências tributárias nas operações comerciais
realizadas pelo patrimônio empresarial, e também sobre os resultados obtidos. Portanto,
é esse relatório que está diretamente ligado a formas definidas para procedimentos
contábeis e as influências tributárias na dinâmica patrimonial. Esse relatório é o que está
em destaque em todos os casos apresentados.

Com a construção da Demonstração do Resultado do Período decorre de procedimentos


contábeis e de identificação dos impactos tributários, é preciso compreender os objetivos
e características da Contabilidade Tributária.

CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

De acordo com Fabretti (1999), a Contabilidade Tributária pode ser considerada uma
ramificação da Contabilidade, pois visa justamente não somente aplicar procedimentos
conceituais e práticas da Ciência Contábil, mas também identificar, mensurar, registrar,
controlar e evidenciar os impactos da legislação tributária incidente sobre as operações
comerciais, e sobre resultados, identificados na dinâmica dos atos e do patrimônio
empresarial.

É por meio desses procedimentos contábeis e tributários que a Contabilidade Tributária


contribuir para que os gestores de patrimônios empresariais possam conhecer as
implicações tributárias sobre as operações comerciais, e resultados, realizados e obtidos
em determinado período.

Assim, a Contabilidade Tributária é um importante instrumento para vários aspectos


inerentes ao conceito e práticas de Planejamento Tributário.

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Conforme destaques de Crepaldi (2012), Planejamento Tributário possui os seguintes


objetivos:

• Redução ou eliminação da carga fiscal da empresa analisada, evitando que se


concretizem;
• Diminuição da base tributável;
• Postergação do pagamento de tributos, por meio do planejamento das datas de
concretização de negócios e da administração adequada do fluxo de caixa;
• Eliminação das contingencias tributarias, por meio da manutenção dos controles

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internos e do conhecimento profundo das operações e da legislação tributária;


• Redução do custo burocrático, por meio da racionalização de processos e funções,
bem como da padronização e informação de procedimentos.

Por meio desses objetivos, as práticas definidas como componentes do amplo ambiente
conceitual do que a literatura denomina de Planejamento Tributário, qualquer
contribuinte, especialmente para os casos apresentados nesse texto, poderá elaborar
planos que possam, não somente alcançar economia nos gastos tributários, mas, com
certeza até mais importante, ações que visam de forma mais ampla, a gestão de toda a
empresa.

Não pode ser deixado de ressaltar que, dependendo da proporcionalidade entre tributos
específicos, assim como de toda a carga tributária que exige das empresas a obtenção de
recursos financeiros para o seu pagamento, vários aspectos ligados à gestão empresarial
são afetados.

Apenas focando um exemplo, pode ser considerada a formação do preço de venda. Neste
âmbito, está a incidência do ICMS. Conforme cada um dos 27 estados brasileiros,
dependendo das formas estabelecidas entre vendedor e comprador, a incidência desse
tributo será diferente em cada um desses estados. Nesse ambiente já vastamente
compreendido como completo, com as empresas que realizam operações comerciais para
vários estados deverão agir para definir preço de venda? Entre os fatores que provocam
essa complexidade no ICMS, está a chamada “guerra fiscal” entre os 27 estados.

Para compreender essas incidências e identificar situações positivas e negativas para as


empresas, as ações definidas por Crepaldi (2012) acima citada são importantes. Para que
essas ações sejam positivas, duas ciências, no mínimo, são relevantes: Ciência Contábil e
Ciência do Direito.

Para os casos apresentados nesse texto, pode-se considerar que são “irmãs siamesas”, ou
mesmo “gêmeas univitelinas”, dado as grandes relações entre essas duas ciências, quanto
ao procedimentos e objetivos do Planejamento Tributário.

Embora existam grandes relações entre a Ciência Contábil e a Ciência do Direito, os casos
apresentados nesse texto não tem objetivo de colocar em análises qualquer questão
jurídico-tributária. As análises das opções tributárias, das formas apresentadas, estão no
âmbito do Planejamento Tributário Operacional, caracteristicamente elaborados por
profissionais da contabilidade.

OPÇÕES TRIBUTÁRIAS

Além de apresentar características das opções tributárias, também chamados de Regimes


de Tributação, atualmente existentes na legislação brasileira, também estão descritas
legislações pertinentes aos casos estudados nesse texto.

O regime de tributação é a forma pela qual são identificadas as bases de cálculos dos
tributos sobre o lucro.

Atualmente existem os seguintes regimes: o Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro


Arbitrado e Simples Nacional.

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LUCRO REAL

O Lucro Real é o regime de tributação em que a empresa calcula o valor dos tributos
como Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) com base no lucro líquido apurado durante o exercício, após a dedução
e inclusão dos ajustes no LALUR.

Esse regime de tributação é mais comumente utilizado por grandes empresas. Na


perspectiva de que poucas empresas obtêm, como receita anual valor superior a R$
78.000.000,00 anual, pode-se considerar que poucas são obrigatoriamente optantes pelo
Lucro Real.

No Lucro Real ainda existe a permissão para que a empresa opte pelo Lucro Real Anual
ou Lucro Real Trimestral, conforme permite a Lei nº 9.430 de 1996.

Os critérios para que empresas sejam obrigadas a apurar o IRPJ e a CSLL pelo Lucro
Real estão dispostos no Artigo 14 da Lei nº 9.718/98. Caso a empresa esteja enquadrada
nessa opção, deverá, obrigatoriamente, elaborar o Livro de Apuração do Lucro Real
(Lalur), atualmente contido na ECF – Escrituração Contábil Fiscal.

O Lalur é um livro de apuração do Lucro Real, que possui uma escrituração fiscal
obrigatória para todas as empresas contribuintes do imposto de Renda com base no Lucro
Real. Esse livro é composto por duas partes: parte A e parte B.

Tendo como dado inicial, constante na Demonstração do Resultado do Período, o lucro


contábil antes dos valores da CSLL e do IRPJ, na parte A serão registradas as chamadas
Adições e as Exclusões a esse lucro contábil. Com esses registros, é identificada a Base
de Cálculo desses dois tributos. A essa Base de Cálculo que a legislação do IRPJ
denomina de Lucro Real.

As Adições correspondem às chamadas despesas não dedutíveis, tais como provisões,


doações, despesas com alimentícias com sócios, multas por inflação e resultados
negativos de equivalência patrimonial serão adicionados ao lucro líquido.

Como Exclusões, poderão ser registrados valores em que é permitido a dedução e não
foram computados durante a apuração do lucro líquido. Também é permitido a exclusão
dos resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do
lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não sejam computados na
determinação do Lucro Real.

Como exemplos de exclusões: resultados positivos de equivalência patrimonial e


dividendos. Também compõem as exclusões a permissão para redução da Base de
Cálculo do IRPJ e da CSLL por meio da utilização de até 30% dessa base, caso a empresa
possua prejuízos fiscais acumulados de períodos tributários anteriores.

Na parte B, são registrados qualquer daqueles constantes na parte A que podem


influenciar a determinação do Lucro Real dos períodos futuros, como por exemplo, saldos
ainda existentes de prejuízos acumulados.

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Portando, após identificado o Lucro Real no Lalur, será aplicada a alíquota de 15% sobre
o lucro encontrado. Caso esse lucro ultrapasse o montante de R$ 20.000,00 (vinte mil
reais) por mês, a empresa deverá identificar também o chamado Adicional de Imposto de
Renda da Pessoa Jurídica.

Conforme determinam os artigos 2 e 3 da Lei nº 9.430 de 1996, esse adicional é calculado


com a aplicação do percentual de 10% sobre o valor que ultrapasse esse limite mensal de
R$ 20.000,00. Para cálculo da Contribuição Social (CSLL), será aplicado o percentual de
nove por cento sobre o Lucro Real, conforme estabelecido no artigo 57 da Lei 8.981 de
1995.

Conforme o Quadro 1, que exemplifica os registros feitos na parte A do LALUR e cálculo


do IRPJ e da CSLL:

Quadro 1 - Registro no LALUR – Valores em R$:

(=) Lucro Líquido trimestral antes do IRPJ e CSLL 450.000,00


(+) Doações efetuadas 16.000,00
(+) Provisões com devedores duvidosos 35.000,00
(+) Resultado negativo de Equivalência Patrimonial em Cia Beta 42.000,00
(-) Dividendos recebidos (50.000,00)
(-) Resultado positivo de Equivalência Patrimonial em Cia Gama (46.000,00)
(=) Lucro antes da compensação de Prejuízos Fiscais 447.000,00
(-) Compensação de Prejuízos Fiscais (447.000,00 x 30%) (134.100,00)
(=) Lucro Real 312.900,00
(=) Imposto de Renda - alíquota de 15% 46.935,00
(=) Adicional de Imposto de renda - Alíquota 10% 25.290,00
(=) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - alíquota de 9% 28.161,00
Total de Imposto de Renda a pagar 72.225,00
Total de Contribuição Social sobre o lucro líquido a pagar 28.161,00

LUCRO PRESUMIDO

O Lucro Presumido é forma simplificada de apuração da base de cálculo dos tributos IRPJ
e CSLL, utilizada pelos contribuintes que, conforme parâmetros estabelecidos no Artigo
13 da Lei 9.718 de 1998, não estão obrigados ao regime de tributação com base no Lucro
Real.

Desse modo a principal diferença desse regime com o anterior, é a utilização do


faturamento da pessoa jurídica para presumir o lucro do exercício e assim calcular os
tributos devidos.

Para se realizar o cálculo do IRPJ pelo Lucro Presumido é necessário tomar faturamento
bruto da empresa, compreendendo todas as receitas de venda de mercadorias e de
prestação de serviços.

Após aplicam-se os percentuais de presunção do lucro estabelecidos pelo artigo 15 da Lei


8.981/1995, adicionando-se a esse resultado as receitas financeiras, ganho de capital e
outras receitas.

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Aplica-se então sobre essa base de cálculo a alíquota vigente para o cálculo do tributo
IRPJ e CSLL.

Embora existam outros percentuais para identificação do lucro na opção Lucro


Presumido, de acordo com as operações comerciais realizadas pelas empresas
apresentadas nesse estudo, aquelas que obtêm receitas de vendas, deverão aplicar 8%
sobre essa receita, assim identificado o lucro. Para empresas que obtêm receitas com
prestação de serviços, deverão utilizar o percentual de 16% ou de 32%. Poderão utilizar
16% caso a receita bruta anual não seja superior a R$ 120.000,00, e que não possuem
receita mista, isto é, a receita é somente da prestação de serviços.

Ressalte-se que, além do lucro identificado pela aplicação das alíquotas descritas no
parágrafo anterior, o artigo 25, Inciso II da Lei 9.430 de 1996, descreve outras receitas
que deverão ser adicionadas ao lucro, na definição da real base de cálculo do IRPJ. Entre
as mais comuns, estão o Ganho de Capital na venda de ativos, e as receitas financeiras.

Conforme o a Lei 9.430 de 1996, em seus artigos. 2 a 3, a alíquota do IRPJ aplicada sobre
o lucro será de quinze por cento, sendo que quando o lucro ultrapassar o montante de R$
20.000,00 (vinte mil reais) por mês o IRPJ está sujeito ao adicional de dez por cento na
sua alíquota sobre o valor ultrapassado.

TRIBUTOS FEDERAIS

Imposto de Renda da Pessoa Jurídica

O Imposto de Renda (IR) é um tributo de competência da União, de acordo com o artigo


25 da Lei 8.981 de 1995, tem como fato gerador para pessoas jurídicas e equiparadas a
obtenção de rendimentos, ganhos e lucros.

Para as Pessoas Jurídica, sendo essa lei um dos dispositivos que regulamenta esse tributo,
ela também determina que sua apuração deve seguir as regras aplicáveis ao regime do
Lucro Real, Lucro Presumido ou Lucro Arbitrado.

Embora o IRPJ seja calculado em várias opções tributárias, sua alíquota é a mesma em
todas, sendo essa o percentual de quinze por cento que incorre sobre a base de cálculo
apurada (Lucro Real, Lucro Presumido) mais dez por cento que sobre montante de lucro
que exceder a R$ 20.000,00 por mês.

Exemplo, se considerarmos uma base de cálculo trimestral de $120.000,00, teremos o


seguinte cálculo:
R$120.000,00 x 15% = R$18.000,00 + R$60.000,00 X 10% = R$ 6.000,00,
totalizando o imposto a pagar de R$24.000,00. (R$18.000,00 + R$6.000,00).

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) também é um tributo de


competência da União, cujo o cálculo segue as mesmas normas do IRPJ, conforme o
Artigo 57 da Lei 8.981 de 1995. Desse modo o fato gerador desse tributo para pessoa
jurídica será obtenção de rendimentos, ganhos e lucros.

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos© - 13

A CSLL tem como alíquota o percentual de nove por cento, que é aplicado sobre a base
apurada nas opções Lucro Real e Lucro Presumido.

Na identificação da Base de Cálculo da CSLL pelo Lucro Presumido, de acordo com o


Artigo 28 da Lei 9.430 de 1996, a Pessoa Jurídica deverá utilizar os seguintes percentuais:
12% em receitas obtidas por vendas de mercadorias; 32% para receitas obtidas pela
prestação de serviços. Também para esse tributo devem ser consideradas as adições
descritas para a apuração do IRPJ.

Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para


Financiamento da Seguridade Social (COFINS)

O Programa de Integração Social, mais conhecido como PIS, é foi instituído pela Lei
Complementar nº 7/70 e sua arrecadação tem por objetivo integrar os trabalhadores na
vida e no desenvolvimento das empresas (PEGAS, 2013). Sendo esse é um tributo de
competência da União que incidirá sobre o s faturamento da empresa, com alíquotas de
0,65% ou 1,65% dependendo do regime de tributação.

A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social, conhecida como COFINS


também é um tributo de competência da união, que tem por finalidade assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Tendo a mesma base de
cálculo do PIS, a COFINS incide sobre o faturamento com alíquotas de 3% ou 7,6%
dependendo do regime de tributação.

Tanto o PIS como a COFINS incidem sobre o total de receitas auferidas no mês pela
pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil, porem
conforme o art. 1 da Lei 10.637 de 2002, à algumas receitas que podem ser excluídas da
base de cálculo desses dois tributos, sendo essas receitas:

• Decorrentes de saídas isentas da contribuição ou sujeitas à alíquota zero;


• Auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação
às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de
substituta tributária;
• Decorrentes de vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos;
• Decorrente de reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como
perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da
avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e
dividendos derivados de participações societárias, que tenham sido computados
como receita;
• Decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificado como
investimento, imobilizado ou intangível;
• Decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre
Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS de
créditos de ICMS originados de operações de exportação
• Financeiras decorrentes do ajuste a valor justo
• Relativas aos ganhos decorrentes de avaliação de ativo e passivo com base no
valor justo;
• De subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos© - 14

impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de


empreendimentos econômicos e de doações feitas pelo poder público;
• Reconhecidas pela construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento
da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível representativo de direito
de exploração, no caso de contratos de concessão de serviços públicos;
• Relativas ao valor do imposto que deixar de ser pago em virtude das isenções e
reduções; e,
• Relativas ao prêmio na emissão de debêntures.

A empresa quando enquadrada no Lucro Presumido ou Lucro Arbitrado deve seguir o


regime do PIS e COFINS cumulativo, ou seja, sobre as receitas totais e suas devidas
exclusões as alíquotas de 0,65% e 3% respectivamente, sem possibilidade de tomar
crédito das compras de insumos, incidindo assim os tributos apenas sobre as receitas.

No Quadro 05 está um exemplo da identificação do valor de taais tributos.

Quadro 5 - Cálculo do PIS e COFINS cumulativo – Valores em R$


Descrição PIS COFINS
(=) Receita Bruta trimestral de vendas de mercadorias 600.000,00 600.000,00
(sem IPI)
(=) Receita Bruta com prestação de serviços 400.000,00 400.000,00
(-) Devoluções de Venda (15.000,00) (15.000,00)
(+) Receitas financeiras 2.500,00 2.500,00
(=) Base de cálculo PIS e COFINS 987.500,00 987.500,00
(x) Alíquota PIS cumulativo 0,65%
(x) Alíquota COFINS cumulativo 3,00%
(=) PIS a pagar 6.418,75
(=) COFINS a pagar 29.625,00
Fonte: Elaborado pelos autores

Quando a empresa está enquadrada no regime tributário do Lucro Real, o PIS e a COFINS
seguirão as mesmas regras estabelecida pela Lei 10.637 de 2002, sendo assim de modo
resumido sua base de cálculo será a receita bruta menos as devoluções de vendas, vendas
canceladas e os descontos incondicionais.

De acordo com o Artigo 13 da Lei 10.925 de 2004, tanto na modalidade cumulativa como
na não-cumulativa, é são permitidas as exclusões da base cálculo do IPI e do ICMS/ST,
quando incluídos na receita.

Desse modo o PIS e a COFINS incidiram sobre a receita bruta menos as devidas
exclusões, aplicando alíquotas de 1,65% e 7,6% respectivamente. Porém a empresa,
quando enquadrada no Lucro Real, tem como vantagem que o PIS e COFINS é no regime
não cumulativo e conforme artigo 3 da Lei 10.637/2002 poderá tomar crédito dos valores
desses tributos sobre os seguintes eventos:

• Aquisição de bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e


aos produtos referidos
• Aquisição de bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e
na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos© - 15

combustíveis e lubrificantes
• Pagamento de aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa
jurídica, utilizados nas atividades da empresa
• O valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa
jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES.
• Aquisição de máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo
imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros ou para utilização
na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços.
• Pagamento de edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo,
inclusive de mão-de-obra, tenha sido suportado pela locatária;
• O valor dos bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado
faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei;
• Pagamento de energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor,
consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica;
• Pagamento de vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou
uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades
de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção;
• O valor dos bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para utilização na
produção de bens destinados a venda ou na prestação de serviços.

É importante salientar que o crédito será determinado conforme alíquota prevista para
cada fato, e que a determinados fatos em não é possível tomar crédito, como por exemplo:
mão de obra, aquisição de produtos tributados à alíquota zero e contratação de serviços
de pessoa física.

Mesmo tais determinações, existem inúmeras ações judiciais discutindo essas vedações
normativas.

Contribuição à Previdência Social (CPS)

De com artigo 22 da Lei nº 8.212 de 1991, a CPS, popularmente conhecida pela sigla
“INSS” (ou ainda, CPP – Contribuição Previdenciária Patronal), tem alíquota de 20%,
aplicada sobre o total da folha de pagamento das empresas. Tal alíquota também incide
sobre o total das remunerações pagas ou creditadas no decorre do mês ao segurado
contribuinte individual.

A Lei 8.212 de 1991 define que, além do INSS patronal, a empresa também deve recolher
outras contribuições que incorrem a sobre a folha de pagamento, sendo essas o RAT
(Risco de acidente de trabalho) com alíquota pode variar de 1, 2 ou 3 % conforme o risco
do trabalho executado e contribuições pagas a terceiros, cujo são entidades mantidas pelas
empresas mediante contribuição obrigatória (SESI, SENAI, SEBRAE, INCRA e salario
obrigação).

Portanto, considerando o INSS patronal de 20% mais o RAT de 2% mais as contribuições


de terceiros com alíquota de total de 5,8%, temos assim o total de 27,8% de contribuição
social sobre a folha de pagamento para empresas que atuam no ramo comercial. Para as
indústrias, será de 28,8%, decorrente da utilização do RAT de 3%. Para empresas de
prestação de serviços, será de 26,8%, pela utilização do RAT de 1%.

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos© - 16

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um tributo instituído pela Lei 5.107
de 1966, que tem por objetivo dar proteção ao trabalhador.

De acordo com o art. 15 da Lei 8.036 de 1990, todas as empresas sujeitas à Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT) ficam obrigadas a depositar, até o dia 07 (sete) de cada mês,
em conta bancária vinculada, importância correspondente a 8% (oito por cento) da
remuneração paga no mês anterior a cada empregado, optante ou não, excluídas as
parcelas não mencionadas nos artigos 457 e 458 da Constituição das Leis Trabalhistas.

Desse modo o cálculo do FGTS a ser recolhido pela empresa para um funcionário que
tem o salário de R$ 2.000,00 e recebeu R$500,00 de horas extras, deverá ter o FGTS
depositado pela empresa no valor de R$200,00 (2.500,00 x 8%).

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

De competência da União e criado pela constituição de 1934, o Imposto sobre Produtos


Industrializados, segundo Pegas (2013), era chamado a princípio de Imposto sobre
Consumo, conquistando a denominação atual apenas em 1965 com a emenda nº 18.

Sua incidência é sobre os produtos industrializados, de acordo com o artigo 153, inciso
IV, a Constituição ainda determina que o imposto será seletivo de acordo com a
necessidade do produto, será não cumulativo, permitindo compensação com montantes
cobrados anteriormente, não terá incidência sobre produtos destinados à exportação e terá
impacto reduzido, para os contribuintes, sobre a compra de bens de capital.

O IPI Tem duas funções extrafiscais, segundo Rezende, Pereira e Alencar (2010),
reguladora: que aplica o imposto de acordo com a utilidade do produto, utilizando
alíquotas menores aos produtos de maior necessidade e maiores aos produtos tidos como
dispensáveis; outra função seria protecionista, que visa aumentar ou desestimular a
produção de determinado produto, por meio de acréscimo ou redução da alíquota aplicada
neste, com intenção de desenvolver uma atividade ou região.

A base de cálculo do IPI definida pela legislação é o valor de venda do produto, acrescido,
caso seja o valor total da nota fiscal seja composto, também, pelo frete e mais despesas
acessórias.

O IPI é um imposto não cumulativo, em que a indústria adquire direito de compensação


futura com a compra de materiais tributados pelo IPI, ou seja, desconta-se do imposto o
crédito pelo IPI pago na compra do insumo.

Após efetuar a industrialização de seu produto, sofre a incidência do imposto sobre seu
valor de venda e passa a ter um débito com o fisco. O imposto devido será a diferença
entre o crédito e débito dos impostos calculados. O IPI é um imposto “por fora”, sua
incidência é sobre o valor de venda do produto e é acrescido a ele, sendo repassado para
o comprador.

Os percentuais a serem aplicados estão dispostos na Tabela do Imposto sobre Produtos


Industrializados (TIPI), definidos pelo código denominado Nomenclatura Comum no

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Mercosul (NCM).

TRIBUTOS ESTADUAIS

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de


transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS)

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de


Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) é de competência
dos Estados e do Distrito Federal, conforme estabelece o Artigo 155 da Constituição
Federal de 1988. Esse tributo incide sobre vendas de mercadorias, na prestação de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, com alíquotas
especificas que variam de acordo com o fato gerador.

Conforme o Decreto 7.871 de 2017, para o Estado do Paraná, o ICMS incide sobre as
vendas de mercadorias com seguintes alíquotas:

• 12% para vendas de mercadorias com destino nos Estados de Minas Gerais, Rio
Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
• 7% para vendas de mercadorias com destino nos demais Estados e o Distrito
Federal.
• 18% para vendas à contribuintes com destino no Estado do Paraná. No entanto
nesse tipo de venda ocorre o diferimento parcial da alíquota em 33,33%, desse
modo a alíquota é reduzida para 12%.
• 18% para vendas realizadas à consumidores finais com destino no Estado do
Paraná.

De acordo com os artigos 23 e 24 do Decreto 7.871 de 2017, o ICMS é um tributo não


cumulativo, sendo possível o contribuinte creditar-se do imposto sobre operações que
tenham resultado na entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento,
inclusive a mercadorias destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo

permanente, ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação,


desde que atendendo aos critérios estabelecidos pela legislação.

O montante de ICMS a recolher por estabelecimento será calculado através da diferença positiva, no período
considerado, após o confronto entre créditos e débitos do tributo.

TRIBUTOS MUNICIPAIS

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN)

O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) é um imposto de competência do Município,


conforme institui o Artigo 156 da Lei 5.172 de 1966.

Desse modo, como as empresas em estudo estão sediadas no Município de Maringá, no Estado do Paraná, a
Lei que regulamenta o imposto é a Lei Complementar nº 1.072 de 2016 e a Lei Complementar 677 de 2007.
Observe-se que cada município, no Brasil, têm sua respectiva regulamentação do imposto.

Segundo a Lei Complementar 677 de 2007, fato gerador desse tributo será a prestação de serviços que constam

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos© - 18
em seu quinto parágrafo. As alíquotas iniciam com 2%, com o máximo de 5%. Estão dispostas na legislação
de acordo com o tipo de prestação de serviço executado.

SIMPLES NACIONAL

O Simples Nacional trata-se de um regime tributário que tem por objetivo o favorecimento das Microempresas
(ME) e às Empresas de Pequeno Porte (EPP), assim conforme a Lei Complementar nº 123 de 2006, ele
permite:

• Apuração e recolhimento dos impostos e Contribuições da União, dos Estados do Distrito Federal
e dos Municípios, através
• do regime único de arrecadação;
• Realizar a cumprimento das obrigações trabalhistas e previdenciárias e de suas obrigações
assessórias;
• Ter acesso a crédito e ao mercado.

Ou seja, para as microempresas e pequenas empresas enquadradas nesse regime é possível o recolhimento dos
tributos através de um único documento de arrecadação, assim conforme a art. 13 da Lei Complementar 123
os seguintes tributos fazem parte do Simples Nacional:

• Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ;


• Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no inciso XII do § 1o do
artigo;
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;
• Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS,
• Contribuição para o PIS/Pasep;
• Contribuição Patronal Previdenciária – CPP;
• Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre

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Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de


Comunicação - ICMS;
• Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.

A Lei Complementar 123 de 2016, com alterações determinadas pela Lei Complementar
155 de 2016, define microempresa, como sendo a empresa que auferiu em cada ano
calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil) e
empresa de pequeno porte como sendo a empresa que durante cada ano calendário obteve
a receita bruta superior a R$ R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil) e igual ou inferior
a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais).

O valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de pequeno porte optante


pelo Simples Nacional será determinado através das alíquotas efetivas, calculadas a partir
das alíquotas nominais constantes nas tabelas dos anexos I a V da Lei Complementar 139
de 2011 para cálculo dos tributos em 2017 e os anexos I a V da Lei Complementar 155
de 2016 para cálculo dos tributos em 2018, sobre a receita bruta acumulada dos últimos
dozes meses anteriores ao período de apuração. Será necessário apresentar o cálculo em
2018 devido a mudança das normas, para o cálculo do Simples Nacional.

Simples Nacional – Lei Complementar 139 de 2011

As empresas em análise nesta obra atuam nos seguintes ramos de atividade: indústria,
comércio e serviços.

As alíquotas do Simples Nacional a ser calculado para 2016 é encontrada com base no
anexo I e III da Lei Complementar 139 de 2011, para as operações comerciais realizadas
até 2017. Para as realizadas a partir de 2018, deverão ser utilizadas as tabelas definidas
pela Lei Complementar 155 de 2016. As tabelas utilizadas estão em anexo.

Para elaborar os cálculos do valor a pagar para Simples Nacional em 2016 é necessário
identificar a receita acumulada dos últimos 12 meses e assim determinar alíquota que a
empresa se enquadra. Posteriormente aplica-se a alíquota identificada sobre o
faturamento da empresa deduzido das devoluções de venda.

Para empresas localizadas no Estado do Paraná é possível realizar a redução do ICMS


aplicado no cálculo da alíquota do Simples Nacional. Desse modo identifica-se a receita
acumulada dos últimos 12 meses no quadro abaixo e posteriormente substitui percentual
de ICMS pelo percentual do Paraná.

Exemplo para operações realizadas até 2017: Uma empresa do estado do Paraná possui
receita bruta acumulada nos 12 meses imediatamente anteriores de R$ 1.400.000,00 e no
mês atual obteve receita com vendas de ferramentas no valor de R$ 120.000,00, receita
com prestação de serviços de R$ 40.000,00 e ganho de capital de R$ 3.000,00.

Calculo - Simples Nacional para venda


Receita acumulado dos últimos 12 meses = R$ 1.400.000,00 Alíquota que a receita se
enquadra = 8,45%
Alíquota do ICMS = 2,87%
Alíquota do ICMS no Paraná = 2,07%

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 20
Alíquota do Simples Nacional corrigida = 7,65% (8,45 – 2,87 + 2,07) Venda do período
= 120.000,00
Simples Nacional sobre venda = 9.180,00 (120.000,00 * 7,65%)

Cálculo - Simples Nacional para prestação de serviços


Receita acumulado dos últimos 12 meses = R$ 1.400.000,00 Alíquota que a receita se
enquadra = 12,68%
Prestação de serviços do período = 40.000,00
Simples Nacional sobre venda = 5.072 ,00 (40.000,00 * 12,68%)

Total do Simples Nacional = R$ 14.252,00 (9.180,00 + 5.072,00)


IRPJ sobre ganho de capital = 450,00 (3.000,00 * 15%) Total dos tributos = 14.702,00
(14.252,00 + 450,00)

Importante destacar que o cálculo efetivo para o Simples Nacional, inclusive para as
mudanças definidas a partir de 2018, é oficialmente realizado somente no site da Receita
Federal do Brasil, no Portal do Simples Nacional. Portanto, os resultados apresentados
como exemplos podem não ser, exatamente, os calculados nesse site, possibilitando assim
diferença de centavos ou pequenos montantes em reais.

Simples Nacional – Lei Complementar 155 de 2016

No dia 27 de outubro de 2016 foi sancionada a Lei Complementar 155 que reorganizou o
cálculo do Simples Nacional. Desse modo as novas mudanças começam a vigorar a partir
de 2018. Como presente estudo propõe analisar as opções tributaria da empresa, faz se
necessário calcular os resultados a partir da nova Lei utilizando as receitas de 2016,
conforme segue a baixos os quadros utilizadas para estudo e a metodologia de cálculo dos
Simples Nacional de 2018.

Para se realizar o cálculo do Simples Nacional de 2018 utiliza-se a receita bruta


acumulada dos últimos 12 meses anterior a apuração e aplica-se a alíquota vigente de
acordo com faixa que a receita acumulada se enquadrou e a operação que gerou a receita.
Diminua o valor encontrado pelo valor a deduzir e assim a primeira base de cálculo.

O valor encontrado deve ser dividido pela receita bruta acumulada do mês anterior e o
percentual encontrado deve ser aplicado sobre a receita de vendas ou de serviços prestado
do mês em apuração.

