Manual de Orientação para Quesitação Oficial À Perícia Forense Do Estado Do Ceará

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Patrícia Lopes Aragão

Marciliano de Oliveira Ribeiro


Manuela Chaves Loureiro Cândido
Túlio Ítalo da Silva Oliveira
Organizadores

MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA


QUESITAÇÃO OFICIAL À PERÍCIA FORENSE DO
ESTADO DO CEARÁ

Fortaleza - Ceará
2020
Copyright © 2020 by Inesp
Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o
Desenvolvimento do Estado do Ceará – Inesp
João Milton Cunha de Miranda
Coordenador Editorial
Rachel Garcia Bastos de Araújo
Valquiria Moreira Carlos
Assistentes Editoriais
Luzia Leda Batista Rolim
Assessora de Comunicação
José Gotardo de Paula Freire Filho
Diagramação e Projeto Gráfico
Cícero Edigênio de Oliveira Lima
Capa
Lúcia Maria Jacó Rocha
Revisão
Gráfica do Inesp
Impressão e Acabamento
Luiz Ernandes dos Santos do Carmo
Coordenação de Impressão

Edição Institucional da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará


VENDA E PROMOÇÃO PESSOAL PROIBIDAS

Catalogado por Daniele Sousa do Nascimento CRB-3/1023


M294 Manual de orientação para quesitação oficial à perícia forense do Estado
do Ceará [livro eletrônico] / organizadores, Patrícia Lopes Aragão,
Marciliano de Oliveira Ribeiro, Manuela Chaves Loureiro Cândido,
Túlio Ítalo da Silva Oliveira. – Fortaleza: INESP, 2020.
45.454 Kb ; PDF

ISBN: 978-65-88252-13-0

1. Perícia (processo penal). 2. Investigação criminal – Aspectos


metodológicos. I. Aragão, Patrícia Lopes. II. Ribeiro, Marciliano de
Oliveira. III. Cândido, Manuela Chaves Loureiro. IV. Oliveira, Túlio
Ítalo da Silva. V. Ceará. Assembleia Legislativa. Instituto de Estudos e
Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado. VI. Título.

CDD 341.434

Permitida a divulgação dos textos contidos neste livro, desde que citados autores e fontes.
Inesp
Av. Desembargador Moreira, 2807 | Ed. Senador César Cals, 1º andar, Dionísio Torres,
CEP: 60.170900, Fortaleza - CE - Brasil |Telefone: (85)3277-3701
Site: http://al.ce.gov.br/index.php/institucional/instituto-de-estudos-e-pesquisas-
sobre-o-desenvolvimento-do-ceara | E-mail: [email protected]
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
GOVERNADOR
Camilo Sobreira de Santana

VICE-GOVERNADORA
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA


SOCIAL DO ESTADO DO CEARÁ – SSPDS
SECRETÁRIO
Sandro Luciano Caron de Moraes

POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – PMCE


COMANDANTE GERAL
Francisco Márcio de Oliveira

SUPERINTENDÊNCIA DA POLÍCIA CIVIL DO CEARÁ – PCCE


DELEGADO GERAL
Marcus Vinicius Sabóia Rattacaso

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ – CBMCE


COMANDANTE GERAL
Luís Eduardo Soares de Holanda

PERÍCIA FORENSE DO ESTADO DO CEARÁ – Pefoce


PERITO GERAL
Ricardo Antonio Macêdo Lima

ACADEMIA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ – Aesp/CE


DIRETOR GERAL
Antônio Clairton Alves de Abreu

SUPERINTENDÊNCIA DE PESQUISA ESTRATÉGIA DE SEGURANÇA PÚBLICA


DO ESTADO DO CEARÁ – Supesp
SUPERINTENDENTE
José Helano Matos Nogueira
COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DO
MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA
QUESITAÇÃO OFICIAL À PERÍCIA FORENSE DO
ESTADO DO CEARÁ
(PORTARIA CONJUNTA Nº255/2017 - Gabinete do
Delegado Geral da Polícia Civil – GDGPC)

Patrícia Lopes Aragão


Delegada de Polícia Civil
Victor Hugo Medeiros Alencar
Médico Perito Legista
Amando Albuquerque Silva
Delegado de Polícia Civil
Marciliano de Oliveira Ribeiro
Delegado de Polícia Civil
Fábio Torres Vieira
Delegado de Polícia Civil
Antônio José dos Santos Pastor
Delegado de Polícia Civil
Julius Caesar Augustus Fernandes Rocha Bernardo
Delegado de Polícia Civil
Júlio César Nogueira Torres
Perito Legista
Francisco de Assis Oliveira Filho
Perito Criminal Adjunto
Manuela Chaves Loureiro Cândido
Perita Criminal
Rômulo de Oliveira Lima
Perito Criminal
José Luciano Freire Júnior
Escrivão
COLABORADORES DE CONTEÚDO

Ana Leopoldina Nogueira Rocha (médica perita legista)


Francisco Hugo Leandro (médico perito legista)
João Petrola de Melo Jorge Junior (médico perito legista)
José Mario de Lima Júnior (médico perito legista)
Juts Érico Cavalcante Dias (médico perito legista)
Lourenço da Costa Leitão Feitosa (médico perito legista)
Marcos Tadeu Ellery Frota (médico perito legista)
Philipe Vasconcelos Mota Maia (médico perito legista)
Roberta Lima Pimenta Paes de Andrade (médica perita legista)
Coordenadoria de Medicina Legal – Comel

Celiorogério Nunes Almeida Filho (perito criminal)


Cristiano Moreira Silva (perito criminal)
Fernando Viana da Silva Queiroz (perito criminal)
Gervásio Fontenelle de Castro e Silva (perito criminal)
Hugo Nascimento Alcântara (perito criminal)
Lauro Ferreira Rocha Junior (perito criminal)
Luciano Carlos Leão (perito criminal)
Ravi Barreira Veloso (perito criminal)
Rogério Alexandre Freires (perito criminal)
Tiago Samir de Sousa Freire (perito criminal)
Welisson da Silva Tavares (perito criminal)
Coordenadoria de Perícia Criminal – Copec

Francisco Fiuza de Menezes Junior (perito criminal)


Luis Humberto Nunes Quezado (auxiliar de perícia)
Paulo Harrison M. de Carvalho (auxiliar de perícia)
Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas – CIHPB
Danielle de Paula Magalhães (perita legista)
David Queiroz de Freitas (perito criminal)
Fabrício Saldanha de Aquino (perito legista)
Fernanda de Abreu Sousa (perita legista)
Francisco Morais de Sousa Júnior (perito criminal)
Lyara Barbosa Nogueira Freitas (perita legista)
Paulo Marcelo Lima Vasconcelos (perito criminal adjunto)
Samyra Maria Vieira Brasil (perita legista)
Túlio Ítalo da Silva de Oliveira (perito criminal)
Vivian Romero Santiago (perita legista)
Coordenadoria de Análises Laboratoriais Forenses – Calf

Arlete Gonçalves Silveira (delegada de Polícia Civil)


Érika Cecília Ferreira Ramirez Moura (delegada de Polícia Civil)
Felipe Porto Segundo (delegado de Polícia Civil)
Superintendência de Polícia Civil do Estado do Ceará – SPCCE
Este trabalho é dedicado a todos os
profissionais da segurança pública que,
desempenhando suas atribuições com esmero,
empenho e rigor científico, contribuem para
uma sociedade mais justa e segura.
APRESENTAÇÃO

As questões relacionadas à segurança pública necessitam de


ações proativas, reguladas pela inteligência e cooperação entre as
forças de gerenciamento que estão envolvidas. Devem girar em tor-
no da elaboração e implantação de ações sistêmicas e abrangentes.
A investigação criminal, no Brasil e, em consequência, no Cea-
rá, passam por um processo de aprimoramento. Deve-se, portanto,
estar atento aos alicerces da técnica correta e da pesquisa científica,
apoiadas por esta Casa Legislativa por meio do Conselho de Altos
Estudos e do Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvi-
mento do Estado do Ceará, entre outros.
A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, por meio do Inesp,
orgulhosamente, edita e distribui o Manual de Orientação para Quesita-
ção Oficial à Perícia Forense do Estado do Ceará com o objetivo de oferecer
as orientações necessárias à elaboração dos quesitos propostos.
Deputado Estadual José Sarto
Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
PREFÁCIO

A Comissão de delegados e peritos autora deste Manual de


orientação para quesitação oficial à perícia forense do Estado do
Ceará desenvolveu uma exímia e minuciosa metodologia, baseada
em um estudo comparativo de manuais de órgãos policiais.
Para a resolução de práticas delituosas, a orientação para a que-
sitação deve ser precisa, uma vez que, muitos vestígios podem ser
componentes singulares para a elucidação de um crime, principal-
mente, porque oportuniza um julgamento correto, garantindo a
ordem social.
É com muita honra que, em nome da Assembleia Legislativa do
Estado do Ceará, o Inesp e a Controladoria entregam à sociedade
este Manual que contém um conjunto de conhecimentos científicos,
fundamentais à investigação dos casos forenses.
Prof. Dr. João Milton Cunha de Miranda
Diretor Executivo do Instituto de Estudos e Pesquisas
sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A título de considerações iniciais, vimos apresentar os elementos


tratados e trabalhados na obra e, assim, expor conteúdo em avant
premier, explicitando ao leitor os principais aspectos e objetivos ora
tratados, culminando por convidá-lo a seguir sempre em frente na
leitura. Nesse contexto, temos o presente Manual de Orientação
para Quesitação Oficial à Perícia Forense do Estado do Ceará, obra
inédita, voltada para auxiliar precipuamente a autoridade policial
e o perito criminal no mister de conduzir a investigação policial e a
produção da prova pericial necessárias para a efetividade da per-
secução penal e o consequente sucesso da administração da Justiça.
A objetividade, concisão e clareza são fatores norteadores de to-
das as fases da investigação criminal, cujos atos são materializados
pelo inquérito policial, instrumento de investigação presidido pelo
delegado de polícia, consistente em reunir um conjunto de diligên-
cias que tem por objetivo a colheita de elementos de informação e
convicção, quanto à autoria e materialidade de determinado deli-
to, a fim de que o titular da ação possa iniciar a persecução penal
em Juízo.
Para que esse fenômeno jurídico ocorra, talvez a mais importante
ferramenta de composição de um “caso”, em uma realidade fática
que indique a ocorrência de uma infração penal venha a ser o laudo
pericial, documento elaborado por peritos criminais, o qual materia-
liza a prova por meio de técnicas e procedimentos que se utilizam de
conhecimentos científicos necessários para a elucidação dos crimes.
Pensando na relevância desse tema, as administrações superio-
res da Polícia Civil e da Perícia Forense do Estado do Ceará edita-
ram, em conjunto, portaria específica a fim de constituir grupo de
trabalho composto de delegados de polícia e peritos criminais, que
propiciou a edição deste Manual.
A equipe teve por incumbência e objetivo propor um novo mode-
lo de trabalho integrado, voltado para a Polícia Judiciária e da Perí-
cia Criminal, viabilizando, a um só tempo, uma atuação ao mesmo
tempo harmônica e independente, a partir de sugestões de quesitos
que doravante poderão ser seguidos como rotina salutar no desem-
penho do mister das equipes de perícia e de investigação, em locais
de crime (e em todos os contextos em que haja imprescindibilidade
de perícia), situação que certamente possibilitará uma otimização
no desenvolvimento e no resultado da investigação criminal.
As atividades de perícia criminal, como de sabença geral, valem-se,
em grande parte, das áreas do conhecimento científico e humano,
consistindo em intrincada rede multidisciplinar com a finalidade
de se estabelecer a verdade.
Ocorre que as indagações realizadas nos autos, quando há a ne-
cessidade da realização de uma perícia, não costumam seguir um
padrão determinado. Por isso é preciso que quem pergunte ou
afirme, tenha a certeza do que deseja alcançar. A pergunta bem
elaborada conduzirá à resposta adequada, de forma que tanto a
autoridade policial quanto o perito criminal alcancem sucesso e
contribuam, positivamente, para a materialização do crime, indivi-
dualização de sua autoria, contribuindo, consequentemente, para a 
celeridade processual e aplicação da Lei.
Por isso, o ato de elaborar quesitos periciais não deve ser resu-
mido ao mero uso de uma lista de perguntas pré-processadas. Os
quesitos devem ser pensados e formatados para cada caso concreto,
levando-se em conta as inovações peculiares do crime.
Nesse sentido, este Manual propõe uma dinâmica de operacio-
nalidade e de ações proativas, pautada na inteligência e no levan-
tamento de informações, implementando, ainda, uma política de
parceria e cooperação entre forças amigas e afins, em torno da ela-
boração e implantação de ações próprias desenvolvidas na seara da
segurança pública, de forma sistêmica, abrangente e integrada.
De resto, não poderia ser diferente: se há um consenso no debate
sobre a violência urbana e a criminalidade em nosso país, esse se
traduz na evidência de que somente somando e integrando esfor-
ços e dividindo tarefas e responsabilidades será possível superar
esse grave problema que tanto nos desafia.
Dito isto, desejamos a todos uma ótima leitura!
José Jaime Paula Pessoa Linhares
Delegado de Polícia de Classe Especial
PRÓLOGO

Os peritos criminais de natureza oficial analisam o local da ocor-


rência, de forma criteriosa, buscando identificar os elementos ali
dispostos e revelar os vestígios incógnitos. O perito constata pe-
ças de uma cena que ele monta por meio de princípios técnicos e
científicos, gerando a prova material irrefutável, a qual é encami-
nhada à autoridade que preside o inquérito policial: o delegado de
Polícia Civil.
Nesse diapasão, há a necessidade de entendimento do órgão peri-
cial, a Perícia Forense do Estado do Ceará – Pefoce –, quanto às suas
atribuições e seus serviços executados, por meio da Carta de Serviços,
bem como dos quesitos fundamentais que precisam ser provocados
pelo delegado interessado na elucidação dos fatos investigados.
Diante o exposto, observou-se a premência da elaboração de pro-
cedimentos de padronização dos quesitos pertinentes a cada exame a
ser realizado. Essa proposta reforça a integração entre a Polícia Civil
do Estado do Ceará – PCCE – e a Pefoce, no que se refere à sistemática
de trabalho do delegado de polícia, autoridade requisitante, e dos pe-
ritos oficiais, elaboradores da prova material, proporcionando objeti-
vidade na construção de elenco probatório sólido, para a investigação
criminal por meio do rigor científico. Otimiza-se, também, o processo
entre os dois órgãos, facilitando o trabalho do perito, ao compreender,
exatamente, o que a investigação demanda.
Um conjunto de ciências que tem no homem seu objetivo de es-
tudo, medicina legal, engenharias, física, antropologia, criminalís-
tica, odontologia, química, toxicologia, entre outras, vem lutando
para dirimir essas dificuldades, atuando de modo a compor as ati-
vidades que compreendem a perícia forense, dando celeridade e
segurança aos resultados encontrados.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do
Ceará – SSPDS/CE –, por meio da Pefoce e da PCCE, em nome de
seus respectivos dirigentes, perito geral Ricardo Antonio Macêdo
Lima e delegado geral Marcus Vinicius Sabóia Rattacaso, bem como a
Comissão Mista para padronização de Quesitação de Laudo Pericial,
conforme Portaria Conjunta nº 255/2017 - GDGPC, congratula-se,
fortemente, com a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, pois,
a publicação deste trabalho é imprescindível para a defesa dos di-
reitos fundamentais dos cidadãos, garantindo-lhes, inclusive, a re-
dução da impunidade e a qualidade do serviço de segurança públi-
ca prestado à população cearense.
Sandro Luciano Caron de Moraes
Secretário da Segurança Pública e Defesa Social – SSPDS
SUMÁRIO

SOBRE A PERÍCIA FORENSE DO ESTADO


DO CEARÁ – PEFOCE....................................................... 33

OBJETIVOS CENTRAIS DOS TRABALHOS.............. 35

SOBRE AS CARTAS DE SERVIÇO DA PERÍCIA


FORENSE DO ESTADO DO CEARÁ............................ 37

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA


DE MEDICINA LEGAL – COMEL.................................. 39
1 NÚCLEO DE TANATOLOGIA FORENSE.............................. 41
1.1 Exame de necropsia (exame cadavérico)............................... 41
1.2 Exame de necropsia pós-exumação........................................ 42
2 NÚCLEO DE ANTROPOLOGIA FORENSE........................... 43
2.1 Exame de ossada........................................................................ 43
3 NÚCLEO DE TRAUMATOLOGIA FORENSE........................ 44
3.1 Exame em lesão corporal.......................................................... 44
3.2 Exame de sanidade em lesão corporal................................... 45
3.3 Exame de lesão corporal Ad Cautelam (ou Cautelar)......... 46
3.4 Exame em lesão corporal (Danos Pessoais por Veículos
Automotores Terrestres – DPVAT).............................................. 46
3.5 Exame de sanidade em lesão corporal (DPVAT)................. 47
3.6 Exame de corpo de delito para verificação de embriaguez......47
3.7 Exame em lesão corporal em acidente de trabalho............. 48
3.8 Exame de sanidade em lesão corporal em acidente
de trabalho........................................................................................ 48
4 NÚCLEO DE ATENDIMENTO ESPECIAL À CRIANÇA,
À MULHER E AO ADOLESCENTE.............................................. 49
4.1 Exame de constatação de crime sexual ................................. 49
4.2 Exame de corpo de delito – verificação de aborto............... 51
5 NÚCLEO DE ODONTOLOGIA FORENSE............................. 51
5.1 Exame de arcada dentária em necrópsia............................... 51
5.2 Exame de arcada dentária em ossada humana..................... 52
5.3 Exame para estimativa de idade............................................. 52
5.4 Exame de marca de mordida................................................... 52
6 NÚCLEO DE PSIQUIATRIA FORENSE.................................. 53
6.1 Exame de corpo de delito em sanidade mental................... 53

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA


DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC................................ 55
1 NÚCLEO DE PERÍCIA EXTERNA – NUPEX........................... 57
1.1 Perícia em local de crime contra vida.................................... 57
1.2 Exame em local de ocorrência de tráfego.............................. 58
1.3 Exame em local de crime contra o patrimônio..................... 58
1.4 Exame de identificação veicular.............................................. 59
2 NÚCLEO DE PERÍCIA EM TECNOLOGIA E
APOIO TÉCNICO – NPTAT........................................................... 59
2.1 Perícias de informática............................................................. 59
2.1.1 Exame em aparelhos celulares e demais
dispositivos portáteis.................................................................... 60
2.1.2 Exames em equipamentos de informática......................... 60
2.1.2.1 Exame de dispositivo de armazenamento computacional.... 61
2.1.2.2 Exame de fraude bancária.................................................... 61
2.1.2.3 Exame de equipamento computacional................................ 61
2.1.2.4 Exame de sistema informatizado......................................... 61
2.1.2.5 Exame em sítios de internet e correio eletrônico................. 62
2.2 Perícias de sistemas audiovisuais.......................................... 62
2.2.1 Exame de tratamento de arquivos audiovisuais.............. 63
2.2.2 Exame de conversão de arquivos........................................ 63
2.2.3 Exame de comparação de locutor....................................... 63
2.2.4 Exame de comparação de imagens...................................... 63
2.2.5 Exame de verificação de edição em
registros audiovisuais................................................................... 63
2.2.6 Exame de extração de arquivo de dispositivo de
gravação de áudio e vídeo............................................................. 64
2.2.7 Exame em fotogrametria e estimativa de velocidade...... 64
3 NÚCLEO DE PERÍCIA DOCUMENTOSCÓPICA
E CONTÁBIL – NUPDC.................................................................. 64
3.1 Exames contábeis....................................................................... 64
3.2 Exames grafotécnicos................................................................ 65
3.3 Exames documentoscópicos.................................................... 66
4 NÚCLEO DE BALÍSTICA FORENSE – NUBAF..................... 66
4.1 Exame de identificação e eficiência de armas de fogo
e acessórios....................................................................................... 67
4.2 Exame de verificação de disparo acidental........................... 67
4.3 Exame de comparação balística.............................................. 68
5 NÚCLEO DE PERÍCIA EM ENGENHARIA
LEGAL E MEIO AMBIENTE – NPELM....................................... 68
5.1 Exame em local de incêndio e explosão................................ 68
5.2 Exame em instalações hidráulica e elétrica.......................... 69
5.3 Exame de contrafação............................................................... 69
5.4 Exames de ocorrências em ambiente de trabalho............... 69
5.5 Exame de local de desabamento e/ou desmoronamento......69
5.6 Exames em peças ou sistemas mecânicos............................. 70
5.7 Exames em peças e sistemas eletrônicos............................... 70
5.8 Exames em meio ambiente...................................................... 70
6 NÚCLEO DE PERÍCIA INDIRETA E
REPRODUÇÃO SIMULADA......................................................... 71
6.1 Exame de reprodução simulada.............................................. 71
6.2 Exame de perícia indireta........................................................ 72
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA
DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS
BIOMÉTRICAS – CIHPB.................................................. 73
1 NÚCLEO DE IDENTIFICAÇÃO CIVIL.................................... 75
1.1 Exame pericial em cédula de identidade.............................. 75
1.2 Exame pericial para identificação de desconhecidos
e desaparecidos................................................................................ 75
2 NÚCLEO DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL.......................... 76
2.1 Exame pericial em documento contendo
impressão digital............................................................................. 76
2.2 Exame pericial em local de crime........................................... 76
3 NÚCLEO DE CLASSIFICAÇÃO E
PERÍCIAS PAPILOSCÓPICAS...................................................... 77
3.1 Perícia laboratorial em material encaminhado:
objetos coletados no local do crime............................................. 77
3.2 Exame necropapiloscópico...................................................... 77

CARTAS DE SERVIÇO DA
COORDENADORIA DE ANÁLISES
LABORATORIAIS FORENSES – CALF........................ 79
A COORDENADORIA DE ANÁLISES
LABORATORIAIS FORENSES – CALF...................................... 81
1 NÚCLEO DE PERÍCIA EM DNA FORENSE........................... 81
1.1 Exame de determinação de perfis genéticos para
identificação humana...................................................................... 81
1.2 Exame para identificação de perfis genéticos em casos
de crimes sexuais............................................................................. 82
1.3 Exame de identificação de perfis genéticos deixados
em locais de crimes variados (criminalística biológica)
e comparação com suspeitos.......................................................... 83
1.4 Exame de paternidade em casos de crimes sexuais............ 83
1.5 Exame de comparação com o banco de dados de
perfis genéticos................................................................................ 83
2 NÚCLEO DE QUÍMICA FORENSE........................................... 83
2.1 Exame de vestígios de disparo de arma de fogo.................. 83
2.2 Exame de identificação de combustíveis, verificação de
adulteração e identificação de substâncias inflamáveis........... 83
2.3 Exame de identificação de substância explosiva................. 84
2.4 Exame de constatação de objetos metálicos......................... 84
2.5 Exame de identificação de numeração suprimida de
arma de fogo .................................................................................... 84
2.6 Exame de identificação de álcool em bebidas e
verificação de adulteração em bebidas alcoólicas..................... 84
2.7 Exame de determinação do teor alcoólico em
formulações antissépticas.............................................................. 84
2.8 Exame de microvestígios em locais e crime......................... 85
2.9 Exame de resíduos de projéteis em anteparos..................... 85
3 NÚCLEO DE TOXICOLOGIA FORENSE................................ 85
3.1 Exame de identificação de cocaína (em pó e na
forma pétrea – crack)....................................................................... 85
3.2 Exame de identificação de Cannabis Sativa L. (maconha)
e haxixe.............................................................................................. 85
3.3 Exame de identificação de drogas sintéticas........................ 86
3.4 Exame de identificação de medicamentos............................ 86
3.5 Exame de identificação de voláteis......................................... 86
3.6 Exame de identificação de anabolizantes............................. 86
3.7 Exame de constatação de venenos.......................................... 87
3.8 Exame de alcoolemia................................................................. 87
3.9 Exame de drogas em urina e/ou em sangue......................... 87
3.10 Exame de identificação de veneno em conteúdo
estomacal ou em humor vítreo de cadáver................................. 87
4 NÚCLEO DE BIOQUÍMICA E BIOLOGIA FORENSE......... 88
4.1 Exame de detecção de sangue humano................................. 88
4.2 Exame de detecção de sangue................................................. 88
4.3 Exame de detecção de sêmen em manchas observadas
em suportes diversos...................................................................... 88
4.4 Exame de identificação de pelo humano............................... 88
4.5 Exame de detecção de sêmen em amostra biológica .......... 88
4.6 Exame de detecção do Hormônio Gonadotrofina
Coriônica Humana – HCG – em amostras biológicas.............. 89
4.7 Exame de detecção de Trichomonas Vaginallis
em amostras biológicas ................................................................. 89