Exemplo:
Empresa do Estado do Paraná possui receita bruta acumulada nos 12 meses
imediatamente anteriores de R$ 1.400.000,00 e no mês atual obteve receita com vendas
de mercadorias no valor de R$ 120.000,00, receita com prestação de serviços de R$
40.000,00.

Cálculo:
Simples Nacional para venda sem a redução do ICMS/PR
Base de cálculo = R$ 1.400.000,00 x 10,70% = 148.800,00 – 22.500,00 = 126.300,00
Alíquota = 9,02% ((126.000,00/1.400.000) * 100)
Receita do período = 120.000,00
Simples Nacional sobre venda = 10.824,00 (120.000,00 * 9,02%)

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Redução do ICMS/PR:
Base de cálculo = R$ 1.400.000,00 x 3,5845 = 50.183,00 -14.351,40 = 35.831,60
Alíquota = 2,5594
Receita do período = 120.000,00
Alíquota final do Simples Nacional = 9,02% - 3,0217% + 2,5594% = 8,5577%
Valor total final = 8,5577% x 120.000,00 = 10.269,40

Simples Nacional prestação de serviços


Base de cálculo = R$ 1.400.000,00 x 16% = 224.000,00 – 35.640,00 = 188.360,00
Alíquota = 13,45% ((188.360,00/1.400.000) x 100)
Prestação de serviços do período = 40.000,00
Simples Nacional sobre prestação de serviços = 5.380,00 (40.000,00 x 13,45%)
Total do Simples Nacional = 15.649,40 (10.269,40 + 5.380,00)

Alterações pela Lei Complementar nº 155/2016

Uma das principais alterações trazidas pela L. C. nº 155/16 se refere à ampliação do teto
de faturamento para enquadramento no regime do Simples Nacional.

Até dezembro de 2017 o limite era de R$ 3,6 milhões, para o ano de 2018 em diante esse
limite conforme o art. 3º da L. C. nº 123/06 alterado pela L. C. nº 155/16 é de R$ 4,8
milhões de reais.

No entanto esse aumento somente para os impostos federais. Para o imposto estadual
(ICMS) e imposto municipal (ISS) ainda prevalece o limite de R$ 3,6 milhões, sendo o
recolhimento desses impostos mediante o regime normal conforme disposto no art. 13-A
da L. C. 123 incluída pela L. C. 155.

Outra alteração para o regime do Simples é a mudança da sistemática de cálculo para


apuração do valor devido do Simples Nacional. Anteriormente bastava saber o
faturamento total nos últimos 12 meses para que, de acordo com o Anexo, dentre os seis
existentes, no qual a empresa se enquadrava conforme seu ramo de atividade e a
legislação, chegasse na alíquota para aplicar sobre o valor da receita mensal para então se
chegar no valor do imposto devido.

Com a L. C. nº 155/16, conforme seu art. 18, para se encontrar o valor devido do Simples
tem-se que analisar o faturamento dos últimos 12 meses a fim de se encontrar a faixa que
a empresa se encontra e assim a alíquota nominal dessa faixa Cada faixa possui uma
parcela a deduzir, como no imposto de renda.

Deve-se então realizar o cálculo da alíquota efetiva, sendo o resultado da seguinte


fórmula:

RBT12 x Aliq. N. − PD
RBT12
Onde:
RBT12: receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao período de apuração;
Aliq. N.: alíquota nominal constante dos Anexos e
PD: parcela a deduzir constante dos Anexos.

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 22

Encontrado a alíquota efetiva basta multiplicá-la pelo valor da receita bruta mensal para
cálculo do valor devido do Simples. No caso para as prestadoras de serviço o percentual
efetivo máximo destinado ao ISS será de 5%.Caso haja excedente do percentual, o valor
do ISS se fixa em 5% e o percentual superior a esse fixo deve ser transferido de forma
proporcional, aos tributos federais da mesma faixa de receita bruta anual. Com a relação
das faixas e dos Anexos, houve redução destes, de 20 faixas de faturamento para somente
6 faixas e de 6 Anexos agora há apenas 5.

De acordo com a nova Lei Complementar algumas atividades de serviços poderão se


enquadrar no Anexo III ou no Anexo V dependendo da razão da folha de pagamentos dos
últimos 12 meses, referente a salários, pró-labore, INSS e FGTS, pela receita bruta total
dos últimos 12 meses. O resultado, chamado fator "R", caso seja igual ou superior a 28%
a tributação será pelo Anexo III, do contrário, pelo Anexo V.

Algumas atividades que antes não podiam aderir ao regime, agora com a nova regra foi
permitida sua inclusão. Dentre algumas das atividades se encontram: As micro e pequenas
cervejarias, micro e pequenas vinícolas, produtores de licores e micro e pequenas
destilarias que antigamente não eram permitidas optar pelo regime do Simples.Agora com
a nova lei podem aderir a esse regime tributário; arquitetura e urbanismo; medicina,
inclusive laboratorial, e enfermagem; odontologia e prótese dentária; psicologia,
psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de
nutrição e de vacinação e bancos de leite.

Com as mudanças do Simples Nacional, está a figura do investidor anjo, pessoa física ou
jurídica que realiza investimentos financeiros na empresa não tendo direito a voto em
assembleias e em reuniões de sócios. Conforme art. 61-A da nova lei, a remuneração do
investidor anjo será relativa aos resultados econômicos conforme expresso no contrato de
participação não sendo superior a 50% dos lucros da MPE.

Estudos correlatos sobre Simples Nacional

Pesquisas anteriores abordaram tema semelhante ao deste estudo, assim estas pesquisas
foram analisadas. O Quadro 1 a seguir detalha a autoria, ano de publicação, objetivo e
resultados dessas pesquisas:

ANO AUTOR OBJETIVO RESULTADO


As análises apresentadas indicam
que as significativas alterações
Avaliar os impactos da Lei
propostas no Simples Nacional
Complementar 155/16, que
que passará a valer a partir de
altera o Simples Nacional,
2018 tornarão este regime de
2016 BARBOSA comparando o novo simples,
tributação menos vantajoso em
instituído pela LC nº 155/16,
relação a sua versão regida pela
com o antigo, conforme a LC nº
LC nº 123/06 tornando a escolha
123/06.
pelo Lucro Presumido uma
melhor opção.

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 23
O impacto na tributação das
Estudar os impactos na
empresas é negativo. As ME e
tributação causados na
EPP recolherão mais tributos
Microempresas e Empresas de
2017 BRITO praticamente em todos os
Pequeno Porte, advindos pelas
Anexos, excluindo apenas o
mudanças da Lei
Anexo V que sofreu uma redução
Complementar 155/2016.
na tributação.
Após o estudo comparativo entre
a Lei Complementar nº 123, de
Mostrar às empresas, de
14/12/2006 e a Lei
pequeno porte do comércio
Complementar nº 155, de
varejista do ramo de calçados
27/10/2016, nota-se que as
no Estado de São Paulo, a
empresas a partir do dia
importância de fazer um
01/01/2018, irão sofrer aumento
LEITÃO et planejamento tributário, assim
2017 na carga tributária a partir da
al. contribuindo de forma
segunda faixa de faturamento.
significativa para tomada de
Diante do resultado do estudo
decisão, incentivando o poder
comparativo a empresa deve unir
de decidir a melhor opção de
esforços das áreas envolvidas,
regime tributário a ser
juntamente com os profissionais
enquadrada.
qualificados para elaborar o
planejamento tributário.
Verificou-se que, para o ano de
2016, mesmo que se utilizasse a
vigência atual ou fosse realizada
Analisar, com relação às
uma simulação com as alterações
atividades e às alíquotas
que entrarão em vigor em 2018, o
atribuídas ao Anexo VI da Lei
impacto do regime tributário no
Complementar nº 123/2006, e
resultado da empresa seria menor
futuramente ao novo Anexo, se
se ela optasse pelo Lucro
2017 PEGORARO é mais vantajoso, para o
Presumido. Isso demonstra que,
resultado da empresa de
mesmo que o Simples Nacional
pequeno porte estudada, utilizar
seja um sistema simplificado e
o Simples Nacional como
favorecido para microempresas e
método de tributação ao invés
empresas de pequeno porte, ele
do Lucro Presumido.
não é o mais interessante para o
resultado das empresas neste
caso.
Mesmo sofrendo as alterações da
Lei Complementar nº 155/2016,
o Simples Nacional continua
Apresentar as mudanças que
sendo um regime de tributação
estão ainda por vir para o
viável para as micro e pequenas
Simples Nacional, deixando
empresas, pois todas as alterações
2017 SANTOS evidentes os impactos nas
melhoraram o regime de
empresas que optaram por esse
tributação e as mudanças foram
regime de tributação, a partir do
voltadas para beneficiar as
ano de 2018.
empresas adeptas pelo Simples,
abrindo um novo leque de opções
e facilitando o enquadramento.

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 24
A empresa Alfa mostrou um
comportamento positivo, no
sentido de apresentar menor
alíquota e menor imposto em
todos os meses presentes na
coleta de dados, a empresa Gama
expôs estabilidade no primeiro
ano, mas apresentou um
Mensurar qual o (b) ônus em desempenho favorável no
permanecer tributado pelo resultado da empresa no último
Simples Nacional no ano de semestre da análise. Porém, para
2017 SILVA 2018, com essa substituição da a empresa Delta não se pode
Lei Complementar nº 123/2006 responder com clareza se houve
pela a Lei Complementar nº bonificação ou não, visto que em
155/2016. 27,8% do caso em análise,
quando tributada pelo Anexo III,
o cenário da empresa se encontra
favorável, mas em sua maioria a
entidade esteve tributada pelo
Anexo V e analisando os
resultados finais, este quadro se
encontra desvantajoso, ou seja,
haveria oneração.
Verificou-se com os cálculos
comparativos que, dentro do
Verificar as mudanças que
mesmo Anexo e faixa, obteve-se
ocorrerão na tributação do
uma redução e aumento em
2017 SILVA et al. Simples Nacional em 2018,
comparação ao Simples Nacional
desenvolvido através de uma
vigente até 2017, quando
revisão bibliográfica.
comparada com as alterações que
terão vigência a partir de 2018.
Verificar a influência do gasto Com a vigência da Lei
com folha de pagamento na Complementar nº 155, de 2016, o
carga tributária das empresas gasto com a folha de pagamento
2017 TRINDADE optantes pelo Simples Nacional impacta de forma importante na
enquadradas no Anexo V da redução da carga tributária das
Lei Complementar nº 155, de empresas enquadradas no Anexo
2016. V desta Lei Complementar.

Quadro 1 – Estudos realizados sobres as mudanças no Simples Nacional com as


mudanças da Lei Complementar 155/2016 - Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Na pesquisa de Barbosa (2016) foram feitas simulações utilizando-se o software


MATLAB, confrontando-se os tributos a pagar pela receita bruta conforme a L. C. 123,
a L. C.nº 155 e o regime de tributação Lucro Presumido, além de analisar um caso
hipotético considerando a Contribuição Patronal Previdenciária - CPP. Conforme as
simulações, chegou-se à conclusão de que há aumento da carga tributária em todos os
setores optantes do Simples Nacional em relação às mudançasfeitas pela L. C. nº 155.

Em uma simulação comparando o Simples Nacional e Lucro Presumido por meio da

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 25
apuração do ISS, foi contatado, segundo comparação com a L. C. nº123, que em alguns
casos a opção pelo Lucro Presumido é a menos onerosa. Ao comparar o Lucro Presumido
com a L. C. nº155, chegou-se àconclusão de que após o limite da faixa de RBA de R$
1.800.000,00 os valores a pagar pelo Simples Nacional possuem uma diferença muito
grande ao comparar com o Lucro Presumido, chegando em alguns casos a representar o
dobro de impostos, tornando assim o Lucro Presumido o regime mais vantajoso.

Ao considerar a CPP na análise, foi constatado que o Simples Nacional, segundo a L. C.


nº123, é mais vantajoso que o Lucro Presumido do ponto de vista de economia fiscal.No
entanto, com a mudança da legislação conforme a L. C.nº 155, o regime do Simples
Nacionalse torna menos vantajoso do que o do Lucro Presumido.

Na pesquisa de Brito (2017) foram realizados cálculos de acordo com os Anexos do


simples conforme a sistemática de cálculo do imposto segundo aL. C. nº 123 e L. C. nº
155.Analisando as Microempresas foi constatado que houve um crescimento no valor a
pagar do DAS na faixa de faturamento de R$ 360.000,00, enquanto que na faixa de R$
180.000,00 não houve mudanças. Quanto as Empresas de Pequeno Porte, no geral houve
aumento da tributação, no entanto, apenas no Anexo V ocorreu redução da carga
tributária.

Um fato curioso levantado pela pesquisadora foi que as EPP's que faturam entre R$
900.000,00 e R$ 1.800.000,00 no ano sofrem um maior aumento da carga tributária do
que as demais.

Foi realizado uma pesquisa por Leitão et al. (2017) comparando o Anexo I - comércio
analisando a L. C. nº 123 e a L. C. nº 155. Através dessapesquisa, foi possível constatar
que as empresas a partir da segunda faixa de faturamento, de acordo com o Anexo, sofrem
um aumento na carga tributária.

O estudo por Pegoraro (2017) foi realizado em uma clínica de saúde em Porto Alegre/RS,
sendo tributado pelo Anexo VI conforme a L. C. nº 123 e pela L. C. nº 155 conforme o
Anexo III ou V, dependendo da razão da folha de pagamentos com a receita bruta. Foram
realizados cálculos de quanto a empresa iria pagar caso optasse pelo Lucro Presumido ou
pelo Simples Nacional seguindo a legislação antiga e a nova legislação.

Assim, mediante os cálculos foi constatado que a empresa pagaria menos impostos caso
optasse pelo Lucro Presumido. Vale destacar que a mudança no Simples Nacional
diminuiu o valor a pagar ao considerar a legislação anterior.Neste caso, a empresa,
segundo a nova regra, foi tributada de acordo com o Anexo V, devido ao fator “R” (folha
de pagamento total sobre receita bruta total) ser inferior a 28%. Caso esse fator fosse
superior a 28%, segundo os cálculos, compensaria para a empresa o Simples Nacional
segundo a nova legislação, haja vista que economizaria em valores a pagar de impostos.

Já no estudo de Santos (2017) foi realizada uma análise na legislação do Simples


Nacional. Com essa análise bibliográfica, chegou-se à conclusão de que o regime do
Simples Nacional, apesar das mudanças, ainda é um regime vantajoso para as empresas
devido aos benefícios provocados pela legislação, como a possibilidade de investidores
anjos, o parcelamento dos débitos e a mudança de cálculo do valor a pagar do Simples
Nacional.

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Silva (2017) realizou sua pesquisa em 3 empresas, sendo em dois dos três ramos de
atividade, sendo eles comércio e serviços. Comparou o valor ocorrido de fato, segundo a
L. C. 123 com a previsão, caso a empresa obtivesse o mesmo resultado, de acordo com a
L. C. 155. No caso da empresa de comércio (alfa), tributada pelo Anexo I da L. C. 123 e
L. C. 155, houve redução do valor a pagar do imposto com a mudança da legislação.

No caso de uma prestadora de serviços (delta), tributada pelo Anexo III da L. C. 123 e
com a mudança, tributada pelo Anexo III ou V dependendo do fator “R”, a situação de
mudança na legislação não foi favorável à empresa. Houve casos em que ela foi tributada
pelo Anexo V, sendo o pagamento do imposto mais oneroso, nos casos em que foi
tributado pelo Anexo III a situação ficou similar quando tributada pelo Anexo III da L.
C. 123. A outra prestadora de serviços (gama) é tributada pelo Anexo III em ambas
legislações, apresentou uma redução do imposto a pagar com a mudança na legislação.

No estudo de Silva et al. (2017),por meiode cálculos comparativos de acordo com a


sistemática de cálculo de cada legislação, utilizando-se os Anexos da L. C. nº 123 e da L.
C. nº 155, chegou-se a resultados onde em alguns casos houve o aumento da tributação e
casos em que houve diminuição da tributação.

Trindade (2017) realizou um estudo em uma empresa de serviços de engenharia,


enquadrada no Anexo VI, conforme a legislação do Simples Nacional, segundo a lei 123
de 2006. Apurou-se hipoteticamente o valor a pagar do Simples Nacional de modo com
as regras da legislação da lei 155 de 2016.

Nesse caso, a empresa pode ser tributada de acordo com o Anexo III ou V, o Anexo é
definido pelo fator “R”. Foi constatado pelos cálculos que há uma economia para a
empresa independentemente se for tributada pelo Anexo III ou V, tendo em vista o
modelo do Simples Nacional segundo a legislação antiga.

Como se pode observar nas pesquisas correlatas a este estudo, os pesquisadores obtiveram
resultados variados quando comparados. Essas pesquisas se utilizaram de simulações,
modelos estatísticos e observação da legislação para avaliar se as mudanças no regime do
Simples Nacional foram positivas ou negativas. O presente estudo avaliará essas
mudanças com uma nova perspectiva, o novo regime já está em vigor, portanto, tem-se
uma base mais sólida para realizar a comparação com o regime antes da mudança, não
precisando de simulações com dados hipotéticos.

Na sequência, demonstrando como essas duas ciências podem atuar no Planejamento


Tributário, mais especificamente na definição das opções tributárias para empresas, estão
apresentados os casos estudados.

CASO 1: SIMPLES NACIONAL 2018: ANÁLISE COMPARATIVA DOS


EFEITOS PROVOCADOS PELA LEI COMPLEMENTAR 155/2016

Autores:
William da Silva Minelli – Bacharel em Ciências Contábeis – Universidade Estadual de
Maringá.

Carlos Henrique Marroni – Doutor em Administração Pública e Governo. Professor no


curso de Bacharel em Ciências Contábeis na Universidade Estadual de Maringá.

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 27

RESUMO

A Lei Complementar nº 155 de 2016, intitulada "Crescer Sem Medo" traz alterações na
Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, Lei Complementar nº 123, essas alterações
possuem como objetivo a simplificação de cálculo do simples nacional, além de
incentivos e desburocratização a fim de fortalecer a economia impulsionada pelas
empresas optantes do simples.

O presente artigo possui como objetivo verificar os efeitos dessa mudança da legislação.
Para tal, foi-se analisado em 4 empresas de Maringá-PR dos 3 setores da economia o
período correspondente a um ano, período este onde calculou-se os valores do simples de
acordo com a L. C. nº 123 e 155 através de planilha eletrônica, os dados foram fornecidos
por um escritório de contabilidade.

Através do estudo realizado verificou-se que a empresa do setor de comércio e do setor


de indústria obtiveram com a mudança da legislação um aumento significativo em sua
carga tributária.

Enquanto que uma das empresas do setor de serviços apresentou uma redução pequena
no valor do simples nacional a pagar, a outra apresentou um decréscimo significativo,
esta última dependendo do fator “R”, razão da folha dos últimos 12 meses com a receita
bruta dos últimos 12 meses, é tributada de modo com o Anexo III ou V.

Foi constatado que o Anexo III apresentou ser melhor para a empresa do que o Anexo V
- para isso o fator “R” deve ser superior que 28%, um incentivo por parte do governo para
que optantes do simples sujeitos ao fator “R” gerem empregos com o objetivo de redução
do simples.

Os resultados apresentam situações em que a mudança da legislação é positiva para


algumas empresas e situações em que é negativa, apesar disso verifica-se a necessidade
da elaboração de um planejamento tributário a fim de verificar a viabilidade dos outros
regimes.

Nesse cenário, o Simples Nacional ainda é visto como uma ótima oportunidade para o
empreendimento devido a facilidade do regime e uma menor carga tributária. Apesar
dessa tributação ser mais baixa que a de outros regimes, vê-se a necessidade da realização
de um planejamento tributário, uma vez que, segundo Barbosa (2016) “o planejamento
tributário é uma forma preventiva de agir visando escolher, dentre as alternativas, aquela
menos onerosa ao contribuinte”.

Pesquisas anteriores (BARBOSA, 2016; BRITO, 2017; LEITÃO et al, 2017;


PEGORARO, 2017; TRINDADE, 2017; SANTOS, CARVALHO, 2017; SILVA, 2017;
SILVA et al, 2017) abordaram sobre os efeitos dessa mudança na legislação, todavia com
dados hipotéticos e simulações comparativas. Desse modo,o presente trabalho busca a
necessidade de responder a seguinte problemática: Quais os efeitos para as
Microempresas e para as Empresas de Pequeno Porte com as mudanças trazidas
pela L. C.nº 155/2016?

Quanto ao objetivo geral para responder tal questionamento, procura-se com esse estudo

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analisar os efeitos para as Microempresas e para as Empresas de Pequeno Porte sobre as
mudanças trazidas pela LC. nº 155/2016. Para tanto os objetivos específicos são: apurar
o valor do Simples Nacional das empresas estudadas relativo ao ano de 2017 conforme a
L. C. nº 123/06; apurar o valor do Simples Nacional das empresas estudadas relativo ao
ano de 2017 conforme a L. C. nº 155/16 e por fim comparar os resultados da L.C. nº
123/06 com a L.C. nº 155/16.

As ME’s e EPP’s vêm a cada dia gerando valor na economia brasileira com a geração de
renda, empregos e arrecadação de impostos. Segundo dados da Receita Federal (2018), a
arrecadação de tributos do Simples em 2014 foi de R$ 61,9 bilhões e em 2017, de R$ 76,9
bilhões, um crescimento de aproximadamente de 15 bilhões de reais aos cofres públicos.

Vê-se então a necessidade na realização do presente estudo tendo em vista que as


empresas são afetadas pela tributação, que produz efeitos em sua atividade e seu resultado
econômico. Logo, esse estudo tem como função demonstrar a comunidade acadêmica,
empresários e demais interessados no assunto, se as mudanças no regime de tributação
do Simples Nacional advindas com a L.C. nº 155/16 representarão um bônus ou ônus na
questão tributária.

O estudo se delimita em analisar quatro empresas que atuam nos ramos de comércio,
indústria e duas do ramo de serviços, abrangidas por três anexos do regime do Simples
Nacional. O períodode análise da pesquisa se refere ao ano de 2017.

Com o objetivo de organizar o texto está dividido em partes. A primeira apresenta uma
breve contextualização e o objetivo da pesquisa. Na segunda parte estão apresentados os
resultados da pesquisa e a considerações finais das análises.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

No estudo em questão foram analisadas 4 empresas, sendo 1 do setor de comércio, 1 do


setor de indústria e 2 do setor de serviços. Quanto a empresa I, do setor de comércio,
iniciou suas atividades em 09/10/1998, tem como atividade o atacado de tecidos,
confecções, cama, mesa, banho e armarinhos. Possui 13 funcionários e 1 dono. Essa
empresa é tributada pelo Anexo I do simples nacional tanto pela L. C. nº 123 quanto pela
L. C. nº155.

No que se refere a empresa II, atuante no setor industrial, iniciou suas atividades em
21/11/2011 com a fabricação de artefatos plásticos. Essa empresa possui 17 funcionários
e 2 sócios. É tributada pelo Anexo II do simples em ambas as legislações.

Já a empresa III, do setor de serviços, é tributada pelo Anexo III tanto pela L. C. nº 123 e
L. C. nº155, iniciou suas atividades em 02/08/2004 e presta serviços fotográficos e
tratamento de imagens, possui atualmente 16 funcionários e 2 sócios.

Por fim a empresa IV, também do setor de serviços, tributada pelo Anexo VI de acordo
com a L. C. nº 123 e pelo Anexo III ou V de acordo com o fator “R” conforme a L. C.
nº155. É uma clínica médica e iniciou suas atividades em 29/03/2016 possui 1 funcionário
e 2 donos.

Todas empresas citadas acima estão localizadas na cidade de Maringá no Estado do

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 29
Paraná. Para o cálculo do simples nacional conforme a legislação antiga bastava saber o
valor do faturamento referente aos últimos 12 meses anteriores ao período de apuração
para se verificar a tabela do Anexo da empresa e sua faixa de enquadramento. De modo
que ao se encontrar tal faixa multiplicava-se o valor do faturamento mensal pelas
alíquotas encontradas na tabela. O cálculo para a legislação vigente foi destacado no
capítulo 2 do presente estudo.

Há uma observação a se destacar para o Estado do Paraná onde estão situadas as


empresas. São isentos do ICMS empresas que faturam até R$ 360.000,00. Sendo assim,
por conta dessa redução no ICMS, deve-se encontrar a alíquota do ICMS própria do
Estado. No caso da legislação antiga, o Decreto nº 7.871 traz o Anexo com as alíquotas
para o Paraná.

Para a atual legislação o Decreto nº 8.660 traz a tabela com a alíquota nominal do ICMS
e a parcela a deduzir, devendo assim, de modo semelhante com o valor do simples
nacional, calcular a alíquotaefetiva para o Estado do Paraná através da seguinte fórmula:

RBT12 x Aliq. N. − PD
RBT12

Onde:
RBT12: receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao período de apuração;
Aliq. N.: Aliq: alíquota nominal constante das Tabelas I e II do Decreto 8.660/2018 e
PD: parcela a deduzir constante das Tabelas I e II do Decreto 8.660/2018.

Resultados na Atividade de Comércio

A empresa I, como pode se observar através do quadro apresentado abaixo, apresentou


em todos os meses valores do simples nacional maiores quando tributada pela legislação
vigente, compensando para a mesma a legislação conforme a LC. nº 123.

EMPRESA I
FATURAMENTO SIMPLES PERCENTUAL SIMPLES PERCENTUAL RELAÇÃO
DO SIMPLES EM DO SIMPLES EM SIMPLES CFE
MESES
2017 L. C. nº 123 RELAÇÃO C/ L. C. nº 155 RELAÇÃO C/ L. C. nº 123 C/
FATURAMENTO FATURAMENTO L. C. nº 155
jan/17 129.159,88 12.192,69 9,44% 13.238,45 10,25% 8,58%
fev/17 128.666,25 12.146,09 9,44% 13.211,20 10,27% 8,77%
mar/17 230.958,01 21.802,44 9,44% 23.669,42 10,25% 8,56%
abr/17 262.814,12 25.203,87 9,59% 27.023,40 10,28% 7,22%
mai/17 238.358,11 22.858,54 9,59% 24.951,95 10,47% 9,16%
jun/17 213.221,53 20.447,94 9,59% 22.323,66 10,47% 9,17%
jul/17 210.308,03 20.168,54 9,59% 22.157,08 10,54% 9,86%
ago/17 228.858,06 21.947,49 9,59% 24.164,42 10,56% 10,10%
set/17 196.856,32 18.878,52 9,59% 20.669,68 10,50% 9,49%
out/17 260.035,59 24.937,41 9,59% 27.048,31 10,40% 8,46%
nov/17 357.656,18 34.299,23 9,59% 37.326,48 10,44% 8,83%
dez/17 299.413,19 29.132,90 9,73% 31.836,07 10,63% 9,28%
TOTAL 2.756.305,27 264.015,68 9,58% 287.620,11 10,43% 8,94%
Quadro2 – Empresa I do setor de comércio ref. à valores do simples nacional cfe L.
C. nº 123 e 155 com valores expressos em Reais (R$)

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 30
Fonte: Elaborado pelos autores

Nota-se a diferença de em média 0,86 pontos percentuais a mais da relação do simples


com o faturamento da empresa para a L. C. nº 155 ao se comparar com a L. C. nº 123.

Vale a observar que houve um crescimento em todos os meses, de aproximadamente de


8,96% do valor do simples nacional ao comparar a legislação antiga com a vigente, o que
resulta em um valor a de R$ 23.604,43 a mais do que quando tributada pela L. C. nº 123.
Tornando a legislação vigente mais onerosa para esta empresa.

Na legislação anterior a empresa teve variações entre a 13ª, 14ª e 15ª faixas de
faturamento, enquanto que na legislação vigente esteve presente apenas na 5ª faixa de
faturamento.

COMPOSIÇÃO DOS TRIBUTOS


DURANTE O ANO L. C. nº 123
5%

5%
29%
15%

4%

42%

IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS

Gráfico 1– Composição dos tributos inclusos no simples nacional cfe LC. nº 123
Fonte: Elaborado pelos autores

O gráfico 1 demonstra a composição dos tributos do simples nacional de acordo com a L.


C. nº 123.
COMPOSIÇÃO DOS TRIBUTOS
DURANTE O ANO L. C. nº 155
4%
6%
31% 13%

3%

43%

IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS

Gráfico2– Composição dos tributos inclusos no simples nacional cfe LC. nº 155
Fonte: Elaborado pelos autores

O gráfico 2, de igual modo, demonstra a composição dos tributos do simples nacional,


porém de acordo com a L. C. nº 155.

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É possível notar pelos gráficos 1 e 2 que na empresa I tributos como IRPJ, CPP e ICMS
apresentaram um aumento na composição do simples nacional, enquanto houve uma
redução dos tributos CSLL, COFINS e PIS/PASEP.

COMPARATIVO SIMPLES L. C. nº 123 e L. C. nº 155


40.000,00
35.000,00
Simples Nacional

30.000,00
25.000,00
20.000,00
15.000,00
10.000,00
5.000,00
-

Meses

L. C. nº 123 L. C. nº 155

Gráfico 3– Comparativo simples nacional cfe L. C. nº 123e 155


Fonte: Elaborado pelos autores

No gráfico acima a linha azul representa o simples nacional a pagar de acordo com o
cálculo da L. C. nº 155 enquanto que a linha verde se refere ao valor do simples a pagar
de acordo com L. C. nº 123. Percebe-se que a linha azul é superior a verde em todo o
momento.

Comportamento diferente da pesquisa realizada por Silva (2017) em uma empresa


também do setor de comércio, onde a linha correspondente a L. C. nº 123 foi superior a
linha correspondente a L. C. nº 155 em todo o período. Comportamento este que pode ser
devido a existência de redução para o ICMS no Estado do Paraná descrito anteriormente.

Resultados na Atividade da Indústria

A empresa II, conforme demostrado no quadro a seguir, apresentou em todos os meses


valores do simples nacional maiores ao ser tributada pela LC. nº 155, assim como a
empresa I. Compensando para a empresa II, também, como o regime do simples nacional
era anteriormente a mudança.