MODELOS DE QUESITOS PARA


INVESTIGAÇÕES DA POLÍCIA CIVIL DO
ESTADO DO CEARÁ – PCCE......................................... 91
MODELOS DE QUESITOS ........................................................... 93

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA


DE MEDICINA LEGAL – COMEL........................................ 95
1 NÚCLEO DE TANATOLOGIA FORENSE.............................. 97
1.1 Exame cadavérico...................................................................... 97
1.1.1 Comentário........................................................................... 103
1.2 Exame de necropsia pós-exumação...................................... 104
1.2.1 Comentário........................................................................... 104
2 NÚCLEO DE ANTROPOLOGIA FORENSE......................... 105
2.1 Exame de ossada...................................................................... 105
3 NÚCLEO DE TRAUMATOLOGIA FORENSE...................... 106
3.1 Exame de lesão corporal ........................................................ 106
3.2 Exame de sanidade em lesão corporal ................................ 107
3.2.1 Comentário........................................................................... 108
3.3 Exame de lesão corporal Ad Cautelam (ou Cautelar)....... 108
3.3.1 Comentário........................................................................... 109
3.4 Exame em lesão corporal (DPVAT)..................................... 110
3.5 Exame de sanidade em lesão corporal (DPVAT)............... 110
3.6 Exame de corpo de delito para verificação de embriaguez....110
4 NÚCLEO DE ATENDIMENTO ESPECIAL À MULHER,
À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE.......................................... 111
4.1 Exame para constatação de crime sexual............................. 111
4.1.1 Comentário........................................................................... 111
4.2 Exame de corpo de delito – verificação de aborto............. 112
5 NÚCLEO DE ODONTOLOGIA FORENSE........................... 112
5.1 Exame de arcada dentária em necrópsia............................. 112
5.1.1 Comentário........................................................................... 113
5.2 Exame de arcada dentária para estimativa de idade......... 114
5.2.1 Comentário........................................................................... 114
5.3 Exame de marca de mordida para fins de identificação
do agressor...................................................................................... 114
5.3.1 Comentário........................................................................... 115
6 NÚCLEO DE PSIQUIATRIA FORENSE................................ 115
6.1 Exame de corpo de delito em sanidade mental................. 115

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA


DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC..................................... 117
1 NÚCLEO DE PERÍCIA EXTERNA - NUPEX.......................... 119
1.1 Exame perinecroscópico......................................................... 119
1.1.1 Comentário........................................................................... 120
1.2 Exame em local de ocorrência de tráfego............................ 120
1.3 Exame em local de crime contra o patrimônio................... 121
1.4 Exame de identificação veicular............................................ 122
2 NÚCLEO DE PERÍCIA EM TECNOLOGIA E
APOIO TÉCNICO – NPTAT......................................................... 123
2.1 A importância do contexto criminal.................................... 124
2.1.1 Exame em aparelhos celulares e demais
dispositivos portáteis.................................................................. 124
2.1.1.1 Comentário........................................................................ 125
2.1.2 Exames em equipamentos de informática....................... 126
2.1.2.1 Exame de dispositivo de armazenamento computacional..... 126
2.1.2.2 Exame de fraude bancária.................................................. 127
2.1.2.2.1 Comentário................................................................. 128
2.1.2.3 Exame de equipamento computacional.............................. 128
2.1.2.4 Exame de sistema informatizado....................................... 128
2.1.2.5 Exame em sítios de internet e correio eletrônico............... 129
2.1.2.5.1 Comentário................................................................. 130
2.2 Perícias de sistemas audiovisuais........................................ 130
2.2.1 Exame de tratamento de arquivos audiovisuais............ 130
2.2.1.1 Comentário........................................................................ 131
2.2.2 Exame de conversão de arquivos...................................... 131
2.2.2.1 Comentário........................................................................ 132
2.2.3 Exame de comparação de locutor..................................... 132
2.2.3.1 Comentário........................................................................ 132
2.2.4 Exame de comparação de imagens.................................... 133
2.2.4.1 Comentário........................................................................ 133
2.2.5 Exame de verificação de edição em
registros audiovisuais................................................................. 134
2.2.5.1 Comentário........................................................................ 134
2.2.6 Exame de extração de arquivo de dispositivo de
gravação de áudio e video........................................................... 135
2.2.6.1 Comentário........................................................................ 135
2.2.7 Exame em fotogrametria e estimativa de velocidade.... 135
2.2.7.1 Comentário........................................................................ 136
3 NÚCLEO DE PERÍCIA DOCUMENTOSCÓPICA
E CONTÁBIL – NUPDC................................................................ 136
3.1 Exames contábeis..................................................................... 136
3.1.1 Comentário........................................................................... 137
3.2 Exames grafotécnicos.............................................................. 137
3.2.1 Exame grafotécnico de autenticidade gráfica................. 137
3.2.2 Exame grafotécnico de autoria gráfica............................. 137
3.2.3 Exame grafotécnico de unicidade de punho escritor...... 137
3.2.3.1 Comentário........................................................................ 138
3.3 Exames documentoscópicos.................................................. 138
3.3.1 Comentário........................................................................... 139
4 NÚCLEO DE BALÍSTICA FORENSE – NUBAF................... 140
4.1 Exame de identificação e eficiência de armas de fogo
e acessórios..................................................................................... 140
4.2 Exame de verificação de disparo acidental......................... 141
4.3 Exame de comparação balística............................................ 141
4.3.1 Comentário........................................................................... 142
5 NÚCLEO DE PERÍCIA EM ENGENHARIA LEGAL E
MEIO AMBIENTE – NPELM....................................................... 142
5.1 Exame em local de incêndio e explosão.............................. 142
5.1.1 Comentário........................................................................... 145
5.2 Exame em instalações hidráulica e elétrica........................ 145
5.2.1 Comentário........................................................................... 146
5.3 Exame de contrafação............................................................. 147
5.3.1 Comentário........................................................................... 147
5.4 Exames de ocorrências em ambiente de trabalho............. 148
5.5 Exame de local de desabamento e/ou desmoronamento..... 148
5.5.1 Comentário........................................................................... 148
5.6 Exames em peças ou sistemas mecânicos........................... 149
5.7 Exames em peças e sistemas eletrônicos............................. 149
5.8 Exames em meio ambiente.................................................... 149
6 NÚCLEO DE PERÍCIA INDIRETA E
REPRODUÇÃO SIMULADA....................................................... 150
6.1 Exame de reprodução simulada............................................ 150
6.1.1 Comentário........................................................................... 150
6.2 Exame de perícia indireta...................................................... 151
6.2.1 Comentário........................................................................... 151
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA
DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS
BIOMÉTRICAS – CIHPB.....................................................153
1 NÚCLEO DE IDENTIFICAÇÃO CIVIL.................................. 155
1.1 Exame pericial em cédula de identidade............................ 155
1.2 Exame pericial para identificação de desconhecidos e desa-
parecidos ........................................................................................ 157
2 NÚCLEO DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL........................ 158
2.1 Exame pericial em documento contendo
impressão digital........................................................................... 158
2.1.1 Comentário........................................................................... 158
2.2 Exame pericial em local de crime......................................... 159
2.2.1 Comentário........................................................................... 160
3 NÚCLEO DE CLASSIFICAÇÃO E
PERÍCIAS PAPILOSCÓPICAS.................................................... 163
3.1 Perícia laboratorial em material encaminhado:
objetos coletados em local de crime.......................................... 163
3.1.1 Comentário........................................................................... 165
3.2 Exame necropapiloscópico.................................................... 165

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À
COORDENADORIA DE ANÁLISES
LABORATORIAIS FORENSES – CALF............................ 167
INTRODUÇÃO............................................................................... 169
1 NÚCLEO DE PERÍCIA EM DNA FORENSE......................... 170
1.1 Exame de determinação de perfis genéticos para
identificação humana.................................................................... 170
1.1.1 Vínculo genético com material de confronto
de parentes..................................................................................... 170
1.1.1.1 Comentário........................................................................ 172
1.1.2 A partir de vínculo genético com material de confronto
presente em objetos............................................................................ 173
1.1.2.1 Comentário........................................................................ 173
1.1.3 A partir de vínculo genético com material de confronto
presente em restos mortais............................................................... 174
1.1.3.1 Comentário........................................................................ 175
1.2 Exame para identificação de perfis genéticos em casos de
crimes sexuais................................................................................. 176
1.2.1 Comentário........................................................................... 176
1.3 Exame de identificação de perfis genéticos deixados
em locais de crimes variados (criminalística biológica)
e comparação com suspeitos........................................................ 177
1.3.1 Comentário........................................................................... 178
1.4 Exame de paternidade em casos de crimes sexuais.......... 178
1.4.1. Comentário.......................................................................... 179
1.5 Exame de comparação com o banco de dados de
perfis genéticos.............................................................................. 179
2 NÚCLEO DE QUÍMICA FORENSE......................................... 180
2.1 Exame de vestígios de disparo de arma de fogo................ 180
2.1.1 Comentário........................................................................... 183
2.2 Exame de identificação de combustíveis, verificação
de adulteração e identificação de substâncias inflamáveis... 184
2.2.1 Comentário........................................................................... 184
2.3 Exame de identificação de substância explosiva............... 185
2.3.1 Comentário........................................................................... 186
2.4 Exame de constatação de objetos metálicos....................... 186
2.4.1 Comentário........................................................................... 189
2.5 Exame de identificação de numeração suprimida de
arma de fogo................................................................................... 189
2.5.1 Comentário........................................................................... 191
2.6 Exame de identificação de álcool em bebidas e
verificação de adulteração em bebidas alcoólicas................... 191
2.6.1 Comentário........................................................................... 191
2.7 Exame de determinação do teor alcoólico em
formulações antissépticas.............................................................................193
2.7.1 Comentário........................................................................... 193
2.8 Exame de microvestígios em locais de crime..................... 195
2.8.1 Comentário........................................................................... 195
2.9 Exame de resíduos de projéteis em anteparos................... 196
2.9.1 Comentário........................................................................... 198
3 NÚCLEO DE TOXICOLOGIA.................................................. 198
3.1 Exame de identificação de cocaína (em pó e na
forma pétrea – crack)..................................................................... 203
3.1.1 Comentário........................................................................... 203
3.2 Exame de identificação de Cannabis Sativa L. (maconha)
e haxixe.................................................................................................205
3.2.1 Comentário........................................................................... 205
3.3 Exame de identificação de drogas sintéticas...................... 207
3.3.1 Comentário........................................................................... 207
3.4 Exame de identificação de medicamentos.......................... 208
3.4.1 Comentário........................................................................... 209
3.5 Exame de identificação de voláteis....................................... 210
3.5.1 Comentário........................................................................... 210
3.6 Identificação de anabolizantes.............................................. 212
3.6.1 Comentário........................................................................... 212
3.7 Identificação de venenos........................................................ 214
3.7.1 Comentário........................................................................... 214
4 NÚCLEO DE BIOQUÍMICA E BIOLOGIA FORENSE....... 216
4.1 Exame de detecção de sangue humano............................... 216
4.1.1 Comentário........................................................................... 217
4.2 Exame de detecção de sêmen em manchas observadas em
suportes diversos........................................................................... 217
4.2.1 Comentário........................................................................... 218
4.3 Exame de identificação de pelo ............................................ 219
4.3.1 Comentário........................................................................... 220

BIBLIOGRAFIA................................................................ 221

SOBRE A COMISSÃO DE ELABORAÇÃO............... 225


SOBRE A PERÍCIA FORENSE DO ESTADO
DO CEARÁ – PEFOCE

Em nosso âmbito estadual, é a Perícia Forense do Estado do Ce-


ará, a Pefoce, o órgão encarregado das perícias de interesse crimi-
nal. Como órgão central de perícias, concentra, em sua estrutura, os
mais diversos serviços periciais atinentes aos diversos campos da
ciência, abrangendo a medicina, a química, física, biologia, infor-
mática, engenharia, odontologia etc, com especial foco nos aspectos
específicos que se refiram aos eventos criminais investigados.
Nesse contexto, está a Polícia Civil, órgão que, desde o manda-
mento constitucional, é responsável pela investigação de crimes.
Como decorrência, as atuações da Pefoce e a Polícia Civil são inti-
mamente ligadas, bem como interdependentes.
A investigação criminal, no Brasil e, via de consequência, no Ceará,
passa por um processo evolutivo, de aprimoramento. Devemos estar
atentos à inafastável necessidade de pautarmo-nos, cada vez mais, so-
bre alicerces da boa técnica e da ciência. Esse mandamento fica ainda
mais evidenciado com a evolução e organização da criminalidade, em

SOBRE A PERÍCIA FORENSE DO ESTADO DO CEARÁ – PEFOCE


nosso país, sem falar de sua complexidade cada vez maior.
A forma primordial pela qual o perito criminal é acionado é a
requisição por perícia, a qual deve seguir com o conjunto de per-
guntas a serem propostas ao perito, isto é, os quesitos. Assim, com
o viso de oferecer orientações para a elaboração dos referidos que-
sitos é que se propõe o presente manual.
A elaboração deste trabalho adveio de uma comissão mista,
composta por delegados de polícia e peritos criminais, instituída
pela Portaria Conjunta nº 255/2017-GDGPC, de 26 de dezembro
de 2017, publicada no Diário Oficial do Estado, DOE-CE, de 08 de
janeiro de 2018.
A elaboração dos quesitos-modelo foi fruto de diversas reuniões,
sendo que a metodologia baseou-se na apresentação de cartas de
serviços prestados por cada núcleo das coordenadorias da Perícia
Forense do Estado do Ceará – Pefoce. Tais documentos, como já
expresso em seu nome, trazem o conjunto de exames periciais de-
senvolvidos no âmbito de cada setor da Pefoce. Também, enquanto
33
método, procedeu-se a análise comparativa de alguns manuais já
existentes nos diversos órgãos policiais atuantes no Brasil.
A Comissão entendeu, também, de convidar profissionais de áre-
as afins, no intuito de enriquecer as discussões, trazer sugestões,
oriundas de delegacias especializadas e peritos lotados nos diver-
sos núcleos do órgão da Perícia Forense, cuja demanda particulari-
zada seria útil para a consecução dos trabalhos.
Após a instauração da Comissão Mista, reuniram-se os membros
nas salas de reuniões da Perícia Forense do Estado do Ceará para
discutirem a metodologia de trabalho e os vários aspectos que cer-
cam uma tarefa de tal magnitude. Trata-se de um trabalho caracte-
rizado pela vastidão e capilaridade de assuntos, que demandaria,
inclusive, a oferta de cursos específicos, alías, essa foi uma das pro-
postas que surgiram durante as reuniões.
De outra parte, chamou-se o Ministério Público do Estado do
Ceará, com o viso de inseri-lo nas discussões, vez que é o titular da
ação penal.
No início dos debates, percebeu-se a importância de aprimorar os
procedimentos relacionados à cadeia de custódia, buscando apro-
SOBRE A PERÍCIA FORENSE DO ESTADO DO CEARÁ – PEFOCE

ximar-se das diretrizes contidas na Portaria nº 82, de 16 de julho de


2014, expedida pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do
Ministério da Justiça.
Assim, foram apresentadas orientações de como proceder diante
dos vestígios, tais como: encaminhamento à perícia de um objeto
com manchas de sangue, as cautelas diante de um celular apreendi-
do, os tipos adequados de invólucros, de acordo com a natureza do
material a ser examinado e outros.
Concluiu-se que a boa comunicação entre o presidente do inqué-
rito e o perito responsável é capaz de sanar muitos dos problemas
atinentes aos quesitos inadequados e aos cuidados com os objetos
passíveis de exames periciais. Portanto, ressalta-se a importância
de estreitar o diálogo entre os protagonistas, sempre partindo da
premissa de que a excelência da polícia técnico-científica iça à polí-
cia judiciária o mesmo grau de tratamento.
A Comissão

34
OBJETIVOS CENTRAIS DOS TRABALHOS

1) Padronização dos quesitos periciais relevantes para esclare-


cimento da materialidade do delito e autoria, bem como todas as
circunstâncias ao fato investigado.
2) Elevação da qualidade técnica das investigações realizadas
pela Polícia Judiciária Cearense.
3) Orientação de protocolos mínimos para coleta, guarda, conser-
vação, traslado e inviolabilidade do material periciado, bem como
rastreabilidade do vestígio.
4) Elaboração de protocolos mínimos para quesitação nos exa-
mes periciais, de acordo com suas especificidades, consistentes no
trato de tópicos imprescindíveis de serem observados, analisados e
consignados em laudo.

OBJETIVOS CENTRAIS DOS TRABALHOS

35
SOBRE AS CARTAS DE SERVIÇO
DA PERÍCIA FORENSE DO ESTADO
DO CEARÁ

As cartas de serviços são documentos dirigidos às autoridades


policiais e judiciárias, aos órgãos do Ministério Público, bem como
às partes no processo criminal (Defensoria Pública, advogados de
defesa, assistentes de acusação). O objetivo é explicitar que tipos de
exames periciais são ofertados pela Perícia Forense do Estado do
Ceará – Pefoce.
É importante ressaltar que as cartas de serviço estão limitadas
pelas condições materiais, técnicas, orçamentárias e estruturais da
Pefoce, ou seja, ali são enumeradas, num rol taxativo, as perícias
realizáveis dentro da conjuntura atual.

SOBRE AS CARTAS DE SERVIÇO DA PERÍCIA FORENSE DO ESTADO DO CEARÁ


Outro ponto de relevo, que já vai delimitar o campo de atuação
da Pefoce, está na natureza da matéria a ser investigada, que, exclu-
sivamente, será de cunho criminal. É dizer, a Pefoce não tem como
atribuição precípua a pesquisa de fatos sem repercussão penal.
As perícias, na Pefoce, são desempenhadas pelas coordenado-
rias, subdivididas em núcleos.
Coordenadoria de Medicina-Legal:
• Núcleo de Tanatologia Forense
• Núcleo de Antropologia Forense
• Núcleo de Traumatologia Forense
• Núcleo de Atendimento Especial à Mulher,
à Criança e ao Adolescente
• Núcleo de Odontologia Forense
• Núcleo de Psiquiatria Forense
Coordenadoria de Perícia Criminal:
• Núcleo de Perícia Externa
• Núcleo de Perícia em Tecnologia e Apoio Técnico
• Núcleo de Perícia Documentoscópica e Contábil
37
• Núcleo de Balística Forense
• Núcleo de Perícia em Engenharia Legal e Meio Ambiente
• Núcleo de Perícia Indireta e Reprodução Simulada
Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas:
• Núcleo de Identificação Civil
• Núcleo de Identificação Criminal
• Núcleo de Classificação e Perícias Papiloscópicas
Coordenadoria de Análises Laboratoriais Forenses:
• Núcleo de Perícia em DNA Forense
• Núcleo em Química Forense
• Núcleo de Toxicologia Forense
SOBRE AS CARTAS DE SERVIÇO DA PERÍCIA FORENSE DO ESTADO DO CEARÁ

• Núcleo de Bioquímica e Biologia Forense


• Núcleo de Anatomopatologia Forense
No decorrer dos trabalhos de elaboração do presente manual,
foram apresentadas as cartas de serviço relacionadas com as espe-
cificidades de cada coordenadoria.

38
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL – COMEL
CARTAS DE SERVIÇO DA
COORDENADORIA DE
MEDICINA LEGAL – COMEL

39
1 NÚCLEO DE TANATOLOGIA FORENSE
1.1 Exame de necropsia (exame cadavérico)
Necropsia de corpos de vítimas de morte violenta ou suspeita,
com a finalidade de esclarecer a causa mortis e confirmar a identida-
de do morto.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresen-
tação de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do
procedimento pertinente (policial ou judicial).
Principais etapas do processo: 1. Registro de entrada no Sistema
da Pefoce; 2. Fotografar o corpo de frente e de perfil, sobretudo de
desconhecido; 3. Exame necroscópico: histórico, descrição somática
do cadáver, das vestes e pertences do morto (que devem ser guarda-
das, ficando à disposição da justiça), verificação de sinais de morte,

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL – COMEL


exame externo e interno, discussão, conclusão e respostas aos que-
sitos; 4.Elaboração, digitação e assinatura do laudo necroscópico;
5. Envio do laudo à autoridade requisitante.
Ilustramos a seguir: sala do necrotério (Figura 1) com mesas equi-
padas com sistema de exaustão, foco cirúrgico, balança, instalações
hidráulicas quente e fria, sistema de sucção, triturador, tomadas
elétricas para conexão de equipamentos e serra elétrica.
Figura 1: sala do necrotério.

Fonte: arquivos da Pefoce.


41
Abaixo temos: sala do necrotério com cúpula (Figura 2) de acesso
visual para o auditório, destinada às atividades acadêmicas com
conectividade de áudio e vídeo.
Figura 2: sala do necrotério com cúpula.
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL – COMEL

Fonte: arquivos da Pefoce.

1.2 Exame de necropsia pós-exumação


Exame cadavérico em corpos previamente inumados, em casos
de morte violenta (homicídios, suicídios e acidentes) ou morte sus-
peita, quando requisitado por autoridade competente, com a fina-
lidade de esclarecer eventuais questionamentos da causa mortis ou
referentes à identificação cadavérica.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresen-
tação de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do
procedimento pertinente (policial ou judicial). No ofício, deverá
constar: identificação do cemitério e do local em que o corpo está
sepultado, formulação de quesitos, explicitando quais os esclareci-
mentos a serem prestados. Será juntada à requisição cópia do laudo
de necropsia prévia, quando houver, e resumo do caso que moti-
vou o pedido desse exame.
42
A autoridade requisitante comparecerá ao cemitério para acom-
panhar a retirada do corpo da sepultura.
Principais etapas do processo: 1. Contato prévio da autoridade
requisitante com a Comel, para agendamento do exame junto à
equipe responsável pelo procedimento; 2. Deslocamento da equipe
de perícia forense ao local indicado; 3. Inspeção inicial do local da
inumação com identificação do cemitério e da sepultura; 4. Abertu-
ra da sepultura; 5. Verificação das condições da urna funerária; 6.
Abertura da urna funerária; 7. Verificação e registro da posição do
corpo ou ossada no interior da urna funerária; 8. Verificação, des-
crição e registro de vestes (tipo, cor, marca, tamanho, peculiarida-
des); 9. Presença de eventuais artefatos junto ao corpo; 10. Traslado
do corpo ao necrotério para realização da necrópsia; 11. Descrição
do corpo no conjunto e em suas partes, com revisão das cavidades
craniana e toracoabdominal; 12. Coleta de material genético para
análise e comparação futura; 13. Análise dos pontos questionados

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL – COMEL


na requisição do exame; 14. Registro fotográfico de todas as etapas
do procedimento; 15. Liberação do corpo para sepultamento; 16.
Elaboração, digitação e assinatura do laudo pericial; 17. Envio do
laudo à autoridade requisitante.

2 NÚCLEO DE ANTROPOLOGIA FORENSE


2.1 Exame de ossada
Necropsia de ossadas humanas com a finalidade de verificar a
identidade do morto, a causa mortis e a data provável da morte.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresen-
tação de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do
procedimento pertinente (policial ou judicial).
Principais etapas do processo: 1. Registro de entrada no Sistema
da Pefoce; 2. Fotografia da ossada a critério do perito; 3. Inspeção
inicial do material enviado com descrição do recipiente onde foi
acomodado, da presença de vestes, de partes moles e suas carac-
terísticas; 4. Coleta de material genético para análise e comparação
futura; 5. Limpeza e secagem da ossada. 6. Descrição das partes ós-
seas presentes e realização da medição óssea; 7. Análise dos dados
obtidos e cálculos referentes ao sexo, à raça, estatura, conclusão e
43
resposta aos quesitos; 8. Elaboração, digitação e assinatura do lau-
do necroscópico; 9. Envio do laudo à autoridade requisitante.
A seguir, setor de antropologia forense (Figura 3), responsável
por perícias em cadáveres em avançado estado de putrefação, ou já
esqueletizados, com estudo dos restos mortais para fins de identifi-
cação humana e constatação de evidências criminais.
Figura 3: sala da antropolo-
gia forense.
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL – COMEL

Fonte: arquivos da Pefoce.