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 32
EMPRESA II
FATURAMENTO SIMPLES PERCENTUAL SIMPLES PERCENTUAL RELAÇÃO
DO SIMPLES EM DO SIMPLES EM SIMPLES CFE
MESES
2017 L. C. nº 123 RELAÇÃO C/ L. C. nº 155 RELAÇÃO C/ L. C. nº 123 C/
FATURAMENTO FATURAMENTO L. C. nº 155
jan/17 211.426,78 21.015,82 9,94% 22.099,41 10,45% 5,16%
fev/17 194.491,35 19.332,44 9,94% 20.363,71 10,47% 5,33%
mar/17 304.712,29 30.288,40 9,94% 32.048,02 10,52% 5,81%
abr/17 246.837,24 24.535,62 9,94% 26.227,60 10,63% 6,90%
mai/17 226.003,06 22.464,70 9,94% 24.098,10 10,66% 7,27%
jun/17 217.567,40 21.952,55 10,09% 23.379,81 10,75% 6,50%
jul/17 179.441,13 18.105,61 10,09% 19.603,88 10,92% 8,28%
ago/17 284.366,63 28.692,59 10,09% 31.154,52 10,96% 8,58%
set/17 154.070,45 15.761,41 10,23% 17.138,66 11,12% 8,74%
out/17 126.829,95 12.974,70 10,23% 14.088,24 11,11% 8,58%
nov/17 124.672,12 12.579,42 10,09% 13.729,24 11,01% 9,14%
dez/17 80.230,83 8.095,29 10,09% 8.710,78 10,86% 7,60%
TOTAL 2.350.649,23 235.798,56 10,03% 252.641,98 10,75% 7,14%
Quadro 3– Empresa II do setor de indústria ref. à valores do simples nacional cfe
LC. nº 123 e 155 com valores expressos em Reais (R$)
Fonte: Elaborado pelos autores

É possível visualizar uma diferença em média de 0,74 pontos percentuais da L. C. nº 123


para a L. C. nº 155 em relação ao quociente simples sobre faturamento.

Nota-se também um crescimento, assim como na empresa I, em todos os meses com a


nova legislação, no caso de aproximadamente uma média de 7,32%, resultando um valor
a maior de R$ 16.843,42, tornando também a presente legislação mais onerosa para a
empresa II.

Na legislação anterior a empresa teve variações entre a 13ª, 14ª e 15ª faixas de
faturamento, enquanto que na legislação vigente esteve presente apenas na 5ª faixa de
faturamento.

COMPOSIÇÃO DOS TRIBUTOS


DURANTE O ANO L. C. nº 123
5% 5%
5%
14%
28%
3%

40%

IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS IPI

Gráfico 4 – Composição dos tributos inclusos no simples nacional cfe LC. nº 123
Fonte: Elaborado pelos autores

Por meio do gráfico 4 observa-se a composição dos tributos do simples nacional de acordo
com a L. C. nº 123.

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COMPOSIÇÃO DOS TRIBUTOS


DURANTE O ANO L. C. nº 155
3%
8% 6%
12%
30% 2%

39%

IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS IPI

Gráfico 5– Composição dos tributos inclusos no simples nacional cfe LC. nº 155
Fonte: Elaborado pelos autores

O gráfico 5 remete a informações sobre a composição dos tributos no simples com base
na legislação vigente.

Os gráficos 4 e 5 trazem informações quanto a composição dos tributos presentes no


simples nacional, pode-se observar na empresa II uma mudança da L. C. nº 123 para a
LC. nº 155 com crescimento de tributos como IRPJ, ICMS e IPI. Houve uma redução nos
seguintes tributos CSLL, COFINS, PIS/PASEP e CPP.

COMPARATIVO SIMPLES L. C. nº 123 e L. C. nº 155


35.000,00
30.000,00
Simples Nacional

25.000,00
20.000,00
15.000,00
10.000,00
5.000,00
-

Meses

L. C. nº 123 L. C. nº 155

Gráfico 6– Comparativo simples nacional cfe LC. nº 123 e 155


Fonte: Elaborado pelos autores

Através do gráfico 6 é possível visualizar que a linha azul, representada pela L. C. nº 155
é superior a verde, representada pela L. C. nº 123 em todo o momento.

Conforme a pesquisa apresentada por Brito (2017), houve um aumento também para as
empresas tributadas conforme o Anexo II do simples nacional com a alteração do regime
analisado pela pesquisadora, apresentando apenas uma redução, ou seja, uma bonificação
com a mudança quando a empresa apresentava como receita bruta dos últimos 12 meses
R$ 1.980.000,00 com faturamento de R$ 165.000,00.

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Resultados na Atividade de Serviços

Por sua vez a empresa III, com base no quadro abaixo, apresentou oscilações: ora ser
tributada pela L. C. nº 155 ou ora ser tributada pela L. C. nº 123 é mais benéfico.

O que se pode notar também é que a variação do simples nacional a pagar entre a L. C.
nº 123 e 155 foi bem pequena.

EMPRESA III
FATURAMENTO SIMPLES PERCENTUAL SIMPLES PERCENTUAL RELAÇÃO
DO SIMPLES EM DO SIMPLES EM SIMPLES CFE
MESES
2017 L. C. nº 123 RELAÇÃO C/ L. C. nº 155 RELAÇÃO C/ L. C. nº 123 C/
FATURAMENTO FATURAMENTO L. C. nº 155
jan/17 92.875,13 10.504,18 11,31% 10.220,67 11,00% -2,70%
fev/17 62.004,66 7.068,53 11,40% 7.081,77 11,42% 0,19%
mar/17 94.309,71 10.751,31 11,40% 10.854,21 11,51% 0,96%
abr/17 52.236,56 5.954,97 11,40% 6.211,89 11,89% 4,31%
mai/17 61.222,22 6.979,33 11,40% 7.312,91 11,94% 4,78%
jun/17 91.275,32 11.336,39 12,42% 10.992,44 12,04% -3,03%
jul/17 66.825,62 8.299,74 12,42% 8.070,13 12,08% -2,77%
ago/17 74.870,27 9.298,89 12,42% 9.087,98 12,14% -2,27%
set/17 88.844,69 11.034,51 12,42% 10.738,90 12,09% -2,68%
out/17 46.807,50 5.813,49 12,42% 5.721,48 12,22% -1,58%
nov/17 82.756,57 9.434,25 11,40% 9.947,28 12,02% 5,44%
dez/17 72.126,84 8.958,15 12,42% 8.717,28 12,09% -2,69%
TOTAL 886.155,09 105.433,75 11,90% 104.956,94 11,84% -0,45%
Quadro 4 – Empresa III do setor de serviços ref. à valores do simples nacional cfe
LC. nº 123 e 155 com valores expressos em Reais (R$)
Fonte: Elaborado pelos autores

Nessa empresa, conforme demonstrado no quadro apresentou oscilações, que podem ser
devidas à sazonalidade.Nessas oscilações o simples de acordo com a L. C. nº 155 teve um
aumento de em média 0,36% em alguns meses quanto a relação simples e faturamento,
enquanto que em outros meses, apresentou uma redução de 0,28% em média.

Em relação à análise horizontal dos valores a pagar referente ao simples, houve meses em
que ocorreu uma redução chegando a 3,03% e meses que tiveram um aumento chegando
a 5,44%. A diferença entre os totais do simples a pagar foi de R$ 476,81 menor para o
simples referente a LC. nº 155.

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COMPOSIÇÃO DOS TRIBUTOS


DURANTE O ANO L. C. nº 123
5%
5%

34% 14%

3%

39%

IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ISS

Gráfico 7 – Composição dos tributos inclusos no simples nacional cfe LC. nº 123
Fonte: Elaborado pelos autores

Pelo gráfico 7 observa-se a composição dos tributos do simples pago pela empresa III
conforme a LC. nº 123.

COMPOSIÇÃO DOS TRIBUTOS


DURANTE O ANO L. C. nº 155
4%
4%
14%
32%
3%

43%

IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ISS

Gráfico 8– Composição dos tributos inclusos no simples nacional cfe LC. nº 155
Fonte: Elaborado pelos autores

Já no gráfico 8 nota-se a composição dos tributos do simples nacional conforme a L. C.


nº 155. Por meio dos gráficos7 e 8 é possível observar a composição dos tributos nos
valores a pagar do simples. Ao analisar a L. C. nº 123 com a L. C. nº 155 nota-se que
ocorreu somente um aumento em relação a CPP, enquanto tributos como COFINS e
PIS/PASEP não apresentaram mudança. Também se nota que houve uma redução nos
seguintes tributos: IRPJ, CSLL e ISS.

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COMPARATIVO SIMPLES L. C. nº 123 e L. C. nº 155


12.000,00

10.000,00
Simples Nacional

8.000,00

6.000,00

4.000,00

2.000,00

Meses

L. C. nº 123 L. C. nº 155

Gráfico 9– Comparativo simples nacional cfe LC. nº 123 e 155


Fonte: Elaborado pelos autores

A partir do gráfico 9, observa-se que a linha azul, referente a L. C. nº 155 praticamente


coincide com a linha verde, referente a L. C. nº 123. Mostrando dessa forma que a
variação que ocorreu entre os cálculos de uma legislação para outra foram
pequenos.Analisando a pesquisa de Silva (2017) em uma empresa do setor de serviços
por ela apontada, também tributada pelo Anexo III, não houve alteração nos valores a
pagar do simples nacional em alguns meses, entretanto em outros ocorreu uma redução
do simples com a alteração da legislação do regime.

O quadro 5 abaixo se refere a empresa IV também do setor de serviços, tributada pelo


Anexo VI pela L. C. nº 123 e que com a mudança na lei pode ser tributada conforme o
Anexo III ou V da L. C. nº 155 de acordo com o fator “R”, que é a relação da folha de
pagamento dos últimos 12 meses com a receita bruta acumulada dos últimos 12 meses.
Para esta empresa utilizou-se as receitas de 2018 por ser recentemente criada, onde para
segundo semestre de 2018 as receitas foram projetadas. Conforme destacado no art. 18,
§ 5º-M caso essa relação for inferior a 28% a empresa deve ser tributada pelo Anexo V.
No período analisada a empresa IV apresentou o fator “R” superior a 28% em todo o
momento permanecendo assim sendo tributada pelo Anexo III da nova lei.

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EMPRESA IV
FATURAMENTO SIMPLES PERCENTUAL SIMPLES PERCENTUAL RELAÇÃO
DO SIMPLES EM DO SIMPLES EM SIMPLES CFE
MESES
2018 L. C. nº 123 RELAÇÃO C/ L. C. nº 155 RELAÇÃO C/ L. C. nº 123 C/
FATURAMENTO FATURAMENTO L. C. nº 155
jan/18 2.916,08 493,69 16,93% 174,96 6,00% -64,56%
fev/18 3.774,08 638,95 16,93% 226,44 6,00% -64,56%
mar/18 5.916,08 1.001,59 16,93% 354,96 6,00% -64,56%
abr/18 3.066,08 519,09 16,93% 183,96 6,00% -64,56%
mai/18 6.219,08 1.052,89 16,93% 373,14 6,00% -64,56%
jun/18 5.178,08 876,65 16,93% 310,68 6,00% -64,56%
jul/18 3.061,88 518,38 16,93% 183,71 6,00% -64,56%
ago/18 3.962,78 670,90 16,93% 237,77 6,00% -64,56%
set/18 6.211,88 1.051,67 16,93% 372,71 6,00% -64,56%
out/18 3.219,38 545,04 16,93% 193,16 6,00% -64,56%
nov/18 6.530,03 1.105,53 16,93% 391,80 6,00% -64,56%
dez/18 5.436,98 920,48 16,93% 326,22 6,00% -64,56%
TOTAL 55.492,43 9.394,87 16,93% 3.329,55 6,00% -64,56%
Quadro 5– Empresa IV do setor de serviços ref. à valores do simples nacional cfe
LC. nº 123 e 155 com valores expressos em Reais (R$)
Fonte: Elaborado pelos autores

Na empresa IV é visível o bônus recebido com a L. C. nº 155 tributada pelo Anexo III
com a redução de 64,56% do valor do simples nacional a pagar, representando uma
economia total de R$ 6.065,32. A empresa em questão ficou na primeira faixa de
faturamento em ambas legislações, não transitando por outras faixas.

COMPOSIÇÃO DOS TRIBUTOS


DURANTE O ANO L. C. nº 123
1%
6%
12% 2% 2%

77%

IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ISS

Gráfico 10 – Composição dos tributos inclusos no simples nacional cfe LC. nº 123
Fonte: Elaborado pelos autores

O gráfico 10 demonstra a composição dos tributos nos valores do simples nacional, nota-
se grande parte do valor do simples da empresa IV é referente a CPP representando 77%.

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COMPOSIÇÃO DOS TRIBUTOS


DURANTE O ANO L. C. nº 155
3%
4%
13%
34%
3%

43%

IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ISS

Gráfico 11 – Composição dos tributos inclusos no simples nacional cfe LC. nº 155
Fonte: Elaborado pelos autores

Já no gráfico 11 que também demonstra a composição dos tributos nos valores do simples
nacional, percebe-se a diminuição da CPP em relação ao valor do simples. Por meio dos
gráficos 10 e 11 visualiza-se uma redução apenas na CPP e aumento nos demais tributos.

COMPARATIVO SIMPLES L. C. nº 123 e L. C. nº 155


1.200,00

1.000,00
Simples Nacional

800,00

600,00

400,00

200,00

Meses

L. C. nº 123 L. C. nº 155

Gráfico 12 – Comparativo simples nacional cfe L. C. nº 123 e 155


Fonte: Elaborado pelos autores

Pelo gráfico 12, percebe-se uma vantagem da L. C. nº 155 representada pela linha azul,
que ficou abaixo significativamente da L. C. nº 123, representada por sua vez pela linha
verde. Ainda sobre a empresa IV foi analisado caso o fator “R” fosse inferior a 28%, ela
por sua vez, seria tributada pelo Anexo V da L. C. nº 155. O quadro a seguir demonstra
essa situação hipotética.

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EMPRESA IV
FATURAMENTO SIMPLES PERCENTUAL SIMPLES PERCENTUAL RELAÇÃO
DO SIMPLES EM DO SIMPLES EM SIMPLES CFE
MESES
2018 L. C. nº 123 RELAÇÃO C/ L. C. nº 155 RELAÇÃO C/ L. C. nº 123 C/
FATURAMENTO FATURAMENTO L. C. nº 155
jan/18 2.916,08 493,69 16,93% 451,99 15,50% -8,45%
fev/18 3.774,08 638,95 16,93% 584,98 15,50% -8,45%
mar/18 5.916,08 1.001,59 16,93% 916,99 15,50% -8,45%
abr/18 3.066,08 519,09 16,93% 475,24 15,50% -8,45%
mai/18 6.219,08 1.052,89 16,93% 963,96 15,50% -8,45%
jun/18 5.178,08 876,65 16,93% 802,60 15,50% -8,45%
jul/18 3.061,88 518,38 16,93% 474,59 15,50% -8,45%
ago/18 3.962,78 670,90 16,93% 614,23 15,50% -8,45%
set/18 6.211,88 1.051,67 16,93% 962,84 15,50% -8,45%
out/18 3.219,38 545,04 16,93% 499,00 15,50% -8,45%
nov/18 6.530,03 1.105,53 16,93% 1.012,16 15,50% -8,45%
dez/18 5.436,98 920,48 16,93% 842,73 15,50% -8,45%
TOTAL 55.492,43 9.394,87 16,93% 8.601,33 15,50% -8,45%
Quadro 6 – Empresa IV do setor de serviços ref. à valores do simples nacional cfe
LC. nº 123 e 155 com valores expressos em Reais (R$)
Fonte: Elaborado pelos autores

Comparando-se com o Anexo III, apesar de ocorrer também uma redução no valor do
simples nacional da empresa IV, em menor escala caso tributada pelo Anexo V da L. C.
nº 155, redução esta, de 8,45% sendo que quando, pelo Anexo III essa redução foi de
64,56%. Mesmo assim, ainda ocorreu a economia de R$ 793,54 com a legislação vigente.

COMPOSIÇÃO DOS TRIBUTOS


DURANTE O ANO L. C. nº 155

14%
25%

29%
15%

3% 14%

IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ISS

Gráfico 13 – Composição dos tributos inclusos no simples nacional cfe LC. nº 155
Fonte: Elaborado pelos autores

O gráfico 13 traz a composição dos tributos inclusos no simples conforme a L. C. nº 155


no Anexo V, comparando com a L. C. nº 123 nota-se uma diminuição apenas na CPP e
aumento nos demais tributos. Ao comparar com a L. C. nº 155 Anexo II observa-se um
aumento no IRPJ, na CSLL e COFINS, PIS/PASEP não apresentou alteração e os tributos
CPP e ISS apresentam uma redução.

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 40

COMPARATIVO SIMPLES L. C. nº 123 e L. C. nº 155


1.200,00

1.000,00
Simples Nacional

800,00

600,00

400,00

200,00

Meses

L. C. nº 123 L. C. nº 155

Gráfico 14 – Comparativo simples nacional cfe LC. nº 123 e 155


Fonte: Elaborado pelos autores

Pelo gráfico 14 pode-se perceber, ainda que não tão significativa, uma bonificação em ser
tributada pelo Anexo V da L. C. nº 155 quando comparado com a o Anexo VI da L. C. nº
123. Bonificação essa maior quando a empresa ser tributada pelo Anexo III da L. C. nº
155 como visualizado no gráfico 12.

Conforme empresa do setor de serviços sujeita ao Anexo III ou V da nova legislação na


pesquisa de Silva (2017) apresentou divergência no sentido em que a legislação antiga foi
mais vantajosa quando comparada quando a empresa foi tributada pelo Anexo V da
legislação vigente, quando comparada sendo tributada pelo Anexo III da atual legislação
ainda a L. C. nº 123 foi vantajosa, embora de forma irrisória.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Em suma, com base nos dados obtidos por meio desse estudo, observou-se que a empresa
I, do setor de comércio tributada pelo Anexo I tanto pela L. C. nº 123 e pela L. C. nº 155
um aumento no valor do simples nacional no montante de R$ 23.604,43 representando
assim para a mesma um ônus econômico.

A empresa II, tributada pelo Anexo II em ambas legislações, também, por sua vez
representou um ônus econômico com a mudança da legislação do regime do simples
nacional, apresentando nesse caso um aumento do valor em R$ 16.843,42.

No setor de serviços a empresa III, apresentou oscilações com a alteração com o regime
do simples nacional, ora para a empresa compensava o cálculo de modo com a L. C. nº
123 ora com a L. C. nº 155. Pode-se afirmar que há um bônus econômico com a mudança
no valor de R$ 476,80.

Por fim a empresa IV, também do setor de serviços, possui uma peculiaridade em relação
a L. C. nº 155: é tributada pelo Anexo III, porém caso a razão da folha dos últimos 12
meses com a receita bruta acumulada dos últimos 12 meses for inferior a 28% a empresa
deve ser tributada pelo Anexo V - este mais oneroso que o Anexo III.

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 41
Apesar disso ainda esta tributação conforme o Anexo V ao se comparar com a do extinto
Anexo VI da L. C. nº 123 é vantajosa representando uma redução de R$ 793,54. E essa
redução foi expressiva quando a empresa tributada pelo Anexo III da atual lei
representando o valor de R$ 6.065,32.
COMPARATIVO EMPRESAS ANUAL
SIMPLES
PERCENTUAL PERCENTUAL
EMPRESAS/SETOR FATURAMENTO
L. C. nº 123 (a) SIMPLES EM L. C. nº 155 (b) SIMPLES EM DIFERENÇA (b-a)
RELAÇÃO À RECEITA RELAÇÃO À RECEITA
EMPRESA I (comércio) 2.756.305,27 264.015,68 9,58% 287.620,11 10,43% 23.604,43
EMPRESA II (indústria) 2.350.649,23 235.798,56 10,03% 252.641,98 10,75% 16.843,42
EMPRESA III (serviços) 886.155,09 105.433,75 11,90% 104.956,94 11,84% - 476,81
3.329,55 6,00% - 6.065,32
EMPRESA IV (serviços) 55.492,43 9.394,87 16,93%
8.601,33 15,50% - 793,54
Quadro 7 – Comparativo de valores anuais das empresas ref. ao simples nacional
cfe LC. nº 123 e 155 com valores expressos em Reais (R$)
Fonte: Elaborado pelos autores

O quadro acima mostra um resumo com o período referente a um ano dos valores a pagar
do simples nacional conforme a L. C. nº 123 e L. C. nº 155 das empresas analisadas nesse
estudo.

Destaque para a empresa IV onde no quadro o valor de R$ 3.329,55 é o valor do simples


pelo Anexo III da L. C. nº 155 e o valor de R$ 8.601,33 o valor do simples pelo Anexo V
da L. C. nº 155.

Nota-se de maneira expressiva o aumento da carga tributária para a empresa I e II


enquanto uma redução para a empresa III e IV.

Para a empresa III a diferença foi pequena. Idem, diferença diferença para a empresa IV
quando analisada de modo com o Anexo V da L. C. nº 155, porém destaque-se essa
empresa é tributada pelo Anexo III da legislação vigente pois o seu fator “R” é superior
a 28%. Concluindo: manter-se nessa situação é favorável para esta empresa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio desse estudo buscou-se verificar quais foram os efeitos para as Microempresas
e para as Empresas de Pequeno Porte com as alterações trazidas pela LC.nº155/2016
comparando o resultado do faturamento anual dessas empresas dos três setores da
economia com a legislação antiga a L. C.nº123/2006.

A realização da pesquisa se justifica por conta de o regime do simples nacional fomentar


a economia brasileira no que se toca a geração de empregos e arrecadação dos tributos,
isso é possível graças a desburocratização e os incentivos proporcionados pelo governo o
que colabora para a redução da informalidade.

Como resultado da comparação entrea LC.nº 123 e 155 notou-se que tanto as empresas I
e II, do setor de comércio e do setor da indústria, respectivamente, o novo simples
nacional trouxe como efeito um ônus econômico para essas empresas ao que se refere ao
valor do simples nacional a pagar.

Analisando o faturamento anual de 2017 a empresa I pagaria o valor de R$ 23.604,43 a

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mais com a nova lei enquanto a empresa II pagaria a mais o valor de R$ 16.843,42.

No caso da empresa III, do setor de serviços, apresentou oscilação na comparação do


simples entre a LC. nº 123 e 155, mesmo assim houve um bônus na tributação conforme
a L. C. nº 155 de R$ 476,81.

Nota-se que diferente das demais empresas apresentadas a diferença apresentada pelas
comparações não foram grandes. Para a empresa IV, também do setor de serviços, de
acordo com a relação folha dos últimos 12 meses sobre a receita dos últimos 12 meses na
L. C. nº 155 pode ser tributada de modo com o Anexo III ou V sendo como destacado na
pesquisa o Anexo V mais oneroso, possuindo uma maior alíquota. No entanto com base
nos cálculos efetuados constatou-se que em ambos os casos o simples conforme a L. C.
nº 123 é oneroso.

Comparando com os resultados de outras pesquisas destacadas no capítulo 2 deste


trabalho, que também procuraram evidenciar os efeitos com a nova legislação para as
Micro e Pequenas Empresas, este estudo apresentou resultados divergentes com algumas
delas e convergentes com outras.

Em suma o trabalho atingiu seu objetivo demonstrando através das comparações das
legislações com cálculos conforme a L. C. nº 123 e 155, ao demonstrar casos quem que
ocorreu um ônus para algumas empresas enquanto um bônus para outras no que se refere
à mudança da legislação. Recomenda-se a realização de um planejamento tributário, pois
através do mesmo é possível verificar qual regime é o mais viável para a empresa. Sugere-
se assim para futuras pesquisas, além da análise das LC. nº 123 e 155 referentes ao regime
do simples nacional, uma comparação com os demais regimes tributários, lucro
presumido e lucro real.

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REFERÊNCIAS:

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Nacionalem 2018? 2017. TCC (Graduação) - Curso de Ciências Contábeis, Universidade
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Simples Nacional. 2017. TCC (Graduação) - Curso de Ciências Contábeis, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017.

CASO DOIS: ANÁLISE DAS OPÇÕES TRIBUTÁRIAS DE EMPRESA


PRESTADORA DE SERVIÇO QUE ATUA NO RAMO DE CONSTRUÇÃO
CIVIL

Autores:
Matheus Deganello Afonso – Bacharel em Ciências Contábeis – Universidade Estadual
de Maringá.

Nilton Facci – Doutor e Administração Pública e Governo pela Fundação Getúlio


Vargas – EAESP/SP – Professor no curso de Bacharel em Ciências Contábeis –
Universidade Estadual de Maringá.

RESUMO

A carga tributária nacional imposta aos diversos setores da economia tem afetado
negativamente os empresários, causando um aumento nos custos de produção, transporte,
estocagem, entre outros, e consequentemente diminuindo a parcela de lucro que as
companhias poderiam obter se o somatório total dos impostos não fosse tão elevado.

Dessa forma, uma enorme necessidade de obtenção e gestão de recursos financeiras faz
com que as empresas avaliem com regularidade sua gestão tributária, visando economia
fiscal.

Neste sentido, o objetivo principal deste trabalho é analisar as opções tributárias de uma
empresa prestadora de serviço no ramo da Construção Civil de grande porte, localizada
no município de Maringá, Estado do Paraná.

Foi realizada pesquisa de campo, descritiva, aplicada, qualitativa, como também revisão
bibliográfica e para alcançar os objetivos propostos ao decorrer do estudo, fez-se
necessário compreender a estrutura e funcionamento da empresa em estudo.

Assim, o resultado obtido por meio desta análise, foi a apuração do Imposto Renda
Pessoal Jurídica e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido de forma anual em
comparação com a apuração por estimativa antecipada.

Deste modo, este estudo oportuniza a empresa da qual foram obtidos os dados, a realizar
um comparativo para um melhor fechamento de negócios e um possível tributário para
tomada de decisão. E para os acadêmicos e futuros contadores, oferecer melhor
detalhamento e maior compreensão sobre Planejamento Tributário, além de demonstrar a

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importância do conhecimento sobre tema proposto.

APRESENTAÇÃO DO CASO

No estudo apresenta as análises das opções tributárias para uma empresa prestadora de
serviço, que atua no ramo de construção civil, buscando assim um planejamento tributário
adequado e analisando o regime tributário que melhor se enquadra para a empresa em
questão.

Os resultados foram apresentados com base em relatório do sistema da empresa, dados


operacionais obtidos durante o ano de 2017, regulamentos estudados e referenciais
teóricos adquiridos durante a pesquisa. Foram analisadas as informações obtidas da
companhia, sobre os regimes e opções tributárias para uma melhor apuração.

O estudo realizado teve como referência uma empresa sediada no Estado do Paraná, que
possui como atividade principal a prestação de serviços de obras de grande porte, como
a construção de pontes, rodovias e ferrovias no território nacional.

O principal objetivo foi a realização da apuração dos impostos incidentes na opção


tributária que a empresa se enquadrou, por meio de informações adquiridas junto ao
departamento de contabilidade da empresa referente ao ano calendário de 2017, o qual, a
entidade encontrava-se, obrigatoriamente, no regime de tributação do Lucro Real.

Deste modo, os cálculos realizados englobam a realidade do Lucro Real, não sendo
possível o enquadramento da organização nos regimes do Lucro Presumido e Simples
Nacional, pelo fato de seu faturamento ser superior ao limite de receita bruta para estes
demais modos de tributação.

Assim, os cálculos foram apresentados como segue: levantamento do faturamento anual


total, tributos sobre a prestação de serviços, custo dos serviços prestados, tributos sobre a
folha de pagamento, demonstração e composição das despesas, efeitos financeiros e seus
impostos e por fim, a apuração dos impostos ao final do período.

Os valores constantes nos quadros não apresentam os centavos de forma exata. Esse fato
decorre dos relatórios disponibilizados pela empresa. No entanto, não prejudica os
resultados e análises efetuadas.

1 LUCRO REAL

Baseando-se no regime de tributação que a entidade estava enquadrada, ou seja, no Lucro


Real, foi necessário considerar as bases de cálculo para cada tributo, desta forma, foi
realizada a apuração de forma separada para que, ao fim, existisse a possibilidade de obter
o montante total dos impostos recolhidos.

1.1 FATURAMENTO BRUTO - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

O faturamento bruto da organização analisada foi composto pelo total dos serviços
executados já faturados e o total dos serviços executados a faturar, que a empresa
considera como parte da receita bruta, em 2017, totalizando um valor de R$
534.498.149,59, sendo R$ 81.683.868,42 de prestação de serviços, R$ 381.116.743,92 de

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 47
prestação de serviços com consórcios, R$ 8.743.351,66 de executados a faturar e R$
62.954.185,59 referente a executados a faturar com consórcios, conforme quadro
demonstrativo:

Quadro 03 - Faturamento Bruto da Empresa em 2017 – Lucro Real.


Prestação de Executados a
Prestação de Executados a Receitas
ANO Serviços Faturar -
Serviços faturar Totais
Consórcios Consórcios
Total 81.683.868,00 381.116.744,00 8.743.352,00 62.954.186,00 534.498.150,00
Fonte: Elaborado pelos autores – Valores em R$

Dessa forma, o reconhecimento contábil das atividades de prestação de serviços


executados pela entidade estudada é realizado a partir de lançamentos contábeis
elaborados em sequência na medida de realização do serviço, tendo em primeiro instante
as medições de execução de obra onde constam os valores que compõem o projeto e por
consequência, os valores estimados de PIS e COFINS como informado abaixo:

• Contabilização referente medição da prestação de serviços:


D – Serviços Executados a Faturar (Ativo)
C – Serviços Executados a Faturar (Resultado)

• Contabilização da provisão de PIS que será recolhido com a prestação de serviços:


D – Pis sobre Faturamento (Resultado)
C – Provisão de Pis diferido (Passivo)

• Contabilização da provisão de Cofins que será recolhido com a prestação de


serviços:
D – Cofins sobre Faturamento (Resultado)
C – Provisão de Cofins diferido (Passivo)

Em seguida, ocorrem as emissões das notas fiscais de serviços prestados, que por sua vez,
geram as contabilizações de faturamento e I.S.S.Q.N sobre as notas fiscais emitidas,
registradas da seguinte maneira:

• Contabilização referente emissão da nota fiscal de prestação de serviços:


D – Clientes (Ativo)
C – Serviços Executados a Faturar (Ativo)

• Contabilização do valor de ISSQN que será recolhido com a prestação de serviços:


D – I.S.S.Q.N (Resultado)
C – I.S.S.Q.N a recolher (Passivo)

Por último, quando há o recebimento em conta por parte dos clientes, geram-se as
contabilizações referentes a entrada dos valores recebidos pelos serviços executados,
como demonstrado abaixo:

• Contabilização referente recebimento da nota fiscal de prestação de serviços


faturada:
D – Banco com Movimento (Ativo)
D – IRPJ Retido sobre a prestação de serviços (Ativo)

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 48
D – CSL Retido sobre a prestação de serviços (Ativo)
D – Provisão de Pis diferido (Passivo)
D – Provisão de Cofins diferido (Passivo)
C – Clientes (Ativo)
C – PIS a recolher (Passivo)
C – COFINS a recolher (Passivo)

Deste modo, verificando as contabilizações presentes acima, os impostos incidentes na


execução da atividade fim da organização analisada, estão descritos nos tópicos que
seguem no decorrer no trabalho.

1.2 TRIBUTOS SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Os tributos sobre a prestação de serviço, com base na entidade estudada, compreendem


três itens a destacarmos: PIS sobre faturamento, COFINS sobre faturamento e Imposto
sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN).

As alíquotas utilizadas para esses impostos foram de 0,65%, para o PIS, 3% para a
COFINS e de 3% a 5% para o ISSQN como está demonstrado nos próximos tópicos.

1.2.1 PIS SOBRE FATURAMENTO

Para cálculo do PIS sobre o faturamento, foi utilizado uma alíquota de 0,65%, de modo
cumulativo, baseando-se no art. 1º da Medida Provisória nº 2.158-35 de 24 de agosto de
2001, incidindo este percentual sobre as notas fiscais de prestação de serviço (faturamento
bruto com os serviços prestados).

O quadro a seguir demonstra o montante de R$ 3.474.237,97 de PIS S/ Faturamento


devido pela empresa no ano de 2017, compreendendo todos os meses analisados.

Quadro 04 - PIS sobre faturamento – Lucro Real.


ANO Faturamento Bruto Valor
Total 534.498.149,00 3.474.237,00
Fonte: Elaborado pelos autores – Valores em R$

1.2.2 COFINS SOBRE FATURAMENTO

Para o cálculo do COFINS sobre faturamento, estabelecido pela Lei Complementar 70 de


1991, a base de cálculo utilizada foi a mesma empregada para o cálculo do PIS, porém,
com uma alíquota de 3% sobre as notas fiscais de serviços emitidas (faturamento).

O quadro abaixo, descreve o montante de R$ 16.034.944,49 de COFINS S/ Faturamento


devido pela empresa no ano calendário estudado.

Quadro 05 - COFINS sobre faturamento – Lucro Real.


ANO Faturamento Bruto Valor
Total 534.498.149,00 16.034.944,00
Fonte: Elaborado pelos autores – Valores em R$

1.2.3 IMPOSTOS SOBRE SERVIÇO DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN)

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 49

Na empresa analisada, o imposto sobre serviço de qualquer natureza (ISSQN), tem


incidência sobre o valor das notas fiscais de serviços prestados, tendo uma alíquota que
varia de 3% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) sobre a base de cálculo estipulada,
sendo a menor alíquota presente no município de Maringá/PR e a maior referente ao
município de Rurópolis/PA.

De acordo com a cidade de prestação do serviço, a base de cálculo do ISSQN pode sofrer
uma redução destacada em nota fiscal correspondente a porcentagem dos materiais
aplicados na execução da obra, variando de 35% (trinta e cinco por cento) a 60% (sessenta
por cento) do valor total de cada nota fiscal de prestação de serviços emitida.

Ainda, para efeito de conhecimento, transita atualmente pelo plenário o Projeto de Lei
445/2017, onde se propõe que a alíquota de ISSQN dos municípios tenha uma alíquota
unificada, no entanto, a entidade em analise ainda possui prestação de serviços com
alíquotas e bases variadas.

Assim, visando o município de Maringá, onde a entidade possui sede e presta serviços, a
alíquota incidente de ISSQN é de 3% (três por cento) e a redução de base equivalentes a
materiais foi de 60% (quarenta por cento) de acordo com a Lei Complementar n° 677 de
2007.

Exemplo:
Valor da Medição e Nota Fiscal: R$ 1.000.000,00
Alíquota permitida de redução de materiais no município: 60%
Valor total de materiais aplicados: R$ 600.000,00
Base de cálculo para ISSQN após redução de materiais: R$ 400.000,00

Assim, a empresa obteve no ano de 2017 um montante de R$ 534.498.149,59 de serviços


prestados e executados e um total de R$ 12.865.301,47 de ISSQN sobre o faturamento,
obtido nos balancetes da organização, como descrito no Quadro 05.

Quadro 06 - ISSQN sobre Serviços – Lucro Real.


ANO Serviços Prestados e executados Valor do ISSQN
Total 534.498.149,00 12.865.301,00
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

1.3 CUSTOS COM SERVIÇOS PRESTADOS

1.3.1 CUSTOS COM SERVIÇOS PRESTADOS UNICAMENTE PELA EMPRESA

Os custos com serviços prestados envolveram valores desembolsados com mão de obra
aplicada diretamente no canteiro de obras, serviços adquiridos de terceiros, custo com
veículos, máquinas e equipamentos que compõe o imobilizado da entidade, valores gastos
com materiais aplicados na execução dos serviços, custos gerais e entradas dos
ressarcimentos de custos com consórcios, totalizando um montante de R$
136.165.712,25. Nos itens a seguir foram demonstrados tais custos separadamente.

1.3.1.1 CUSTOS COM PESSOAL

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 50
Os custos com mão de obra envolveram valores gastos com salários e encargos, INSS,
FGTS, Férias, 13º salário, vale transporte mais o montante obtido com acordos
trabalhistas dentro do ano de 2017.

No total, tais custos somaram R$ 24.260.853,23 sendo: R$ 14.762.032,90 de salários e


ordenados, R$ 1.180.962,63 de FGTS, R$ 4.251.465,48 referente a INSS Patronal, R$
1.640.225,88 de férias e adicional, R$ 1.230.169,41 equivalente a décimo terceiro, R$
229.631,62 de FGTS sobre férias e décimo terceiro e R$ 826.673,84 referente a INSS
sobre férias e décimo terceiro, mais os montantes obtidos com vale transporte de R$
8.044,40 e acordos trabalhistas de R$ 131.647,07, como apresentado nos quadros que
seguem.

Quadro 07 - Custos com Salários e Encargos


Custo - Salários e Ordenados
INSS Patronal
Salários e
ANO FGTS 8% 28,8% sobre Total
ordenados
salários
Total 14.762.032,00 1.180.962,00 4.251.465,00 20.194.461,00
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

Quadro 08 - Custos sobre Salários e Ordenados.

Custo - Provisões - Salários e Ordenados


Férias e INSS 28,8% s/
FGTS s/ férias
ANO Adicional de 13º Salario férias e 13º Total
e 13º salario
férias salario
Total 1.640.225,00 1.230.169,00 229.631,00 826.673,00 3.926.700,00

Fonte: Elaborado pelos autores.

Quadro 09 – Custo com Vale Transporte e Acordos Trabalhistas


Vale Acordos
ANO Total
Transporte Trabalhistas
Total 8.044,00 131.647,00 139.691,00
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

1.3.1.2 CUSTOS COM SERVIÇOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

O valor obtido com serviços adquiridos de terceiros refere-se ao custo com valores pagos
a empresas terceirizadas para prestarem serviços nas obras em que a empresa analisada
estava executando, como por exemplo, projetos, instalação de cercas, serviços de
engenharia em geral, dentre outros, sendo a quantia total de R$ 34.115.052,48 gasta com
esse custo.

Quadro 10 – Custos com Serviços de Terceiros


ANO Serviçõs de Terceiros
Total 34.115.052,00
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

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1.3.1.3 CUSTOS COM VEÍCULOS, MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Por sua vez, os custos com veículos, máquinas e equipamentos que totalizam R$
23.565.635,93 do total equivalem a valores pagos pela manutenção destes bens, que
integram o imobilizado da organização, dentro do período estudado, como também,
combustíveis e lubrificantes e custos com materiais para oficina, ou seja, para serem
aplicados nos bens em manutenção.

Quadro 11 – Custos com Veículos, Máquinas e Equipamentos


Veículos, Máquinas e
ANO Equipamentos
Total 23.565.635,00
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

1.3.1.4 CUSTOS COM MATERIAIS APLICADOS E CUSTOS GERAIS

Seguindo o raciocínio dos custos apresentados anteriormente, como os serviços de


terceiros e veículos, máquinas e equipamentos, o valor de R$ 36.499.137,30 referente a
materiais aplicados equivalem a matérias como ferragens, elétricos, ferramentas, tintas e
quaisquer tipos de utensílios aplicados diretamente na construção e manutenção da
empreitada que a entidade em análise executou no período.

A conta de custos classificados como gerais, engloba valores com aluguéis de


equipamentos, aquisições de bens de pequeno valor, gastos com água, telefone e internet
no canteiro de obras e valores desembolsados com refeitório e alojamento que totalizam
R$ 41.499.590,81. Assim, somando-se os dois custos apresentados obtém-se o montante
de R$ 77.998.728,11.

Adiante se discrimina no quadro com os custos decompostos:

Quadro 12 – Custos com Material Aplicado e Gerais


ANO Mat. Aplicado Gerais Total
Total 36.499.132 41.499.590 77.998.728
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

1.3.1.5 RESSARCIMENTO DE CUSTOS COM CONSÓRCIOS

Por fim, tratando-se de custos com serviços prestados, a organização em estudo obteve
valores classificados como ressarcimento de custos com consórcios, sendo que, tratam-
se de entradas de valores na empresa, reduzindo-se os valores apurados até então.

Deste modo, os totais classificados neste item abrangem a seguinte situação: a


organização possui CNPJ’s constituídos em consórcios com outras empresas, para
auxiliar a execução de grandes obras, pois, estas organizações as quais a empresa busca
constituir os consórcios, são especialistas na elaboração e execução dos projetos de
engenharia, enquanto a entidade analisada é responsável pela parte operacional da
empreitada, ou seja, construção, fornecimento de equipamentos e mão de obra.

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Essas sociedades são constituídas visando o trabalho de uma obra em específico, podendo
se estender para outros serviços futuros ou sendo desfeita a sociedade ao final do
processo.

Dessa maneira, esse tipo de sociedade pode ser constituído por companhias que possuem
ou não o mesmo controle, não possuindo personalidade jurídica e tendo como
característica o fato de que caso uma das consorciadas entre em falência, isso não se
estenderá as demais, podendo a empresa ser substituída, conforme apresentado no artigo
278 da Lei 6.404 de 1.976.

Portanto, considerando as informações obtidas na entidade em pesquisa, os bens que


executam serviços em obras prestadas por consórcios, mas que são de propriedade da
empresa analisada, aqui considerada como uma consorciada, são reembolsados a
proprietária por meio de notas de débito.

Dessa forma, o montante de R$ 26.447.505,13 se trata respectivamente das entradas de


valores de equipamentos que executam serviços em nome de empresas as quais são
constituídas como consórcios e a entidade em análise é participante deste, sendo na
maioria dos casos, detentora da maior parte dos custos e receitas destes.

Quadro 13 – Ressarcimentos com Consórcios


ANO Ressarcimentos
Total 26.447.505
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

1.3.2 CUSTOS DOS SERVIÇOS PRESTADOS COM CONSÓRCIOS

Os custos com serviços prestados junto a consórcios, referem-se a custos com pessoal,
serviços adquiridos de terceiros, veículos, máquinas e equipamentos e materiais
aplicados, da mesma forma dos valores com serviços prestados unicamente pela empresa,
porém, desembolsados dentro de outras instituições nas quais, a entidade em analise
possui participação.

O valor de custo incorporado na corporação base, neste caso a empresa em estudo, é o


percentual que a organização possui de participação nos consórcios, estabelecido
previamente no contrato de constituição do mesmo.

A organização estudada registra esses valores obtidos em contas específicas para cada
consórcio constituído, tendo uma conta contábil única para cada um deles, isto é, mesmo
que existam custos diversos na organização na qual, a entidade participa, é registrado
apenas uma conta dentro da organização com o montante do período com o nome de cada
sociedade.

Assim, a importância de custos obtidos com serviços prestados com consórcios foi de R$
295.180.465,70 no ano de 2017, sendo que, as tabelas abaixo descrevem o montante por
consórcio obtido no período analisado desta empresa.

Quadro 14 – Custos dos Serviços Prestados com Consórcios – Parte 01


ANO Consórcio 01 Consórcio 02 Consórcio 03 Consórcio 04 Total
Total 39.750.001 39.442.679 61.030.640 106.037.490 246.260.811

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Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

Quadro 15 – Custos dos Serviços Prestados com Consórcios – Parte 02


ANO Consórcio 05 Consórcio 06 Consórcio 07 Consórcio 08 Total
Total 26.110.299 258.818 8.627.221 13.923.314 48.919.653
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

1.4 TRIBUTOS SOBRE FOLHA DE PAGAMENTO

Os tributos incidentes sobre a folha de pagamento são o FGTS, Fundo de Garantia por
Tempo de Serviços e o INSS, Instituto Nacional do Seguro Social + encargos de terceiros,
os quais, possuem alíquota de 8% e 28,8% na empresa analisada.

1.4.1 FGTS SOBRE FOLHA DE PAGAMENTO

O FGTS sobre a folha de pagamento possui alíquota de 8% incidindo sobre o total de


salários e ordenados, férias e 13º terceiro salário.

Conforme quadro 16 abaixo, o montante de fundo de garantia por tempo de serviço obtido
foi de R$ 1.613.366,61, sendo R$ 1.180.962,63 sobre o custo com mão de obra, R$
229.631,62 referente a custo com provisão de FGTS sobre férias e décimo terceiro, R$
169.762,90 sobre a despesa com mão de obra e por fim, R$ 33.009,45 que equivalem ao
tributo sobre provisão com férias e décimo terceiro classificados como despesa.

Quadro 16 – FGTS sobre folha de pagamento


FGTS - FGTS -
FGTS s/ Férias FGTS s/ Férias
Salários e Salários e
ANO e 13º salários - e 13º salários - FGTS Total
Ordenados - Ordenados -
Custo Despesa
Custo Despesa
Total 1.180.962 229.631 169.762 33.009 1.613.366
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

1.4.2 INSS SOBRE FOLHA DE PAGAMENTO

Na apuração do INSS sobre folha de pagamento foi utilizada a alíquota de 28,8% que foi
calculado utilizando como base os valores de salários e ordenados, férias e 13º salário
pagos pela empresa. Deste modo, como detalhado no quadro abaixo, o INSS total do
período analisado foi de R$ 5.808.119,80.

Quadro 17 – INSS sobre folha de pagamento


INSS Patronal
INSS Patronal INSS Patronal INSS Patronal
s/ férias e 13º
ANO s/ salários - s/ férias e 13º s/ salários - INSS Total
salario -
Custo salario - Custo Despesa
Despesa
Total 4.251.465 826.673 611.146 118.834 5.808.119
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

1.5 DESPESAS OPERACIONAIS

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As despesas operacionais foram divididas em administrativas e tributárias que totalizam
no ano de 2017 o valor de R$ 19.549.618,25, sendo R$ 15.265.605,80 referente a
administrativas e R$ 4.284.012,45 referente a tributárias.

As despesas administrativas compõem valores gastos com pessoal, serviços de terceiros


e despesas gerais. Já as tributárias, compreendem gastos com ICMS, Imposto sindical,
IPTU e outras taxas como demonstrado no quadro 18.

Quadro 18 – Despesas Administrativas e Tributárias


ANO Administrativas Tributárias Total
Total 15.265.605 4.284.012 19.549.618
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

1.6 EFEITOS FINANCEIROS LÍQUIDOS

O resultado financeiro da empresa estudada é composto por receitas e despesas


financeiras, sendo que, o valor obtido como resultado dentro do período analisado foi de
R$ 12.597.479,13 referente a receitas e R$ 37.534.046,13 referente a despesas.

Neste caso, conforme estabelecido pelo Decreto 8.426 de 1º de abril de 2015 existe a
incidência de PIS e COFINS sobre as receitas financeiras obtidas no período, obedecendo
as alíquotas de 0,65% para PIS e 4% para a COFINS.

Dessa forma, o montante dos tributos obtidos sobre receitas financeiras foi de R$
585.782,78 como quadros a seguir:

Quadro 19 – PIS e COFINS sobre receitas financeiras.


ANO Receitas Totais 0,65% 4,00% TOTAL
Total 12.597.479 81.884 503.899 585.783
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

Quadro 20 – Despesas financeiras.


ANO Despesas Totais
Total 37.534.046
Fonte: Elaborado pelo autor da monografia com base em informações
disponibilizadas pela empresa - Valores em R$

1.7 OUTRAS RECEITAS/DESPESAS OPERACIONAIS

O valor obtido classificado como outras receitas/despesas operacionais, no período


analisado, refere-se a transações de vendas de imobilizado pela entidade estudada e
receita com recebimentos de imóveis locados a terceiros.

Deste modo, o montante alcançado foi de R$ 1.843.724,89 sendo R$ 1.415.653,32 de


outras receitas/despesas, onde se registram os valores obtidos com as vendas de
imobilizado e os gastos desembolsados para que essa venda ocorra, e R$ 428.071,57
respectivamente de aluguéis recebidos como quadro demonstrativo:

Quadro 21 – Outras Receitas e Aluguéis


ANO Outras Receitas/ Aluguéis Total

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Despesas
Total 1.415.653 428.071 1.843.725
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

1.8 APURAÇÃO DO IMPOSTOS DE RENDA PESSOA JURÍDICA E


CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO.

A organização em análise não possui transações que necessitem de adições, como brindes,
ofertas e multas indedutíveis e exclusões como prejuízos fiscais, dentre outros. Desse
modo, não se fez necessário a elaboração do LALUR para realização do cálculo do
Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL).

Assim, a base de cálculo para estes tributos foi obtida por meio da elaboração da
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) referente ao ano calendário de 2017, no
qual, obteve-se o resultado antes do IRPJ e da CSLL de R$ 30.222.206,49 como quadro
demonstrativo abaixo:

Quadro 22 –Demonstração do Resultado do Exercício.


DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO
VALORES
DESCRIÇÃO %
R$
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 534.498.150 100,00%
PRESTAÇÃO SERVIÇO 81.683.868 15,28%
SERVIÇOS EXECUTADOS A FATURAR 8.743.352 1,64%
RECEITA COM CONSÓRCIOS 381.116.744 71,30%
SERVIÇOS EXECUTADOS A FATURAR - CONSÓRCIOS 62.954.186 11,78%
( - ) DEDUÇÕES DA RECEITA OPERACIONAL BRUTA (32.374.477) -6,06%
( - ) PIS SOBRE FATURAMENTO (3.474.231) -0,65%
( - ) COFINS SOBRE FATURAMENTO (16.034.944) -3,00%
( - ) ISSQN (12.865.301) -2,41%
RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA 502.123.673 93,94%
( - ) CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS
(428.673.223) -80,20%
CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS
(133.492.759) -24,98%
CUSTOS COM PESSOAL (24.260.852) -4,54%
CUSTOS COM SERVIÇOS DE TERCEIROS (34.115.052) -6,38%
CUSTOS COM VEICULOS/MAQUINAS/EQUIPAMENTOS (23.565.635) -4,41%
CUSTOS COM MATERIAL APLICADO (36.499.132) -6,83%
CUSTOS GERAIS (41.499.590) -7,76%
( - ) RESSARCIMENTO DE CUSTOS COM CONSÓRCIOS 26.447.505 4,95%
CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS - CONSÓRCIO
(295.180.464) -55,23%
LUCRO BRUTO 73.450.450 13,74%

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( - ) DESPESAS OPERACIONAIS (19.549.618) -3,66%
ADMINISTRATIVAS (15.265.606) -2,86%
TRIBUTÁRIAS (4.284.012) -0,80%
(+/-) EFEITOS FINANCEIROS LÍQUIDOS (25.522.350) -4,78%
RECEITAS FINANCEIRAS 12.597.479 2,36%
PIS SOBRE RECEITAS FINANCEIRAS (81.884) -0,02%
COFINS SOBRE RECEITAS FINANCEIRAS (503.899) -0,09%
DESPESAS FINANCEIRAS (37.534.046) -7,02%
(+/-) OUTROS RESULTADOS OPERACIONAIS 1.843.725 0,34%
OUTRAS RECEITAS/DESPESAS OPERACIONAIS 1.843.725 0,34%
RESULTADO ANTES DA CSL E IRPJ 30.222.206 5,65%
Fonte: Elaborado pelos autores.

Deste modo, considerando o resultado obtido por meio da DRE, as apurações de IRPJ e
CSLL foram realizadas da seguinte forma:

IRPJ

Base de Cálculo para IRPJ normal com alíquota de 15%: R$ 30.222.206,49


Valor apurado com alíquota de 15%:
R$ 30.222.206,49 X 15% = R$ 4.533.330,97.
Base de Cálculo para IRPJ adicional com alíquota de 10%: R$ 29.982.206,49 (R$
30.222.206,49 – R$ 240.000,00 (R$ 20.000,00 X 12 meses)).
Valor do adicional apurado com alíquota de 10%:
R$ 29.982.206,49 X 10% = 2.998.220,65
Total de IRPJ calculado = R$ 7.531.551,62.

CSLL
Base de Cálculo: R$ 30.222.206,49
Valor Apurado com alíquota de 9%:
R$ 30.222.206,49 X 9% = R$ 2.719.998,58.
Total de CSLL calculado = R$ 2.719.998,58.

Então, o resultado do período após apuração dos devidos impostos foi de R$


19.970.659,29, ou seja, R$ 30.222.206,49 menos os valores correspondentes ao Imposto
de Renda Pessoa Jurídica de R$ 4.533.330,97 e Adicional de R$ 2.998.220,65 e menos o
valor referente a CSLL de R$ 2.719.998,58, conforme segue no quadro:

Quadro 23 – Resultado do Exercício.


DESCRIÇÃO VALORES R$ %
RESULTADO ANTES DA CSL E IRPJ 30.222.206 5,65%
PROVISÃO PARA IRPJ 4.533.330 0,85%
ADICIONAL DE IRPJ 2.998.220 0,56%
PROVISÃO PARA CSLL 2.719.998 0,51%
RESULTADO LIQUIDO DO EXERCÍCIO 19.970.659 3,74%
Fonte: Elaborado pelos autores.

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Portanto, com o enquadramento da organização analisada na tributação pelo Lucro Real,
obteve-se o lucro de R$ 19.970.659,29 no ano calendário de 2017.

2 TOTAL DOS TRIBUTOS APURADOS NO PERÍODO

Baseando-se nos dados apurados anteriormente nos quadros 04 (Pis sobre faturamento),
05 (Cofins sobre faturamento), 06 (ISSQN sobre serviços), 16 (FGTS sobre folha de
pagamento), 17 (INSS sobre folha de pagamento) e 19 (PIS e COFINS sobre receitas
financeiras) se obtém o total devido de R$ 40.381.750,12 referente aos tributos para o
ano-calendário de 2017, pela opção do lucro real como apresentado abaixo:

Quadro 24 – Tributos apurados no período.


DESCRIÇÃO DO TRIBUTO VALORES R$
PIS SOBRE FATURAMENTO 3.474.237
COFINS SOBRE FATURAMENTO 16.034.944
ISSQN 12.865.301
FGTS TOTAL 1.613.366
INSS TOTAL 5.808.119
PIS SOBRE RECEITAS FINANCEIRAS 81.884
COFINS SOBRE RECEITAS FINANCEIRAS 503.899
TOTAL RECOLHIDO 40.381.750
Fonte: Elaborado pelos autores.

Já para obtenção dos valores totais recolhidos de IRPJ existe a compensação a se fazer,
visto que, há destaque de imposto de renda na emissão das notas fiscais de prestação de
serviços, com alíquota de 1,2% (um vírgula dois por cento), o qual, o cliente retém no
momento do pagamento para empresa em análise.

Este total retido no momento dos recebimentos das notas fiscais, são reconhecidos como
a recuperar contabilmente, fazendo com que, haja a compensação deste tributo ao final
do período.

Dessa maneira, o montante recuperável obtido de IRPJ sobre serviços prestados foi de R$
5.553.607,34, calculado com base no total de serviços prestados já faturados, obtido no
quadro 03, como está colocado a seguir:

Quadro 25 – IRPJ retido no recebimento de notas de serviços.


Prestação de Total de Serviços
Prestação de IRPJ Retido
ANO Serviços Prestados
Serviços (1,2%)
Consórcios Faturados
Total 81.683.868 381.116.744 462.800.613 5.553.607
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

Assim, esses valores que podem ser recuperados deste imposto, são confrontados com o
valor obtido de imposto de renda a recolher sobre o lucro, calculado no quadro 23,
obtendo-se o total a pagar de R$ 1.977.944,28 após a compensação dos mesmos, como
descrito abaixo:

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Quadro 26 – IRPJ a pagar.
IRPJ sobre o
IRPJ Retido
Ano resultado e Valor a pagar
(1,2%)
Adicional
2017 5.553.607 7.531.551 1.977.944
Total 5.553.607 7.531.551 1.977.944
Fonte: Elaborado pelo autores - Valores em R$

Este mesmo procedimento ocorre para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, pois,
no momento do faturamento do serviço executado há destaque de 1% (um por cento) de
CSLL, sendo que, o valor correspondente a este tributo, também é retido pelo cliente no
momento do pagamento, contabilizando então, como CSLL a recuperar.

Deste modo, o montante obtido a pagar de CSLL é calculado com base na diferença entre
o total recuperável com o total a recolher, obtido no quadro 23, também utilizando como
base de cálculo, o valor dos serviços prestados já faturados do quadro 03, como descrito
a seguir:

Quadro 27 – CSLL retido no recebimento de notas de serviços.


Prestação de Total de Serviços
Prestação de CSLL Retido
ANO Serviços Prestados
Serviços (1%)
Consórcios Faturados
Total 81.683.868 381.116.744 462.800.613 4.628.006
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

Quadro 28 – CSLL a recuperar.


CSLL sobre o
Ano CSLL Retido (1%) Valor a recuperar
resultado
2017 4.628.006 2.719.998 1.908.008
Total 4.628.006 2.719.998 1.908.008
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

Então, para o ano calendário de 2017, a entidade em pesquisa, tem o total de R$


1.977.944,28 de IRPJ a recolher e um total de R$ 1.908.008,54 de CSLL a recuperar para
os próximos exercícios, haja que, o saldo retido de contribuição social sobre o lucro
líquido foi maior que o saldo a pagar.

Portanto, o montante dos tributos desembolsados pela organização em análise foi de R$


50.633.297,33, sendo, R$ 32.374.482,93 referente a soma do PIS, COFINS e ISSQN
sobre faturamento (obtidos nos quadros 04, 05 e 06), R$ 7.421.484,41 a soma do FGTS
e INSS sobre folha de pagamento (obtidos nos quadros 16 e 17), R$ 585.782,78
equivalente a somatória do PIS e COFINS sobre receitas financeiras (obtido no quadro
19) e R$ 10.251.547,21 referente a soma do imposto de renda pessoa jurídica e
contribuição social sobre o lucro líquido (obtido nos quadros 26 e 28), não destacados
como tributos sobre o faturamento bruto, pelo fato de serem classificados como
recuperáveis, realizando sua apuração no fim do período, como segue abaixo:

Quadro 29 –Total de tributos.


TRIBUTO VALORES R$

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PIS SOBRE FATURAMENTO 3.474.237
COFINS SOBRE FATURAMENTO 16.034.944
ISSQN 12.865.301
FGTS TOTAL 1.613.366
INSS TOTAL 5.808.119
PIS SOBRE RECEITAS FINANCEIRAS 81.884
COFINS SOBRE RECEITAS FINANCEIRAS 503.899
IRPJ 4.533.330
ADICIONAL DE IRPJ 2.998.220
CSLL 2.719.998
TOTAL RECOLHIDO 50.633.297
Fonte: Elaborado pelos autores

3 ANALISE E COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS

De acordo com os dados apresentados neste trabalho, referente a empresa em estudo


enquadrada na opção do lucro real, realiza-se aqui uma comparação entre a opção de
apuração escolhida pela organização, ou seja, de forma anual, e a apuração do IRPJ e a
CSLL pelo Lucro Estimado na antecipação não levantando balancetes mensais, caso a
mesma opta-se por esse último modelo.

Escolhendo este método de apuração baseada no lucro pela estimativa mensal, a empresa
apuraria o IRPJ e a CSLL sobre uma base de cálculo de 8% (oito por cento) sobre o
faturamento bruto mensal, conforme estabelecido no artigo 15 da Lei 9.249 de 1995.

Assim, utilizando a estimativa por antecipação, a entidade recolheria R$ 5.112.355,64


referente ao IRPJ e R$ 779.619,45 de CSLL, como cálculo abaixo demonstra:

Faturamento Bruto no Período: R$ 534.498.149,59


Percentual para base de cálculo: 8%
Base de Cálculo para IRPJ e CSLL: R$ 42.759.851,97 (R$ 534.498.149,59 X 8%)

Valor de IRPJ apurado com alíquota de 15%:


R$ 42.759.851,97 X 15% = R$ 6.413.977,80.

Valor de IRPJ Adicional apurado com alíquota de 10%:


R$ 42.519.851,97 (R$ 42.759.851,97 – R$ 240.000,00) X 10% = R$ 4.251.985,20.

Total de IRPJ a pagar:


R$ 6.413.977,80 + R$ 4.251.985,20 – R$ 5.553.607,35 (IRPJ A RECUPERAR) = R$
5.112.355,64
Valor de CSLL apurado com alíquota de 9%:
R$ 42.759.851,97 X 9% = R$ 3.848.386,68.

Total de CSLL a recuperar:


R$ 3.848.386,68 – R$ 4.628.006,12 (CSLL a recuperar) = R$ 779.619,45.

Deste modo, o quadro 30 a seguir, descreve os valores mensais de apuração destes dois
impostos, conforme segue:

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 60

Quadro 30 –Total de IRPJ a pagar por estimativa antecipada.


Adicional de IRPJ a Saldo de IRPJ a
ANO IRPJ (15%)
IRPJ (10%) recuperar Pagar
Total 6.413.977 4.251.985 5.553.607 5.112.355
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

Quadro 31 –Total de CSLL a pagar por estimativa antecipada.