3 NÚCLEO DE TRAUMATOLOGIA FORENSE


3.1 Exame em lesão corporal
Exame de corpo de delito que se realiza em casos de lesão corpo-
ral, com a finalidade de avaliar o estado da vítima, as lesões corpo-
rais, visando a consignar a presença e a gradação final das lesões,
bem como apontar o instrumento que as provocou.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresen-
tação de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do
procedimento pertinente (policial ou judicial).
44
É de se esclarecer que o documento requisitório deve conter um
breve histórico dos fatos e os quesitos para orientarem o perito na con-
fecção do laudo que melhor atenda aos interesses da investigação.
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisitação aten-
de aos requisitos; 2. Registro de entrada no Sistema da Pefoce; 3.
Verificação da identidade do periciando por meio de documento
com foto e/ou impressão digital do polegar direito; 4. Histórico da
ocorrência; 5. Exame pericial com descrição das lesões constatadas,
no momento da perícia, devendo-se responder os quesitos; 6. Ela-
boração, digitação e assinatura do laudo pericial; 7. Envio do laudo
à autoridade requisitante.

3.2 Exame de sanidade em lesão corporal


Trata-se de exame pericial complementar ao exame de lesão
corporal, realizado após trinta dias do evento, com a finalidade

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL – COMEL


de avaliar se a lesão corporal sofrida resultou em: a) incapacidade
permanente para o trabalho; b) enfermidade incurável; c) perda ou
inutilização do membro, sentido ou da função; d) deformidade per-
manente; e) aborto.
A autoridade competente requisita o exame mediante apresen-
tação de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do
procedimento pertinente (policial ou judicial).
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisitação aten-
de aos requisitos; 2. Registro de entrada no Sistema da Pefoce; 3.
Verificação da identidade do periciando por meio de documento
com foto e/ou impressão digital do polegar direito; 4. Histórico da
ocorrência; 5. Descrição de informações contidas em relatório mé-
dico e/ou hospitalar, constantes de diagnóstico, tratamento e/ou
lesões apresentadas no momento do exame e sequelas existentes
em decorrência do evento gerador da perícia; 6. Exame pericial com
descrição das lesões apresentadas, no momento do exame e respos-
ta aos quesitos; 7. Elaboração, digitação e assinatura do laudo peri-
cial; 8. Envio do laudo à autoridade requisitante.

45
3.3 Exame de lesão corporal Ad Cautelam
(ou Cautelar)
Tem a mesma natureza e o mesmo objeto do exame de lesão corpo-
ral, com a particularidade de realizar-se, quando da prisão-captura do
autor de crime. Tem como escopo a conciliação entre os direitos funda-
mentais do preso e a salvaguarda do Estado-polícia sobre denúncias
vazias de que eventuais confissões tenham sido obtidas sob tortura1.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresentação
de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do procedimen-
to pertinente (policial ou judicial). Na mesma oportunidade, o condu-
tor da prisão-captura apresenta o preso a fim de submetê-lo ao exame.
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende aos
parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada no Sis-
tema da Pefoce; 3. Verificação da identidade do periciando por meio
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL – COMEL

de documento com foto e/ou impressão digital do polegar direito; 4.


Histórico da ocorrência; 5. Exame pericial e resposta aos quesitos; 6.
Elaboração, digitação e assinatura do laudo pericial; 7. Envio do laudo
à autoridade requisitante.

3.4 Exame em lesão corporal (Danos Pessoais


por Veículos Automotores Terrestres – DPVAT)
Exame de corpo de delito em vítimas que apresentam danos corpo-
rais, decorrentes de acidentes causados por veículos automotores ou
sua carga, com a finalidade de avaliar as lesões pessoais sofridas visan-
do consignar sua gradação.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresentação
de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do procedimen-
to pertinente (policial ou judicial).
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende aos
parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada no Sis-
tema da Pefoce; 3. Verificação da identidade do periciando por meio

1 A conceituação do exame de lesão corporal ad cautelam (ou cautelar) é objeto do


Projeto de Lei n. 318/2017, cuja relatoria pertence ao então Ministro da Segu-
rança Pública, Raul Jungmann, e tramitou na Câmara do Deputados.
46
de documento com foto e/ou impressão digital do polegar direito; 4.
Histórico do fato gerador do acidente; 5. Exame pericial com descrição
das lesões constatadas no momento da perícia e resposta aos quesitos;
6. Elaboração, digitação e assinatura do laudo pericial; 7. Envio do lau-
do à autoridade requisitante.

3.5 Exame de sanidade em lesão corporal (DPVAT)


Exame de corpo de delito nos casos de vítima de lesão corporal, em
decorrência de acidente de veículos automotores e suas cargas, após
30 dias do evento, com a finalidade de complementar perícia anterior-
mente realizada e não-conclusa, ou evento ocorrido há mais de 30 dias,
visando consignar a gradação da lesão.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresentação
de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do procedimen-
to pertinente (policial ou judicial).

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL – COMEL


Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende aos
requisitos; 2. Registro de entrada no Sistema da Pefoce; 3. Verificação da
identidade do periciando através de documento com foto e/ou impres-
são digital do polegar direito; 4. Histórico da ocorrência; 5. Descrição de
informações contidas em relatório médico e/ou hospitalar, constantes
de diagnóstico, tratamento e/ou lesões apresentadas no momento do
exame e sequelas existentes em decorrência do evento gerador da pe-
rícia; 6. Exame pericial com descrição das lesões apresentadas no mo-
mento do exame e resposta aos quesitos; 7. Elaboração, digitação e as-
sinatura do laudo pericial; 8. Envio do laudo à autoridade requisitante.

3.6 Exame de corpo de delito para verificação


de embriaguez
Exame clínico visando à constatação de estado de embriaguez,
por meio do qual é aferido o estado psicomotor do periciando por
meio de anamnese, exame físico, utilização de etilômetro e possível
coleta de urina ou sangue para pesquisa de álcool.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresen-
tação de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do
procedimento pertinente (policial ou judicial).
47
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a solicitação atende aos
requisitos; 2. Registro de entrada no Sistema da Pefoce; 3. Verificação
da identidade do periciando, por meio de documento com foto e/ou
impressão digital do polegar direito; 4. Histórico do caso com ênfase
na hora da ocorrência e da perícia; 5. Exame clínico e neurológico do
periciando; 6. Teste com etilômetro (após autorização do periciando)
7. Exame laboratorial (sujeito à autorização prévia, por escrito, do peri-
ciando) - coleta de sangue e/ou urina para exame químicotoxicológico,
buscando evidenciar a presença de substância psicoativa que determi-
ne dependência; 8. Resposta aos quesitos; 9. Elaboração, digitação e as-
sinatura do laudo pericial; 9. Envio do laudo à autoridade requisitante.

3.7 Exame em lesão corporal em acidente de trabalho


Exame de corpo de delito, em casos de lesão corporal, com a fina-
lidade de avaliar a vítima de lesões pessoais sofridas, em decorrência
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL – COMEL

do trabalho exercido ou em seu horário de trabalho, visando consig-


nar a presença e gradação final das lesões.
A autoridade competente requisita o exame mediante apresenta-
ção de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do proce-
dimento pertinente (policial ou judicial).
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende aos
parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada no Sis-
tema da Pefoce; 3. Verificação da identidade do periciando, por meio
de documento com foto e/ou impressão digital do polegar direito; 4.
Histórico da ocorrência; 5. Exame pericial com descrição das lesões
constatadas no momento da perícia e resposta aos quesitos; 6. Ela-
boração, digitação e assinatura do laudo pericial; 7. Envio do laudo à
autoridade requisitante.

3.8 Exame de sanidade em lesão corporal em


acidente de trabalho
Exame de corpo de delito nos casos de vítima de lesão corporal
sofrida, em virtude do exercício do trabalho ou no horário desse,
após trinta dias do evento, com a finalidade de complementar perí-
cia anteriormente realizada e não conclusa, ou evento ocorrido há
mais de trinta dias, visando a consignar a gradação da lesão.
48
A autoridade competente requisita o exame mediante apresen-
tação de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do
procedimento pertinente (policial ou judicial).
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende
aos parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada
no Sistema da Pefoce; 3. Verificação da identidade do periciando
por meio de documento com foto e/ou impressão digital do po-
legar direito; 4. Histórico da ocorrência; 5. Descrição de informa-
ções contidas em relatório médico e/ou hospitalar, constantes de
diagnóstico, tratamento e/ou lesões apresentadas no momento
do exame e sequelas existentes em decorrência do evento gerador
da perícia; 6. Exame pericial com descrição das lesões apresenta-
das, no momento do exame, e resposta aos quesitos; 7. Elabora-
ção, digitação e assinatura do laudo pericial; 8. Envio do laudo à
autoridade requisitante.

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4 NÚCLEO DE ATENDIMENTO ESPECIAL À
CRIANÇA, À MULHER E AO ADOLESCENTE
4.1 Exame de constatação de crime sexual
Trata-se de exame de corpo de delito em situação de crime sexu-
al, como medida cautelar, com a finalidade de constatar a presen-
ça de vestígios qualificadores de delito, oferecendo-se um atendi-
mento qualificado, humanizado e privativo, visando a minimizar
a revitimizacão.
Ressalte-se que, independente da situação de flagrante, a auto-
ridade policial que tomar conhecimento desse tipo de delito de-
verá encaminhar a vítima e/ou o agressor, de imediato, à Perícia
Forense. Para tanto, a Pefoce disponibiliza atendimento 24 horas.
No caso de existir material apreendido, encaminhá-lo à Pefoce
no horário de expediente.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresen-
tação de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do
procedimento pertinente (policial ou judicial). Pericia apresentada
por autoridade correspondente.
49
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende
aos parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada no
Sistema da Pefoce; 3. Verificação da identidade do periciando, por
meio de documento com foto e/ou impressão digital do polegar
direito; 4. Histórico da ocorrência; 5. Exame pericial e resposta aos
quesitos; 6. Elaboração, digitação e assinatura do laudo pericial; 7.
Envio do laudo à autoridade requisitante.
Ambiente humanizado do Núcleo de Atendimento Especial à
Mulher, Criança e ao Adolescente (NAMCA), vítimas de violência
sexual (Figuras 4 e 5).
Figura 4: NAMCA.
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Fonte: arquivos da Pefoce.

Figura 5: NAMCA.

Fonte: arquivos da Pefoce.


50
4.2 Exame de corpo de delito – verificação de aborto

Exame de corpo de delito para verificar sinais de probabilidade,


testes biológicos e histopatológicos dos restos ovulares e membra-
nosos para a verificação da prática de aborto.

A autoridade competente requisita o exame, mediante apresen-


tação de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do
procedimento pertinente (policial ou judicial).

Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende aos


parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada no Sis-
tema da Pefoce; 3. Verificação da identidade do periciando, por meio
de documento com foto e/ou impressão digital do polegar direito;
4. Histórico; 5. Acolher, em ambiente privativo, reservado para esse
fim; 6. Exame pericial com descrição das lesões constatadas e docu-

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mentadas no momento da perícia e resposta aos quesitos; 7. Elabo-
ração, digitação e assinatura do laudo pericial; 8. Envio do laudo à
autoridade requisitante.

5 NÚCLEO DE ODONTOLOGIA FORENSE

5.1 Exame de arcada dentária em necrópsia

Perícia odontolegal em vítimas de morte violenta ou suspeita,


não identificadas, putrefeitas, ou carbonizadas, com a finalidade de
identificação.

A autoridade competente requisita o exame mediante apresen-


tação de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do
procedimento pertinente (policial ou judicial).

Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende


aos parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada
no Sistema da Pefoce; 3. Histórico da ocorrência; 4. Exame pericial
da arcada dentária; 5. Elaboração, digitação e assinatura do laudo
pericial; 6. Envio do laudo à autoridade requisitante.
51
5.2 Exame de arcada dentária em ossada humana
Exame de arcada dentária em ossada humana com a finalidade
de identificação.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresen-
tação de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do
procedimento pertinente (policial ou judicial).
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende
aos parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada
no Sistema da Pefoce; 3. Histórico da ocorrência; 4. Exame pericial
da arcada dentária; 5. Elaboração, digitação e assinatura do laudo
pericial; 6. Envio do laudo à autoridade requisitante.

5.3 Exame para estimativa de idade


CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL – COMEL

Trata-se de avaliação do desenvolvimento dos dentes com a fina-


lidade de estimar a idade do periciando.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresen-
tação de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do
procedimento pertinente (policial ou judicial).
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende
aos parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada no
Sistema da Pefoce; 3. Verificação da identidade do periciando por
meio de documento com foto e/ou impressão da digital do polegar
direito; 4. Histórico da ocorrência; 5. Exame pericial da arcada den-
tária e resposta aos quesitos; 6. Elaboração, digitação e assinatura
do laudo pericial; 7. Envio do laudo à autoridade requisitante.

5.4 Exame de marca de mordida


Exame de marcas compatíveis com mordedura para comparação
com a arcada dentária do suposto autor, a fim de identificá-lo.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresen-
tação de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do
procedimento pertinente (policial ou judicial).
52
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende
aos parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada
no Sistema da Pefoce; 3. Verificação da identidade do periciando
por meio de documento com foto e/ou impressão da digital do
polegar direito; 4. Histórico da ocorrência; 5. Exame pericial com
descrição das lesões constatadas no momento da perícia; 6. Elabo-
ração, digitação e assinatura do laudo pericial; 7. Envio do laudo à
autoridade requisitante.
Como ilustração, temos, a seguir, o setor de odontológia foren-
se com cadeira odontotológica e equipamentos periciais de lesões
dentárias e de cavidade oral (Figura 6).
Figura 6: sala da odontologia forense.

Fonte: arquivos da Pefoce. CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL – COMEL

6 NÚCLEO DE PSIQUIATRIA FORENSE

6.1 Exame de corpo de delito em sanidade mental


Trata-se de exame realizado por psiquiatra forense com a fina-
lidade de avaliar o estado de sanidade mental, verificando se o
periciando é portador de doença mental ou de desenvolvimento
mental incompleto ou retardado que implique em incapacidade
de entender o caráter ilícito do fato, ou de se determinar de acor-
53
do com esse entendimento. Busca-se, ainda, analisar a periculosi-
dade apresentada pelo examinado e se o caso enseja internação ou
tratamento ambulatorial.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresenta-
ção de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do proce-
dimento pertinente (policial ou judicial).
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende
aos parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada no
Sistema da Pefoce; 3. Agendamento de data para realização do exame;
4. Exame psiquiátrico (anamnese, exame físico, exames complementa-
res e exame psíquico); 5. Elaboração, digitação e assinatura do laudo
pericial; 6. Expedição do laudo à autoridade requisitante.
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL – COMEL

54
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC
CARTAS DE SERVIÇO DA
COORDENADORIA DE
PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

55
1 NÚCLEO DE PERÍCIA EXTERNA – NUPEX
Para os exames descritos, a seguir, as principais etapas do processo
são: 1. Acionamento da perícia por meio da CIOPS ou pela autoridade;
2. Neste último caso, verificar se a requisição atende aos parâmetros
para a realização do exame; 3. Registro de entrada no sistema da Pefoce;
4. Histórico da ocorrência; 5. Exame pericial conforme o tipo de ocor-
rência; 6. Elaboração, digitação e assinatura digital do laudo pericial; 7.
Envio do laudo à autoridade requisitante; 8. No caso da Polícia Civil, é
necessária a inclusão no sistema SIP3W do ofício referente à requisição
para receber o laudo via sistema.
Ressalta-se que a autoridade competente requisita o exame, me-
diante apresentação de ofício, circunstanciando, tanto quanto possí-
vel, o fato investigado, documento esse em que constará quesitação
objetiva e o número do tombo do procedimento pertinente (policial
ou judicial).

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


1.1 Perícia em local de crime contra vida
Entende-se por perícia, em local de crime contra a vida, a realiza-
ção de exames periciais em ocorrências que envolvem crime contra
vida, principalmente, nos casos de morte violenta, caso em que o
perito criminal analisará o cenário (local, acessos, corpos de delito e
objetos), o cadáver (realizando o exame perinecroscópico), as vestes,
os vestígios, registrando tudo por meio de fotografias e relatórios,
inclusive, as violações de local e seus responsáveis, se possível.
Os principais objetivos são a identificação dos autores envolvidos
na ocorrência, a definição da dinâmica do evento, a identificação de
instrumentos utilizados por meio das características das lesões no
corpo, e, no caso da não preservação do local do crime, que tipo de
prejuízo ocorreu e/ou vestígio foi alterado.
O isolamento e a preservação do local de crime são condicionan-
tes para a melhor realização dos exames periciais, da identificação
e coleta dos vestígios, da determinação da dinâmica da ocorrência e
da conclusão.
Havendo morte de pessoa, sendo a causa ignorada, o cadáver
deve seguir para o Serviço de Verificação de Óbitos – SVO –, o qual
57
determinará a causa da morte. Entretanto, caso sejam detectados si-
nais de violência no morto, esse deverá seguir para a Pefoce para
exame cadavérico. Nesse último caso, a autoridade policial expedirá
guia de exame cadavérico.
Havendo sinais claros de morte violenta, o fluxo seguirá entre
delegacia de polícia e Pefoce, sem a interveniência do SVO.

1.2 Exame em local de ocorrência de tráfego


Perícia, em local de ocorrência de tráfego, são os exames periciais que
envolvem crimes de trânsito, casos em que o perito criminal analisará o
cenário (local, vias e corpos de delito), o cadáver (neste caso, realizando
o exame perinecroscópico), os vestígios, registrando tudo por meio de
fotografias e relatórios, inclusive, as violações de local e seus responsá-
veis, se possível. Tendo como objetivo a definição do tipo de ocorrên-
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

cia (colisão, atropelamento, abalroamento, choque, tombamento, capo-


tamento, ou outros), se houve vítima(s) fatal, se possível, descrever a
dinâmica do evento, verificar se nas vias existia algo determinante que
poderia contribuir para a causa da ocorrência, se os testes básicos para
verificação do funcionamento dos freios, luzes indicadoras de direção e
lanternas dianteiras e traseiras do veículo demonstraram conformidade
com o funcionamento dos equipamentos, e no caso da não preservação
do local, que tipo de prejuízo ocorreu e/ou vestígio foi alterado.
O isolamento e a preservação do local de crime são condicionantes
para a melhor realização dos exames periciais, da identificação e co-
leta dos vestígios, para a determinação da dinâmica da ocorrência e
da conclusão.

1.3 Exame em local de crime contra o patrimônio


É a realização de exames periciais em ocorrências que envolvem
crime contra o patrimônio, onde o perito criminal analisará o local,
o veículo(s), objeto(s), corpo(s) de delito, o vestígio(s), registrando
tudo através de fotografias e relatórios, inclusive, as violações de
local e seus responsáveis, se possível, e identificando danos/alte-
rações no patrimônio. No caso de acionamento via ofício, respon-
der aos quesitos, conforme disponibilidade dos elementos técnicos
e científicos.
58
No caso de arrombamento, definir, quando possível, o meio utilizado
para o acesso ao local, verificar se existe algum tipo de vestígio relacio-
nado ao arrombamento do sistema de trancamento das portas/grades/
portões de acesso, e se possível, identificar o(s) autor(es).
O isolamento e a preservação do local de crime são condicionantes
para a melhor realização dos exames periciais, da identificação e co-
leta dos vestígios, para a determinação da dinâmica da ocorrência e
da conclusão.

1.4 Exame de identificação veicular


É a realização de exames periciais em que se busca a verificação
dos elementos e caracteres identificadores dos veículos. Busca-se a
definição de quais partes foram adulteradas ou suprimidas; se o mo-
tor e/ou outros agregados são compatíveis com ano/modelo do veí-

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


culo, se as placas são originais ou clonadas, se o veículo apresentava
sinais de desmanche.

2 NÚCLEO DE PERÍCIA EM TECNOLOGIA E


APOIO TÉCNICO – NPTAT
2.1 Perícias de informática
Perícias que se destinam a realizar pesquisas, extrações e análi-
ses dos vestígios de informática contidos nas chamadas “mídias de
armazenamento eletrônico”, nos softwares, nas redes e nos equipa-
mentos de informática, em geral, quando se questiona a respeito de
sua natureza, funcionalidade, seu histórico de utilização, conteúdo,
entre outras características.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresenta-
ção de ofício, que constará quesitação objetiva, circunstanciando, tanto
quanto possível, o fato investigado, documento esse em que constará
o número do tombo do procedimento pertinente (policial ou judicial).
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição aten-
de aos parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de en-
trada no sistema da Pefoce; 3. Histórico da ocorrência; 4. Exame
pericial conforme o tipo de ocorrência; 5. Elaboração, digitação e
59
assinatura digital do laudo pericial; 6. Envio do laudo à autoridade
requisitante, 7. no caso da Polícia Civil, é necessária a inclusão no
sistema SIP3W do ofício referente à requisição para receber o laudo
via sistema.

2.1.1 Exame em aparelhos celulares e demais


dispositivos portáteis

Tem por objetivo pesquisar, extrair e analisar os vestígios de in-


formática, contidos nos aparelhos celulares, quando se questiona
a respeito de suas características, funcionalidades, seu histórico de
utilização, conteúdo, entre outros.

Ressalta-se que, em aparelhos celulares, encontram-se dados re-


CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

lacionados à parte de telefonia celular (agenda, mensagens SMS, re-


gistro de chamadas etc), os quais interessam à investigação e são
pesquisados na perícia específica.

Outros aspectos do exame de equipamento computacional portá-


til, a exemplo de aparelhos celulares do tipo smartphone e tablet, são
a extração e análise de dados informáticos ou a análise de vestígios,
diretamente, relacionados aos eventos ocorridos na internet; o exa-
me de correio eletrônico (e-mail), com o objetivo de identificação de
origem e/ou autoria, extração de mensagens de correio eletrônico e
o exame do histórico de acesso a sites de internet, com o objetivo de
se constatar alguma prática delituosa.

2.1.2 Exames em equipamentos de informática

As perícias em equipamentos de informática têm por objetivo, entre


outras coisas: 1. Descrever os equipamentos eletrônicos, identificando
suas particularidades, tais como tipo, marca, modelo, funcionalidade,
cor, número de série, entre outros; 2. Analisar a funcionalidade e o
histórico de utilização (logs) dos softwares; 3. Extrair e promover a aná-
lise dos dados armazenados nos aparelhos eletrônicos.
60
2.1.2.1 Exame de dispositivo de armazenamento computacional
Extração e análise de dados armazenados em mídias de arma-
zenamento eletrônico. Nesse tipo de exame, o foco está nos dados
armazenados e não no equipamento em si. Tipos mais comuns de
materiais: disco rígido, pen drive, disco óptico, disco flexível, fita
magnética e cartão-chip de celular. Qualquer investigação que não
envolva elucidação pericial da área de informática, em que se busca
apenas o acesso aos dados armazenados nas mídias (extração dire-
ta de dados), a exemplo de investigação de crimes de abuso sexual
contra crianças e adolescentes ou crime de organização criminosa.

2.1.2.2 Exame de fraude bancária


Exame que busca verificar a existência de arquivos, contendo in-
formações bancárias (números de contas, senhas, números de car-

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


tões de crédito, boletos bancários, extratos de contas bancárias), de
comprovantes de movimentações financeiras (pagamentos de títu-
los, transferências, saques, compras pela Internet), de arquivos con-
tendo programas ou códigos-fonte capazes de capturar informações
bancárias, realizar a prática de phishing, ou realizar o envio, em mas-
sa, de e-mails, ou se existe algum arquivo ou programa que pode ser
utilizado para formatação/impressão de layouts ou informações em
folhas de cheques/papel.

2.1.2.3 Exame de equipamento computacional


Exame em equipamentos de informática de maneira geral. Nes-
se tipo de exame, o foco está nas características físicas e funcionais
do equipamento, e não nos dados ali armazenados, num roteador
wireless fidelity (wi-fi), em que existe a necessidade de determinar se
a rede wi-fi pertencente a um endereço investigado, e se está prote-
gida contra o acesso de usuários anônimos.

2.1.2.4 Exame de sistema informatizado


Exame em sistemas informatizados, comerciais ou privados, com o
objetivo de acesso aos seus dados, da análise de sua utilização ou de sua
funcionalidade, podendo ser em ambientes computacionais de corpora-
61
ções, em aplicativos, inclusive, os chamados códigos maliciosos (malwa-
res, vírus, trojans etc), em registros históricos (arquivos de log), em sis-
tema computacional, exclusivo do próprio equipamento (embarcado),
que tenha como objetivo o acesso e a análise dos dados e das característi-
cas físicas e funcionais de sistemas computacionais embarcados, ou seja,
aqueles projetados para cumprir uma tarefa específica, em máquinas
eletrônicas programáveis (vídeos-bingo, caça-níqueis, videopôquer),
nos quais se pesquisam as etapas do jogo (ou na única existente), se o
resultado final da aposta depender, fundamentalmente, da habilidade
do apostador, ou de exclusiva, ou principalmente da sorte.

2.1.2.5 Exame em sítios de internet e correio eletrônico


Exames em códigos-fonte de sites de internet, com o objetivo de
constatar alguma prática delituosa (fotos de exploração sexual infan-
til, crimes de ódio, página bancária falsa, venda de produtos ilegais
etc) e em mensagens de correio eletrônico (e-mails) armazenadas em
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

equipamento de informática, com o objetivo de identificação de ori-


gem e/ou autoria, extração de mensagens de correio eletrônico pre-
sentes em mídias de armazenamento (geralmente, em computadores
do tipo “servidor”), envolvendo algum ilícito.

2.2 Perícias de sistemas audiovisuais


São perícias que se destinam a analisar arquivos de áudio e de ima-
gens, estáticas ou dinâmicas, contidos nas chamadas “mídias de ar-
mazenamento digital”, tais quais mídias ópticas, pen drives, cartões de
memória, discos rígidos em Digital Video Recorder – DVR – etc, visando
auxiliar as investigações a respeito do conteúdo registrado, da sua na-
tureza, da autenticidade do material digital, entre outras características.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresentação
de ofício, circunstanciando, tanto quanto possível, o fato investigado,
documento esse em que constará o número do tombo do procedimento
pertinente (policial ou judicial).
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende aos
parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada no Siste-
ma da Pefoce; 3. Histórico da ocorrência; 4. Exame pericial, conforme o
tipo de ocorrência; 5. Elaboração, digitação e assinatura digital do laudo
pericial;6. Envio do laudo à autoridade requisitante, 7. No caso da Polí-
62
cia Civil, é necessária a inclusão no sistema SIP3W do ofício referente à
requisição para receber o laudo, via sistema.

2.2.1 Exame de tratamento de arquivos audiovisuais


O referido exame destina-se ao tratamento nos registros de som
e/ou imagem, a fim de proporcionar um melhor entendimento do
seu conteúdo. É comumente aplicado, quando se busca elucidar a
dinâmica dos acontecimentos, placas de veículos, faces e/ou tatu-
agens de suspeitos, bem como na exclusão de ruídos de fundo ou
amplificação do sinal de áudio.

2.2.2 Exame de conversão de arquivos


Por meio da perícia, procede-se a conversão dos registros de som
e/ou imagem para um formato de fácil reprodução em vários com-

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


putadores e dispositivos. É comum que dispositivos mais antigos
não sejam capazes de reproduzir formatos digitais mais recentes, e
que as instituições públicas não tenham mais equipamentos para a
reprodução de mídias analógicas.

2.2.3 Exame de comparação de locutor


Trata-se de exame que se destina à comparação entre a voz de um
determinado suspeito e a de registro de áudio questionado, a fim de
se determinar a compatibilidade entre ambos.

2.2.4 Exame de comparação de imagens


Trata-se de exame destinado à comparação entre imagens de pes-
soas ou objetos com a finalidade de se determinar a compatibilidade.

2.2.5 Exame de verificação de edição em


registros audiovisuais
Destina-se a buscar evidências de adulterações fraudulentas nos
arquivos analisados e que foram feitas com o intuito de modificar o
entendimento do registro.
63
2.2.6 Exame de extração de arquivo de dispositivo de
gravação de áudio e vídeo
Trata-se de exame para extrair os registros e demais informa-
ções presentes em dispositivo de gravação, a exemplo de Digital
Video Recorder – DVR.

2.2.7 Exame em fotogrametria e estimativa de velocidade


O referido exame destina-se às análises em imagens estáticas ou
dinâmicas (vídeos), com o objetivo de mensurar dimensões diver-
sas em suspeitos, por exemplo, a altura de um indivíduo investiga-
do, bem como para estimar a velocidade média de veículos no sítio
de colisão. A mensuração dá-se, também, em relação aos objetos
captados nas imagens questionadas.
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

3 NÚCLEO DE PERÍCIA DOCUMENTOSCÓPICA


E CONTÁBIL – NUPDC
Para os exames descritos a seguir, as principais etapas do processo
são: 1. Verificar se a requisição atende aos parâmetros para a realiza-
ção do exame; 2. Registro de entrada no Sistema da Pefoce; 3. Histó-
rico da ocorrência; 4. Exame pericial, conforme a natureza do caso; 5.
Elaboração, digitação e assinatura digital do laudo pericial; 6. Devo-
lução das peças apresentadas para exames à autorida de competente
e envio de uma via física do laudo pericial, quando o laudo assinado,
digitalmente, não puder ser obtido através do sistema SIP3W; 7. No
caso da Polícia Civil, é necessária a inclusão no sistema SIP3W do ofí-
cio referente à requisição para receber o laudo, via sistema.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresenta-
ção de ofício, que constará quesitação objetiva, circunstanciando, tanto
quanto possível, o fato investigado, documento esse em que constará
o número do tombo do procedimento pertinente (policial ou judicial).

3.1 Exames contábeis


Enquadram-se os pedidos de análises em processos licitatórios,
de lavagem de dinheiro, de furto qualificado e de crime financei-
ro, entre outros correlatos. Entre várias situações, o perito criminal
64
identificará, por exemplo, se todas as notas fiscais enviadas à perícia
foram devidamente registradas no livro caixa da empresa, demons-
trando os valores e as datas de cada uma delas, para comprovar o
faturamento da referida empresa em determinado período. Para a
realização de tais exames, podem ser periciadas, tanto as vias origi-
nais dos documentos quanto as fotocópias dos mesmos.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresen-
tação de ofício, em que constará o número do tombo do procedi-
mento pertinente (policial ou judicial).

3.2 Exames grafotécnicos


São os exames em que ocorre a comparação de escritas à mão:
assinaturas, rubricas, textos e números, com o fito de conhecer quem
os produziu. São três os tipos de exames grafotécnicos, a saber:

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• Exame de autenticidade gráfica: a perícia compara o manus-
crito questionado (cujo autor se deseja conhecer) com os ma-
nuscritos fornecidos pela pessoa que seria a qualificada a pro-
duzir o manuscrito questionado, ou seja, a própria detentora
do nome assinado, desde que tais paradigmas sejam colhidos
pelos peritos que realizarão os exames periciais.
• Exame de autoria gráfica: difere do exame de autenticidade
gráfica, quanto aos paradigmas fornecidos, pois eles são de
uma ou mais pessoas, desde que nenhuma delas seja qualifi-
cada a produzir o manuscrito questionado.
• Exame de unicidade de punho escrito: a perícia compara o
manuscrito questionado e os paradigmas que não foram co-
lhidos pelos peritos que realizarão os exames periciais, ainda
que tais paradigmas tenham as suas autenticidades endossa-
das pela autoridade que os colheu e/ou os apresentou à pe-
rícia, independente de terem sido produzidos para subsidia-
rem os exames periciais, ou em contexto diverso, como, por
exemplo, assinaturas em cartões de autógrafos de cartórios
e/ou bancos.
A autoridade competente requisita o exame mediante apresentação
de ofício, em que constará o número do tombo do procedimento perti-
nente (policial ou judicial).
65
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende aos
parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada no Siste-
ma da Pefoce; 3. Histórico da ocorrência; 4. Exame pericial, conforme a
natureza do caso; 5. Elaboração, digitação e assinatura digital do laudo
pericial; 6. Envio da 1ª via física do laudo pericial e devolução das peças
apresentadas para exames à autoridade competente.

3.3 Exames documentoscópicos


Englobam aqueles exames em documentos, cujo objetivo não
seja grafotécnico e nem contábil, podendo apresentar indagações
de diversas naturezas, por exemplo, acerca da autenticidade do do-
cumento, de possível alteração física no documento, das impressões
mecanográficas ou das impressões de carimbos e das chancelas me-
cânicas no documento, acerca da possibilidade de reconstituição
de documentos etc. Contudo, é oportuno ressaltar que: os exames
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

documentoscópicos são, em essência, comparativos, logo faz-se


necessária a apresentação à perícia, não somente do documento
questionado, mas também do documento que será utilizado como
autêntico padrão de comparação, exceto nos casos dos documen-
tos oficiais que possuem elementos materiais de segurança inseri-
dos, em seus suportes materiais, por exemplo na Carteira Nacional
de Habilitação – CNH –, Certificado de registro e licenciamento
de veículo – CRLV, Cédulas de Identidade – RG –, Papel Moeda
Nacional etc; não se configura como exame documentoscópico a
conferência de veracidade das informações apostas no documento,
logo, nos casos em que resta apenas tal conferência como forma de
certificar a autenticidade dele, sugere-se que ele seja encaminhado
ao órgão expedidor daquele tipo de documento para emissão da
referida certificação.

4 NÚCLEO DE BALÍSTICA FORENSE – NUBAF


Para os exames descritos, a seguir, as principais etapas do processo
são: 1. Verificar se a requisição atende aos parâmetros para a realização
do exame; 2. Registro de entrada no Sistema da Pefoce; 3. Histórico da
ocorrência; 4. Exame pericial conforme a natureza do caso; 5. Elabora-
ção, digitação e assinatura digital do laudo pericial; 6. Devolução das
peças apresentadas, para exames, à autoridade competente e envio de
uma via física do laudo pericial, quando assinado digitalmente não pu-
66
der ser obtido através do sistema SIP3W; 7. No caso da Polícia Civil, é
necessária a inclusão no sistema SIP3W do ofício referente à requisição
para receber o laudo, via sistema.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresenta-
ção de ofício, que constará quesitação objetiva, circunstanciando, tanto
quanto possível, o fato investigado, documento esse em que constará
o número do tombo do procedimento pertinente (policial ou judicial).

4.1 Exame de identificação e eficiência de armas de fogo


e acessórios
Trata-se de exame por meio do qual procede-se a identificação de ar-
mas de fogo e acessórios, informando suas características genéricas (se é
revólver, pistola, espingarda, carabina, fuzil, arma artesanal, bem como a
respectiva marca), específicas (sistema de alimentação, sistema de repe-

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


tição, número de câmaras, acabamento, medidas características, calibre
e modelo) e individuais (numeração de série, corrosão, customizações
e adulterações).
Tais exames são feitos em armas de fogo e munições. No caso da arma
de fogo, verifica-se a eficiência para realização de disparos, analisando
o funcionamento dos mecanismos, ou se há algum artifício para a exe-
cução dos mesmos. Para as munições, utiliza-se arma de calibre compa-
tível, resultando se a munição mostrou-se eficiente para realização de
tiros e se foi percutida, mas não deflagrada, portanto está inoperante.
Assim como a identificação dos projéteis e estojos provenientes de local
de crime, ou projéteis que tenham sido retirados de vítimas, informando
suas características genéricas e específicas.

4.2 Exame de verificação de disparo acidental


Realizado em armas de fogo. Busca-se identificar se os mecanismos
de segurança da arma de fogo questionada estão eficientes, esclarecen-
do as dúvidas quanto à possibilidade de disparos acidentais. Para a pe-
rícia só é considerado disparo acidental, quando é possível efetuar tiro
sem o acionamento normal do gatilho.
Condicionante que o requisitante informe o histórico, o mais deta-
lhado possível, de como ocorreu o tiro que, possivelmente, foi acidental.
67
4.3 Exame de comparação balística
Exame realizado em armas de fogo, estojos e projéteis. Busca estabe-
lecer a conexão entre a arma de fogo e o projétil, entre a arma e o estojo,
entre projéteis e entre estojos.
Durante a realização do tiro, a arma deixa microrraias impressas
sobre o projétil e sobre o culote do estojo, devido à passagem pelo cano
e o choque com a culatra, respectivamente. As comparações podem
ocorrer entre um projétil retirado da vítima ou do local de crime e um
projétil padrão coletado de arma suspeita; ou entre projéteis de um
mesmo local; ou entre estojos de um mesmo local; e também entre es-
tojo do local de crime e um projétil padrão coletado de arma suspeita.

5 NÚCLEO DE PERÍCIA EM ENGENHARIA


LEGAL E MEIO AMBIENTE – NPELM
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

Ao Núcleo de Perícias em Engenharia Legal e Meio Ambiente


– Npelm –, da Perícia Forense do Ceará, compete realizar exames pe-
riciais em todas as ocorrências e fatos que envolvam conhecimentos
específicos das diversas áreas de Engenharia.
Para os exames descritos, a seguir, as principais etapas do processo
são: 1. Acionamento da perícia por meio da CIOPS ou pela autorida-
de; 2. No último caso, verificar se a requisição atende aos parâmetros
para a realização do exame; 3. Registro de entrada no sistema da Pe-
foce; 4. Histórico da ocorrência; 5. Exame pericial, conforme o tipo de
ocorrência; 6. Elaboração, digitação e assinatura digital do laudo peri-
cial; 7. Envio do laudo à autoridade requisitante; 8. No caso da Polícia
Civil, é necessária a inclusão no sistema SIP3W do ofício referente à
requisição para receber o laudo, via sistema.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresentação
de ofício, em que constará quesitação objetiva, circunstanciando, tanto
quanto possível, o fato investigado, documento esse em que constará
o número do tombo do procedimento pertinente (policial ou judicial).

5.1 Exame em local de incêndio e explosão


Exame que visa analisar se a natureza do incêndio, ou da explosão é
de origem criminosa ou acidental, bem como identificar suas causas, os
danos e suas consequências. Por meio dessa perícia, busca-se onde teve
68
início o fogo ou a explosão, se resultou perigo à vida, à integridade físi-
ca ou ao patrimônio alheio. Descrevem-se as características básicas do
local: se casa habitada ou destinada à habitação; se edifício público ou
destinado ao uso público; se embarcação, aeronave, comboio ou veículo
de transporte coletivo. Ressalta-se que, no caso de incêndio ou explosão
criminosa, verifica-se, ainda, a possibilidade de identificação do autor.
Registre-se que em se tratando de explosões em terminais de autoa-
tendimento, a exemplo de caixas eletrônicos, os exames periciais para
esse fim serão atendidos pelo Núcleo de Perícias Externas – Nupex.

5.2 Exame em instalações hidráulica e elétrica


Trata-se de exame por meio do qual verifica-se a subtração de
água ou energia elétrica da rede pública, assim como possíveis adul-
terações de medidores.

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5.3 Exame de contrafação
Exame que busca verificar se os produtos examinados são falsifi-
cados, se imitam nominativa ou figurativamente o produto original
e se é possível identificar o falsificador, ou a empresa falsificadora.

5.4 Exames de ocorrências em ambiente de trabalho


Exame realizado quando há morte em ambiente de trabalho,
buscando verificar as causas do sinistro e suas circunstâncias, com
objetivo de identificar possível descumprimento de normas téc-
nicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – e
legislações correlatas.
Sempre que possível, o laudo conterá a dinâmica do evento, se
houve descumprimento de normas por parte do empregador ou em-
pregado e se há indícios de o fato ter sido provocado por terceiros.

5.5 Exame de local de desabamento e/ou desmoronamento


Exame por meio do qual se analisam as causas do desabamento
e/ou desmoronamento, determinando-se sua dinâmica, se houve
descumprimento de normas técnicas por parte do executor da obra,
69
se o fato foi decorrente de erro de projeto ou de execução, se há in-
dícios de ter sido provocado por terceiros e se os fatos examinados
causaram danos em imóveis, ou objetos vizinhos.

5.6 Exames em peças ou sistemas mecânicos


Por meio desse exame, verifica-se a peça, ou o sistema em busca
da causa da falha; descreve-se o equipamento encaminhado; verifi-
ca-se seu funcionamento; se os danos nos equipamentos decorrem
do acidente ou se são anteriores a ele; se os danos encontrados de-
correm de mau uso; se houve falha de fabricação do equipamen-
to, ou de seus componentes e se há indícios de ter sido provocado
por terceiros.
Não se realiza o desmonte dos sistemas para retirar ou examinar
as peças. Se for o caso, o perito criminal vai ao local e requisita a
desmontagem ao respectivo responsável.
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

5.7 Exames em peças e sistemas eletrônicos


O exame visa especificar a natureza e a funcionalidade do(s) dis-
positivo(s) e, dependendo do caso, realiza a retirada de dados, ou
identifica componentes não originais. Busca-se descrever o material
encaminhado; se os equipamentos examinados estão funcionando;
se houve adulteração dos equipamentos submetidos ao exame; se
foi detectada a instalação de dispositivo estranho a sua arquitetura
original; se é possível ler os dados armazenados nos equipamentos
e se tais dispositivos possuem alguma tecnologia de transmissão de
dados para armazenamento remoto.

5.8 Exames em meio ambiente


O exame tem o objetivo de descrever o local e o tipo de dano; se
o local é protegido pela legislação ambiental; pesquisar se os danos
constatados foram causados por máquinas, equipamentos, substân-
cias tóxicas, rejeitos ou explosivos; e se é possível identificar os cau-
sadores dos danos.

70
6 NÚCLEO DE PERÍCIA INDIRETA
E REPRODUÇÃO SIMULADA
A Pefoce realiza o serviço atinente à perícia indireta e à reprodu-
ção simulada por meio de uma comissão específica, haja vista que o
referido núcleo se encontra em sede de implantação no organogra-
ma do órgão.
Quando necessário, a autoridade competente requisitará os exa-
mes, mediante apresentação de ofício, em que constará o número do
tombo do procedimento pertinente (policial ou judicial), anexando
cópia dos autos do procedimento. O envio da cópia dos autos deve
ocorrer, antecipadamente, para que o perito responsável, designado
pelo presidente da Comissão de Perícias Indiretas e Reprodução Si-
mulada, conforme Portaria 062/2018, publicada no Diário Oficial do
Estado, em 16 de maio de 2018, possa analisar o material.

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende aos
parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada no Siste-
ma da Pefoce; 3. Histórico da ocorrência com a disponibilização da cópia
do inquérito policial ou processo criminal; 4.Comunicação prévia entre
autoridade requisitante e perito responsável; 5. Realização do exame pe-
ricial; 6. Elaboração, digitação e assinatura digital do laudo pericial; 7.
Envio do laudo à autoridade requisitante; 8. No caso da Polícia Civil, é
necessária a inclusão, no sistema SIP3W no ofício referente à requisição
para receber o laudo, via sistema.

6.1 Exame de reprodução simulada


A reprodução simulada dos fatos é um exame norteado por to-
das as evidências e os indícios presentes nos autos do inquérito po-
licial, ou processos que subsidiaram as análises periciais, de modo
a dirimir dúvidas pertinentes a um caso, ou descrever dinâmicas
prováveis de um evento.
As versões apresentadas pelos envolvidos serão comparadas
entre si; as circunstâncias que giram em torno do fato investigado
(veículos, características físicas de envolvidos, condições climáticas,
dinâmica do evento) serão analisadas pelos peritos que utilizam bases
técnicas e científicas para simular o ambiente e a narrativa do fato
71
questionado, preferencialmente, no mesmo local e na mesma hora
da ocorrência.
Trata-se, portanto, de exame para esclarecer aspectos duvidosos,
gerar seus relatos, discussões e conclusões por meio da produção
do laudo pericial, visando atestar o grau de possibilidade de terem,
do fato ocorrido.

6.2 Exame de perícia indireta


Trata-se de exame subsidiário, ou seja, somente deverá ser reali-
zado quando da impossibilidade da perícia direta no corpo de deli-
to, ou seja, o perito responsável pelo laudo não teve contato com o
corpo de delito.
As discussões e conclusões pertinentes a esse exame estão, direta-
mente, ligadas à existência de informações objetivas e à idoneidade
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

da fonte que as produziu.


Existe, também, a possibilidade de exame de perícia indireta em
relação ao labor técnico: 1. Quando executado, anteriormente, por
perito, em que a autoridade busca confrontar as conclusões do lau-
do com suas discussões e sua dinâmica; 2. Quando ocorreu exame
em corpo de delito, porém, devido ao afastamento do perito, o laudo
não foi produzido. No segundo caso, somente é possível a perícia in-
direta, se existir material técnico suficiente (relatório pericial, fotos,
croquis e informações da ocorrência) adequado para tal.

72
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB
CARTAS DE SERVIÇO DA
COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO
HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB

73
1 NÚCLEO DE IDENTIFICAÇÃO CIVIL
1.1 Exame pericial em cédula de identidade
Procedimento baseado na metodologia científica Analysis, Com-

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB


parison, Evaluation and Verification – ACE-V –, trata-se de análise,
comparação, avaliação e verificação, com observação das coincidên-
cias dos pontos característicos, quanto à posição relativa, ao número
de linhas que os separam, a localização no campo papilar, direção
e o sentido.
A autoridade competente requisita o exame mediante apresenta-
ção de ofício, em que constará o número do tombo do procedimen-
to pertinente (policial ou judicial).
O exame é feito, também, mediante demanda interna, nos casos
de perícia complementar do local de crime.
Principais etapas: 1. Requisição do exame, via ofício ou comunicado
interno; 2. Conferir e descrever as características principais do mate-
rial; 3. Digitalizar o documento; 4. Realizar busca no banco de dados
ou coleta de impressão digital, diretamente, do periciando; 5. Proceder
ao confronto (metodologia ACE-V); 6. Elaboração do laudo.

1.2 Exame pericial para identificação de desconhecidos


e desaparecidos
Procedimento baseado na metodologia científica Analysis,
Comparison, Evaluation and Verification – ACE-V –, trata-se de
análise, comparação, avaliação e verificação, com observação das
coincidências dos pontos característicos, quanto à posição relativa,
número de linhas que os separam, localização no campo papilar,
direção e sentido, além de comparação biográfica.
A unidade hospitalar, por intermédio do setor de serviço social,
ou direção superior, requisita o exame mediante apresentação de
ofício, onde deve constar a localização do paciente, incluindo setor
e leito (se houver). No mesmo ofício deverá indicar eventual espe-
cificidade clínica ou ambulatorial (paciente psiquiátrico em crise,
doenças infectocontagiosas, isolamento de contato...) e telefone de
contato para agendamento.
75
O servidor se deslocará à unidade hospitalar na data e hora
agendada, e a unidade hospitalar deverá fornecer todos os
Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s – necessários.
Principais etapas: 1. Requisição do exame, via ofício; 2. Conferir
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB

e descrever as características principais do material de coleta de


impressões digitais; 3. Deslocamento à unidade hospitalar; 4.
Coleta das impressões digitais do periciando, e preenchimento do
formulário específico, incluindo coleta de informações da equipe de
saúde. 5. Realizar busca no banco de dados específico; 6. Proceder
ao confronto (metodologia ACE-V); 7. Elaboração do laudo.

2 NÚCLEO DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL


2.1 Exame pericial em documento contendo
impressão digital
Procedimento baseado na metodologia científica Analysis, Com-
parison, Evaluation and Verification – ACE-V –, trata-se de análise,
comparação, avaliação e verificação, com observação das coinci-
dências dos pontos característicos quanto à posição relativa, núme-
ro de linhas que os separa, localização no campo papilar, direção
e sentido.
A autoridade competente requisita o exame mediante apresenta-
ção de ofício, em que constará o número do tombo do procedimen-
to que lhe é pertinente (policial ou judicial).
O exame é feito, também, mediante demanda interna, nos casos
de perícia complementar de local do crime.
Principais etapas: 1. Requisição do exame, via ofício ou comunicado
interno; 2. Conferir e descrever as características principais do material;
3. Digitalizar o documento; 4. Realizar busca no banco de dados ou co-
leta de impressão digital, diretamente, do periciando; 5. Proceder ao
confronto (metodologia ACE-V); 6. Elaboração do laudo.

2.2 Exame pericial em local de crime


Trata-se de procedimento técnico e científico de levantamento
de impressões papilares encontradas e/ou reveladas no local do
76
crime e objetos coletadas com fluxo de envio para o Laboratório de
Impressão Papiloscópica – Lip.
A autoridade competente requisita o exame mediante apresenta-
ção de ofício, em que constará o número do tombo do procedimen-

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB


to pertinente (policial ou judicial).
O exame é feito, também, mediante demanda interna, nos casos
de perícia complementar no local do crime.
Principais etapas do processo: 1. Requisição do exame, via ofício
ou comunicado interno; 2. Em local do crime, localizar, revelar e
capturar fragmento de impressão papilar e realizar a coleta de ma-
terial de interesse pericial; 3. Fotografar o material antes do exame;
4. Escolha do método de revelação, de acordo com as características
físicas do material, superfície porosa ou não porosa, regular ou ir-
regular; 5. Métodos químicos e físicos de revelação.