CSLL a Saldo de CSLL a
ANO 2017 CSLL (9%)
recuperar Recuperar
Total 3.848.386 4.628.006 779.619
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

Portanto, após a realizamos da comparação dos dois métodos de apuração de IRPJ e


CSLL, fica claro que, a forma que está sendo utilizada pela organização em estudo é a
mais vantajosa, pois, considerando que se não houvesse levantamentos de balancetes e
calculando esses dois tributos por estimativa antecipada haveria o recolhimento de R$
3.134.411,37 de IRPJ: R$ 5.112.355,64 obtido no quadro 30 menos o valor de R$
1.977.944,27 demonstrado no quadro 26, e R$ 1.128.389,09 a menos de CSLL a recuperar
do que realizando a apuração anual, isto é, R$ 779.619,45 obtido no quadro 31 menos o
valor de R$ 1.908.008,54 demonstrado no quadro 28.

O saldo a recuperar de ambos impostos seriam utilizados integralmente como


demonstrado a seguir.

Quadro 32 – Comparação de valores de IRPJ – Valores em R$


IRPJ apuração IRPJ apuração
ANO Diferença encontrada
normal por estimativa
2017 1.977.944,27 5.112.355,64 3.134.411,37
Total 1.977.944,27 5.112.355,64 3.134.411,37
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

Quadro 33 – Comparação de valores de CSLL – Valores em R$


CSLL apuração CSLL apuração
ANO Diferença encontrada
normal por estimativa
2017 1.908.008,54 779.619,45 1.128.389,09
Total 1.908.008,54 779.619,45 1.128.389,09
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

Uma última comparação a ser feita é se a entidade prestasse seus serviços apenas nos
municípios que possuem a menor alíquota de ISSQN e o maior percentual de deduções
de materiais permitido, como é o caso de Maringá, com a alíquota de 3% (três por cento)
de ISSQN e a possibilidade de dedução de matéria de 60% da base de cálculo.

Assim, utilizando para cálculos o faturamento bruto da empresa analisada, considerando


que todo esse faturamento ocorresse somente no município de Maringá, o valor recolhido
de imposto sobre serviços seria de R$ 5.553.607,35, como informado abaixo:

Quadro 34 – ISSQN a recolher com a menor alíquota – Valores em R$

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ANO Serviços Prestados Valor a deduzir (60%) Base de Cálculo ISSQN (3%)
Total 462.800.612 277.680.367 185.120.245 5.553.607
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

Dessa forma, utilizando a hipótese da total prestação de serviços da entidade em estudo


na localização de Maringá/PR o valor incidência de ISSQN seria R$ 7.311.694,12 menor,
como comparativo a seguir.

Quadro 35 – Comparação de valores de ISSQN – Valores em R$


ISSQN Normal ISSQN (3%) Diferença
Total 12.865.301 5.553.607 7.311.694
Fonte: Elaborado pelos autores - Valores em R$

Desta maneira, seria mais vantajosa a prestação de serviços em municípios que possuem
um menor percentual deste imposto e que possibilitam uma maior dedução de materiais,
porém, como a entidade analisada é prestadora de serviços no ramo de construção civil,
incluindo clientes de âmbito público, é necessário a participação desta em licitações em
todo território nacional, não podendo escolher em sua grande parte, o município e os
trechos onde executam as obras.

Então, com a análise comparativa que, a apuração do imposto de renda pessoa jurídica e
contribuição social sobre o lucro líquido de forma anual possui grande vantagem para a
organização pesquisada e que, por sua vez, o imposto sobre serviços de qualquer natureza
é mais vantajoso em municípios com alíquotas incidentes menores, porém, não sendo de
possui escolha da empresa estudada.

Conclui-se também que, considerando as informações obtidas junto a entidade em


análise, a mesma não possui projetos para uma reestruturação societária, haja vista que,
o ramo de atividade é apenas o de construção civil de grande porte, não sendo viável a
criação de novas organizações, mas sim, a possibilidade de aberturas de filiais nas
localidades das futuras obras, também com a atividade fim de construção civil, visando a
aquisição dos materiais e serviços que são aplicados diretamente no município da obra.

CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

O planejamento a respeito de tributos baseia-se na união de medidas que tem como


objetivo a economia tributária de forma legal e viável, utilizando métodos que permitem
informar o total dos tributos que cercam a organização, possibilitando a tomada de
decisão futura a respeito da entidade.

Desta maneira, o planejamento tributário utilizado de forma correta, se torna uma


ferramenta de extrema importância para a organização que o aplica, permitindo a análise
aprofundada dos impostos incidentes na opção tributária adotada pela empresa,
auxiliando nas tomadas de decisões cotidianas presentes na mesma.

Assim, utilizando como base os dados coletados e fornecidos pela entidade, o presente
trabalho atingiu seu principal objetivo, que era analisar a opção tributária de uma empresa
que presta serviços no setor da construção civil no território nacional, avaliando a carga
tributária presente em sua atuação, e também, respondeu as questões de pesquisa
propostas no capitulo 2.

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Por meio das análises realizadas, apurou-se os impostos presentes no ramo de atividade
da organização, ou seja, prestação de serviços, obtendo-se o resultado líquido positivo da
entidade no ano calendário de 2017.

RECOMENDAÇÕES

Utilizando como base os dados da empresa analisada, enquadrada no regime de apuração


do lucro real pelo fato de seu faturamento obrigatoriamente comportar esse tipo de
tributação, recomenda-se a elaboração de um planejamento tributário em busca de
métodos legais para a possível redução dos tributos apurados neste período.

Com uma gestão de impostos por meio planejamento tributário pode-se, para as empresas
optantes pelo Lucro Real, buscar possibilidades de economia tributária. Algumas podem
ser citadas, tais como:

1) Despesas com Juros sobre Capital Próprio: esta despesa pode ser analisada
juntamente com discussões sobre as formas de remuneração dos investidores e
administradores da empresa, como Prolabore e a Distribuição de Lucros. Deve ser
considerada a retenção de 15% de IRFonte para os beneficiários. Os juros, dentro
dos parâmetros legais, são dedutíveis do IRPJ e da CSLL, conforme permissão
prevista no artigo 355 do Decreto 9.580/2018 (RIR), gerando menor pagamento
de tais tributos.
2) Utilização de incentivos fiscais descritos nos artigos 80, 93, 564 e 641 do Decreto
5.980/2018 (RIR): Incentivo à Cultura (Lei Rouanet); Atividades Audiovisuais;
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolencente; Fundo do Idoso; Patrocínios e
Doações; e Programa de Alimentação do Trabalhador.

REFERÊNCIAS:

ACKOFF, Russel L. Planejamento Empresarial. 1.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos Editora S.A, 1975.

BORGES, Humberto Bonavides. Gerência de Impostos. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2011.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 . [online] Disponível


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em 24 de outubro de 2018.

BRASIL. Decreto – Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977. [online] Disponível na


internet via WWW. URL: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-
Lei/Del1598.htm. Acesso em 27 de julho de 2018.

BRASIL. Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970. [online] Disponível na


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Acesso em 17 de julho de 2018.

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 63
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BRASIL. Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. [online] Disponível na


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Acesso em 17 de julho de 2018.

BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. [online] Disponível na internet via


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BRASIL. Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. [online] Disponível na internet via WWW.
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2018.

BRASIL. Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. [online] Disponível na internet via


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julho de 2018.

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WWW. URL: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1996/lei-9430-27-dezembro-
1996-367738-normaatualizada-pl.html. Acesso em 14 de julho de 2018.

BRASIL. Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. [online] Disponível na internet via


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em 17 de julho de 2018.

BRASIL. Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001. [online] Disponível


na internet via WWW. URL: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2158-
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CHAVES, Francisco Coutinho. Planejamento Tributário na Prática. 2. ed. São Paulo:


Atlas, 2010.

CREPALDI, Silvo Aparecido. Planejamento tributário: Teórico e pratica. 1. ed. São


Paulo: Saraiva, 2012.

FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade tributária. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

FAVERO, Hamilton Luiz et al. Contabilidade: teoria e prática. 6. ed. São Paulo: Atlas,
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FGTS. Sobre o Fundo de Garantia por tempo de Serviço – FGTS. Disponível em:
http://www.fgts.gov.br/Pages/sobre-fgts/sobre-fgts.aspx. Acesso em 16 de julho de 2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE PLANEJAMENTO E TRIBUTAÇÃO. 78% das


empresas brasileiras tiveram queda acentuada das suas receitas nos últimos 2 anos.

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 64
Disponível em: https://ibpt.com.br/noticia/2589/78-das-empresas-brasileiras-tiveram-
queda-acentuada-das-suas-receitas-nos-ultimos-2-anos. Acesso em: 28 mai. 2018.

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARINGÁ. Lei Complementar nº 677, de 28 de


setembro de 2007. [online] Disponível na internet via WWW. URL:
https://isse.maringa.pr.gov.br/doc/leis/LC677_2007.pdf. Acesso em 27 de julho de 2018.

RECEITA FEDERAL. Capítulo VII – Escrituração 2016. Disponível em:


http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/ecf-
escrituracao-contabil-fiscal/perguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2016-
arquivos/capitulo-vii-escrituracao-2016.pdf. Acesso em 14 de julho de 2018

RECEITA FEDERAL. Receita arrecadou R$ 1,34 trilhão em 2017. Disponível em:


https://idg.receita.fazenda.gov.br/noticias/ascom/2018/janeiro/receita-arrecadou-r-1-34-
trilhao-em-2017. Acesso em: 17 abr. 2018.

BORINELLI, Marcio Luiz. Estrutura Conceitual Básica de Controladoria:


Sistematização à Luz da Teoria e da Práxis. São Paulo. 2006.

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CASO TRÊS: INFLUÊNCIAS DA UTILIZAÇÃO DE INCENTIVOS FISCAIS


NAS ESFERAS FEDERAL E MUNICIPAL NOS RESULTADOS DE
INSTITUÇÃO PRIVADA DE ENSINO SUPERIOR

Autores:
Jaqueline Kelly Martins. Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de
Maringá.

Nilton Facci: Doutor em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas –


EAESP/SP. Professor no curso de Bacharel em Ciências Contábeis da Universidade
Estadual de Maringá.

RESUMO

Por conta da grande carga tributária no Brasil, as empresas intermediam e pagam valores
significativos de tributos. Porém, há maneiras de diminuir esse ônus tributário do
resultado organizacional de maneira lícita e significativa, usando o Planejamento
Tributário.

Para isso, é extremamente importante o papel do contador que, juntamente com o gestor
auxiliará a empresa a diminuir esse ônus tributário.

Ao reduzir legalmente o valor dos tributos pagos, a empresa aumenta a capacidade de


competitividade de preços finais no mercado, trazendo mais clientes e assim aumentando
sua receita.

Essa contribuição poderá então auxiliar o gestor dessa empresa a escolher a melhor
maneira de constituição, sendo filantrópica ou apenas ofertando os programas
governamentais para utilizar de benefícios e isenções fiscais, mostrando assim, a partir
do Lucro Real, qual a melhor opção.

INTRODUÇÃO

Analisar os tributos que incidem nas operações comerciais realizadas pelas empresas,
compreendidas como procedimento técnico está no âmbito do Planejamento Tributário.
Segundo LATORACA(2000), planejamento tributário é a atividade empresarial que,
desenvolvendo-se de forma estritamente preventiva, projeta os atos e fatos
administrativos com o objetivo de informar quais os ônus tributários em cada uma das
ações legais disponíveis. O objetivo do planejamento tributário é, em última análise, a
economia tributária.

Desta forma, o papel do profissional contábil é informar às empresas as formas existentes


na legislação para diminuir os tributos, e que sonegar é contravenção, em que são punidos
tanto a empresa, como o contador que onera. Neste sentido, ao deixar de pagar tributos
(sonegar), fere a lei e constitui-se em ato que pode causar culpabilidade criminal dos
gestores da organização.

Na esfera de instituições privada de ensino superior, a busca por economia tributária não

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poderia ser diferente de qualquer outra empresa. Para as instituições privadas, mesmo
considerando incentivos fiscais em tributos federais e municipais e isenções quando
constituídas como filantrópicas, é preciso considerar que ainda existem procedimentos
contábeis e tributários que podem contribuir para a economia em gastos tributários.

Deste modo, é importante, como forma de otimizar resultados, as instituições privadas de


ensino superior buscarem respostas para a seguinte questão: Quais são as influências no
resultado das instituições privadas de ensino superior, ao escolher ofertar ou não os
programas governamentais e serem constituídas como filantrópicas?

Diante dos comentários apresentados, o presente estudo busca identificar e descrever os


impactos nos resultados contábil e fiscal de entidade educacional sem fins lucrativos que
atua no ensino superior privado, diante da utilização de isenções tributárias oriundas da
filantropia e benefícios fiscais decorrentes da oferta de programa governamentais.

Também comparar os impactos nos resultados da mesma organizaçãonão filantrópica e,


por fim, sem filantropia e sem programas governamentais. Dessa forma, permitir a
comparação entre as três situações.

O objetivo é apresentar análises sobre impactos da utilização de benefícios tributários nos


resultados de entidade privada que atua no ensino superior privado.

Antes de apresentar os resultados e análises elaboradas com base em relatórios referente


ao ano de 2017, é necessário descrever os benefícios tributários existentes para o ramo
em estudo.

INCENTIVOS FISCAIS CONCEDIDOS PELA OFERTA DE PROGRAMAS


GOVERNAMENTAIS AO ENSINO SUPERIOR

Existem no Brasil programas governamentais para incentivar instituições de ensino


superior, com o objetivo de proporcionar condições para que pessoas com perfil social e
econômico mais baixo na sociedade possam ingressar em cursos superiores.

Busca-se trazer benefícios para alunos, principalmente para aqueles que têm uma situação
socioeconômica menos favorecido. Como contrapartida das instituições de ensino
ofertarem esses programas, o governo oferece alguns incentivos fiscais.

Os programas podem ser de esfera Federal, Estadual ou Municipal. Nesse estudo foram
analisados os programas FIES, PROUNI e PROMUBE, em que os dois primeiros são
federais e o ultimo municipal.

Segue um resumo dos programas e seus incentivos.

FIES

O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa governamental voltado para


alunos do ensino superior e é ofertado após o estudante passar por um processo seletivo
no Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM.

De acordo com o artigo 1° da Lei 10.260 de 2001, o FIES, é de natureza contábil,

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 67
vinculado ao ministério da educação, destinado à concessão de financiamento a
estudantes de cursos superiores não gratuitos e com avaliação positiva nos processos
conduzidos pelo Ministério, de acordo com a regulamentação própria.

O § 6° desse mesmo artigo completa que o financiamento beneficia estudantes que ainda
não tenham cursado o ensino superior e que não tenha utilizado do programa de
financiamento estudantil.

O FIES tem como objetivo efetuar o pagamento das mensalidades devidas pelo aluno
diretamente à instituição de ensino superior.

Nesse sentido, não está diretamente ligado características de incentivos fiscais


proporcionados à instituição. No entanto, é importante instrumento para as instituições de
ensino, ao proporcionar, a elas, o recebimento integral da mensalidade e, portanto, a não
existência de inadimplência por parte do aluno.

Além disso, contribui para que diminuição relevante na evasão, assim, aumentando a
retenção de alunos.

PROUNI

O Programa Universidade para Todos (PROUNI) oferece bolsas de estudos parciais de


25% e 50% ou integrais de 100% para alunos do ensino superior.

Conforme o artigo 1°, §1° da Lei 11.096 de 2005, que trata do PRONI, a bolsa integral é
ofertada somente para alunos que ainda não tenham diploma do ensino superior e que
cuja renda familiar mensal per capita não ultrapasse 1(um) salário mínimo e meio.

O §2° completa afirmando que as bolsas parciais de 25% e 50% serão destinadas a
estudantes que ainda não possuam diploma do ensino superior e cuja renda familiar
mensal per capital não ultrapasse 3 salários mínimos definidos pelo Ministério da
Educação.

O artigo 3° da mesma lei expressa que o aluno beneficiado pelo PROUNI será selecionado
pelo resultado no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, e também outros critérios
definidos pelo Ministério da Educação.

O artigo 5° complementa que a instituição privada de ensino superior, com fins lucrativos
ou sem fins lucrativos não beneficente, poderá aderir ao PROUNI mediante assinatura de
termo de adesão, cumprindo-lhe oferecer, no mínimo, 1 (uma) bolsa integral para o
equivalente a 10,7 (dez inteiros e sete décimos) estudantes regularmente pagantes e
devidamente matriculados ao final do correspondente período letivo anterior, conforme
regulamento a ser estabelecido pelo Ministério da Educação, excluído o número
correspondente a bolsas integrais concedidas pelo PROUNI ou pela própria instituição,
em cursos efetivamente nela instalados.

O § 4o da Lei 11.096 especifica que a instituição privada de ensino superior com fins
lucrativos ou sem fins lucrativos não beneficente poderá, alternativamente, em
substituição ao requisito previsto no caput deste artigo, oferecer 1 (uma) bolsa integral
para cada 22 (vinte e dois) estudantes regularmente pagantes e devidamente matriculados

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 68
em cursos efetivamente nela instalados, conforme regulamento a ser estabelecido pelo
Ministério da Educação, desde que ofereça, adicionalmente, quantidade de bolsas parciais
de 50% (cinquenta por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento) na proporção necessária
para que a soma dos benefícios concedidos na forma desta Lei atinja o equivalente a 8,5%
(oito inteiros e cinco décimos por cento) da receita anual dos períodos letivos que já têm
bolsistas do PROUNI, efetivamente recebida nos termos da Lei no 9.870, de 23 de
novembro de 1999, em cursos de graduação ou sequencial de formação específica.

As instituições de ensino superior que ofertarem as bolsas parciais e integrais do


PROUNI, de acordo com o art. 8° da lei 11.096 de 2005, caso atendam a todos os
requisitos, ficarão isenta dos seguintes tributos:

- Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ);


- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
- Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e
- Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS.

PROGRAMA MUNICIPAL DE BOLSAS DE ESTUDOS (PROMUBE)

O PROMUBE é um programa de bolsas de estudo instituído no âmbito municipal, neste


caso, de Maringá/PR.

Proporciona bolsas de estudo parciais ou integrais para alunos de acordo com a situação
social e econômica do estudante. O processo seletivo, assim como o do PROUNI, é feito
pelo ENEM.

De acordo com o Decreto 05, de 03 de Janeiro de 2007, que regulamenta a Lei Municipal
n° 7.359/2006, em seu artigo 9°, o PROMUBE será concedido a estudantes não
portadores de diploma de curso superior e não contemplados na seleção final do PROUNI,
obedecidos os seguintes critérios:

I - bolsa de estudo integral será concedida aos estudantes cuja renda familiar mensal per
capita não exceder a importância de um salário mínimo e meio;
II - bolsa de estudo parcial de cinquenta por cento será concedida aos estudantes cuja
renda familiar mensal per capita não exceder a três salários mínimos;
III - comprovação de que reside no Município de Maringá há pelo menos dois anos;
IV - que tenha cursado o ensino médio completo na rede pública, ou na rede privada, na
condição de bolsista;
V - que se comprometam e se disponibilizem para com o Município, assinando junto à
instituição, no ato da matrícula, termo de adesão para prestação de serviços na condição
de voluntário, em repartições públicas municipais, eventos promovidos pelo Município e
através de instituições de caráter de assistência social ou ambiental, que possuam projetos
de interesse e responsabilidade social, quando forem requisitados.

O programa do Município também não pode ser cumulativo com o PROUNI, sendo
escolhidos inicialmente alunos que não foram aprovados nele.

O PROMUBE será implementado pela Secretaria Municipal de Educação.

A mesma lei determina que a instituição de ensino superior interessada em aderir ao

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 69
PROMUBE firmará, em ato de sua mantenedora, termo de adesão junto ao Município.

É vedada a acumulação de bolsas de estudo vinculadas ao PROMUBE e PROUNI -


Programa Universidade para Todos, bem como a concessão de bolsa de estudo a ele
vinculada para estudante matriculado em instituição pública e gratuita de ensino superior
ou que já possui curso superior.

A critério da instituição de ensino poderão ser identificados, por ordem de prioridade, os


cursos para os quais destinará preferencialmente as vagas que disporá para bolsas de
estudos integrais e parciais.

Em relação aos benefícios para a instituição, ela só poderá ofertar o número de bolsas
correspondente a até 60% do ISSQN devido, pois essa porcentagem será abatida no
pagamento do tributo, ou seja, de todo o ISSQN gerado no período em que ela estiver
participando como ofertadora do PROMUBE, a instituição pagará somente 40% do
imposto.

O art. 7° deste Decreto confirma que o cálculo para previsão do número de bolsas a serem
oferecidas para o ano letivo será elaborado pela instituição de ensino, tendo por base
estimativa do imposto devido ao Município relativo a alíquota de ISSQN incidente sobre
a sua receita do ensino de graduação, na importância relativa ao percentual de 60%
sessenta por cento) do imposto devido.

A quitação do tributo pelo Município para a instituição, no percentual de sessenta por


cento relativos ao PROMUBE, será à razão do valor das bolsas de estudo efetivamente
utilizadas pelos estudantes, em encontro de contas, que conterá:
I - o lançamento total do imposto devido;
II - a comprovação de quitação de quarenta por cento do imposto total devido;
III - a identificação do valor relativo aos sessenta por cento do PROMUBE;
IV - o relatório com o custo financeiro anual das bolsas formalizadas através do
PROMUBE;
V - termo de encontro de contas, firmado pelos Secretários Municipais de Fazenda e da
Educação.

A diferença a maior do imposto devido em relação ao saldo das bolsas concedidas pelo
PROMUBE, será paga pela instituição ao Município ou compensada em período
posterior.

A diferença a maior de bolsas concedidas também será compensada em período posterior.

Para efeito da compensação deve ser considerado o valor da bolsa para pagamento a vista
em 12 (doze) parcelas.

A seguir estão os resultados e análises, baseados em relatórios referente ao ano de 2017.

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

A instituição de ensino superior estudada está constituída como Pessoa Jurídica privada,
tributada pelo Lucro Real.

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 70
Foi mantido o sigilo quanto a divulgação de nome, sendo então, os valores informados de
receita e despesas, arredondados para o próximo número inteiro. Na primeira análise, a
instituição está sendo considerada como Entidade Filantrópica.

A empresa é constituída como entidade filantrópica, por isso tem a possibilidade da


isenção de CPS - Patronal sobre Folha de Pagamento, do IRPJ e CSLL. Por ofertar
PROUNI, tem isenção de Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e
Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS).

Já pela oferta do PROMUBE tem isenção de até 60% do Imposto Sobre Serviço de
Qualquer Natureza (ISSQN). A empresa opta pelo Lucro real e as informações a serem
calculadas, serão referentes a 1 ano.

Os dados apresentados são referentes ao ano de 2017, e, por pedido da empresa, os


números referentes a receitas e despesas foram arredondados, para manter o sigilo da
organização em que o estudo está sendo aplicado.

Será calculado o resultado da empresa na situação de filantropia e oferta dos programas


governamentais, apenas na oferta de programas governamentais e, por fim, sem
filantropia e sem ofertar os programas.

Deve-se levar em consideração que a folha de pagamento de professores não está incluso
no custo dos serviços prestados, por isso, os custo não mudará na condição de filantrópica
por isenção do CPS.

As informações obtidas referentes ao ano de 2017 estão descritas no Quadro 01.

Receita operacional bruta 580.000.000,00


Custo do serviço prestado 235.000.000,00
Folha de pagamento 27.500.000,00
Despesa com serviço de terceiros 15.000.000,00
Administrativas gerais 15.000.000,00
pesquisa e desenvolvimento científico 1.700.000,00
Provisão para crédito de liquidação duvidosa 3.314.000,00
Provisão para processos e contingencias judiciais 15.000.000,00
Receitas financeiras 17.000.000,00
despesas financeiras 12.000.000,00
Quadro 1 – Informações fornecidas pela empresa – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores.

CÁLCULOS PARA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DA EMPRESA QUE


NÃO OFERTA OS PROGRAMAS E NÃO É FILANTRÓPICA

O Quadro 2 mostra as deduções da receita, em que, para o cálculo delas foram calculados
PIS com alíquota de 1,65% e COFINS de 7.6% de acordo com as alíquotas não
cumulativas previstas pela Lei 10.865 de 30 de abril de 2004 e ISSQN de 2% de acordo
com Lei complementar do Município de Maringá/PR nº 1.072 de 2016.

Para cálculo das deduções da receita provenientes de tributos, foi utilizado como Base de

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Cálculo a receita bruta total.

DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA


Receita bruta 580.000.000,00
PIS 9.570.000,00
COFINS 44.080.000,00
ISSQN 11.600.000,00
Quadro 2 – Cálculo de deduções da receita – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores.

No cálculo de folha de pagamento foi desconsiderado a CPS retido dos funcionários e


Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), pois não foram apresentadas informações
sobre quantidade de funcionários e detalhamentos da Folha de Pagamento. Para cálculo
de férias, foi utilizado o montante de salários, dividido por 12 meses pois corresponde a
um valor aproximado deste encargo.

Para 1/3 (um terço) de Abono de Férias foi utilizado o valor das férias calculadas da forma
anteriormente explicitada e dividido por 3 para encontrar a proporção de 1/3.

O 13 ° salário foi obtido com base no montante de salários e dividido por 12.

Já para o CPS, foram somados os valores referentes a salários, férias + 1/3, 13° salário e
aplicado alíquota de 20%, como determinado pelo Art. 22 da Lei n° 9.876/99 - vinte por
cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer
do mês aos assegurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços.

Para o FGTS a mesma base de calculo, porém com alíquota de 8%, como evidenciado no
Quadro 3.

FOLHA DE PAGAMENTO
Folha de pagamento 27.500.000,00
férias 2.291.666,67
1/3 sobre férias 763.888,89
13° salário 2.291.666,67
CPS 6.569.444,44
FGTS 2.627.777,78
Total 42.044.444,44
Quadro 3 – Cálculo da folha de pagamento – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores.

No Quadro 4 foi mostrado a Demonstração de Resultado antes do IRPJ e CSLL,


utilizando os cálculos de deduções da receita e folha de pagamento evidenciado acima.

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Receita operacional bruta 580.000.000,00
(-)Deduções da receita 65.250.000,00
Pis 9.570.000,00
Cofins 44.080.000,00
ISSQN 11.600.000,00
(=)Receita Operacional Liquida 514.750.000,00
(-)Custo do serviço prestado 235.000.000,00
(=)Lucro Bruto 279.750.000,00
(-)Despesas Operacionais 92.058.444,44
Folha de pagaemento 27.500.000,00
Férias + 1/3+ 13° Salário 5.347.222,22
Encargos Sociais 9.197.222,22
Despesa com serviço de terceiros 15.000.000,00
Administrativas gerais 15.000.000,00
Pesquisa e desenvolvimento científico 1.700.000,00
Provisão para crédito de liquidação duvidosa 3.314.000,00
Provisão para processos e contingencias judiciais 15.000.000,00
Resultado antes das receitas e despesas financeiras 187.691.555,56
(+/-) Receitas e despesas financeiras 5.000.000,00
Receitas financeiras 17.000.000,00
Despesas financeiras 12.000.000,00
(=)Lucro antes do IRPJ e CSLL 192.691.555,56
Quadro 4 – Demonstração de resultado, antes dos tributos sobre o lucro – Valores em
R$
Fonte: Elaborado pelos autores.

De acordo com o Art. 6° do Decreto de Lei n° 1.598 de 26 de dezembro de 1977, deverão


ser adicionados no LALUR ao lucro antes do IRPJ e CSLL para cálculo de imposto de
renda, todas as despesas com provisões feitas pela instituição, por meio do LALUR.
Portanto, segue LALUR simplificado com adições a serem feitas na base de cálculo do
IRPJ e da CSLL no Quadro 5.

(=) Resultado antes do IRPJ e CSLL 192.691.555,56


(+) Adicões 18.314.000,00
Provisão para crédito de liquidação duvidosa 3.314.000,00
Provisão para processos e contingências judiciais 15.000.000,00
(-) Exclusões 0,00
Lucro Real 211.005.555,56
IRPJ 15% 31.650.833,33
Adiconal IRPJ 10% 21.076.555,56
CSLL 18.990.500,00
Quadro 5 – Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores.

Para calculo de IRPJ e CSLL, foi adicionado ao Lucro antes do IRPJ e CSLL as despesas
com provisões não permitidas pela legislação, efetuadas pela empresa, obtendo assim, a
nova base de calculo para os tributos sobre o Lucro Real.

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De acordo as normas do Imposto de Renda vigentes, o IRPJ a ser pago será de 15% sobre
a base de calculo e a parcela da base de calculo que exceder R$ 20.000 mensais, haverá
a incidência de alíquota de 10% a título de adicional do imposto.

Portanto, a partir do LALUR, foi calculado para IRPJ 15% sobre o lucro real, e depois,
10% sobre o que ultrapassou o limite anual de R$ 240.000,00 (R$ 20.000 do limite mensal
x 12), obtendo assim, o montante de IRPJ.

Já para a CSLL foi utilizado a base de cálculo no LALUR e calculado 9% sobre o


resultado, obtendo assim o montante devido da CSLL.

CÁLCULOS PARA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DA EMPRESA QUE


OFERTA OS PROGRAMAS E NÃO É FILANTRÓPICA

No cálculo das deduções, foram isentos o pagamento de 60% do ISSQN pela oferta do
programa municipal PROMUBE.

A isenção foi feita a partir do valor total do Tributo calculado.

Como pode ser constatado através da tabela abaixo (quadro 6), foi calculado normalmente
o tributo com alíquota de 2%, encontrando o valor de R$ 11.600.00,00 (R$
580.000.000,00 x 0,02).

Depois foi utilizado o valor resultante da alíquota e calculado 40% sobre ela (R$
11.600.000,00 x 0,4), chegando ao valor de R$ 4.640.000,00.

Já para os demais tributos aplicou-se a isenção de acordo com a Lei 11.096 de 2005 que
regulamenta o PROUNI.

DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA


Receita bruta 580.000.000,00
PIS
COFINS
ISSQN 2% 11.600.000,00
40% do ISSQN 4.640.000,00
Quadro 6 – Deduções da receita da empresa não filantrópica – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores.

Já no cálculo de folha de pagamento, utilizou-se a mesma metodologia do tópico anterior,


ou seja, férias de 1/12 da folha anual, abono de férias de 1/3 sobre este montante, 13º
salário de 1/12 da folha anual e incidência da Contribuição Previdenciária sobre o
montante dos itens: salários, férias e 13º salário. Para o FGTS a mesma base de calculo,
com alíquota de 8%, conforme demonstrado no Quadro 7.