3 NÚCLEO DE CLASSIFICAÇÃO E PERÍCIAS


PAPILOSCÓPICAS
3.1 Perícia laboratorial em material encaminhado:
objetos coletados no local do crime
Trata-se de processamento técnico e científico dos vestígios do
local do crime para a revelação de impressões digitais encontradas
em objetos coletados no local do crime.
Etapas do processo: 1. Requisição do exame, via ofício ou co-
municado interno (quando outro perito faz a requisição em exame
complementar); 2. Conferir e anotar as características principais dos
materiais; 3. Fotografar material antes do exame; 4. Escolher o mé-
todo de revelação, de acordo com as características físicas do mate-
rial; 5. Superfícies porosas ou não porosas, regulares ou irregulares;
6. Métodos químicos e físicos.

3.2 Exame necropapiloscópico


Trata-se de exame que visa à identificação humana de cadáve-
res desconhecidos, a partir das papilas dérmicas. Por meio de tal
77
exame, colhem-se as impressões digitais do cadáver desconhecido
e promove-se confrontação, eletronicamente, com as existentes nas
bases de dados civil e criminal do Instituto de Identificação do Es-
tado do Ceará, assim como as do Automated Fingerprint Identification
System – AFIS.
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB

78
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
CARTAS DE SERVIÇO DA
COORDENADORIA DE ANÁLISES
LABORATORIAIS FORENSES – CALF

79
A COORDENADORIA DE ANÁLISES
LABORATORIAIS FORENSES – CALF
A Coordenadoria de Análises Laboratoriais Forenses – Calf –
possui, atualmente, os seguintes núcleos técnicos: Bioquímica e Bio-
logia Forense, DNA Forense, Toxicologia Forense, Química Forense
e Anatomopatologia Forense.
Essa Coordenadoria possui suas ferramentas de triagem, princi-
palmente, na área de exames toxicológicos em fluidos biológicos e

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


análises de DNA. Materiais dessa natureza, quando não são subme-
tidos ao exame de forma imediata, fcam custodiados na Calf, sendo
possível, oportunamente, ser objeto de análise quando requisitado.
Atualmente, na Calf, são realizados os seguintes exames,
abaixo descritos.

1 NÚCLEO DE PERÍCIA EM DNA FORENSE

1.1 Exame de determinação de perfis genéticos para


identificação humana
O referido exame destina-se a identificar civilmente cadáver não
identificados (preservados, em estado de putrefação, ossada, carboni-
zado, mutilado etc), por meio da comparação de perfis genéticos de
amostra do desconhecido com a(s) amostra(s) de referências coletada(s)
em parentes.
Procede-se o exame, mesmo nos casos em que haja reconhecimento
por parte de familiar, mas não tenha sido realizado outro método de
identificação científico, haja vista que o protocolo estabelece a compa-
ração de DNA como a última ferramenta a ser realizada.
Etapas do processo:
1) Ofício da autoridade competente acompanhado do laudo ca-
davérico, cópia do inquérito ou resumo do caso que motivou o pe-
dido do exame;
2) Encaminhar o suspeito (no caso de crime) ou parente (no caso
de identificação civil) para coleta de amostra de referência, median-
81
te expediente que faça menção ao procedimento policial ou judicial
pertinente, circunstanciando a requisição, destacando, no caso, o
que deve ser objeto de comparação;
3) Coletas de referências (suspeitos e/ou parentes) que deverão
ser agendadas no Núcleo de Perícia em DNA Forense.

1.2 Exame para identificação de perfis genéticos em


casos de crimes sexuais
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Trata-se de exame para identificação e comparação dos perfis ge-


néticos da vítima, do(s) suspeito(s) e do(s) vestígio(s).
Para fins de comparação são utilizadas amostras biológicas, cole-
tadas, utilizando-se swabs, da boca, vagina, ânus, pênis e de outras
áreas do corpo (a critério do perito que procede à coleta).
Etapas do processo:
1) Ofício da autoridade competente acompanhado do laudo pe-
ricial, quando houver, com narrativa resumida do caso a fim de
fornecer elementos e informações ao perito e destacando o que mo-
tivou o pedido do exame;
2) Havendo suspeito, encaminhá-lo para coleta de amostra de
referência, mediante expediente que faça menção ao procedimento
policial ou judicial pertinente, preferencialmente citando o nome da
vítima, circunstanciando a requisição e destacando o que deve ser
objeto de comparação;
3) Em todos os casos, encaminhar a vítima para coleta de amos-
tras as quais ficarão custodiadas na Calf até que, oportunamente,
haja suspeito para se fazer a comparação.
4) Havendo objetos para coleta indireta, esses serão en-
caminhados e preservados na Calf, a fim de proceder-se a
eventual comparação.

82
1.3 Exame de identificação de perfis genéticos deixados
em locais de crimes variados (criminalística biológica)
e comparação com suspeitos
Nesse caso, procede-se à identificação de variados tipos de ves-
tígios deixados no local de crime, que possam fazer ligação entre o
delito e o criminoso, tais como: roupas, sapatos, sandálias, relógios,
copos, pontas de cigarro, óculos, lençóis, colchões, sofás, cadeiras,
garrafas, pratos, talheres, bancos de carros etc.

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


1.4 Exame de paternidade em casos de crimes sexuais
Trata-se de exame de investigação de paternidade, em casos de
crime de estupro de vulnerável, se existirem suspeitas de que a ví-
tima teve um filho ou um feto de aborto. Deve ser comparado o
material genético da mãe, filho e do suposto pai (investigado).

1.5 Exame de comparação com o banco de dados de


perfis genéticos
A autoridade policial ou judiciária poderá requisitar, mediante ofí-
cio, comparação de um determinado indivíduo (vivo ou morto) com
o banco de Dados de Perfis Genético, a fim de investigação de en-
volvimento do mesmo com crimes previstos na Lei nº 12.654/2012.

2 NÚCLEO DE QUÍMICA FORENSE

2.1 Exame de vestígios de disparo de arma de fogo


Trata-se de pesquisa de resíduos provenientes de disparo de
arma de fogo, por meio da presença de chumbo, bário e antimônio,
deixados no corpo (especialmente membros superiores), vestes e
outros suportes (capacete de suposto atirador etc).

2.2 Exame de identificação de combustíveis, verificação de


adulteração e identificação de substâncias inflamáveis
Nesse procedimento, busca-se identificar determinada substân-
cia periciada como sendo combustível; qual o tipo; bem como se tal
83
combustível foi adulterado. Além disso, é possível determinar se
certo vestígio encontrado, no local de incêndio, pode ser considera-
do combustível ou outro líquido acelerante.

2.3 Exame de identificação de substância explosiva


Nesse exame, procura-se identificar se a amostra questionada é
explosiva e, assim, especificar a classe.
Faz-se, também, pesquisa sobre o pós-explosivo, isto é, acerca
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

dos resíduos resultantes do processo químico, ou seja, trata-se de


exame daquilo que sobrou após a explosão.

2.4 Exame de constatação de objetos metálicos


Procedimento de análises física e química de objetos recebidos,
para fins de custódia, a exemplo de anéis, correntes, relógios, pulsei-
ras etc determinando-se sua natureza e a composição, a qual pode
classificá-los, de acordo com os percentuais de elementos químicos
existentes, como exemplo, o Au (ouro).

2.5 Exame de identificação de numeração suprimida de


arma de fogo
Exame em que se busca identificar a numeração suprimida de
arma de fogo ou sob suspeita de adulteração.

2.6 Exame de identificação de álcool em bebidas e


verificação de adulteração em bebidas alcoólicas
Trata-se de verificação, se a bebida contém álcool etílico, bem
como seu teor e se há adulteração (no caso de bebida industriali-
zada, isto é tomando-se como referência os padrões da indústria).

2.7 Exame de determinação do teor alcoólico em


formulações antissépticas
Esse exame trata-se da identificação de álcool etílico na composição
do material analisado, bem como a análise da rotulagem, qualidade
84
da matéria- prima utilizada e o teor alcoólico da amostra de formula-
ção antisséptica, conforme as normativas, como RDC e notas técnicas,
preconizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa.
A partir dessas análises, o exame possibilita a verificação de adul-
teração ou falsificação do material periciado (no caso de amostras de
álcool em gel, tomam-se como referência os padrões da indústria).

2.8 Exame de microvestígios em locais e crime


Exame que visa revelar a presença de manchas latentes de sangue,

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


no local de crime, por meio da luminescência causada pela aplicação
do Luminol.

2.9 Exame de resíduos de projéteis em anteparos


Nesse procedimento, busca-se identificar a natureza do material
periciado, bem como a presença de um orifício na superfície anali-
sada, o qual é ponto característico de uma transfixação causada por
um projétil.
A partir dessas informações, pode-se avaliar ou estimar a distância
do disparo realizado.

3 NÚCLEO DE TOXICOLOGIA FORENSE

3.1 Exame de identificação de cocaína (em pó e na


forma pétrea – crack)
Exame que busca identificar a presença de cocaína na amostra
questionada. Em casos de resultado negativo, quando possível, se-
rão listados eventuais adulterantes e/ou diluentes relatados na le-
gislação correlata.

3.2 Exame de identificação de Cannabis Sativa L.


(maconha) e haxixe
O exame possui a finalidade de identificar a presença de cana-
binóides, como o tetrahidrocanabinol, característicos da Cannabis
85
Sativa L. (Maconha). A análise é realizada nas diversas formas de
apresentação e preparação da maconha (planta fresca, erva prensa-
da ou não, haxixe, skunk).

3.3 Exame de identificação de drogas sintéticas


Por meio desse exame, é realizada a identificação de diversas
substâncias sintéticas, tal qual o ecstasy, Ácido Lisérgico (LSD),
catinonas, canabinóides sintéticos, NBOMe e outras elencadas
nominalmente ou genericamente no Regulamento Técnico sobre
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Substâncias e Medicamentos Sujeitos a Controle Especial (Portaria


nº 344/98 - Anvisa). É importante destacar que essas substâncias
podem ser encontradas em diversas formas de apresentação como
comprimidos, selos, pós e líquidos.

3.4 Exame de identificação de medicamentos


Trata-se de exame que busca identifcar princípio ativo de medica-
mento listado no Regulamento Técnico sobre Substâncias e Medica-
mentos Sujeitos a Controle Especial (Portaria nº 344/98 - Anvisa).
Esclarece-se que a identificação é feita em duas espécies, uma
baseada na análise qualitativa da substância (detecção do princípio
ativo) e outra com base na verificação das características descritas
no invólucro do medicamento (lote, registro no Ministério da Saú-
de, laboratório, selo de segurança, validade etc).

3.5 Exame de identificação de voláteis


Exame realizado para a detecção de substâncias voláteis descri-
tas na Portaria nº 344/98 - Anvisa e também constantes da Portaria
nº 1274/2003-Ministério da Justiça.
No rol dessas substâncias, encontram-se os componentes do cha-
mado “loló”, “lança-perfume”, “cola de sapateiro”, entre outros.

3.6 Exame de identificação de anabolizantes


Exame que visa detectar Esteróides Androgênicos Anabólicos
– EAA –, i.e., anabolizantes, elencados na Portaria nº 344/98 - Anvisa.
86
Ressalta-se que há diversas formas de apresentação de tais substân-
cias, quais sejam, ampolas, comprimidos, frascos-ampola etc.

3.7 Exame de constatação de venenos


Exame que visa detectar substâncias tóxicas, tais quais pestici-
das, inseticidas etc, em amostras sólidas e líquidas.
Atualmente, de acordo com a tecnologia e metodologias dispo-
níveis, na Pefoce, são detectados carbamatos, organofosforados
e piretróides.

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


3.8 Exame de alcoolemia
Exame que pretende dosar o teor de etanol no sangue ou no hu-
mor vítreo de cadáver. Esclarece-se que humor vítreo é a substância
gelatinosa que se encontra no interior do olho de modo a manter
sua forma esférica.

3.9 Exame de drogas em urina e/ou em sangue


Exame que busca identifcar a presença de drogas lícitas ou ilíci-
tas na urina e/ou no sangue. Salienta-se que, atualmente, a Pefo-
ce dispõe de tecnologia e metodologia para identifcar e quantificar
cocaína e benzodiazepínicos (diazepam, midazolan etc).

3.10 Exame de identificação de veneno em conteúdo


estomacal ou em humor vítreo de cadáver
Exame que visa detectar substâncias tóxicas, em conteúdo esto-
macal, ou aderidas nas paredes do estômago. Atualmente, de acor-
do com a tecnologia e as metodologias disponíveis na Pefoce, são
detectados carbamatos, organofosforados e piretróides.
Geralmente, esse exame ocorre por solicitação da Comel, visto
que o perito médico-legista coleta a amostra do cadáver e a enca-
minha para a Calf. Embora nada impeça que a autoridade policial
requisite o exame, diretamente, é muito mais comum que o mencio-
nado exame dê-se por demanda interna, ou seja, entre Comel e Calf.

87
4 NÚCLEO DE BIOQUÍMICA E
BIOLOGIA FORENSE
4.1 Exame de detecção de sangue humano
Exame que visa constatar a presença de sangue humano em
manchas observadas em suportes diversos, tais quais vestes, facas,
lençóis etc, os quais foram coletados em locais de crimes.

4.2 Exame de detecção de sangue


CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Exame que visa constatar a presença de sangue (animal e/ou


humano) em manchas observadas em suportes diversos, tais quais
facas, lençóis etc, os quais foram coletados em locais de crimes am-
bientais. Em conjunto com o exame 4.1, é possível determinar se o
sangue encontrado é de origem humana ou animal (não humano).

4.3 Exame de detecção de sêmen em manchas observadas


em suportes diversos
Exame que busca constatar a presença de esperma em manchas
observadas em suportes diversos, tais quais vestes, fraldas, lençóis
etc, os quais foram coletados em locais de crimes sexuais.

4.4 Exame de identificação de pelo humano


Trata-se de exame que pretende verificar se os fios coletados em
objetos e local de crime são pelos humanos e quais as suas caracte-
rísticas. Vale ressaltar que o comparativo e identificação do perfil
genético só é possível por meio do exame de DNA.
Os exames a seguir, itens 4.5, 4.6 e 4.7, Em geral, são requisitados
pelo próprio médico perito legista.

4.5 Exame de detecção de sêmen em amostra biológica


Trata-se de pesquisa de espermatozoide por microscopia, bem
como identificação do Antígeno Prostático Específico – PSA.
O exame é realizado em swabs contendo material biológico (con-
teúdo vaginal, anal, oral e outros) coletado de vítimas de crimes
88
sexuais com o intuito de detectar indícios de conjunção carnal re-
cente ou outro ato libidinoso.

4.6 Exame de detecção do Hormônio Gonadotrofina


Coriônica Humana – HCG – em amostras biológicas
Exame que visa detectar a presença do hormônio Gonadotro-
fina Coriônica Humana – HCG – em amostras biológicas de uri-
na de periciandas vítimas de agressões sexuais para verificar uma
possível gravidez.

CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


4.7 Exame de detecção de Trichomonas Vaginallis em
amostras biológicas
Exame que visa constatar a presença de Trichomonas sp em amos-
tras biológicas, coletadas de vítimas de crimes sexuais, a fim de de-
tectar contaminação por doenças sexualmente transmissíveis.
Há que se ressaltar que o mencionado exame não tem como afir-
mar eventual nexo de causalidade entre o evento criminoso (vio-
lência sexual) e contaminação atual na pericianda, haja vista que a
mesma pode ter sido contaminada em momento anterior ao crime.
Além disso, o resultado negativo não exclui a possibilidade de
a pericianda ter sido contaminada, uma vez que a infecção pode
ainda não ter se manifestado clinicamente.

89
DO CEARÁ – PCCE
MODELOS DE QUESITOS
PARA INVESTIGAÇÕES DA
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO

91
MODELOS DE QUESITOS PARA INVESTIGAÇÕES DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO CEARÁ – PCCE
MODELOS DE QUESITOS
A seguir, são apresentados modelos de quesitos, a fim de base-
ar a autoridade requisitante. Servem de parâmetro sem, contudo,
esgotar as possibilidades, visto que é o caso concreto que vai apre-
sentar as questões a serem enfrentadas pelos peritos, de modo a dar
subsídios, por exemplo, ao delegado de polícia quando da condu-
ção da investigação criminal.

MODELOS DE QUESITOS PARA INVESTIGAÇÕES DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO CEARÁ – PCCE


Destaque-se que é recomendável às autoridades requisitantes
expor, sintética e claramente, o histórico da ocorrência para con-
textualizar os fatos e apresentar ao perito o cenário em que tais
exames se mostraram necessários, a fim de orientá-lo sobre o foco
da investigação.
De acordo com o que foi apresentado nas cartas de serviço, bem
como a partir das discussões realizadas pela Comissão, ficaram
propostos e pautados os quesitos-modelos a seguir.

93
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À
COORDENADORIA DE
MEDICINA LEGAL – COMEL

95
1 NÚCLEO DE TANATOLOGIA FORENSE

1.1 Exame cadavérico


1) Houve morte?
2) Qual a causa da morte?
3) Qual o instrumento ou meio que produziu a morte?
4) Foi produzido por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou
tortura, ou por outro meio insidioso ou cruel? Especifique.
Ilustramos nas imagens a seguir:
a) Achado de cadáver vítima de afogamento (Figura 7). Corpo com
lesões consequentes de ataque por fauna aquática.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL


Figura 7: achado de vítima de afogamento.

Fonte: arquivos da Pefoce.

97
b) Lesão de projétil de arma de fogo de alta energia (Figuras 8 e 9,
fuzil calibre .223 Remington).
Figura 8: ferimento de entrada.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL

Fonte: arquivos da Pefoce.

Figura 9: ferimento de saida.

Fonte: arquivos da Pefoce.

98
c) Vítima de enforcamento (Figuras 10 e 11).
Figura 10: sulco submandibular por enforcamento.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL


Fonte: arquivos da Pefoce.

Figura 11: sulco horizontal completo por


estrangulamento.

Fonte: arquivos da Pefoce.

99
d) Imagens radiológicas (Figuras 12, 13 e 14), evidenciando projé-
teis de arma de fogo.

Figura 12: radiografia de crânio.


QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL

Fonte: arquivos da Pefoce.


Figura 13: radiografia de torax.

Fonte: arquivos da Pefoce.

100
Figura 14: radiografia de abdome.

Fonte: arquivos da Pefoce.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL


e) Lesões de entrada de projétil de arma de fogo (Figuras 15, 16 e 17).
Figura 15: disparo à queima roupa,
com zona de esfumaçamento e de
tatuagem.

Fonte: arquivos da Pefoce.

101
Figura 16: disparo à curta distância,
com zona de tatuagem.

Fonte: arquivos da Pefoce.


Figura 17: disparo a distância.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL

Fonte: arquivos da Pefoce.


f) Evidências de contenção física e ação contundente em vida
(Figuras 18, 19 e 20), verificadas em exame cadavérico.
Figura 18: sucos de conteção
física em vida no membro
suprior esquerdo.

Fonte: arquivos da Pefoce.

102
Figura 19: escoriações e infiltra-
do equimótico, na parte posterior
do cadáver.

Fonte: arquivos da Pefoce.

Figura 20: lesão contusa típica por cinto de segurança,


em vítima fatal de acidente de trânsito.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL


Fonte: arquivos da Pefoce.

1.1.1 Comentário
Em caso de achado de cadáver, quando não se sabe a data da
morte, deverá a autoridade requisitante perquirir sobre a data pro-
vável da morte, ou seja, requisitar ao perito que afirme, se possível,
há quanto tempo se deu o óbito.
Sugere-se, para tanto, a inclusão de um quinto quesito, com re-
dação a seguir:
5) Qual a estimativa do tempo de morte?
103
Faz-se necessário informar ao perito as condições e o meio am-
biente em que o corpo foi encontrado, haja vista que os fenômenos
transformativos cadavéricos são influenciados por tais fatores.

1.2 Exame de necropsia pós-exumação


A quesitação deverá ser elaborada de acordo com o caso concreto.

1.2.1 Comentário
É possível subsistirem dúvidas acerca da identidade do cadá-
ver/ossada, ou mesmo acerca da causa mortis, ou das circunstâncias
que levaram à morte do indivíduo após a inumação.
Admitindo essa hipótese, o legislador previu a possibilidade de
exame de necropsia (cadavérico) após o sepultamento. Nesse caso,
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL

a autoridade requisitante deverá formular quesitos que venham a


responder tais dúvidas. Assim, por exemplo, após o sepultamento
de pessoa não identificada, na superveniência de informações acer-
ca do cadáver, deverá ser requisitada a exumação, nos moldes do
art. 163 do Código de Processo Penal, in verbis:
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavé-
rico, a autoridade providenciará para que, em dia e
hora previamente marcados, se realize a diligência,
da qual se lavrará auto circunstanciado.

Parágrafo único. O administrador de cemitério


público ou particular indicará o lugar da sepultu-
ra, sob pena de desobediência. No caso de recusa
ou de falta de quem indique a sepultura, ou de
encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a
inumações, a autoridade procederá às pesquisas
necessárias, o que tudo constará do auto.

Destarte, caberá um exame cadavérico complementar com obje-


tivo de identificar, corretamente, o corpo submetido a exame. Para
tanto, deverá a autoridade requisitante circunstanciar o pedido, in-
formando os motivos pelos quais quer a realização da perícia, bem
como os eventuais quesitos a serem respondidos.
Caso não tenha sido instaurado inquérito policial, devido ao erro
na apreciação da causa da morte (v.g.: declaração de óbito em que
104
fora atestada morte natural e, posteriormente, haja evidências de
homicídio doloso), torna-se imperativa a exumação com objetivo
de se apurar a responsabilidade criminal. Logo, a autoridade requi-
sitante deverá fornecer ao perito elementos (narrativas de como se
deu o óbito) que justifiquem a realização do exame cadavérico.

2 NÚCLEO DE ANTROPOLOGIA FORENSE

2.1 Exame de ossada


1) É possível afirmar que a ossada periciada é humana?
2) Através da ossada examinada, é possível estimar o sexo, a idade
e a estatura? Especifique a resposta.
3) Qual a causa mortis?

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL


4) Qual a data aproximada em que ocorreu a morte?
5) Qual o instrumento ou meio que a produziu?
6) Foi produzido por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou
tortura ou por outro meio insidioso ou cruel? Especifique a resposta.
Em seguida, apresentamos cadáver desfigurado por fogo (Figura
21) e achado de ossada (Figura 22).
Figura 21: perícia de corpo carbonizado.

Fonte: arquivos da Pefoce.


105
Figura 22: preparação, montagem e perícia de
esqueleto humano.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL

Fonte: arquivos da Pefoce.

3 NÚCLEO DE TRAUMATOLOGIA FORENSE

3.1 Exame de lesão corporal


1) Há ofensa à integridade corporal ou à saúde do periciando?
2) Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa?
3) Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, tortura,
asfixia ou por outro meio insidioso ou cruel?
4) Resultou incapacidade para as ocupações habituais por mais
de trinta dias?
5) Resultou perigo de vida?
6) Resultou debilidade permanente, perda ou inutilização de
membro, sentido ou função?
7) Resultou incapacidade permanente para o trabalho, enfermi-
dade incurável ou deformidade permanente?
106
Exemplo de lesão corporal (Figura 23).

Figura 23: equimose com


pontilhado hemorrágico
consequente de tentativa
de esganadura.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL


Fonte: arquivos da Pefoce.

3.2 Exame de sanidade em lesão corporal

Se a lesão resultou:

1) Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias;

2) Perigo de vida;

3) Debilidade permanente de membro, sentido ou função;

4) Aceleração de parto;

5) Incapacidade permanente para o trabalho;

6) Enfermidade incurável;

7) Perda ou inutilização do membro, sentido ou da função;

8) Deformidade permanente;

9) Aborto.
107
3.2.1 Comentário
Tais quesitos se prestam a graduar as lesões, tendo em vista que
o Código Penal dispõe de penas diversas relacionadas ao grau dos
ferimentos e suas consequências. Ressalta-se que o legislador con-
templou quesitos específicos no caso do estado de gravidez.