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FOLHA DE PAGAMENTO
Folha de pagamento 27.500.000,00
férias 2.291.666,67
1/3 s obre férias 763.888,89
13° s alário 2.291.666,67
CPS 6.569.444,44
FGTS 2.627.777,78
Total 42.044.444,44
Quadro 7 – Folha de pagamento empresa não filantrópica – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores.

A Demonstração de Resultado revelada no Quadro 8 não apresenta IRPJ e CSLL por


conta do incentivo proporcionado pela oferta do PROUNI.

Receita operacional bruta 580.000.000,00


(-)Deduções da receita 4.640.000,00
Pis 0,00
Cofins 0,00
ISSQN 4.640.000,00
(=)Receita Operacional Liquida 575.360.000,00
(-)Custo do serviço prestado 235.000.000,00
(=)Lucro Bruto 340.360.000,00
(-)Despesas Operacionais 92.058.444,44
Folha de pagaemento 27.500.000,00
Férias + 1/3+ 13° Salário 5.347.222,22
Encargos Sociais 9.197.222,22
Despesa com serviço de terceiros 15.000.000,00
Administrativas gerais 15.000.000,00
Pesquisa e desenvolvimento científico 1.700.000,00
Provisão para crédito de liquidação duvidosa 3.314.000,00
Provisão para processos e contingencias judiciais 15.000.000,00
Resultado antes das receitas e despesas financeiras 248.301.555,56
(+/-) Receitas e despesas financeiras 5.000.000,00
Receitas financeiras 17.000.000,00
Despesas financeiras 12.000.000,00
(=)Lucro Líquido do Exercício 253.301.555,56
Quadro 8 – Demonstração de resultado antes dos tributos sobre o lucro - Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores.

O lucro dessa forma de constituição da empresa vai ser a ultima conta da Demonstração
de Resultado, pela não necessidade de cálculo dos tributos sobre o lucro.

CÁLCULOS PARA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DA EMPRESA QUE


OFERTA OS PROGRAMAS E É FILANTRÓPICA

No cálculo das deduções, foram isentos o pagamento de 60% do ISSQN pela oferta do
programa municipal PROMUBE.

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A isenção foi feita a partir do valor total do Tributo calculado. Como pode-se aferir na
tabela abaixo, foi calculado normalmente o tributo com alíquota de 2%, encontrando o
valor de R$ 11.600.00,00 (R$ 580.000.000,00 x 0,02).

Depois foi utilizado o valor resultante da alíquota e calculado 40% sobre ela (R$
11.600.000,00 x 0,4), chega-se ao valor de R$ 4.640.000,00. Os outros tributos foram
considerados isentos de acordo com a Lei 11.096 de 2005 que regulamenta o PROUNI
citada no capitulo 2, como mostra o Quadro 9.

DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA


Receita bruta 580.000.000,00
PIS
COFINS
ISSQN 2% 11.600.000,00
40% do ISSQN 4.640.000,00
Quadro 9 – Deduções da receita da empresa filantrópica – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores.

No quadro 10 para, cálculo de folha de pagamento, não foi considerado a CPS de 20%,
pela instituição ser constituída como filantrópica. De acordo com o Art. 1° da Lei Nº
12.101/09.

FOLHA DE PAGAMENTO
Folha de Pagamento 27.500.000,00
férias 2.291.666,67
1/3 s obre férias 763.888,89
13° s alário 2.291.666,67
CPS -
FGTS 2.627.777,78
Total 35.475.000,00
Quadro 10 – Folha de pagamento da empresa filantrópica – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores.

Assim como na situação anterior, a Demonstração de Resultado não terá IRPJ e CSLL,
por conta da isenção da filantropia.

Demonstração de resultado da instituição constituída como filantrópica

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Receita operacional bruta 580.000.000,00
(-)Deduções da receita 4.640.000,00
Pis -
Cofins -
ISSQN R$ 4.640.000,00
(=)Receita Operacional Liquida 575.360.000,00
(-)Custo do serviço prestado 235.000.000,00
(=)Lucro Bruto 340.360.000,00
(-)Despesas Operacionais 55.489.000,00
Folha de pagaemento 27.500.000,00
Férias + 1/3+ 13° Salário 5.347.222,22
Encargos Sociais 2.627.777,78
Despesa com serviço de terceiros 15.000.000,00
Administrativas gerais - 15.000.000,00
Pesquisa e desenvolvimento científico 1.700.000,00
Provisão para crédito de liquidação duvidosa 3.314.000,00
Provisão para processos e contingencias judiciais 15.000.000,00
Resultado antes das receitas e despesas financeiras 284.871.000,00
(+/-) Receitas e despesas financeiras 5.000.000,00
Receitas financeiras 17.000.000,00
Despesas financeiras 12.000.000,00
(=)Lucro Líquido do Período 289.871.000,00
Quadro 11 – Demonstração de resultado empresa filantrópica - Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores.

A última conta desse Demonstrativo será o lucro do período sem os impostos sobre o
lucro.

DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADO COMPARADAS

Foram comparadas as Demonstrações de Resultado calculadas da instituição analisada no


quadro 12, com e sem os incentivos fiscais.

Do lado de cada resultado, foi adicionada a porcentagem referente a aquele item da


demonstração comparada com a receita total.

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Não
filantrópica/não Não
utiliza os filantrópica/Utiliza filantrópica/utili
incentivos % os incentivos % za incentivos %
Receita operacional bruta 580.000.000,00 100 580.000.000,00 100,00 580.000.000,00 100,00
(-)Deduções da receita 65.250.000,00 11,25 4.640.000,00 0,80 4.640.000,00 0,80
Pis 9.570.000,00 1,65 0,00 0,00 0,00 0,00
Cofins 44.080.000,00 7,6 0,00 0,00 0,00 0,00
ISSQN 11.600.000,00 2 4.640.000,00 0,80 4.640.000,00 0,80
(=)Receita Operacional Liquida 514.750.000,00 88,75 575.360.000,00 99,20 575.360.000,00 99,20
(-)Custo do serviço prestado 235.000.000,00 40,52 235.000.000,00 40,52 235.000.000,00 40,52
(=)Lucro Bruto 279.750.000,00 48,23 340.360.000,00 58,68 340.360.000,00 58,68
(-)Despesas Operacionais 92.058.444,44 15,87 92.058.444,44 15,87 55.489.000,00 9,57
Folha de pagamento 27.500.000,00 4,74 27.500.000,00 4,74 27.500.000,00 4,74
Férias + 1/3+ 13° Salário 5.347.222,22 0,92 5.347.222,22 0,92 5.347.222,22 0,92
Encargos Sociais 9.197.222,22 1,59 9.197.222,22 1,59 2.627.777,78 0,45
Despesa com serviço de terceiros 15.000.000,00 2,59 15.000.000,00 2,59 15.000.000,00 2,59
Administrativas gerais 15.000.000,00 2,59 15.000.000,00 2,59 -15.000.000,00 -2,59
Pesquisa e desenvolvimento científico 1.700.000,00 0,29 1.700.000,00 0,29 1.700.000,00 0,29
Provisão para crédito de liquidação duvidosa3 .314.000,00 0,57 3.314.000,00 0,57 3.314.000,00 0,57
Provisão para processos e contingencias judiciais
15.000.000,00 2,59 15.000.000,00 2,59 15.000.000,00 2,59
Resultado antes das receitas e despesas financeiras
187.691.555,56 32,36 248.301.555,56 42,81 284.871.000,00 49,12
(+/-) Receitas e despesas financeiras 5.000.000,00 0,86 5.000.000,00 0,86 5.000.000,00 0,86
Receitas financeiras 17.000.000,00 2,93 17.000.000,00 2,93 17.000.000,00 2,93
Despesas financeiras 12.000.000,00 2,07 12.000.000,00 2,07 12.000.000,00 2,07
(=)Lucro Líquido do Período 192.691.555,56 33,22 253.301.555,56 43,67 289.871.000,00 49,98
IRPJ 52.727.388,89 9,09 0,00 0,00 0,00 0,00
CSLL 18.990.500,00 3,27 0,00 0,00 0,00 0,00
(=) Resultado do periodo 120.973.666,67 20,86 253.301.555,56 43,67 289.871.000,00 49,98
Quadro 12 – Demonstrações de resultado comparadas - Valores em R$
Fonte: Elaborados pelos autores.

Desta forma, observa-se a diferença de percentual de lucro sobre a receita das três formas
de constituição dessa empresa, de modo a perceber a diferença muito grande de lucro
entre elas, saindo de 20,86% da primeira para 49,98% da segunda.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Ao analisar as Demonstrações de Resultado comparadas, percebe-se que a diferença dos


resultados finais após IRPJ e CSLL é muito grande.

Isso deve-se a diferença das deduções da receita, em que a instituição filantrópica que
oferta os programas e a que oferta e não é filantrópica tem redução de 60% do ISSQN
devido (especificamente no município de Maringá/PR), que equivale a menos R$
6.960.000,00 milhões de gastos.

Esse fato não acontece na instituição que não oferta os programas e não é filantrópica.
Além do fato que a filantrópica é isenta de CPS de 20%, totalizando R$ 6.569.444,44
milhões de gastos com encargos sociais nas outras duas situações.

Os valores de PIS e COFINS isentos somam R$ 53.650.000,00 de acordo com o quadro


apresentado abaixo.

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TRIBUTOS Filantrópica que utiliza Não Filantrópica Não Filantrópica que
incentivos que utiliza NÃO utiliza incentivos
incentivos
ISSQN 4.640.000,00 4.640.000,00 116.000,00
CPS -0- 6.569.444,44 6.569.444,44
PIS -0- -0- 9.570.000,00
COFINS -0- -0- 44.080.000,00
TOTAL 4.640.000,00 11.209.444,44 71.819.444,44
DIFERENÇA DA 1ª 6.569.444,44 DIFERENÇA DA 60.610.000,00
PARA 2ª. 2ª PARA A 3ª.
Quadro 13 – Diferenças dos valores tributários – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelo autor.

Ao comparar as diferenças de tributação com a receita total no Quadro 13, temos que, R$
6.569.444,44, que é a diferença da primeira situação pra segunda corresponde a
aproximadamente 1,13% da receita bruta total, levando em consideração que a Receita
soma R$ 580.000.000,00.

Já da 2° para terceira, no valor de R$ 60.610.000,00, equivale a 10,45%, o que já é um


montante bem considerável em relação a receita bruta.

Quando se analisa sobre os tributos IRPJ e CSLL, observa-se que o resultado da


instituição que não oferta os programas e, consequentemente, não tem incentivos ficais,
tem lucro antes dos impostos sobre o lucro, e também, em sua demonstração, ela tem
como despesas provisões para crédito de liquidação duvidosa e para processos e
contingencias judiciais que, para fim de imposto de renda, não podem ser considerados
como despesas, pois ainda não ocorreram, sendo assim adicionadas no LALUR no cálculo
dos impostos.

O valor referente a imposto de renda mais adicional é de nessa instituição é de R$


52.727.388,89 milhões e a contribuição social de R$ 18.990.500,00, o que na instituição
com incentivos não ocorre e na com incentivos e filantrópica não ocorre, pela isenção dos
pagamentos desses tributos.

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QUADRO RESUMO DAS DIFERENÇAS

Não filantrópica/não Não filantrópica/Utiliza filantrópica/utili DIFERENÇAS DIFERENÇA


utiliza os incentivos os incentivos za incentivos 1° P/ 2° S 2° P/ 3°
Receita operacional bruta 580.000.000,00 580.000.000,00 580.000.000,00 0,00 0,00
(-)Deduções da receita 65.250.000,00 4.640.000,00 4.640.000,00 60.610.000,00 0,00
Pis 9.570.000,00 0,00 0,00 9.570.000,00 0,00
Cofins 44.080.000,00 0,00 0,00 44.080.000,00 0,00
ISSQN 11.600.000,00 4.640.000,00 4.640.000,00 6.960.000,00 0,00
(=)Receita Operacional Liquida 514.750.000,00 575.360.000,00 575.360.000,00 -60.610.000,00 0,00
(-)Custo do serviço prestado 235.000.000,00 235.000.000,00 235.000.000,00 0,00 0,00
(=)Lucro Bruto 279.750.000,00 340.360.000,00 340.360.000,00 -60.610.000,00 0,00
(-)Despesas Operacionais 92.058.444,44 55.489.000,00 92.058.444,44 36.569.444,44 -36.569.444,44
Folha de pagamento 27.500.000,00 27.500.000,00 27.500.000,00 0,00 0,00
Férias + 1/3+ 13° Salário 5.347.222,22 5.347.222,22 5.347.222,22 0,00 0,00
Encargos Sociais 9.197.222,22 2.627.777,78 9.197.222,22 6.569.444,44 -6.569.444,44
Despesa com serviço de terceiros 15.000.000,00 15.000.000,00 15.000.000,00 0,00 0,00
Administrativas gerais 15.000.000,00 -15.000.000,00 15.000.000,00 30.000.000,00 -30.000.000,00
Pesquisa e desenvolvimento científico 1.700.000,00 1.700.000,00 1.700.000,00 0,00 0,00
Provisão para crédito de liquidação duvidosa3.314.000,00 3.314.000,00 3.314.000,00 0,00 0,00
Provisão para processos e contingencias judiciais
15.000.000,00 15.000.000,00 15.000.000,00 0,00 0,00
Resultado antes das receitas e despesas financeiras
187.691.555,56 284.871.000,00 248.301.555,56 -97.179.444,44 36.569.444,44
(+/-) Receitas e despesas financeiras 5.000.000,00 5.000.000,00 5.000.000,00 0,00 0,00
Receitas financeiras 17.000.000,00 17.000.000,00 17.000.000,00 0,00 0,00
Despesas financeiras 12.000.000,00 12.000.000,00 12.000.000,00 0,00 0,00
(=)Lucro Líquido do Período 192.691.555,56 289.871.000,00 253.301.555,56 -97.179.444,44 36.569.444,44
IRPJ 52.727.388,89 0,00 0,00 52.727.388,89 0,00
CSLL 18.990.500,00 0,00 0,00 18.990.500,00 0,00
(=) Resultado do periodo 120.973.666,67 289.871.000,00 253.301.555,56 -168.897.333,33 36.569.444,44
Quadro 14 – Quadro resumo das diferenças – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelo autor.

Portanto, observando o Quadro 14 e, analisando essas diferenças de valor do


Demonstrativo de resultado, observa-se a diferença gritante entres as opções que a
instituição pode utilizar.

Essa diferença pode trazer uma competitividade de mercado muito grande, pois, quando
os custos são menores, os preços também podem ser ofertados com bastante vantagem
para o cliente, resultado mais atratividade para os alunos atuais e novos da instituição e
que, em tese, aumentariam a receita dela.

CONCLUSÃO

Conclui-se que é de extrema importância para a esta instituição a elaboração do


Planejamento Tributário com efeitos a longo prazo, pois, a partir dele, poderá optar
escolher a melhor forma para diminuir o ônus tributário, impactado no seu resultado
operacional, de maneira lícita.

Nesse estudo, é evidente a aplicação do conceito de planejamento tributário, as diferenças


dos débitos tributários na empresa que não utiliza os benefícios fiscais, consequentemente
não executando um planejamento, em relação à instituição estudada. Portanto, ter um
profissional que ajude o empresário a conhecer as legislações e as nuances tributárias das
atividades educacionais é de extrema importância.

Evidencia-se de grande importância as organizações encontrarem um profissional

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capacitado que possa ajudar os gestores a escolher um caminho legal para diminuir seu
ônus tributário.

Porém, ser constituída como entidade filantrópica e ofertar bolsas de estudos para ter
acesso aos benefícios fiscais é uma escolha difícil para a instituição, pois traz sim
benefícios, mas também traz responsabilidades, como prestar serviços grátis para a
sociedade, de forma a ajudar e cumprir o papel que a lei de isenção exige. Neste caso,
além da oferta de bolsa na maioria das vezes integral para alunos, ter-se-á gastos
adicionais com controladoria (gestão) dos tributos nesta modalidade e as exigências do
fisco, estabelecidas no Decreto 8.242/2014.

Observe-se então que há exigências específicas para as filantrópicas, tais como: aplicar
seus recursos de forma integral apenas dentro do Pais (Brasil), não podem distribuir lucros
para seus mantenedores ou sócios, não cobrar nenhuma contrapartida pelos serviços
prestados gratuitamente, manter em boa ordem e à disposição da Secretaria da Receita
Federal do Brasil as demonstrações contábeis e financeiras devidamente auditadas por
auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade,
entre outras exigências.

Tais montantes, depesas e encargos adicionais NÃO foram inclusos nos demonstrativos
de resultados comparados (quadro 14 anteriormente exposto).

A empresa estudada recebe alguns incentivos fiscais pela oferta dos programas de ensino
governamentais, sendo o PROUNI, PROMUBE e FIES. Já a que é constituída como
filantrópica já tem isenção de IRPJ e CSLL, não utilizando esse incentivo do PROUNI,
mas podendo usar os incentivos de PIS e COFINS. O PROUNI isenta a organização do
pagamento de IRPJ, CSLL, COFINS e PIS. O PROMUBE promove uma redução de 60%
do ISSQN devido (este exclusivamente no município de Maringá/PR).

Já o FIES, não proporciona nenhum incentivo no âmbito fiscal, porém, além ele é pago o
valor cheio da mensalidade dos cursos, o de tabela, que é, na maioria dos cursos, um valor
mais alto do que os alunos da instituição que não utilizam do financiamento estudantil
pagam, o que é pode ser vantajoso (em termos financeiros) para a organização, levando
em consideração que são passados valores maiores, que aumentam a receita da empresa
e, consequentemente, o resultado dela.

Analisando os resultados coletados e calculados, observa-se visivelmente a diferença


entre os resultados econômicos das demonstrações expostas. Na primeira, tem-se uma
tributação considerável, considerando o pagamento de IRPJ e CSLL.

A despesa com folha de pagamento da instituição é significativa, gerando encargos sociais


de proporção similar, que numa instituição filantrópica seria diminuída
significativamente por conta da isenção do CPS.

Na instituição não filantrópica e na que apenas oferta os programas de ensino, o saldo


total da folha de pagamento mais os encargos geram um valor de despesas de R$
42.044.444,44, sendo equivalente a 7,25% da Receita Total. Comparativamente com a
filantrópica, esta teria menor impacto - cujas despesas com folha de pagamento somariam
R$ 35.475.000,00, sendo equivalente a 6,12% da Receita Total.

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Com relação aos resultados do período demonstrados no quadro de diferenças, temos uma
diferença de R$ 6.569.444,44 que é a diferença da primeira situação pra segunda
corresponde a aproximadamente 1,13% da receita bruta total, e da 2° pra terceira, no valor
de R$ 60.610.000,00 equivale a 10,45%, o que já é um valor bem considerável em relação
à receita bruta.

Um dos aspectos de diferenças entre a organização filantrópica ou não, é a distribuição


dos lucros, que de acordo com as normas fiscais do benefício as instituições filantrópicas
não poderão distribuir de forma alguma os lucros para mantenedores e sócios. Isto é
relevante para uma tomada de decisão a longo prazo, já que na instituição constituída
como prestadora de serviços educacionais, porém não filantrópica, tem autonomia para
fazer.

É preciso considerar que, ao ser constituida como entidade filantrópica e ofertar bolsas
de estudos, possibilitando condições legais para o acesso aos benefícios fiscais, exige,
ainda, responsabilidades adicionais, como:

- prestar serviços totalmente gratuítos à sociedade;


- exigências às normas constantes no Decreto 8.242/2014, especialmente na esfera de
obrigações acessórias e controles necessários para manutenção da certificação de entidade
social.

Também é preciso alertar sobre os limites de ação financeira para as filantrópicas,


principalmente quanto a aplicar seus recursos de forma integral e somente dentro do país
e não poderão distribuir lucros para seus mantenedores ou sócios.

Portanto, com relação a instituição de ensino estudada, chega-se a conclusão de que pode
ser muito vantajoso para a organização ofertar os programas governamentais de ensino,
além também de gozar prestígio junto da comunidade por ser constituída como instituição
filantrópica, gerando maiores recursos (pela economia tributária) para reinvestimento na
ampliação de serviços.

REFERÊNCIAS:

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<http://peritocontador.com.br/wp-content/uploads/2017/08/Apostila-Contabilidade-
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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 82
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Cofins-Importação, 11.941, de 27 de maio de 2009, 11.079, de 30 de dezembro de 2004,
10.925, de 23 de julho de 2004, 11.051, de 29 de dezembro de 2004, 7.827, de 27 de
setembro de 1989, 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.935, de 18 de novembro de 1994,
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CASO QUATRO: ANÁLISE DAS OPÇÕES TRIBUTÁRIAS DE UMA
EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE INDÚSTRIA DE ARTIGOS DE COURO

Autores:
Guilherme Rotta Matiusso: Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual
de Maringá.

Nilton Facci: Doutor em Administração Pública e Governo pela Fundação Getúlio Vargas
EAESP/SP. Professor no curso de Bacharel em Ciências Contábeis na Universidade
Estadual de Maringá.

RESUMO:

A gestão empresarial sempre será um grande desafio para qualquer empreendedor.


Aspectos sobre estrutura física, contratação de funcionários, relações com clientes e
fornecedores, relações com aspectos tributários, entre outros, são constantes
preocupações do dia-a-dia.

Especificamente para aspectos tributários, os processos já compreendidos no âmbito


conceitual e operacional do Planejamento Tributário possuem capacidade de contribuir
para a economia lícita de tributos, ou pelo menos a diminuir erros ou falhas na
identificação dos tributos exigidos pelos governos municipal, estadual e federal.

Para compreender um dos processos inerentes ao Planejamento Tributário, esse estudo


apresenta análises das opções tributárias de empresa que atua no ramo da indústria e
comércio de couros, situada no Município de Maringá, Estado do Paraná, decorrentes das
operações comerciais efetuados no período de 2017.

Os dados utilizados para os cálculos form obtidos junto aos gestores da empresa, com
apoio dos profissionais contábeis que executam serviços para a entidade.

Os resultados apontam que a referida empresa está na opção tributária menos onerosa,
que é o Simples Nacional, na qual foi possível obter lucros proporcionais a 41,31% frente
ao faturamento, e carga tributária de 10,08%.

Nesse sentido, recomenda-se que a empresa continue suas análises tributárias, para que
possa usufruir das permissões legais existentes, sem que incorra em quaisquer formas de
ilícitos tributários.

INTRODUÇÃO:

Esse estudo foca na análise das opções tributárias de empresa que atua no ramo de
indústria de artigos de couro situada no Município de Maringá, Estado do Paraná. Os
resultados e análises estão apresentados a seguir.

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS


HISTÓRICO DA EMPRESA

A empresa objeto do estudo em questão iniciou suas atividades em 16 de Dezembro de


1993 tendo com o Capital Social de R$ 200.000,00 tendo como ramo de atividade a

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indústria e comercio de artigos em couro. Em 21 de Julho de 1994 a empresa realizou a
abertura de uma Filial com o intuito de comercializar as mercadorias industrializadas pela
Matriz, porém a unidade da Filial não realizou operações de compra ou venda de
mercadorias no período de estudo.

A opção tributária da empresa no período de estudo é o Simples Nacional. A Matriz vende


seus produtos principalmente para os Estados do Paraná, Santa Catarina, Pernambuco,
Maranhão e Espirito Santo. Ao se analisar a aquisição de matéria-prima, a maior parte
dos seus fornecedores estão localizados nos Estados do Paraná, São Paulo e Rio Grande
do Sul.

A empresa conta com 15 colaboradores no total divididos dentre diversas atividades como
auxiliar de produção, costureira, cortador, auxiliar de montagem e um gerente de
produção, além de duas funcionárias que cuidam do setor administrativo. Até o momento
a empresa conta com dois sócios no quadro societário.

Embasado nos dados fornecidos pela empresa, a seguir está elaborado os cálculos
apresentando a opção tributária que seria menos onerosa em questão de tributos para o
desembolso financeiro.

Primeiro foi realizada análise do Simples Nacional. A segunda opção que foi analisada
foi a do Lucro Presumido e, por fim, a opção do Lucro Real onde foi feita as projeções
relativas ao Lucro Real Anual e o Trimestral.

Apuração do Simples Nacional

O Simples Nacional é o regime tributário que a empresa optou a partir do ano de 2007 até
o momento do estudo. Sua característica é que, por ser um regime diferenciado onde o
recolhimento dos tributos é feito de forma unificada através do Documento de
Arrecadação do Simples Nacional, exige menos obrigações acessórias do que demais
regimes, de acordo com a LC 123/2006.

AN Vendas Vendas (-) Devoluções Total Alíquo Simples


O Matriz Filial ta Devido
Tota 968.609,39 - - 959.985, variáve 71.806,92
l 8.623,88 51 l
Quadro 5 – Apuração Simples Nacional em 2017 – valores em R$
Fonte: elaborado pelos autores

O Quadro 8 apresenta as receitas auferidas dentro do ano de 2017, evidenciando o


faturamento mensal da Matriz e da Filial separados e também a soma dos dois
faturamentos para efetuar o cálculo do Simples Nacional. Todas as receitas que constam
no quadro foram oriundas de venda de produção da Matriz, sendo assim, não houve
qualquer tipo de receita de outra fonte, segundo relatório fornecido pela empresa.

A coluna que demonstra a alíquota no quadro 08 foi feita de acordo com o Anexo II da
Lei Complementar 123/2006 que trata das indústrias, a alíquota variável foi calculada de
acordo com o desconto do percentual do ICMS concedido no Estado do Paraná de acordo
com o Decreto nº 3.822/2012.

Ao se analisar o quadro 08 pode-se perceber que a alíquota é constante de Janeiro a

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Dezembro o que indica a permanência na mesma faixa de tributação no ano inteiro. Faixa
essa que é determinada pelo faturamento dos doze últimos meses ao período de apuração.

A título de esclarecimento e exemplificação, o cálculo da apuração do Simples Nacional


para Janeiro de 2017 levou em conta o faturamento dos doze últimos meses anteriores ao
período de apuração, ou seja, o faturamento auferido pela empresa no período de Janeiro
a Dezembro de 2016 que totaliza R$ 973.607,28.

Após encontrar a RBT é possível determinar em qual faixa de tributação a empresa se


enquadra para determinar qual a alíquota a ser aplicada naquele período da apuração, a
qual em Janeiro foi de 8,78%. Porém de acordo com o Decreto 3.822/2012 citado acima,
há um benefício na alíquota de ICMS para empresas que se enquadram nos Anexos I e II,
e todas as faixas de enquadramento.

No mês de Janeiro de 2017, o percentual de ICMS dentro da faixa de enquadramento é


de 2,82% tendo uma redução de 46,10%, portanto, a alíquota de 2,82% passa a ser de
1,52%. Logo, a alíquota do Simples Nacional passa de 8,78% para 7,48%. Para os demais
períodos de apuração foi utilizado o mesmo raciocínio, observando a RBT para o período.

A coluna das devoluções evidencia o quanto foi devolvido dos produtos vendidos e a
última coluna representa o valor a ser desembolsado mensalmente referente a apuração
pelo Simples Nacional no período de Janeiro a Dezembro de 2017, totalizando um
montante de R$ 71.806,92.

Parte Parte Simples


Vendas
ANO Devoluções Total Alíquota ICMS s/ ICMS c/ a
Matriz
Redução Redução Recolher
-
Total 968.609,39 8.623,88 959.985,51 - - - 78.105,44
Quadro 6 – Apuração do Simples Nacional conforme LC 155/2016 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O Quadro 9 exemplifica como ficaria o cálculo do Simples Nacional caso fosse calculado
com as alterações da Lei Complementar 155/2016, dentro do Anexo II da mesma lei.

A diferença entre o quadro 08 e 09 é a forma de se chegar a alíquota efetiva para se aplicar


a base de cálculo. De modo que, no quadro 05 apenas se utiliza das tabelas de alíquotas
conforme disponibilizado no Anexo II da Lei Complementar 123/2006 e no Decreto
3.822/2012.

Para o Quadro 10, se faz necessário além das tabelas apresentadas no Anexo II aplicar
uma fórmula matemática disponibilizada na Lei Complementar que nos permite chegar a
𝑅𝐵𝑇 12 𝑥 𝐴𝑙𝑖𝑞−𝑃𝐷
alíquota efetiva do tributo. Sendo a alíquota efetiva resultado de: , sendo:
𝑅𝐵𝑇 12

RBT 12: Receita bruta acumulada nos últimos 12 meses anteriores ao de apuração
Aliq: alíquota nominal constante nos Anexos I a V da Lc 155/2016
PD: parcela a deduzir constante nos Anexos I a V da Lc 155/2016

Devido ao fato da receita bruta acumulada nos últimos doze meses anteriores ao de
apuração ser alterada mensalmente é necessário que a fórmula seja aplica mensalmente

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 87
para se chegar na alíquota efetiva para cada período de apuração. A título de exemplo,
para apuração de Janeiro de 2017, a receita bruta acumulada é de R$ 973.607,28, logo
aplicando a fórmula a alíquota efetiva seria de 8,8890%.

A repartição para o ICMS será de 2,8445% e a alíquota do ICMS dentro do Paraná será
de 2,1167% e o percentual de redução de 25,5862%.

Se analisar o Quadro 09 em comparação com o Quadro 08 a empresa pagaria R$ 6.298,52


a mais de Simples Nacional com o cálculo no novo formato.

ANO Compras Devolução de Compras Total


Total 96.391,06 117,50 96.273,56
Quadro 7 – Compras por Período – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O Quadro 10 apresenta, em valores, as matérias primas adquiridas no período de 2017


destinadas ao processo de industrialização. A maioria dessa matéria-prima são recortes
de couro ou ainda retalhos que serão utilizados nos processos de corte e costura. Uma
menor parte dessas compras refere-se a materiais secundários utilizados pela empresa
como botões ou fivelas.

Apenas no período do mês de Setembro houve uma devolução de matéria-prima com o


valor de R$ 117,50. Nos relatórios da empresa não constava conhecimentos de frete. Ao
final do ano de 2017 a soma do das compras deduzidas das devoluções totalizou um
montante de R$ 96.273,56.

Remuneração
ANO Salários 13º Salário 1/3 de Férias
Total

Total 324.882,50 27.073,54 9.024,51 360.980,56


Quadro 8 – Folha de Pagamento do Simples Nacional em 2017 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores.

O Quadro 11, mais especificamente, na segunda coluna apresenta as informações a


respeito dos salários pagos pela empresa a seus colaboradores totalizando um montante
de R$ 324.882,50 no período de Janeiro a Dezembro de 2017.

A terceira coluna demonstra o valor do 13º salário e do valor de férias que é feita
mensalmente totalizando R$ 27.073,54. A quarta coluna traz os valores referentes ao 1/3
de férias que em 2017 totalizou R$ 9.024,51.

A última coluna traz a soma dos fatores das colunas anteriores representando o valor pago
pela empresa em cada mês de 2017 que totalizou nesse período R$ 360.980,56.

Por ser optante pelo Simples Nacional, a empresa fica desobrigada quanto ao
recolhimento da Contribuição Previdenciária Patronal (CPP) e da parte de terceiros, sendo
tais contribuições recolhidas como alíquota do Simples Nacional.

Se voltarmos ao Quadro 02 é possível observar que o CPP está incluso no cálculo mensal
do Simples Nacional. Levando em conta que a CPP da parte dos colaboradores não

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 88
apresenta desembolso por parte da empresa uma vez que já são descontados da folha de
pagamento, ficando a empresa apenas responsável pelo desconto da remuneração e o
recolhimento, o único tributo que incide sobre a folha de pagamento que a empresa é
obrigada a suportar ônus é o FGTS, conforme demonstrado abaixo.

ANO B.C. FGTS Mensal FGTS a Recolher


Total 268.006,97 21.440,56
Quadro 9 – FGTS a Recolher em 2017 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

No Quadro 12 é apresentada a base de cálculo utilizada para calcular o FGTS referente


aos meses de 2017, sendo que essa base é obtida com a provisão da remuneração total
dos funcionários. A terceira coluna apresenta os valores provisionados mensalmente de
FGTS, totalizando R$ 21.440,56. A alíquota utilizada para efetuar o cálculo desse tributo
corresponde a 8%. Logo, o valor total da folha de pagamento da empresa no ano de 2017
pode ser obtido com a soma da remuneração total e do FGTS a recolher.

Dando sequência a análise dos resultados o Quadro 13 apresenta o os valores do custo da


produção anual.

ANO MDC MOD CIF Custo de Produção


Total 97.547,76 136.891,43 18.499,57 252.938,76
Quadro 10 – Custo de Produção em 2017 para o Regime do Simples Nacional – Valores
em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O custo de produção foi calculado mensalmente levando em consideração a soma do


Material Direto Consumido (MDC), a Mão de Obra de Direta (MOD) e o Custo de
Indireto de Fabricação (CIF). O valor do MDC para o ano de 2017 foi de R$ 97.547,76,
retirado dos relatórios fornecidos pela empresa.

A MOD representa o custo que empresa teve com os funcionários envolvidos diretamente
com o processo de produção. De modo que o cálculo foi feito com base em relatórios
fornecidos pela empresa com os valores referentes a folha de pagamento de cada
funcionário e sua função, onde foi possível separar entre o custo com a mão de obra e as
despesas com folha de pagamento totalizando um total de R$ 136.891,43 com o custo da
mão de obra para a produção.

O CIF corresponde aos custos indiretos de fabricação que foram incorridos no processo
de fabricação, sendo que esses custos devem ser alocados ao custo total do produto. O
CIF do Quadro 13 foi fornecido pela empresa objeto de estudo.

Fazem parte do CIF da empresa: depreciação, energia, telefone, matérias de uso e


consumo. O CIF do período totaliza R$ 18.499,57.

Para o CPV (Custo do Produto Vendido) no regime do Simples Nacional em 2017, está
descrito no Quadro 14.

CPV Estoque Inicial Custo de Produção Estoque Final Total

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 89
2017 2.650,00 252.938,76 1.890,00 253.698,76
Quadro 11 – CPV em 2017 no Simples Nacional – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O CPV para o ano de 2017 foi obtido somando o Estoque Inicial de produtos acabados
para o ano de 2017 e o Custo de Produção obtido no quadro 14 e o resultado dessa
operação foi subtraído do Estoque Final de produtos acabados no ano de 2017, resultando
num valor de R$ 252.424,56.

As despesas operacionais são as despesas relacionadas com a atividade administrativa da


empresa. As despesas operacionais se diferenciam dos custos, pois não estão envolvidas
com o processo de produção dos produtos, porém essas despesas são necessárias para
manter as atividades operacionais administrativas e comerciais. O seguinte quadro
apresenta as despesas incorridas durante o ano de 2017.

ANO Desp. Operacionais


Total 239.090,97
Quadro 12 – Despesas em 2017 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

Como pode ser observado, as despesas operacionais da empresa somaram um montante


de R$ 239.090,97 durante todo o ano de 2017, sendo composto o valor de: pró-labore dos
sócios, honorários contábeis, depreciações, energia, software, folha de pagamento da área
administrativa da empresa, entre outras. Os valores foram retirados de relatórios
fornecidos pela empresa.

O Quadro 16 abaixo representa a como ficou a DRE da empresa pela apuração no Simples
Nacional.

DRE 2017 - SIMPLES NACIONAL


Receita Bruta 968.609,39
(-) Deduções da Receita Bruta - 80.430,80
Devoluções de Vendas - 8.623,88
Simples Nacional - 71.806,92
(=) Receita Líquida 888.178,59
(-) CPV - 253.698,76
(=) Lucro Bruto 634.479,83
(-) Despesas Operacionais - 239.090,97
(=) Lucro Líquido do Período 395.388,86
Quadro 13 – DRE Simples Nacional – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O Quadro 16 é a apresentação do resultado da empresa pela apuração dentro do Simples


Nacional para o período de 2017. A Receita Bruta corresponde o faturamento total da
empresa desconsiderando as devoluções de vendas e foi retirada do Quadro 8. As
Deduções da Receita é obtido com a soma do Simples Nacional a recolher no período de
2017 mais as devoluções de vendas, totalizando R$ 80.430,80, também retirado do
Quadro 8.

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 90
O CPV do período foi de R$ 253.698,76 sendo demonstrado no Quadro 14 como foi
obtido. A dedução do CPV pela Receita Liquida resultou em um Lucro Bruto de R$
634.479,83.

As Despesas Operacionais foram obtidas com a soma de valores de folha de pagamento


da parte administrativa da indústria, retiradas de pró-labore, depreciações, softwares e
outras despesas que são necessárias para as atividades da empresa, como demonstrado no
Quadro 15. No final do período de 2017 foi possível constatar que o Lucro Líquido do
Período foi de R$ 395.388,86 dentro do regime do Simples Nacional.

Apuração Lucro Presumido

No regime de apuração do Lucro Presumido, além da empresa ter mais obrigações


acessórias do que em comparação com a apuração no regime do Simples Nacional, a
empresa não recolhe os tributos de forma unificada, havendo tributos que serão recolhidos
mensalmente e tributos que serão recolhidos trimestralment. O recolhimento será
mensalmente, por exemplo, para o PIS e COFINS conforme demonstrado no quadro
seguinte.

ANO Vendas Matriz Devoluções Total PIS 0,65% COFINS 3%


Total 968.609,39 - 8.623,88 959.985,51 6.239,91 28.799,57
Quadro 14 – PIS e COFINS no Regime da Cumulatividade – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

Para a base de cálculo do PIS e COFINS foi utilizado o faturamento total da empresa
descontado as devoluções de venda que ocorreram em cada período.

Para o regime da cumulatividade a alíquota do PIS é de 0,65% e do COFINS é de 3%. No


final do período de 2017 o montante a recolher para o PIS seria de R$ 6.239,91 e o
montante do COFINS seria de R$ 28.799,57.

Além desses tributos, a empresa teria que pagar a cada trimestre o IRPJ e a CSLL, que
poderiam ser recolhidos em parcelas mensais (mas com juros SELIC) como opção. Esses
tributos são demonstrados nos quadros 18 e 19.

Base de Adicional IPRJ a


Período Receita Total Cálculo IRPJ 15%
10% Pagar
1º 8%
Trimestre
2º 187.190,28 14.975,22 2.246,28 - 2.246,28
Trimestre
3º 281.316,65 22.505,33 3.375,80 - 3.375,80
Trimestre
4º 197.476,55 15.798,12 2.369,72 - 2.369,72
Trimestre
Total 294.002,03 23.520,16 3.528,02 - 3.528,02
Quadro 15 – 959.985,51
Apuração do IRPJ no76.798,84 11.519,83 - em 2017 – Valores
Regime da Cumulatividade 11.519,83
em R$
Fonte: Elaborado pelos autores.

O Quadro 18 apresenta como seria o cálculo do IRPJ no regime do Lucro Presumido,


onde se presume uma porcentagem de lucro de acordo com a atividade da empresa, no
caso da empresa foco do estudo essa presunção é de 8% do faturamento da empresa

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 91
descontado as devoluções de venda, conforme art. 15º da Lei nº 9.249/1995. Sobre essa
presunção de 8% da receita da empresa se aplica a alíquota do IRPJ de 15%. Ao final do
período de 2017 o valor total de IRPJ seria de R$ 11.519,83 a recolher, visto que, não
houve incidência do adicional de 10% do excedente de R$ 60.000,00 da base de cálculo
do tributo.

Para a CSLL a receita total utilizada seria a mesma do IRPJ alterando a base de cálculo e
a alíquota do tributo.

Base de
Período Receita Total Cálculo Alíquota CSLL a Pagar
12%
1º Trimestre 187.190,28 22.462,83 9% 2.021,66
2º Trimestre 281.316,65 33.758,00 9% 3.038,22
3º Trimestre 197.476,55 23.697,19 9% 2.132,75
4º Trimestre 294.002,03 35.280,24 9% 3.175,22
Total 959.985,51 115.198,26 - 10.367,84
Quadro 16 – Apuração CSLL no Regime de Cumulatividade em 2017 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

Para realizar o cálculo da CSLL, a base de cálculo é de 12% para a atividade da empresa
e a alíquota do tributo seria de 9%. No final do período o valor total de CSLL seria de R$
10.637,84 a recolher.

Para o cálculo da apuração do ICMS deve-se levar em consideração alguns aspectos,


como o estado de destino dos produtos, se o cliente é ou não contribuinte do ICMS. No
período de estudo, a empresa vendeu seus produtos para alguns estados do país assim
como para contribuintes e não contribuintes do ICMS.

Ao se analisar as vendas para contribuintes dentro do Estado do Paraná, a alíquota a ser


utilizada é de 12%. Para clientes situadas no estado da região Sul e Sudeste, exceto o
Estado do Espirito Santo, a alíquota a ser utilizada também seria de 12%. Para clientes
situados nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e no Estado do Espírito Santo a
alíquota a ser utilizada seria de 7%.

Para as vendas destinadas a consumidores finais fora do Paraná são necessárias que sejam
destacados na nota fiscal a mesma alíquota utilizada nas situações acima descritas, porém
se faz necessário o recolhimento do chamado DIFAL (Diferencial de Alíquota), onde se
calcula a diferença entre as alíquotas interestaduais e a alíquota interna do Estado de
Destino. Dessa diferença de alíquotas é aplicado ao valor total da nota fiscal. Após esse
procedimento, no ano de 2017, 40% do valor seria destinado ao Estado de Origem e 60%
do valor seria destinado ao Estado de Destino. Nota: os percentuais alteraram em 2018 e
2019, mas o montante a ser recolhido (custo para a empresa) permanece o mesmo.

Em seguida, serão apresentados os quadros para cada situação descrita.

Venda da Empresa Devolução


ANO Alíquota ICMS a Recolher
p/ Contribuinte de Compras
Total 648.177,52 117,50 - 77.795,40

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 92
Quadro 17 – Apuração do ICMS a Recolher no Regime Não-Cumulativo em 2017
(Região Sul e Sudeste – exceto o ES) para Contribuinte do ICMS – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O Quadro 19 apresenta as vendas de produtos realizados para os contribuintes na região


Sul e Sudeste – exceto do ES, e também para os clientes contribuintes no Estado do
Paraná. O faturamento total para esse cenário foi de R$ 648.177,52 conforme
demonstrado na segunda coluna. Na terceira coluna está destacada uma devolução de
compra em que seria necessário efetuar o destaque do imposto para devolução, como o
fornecedor é da região Sul-Sudeste excluindo o ES foi adicionado a este cenário. Ao final
do período de 2017 o total de ICMS a recolher nessa condição foi de R$ 77.795,40.

Venda da Empresa p/
ANO Alíquota ICMS a Recolher
Contribuinte
Total 302.782,29 - 21.194,76
Quadro 18 - Apuração do ICMS a Recolher no Regime da Não-Cumulatividade em 2017
(Região Norte, Nordeste, Centro-Oeste e ES) para Contribuintes do ICMS – Valores em
R$
Fonte: Elaborado pelos autores

No Quadro 20 é possível observar o total das vendas realizadas para as regiões Norte,
Nordeste, Centro-Oeste e ES e para clientes contribuintes do ICMS em 2017 foi de R$
302.782,29. A alíquota para esses casos é de 7% sobre as vendas totalizando em um
montante de R$ 21.194,76 de ICMS a recolher.

Venda p/ Consumidor
ANO Alíquota ICMS a Recolher
Final - PR
Total Geral 16.546,96 - 2.978,45
Quadro 19 - Apuração de ICMS no Regime da Não-Cumulatividade em 2017 para
Consumidores Finais no Estado do Paraná – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O Quadro 21 apresenta o total das vendas efetuadas a consumidores finais dentro do


Estado do Paraná que totalizam R$ 16.546,96. A alíquota para esse caso é de 18% e o
montante a recolher nesse caso totaliza um montante de R$ 2.978,45.

Venda da Empresa p/
ANO 2017 Consumidores Finais de ICMS Destino ICMS Origem
outros Estados
Total 10.092,63 626,17 417,44
Quadro 20 - Apuração de ICMS DIFAL no Regime de Não-Cumulatividade (Venda a
Consumidores Finais fora do Paraná) – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O Quadro 22 traz o total das vendas para consumidores finais fora do Estado do Paraná,
ou seja, estão sujeitas a incidência do DIFAL (Diferencial de Alíquota) conforme
explicado anteriormente, é a diferença entre as alíquotas interestaduais e a alíquota interna
do Estado de Destino do produto, e esse valor a ser pago é repartido em 60% para o Estado
de Destino e 40% para o Estado de Origem dos produtos, para o ano de 2017, conforme
a Emenda Constitucional 87/2015. Para o período de 2017, o total de vendas que estão

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 93
inseridas nesse cenário é de R$ 10.092,63. O montante a ser destinado aos Estados de
Destino é de R$ 626,17 e o montante destinado ao Estado de Origem é de R$ 417,44.

O total a recolher de ICMS durante o período de 2017 somando todos os cenários resulta
num montante de R$ 103.012,22, porém esse saldo poderá ser compensado pelos valores
a recuperar do tributo proveniente da compra de matéria prima e das devoluções de venda.

ICMS a Recuperar
Crédito de
ANO Compras Devoluções de Total
ICMS
Venda
Total 97.665,26 840,98 96.273,56 3.993,26
Quadro 21 – Crédito de ICMS sobre as Compras Líquidas – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O valor total das compras com direito a crédito de ICMS totalizou R$ 97.665,26. Ao se
analisar as compras, de acordo com os relatórios da empresa, foi constatado que quase a
totalidade das compras foram feitas de empresas enquadradas no Simples Nacional,
portanto os créditos passíveis de aproveitamento são aqueles correspondentes a alíquota
paga pelo fornecedor dentro da sua apuração no Simples Nacional. Devido a esse fato, o
total de créditos de ICMS totalizou R$ 3.993,26. Pelo fato da empresa optar pelo crédito
presumido de ICMS concedido pelo estado do Paraná não foi considerado o crédito do
estoque inicial.

Sendo que esse valor dos créditos poderia ser compensado com o saldo a recolher
resultante da venda de mercadorias para que seja apurado o saldo a pagar do ICMS. De
acordo com relatórios da empresa não foi tomado nenhum serviço de frete para que possa
ser adicionado ao valor dos créditos. Nem houve aquisição de energia pela empresa no
período estudado.

O direito a crédito proveniente da depreciação do ativo imobilizado já tinha sido prescrito


o direito de utilização desses valores, que seria de cinco anos a partir do momento da
emissão da nota fiscal.

O Quadro 25 demonstra o saldo a pagar de ICMS mensalmente fazendo as compensações.

ICMS a
ICMS ICMS
Recuperar ICMS a
ANO ICMS a Recolher DIFAL DIFAL
das Pagar/Recuperar
DEST. ORIGEM
Compras
Total 101.968,62 626,17 417,44 3.993,26 97.975,36
Quadro 22 – Valor do ICMS a Pagar em 2017 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O montante total de ICMS a recolher no período de 2017 é de R$ 99.018,97, caso a


empresa optasse pela apuração normal do ICMS, sem considerar o crédito presumido.
Esse valor corresponde à diferença entre o saldo de ICMS a recolher e o saldo de ICMS
a recuperar, somada a saldo de ICMS DIFAL para o Estado de Destino e o ICMS DIFAL
para o Estado de Origem. Os valores de ICMS DIFAL não podem ser compensados com
os créditos do imposto.

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 94
Outra forma de efetuar a apuração do ICMS é através do chamado Crédito Presumido que
está previsto no RICMS/PR, mais especificamente no Item 50 do Anexo VII, que abrange
algumas atividades além da atividade de artigos de vestuário.

Nessa modalidade a alíquota de ICMS será de 8% nas operações internas e interestaduais


que estão sujeitas à alíquota de 12%, e de 4,67% nas operações interestaduais sujeitas a
alíquotas de 7%. Os quadros seguintes demonstrarão a apuração do ICMS nessa
modalidade.

Alíquota do ICMS a Recuperar


ICMS a
ANO Venda Crédito pelo crédito
Recolher
Presumido Presumido
Total 664.724,48 80.773,86 variáveis 53.177,96
Quadro 23 – Apuração do ICMS a Recolher pelo Crédito Presumido 8% - Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O Quadro 26 apresenta o valor do ICMS a recolher pelo regime normal de apuração


destacado nas as vendas efetuadas para as regiões Sul e Sudeste, exceto o ES, e pela
apuração do Crédito Presumido, portanto estão sujeitas a alíquota de 8% de ICMS.

O montante a ser recolhido nessa modalidade é de R$ 27.595,90, sendo que nessa forma
de apuração a empresa não precisa se preocupar se o cliente é contribuinte ou não do
tributo. Devendo apenas efetuar a verificação da alíquota interna do produto no Estado
em que o cliente está situado.

O mesmo Item 50 do anexo VII do RICMS/PR determina que as empresas que optarem
pela apuração na forma do Crédito Presumido não poderá aproveitar os créditos
provenientes das compras para industrialização, assim como para os fretes tomados e a
aquisição de energia elétrica.

ICMS a
Alíquota do
ICMS a Recuperar pelo
ANO Venda Crédito
Recolher Crédito
Presumido
Presumido
Total 302.782,29 21.194,76 variáveis 989,80
Quadro 24 – Apuração do ICMS a Recolher pelo Crédito Presumido 4,67% - Valores em
R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O Quadro 27 apresenta à totalidade do ICMS destacado nas vendas destinadas as regiões


do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e ao Estado do Espirito Santo. Nesse cenário, o
montante de ICMS a Recolher na apuração do crédito presumido é de R$ 20.204,96.

Ao se analisar a apuração pela forma do Crédito Presumido é possível constatar que o


montante total a ser pago pela empresa somando as duas situações é de R$ 47.800,86. Se
comparado com a forma normal de apuração, a empresa teria de pagar o total de R$
97.975,36.

No caso da empresa foco de estudo, compensaria optar pela apuração na forma do Crédito
Presumido porque as compras quase não teriam créditos a recuperar para realizar a

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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 95
compensação com o valor a recolher do tributo. No Crédito Presumido a empresa pagaria
R$ 50.174,50 a menos do que na apuração normal do tributo.

Ao se tratar da folha de pagamento no regime normal de apuração a empresa em questão


teria algumas alterações em comparação com o Simples Nacional. No caso do ramo de
atividade da empresa, CNA-E 1414-2/00, foco do estudo e da NCM, 6217.10.00, por ela
usada estariam dispensadas da CPP sobre a receita bruta (Art. 8º da Lei 12.546/2011),
mais comumente conhecido como desoneração da folha de pagamento. A empresa ficaria
dispensada do recolhimento da CPP sobre a receita bruta, porém fica obrigada ao
recolhimento de 20% de CPP sobre a folha de pagamento (Art. 22 da Lei nº 8.212/1991)
e fica obrigada também a recolher a parte de terceiros e o RAT.

Terceiros
ANO Remuneração Total CPS 20% RAT 3% Total
5,8%
Total 324.882,50 64.976,50 18.843,19 9.746,48 418.448,66
Quadro 25 – Folha de Pagamento no Regime de Cumulatividade – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

Como dito anteriormente como a empresa não se enquadra na desoneração da folha de


pagamento, portanto deve recolher o equivalente a 20% da remuneração de seus
funcionários, o que totaliza R$ 64.976,50. A base de cálculo tanto para a CPP, quanto
para a parte de terceiros e o RAT foi a remuneração total dos funcionários no mês. Para
a parte de terceiros foi aplicado a alíquota de 5,8% totalizando R$ 18.843,19 e para o
RAT foi utilizado uma alíquota de 3% totalizando R$ 9.746,48. O total das despesas com
a folha de pagamento no período de 2017 foi de R$ 418.448,66, sendo que este valor deve
ser somado aos valores do FGTS demonstrados no Quadro 12.

O Quadro 28 a seguir demonstra os ajustes feitos em relação a apuração do Simples


Nacional:

Estoque Final
ANO Estoque Inicial LP
Compras LP LP MDC LP
Total 3.624,68 92.598,30 2.065,15 94.157,83
Quadro 26 – MDC Ajustado para o Lucro Presumido em 2017 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

Para se obter o valor do MDC mensal é preciso somar os valores de Estoque Inicial
ajustados para o a apuração do Lucro Presumido com os valores de Compras também
ajustados para o Lucro Presumido e o resultado dessa operação é necessário efetuar a
subtração do saldo de Estoque Final ajustado para o Lucro Presumido.

As compras já foram ajustadas para apuração do Lucro Presumido, ou seja, os valores de


compras já estão líquidos dos valores a se creditar de tributos na compra. No saldo de
Estoque Inicial também foi feito o ajuste de se recuperar o valor correspondente a 12%
como é previsto no RICMS/PR. Sendo assim, o valor do MDC para o período de 2017
totalizou R$ 94.157,83.

Para os cálculos dos custos de produção do período, ficaram os seguintes valores


estabelecidos:

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ANO MDC MOD CIF Custo de Produção


Total 94.157,83 181.171,12 18.580,40 293.909,35
Quadro 27 – Custo de Produção Ajustado para 2017 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O valor de MDC correspondente a R$ 94.157,83 já comentado anteriormente e retirado


do Quadro 29.

O valor da MOD do período, em comparação com a apuração do Simples Nacional, teve


um acréscimo no valor referente aos valores da CPP, da parte de terceiros e do RAT.
Portanto, o valor da MOD pode ser obtido com a soma dos valores do Quadro 27, que
trata a respeito da parte da CPP e a soma dos valores do Quadro 12 que trata a respeito
dos valores de FGTS, porém esse último teve de ser rateado conforme a função dos
funcionários sendo incluindo aos valores da MOD o valor do FGTS referente apenas
aqueles funcionários que exercem suas funções na fábrica, totalizando R$ 181.171,12.

Os valores de CIF correspondem a materiais de consumo utilizados na fábrica e as


depreciações das máquinas, resultando em um total de R$ 18.580,40.

O próximo quadro apresenta o CPV obtido no período de estudo mensalmente e o valor


total para o ano de 2017 para o regime do Lucro Presumido:

CPV ANO Estoque Inicial Custo de Produção Estoque Final Total


Total 2.332,00 293.909,35 1.886,17 294.355,18
Quadro 28 – CPV Ajustado para o Lucro Presumido em 2017 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

No Quadro 31 é demonstrado o CPV (Custo do Produto Vendido) para o regime de


apuração do Lucro Presumido, dentro do quadro o valor do estoque inicial está
descontado 12% do crédito de ICMS referente ao estoque previsto no RICMS/PR. O valor
do custo de produção foi retirado do Quadro 30.

ANO Desp. Operacionais


Total 472.098,46
Quadro 29 – Despesas Operacionais Ajustadas para o Lucro Presumido em 2017 – Valor
em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

As despesas operacionais para o Lucro Presumido se manteriam os mesmos valores do


Simples Nacional, se não fosse pela obrigatoriedade de recolhimento de tributos sobre a
folha de pagamento (CPP, a parte de terceiros e o RAT). Essa contribuição obrigatória
foi rateada pelo número de funcionário e seus cargos. As despesas totalizaram R$
472.098,46.

O Quadro 33 a seguir demonstra como ficou a DRE da empresa com a apuração do Lucro
Presumido:

DRE 2017 - LP 1º 2º 3º 4º TOTAL


Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre

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Receita Bruta 193.976,52 281.646,65 197.712,16 295.274,06 968.609,39
(-) Deduções da Receita - - - - -
Bruta
Impostos s/ Vendas 33.860,39
- 39.290,76
- 30.205,12
- 43.319,32
- 146.675,58
-
ICMS s/ Vendas 27.074,15
- 38.960,76
- 29.969,51
- 42.047,29
- 138.051,70
-
PIS s/ Faturamento 20.191,90
- 28.526,50
- 22.389,62
- 30.860,60
- 101.968,62
-
COFINS s/ 1.216,74
- 1.828,56
- 1.283,60
- 1.911,01
- 6.239,91
-
Faturamento
ICMS Difal 5.615,71
- 8.439,50
- 5.924,30
- 8.820,06
- 28.799,57
-
Devoluções de Vendas 49,80
- 166,20
- 372,00
- 455,61
- 1.043,61
-
(=) Receita Líquida 6.786,24 242.355,89
160.116,13 330,00 235,61
167.507,04 1.272,03
251.954,74 8.623,88
821.933,81
(-) CPV - - - - -
(=) Lucro Bruto 68.081,19 73.635,44 75.905,75 76.732,80
92.034,95 168.720,45 91.601,29 175.221,94 294.335,18
527.57864
(-) Despesas Operacionais - - - 86.307,54 - -
(=) Lucro antes do IRPJ 99.555,62
- 88.089,94
80.630,52 5.293,76 91.451,05
83.770,89 365.404,15
162.174,49
e CSLL
(-) IRPJ 7.520,67
- - - - -
(-) CSLL 2.246,28
- 3.375,80
- 2.369,72
- 3.528,02
- 11.519,83
-
(=) Lucro/Prejuízo do 2.021,66 3.038,22
(11.788,61) 74.216,50 2.132,75
791,29 3.175,22
77.067,64 10.367,84
140.286,82
Período30 – DRE em 2017 para o Lucro Presumido – Valores em R$
Quadro
Fonte: Elaborado pelos autores

O Quadro 33 apresenta como ficaria a DRE da empresa caso ela optasse pelo Lucro
Presumido no ano de 2017, lembrando que a opção será manifestada no momento em que
for recolhido a primeira ou única cota do IRPJ correspondente ao primeiro período de
apuração dentro do ano-calendário.

Os valores referentes a Receita Bruta, as Devoluções de Venda, PIS e COFINS foram


retirados do Quadro 17. Os valores apresentados de ICMS sobre vendas foram retirados
dos quadros 26 e 27. O CPV foi retirado do Quadro 31 e as Despesas Operacionais do
Quadro 32. Por fim, os valores apresentados para a CSLL e o IRPJ foram retirados dos
quadros 18 e 19, respectivamente.

Da segunda coluna até a quinta coluna é apresentado os valores para cada conta nos quatro
trimestres de 2017. A sexta coluna é a soma dos valores dos quatro trimestres, logo,
apresenta a DRE anual para o ano de 2017. Como é possível observar a empresa teria
prejuízos contábeis no primeiro e lucros contábeis no segundo, terceiro e no quarto
trimestre. Ao efetuar a soma dos resultados dos trimestres é possível observar que o
resultado anual da empresa seria de um lucro contábil de R$ 140.286,82.

Apuração do Lucro Real Trimestral

Caso a empresa optasse pela apuração na modalidade do Lucro Real Trimestral seria
necessário elaborar a DRE da empresa para cada trimestre de 2017, assim como foi feito
para o Lucro Presumido, para apuração do IRPJ e CSLL a recolher.

Na apuração pelo Lucro Real a alíquota do PIS será de 1,65% para o ramo de atividade
da empresa foco do estudo, e a alíquota do COFINS será 7,6% para o ramo de atividade.
O Quadro a seguir demonstra como ficaria a apuração:

AN Vendas Matriz Devoluções Total PIS COFINS


O
Tota - 1,65% 7,6%
72.958,90
l 968.609,39 8.623,88 959.985,51 15.839,76

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Quadro 31 – PIS e COFINS a Recolher no Regime de Não-Cumulatividade em 2017 –
Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O Quadro 34 demonstra os valores a serem recolhidos mensalmente no Regime Não-


Cumulativo de apuração. Pelo fato de a alíquota nesse regime ser maior, a legislação
propicia aos contribuintes alguns créditos tributários, ou seja, a empresa foco do estudo
pode se valer de abatimento tributário na compra de materiais destinados a produção, de
conhecimentos de fretes pagos pela empresa para o transporte de materiais utilizados na
fábrica e da energia utilizada na parte fabril, por exemplo.

As compras efetuadas pela empresa foco do estudo foram todas de fornecedores do


Simples Nacional, porém, será possível o aproveitamento de créditos de PIS e COFINS,
de acordo com o Ato Declaratório da Receita Federal do Brasil 15/2007, sobre as compras
de matéria-prima. Nesse caso a legislação permite o aproveitamento de créditos de ICMS
e IPI.

O Quadro 35 a seguir demonstra como ficaria o aproveitamento dos créditos de PIS e de


COFINS.

Devolução de PIS COFINS


ANO Compras
Compras 1,65% 7,60%
Total 97.665,26 117,50 1.609,53 7.413,63
Quadro 32 – PIS e COFINS a Recuperar no Regime de Não-Cumulatividade em 2017 –
Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

Como pode ser observado no Quadro 35 a empresa teve direito a créditos tributários
referentes às compras líquidas das devoluções de PIS e COFINS. A alíquota do PIS para
a recuperação do tributo é de 1,65%, resultado em total de R$ 1.609,53 de crédito
tributário. E a alíquota para COFINS é de 7,60%, resultando em um total de R$ 7.413,63
do crédito tributário.