3.3 Exame de lesão corporal Ad Cautelam (ou Cautelar)


1) Há ofensa à integridade corporal ou à saúde do periciando?
2) Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa?
3) Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, tortura,
asfixia ou por outro meio insidioso ou cruel?
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL

4) Resultou incapacidade para as ocupações habituais por mais


de trinta dias?
5) Resultou perigo de vida?
6) Resultou debilidade permanente, perda ou inutilização de
membro, sentido ou função?
7) Resultou incapacidade permanente para o trabalho, enfermi-
dade incurável ou deformidade permanente?
OBSERVAÇÃO: Em caso concreto, ou fundadas as suspeitas
da prática de tortura (Protocolo de Istambul):
8) Há achados médico-legais que caracterizem a prática de
tortura física?
9) Há indícios clínicos que caracterizem a prática de tortura psí-
quica?
10) Há achados médico-legais que caracterizem a execução su-
mária?
11) Há evidências médico-legais que sejam característicos, indi-
cadores ou sugestivos de ocorrência de tortura contra o examinan-
do que poderiam, excepcionalmente, ser produzidos por outra cau-
sa? Explicitar a resposta.
108
3.3.1 Comentário
Tem a mesma natureza e o mesmo objeto do exame de lesão cor-
poral, com a particularidade de se realizar, quando da prisão-cap-
tura do autor de crime. Tem como escopo a conciliação entre os
direitos fundamentais do preso e a salvaguarda do Estado-polícia
sobre denúncias vazias de que eventuais confissões tenham sido
obtidas sob tortura.
De acordo com a Resolução Nº 213/2015 do Conselho Nacional
de Justiça – CNJ, o exame de lesão corporal ad cautelam, não deverá
ser realizado na presença de agentes policiais, sob pena de refazê-lo
na ocasião da audiência de custódia, ipsis litteris:
Art. 8º Na audiência de custódia, a autoridade
judicial entrevistará a pessoa presa em flagrante,

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL


devendo:

(...)

VII - verificar se houve a realização de exame de


corpo de delito, determinando sua realização nos
casos em que:

(...)

d) o exame tiver sido realizado na presença de


agente policial, observando-se a Recomendação
CNJ 49/2014 quanto à formulação de quesitos
ao perito;

Objetiva-se evitar intitimidações ao periciando por parte dos


agentes policiais responsáveis pela prisão ou condução à autorida-
de competente.
Há um tratado internacional, denominado Protocolo de Istam-
bul, da Organização das Nações Unidas, ratificado e incorporado
ao Ordenamento Jurídico Brasileiro que disciplina os procedimen-
tos em caso de crime de tortura.
Sempre que chegarem ao conhecimento da autoridade policial
notícias concretas, ou fundadas da prática de tortura, que sejam for-
mulados ao perito quesitos estruturados da seguinte forma:
109
1) Há achados médico-legais que caracterizem a prática de
tortura física?
2) Há indícios clínicos que caracterizem a prática de tortura psíquica?
3) Há achados médico-legais que caracterizem a execução sumária?
4) Há evidências médicos-legais que sejam característicos, indica-
dores ou sugestivos de ocorrência de tortura contra o examinando
que poderiam, excepcionalmente, ser produzidos por outra causa?
Explicitar a resposta.

3.4 Exame em lesão corporal (DPVAT)

1) Houve lesão de origem externa, com possível nexo causal e


QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL

temporal, relacionado ao acidente de trânsito alegado?


2) Localização e quantificação dos danos corporais permanentes,
na conformidade do art. 3º ou do anexo da Lei nº 6.194, de 1974.

3.5 Exame de sanidade em lesão corporal (DPVAT)

1) Localização e quantificação dos danos corporais permanentes,


na conformidade do art. 3º ou do anexo da Lei nº 6.194, de 1974.

3.6 Exame de corpo de delito para verificação


de embriaguez

1) O periciando encontra-se sob a influência de álcool ou de ou-


tra substância psicoativa que determine dependência?
2) O periciando encontra-se, clinicamente, com a capacidade psi-
comotora alterada devido à influência de álcool, ou de outra subs-
tância psicoativa que determine dependência? Especifique.
3) O periciando realizou exame laboratorial de alcoolemia,
ou teste do etilômetro, ou exame laboratorial de urina pes-
quisa para droga psicoativa que cause dependência? Em caso
afirmativo, especificar.
110
4 NÚCLEO DE ATENDIMENTO ESPECIAL À
MULHER, À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE

4.1 Exame para constatação de crime sexual


1) Há vestígio de conjunção carnal, ou de ato libidinoso diverso
da conjunção carnal compatível com o fato em apuração?
2) Em caso afirmativo, em que se constituiu? Especifique.
3) Há vestígio de violência física com nexo causal e temporal,
compatível com o fato em apuração? No caso afirmativo, qual o
instrumento ou meio empregado?
4) Da violência física resultou incapacidade para as ocupações

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL


habituais, por mais de trinta dias, ou perigo de vida ou debilidade
permanente, ou perda, ou inutilização de membro, sentido ou fun-
ção, ou aceleração do parto ou aborto, ou incapacidade permanente
para o trabalho ou enfermidade incurável ou deformidade perma-
nente? Caso positivo, especifique.
5) O(a) periciando(a) é enfermo/débil mental ou menor de 14
anos? Caso positivo, especifique.
6) Houve outra causa diversa da idade não maior de 14 anos,
enfermidade ou debilidade mental, que o (a) impossibilitasse de
oferecer resistência? Caso positivo, especifique.
7) Há gravidez compatível de ser resultado do fato em apuração?
8) Há Infecção Sexualmente Transmissível – IST – compatível de
ser resultado do fato em apuração?

4.1.1 Comentário
O exame de virgindade em si é irrelevante na seara criminal, em-
bora seja possível, de acordo com o caso concreto, verificar a rotura
himenal para efeito de compor a materialidade do delito. Ademais,
fatalmente, o que se pretende investigar é um possível crime de es-
tupro, não interessando, a priori, se a mulher é virgem ou não.
111
4.2 Exame de corpo de delito – verificação de aborto
1) Houve abortamento?
2) Foi ele provocado ou espontâneo?
3) Qual o meio empregado?
4) Em consequência do abortamento, ou meio empregado para
provocá-lo, sofreu a gestante: incapacidade para as ocupações ha-
bituais por mais de trinta dias, ou perigo de vida, ou debilidade
permanente, ou perda, inutilização de membro, sentido ou função,
ou incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incu-
rável, ou deformidade permanente? Caso afirmativo, especifique.
5) O abortamento provocado foi o único meio de salvar a vida
da gestante?
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL

6) A pericianda é alienada ou débil mental?

5 NÚCLEO DE ODONTOLOGIA FORENSE

5.1 Exame de arcada dentária em necrópsia


1) Pode-se afirmar ou negar, por meio da arcada dentária, e le-
vando-se em consideração o material de confronto fornecido, que o
cadáver examinado é o da pessoa apresentada para confronto?
2) É possível a extração de material genético da arcada dentária,
examinada para fins de exame de identificação por DNA?
A seguir, exemplos das etapas do exame de arcada dentária
para identificação humana (Figura 24).

112
Figura 24: comparação das características odontoló-
gicas de um mesmo indivíduo: 1. post mortem, 2. e
3. ante mortem.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL


Fonte: arquivos da Pefoce.

5.1.1 Comentário
O exame de arcada dentária, em necrópsia, tem larga aplicação
quando se pretende identificar vítimas cujos corpos restaram car-
bonizados, putrefeitos, mutilados, entre outros, em algum evento
criminoso ou não.
Os dentes são as estruturas mais resistentes do corpo, capazes de
suportar altas temperaturas. Também se pode afirmar que é neles
onde fica preservado, por mais tempo, o material genético de uma
ossada. A identificação do cadáver, via arcada dentária, é tão preci-
sa quanto o estudo do DNA e é mais vantajoso por ser mais viável
financeiramente.
Para que seja possível a identificação do cadáver por meio de
sua arcada dentária (formato dos dentes, quantidades, disposição,
intervenções odontológicas etc) deverá a autoridade requisitante
fornecer aos peritos material para confrontação, tais quais: imagens
de raios X, fichas de atendimento odontológico, fotografias em que
mostrem os dentes da pessoa sobre quem recaem suspeitas serem
do cadáver.

113
5.2 Exame de arcada dentária para estimativa de idade
1) O periciando é menor de 18 anos?
2) O periciando é menor de 14 anos?
3) O periciando é menor de 12 anos?
Exame de arcada dentária para estimativa de idade (Figura 25).
Figura 25: análise da sequência da erupção dentária.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL

Fonte: arquivos da Pefoce.

5.2.1 Comentário
O exame de arcada dentária, para estimativa de idade, trata-se
de um exame subsidiário, pois somente deverá ser requisitado pela
autoridade policial, quando o periciando não apresentar documen-
tos que assegurem de forma correta a idade.
5.3 Exame de marca de mordida para fins de
identificação do agressor
1) As marcas examinadas são compatíveis com mordida humana?
2) As marcas de mordida são compatíveis com a arcada dentária
do suspeito?
114
Marca de mordida para fins de identificação do agressor (Figura 26).
Figura 26: lesão corporal produzida por
mordida na região posterior do antebraço.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL


Fonte: arquivos da Pefoce.

5.3.1 Comentário
As marcas de mordidas podem identificar o agressor, uma vez
que o formato, a quantidade, a disposição e o molde dos dentes
representam padrões de mordidas diferentes, capazes de individu-
alizar o agente que as provocou. Portanto, cabe à autoridade requi-
sitante, diante de uma vítima que apresente mordidas, requisitar o
exame de tais lesões, sem prejuízo do exame de lesão corporal.
Vale lembrar que para viabilizar a identificação do agressor por
meio do exame de marca de mordida, faz-se imprescindível a apre-
sentação do suspeito à Pefoce.

6 NÚCLEO DE PSIQUIATRIA FORENSE

6.1 Exame de corpo de delito em sanidade mental


1) Se o periciando apresenta-se em estado de saúde mental íntegro;
2) Se o periciando é capaz de entender o caráter ilícito da
conduta praticada;
115
3) Há indícios clínicos que caracterizem transtorno, distúrbio ou do-
ença mental psíquica ou qualquer anormalidade, sofrimento ou com-
prometimento de ordem psicológica e/ou mental. Em caso afirmativo,
especifique e descreva os sinais e sintomas evidenciados.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL

116
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À
COORDENADORIA DE
PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

117
1 NÚCLEO DE PERÍCIA EXTERNA - NUPEX
1.1 Exame perinecroscópico
1) É possível identificar a quantidade de autores envolvidos
na ocorrência?
2) É possível identificar a dinâmica do evento? Caso positivo,
descrever.
3) Existiram vestígios no local? Caso afirmativo, descrever quais
e se algum possibilita a identificação do autor.
4) Por meio das características das lesões no corpo, é possível
inferir o(s) instrumento(s) utilizado(s)?

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


5) A preservação do local foi prejudicada? Caso afirmativo, que
tipo de prejuízo ocorreu e/ou que vestígio foi alterado?
6) Foi identificada alguma câmera que possa ter filmado
a ocorrência?
7) Existiu material sob a custódia do perito ou apreendido pela
autoridade policial no local? No primeiro caso, algum foi enviado
para exames complementares? Caso positivo, que tipo de exame?
Ilustração de perícia em local de crime contra a vida (Figura 27).
Figura 27: exame perinecroscópico com vestígios balísticos
e de morfologia sanguínea.

Fonte: arquivos da Pefoce.

119
1.1.1 Comentário
Referida quesitação relaciona-se ao exame perinecroscópico de
crimes contra a vida, nomeadamente, homicídio; lesão corporal se-
guida de morte; induzimento, instigação e auxílio ao suicídio; in-
fanticídio e aborto.
Havendo necessidade de exames complementares, a autoridade
requisitante deverá enviar os quesitos, conforme o respectivo caso,
fazendo menção ao procedimento policial pertinente, bem como
aos expedientes previamente dirigidos à Pefoce (ofícios, guias etc).
Por força da recente mudança na sistemática, os ofícios de requi-
sição devem ser inseridos, digitalmente, junto ao Sistema de Infor-
mações Policiais – SIP.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

Em princípio, apesar do suicídio, em si, não configurar crime,


faz-se necessária a análise criteriosa por parte da autoridade poli-
cial para afastar qualquer possibilidade de incidência do art. 122 do
Código Penal.
Ressalte-se que a perícia, ora referida, é uma exigência do art.
164, do Código de Processo Penal, o qual reza in verbis: “os cadáve-
res serão sempre fotografados na posição em que forem encontra-
dos, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e
vestígios deixados no local do crime”.
O exame perinecroscópico não pode ser confundido com o exa-
me de necrópsia, esse a cargo dos médicos legistas com viso aos
exames interno e externo do cadáver, a fim de estabelecer a causa
mortis; aquele, a cargo dos peritos criminais, busca os vestígios dei-
xados no local do crime (i.e., o ambiente que cerca o cadáver), bem
como os instrumentos do crime porventura ali deixados. Tal exame
materializa um dos axiomas preferidos dos peritos, qual seja, “o
local do crime fala por si só”.

1.2 Exame em local de ocorrência de tráfego


1) Qual o tipo de ocorrência (colisão, atropelamento, abalroa-
mento, choque, tombamento, capotamento, ou outros)?
120
2) Houve vítima(s) fatal?
3) É possível identificar a dinâmica do evento? Caso positivo,
descrever;
4) A preservação do local foi prejudicada? Caso afirmativo, que
tipo de prejuízo ocorreu e/ou vestígio foi alterado?
5) Existiu material sob a custódia do perito ou apreendido pela
autoridade policial no local? No primeiro caso, algum foi enviado
para exames complementares? Caso positivo, que tipo de exame?
6) Foi identificada alguma câmera que possa ter filmado a ocorrência?
7) Nas características das vias, existia algo determinante que po-
deria contribuir para a causa da ocorrência?

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


8) Os testes básicos para verificação do funcionamento dos
freios, luzes indicadoras de direção e lanternas dianteiras e traseiras
do veículo demonstraram conformidade com o funcionamento
desses equipamentos?
Adiante, exame pericial em local de colisão de veículos (Figura 28).
Figura 28: exame pericial em local de colisão com frena-
gem e sulcagem.

Fonte: arquivos da Pefoce.

1.3 Exame em local de crime contra o patrimônio


1) Os exames realizados identificaram algum dano ou alteração
no patrimônio?
2) No caso de arrombamento, qual a natureza do local?
121
2.1) É possível determinar o meio utilizado para o acesso ao local
(escalada ou outro)?
2.2) Existe algum tipo de vestígio relacionado ao arrombamento
do sistema de trancamento das portas/grades/portões de acesso?
Em caso afirmativo, é possível definir o tipo de instrumento utili-
zado?
2.3) Existia algum vestígio que permitiria a identificação do(s)
autor(es)?
2.4) Os ambientes internos apresentavam sinais de que os objetos
foram revirados?
3) A preservação do local foi prejudicada? Caso afirmativo, que
tipo de prejuízo ocorreu e/ou vestígio foi alterado?
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

4) Existiu material sob a custódia do perito ou apreendido pela


autoridade policial no local? No primeiro caso, algum foi enviado
para exames complementares? Caso positivo, que tipo de exame?

1.4 Exame de identificação veicular


1) Há indícios de adulteração nos caracteres indicadores do núme-
ro de identificação veicular, no motor, chassi e demais agregados? Em
caso positivo, quais identificações apresentam adulteração?
2) O motor, chassi e/ou outros agregados são compatíveis com
ano/modelo do veículo?
3) As placas constantes no veículo são originais? Caso negativo,
qual tipo de adulteração existe?
4) O veículo apresentava sinais de desmanche?
5) O referido veículo apresentava sinais de ser clonado?
Resposta especificada.
Adiante, exemplos de exames periciais em chassis de veículos
automotores (Figuras 29 e 30).

122
Figura 29: identificação de adulteração veicu-
lar após tratamento mecânico.

Fonte: arquivos da Pefoce.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


Figura 30: identificação de adulteração veicular após tra-
tamento químico.

Fonte: arquivos da Pefoce.

2 NÚCLEO DE PERÍCIA EM TECNOLOGIA E


APOIO TÉCNICO – NPTAT
As perícias de informática podem se dar sob a ótica dos hardwares
(equipamentos), softwares (sistemas), dados e redes. Em um mesmo
equipamento, portanto, esses diversos aspectos podem ser aborda-
dos ao se proceder a perícia.
123
Sob esse ponto de vista, é interessante que a autoridade requisi-
tante procure identificar quais aspectos devem ser observados, com
destaque àqueles que interessam à investigação.

2.1 A importância do contexto criminal


É imprescindível expor o contexto criminal como orientador da
quesitação, haja vista que o perito precisa saber o contexto, em que
a investigação está inserida para conduzir a perícia. Exemplo: ao
analisar um dispositivo de armazenamento, o perito será mais efe-
tivo ao tomar conhecimento de que se trata de uma investigação de
pedofilia, ou de tráfico, pois, assim, saberá o que procurar em meio
aos dados. Contudo, não é sempre possível especificar o contexto.
Os quesitos, aqui, apresentados não se aplicam a todas as situa-
ções, sendo necessário adequar a requisição ao caso concreto, sele-
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

cionando os quesitos realmente pertinentes ao fato.

2.1.1 Exame em aparelhos celulares e demais


dispositivos portáteis
1) Extrair os dados do aparelho celular para investigação do cri-
me (homicídio, tráfico de drogas, roubo etc) ocorrido no dia tal, ou
no período especificado (colocar data e/ou hora inicial e final).
2) Existem registros do(s) número(s) “X” ou “Y” entre as ligações
recebidas/efetuadas pelo telefone celular encaminhado a exame?
3) Existem registros do(s) número(s) “X” ou “Y” ou do(s) nome(s)
“A” ou “B” na agenda do telefone celular encaminhado a exame?
4) Existem mensagens de texto que façam referência ao(s) nú-
mero(s) “X” ou “Y” ou ao nome(s) “A” ou “B” no telefone celular
encaminhado a exame?
5) Extrair arquivos de imagens, áudios e/ou vídeos criados pe-
lo(s) usuário(s) do aparelho e constantes em sua memória.
6) Existem mensagens no aparelho de telefonia celular em aplica-
tivos de “bate-papo” com o telefone de número “X”?
7) O usuário do aparelho celular está em algum grupo nos apli-
cativos de “bate-papo”? Quais?
124
8) É possível determinar a localização do usuário do aparelho
celular no dia “X” e hora “Y”, por meio dos registros existentes na
memória do equipamento?
9) Existem aplicativos de internet banking, transportes, encontros,
vendas etc, instalados no aparelho celular? Quais?
10) Há algum registro, comprovante, ou informação de transa-
ções bancárias, ou cartões de crédito na memória do equipamento
no período especificado?
11) Há elementos que indiquem quem utilizava o aparelho? Quais?
12) Realizar o cruzamento de mensagens e ligações entre os apa-
relhos enviados a exame. Importante informar quais os assuntos
pertinentes para o cruzamento das mensagens.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


2.1.1.1 Comentário
Recomenda-se a redação do quesito “1” citado nos casos em que não
for possível especificar as informações buscadas. Ocorre, por exemplo,
quando há um crime investigado e há a suspeita de que o aparelho ce-
lular tenha informações importantes, mas não se conhecia o teor, nem a
data de tais vestígios. Portanto, pede-se ao perito, de forma genérica, a
extração de informações pertinentes num período delimitado.
Para preservar a integridade dos dados contidos nos aparelhos
celulares, deve-se evitar manuseá-los, desnecessariamente, atentan-
do-se para os cuidados:
a) Não permitir a comunicação do aparelho celular com nenhuma
rede de telefonia ou de dados (internet, wireless fidelity (wi-fi),
bluetooth e outros), colocando-o em modo avião, ou, preferencial-
mente, removendo-se o chip GSM.
b) Não criar novos arquivos na memória do aparelho, tal qual print
de tela. Caso seja necessário o registro de alguma informação en-
contrada no celular, fotografar utilizando outro aparelho.
c) Estando bloqueado, não tentar adivinhar a senha, isso pode in-
viabilizar a perícia, ou apagar a memória do aparelho.
d) Desligar o aparelho após a arrecadação.
125
Não são recomendados os seguintes quesitos:
1) Qual o número de habilitação do aparelho questionado?
O número habilitado, no aparelho celular, pode mais facilmen-
te ser obtido com a operadora telefônica, bastando-se informar o
International Mobile Equipment Identity – IMEI – ou Electronic Serial
Number – ESN – do aparelho para que ela retorne a informação de
forma correta e segura.
2) É possível determinar a quem pertence o aparelho?
A propriedade de um aparelho telefônico é uma informação que
não consta de seus registros internos. Até mesmo a propriedade da li-
nha habilitada naquele aparelho é uma informação armazenada pela
empresa telefônica, a qual não é disponível aos peritos criminais.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

3) Quais os números de telefone, datas e horas constantes dos re-


gistros das últimas ligações efetuadas e recebidas por tal aparelho?
4) Quais os nomes e números de telefone constantes na agenda
telefônica de tal aparelho?
5) Quais as mensagens existentes no telefone celular encaminha-
do a exame?
Esses dados já são enviados por padrão no laudo pericial, quando
é possível fazer a extração dos dados.

2.1.2 Exames em equipamentos de informática

2.1.2.1 Exame de dispositivo de armazenamento computacional


1) Proceder à extração e à categorização dos arquivos de usuário
(e-mails e/ou planilhas e/ou documentos de texto) presentes nas
mídias computacionais enviadas a exame;
2) Proceder à extração dos arquivos que contenham a ocorrência
de algum dos itens: a) nome (e apelido) completo dos alvos; b) nú-
mero de conta corrente e/ou qualquer número específico relevante
à investigação.
126
Na sequência, arquivos extraídos de aparelhos celulares apreen-
didos em procedimentos policiais (Figuras 31 e 32).
Figura 31: fotografias extraídas de aparelhos celulares.

Fonte: arquivos da Pefoce.

Figura 32: identificação do deslocamento de indivíduo


por intermédio da extração de informações de aplica-

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


tivo de conversa.

Fonte: arquivos da Pefoce.

2.1.2.2 Exame de fraude bancária


1) Há arquivos contendo informações bancárias, como números
de contas, senhas, números de cartões de crédito, boletos bancários,
extratos de contas bancárias?
127
2) Há arquivos contendo comprovantes de movimentações fi-
nanceiras, como pagamentos de títulos, transferências, saques,
compras pela internet?
3) Há arquivos contendo programas ou códigos-fontes capazes
de capturar informações bancárias, realizar a prática de phishing ou
realizar o envio em massa de e-mails?
4) Em caso positivo no item anterior, descrever, de forma sucinta,
o funcionamento do programa.
5) Há arquivos contendo programas utilizados para copiar, gra-
var, imprimir, em cartões plásticos (clonagem), ou outra forma de
manipular dados de cartões bancários ou de crédito?
6) Existe algum arquivo ou programa que pode ser utilizado para
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

formatação/impressão de layouts ou informações em folhas de che-


ques/papel-moeda?

2.1.2.2.1 Comentário
Quando oportuno e necessário, deve-se requisitar o acompanha-
mento do perito criminal ao local.

2.1.2.3 Exame de equipamento computacional


1) Qual a configuração de segurança da rede Wi-fi no roteador
encaminhado a exame?
2) Qual o nome da rede Wi-fi e a e senha de acesso, se houver?

2.1.2.4 Exame de sistema informatizado


1) Descrever, em linhas gerais, o sistema (identificação do siste-
ma e da empresa), mostrando suas principais funcionalidades.
2) Houve acesso remoto ao sistema, durante o período “X”? Em
caso afirmativo, é possível a identificação da origem?
3) Há indícios de adulteração dos dados, estruturas de dados,
relatórios, configurações, ou de outros aspectos do sistema?
4) O sistema possui funcionalidade de auditoria ou registros pe-
128
renes de suas ações, de modo a gravar os acessos, as alterações,
eliminações de dados etc? Em caso afirmativo, essa funcionalidade
estava ativa no período “X”?
5) O sistema tem estratégia de cópia segura (backup) automatiza-
da e regular? Em caso afirmativo, descrevê-la.
6) Descrever a estratégia de controle de acesso ao sistema. Há di-
ferentes níveis de acesso por parte dos usuários e administradores
do sistema?
7) No material enviado, existem programas de computador, cuja
finalidade seja realizar, por exemplo, leitura ou gravação em tarja
magnética de cartões? Em caso afirmativo, descrever, em linhas ge-
rais, o funcionamento do referido programa.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


8) É possível a recuperação e a análise dos arquivos de registro
(logs) do sistema “Y”?
9) Há, nos logs do sistema, vestígio da ocorrência (especificar
ação delituosa – por exemplo: invasão ao sítio, desfiguração de
página etc)?
10) Extrair dados de usuário que possam estar armazenados no
equipamento.
11) Extrair registros existentes no equipamento, decorrentes da
sua utilização.
12) As máquinas são do tipo caça-níquel?
13) Como se desenvolve o jogo eletrônico e qual o objetivo a ser
alcançado pelo jogador?
14) Nas etapas do jogo (ou na única existente) o resultado final da
aposta depende fundamentalmente da habilidade do apostador ou
depende exclusiva, ou principalmente da sorte?