Ao se obter os valores a recolher e a recuperar dos tributos é necessário efetuar a


compensação entre as contas.

PIS A PIS A COFINS A COFIN


PIS A COFINS A
RECOLH RECUPERA RECOLHE SA
ANO PAG RECUPERAR
ER R R PAGA
AR
1,65% 1,65% 7,60% 7,60% R
Total 15.839,76 1.619,20 14.220 72.958,90 7.458,28 65.500,
,55
Quadro 33 – PIS e COFINS a Pagar em 2017 – Valores em R$ 62
Fonte: Elaborado pelos autores

O valor de PIS a Recolher em 2017 é igual a R$ 15.839,76 e o valor a recuperar


corresponde a R$ 1.619,20, portanto, após efetuar a compensação das contas nota-se que
o saldo restante que a empresa deverá recolher, de R$ 14.220,55.

Para a COFINS o valor a Recolher do tributo é de R$ 72.958,90 e o valor a recuperar


corresponde a R$ 7.458,28, portanto, resultando haverá um saldo a pagar de R$

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65.500,62. Nesses valores já estão considerados as alíquotas de 0,65% para o PIS e 3,00%
para o COFINS referente ao saldo de estoque inicial.

A apuração de ICMS no regime do Lucro Real será a mesma utilizada para o regime
Lucro Presumido, isso ocorre porque a apuração do ICMS tanto para o Lucro Presumido
quanto para o Lucro Real já é na modalidade de Não-Cumulatividade.

A parte da folha de pagamento também será a mesma utilizada para o Lucro Presumido.
Tanto para o Lucro Real quanto para o Lucro Presumido a carga tributária para a folha de
pagamento é a mesma. Os dois regimes são conhecidos como “regimes normais”, para
fins de incidência sobre a folha de pagamento.

A seguir é demonstrada a apuração do MDC no Lucro Real.

Estoque Inicial Estoque


ANO Compras LR MDC LR
LR Final LR
Total Geral 3.449,86 84.333,48 2.065,15 85.718,18
Quadro 34 – MDC Ajustado para o Lucro Real em 2017 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O Estoque Inicial está descontado dos tributos recuperáveis para o Lucro Real, ou seja,
12% de ICMS, 0,65% de PIS e 3,00% de COFINS. O MDC ajustado para o Lucro Real
no período de 2017 será de R$ 85.718,18.

Os valores de CIF serão os mesmos para o Lucro Presumido também, pois os valores dos
materiais de consumo não são passíveis de aproveitamento de créditos tributários e não
ocorreu nenhuma aquisição de imobilizado no período que poderia ser aproveitado nos
créditos de PIS e COFINS. Sendo assim, o custo de produção ajustado para o regime do
Lucro Real, ficaria o seguinte:

ANO MDC MOD CIF Custo de Produção


Total 85.718,18 181.171,12 18.580,40 285.469,70
Quadro 35 – Custo de Produção ajustado para o Lucro Real em 2017 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

Para elaboração do Quadro 38 os valores de MDC foi retirado do Quadro 37. A coluna
da MOD permanece a mesa utilizada na apuração do Lucro Presumido. Assim como a do
CIF.

Devido a modificação efetuada no MDC com o Estoque Inicial e os créditos tributários,


o CPV do Lucro Real ficou demonstrado no quadro a seguir, totalizando R$ 285.910,75.

CPV Estoque Inicial Custo de Produção Estoque Final Total


Total 2.086,88 285.469,70 1.645,83 285.910,75
Quadro 36 – CPV Ajustado para o Lucro Real em 2017 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

As despesas operacionais não sofreram alteração referente ao Lucro Presumido também.


A DRE para o regime do Lucro Real Trimestral no período está descrito no Quadro 40.

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DRE 2017 - LR 1º 2º 3º 4º TOTAL


Receita Bruta Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre
193.976,52 281.646,65 197.712,16 295.274,06 968.609,39
(-) Deduções da Receita - - - - -
Bruta
Impostos s/ Vendas -44.343,04 -55.044,49 -41.263,80 -59.783,43 -200.434,76
ICMS s/ Vendas 37.556,80
- 54.714,49
- 41.028,19
- 58.511,40
- 191.810,88
-
PIS s/ Faturamento 20.191,90
- 28.526,50
- 22.389,62
- -30.860,60 -101.968,62
COFINS s/ Faturamento -3.088,64 -4.641,72 -3.258,36 -4.851,03 -15.839,76
ICMS Difal -14.226,46 -21.380,07 -15.008,22 -22.344,15 -72.958,90
Devoluções de Vendas 49,80
- 166,20
- 372,00
- 455,61
- 1.043,61
-
(=) Receita Líquida 6.786,24
149.633,48 226.602,16 156.448,36 1.272,03
330,00 235,61 235.490,63 8.623,88
768.174,63
(-) CPV - - - - -
(=) Lucro Bruto 65.893,74
83.739,74 71.515,63
155.086,53 73.737,83
82.710,52 74.763,55
160.727,08 285.910,75
482.263,88
(-) Despesas Operacionais - - - - -
(=) Lucro antes do IRPJ e 99.555,62 88.089,94 86.307,54 91,451,05 365.404,15
- 15.815,88 66.996,59 - 3.597,01 69.276,03
CSLL 116.859,73
(-) CSLL - - - -
(-) IRPJ - -4.606,26 - 5.911,11
- 10.517,38
(=) Lucro/Prejuízo do (15.815,88) 54.655,40 (3.597,01) 10.806,43
7.734,93 52.558,48 18.541,36
Período37 – DRE em 2017 para o Lucro Real Trimestral – Valores em R$
Quadro 87.800,99
Fonte: Elaborado pelos autores

O Quadro 40 é a apresentação da DRE do Lucro Real Trimestral, separadas por trimestres


sendo que a última coluna é a soma dos trimestres.

É possível observar que no primeiro e terceiro trimestre a empresa obtém prejuízos de R$


15.815,88 e R$ 3.597,01, respectivamente. No segundo e no quarto trimestres é
apresentado os lucros líquidos para os períodos de R$ 54.655,40 para o segundo e R$
52.558,48 para o quarto trimestre. No acumulado o resultado da empresa é um lucro de
R$ 87.800,99.

Os valores de Receita Bruta, Devoluções, PIS s/ faturamento e COFINS s/ faturamento


foram retirados do Quadro 34. Os valores apresentados de ICMS sobre vendas foram
retirados dos quadros 26 e 27. O CPV foi retirado do Quadro 39 e as Despesas
Operacionais do Quadro 32. Por fim, os valores apresentados para a CSLL e o IRPJ foram
retirados dos quadros 42, 43, 44 e 45.

Conforme é determinado do RIR (Regulamento do Imposto de Renda), a empresa deve


escriturar os prejuízos fiscais na parte B do LALUR referentes ao 1° e 3° trimestres, como
é demonstrado o quadro a seguir.

LALUR - PARTE B
Data Histórico Valor R$
31/03/2017 Prejuízo Fiscal 1° Trim. de 2017 - 15.815,88
30/09/2017 Prejuízo Fiscal 3° Trim. de 2017 - 3.597,01
Total -19.412,89
Quadro 38 – Escrituração do LALUR Parte B – Prejuízos do 1° e ° Trimestre de 2017
Fonte: Elaborado pelos autores

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Por não apresentar lucros antes do IRPJ e CSLL, a empresa fica dispensada de recolher
esses tributos, ficando apenas obrigada a efetuar a escrituração dos Prejuízos Fiscais na
Parte B do LALAUR. No segundo trimestre, como houve o Lucro antes do IRPJ e CSLL,
a empresa fica obrigada a escriturar o LALUR na Parte A, conforme é demonstrado no
quadro abaixo.

LALUR - PARTE A (CSLL) 01-04-2017 a 30-06-2017


(=) Lucro Líquido antes da CSLL 66.996,59
(+) Adições -
(-) Exclusões -
(=) Lucro Líquido ajustado p/ CSLL 66.996.59
(-) Compensação de Prejuízos de Exercícios Anteriores - 15.815,88
(=) Base de Cálculo da CSLL 51.180,71
Provisão para CSLL 9% 4.606,26
Quadro 39 – LALUR Parte A – CSLL 2° Trimestre de 2017 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O Lucro Líquido antes da CSLL para o cálculo da CSLL do 2° Trimestre de 2017 foi de
R$ 66.996.59. Esse mesmo valor será o Lucro Líquido Ajustado, pois não houve nenhuma
adição e nenhuma exclusão. Porém, como há Prejuízo de Exercícios Anteriores é possível
fazer a compensação ficando restrita ao equivalente de 30% do Lucro Líquido. Para o 2°
Trimestre de 2017 esse valor foi de R$ 15.815,88 referente ao prejuízo do primeiro
trimestre.

Depois de efetuado a compensação o valor da base de cálculo é de R$ 51.180,71. E o


valor a recolher do tributo para o segundo trimestre é de R$ 4.06,26. O IRPJ no 2°
Trimestre de 2017 está demonstrado no Quadro 43.

LALUR - PARTE A (IRPJ) 01-04-2017 a 30-06-2017


(=) Lucro Líquido antes do IRPJ 62.390,33
(+) Adições 4.606,26
(-) Exclusões -
(=) Lucro Líquido ajustado p/ IRPJ 66.996,59
(-) Compensação de Prejuízos de Exercícios Anteriores 15.815,88
(=) Base de Cálculo da IRPJ 51.180,71
(+) IRPJ a Recolher 15% 7.677,11
(+) Adicional IRPJ a Recolher -
(=) Provisão para IRPJ 7.677,11
Quadro 40 – Escrituração do LALUR Parte A – IRPJ 2° Trimestre de 2017 – Valores em
R$
Fonte: Elaborado pelos autores

Para o cálculo do IRPJ, o Lucro Líquido após o CSLL foi de R$ 62.390,33, porém a
parcela referente a CSLL deve ser entrar nas adições para que seja determinado o Lucro
Líquido Ajustado para o cálculo do IRPJ.

Assim como no cálculo da CSLL, para o IRPJ é possível efetuar a Compensação de


Prejuízos de Exercícios Anteriores que para o período foi de R$ 15.815,88,

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correspondente a 30% do Lucro Líquido Ajustado. Para o trimestre não houve parcela
excedente em que incidiria o adicional de 10% de IRPJ. Aplicando a alíquota de 15%
sobre a base de R$ 51.180,71 obtém se que o valor a ser recolhido pela empresa no
trimestre é de R$ 7.677,11.

No quarto trimestre de 2017, o resultado da empresa antes da CSLL e do IRPJ foi positivo,
ficando assim a empresa obrigada a efetuar a escrituração do LALUR Parte A para
determinar qual o valor a ser recolhido de CSLL e IRPJ. Os quadros a seguir
demonstrarão esses cálculos.

LALUR - PARTE A (CSLL) 01-10-2017 a 31-12-2017


(=) Lucro Líquido antes da CSLL 69.276,03
(+) Adições -
(-) Exclusões -
(=) Lucro Líquido ajustado p/ CSLL 69.276,03
(-) Compensação de Prejuízos de Exercícios Anteriores - 3.597,01
(=) Base de Cálculo da CSLL 65.679,02
Provisão para CSLL 9% 5.911,11
Quadro 41 – Escrituração do LALUR Parte A – CSLL 4° Trimestre de 2017 – Valores
em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O Quadro 44 demonstra como foi obtido a provisão para CSLL para o quarto trimestre
de 2017. Assim como o cálculo do segundo trimestre não houve adições e exclusões,
sendo assim, o Lucro Líquido antes da CSLL o mesmo do Lucro Líquido Ajustado,
sendo R$ 69.276,03.

Foi efetuado a Compensação de Prejuízos de Exercícios Anteriores, respeitando o limite


de 30% do Lucro Líquido Ajustado resultando em um montante de R$ 3.597,01. Portanto,
a base de cálculo para a CSLL é de R$ 65.679,02 e o valor a ser recolhido para o tributo
é de R$ 5.911,11.

Para a provisão do IRPJ no 4° Trimestre está descrito no Quadro 45.

LALUR - PARTE A (IRPJ) 01-04-2017 a 30-06-2017


(=) Lucro Líquido antes do IRPJ 63.364,92
(+) Adições 5.911,11
(-) Exclusões -
(=) Lucro Líquido ajustado p/ IRPJ 69.276,03
(-) Compensação de Prejuízos de Exercícios Anteriores - 3.597,01
(=) Base de Cálculo da IRPJ 65.679,02
(+) IRPJ a Recolher 15% 9.851,85
(+) Adicional IRPJ a Recolher 567,90
(=) Provisão para IRPJ 10.419,75
Quadro 42 – Escrituração LALUR Parte A – IRPJ 4° Trimestre de 2017 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

A adição para o cálculo do IRPJ foi referente a provisão da CSLL do quarto trimestre.

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Para se obter a base de cálculo do IRPJ foi efetuado a Compensação de Prejuízos de


Exercícios Anteriores sendo o valor de R$ 3.597,01. Após esta compensação, resulta uma
base de cálculo de R$ 65.679,02.

Observe-se que é necessário efetuar o cálculo de 10% de adicional do Imposto de Renda


sobre o excedente de R$ 60.000,00, o que resulta em R$ 567,90. O valor total do IRPJ
para o quarto trimestre foi de R$ 10.419,75.

Apuração do Lucro Real Anual

No Lucro Real Anual, diferentemente do Trimestral, a empresa recolherá o IRPJ e a


CSLL mensalmente por Estimativa, podendo apurar Balanço de Redução/Suspensão,
também mensalmente. Para elaborar a DRE no ano de 2017 foram utilizados os mesmos
valores utilizados para o cálculo trimestral, alterando apenas as provisões para CSLL e
IRPJ nos segundo e quarto trimestres.

DRE 2017 - LR TOTAL


Receita Bruta 968.609,39
(-) Deduções da Receita Bruta - 200.434,76
Impostos s/ Vendas - 191.810,88
ICMS s/ Vendas - 101.968,62
PIS s/ Faturamento - 15.839,76
COFINS s/ Faturamento - 72.958,90
ICMS Difal - 1.043,61
Devoluções de Vendas - 8.623,88
(=) Receita Líquida 768.174,63
(-) CPV - 285.910,75
(=) Lucro Bruto 482.263,88
(-) Despesas Operacionais - 365.404,15
(=) Lucro antes do IRPJ e CSLL 116.859,73
(-) CSLL - 10.517,38
(-) IRPJ - 17.528,96
(=) Lucro/Prejuízo do Período 88.813,39
Quadro 43 – DRE em 2017 – Lucro Real Anual – Valor em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

Caso a empresa optasse pelo Lucro Real Anual, teria um lucro líquido de R$ 88.813,39.
A demonstração da base de cálculo da CSLL e do IRPJ anual ficaria como segue:

e-LACS - PARTE A (CSLL) 01-01-2017 a 31-12-2017


(=) Lucro Líquido antes da CSLL 116.859,73
(+) Adições -
(-) Exclusões -
(=) Lucro Líquido ajustado p/ CSLL 116.859,73
(-) Compensação de Prejuízos de Exercícios Anteriores -
(=) Base de Cálculo da CSLL 116.859,73

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Provisão para CSLL 9% 10.517,38
Quadro 44 – Escrituração e-Lacs Parte A – CSLL – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

O Quadro 47 demonstra como ficaria a parte A do LALUR registrando o valor a ser


recolhido de CSLL para o período de 2017.

O quadro seguinte demonstra como ficaria o cálculo do valor a recolher de IRPJ para o
período de 2017:

LALUR - PARTE A (IRPJ) 01-01-2017 a 31-12-2017


(=) Lucro Líquido depois da CSLL 106.342,35
(+) Adições 10.517,38
(-) Exclusões -
(=) Lucro Líquido ajustado p/ IRPJ 116.859,73
(-) Compensação de Prejuízos de Exercícios Anteriores -
(=) Base de Cálculo da IRPJ 116.859,73
(+) IRPJ a Recolher 15% 17.528,96
(+) Adicional IRPJ a Recolher -
(=) Provisão para IRPJ 17.528,96
Quadro 45 – Escrituração LALUR Parte A – IRPJ – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

A adição para o cálculo do IRPJ foi referente ao valor da CSLL.

Não houveram outras adições ou exclusões, resultando em uma base de cálculo de R$


116.859,73. Não é devido o adicional de IRPJ. A provisão do IRPJ para o quarto trimestre
foi de R$ 17.528,96.

Apresentados os resultados de acordo com as opções tributárias possíveis à empresa, a


seguir estão as análises comparativas, com destaque para a carga tributária em cada opção.

Análise Comparativa das Opções Tributárias

Após efetuar a apuração de cada opção tributária para a empresa objeto de estudo, foi
levantado um quadro comparativo para demonstrar quanto de tributos a empresa teria
mais ônus, assim como, uma análise vertical para que seja possível analisar o quanto cada
conta representa do faturamento líquido da empresa.

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Quadro Lucro Real Simples Nacional Simples Nacional


Lucro Real Anual Lucro Presumido
Comparativo Trimestral 2017 2018
Receita Liquida 959.985,51 100% 959.985,51 100% 959.986,51 100% 959.985,51 100% 959.985,51 100%
(=) Total de Tributos 261.856,02 27,28% 271.448,63 28,28% 236.450,10 24,63% 93.247,47 9,71% 96.813,67 10,08%
(+) Tributos Federais 214.055,15 22,30% 223.647,76 23,30% 188.649,24 19,65% 93.247,47 9,71% 96.813,67 10,08%
PIS 14.251,25 1,48% 14.251,25 1,48% 6.239,91 0,65% - 0% - 0%
COFINS 65.642,11 6,84% 65.642,11 6,84% 28.799,57 3,00% - 0% - 0%
IRPJ 17.528,96 1,83% 18.096,86 1,89% 11.519,83 1,20% - 0% - 0%
CSLL 10.517,38 1,10% 10.517,38 1,10% 10.367,84 1,08% - 0% - 0%
CPS 110.281,54 11,49% 110.281,54 11,49% 110.281,54 11,49% - 0% - 0%
Simples Nacional - 0,00% - 0% - 0% 71.806,92 7,48% 75.373,11 7,85%
FGTS 21.440,56 2,23% 21.440,56 2,23% 21.440,56 2,23% 21.440,56 2,23% 21.440,56 2,23%
(+) Tributos 47.800,86 4,98% 47.800,56 4,98% 47.800,56 4,98% - 0% - 0%
Estaduais
ICMS 47.800,86 4,98% 47.800,56 4,98% 47.800,56 4,98% - 0% - 0%
CPV -285.910,75 -29,78% -285.910,75 -29,78% -294.355,18 -30,66% -252.505,39 -26,30% -252.505,39 -26,30%
Despesas -365.404,15 -38,06% -365.404,15 -38,06% -365.404,15 -38,06% -239.090,97 -24,91% -239.090,67 -24,91%
Operacionais
Lucro/Prejuízo 88.813,39 9,25% 88.245,49 9,19% 140.286,82 14,61% 396.582,23 41,31% 393.016,04 40,94%
Contábil
Quadro 46– Quadro Comparativo das Opções Tributárias Analisadas em 2017 – Valores em R$
Fonte: Elaborado pelos autores

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O Quadro Comparativo apresenta quais os percentuais do CPV, das Despesas Operacionais e do


Lucro/Prejuízo, além do percentual dos tributos em relação ao faturamento líquido da empresa foco.

Analisando apenas os tributos a opção que pagaria mais tributos seria o Lucro Real Trimestral e o Lucro Real
Anual sendo que esses tributos representariam 28% do faturamento líquido da empresa.

O Simples Nacional nesse quesito seria a melhor opção pois os tributos representariam 9,71% nas duas
apurações.

Ao se analisar o CPV a melhor opção continua sendo o Simples Nacional. Pois, para o cálculo do CPV para
as empresas de regime normal de apuração um dos fatores para cálculo do Custo de Produção está a Mão de
Obra Direta, e inserida nesse valor se encontra a CPP. No regime do Simples Nacional a CPP é calculada
sobre o faturamento, o que resulta numa diminuição do custo de produção.

Ao se analisar as Despesas Operacionais nota-se que para os regimes normais de apuração a despesa aumenta,
pois foi acrescido do valor a CPP de 20% sobre a folha de pagamento e o pró-labore dos sócios – neste caso
foi rateado o valor entre despesa e custo de acordo com o número de funcionários em cada função. Além da
CPP de 20% sobre as remunerações, foram acrescidos 5,8% da parte de terceiros e mais 3% do RAT.

O regime que teve o maior Lucro Contábil foi no Simples Nacional em comparação com os outros regimes de
apuração - representando cerca de 41,31% do faturamento.

O menor Lucro Contábil se daria caso ela estivesse enquadrada no Lucro Real Trimestral, representando
9,19% do faturamento líquido.

CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Elaborar um Planejamento Tributário é uma ferramenta importante para que o Contador junto com o
Empresário escolha o melhor regime tributário para a empresa, de forma que, não apenas escolha o regime
tributário que a empresa teria menor ônus fiscal, mas também permitir a opção em que incorreria menos
obrigações acessórias. Desta forma pode-se potencializar o tempo da contabilidade para usos gerenciais, ao
invés de atividades somentes fiscais.

Para este estudo, por exemplo, foi apresentado a apuração do ICMS pela Crédito Presumido e a apuração do
ICMS normalmente.

Após efetuar as comparações foi possível constatar que, caso não houvesse a opção pelo Simples Nacional,
recolher o ICMS pela forma do Crédito Presumido admitido no Paraná seria menos oneroso para a empresa
gerando uma economia de R$ 50.174,50.

Outro detalhe a ser destacado é que para a empresa enquadrada no regime normal de apuração (Lucro
Presumido ou Lucro Real), há o recolhimento da CPP sobre as remunerações.

No regime normal há duas opções para essa contribuição. A primeira é o recolhimento de 20% sobre o valor
da folha de pagamento e o pró-labore dos sócios, além da parte de terceiros e o RAT.

A segunda modalidade é, para alguns ramos de atividade de indústria e para algumas NCM, os 20% passam a
ser recolhidos com alíquota diferenciada sobre o faturamento, conhecido também como desoneração da folha
de pagamento.

No caso da empresa foco do estudo, nem pelo ramo de atividade e nem pela NCM de seus produtos há esta
segunda possibilidade, ficando ela fica obrigada a recolher a CPP sobre a folha, caso optasse pelo regime
normal de apuração.

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Ao se analisar o Lucro Presumido de uma forma geral, a empresa fica obrigado ao recolhimento do IRPJ e da
CSLL independente de gerar lucro ou prejuízo. Tal situação não ocorre para o Lucro Real Trimestral onde a
obrigatoriedade de recolhimento fica restrita ao Lucro Contábil da empresa que ocorreria no 2° e no 4°
trimestres.

Diante das informações demonstradas é possível concluir que o Simples Nacional é o regime mais vantajoso
para a empresa. Observe-se ainda que Simples Nacional foi o regime em que o Lucro Contábil foi maior se
comparado com os outros regimes de apuração. Essa é a opção que a empresa estava enquadrada no período
do estudo.

Uma vantagem de enquadrar uma empresa no Simples Nacional é que, compara ao Lucro Presumido e o Lucro
Real, não haveria a obrigatoriedade de algumas declarações acessórias que são obrigatórias para os outros
regimes, como por exemplo, EFD-Contribuições, LALUR, DCTF, entre outras.

Como recomendações, é imprescindível que a empresa em questão realize um Planejamento Tributário de


tempos em tempos, além de acompanhar as alterações na legislação que afetam as atividades da empresa, pois
pode ser que devido a alguma alteração fiscal ela pode se aproveitar de algum benefício, como por exemplo,
isenção de algum tributo.

Outro ponto importante a se destacar é que a empresa esteja disposta a oferecer as melhores condições para
que seus funcionários se mantenham atualizados quanto a legislação que envolve as atividades da empresa e
é importante que os próprios funcionários estejam dispostos a se manterem atualizados através de boletins
tributários, cursos, palestras, obras eletrônicas atualizáveis ou qualquer outro meio confiável de aprendizado.

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Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de
fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de
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dezembro de 2006, para reorganizar esimplificar a metodologia de apuração do imposto devido por
optantes pelo SimplesNacional; altera as Leis nos 9.613, de 3 de março de 1998, 12.512, de 14 de
outubro de 2011, e 7.998, de 11 de janeiro de 1990; e revoga dispositivo da Leino 8.212, de
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Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP, e dá outras providências.25 de novembro de 1998. Disponível
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Economia Tributária – Estudos Práticos de Casos © - 109

Lei n° 10.684/2003. Altera a legislação tributária, dispõe sobre parcelamento de débitos junto à Secretaria da
Receita Federal, à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e ao Instituto Nacional do Seguro Social e dá
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de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 8.383, de 30 de dezembro de 1991, 11.196, de 21
de novembro de 2005, 8.212, de 24 de julho de 1991, 10.666, de 8 de maio de 2003, e 11.907, de 2 de fevereiro
de 2009; revoga dispositivos das Leis nos 11.033, de 21 de dezembro de 2004, 11.488, de 15 de junho de 2007,
e 8.850, de 28 de janeiro de 1994, para alterar o prazo de pagamento dos impostos e contribuições federais
que especifica, reduzir a base de cálculo da contribuição do produtor rural na venda dos produtos que
especifica e efetuar ajustes na tributação do cigarro; e dá outras providências. 28 de abril de 2009. Disponível
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SILVA, Marcos Almeida da. Análise das Opções Tributárias de uma Empresa do Ramo do Vestuário. 1ª ed.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS DA OBRA

Assim como na obra “Lucro Real x Lucro Presumido x Simples Nacional” publicado pelo site
www.portaltributario.combr” em 2018, e até como forma de continuidade do coordenador de ambas, o
principal objetivo dos autores foi aprimorar os estudos na busca de aumentar as perspectivas do conhecimento
contábil, juntamente com o tributário, com vistas ao desenvolvimento de procedimentos técnicos e análises
que possam contribuir, cada vez mais, para a gestão empresarial e tributária.

Evidente que o ambiente acadêmico e profissional inerente a diversos aspectos da gestão empresarial são
impactados, principalmente, pelo intenso desenvolvimento tecnológico, em todos os campos do conhecimento
humano. Mas, esse mesmo desenvolvimento tecnológico exige, intensamente, as capacidades humanas de
perceber aspectos inerentes e por vezes subjetivos.

Evidente que a tecnologia da informação, já a algum tempo, é ferramenta importante, e até vital, para várias
atividades empreendedoras. Mas é preciso sempre ressaltar que conecções sistêmicas que somente o cérebro
humano é capaz ainda estão longe de qualquer desenvolvimento tecnológico.

Entre as capacidades humanas, estão aquelas que derivam da definição de procedimentos contábeis, muitas
vezes subjetivos, assim como os reflexos desses procedimentos frente a mudanças na legislação tributária.

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Exemplo forte desse aspecto são as discussões sobre novas formas de administração de recursos financeiros
que as chamadas “Fintecs” trazem.

Diante desse nova forma de relações financeiras, a Ciência Contábil busca compreender, primeiro, as forma
de relações comerciais entre os fornecedores de capitais e os clientes desse tipo de empreendimento comercial.

Em segundo, como os governos municipais, estaduais e federais passam a tentar definir o chamado Campo de
Incidência tributária que possa estar abrangendo essas operações comerciais, para, ao final, definir o Fato
Gerador e formas de identificação tributária.

Mesmo que essa obra não trate das “Fintecs”, no contexto desses desafios, buscamos retratar estudos e análises
que destacam impactos contábeis e tributários, de acordo com características dos ramos estudados, no objetivo
de, cada vez mais, contribuir para que o Planejamento Tributário seja útil à Gestão Empresarial.

E isto não somente na identificação dos tributos, mas, sobretudo, compreender como esses tributos impactam
os resultados contábeis e financeiros das empresas analisadas. Observamos que cada empresa analisada é caso
específico, portanto, os resultados e análises não podem ser automaticamente expandidos para outras
empresas.

Renova-se que, como uma das fases do Planejamento Tributário, está a Análise das Opções Tributárias, foco
das análises apresentadas, o que contribui para, primeiro, que os gestores possam compreender aspectos
contábeis e tributários acerca das operações comerciais e de relações trabalhistas efetuadas pela empresa.

Ao conhecer esses aspectos, em segundo momento, os gestores poderão buscar outros procedimentos no
âmbito do Planejamento Tributário, que são, por exemplo: (1) Analisar as possibilidades de gestão sobre a
formação de preço de venda; (2) Analisar perspectivas de investimentos que proporcionem condições para
aumentar e melhorar a competitividade da empresa no ambiente comercial que atua; (3) Analisar
possibilidades realistas sobre o retorno dos investimentos, em curto, médio e longo prazo; (4) Compreender
que é preciso acompanhar a legislação tributária acerca dos tributos que incidem sobre as operações comerciais
e nas relações trabalhistas existentes na empresa, portanto, não sendo responsabilidade única do Contador, na
maioria das vezes, terceirizado na forma de Empresa Prestadora de Serviços Contábeis; (5) Compreender que
são necessárias, algumas vezes, não ficar sozinho em suas dificuldades, mas caminhar para atuar juntamente
com organizações associativas municipais, estadual e até, se possível, federal, na busca de promover ações
que possam influenciar decisões políticas que, em primeiro momento, evitem dificuldades para sua empresa.

Em segundo momento, que essas decisões políticas possam “abrir portas” para a construção de maiores
condições de competitividade.

Novamente, caso qualquer leitor queira apresentar suas sugestões, críticas e análises, as quais serão muito bem
vindas, poderão enviá-las para o email do Professor Nilton Facci: [email protected], coordenador desta obra.

Também é preciso agradecer aos profissionais que construiram essa obra em parceria com o coordenador.

Uma frase relembrada: “Diga-me com quem andas e direi quem tú és”. Assim, a parceria com essas pessoas,
cada vez mais, tornou a coordenação dessa obra algo que possa ser útil a outras pessoas. Esse é o principal
objetivo.

Finalmente, é preciso, novamente, agradecer as sempre positivas contribuições apresentadas pelo Contador
Júlio César Zanluca, assim como pela gentileza e confiança em aceitar a publicação dessa obra.

Sugestões e apreciações: os leitores que desejarem remeter comentários sobre o conteúdo desta obra
poderão fazê-lo através de nossa central de atendimento.
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