2.1.2.5 Exame em sítios de internet e correio eletrônico


1) É possível a preservação do conteúdo do sítio e a descrição de
seu conteúdo? Caso afirmativo, proceder à preservação e envio de
tais dados.
129
2) Qual o conteúdo, endereço de correio eletrônico, endereço de
Internet Protocol – IP – do remetente e horário completo de envio
dos e-mails encaminhados para exame?

2.1.2.5.1 Comentário
Recomenda-se não quesitar da seguinte maneira:
• É possível identificar o número da linha telefônica, o endere-
ço ou o nome do responsável pelo envio das mensagens?
Os peritos criminais não têm acesso a essas informações. Elas só
podem ser fornecidas pelo provedor de serviço de Internet, o qual
pode ser demandado pela autoridade, a fim de que forneça as infor-
mações pertinentes.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

Assim também, deve-se evitar:


• Qual o provedor de serviço de Internet responsável pelo en-
dereço IP em questão?
Essa informação é de domínio público, estando disponível para
consulta na internet.

2.2 Perícias de sistemas audiovisuais

2.2.1 Exame de tratamento de arquivos audiovisuais


1) Com relação ao trecho “X” do arquivo de áudio questionado
“Y”, efetuar melhoramento, a fim de proporcionar um melhor en-
tendimento dos diálogos captados;
2) É possível identificar marca/modelo e demais características do
veículo “X”, que passa no instante “Y” do arquivo de vídeo “Z” encami-
nhado, bem como identificar os caracteres que compõem suas placas?
3) Realizar um melhoramento nas imagens, para identificação de
características do indivíduo suspeito, que aparece nas imagens do
vídeo “X”, no instante de tempo “Y”.
4) Ampliar e melhorar as imagens para melhor visualização da
característica “X”(tatuagem, cicatriz, pés, mãos, olhos etc) do indi-
130
víduo “Y”, ou da característica “A” (adesivo, avaria, aros etc) do
veículo “B”.
5) É possível determinar se o evento “X” aconteceu nas imagens
do arquivo “Y”? Ex. Houve disparo de arma de fogo? Foi possível
verificar a ingestão de bebida alcoólica ou entorpecente?
Abaixo, temos um exame de tratamento de imagem por meio de
homografia (Figura 33).
Figura 33: identificação de placa veicular pelo
método homográfico.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


Fonte: arquivos da Pefoce.

2.2.1.1 Comentário
A fim de proporcionar uma eficaz resposta acerca do indagado, é ne-
cessário que a autoridade competente forneça as seguintes informações:
um breve histórico do ocorrido e/ou suspeita de ter ocorrido; identifica-
ção do indivíduo e/ou veículo suspeito; informações de como o arquivo
foi registrado, instante temporal, cor da vestimenta entre outras caracte-
rísticas. Deve-se enviar o arquivo original.
Para esclarecer, ressalta-se que é inviável a perícia de tratamento de
arquivos audiovisuais, em material obtido, a partir de gravação de gra-
vação, a exemplo de casos em que o interessado grava em aparelho ce-
lular exibição de vídeos de outros dispositivos.

2.2.2 Exame de conversão de arquivos


1) É possível converter os arquivos (áudio ou vídeo) para um for-
mato de fácil reprodução em vários computadores e dispositivos?
Caso afirmativo, proceder à conversão e a gravação no novo formato.
131
2.2.2.1 Comentário
A fim de proporcionar uma eficaz resposta acerca do indagado,
é necessário que a autoridade competente delimite quais trechos ou
arquivos são de interesse para conversão.
É importante ressaltar que, após a referida conversão e reenvio do
material investigado, a autoridade que preside as investigações pode-
rá requisitar novas perícias, a partir do novo conteúdo visualizado.

2.2.3 Exame de comparação de locutor


1) Comparar a voz registrada no instante “X” do arquivo “Y”
com a voz do suspeito “Z”, a fim de determinar se ambos os regis-
tros são provenientes da mesma pessoa.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

2.2.3.1 Comentário
Para proporcionar uma eficaz resposta acerca do indagado, é neces-
sário que a autoridade competente forneça: a) arquivos de áudio sem
criptografia, ressaltando que não é possível a realização do exame peri-
cial, em arquivo criptografado, ainda que acompanhado de respectiva
senha; b) padrão de voz da pessoa questionada, coletado pelos peritos
criminais especializados, ressaltando-se que, assim, o exame terá uma
maior viabilidade; c) informação acerca do indivíduo suspeito; d) defi-
nição do arquivo a ser examinado, delimitando-se o instante temporal
da fala do suspeito, para cada arquivo submetido.
Quando há a necessidade de coleta de padrão vocal, faz-se ne-
cessária a apresentação do indivíduo à Pefoce com o objetivo de se
obter material fonético em laboratório.
Registre-se que, a fim de compatibilizar o direito fundamental de
nemo tenetur se detegere, direito de não produzir provas contra si mesmo,
o interlocutor poderá se recusar a fornecer material de sua voz para o
confronto. Nesse caso, é facultado-lhe assinar um termo de não consen-
timento no ato da coleta.
Excepcionalmente, caso o interlocutor esteja impedido de compare-
cer à coleta de padrão de voz, a exemplo de encontrar-se preso ou ainda
hospitalizado, poderá a autoridade requisitar a presença dos peritos, no
132
local, onde o periciado se encontre. Ressalte-se que se trata de uma situ-
ação extraordinária, uma vez que não é recomendado proceder coleta
de padrão vocal em ambiente não controlado. Cabe à equipe pericial
avaliar a possibilidade de adequação do ambiente citado.

2.2.4 Exame de comparação de imagens


1) Realizar exame de comparação facial, a fim de determinar se
o indivíduo “A” no vídeo “X” é o mesmo indivíduo “B” suspeito
apresentado.
2) É possível identificar se a tatuagem/cicatriz/pé/mão do in-
divíduo “A” nas imagens questionadas, pertence ao indivíduo “B”
suspeito apresentado?
3) É possível identificar se os adesivos/avarias/aros/modelo do

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


veículo “A” nas imagens questionadas, pertencem ao veículo “B”
suspeito apresentado?
4) É possível identificar se o objeto “X” (armas, alicates, algemas
etc) é o mesmo objeto “Y” apresentado na investigação?
Observe a adequação facial do agressor conforme os depoimen-
tos obtidos (Figura 34).
Figura 34: retrato falado do agressor.

Fonte: arquivos da Pefoce.

2.2.4.1 Comentário
É necessário que a autoridade competente forneça: a) imagem
da pessoa ou objeto questionado, coletada pelos peritos criminais
especializados, ressaltando-se que, assim, o exame terá uma maior
133
viabilidade; b) informação acerca do indivíduo suspeito; c) defini-
ção do arquivo a ser examinado, delimitando-se o instante temporal
em que o suspeito ou objeto aparece nas imagens para cada arquivo
submetido; d) arquivo original, não se devendo fazer uso de grava-
ção da gravação.
Quando há a necessidade de coleta de imagem, faz-se necessária
a apresentação do indivíduo (investigado, vítima, testemunha etc)
ou objeto (veículos, armas, vestimentas etc) questionado à Pefoce
de modo a se colher material, em laboratório, para comparação.
Registre-se que, a fim de compatibilizar o direito fundamental
de nemo tenetur se detegere, direito de não produzir provas contra si
mesmo, o indivíduo, a ser comparado, poderá se recusar a fornecer
material padrão de imagens para o confronto. Nesse caso, é facul-
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

tado-lhe assinar um termo de não consentimento no ato da coleta.


No caso de a autoridade já ter dados, a exemplo de registros foto-
gráficos ou de vídeos prévios, relativos à pessoa ou ao objeto ques-
tionado, faz-se necessária a remessa do material referido. Nada
impede, contudo, que, além disso, seja feito o encaminhamento da
pessoa ou do objeto questionado para os procedimentos de coleta
de padrão em laboratório.

2.2.5 Exame de verificação de edição em


registros audiovisuais
1) Há alguma edição de caráter fraudulento (adulteração) pre-
sente no trecho “X” do arquivo “Y” investigado?

2.2.5.1 Comentário
Compete à autoridade requisitante delimitar em qual o trecho do
arquivo haja dúvida de edição fraudulenta.
Sempre que possível, deverá ser encaminhado à Pefoce o equipa-
mento em que o arquivo audiovisual foi produzido (câmera, smar-
tphone, gravador etc). Tais equipamentos produzirão um padrão de
gravação específico, ainda que sejam da mesma marca, modelo ou
do mesmo lote de fabricação.
134
Vale lembrar que não é viável, em hipótese alguma, a análise da
verificação de edição em arquivos regravados. Ou seja, só é possí-
vel a realização do exame em arquivos originais.

2.2.6 Exame de extração de arquivo de dispositivo de


gravação de áudio e video
1) Qual é o lapso temporal que compreende todas as gravações
presentes no DVR em análise? É possível extrair os registros tempo-
rais entre a hora “X” do dia “Y” e a hora “Z” do dia “W”? Em caso
afirmativo, realizar tal extração.
2) Qual a configuração geral do dispositivo DVR? Existe al-
gum vestígio de adulteração/violação do dispositivo, ou exclu-
são de arquivos? Quando isso aconteceu? É possível recuperar os

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


arquivos excluídos?

2.2.6.1 Comentário
A autoridade requisitante deverá evitar, no máximo, ligar e ma-
nusear o dispositivo, haja vista que a manipulação imprópria cos-
tuma apagar as imagens lá contidas. Há o risco de o equipamento
sobrescrever registros mais antigos.
É necessário, ainda, saber-se sobre a existência de senha e, caso
possível, informá-la por ofício. Deve-se delimitar o trecho temporal
de interesse para a investigação e, caso necessário, fornecer uma mí-
dia para o acondicionamento das imagens extraídas.

2.2.7 Exame em fotogrametria e estimativa de velocidade


1) É possível determinar a altura/dimensões da pessoa/objeto
que aparece no instante “X” do arquivo “Y”?
2) É possível determinar a velocidade de deslocamento do veícu-
lo “X” no instante “Y” do arquivo “Z”?
Veja um exemplo de exame de estimativa de velocidade veicular
(Figura 35).

135
Figura 35: aferição da distância percorrida pelo
veículo usado no crime, em um intervalo de tempo.

Fonte: arquivos da Pefoce.


QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

2.2.7.1 Comentário
É necessário que a autoridade competente: a) explicite qual o
suspeito, ou objeto a ser mensurado; b) deixe claro o local onde os
mesmos estão (endereço e cômodo do estabelecimento), ou expli-
cite qual o veículo suspeito (e instante temporal no qual o mesmo
aparece); c) informe qual a via em que o veículo trafegou, de acordo
com as imagens investigadas; d) envie o arquivo original sempre
que possível (evitar a gravação de gravação).
Em regra, faz-se necessária a presença da equipe pericial ao local
do crime investigado, com a finalidade de avaliar as referências fi-
xas do ambiente e catalogar as medidas necessárias para o exame.

3 NÚCLEO DE PERÍCIA DOCUMENTOSCÓPICA


E CONTÁBIL – NUPDC

3.1 Exames contábeis


Pode o perito afirmar se todas as notas fiscais enviadas para a pe-
rícia foram devidamente registradas no livro caixa da empresa, de-
monstrando os valores e as datas de cada uma delas, para compro-
var o faturamento da referida empresa em determinado período?
136
3.1.1 Comentário
Considerando a amplitude das especificidades relativas a esse
tema e às diversas formas de elaboração de quesitos, sugerimos que
a autoridade requisitante entre em contato com o perito contador
do Nupdc, antes da elaboração dos quesitos, a fim de informá-lo o
que exatamente deseja esclarecer com tal perícia e, dessa forma, ser
orientado sobre a maneira mais eficiente de formular tais quesitos.

3.2 Exames grafotécnicos

3.2.1 Exame grafotécnico de autenticidade gráfica


1) O manuscrito questionado, aposto no campo XX do documen-

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


to YY, apresenta elementos gráficos convergentes com a escrita de
fulano, que se apresentou/apresenta/apresentará à perícia para co-
leta de padrões gráficos de cotejo?
2) Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, seria possível
o perito enumerar ou exemplificar tais convergências?

3.2.2 Exame grafotécnico de autoria gráfica


1) O manuscrito questionado, aposto no campo “X” do docu-
mento “Y”, apresenta elementos gráficos convergentes com a es-
crita do indivíduo “A”, ou “B”, ou “C” etc, que se apresentaram/
apresentam/apresentarão à perícia para coleta de padrões gráficos
de cotejo?
2) Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, seria possível
o perito enumerar ou exemplificar tais convergências?

3.2.3 Exame grafotécnico de unicidade de


punho escritor
1) A escrita questionada, aposta no campo “X” do documento
“Y”, apresenta unicidade do punho escritor em relação à escrita
aposta no campo “Z” do documento “W”, encaminhado para a pe-
rícia por meio deste ofício?
137
2) Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, quais ele-
mentos levaram o perito a tal conclusão?
A sequência de imagens demonstra etapas do processo do
referido exame (Figura 36).
Figura 36: exame de comparação de punho escritor.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

Fonte: arquivos da Pefoce.

3.2.3.1 Comentário
Para a realização dos exames grafotécnicos, a autoridade requisitante
deve: apresentar as vias originais dos documentos questionados (que
contêm os manuscritos suspeitos), pois não se deve realizar perícia gra-
fotécnica em fotocópias de manuscritos; apresentar ao Nupdc as pesso-
as que fornecerão, de próprio punho, manuscritos que servirão de pa-
radigmas e/ou apresentar documentos preexistentes que contenham
manuscritos que servirão de paradigmas. O termo “documentos pre-
existentes” refere-se àqueles documentos que não foram produzidos
com o objetivo de serem utilizados como paradigmas em exames grafo-
técnicos, como, por exemplo, cartões de autógrafos de bancos/cartórios
e/ou atas de reuniões de condomínio.

3.3 Exames documentoscópicos


1) O documento apresentado possui elementos de segurança re-
gularmente utilizados na confecção de seu tipo de documento?
2) Os documentos apresentados possuem elementos de segu-
rança, em quantidade e qualidade que permitam ao perito concluir
pela autenticidade de seu suporte material?
138
3) Existem vestígios de alterações físicas no documento ou no selo?
4) Existe compatibilidade entre o documento, ou selo e o mo-
delo de documento, ou selo apresentado como modelo autêntico
de confronto?
5) É possível ao perito concluir que o documento XXX foi impres-
so na impressora apresentada ao perito?
6) É possível ao perito identificar que tipo de processo de impres-
são foi utilizado na confecção do documento?
7) Existe divergência entre as informações impressas no anverso do
cartão magnético e as informações lidas em suas trilhas magnéticas?
A sequência de imagens demonstra etapas do processo do

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


referido exame (Figura 37).
Figura 37: exame dos elementos de segurança de
documento oficial.

Fonte: arquivos da Pefoce.

3.3.1 Comentário
Para a realização dos exames documentoscópicos, a autoridade
requisitante deve apresentar os documentos sobre os quais se deseja
realizar a perícia, e não cópias ou fotocópias, ainda que autênticas/au-
tenticadas deles. Quando for necessário, apresentar o modelo padrão
autêntico do tipo de documento, ora questionado, para ser utilizado
nos cotejos periciais. Devem ser utilizados envelopes para a armaze-
nagem e para o transporte dos documentos, largos o suficiente para
139
o acondicionamento deles sem dobras. Não se deve grampear, colar e
nem prender os documentos com clipes.
Ressalta-se que, dada a fragilidade de muitos documentos, recomen-
da-se protegê-los de altas temperaturas, da radiação eletromagnética e
de condições elevadas de umidade. Enfatiza-se a importância do histó-
rico completo acerca dos elementos motivadores da requisição da perí-
cia, haja vista que isso balizará o perito na realização dos exames.
Além disso, recomenda-se estritamente: a) não tocar o documento
com caneta, lápis ou outro instrumento pontiagudo; b) não colar as pe-
ças de um documento cortado ou rasgado por sobre um suporte (os
pedaços devem ser guardados da maneira como foram apresentados);
c) não produzir rasuras.

4 NÚCLEO DE BALÍSTICA FORENSE – NUBAF


QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

Cumpre esclarecer que, quando houver a necessidade de co-


letar material genético e/ou impressões dactiloscópicas nos ob-
jetos balísticos, a perícia deve ser requisitada, primeiramente e
diretamente à Coordenadoria de Análises Laboratoriais Foren-
ses – Calf – e à Coordenadoria de Identificação Humana e Perí-
cias Biomédicas – CIHPB – respectivamente. A razão disso está
na preservação e aproveitamento das evidências deixadas nos
materiais questionados.

4.1 Exame de identificação e eficiência de armas de fogo


e acessórios
1) Quais os dados identificadores do objeto apresentado a exame?
2) Referido objeto insere-se no conceito de arma de fogo?
3) A referenciada arma apresenta supressão ou alteração de mar-
ca, numeração, ou qualquer sinal que eventualmente implique em
modificações de sua identificação?
4) Da maneira como se encontra, o sobredito objeto, possui con-
dições de funcionamento, apresentando-se idôneo a disparos?
5) Em tal caso, a arma apresentada é de uso permitido ou proibido?
140
6) O objeto apresentado a exame é dotado de algum agregado
que seja capaz de potencializar o seu funcionamento? Em tal caso, é
possível especificar em que consiste o referido agregado, bem assim
se ele constitui artefato ou acessório de uso proibido?
7) Outras observações que julguem relevantes a investigação.
Em seguida, apresentamos um exame pericial de dados identifi-
cadores de arma de fogo (Figura 38).
Figura 38: identificação de uma arma de fogo por meio dos
elementos alfanuméricos.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


Fonte: arquivos da Pefoce.

4.2 Exame de verificação de disparo acidental


A arma questionada pode efetuar disparo sem acionamento vo-
luntário dos mecanismos?

4.3 Exame de comparação balística


1) Os projéteis questionados percorreram o cano da arma de
fogo questionada?
2) Os projéteis questionados percorreram o mesmo cano de arma
de fogo?
3) Os projéteis retirados do corpo da vítima “X”, referente ao lau-
do cadavérico “Y”, percorreu o cano da arma de fogo questionada?
4) Os estojos questionados foram percutidos pela arma de fogo
questionada?
141
5) Os estojos questionados foram percutidos pela mesma arma
de fogo?
Veja uma microcomparação balística em projétil (Figura 39) e
uma microcomparação balística em estojo (Figura 40):

Figura 39: microcomparação Figura 40: microcomparação


balística em projétil. balística em estojo.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

Fonte: arquivos da Pefoce. Fonte: arquivos da Pefoce.

4.3.1 Comentário
A autoridade policial deve informar as condições, de forma mais
detalhada possível, em que ocorreu o disparo acidental.
O exame de recenticidade de disparos não é mais realizado, pois
não se reveste de idoneidade, por não definir data e nem período pro-
vável do tiro de arma de fogo.
No ofício que encaminha o material, deve constar o número do
procedimento policial respectivo.

5 NÚCLEO DE PERÍCIA EM ENGENHARIA


LEGAL E MEIO AMBIENTE – NPELM
5.1 Exame em local de incêndio e explosão
1) Onde teve início o evento?
2) Qual a causa?
142
3) Não sendo possível precisar a causa, quais as hipóteses
mais prováveis?
4) É possível concluir que se trata de incêndio resultante de ação
intencional de ser humano? Ou trata-se de incêndio provocado por
negligência, imperícia ou imprudência de alguém?
5) É possível identificar o autor?
6) Do incêndio, resultou perigo à vida, integridade física ou ao
patrimônio alheio?
7) O incêndio ocorreu:
a) em casa habitada ou destinada à habitação?
b) em edifício público ou destinado ao uso público ou à obra de

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


assistência social, ou de cultura?
c) em embarcação, aeronave, comboio, ou veículo de transporte
coletivo?
d) em estação ferroviária, ou aeródromo?
e) em estaleiro, fábrica, ou oficina?
f) em depósito de explosivo, combustível, ou inflamável?
g) em poço petrolífero, ou galeria de mineração?
h) em lavoura, pastagem, mata, ou floresta?
8) Qual a extensão dos danos consequentes dele?
9) Existe material sob a custódia do perito, ou apreendido pela
autoridade policial no local? No primeiro caso, algum foi enviado
para exames complementares? Caso positivo, que tipo de exame?

143
Ilustramos a seguir um exame pericial em local de explosão de cilin-
dro de GNV (Figura 41, um exame pericial em local de incêndio (Figura
42) e um exame pericial em local de desabamento (Figura 43).

Figura 41: posto de combustível periciado após


explosão de cilindro de GNV.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

Fonte: arquivos da Pefoce.

Figura 42: ônibus periciado após incêndio.

Fonte: arquivos da Pefoce.

144
Figura 43: imóveis periciados após ocorrência de desabamento.

Fonte: arquivos da Pefoce.

5.1.1 Comentário

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


Os trabalhos da Perícia Forense do Estado do Ceará, no tocante aos
incêndios, destinam-se a pesquisar a natureza do incêndio, se crimino-
so ou acidental, examinar suas causas, bem como constatar os danos e
suas consequências e, sendo criminoso, tentar identificar o autor.
É oportuno salientar que tal exame não se destina a auferir o valor
do prejuízo patrimonial, ou seja, não se fazem avaliações merceoló-
gicas. Registre-se, também, que por meio desse exame não é possível
se determinar o prazo da ocorrência do incêndio, ou seja, há quanto
tempo ocorreu.
Incêndios de grandes proporções podem requerer o isolamento do
local sinistrado por um período maior, em razão do elevado grau de
complexidade dos levantamentos a serem realizados pelos peritos. Tra-
tando-se de imóveis com risco de desabamento, os trabalhos periciais
somente são iniciados após estabilização das estruturas. Nesse caso, é
requisitado ao proprietário escorar ou estabilizar as estruturas compro-
metidas, antes da realização da perícia.

5.2 Exame em instalações hidráulica e elétrica


1) Foi constatada alguma irregularidade no local? Caso positivo,
qual a natureza?
2) Em caso de irregularidade, configura-se subtração?
145
3) Onde e como ocorreu a subtração?
4) Caso tenha ocorrido desvio, foi realizado de maneira intencional?
5) Houve dano ou alteração no aparelho registrador de consumo,
ou conversor/receptador de dados?
6) A subtração foi realizada, a partir de um imóvel vizinho ou da
rede externa?
7) É possível identificar o autor da subtração, se houver?
8) Existiu material sob a custódia do perito, ou apreendido pela
autoridade policial no local? No primeiro caso, algum foi enviado
para exames complementares? Caso positivo, que tipo de exame?
Abaixo temos um exame pericial em local de furto de energia
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

(Figura 44).
Figura 44: medição da corrente elétrica por meio
de alicate amperímetro.

Fonte: arquivos da Pefoce.

5.2.1 Comentário
Geralmente, quando há suspeita de subtração de água ou ener-
gia, a investigação inicia-se por provocação da empresa concessio-
nária do serviço público em questão.
146
Esse tipo de exame limita-se à constatação, não sendo objeto de
perícia, por exemplo, mensurar o quanto foi desviado ou, ainda, há
quanto tempo o desvio vem ocorrendo.
Independentemente da subtração ou adulteração ter sido detec-
tada pela concessionária prestadora do serviço público, deverá a
autoridade requisitante produzir a prova técnica por meio do órgão
oficial do Estado, no caso, a Pefoce.
Na realização desse exame, verifica-se qual a irregularidade no
local e se configura subtração, onde e como essa ocorreu, bem como
se foi de maneira intencional. E, ainda, se houve dano ou adultera-
ção no aparelho registrador de consumo. Verifica-se, também, se a
subtração foi realizada, a partir de um imóvel vizinho, ou da rede
pública, e se é possível identificar o autor da subtração.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


5.3 Exame de contrafação
1) Os produtos examinados são falsificados?
2) Os produtos imitam nominativa, ou figurativamente o
produto original?
3) É possível identificar o falsificador, ou empresa falsificadora?

5.3.1 Comentário
Para a realização de tal exame pericial, a autoridade requisitan-
te deverá encaminhar o produto questionado e uma amostra do
produto original, haja vista que a perícia é realizada por método
de comparação.
Cabe salientar que para exame de contrafação em CD e DVD, dis-
pensa-se o envio de material de confronto,visto que tais produtos
apresentam características de fabricação universais.
Nas grandes apreensões, não é necessário enviar toda a carga, apenas
uma amostra de cada tipo, com seus respectivos padrões originais.
Registre-se que a Pefoce, atualmente, não realiza a avaliação mer-
ceológica dos produtos examinados.
147
Ao encaminhar o material para a Pefoce, a autoridade requisi-
tante deverá realizar um breve relato da demanda para orientar os
trabalhos periciais.

5.4 Exames de ocorrências em ambiente de trabalho


1) É possível determinar a dinâmica do fato?
2) Houve descumprimento de normas por parte do empregador
ou empregado? Quais?
3) Há indícios de o fato ter sido provocado por terceiros?
4) Existiu material sob a custódia do perito ou apreendido pela
autoridade policial no local? No primeiro caso, algum foi enviado
para exames complementares? Caso positivo, que tipo de exame?
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

5.5 Exame de local de desabamento e/ou desmoronamento


1) É possível determinar a dinâmica do fato?
2) Houve descumprimento de normas técnicas por parte do exe-
cutor da obra? Quais?
3) O fato foi decorrente de erro de projeto ou de execução?
4) Há indícios de ter sido provocado por terceiros?
5) Os fatos examinados causaram danos em imóveis ou
objetos vizinhos?
6) Existiu material sob a custódia do perito, ou apreendido pela
autoridade policial no local? No primeiro caso, algum foi enviado
para exames complementares? Caso positivo, que tipo de exame?

5.5.1 Comentário
Trata-se de perícia realizada após a ocorrência de sinistro. Dessa
forma, não compete à Pefoce exame de natureza preventiva, o qual
ficará sob responsabilidade de outros órgãos, tais como, o Corpo de
Bombeiros ou da Defesa Civil, incumbidos, por exemplo, de ava-
liar se uma estrutura pode ou não desabar. Cumpre destacar que
148
a Pefoce, em caso de desabamento e/ou desmoronamento, não faz
avaliações merceológicas.

5.6 Exames em peças ou sistemas mecânicos


1) Descrever o equipamento encaminhado.
2) Os equipamentos enviados estão funcionando?
3) Os danos nos equipamentos decorrem do acidente, ou são an-
teriores a ele?
4) Os danos encontrados decorrem de mau uso?
5) Houve falha de fabricação do equipamento, ou de
seus componentes?

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC


6) Há indícios de ter sido provocado por terceiros?
7) Existiu material sob a custódia do perito, ou apreendido pela
autoridade policial no local? No primeiro caso, algum foi enviado
para exames complementares? Caso positivo, que tipo de exame?

5.7 Exames em peças e sistemas eletrônicos


1) Descrever o material encaminhado.
2) Os equipamentos examinados estão funcionando?
3) Houve adulteração dos dispositivos submetidos a exame?
Resposta especificada.
4) É possível ler os dados armazenados nos equipamentos?
5) Tais dispositivos possuem alguma tecnologia de transmissão
de dados para armazenamento remoto?

5.8 Exames em meio ambiente


1) Descrever o local e o tipo de dano.
2) O local é protegido pela legislação ambiental?
3) Pesquisar se os danos constatados foram causados por máqui-
nas, equipamentos, substâncias tóxicas, rejeitos ou explosivos.
149
4) É possível identificar os causadores dos danos?

5) Existiu material sob a custódia do perito, ou apreendido pela


autoridade policial no local? No primeiro caso, algum foi enviado
para exames complementares? Caso positivo, que tipo de exame?

6 NÚCLEO DE PERÍCIA INDIRETA E


REPRODUÇÃO SIMULADA

6.1 Exame de reprodução simulada

Por tratar-se de quesitação específica para cada caso, a autoridade


e o perito definem os quesitos de forma mais detalhada possível,
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

conforme a necessidade do tipo de local de crime e de acordo com


as dúvidas do procedimento investigatório.

6.1.1 Comentário

O referido exame deverá ser realizado sob as mesmas condições


em que ocorreu o evento investigado. Assim, preferencialmente, a
reprodução simulada ocorrerá no dia da semana, no mesmo horário
e nas mesmas condições climáticas em que o crime ocorreu.

A autoridade requisitante deverá fornecer os meios necessários


para a realização da perícia, por exemplo, apresentação dos envolvi-
dos e dos objetos (veículos, armas, vestimentas, aparelhos informá-
ticos etc) com objetivo de proporcionar a maior similitude possível
do evento investigado.

Ressalta-se que durante a realização do exame, é importante a


presença de outros órgãos que ficarão encarregados do controle do
tráfego, da segurança das equipes e, em caso de envolvimento de
detentos, da sua custódia. Vale lembrar que compete à autoridade
requisitante elaborar o plano de ação operacional para a viabilidade
da perícia.
150
6.2 Exame de perícia indireta
Por tratar-se de quesitação específica para cada caso, a autoridade
define os quesitos, da forma mais detalhada possível, conforme a
necessidade do tipo de local de crime ou corpo de delito, e de acordo
com as dúvidas do procedimento investigatório.

6.2.1 Comentário
Destaca-se que o sucesso do referido exame está condicionado
ao grau de confiabilidade da fonte responsável pelas informações
objetivas, colhidas durante a investigação.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC

151
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À
COORDENADORIA DE
IDENTIFICAÇÃO HUMANA
E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB

153
1 NÚCLEO DE IDENTIFICAÇÃO CIVIL

1.1 Exame pericial em cédula de identidade

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB


1) O número do Registro Geral – RG –, presente no documento
de identificação, existe na base de dados da Pefoce?
2) Os dados biográficos presentes no documento de identificação
existem na base de dados da Pefoce?
3) A impressão digital presente no documento de identificação
pertence ao indivíduo identificado no mesmo?
4) O Sistema Automatizado de Identificação de Impressões Digi-
tais – Afis –, identificou o possuidor da impressão digital?
Novo modelo do documento de identidade (RG), de acordo com
o Decreto nº 9.278/2018, destacando os elementos de segurança
(Figura 45):

155
Figura 45: elementos identificadores e de segurança da atual carteira
de identidade civil do estado do Ceará.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB

Fonte: arquivos da Pefoce.


156
1.2 Exame pericial para identificação de desconhecidos
e desaparecidos
1) Foi possível realizar a coleta das impressões digitais

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB


do indivíduo?
2) As impressões digitais coletadas apresentam qualidade técni-
ca para serem utilizadas em confronto papiloscópico?
3) O periciando conseguiu fornecer alguma informação biográfica?
4) Foi possível obter as impressões digitais padrões do indivíduo?
Qual o banco de dados utilizado?
5) Foi possível realizar o confronto papiloscópico entre as im-
pressões digitais coletadas e as impressões digitais padrões?
6) Foi possível identificar o indivíduo por meio do Sistema Auto-
matizado de Identificação de Impressões Digitais – Afis?
Abaixo temos um procedimento de identificação de pessoa viva
desconhecida (Figura 46), por intermédio do Laboratório de Iden-
tificação Desconhecido/Pefoce.
Figura 46: coleta de material datiloscópico
em ambiente hospitalar.

Fonte: arquivos da Pefoce.


157
2 NÚCLEO DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL

2.1 Exame pericial em documento contendo


QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB

impressão digital
1) A impressão digital presente, no documento, pertence à pes-
soa informada?
2) O Sistema Automatizado de Identificação de Impressões Digi-
tais – Afis –, identificou o possuidor da impressão digital?
Observe a sequência de fotografias ilustrando laudos em crimes
de estelionato/falsificação de documento (Figura 47), nos quais foi
detectada a falsificação de documento apresentado.
Figura 47: confronto de impressões digitais em do-
cumentos periciados, com constatação de falsificação.

Fonte: arquivos da Pefoce.

2.1.1 Comentário
Os documentos a serem submetidos a exames periciais não de-
vem ser dobrados, uma vez que pode haver a destruição de algum
detalhe importante das impressões digitais.
158
2.2 Exame pericial em local de crime
1) Qual técnica de revelação de impressão papilar foi utilizada
no local de crime?

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB


2) Foram encontradas e/ou reveladas impressões papilares no
local de crime?
3) Foram coletados objetos no local de crime?
Veja a seguir uma sequência de fotografias ilustrando digitais
encontradas em locais de crimes, até a identificação do possuidor
da digital (Figuras 48 e 49).
Figura 48: impressão digital reve-
lada em pichação na estatua de Pa-
dre Cícero, em Juazeiro do Norte,
Ceará, em 14/07/2019.

Fonte: arquivos da Pefoce.

159
Figura 49: impressão digital levantada em vestígios
(fita durex). Local de crime com explosivos.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB

Fonte: arquivos da Pefoce.

2.2.1 Comentário
Recomenda-se o isolamento e a preservação do local de crime,
devido à fragilidade dos vestígios papilares.
Quanto ao material apreendido, na realização de perícia de le-
vantamento de impressões papilares em vestígios arrecadados das
cenas de crime, é de fundamental importância o correto manuseio,
o acondicionamento e o envio ao laboratório de perícias papiloscó-
picas. Para tanto, seguem-se algumas orientações:
1) Quanto ao manuseio:
a) Sempre utilizar luvas durante o procedimento. A utilização
das luvas apenas impede a contaminação das impressões de
quem manipula o material, mas não garante a integridade
das impressões, pois, dependendo do local onde o objeto é to-
cado, pode-se apagar impressões papilares depositadas pelo
possível suspeito.
b) Os objetos devem sempre ser manuseados pelas bordas, ou
arestas (Figura 50), a fim de minimizar os riscos de destruição
das impressões papilares existentes naquele material. Emba-
160
lagens com produtos líquidos devem ser tampadas, caso não
possuam tampa, colocar papéis e fitas adesivas para vedar
a embalagem.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB


Figura 50: manuseio correto do material
apreendido.

Fonte: arquivos da Pefoce.

2) Quanto ao acondicionamento:
a) Preferencialmente, deve-se acondicionar o material a ser peri-
ciado em caixas de papelão, afixadas pelas bordas ou arestas,
com suas superfícies livres de atrito com qualquer material,
tais como tecidos, espumas, isopor, plásticos, papéis e outros
materiais absorventes (Figura 51). Após a devida proteção, su-
gere-se a colocação em invólucros e lacres numerados, para
garantia da cadeia de custódia.
Figura 51: acondicionamento adequado para realização de perícia
papiloscópica. Note que o material livre do atrito com outra super-
fície evita que as impressões latentes sejam danificadas.

Fonte: arquivos da Pefoce.

161
b) Na impossibilidade de encaminhar o material a ser periciado,
em caixas de papelão, recomenda-se acondicioná-lo em sacos
plásticos transparentes. Não é aconselhável acondicionar mais
de um material no mesmo saco plástico, bem como a utilização
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB

de sacos plásticos escuros. Na sequencia, é demonstrado o acon-


dicionamento apropriado de peças para transporte ao laborató-
rio para realização de perícia papiloscópica (Figura 52).

Figura 52: retrovisor de veiculo encaminhado para exa-


me perícial, com finalidade de verificar a existência de
possiveis impressões digitais.

Fonte: arquivos da Pefoce.

3) Quanto à identificação:

a) Usar lacres numerados, cuja numeração deverá constar no


ofício de encaminhamento do material para exame no Labo-
ratório de Impressão Papiloscópica.

b) Na falta de lacres numerados, recomenda-se utilizar carimbo


e fita adesiva, de forma que eventual violação possa ser facil-
mente constatada.

4) Quanto ao deslocamento:

a) Os materiais deverão ser encaminhados para o laboratório


com a maior brevidade possível, pois o lapso temporal entre
a apreensão do objeto na cena do crime e a perícia no labora-
tório influenciará no resultado do exame.
162
3 NÚCLEO DE CLASSIFICAÇÃO E
PERÍCIAS PAPILOSCÓPICAS

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB


3.1 Perícia laboratorial em material encaminhado:
objetos coletados em local de crime
1) Qual técnica de revelação de impressão papilar foi utilizada no
material encaminhado?
2) Foram encontradas e/ou reveladas impressões papilares no ma-
terial encaminhado?
3) As impressões papilares apresentam qualidade técnica na realiza-
ção de confronto papiloscópico?
4) Houve identificação pelo Sistema Automatizado de Identificação
de Impressões Digitais – Afis?
Em seguida, apresentamos exemplos de: vestígio encontrado no
local do crime (Figura 53), fragmento de impressão digital revelado
(Figura 54), fragmento de impressão digital revelado em detalhe com
escala milimetrada (Figura 55) e confronto papiloscópico (Figura 56),
com coincidências baseadas em critérios de similaridade,sequência e
relação espacial.
Figura 53: instrumento utilizado em crime de latrocínio. Objeto pe-
riciado, no qual foram reveladas impressões digitais do autor.

Fonte: arquivos da Pefoce.

163
Figura 54: destaque para as impressões digitais reveladas no instru-
mento do crime.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB

Fonte: arquivos da Pefoce.

Figura 55: fragmento de impressão digital revelado em detalhe com


escala milimetrada.

Fonte: arquivos da Pefoce.


164
Figura 56: análise de confronto papiloscópico entre as digitais pren-
tes na arma do crime e as digitais do documento do autor.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB


Fonte: arquivos da Pefoce.

3.1.1 Comentário

Quando há a necessidade de coleta de impressão digital de pessoa


suspeita/investigada, faz-se necessária a apresentação do indivíduo
questionado à Pefoce, a fim de se obter material em laboratório.
Sugere-se, para tanto, a inclusão de um quinto quesito, com re-
dação a seguir:
5) As impressões papilares presentes no material encaminhado
foram produzidas por (colocar o nome do indivíduo com o nome
da mãe e, se possível, número de um documento de identidade)?
Resposta justificada.

3.2 Exame necropapiloscópico

1) Foi possível coletar as impressões digitais do cadáver? Se


não, justifique.
2) Qual técnica de revelação de impressão papilar do cadáver?
165
3) Foi possível obter as impressões digitais padrões do indiví-
duo? Qual o banco de dados utilizado?
4) Foi possível realizar o confronto necropapiloscópico entre as
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB

impressões digitais coletadas e as impressões digitais padrões?


5) O cadáver foi identificado através do Sistema Automatizado
de Identificação de Impressões Digitais – Afis?
Veja o procedimento de identificação de cadáver por meio do
Laboratório de Identificação Necropapiloscópica/Pefoce (Figuras
57 e 58).

Figura 57: coleta das impressões digitais do ca-


dáver para fins de identificação.

Fonte: arquivos da Pefoce.

Figura 58: ênfase para a digital do dedo pole-


gar direito do cadáver.

Fonte: arquivos da Pefoce.

166
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À
COORDENADORIA DE ANÁLISES
LABORATORIAIS FORENSES – CALF

167
INTRODUÇÃO

Os materiais de origem biológica a serem encaminhados à


Coordenadoria de Análises Laboratoriais Forenses – Calf – deverão
obedecer várias recomendações.
Como todo material biológico, os vestígios no local de crime, des-
sa natureza, estão sempre sujeitos à degradação. Métodos de coleta
e preservação adequados podem minimizar a ação de agentes quí-

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


micos, físicos e/ou microbiológicos, preservando os vestígios bioló-
gicos para a realização de exames laboratoriais ou complementares.
Esses exames, dentro da biologia forense, têm o objetivo de identi-
ficar, genericamente, o material biológico (sangue, esperma) e/ou
individualizar a amostra (DNA).
Para evitar contaminações, o material somente deve ser manipu-
lado ou tocado com luvas. O manipulador do objeto também não
pode falar, tossir ou espirrar próximo às amostras coletadas.
No caso de amostras biológicas presentes em suportes móveis
(por ex.: copos, facas, armas, vestes), esses podem, preferencialmen-
te, ser enviados intactos e em sua totalidade para o laboratório. Para
envio do suporte todo, recomenda-se uma embalagem em saco de
papel, desde que o material biológico esteja seco. Sacos plásticos
devem ser evitados, pois abafam o vestígio biológico, favorecendo
o crescimento de fungos e bactérias, além de degradar o DNA.
A exceção fica por conta de suportes móveis com vestígios bioló-
gicos que estejam extremamente úmidos. Por exemplo, uma cami-
seta encharcada de sangue coletada no local de crime deve ser colo-
cada em saco plástico, até a chegada à unidade de perícia, para que,
removida do invólucro plástico, seque, em temperatura ambiente,
o mais rápido possível.
Preservativos usados, quando coletados em crimes sexuais, têm
sempre duas informações do ponto de vista genético: face interna
(DNA do agressor) e face externa (DNA da vítima). O material deve
ser enviado, em sua totalidade, com o cuidado de amarrar a extre-
midade aberta, objetivando não vazar esperma e contaminar o lado
externo do preservativo.
169
Etapas do processo:
1) Ofício da autoridade competente, acompanhado do laudo pe-
ricial, quando houver, com narrativa resumida do caso, a fim de
fornecer elementos e informações ao perito, destacando-se o que
motivou o pedido do exame.
2) Havendo suspeito, encaminhá-lo para coleta de amostra de
referência, mediante expediente que faça menção ao procedimento
policial ou judicial pertinente, circunstanciando a requisição, desta-
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

cando-se, no caso, o que deve ser objeto de comparação.

1 NÚCLEO DE PERÍCIA EM DNA FORENSE

1.1 Exame de determinação de perfis genéticos para


identificação humana

1.1.1 Vínculo genético com material de confronto


de parentes
1) Pode-se afirmar que o perfil genético, obtido na amostra refe-
rência do indivíduo “X”, apresenta vínculo genético (maternidade/
paternidade/irmandade – especificar qual dos três vínculos) com o
perfil obtido no cadáver de guia número“N”?
Sabe-se que para existir vínculo genético de paternidade é ne-
cessário haver compatibilidade de, pelo menos, um alelo em cada
marcador genético analisado. Na análise de vínculo genético de pa-
ternidade com a família: ou concluindo, tratar-se de uma exclusão.
Exemplo: na amostra identificada como pertencente ao cadáver
guia XX/2020 (Tabela 1) foi obtido um perfil genético, oriundo de
indivíduo do sexo masculino, o qual em oito de onze loci analisados
não apresenta alelos em comum, quando comparado com a amos-
tra referência oral do suposto pai (RSA), estabelecendo a condição
de exclusão de paternidade.

170
Tabela 1: dados do perfil genético com condição de exclusão
de paternidade.

Amostra de sangue Amostra oral do


MARCADORES do cadáver suposto pai (RSA) –
STR
Guia xx/2020 Família 1
CSF1PO 7 – 10 6–8
FGA 20 – 21 20 – 23

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


TPOX 7–9 8 – 14
TH01 9 – 10 8 -16
D3S1358 10 – 17 19 - 20
D5S818 11 – 11 11 – 19
D7S820 10 – 13 17 - 18
D8S1179 12 – 14 12 - 19
D13S317 12 – 12 8 – 14
D18S51 15 – 19 12 -18
VWA 11 – 12 17 - 18
AMELOGENINA X-Y X-Y
Fonte: arquivos da Pefoce.

Comparação de um cadáver com uma suposta mãe (Tabela 2). Sa-


be-se que para existir vínculo genético de maternidade é necessário
haver compatibilidade de, pelo menos, um alelo em cada marcador
genético analisado. Na análise de vínculo genético de maternidade
com a família 2, observamos que em todos os marcadores houve o
compartilhamento de um alelo, concluindo tratar-se de uma inclusão
de maternidade. É importante ressaltar que todo resultado de inclu-
são genética é descrito com uma análise estatística.
Exemplo: o resultado encontrado é, aproximadamente, sete tri-
lhões de vezes mais provável de ocorrer, se o cadáver identificado
pela guia xx/2020 for filho biológico de ADR do que de outro indiví-
duo na população, escolhido aleatoriamente.

171
Tabela 2: dados do perfil genético com condição de inclusão
de maternidade.

Amostra de sangue Amostra oral do


MARCADORES do Cadáver suposto Pai (RSA) –
STR
Guia xx/2020 Família 1
CSF1PO 7 – 10 7–8
FGA 20 – 21 13 – 21
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

TPOX 7–9 7 – 10
TH01 9 – 10 8–9
D3S1358 10 – 17 17 – 19
D5S818 11 – 11 11 – 13
D7S820 10 – 13 13 – 18
D8S1179 12 – 14 14 – 17
D13S317 12 – 12 8 – 12
D18S51 15 – 19 12 – 15
VWA 11 – 12 10 – 11
AMELOGENINA X-Y X-Y
Fonte: arquivos da Pefoce.

1.1.1.1 Comentário
Trata-se de exame de comparação genética entre a amostra ques-
tionada (cadáver) e a amostra referência (familiares, ascendentes ou
descendentes diretos: pai, mãe e filhos) ou em último caso, irmãos.
Requisita-se tal exame, quando não se tem a identificação do cadá-
ver e há possibilidade de extração de material de confronto.
Em caso de irmandade, encaminhar à Pefoce, no mínimo, dois ir-
mãos, preferencialmente.
Deve-se evitar o seguinte quesito:
• É o cadáver de fulano de tal?
Quando existirem indícios da identidade do cadáver ou dos res-
tos mortais, é recomendável quesitar sobre a compatibilidade do
172
perfil genético das amostras envolvidas, pois somente a análise peri-
cial dará certeza quanto à identidade do periciado.

1.1.2 A partir de vínculo genético com material de


confronto presente em objetos
1) Pode-se afirmar que o perfil genético obtido no material ques-
tionado é compatível com o perfil genético obtido no cadáver de guia
número “N”?

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


1.1.2.1 Comentário
Trata-se de exame de comparação genética entre a amostra ques-
tionada (cadáver) e a amostra referência: um objeto possivelmente
do próprio cadáver (escova de dentes, lâmina de barbear, prótese
dentária, relógio, sangue etc).
Requisita-se tal exame, quando não se tem a identificação do ca-
dáver e há possibilidade de extração de material de confronto.
Deve-se evitar o seguinte quesito:
• É o cadáver de fulano de tal?
Quando existirem indícios da identidade do cadáver ou dos res-
tos mortais, é recomendável quesitar sobre a compatibilidade do per-
fil genético das amostras envolvidas, pois somente a análise pericial
dará certeza quanto à identidade do periciado.
Comparação de swab com sangue do cadáver com principais objetos
pessoais (Figuras 59 e 60).

Figura 59: swab com sangue do cadáver.

Fonte: arquivos da Pefoce.


173
Figura 60: principais objetos pessoais.


QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Fonte: arquivos da Pefoce.

1.1.3 A partir de vínculo genético com material de


confronto presente em restos mortais
1) Pode-se afirmar que os perfis genéticos, encaminhados por
meio das guias cadavéricas de números “N”, “M” e “O” (etc), per-
tencem a um mesmo indivíduo? Em caso de resultado positivo, é
compatível com aquele obtido a partir do material de referência co-
letado do indivíduo “X”?
Caso de corpo mutilado encaminhado por diferentes guias. A
partir da cabeça, foi possível extrair DNA do dente (Figura 61). Do
tronco do corpo foi possível extrair DNA da costela (Figura 62) e
dos membros foi possível extrair DNA do Fêmur (Figura 63).
Figura 61: extração de DNA
do dente.

Fonte: arquivos da Pefoce.


174
Figura 62: extração de DNA
da costela.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


Fonte: arquivos da Pefoce.

Figura 63: extração de DNA


do fêmur.

Fonte: arquivos da Pefoce.


1.1.3.1 Comentário
Trata-se de exame de comparação genética entre restos mortais
apresentados em guias distintas.
Requisita-se tal exame, quando não se tem a identificação do ca-
dáver ou de restos mortais. É possível, por exemplo, que parte do
corpo de uma vítima seja encontrada, em um local, e outros frag-
mentos desse mesmo corpo em lugares distintos.
Ocorrendo tal hipótese, deverá a autoridade requisitante enca-
minhar cada resto mortal em guias separadas, pois somente após o
exame pericial haverá certeza se os restos mortais pertencem a um
mesmo indivíduo.
175
Deve-se evitar o seguinte quesito:
• É o cadáver de fulano de tal?
Quando existirem indícios da identidade do cadáver ou dos res-
tos mortais, é recomendável quesitar sobre a compatibilidade do
perfil genético das amostras envolvidas, pois somente a análise pe-
ricial dará certeza quanto à identidade do periciado.

1.2 Exame para identificação de perfis genéticos em


QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

casos de crimes sexuais


1) Foi obtido perfil genético diferente em relação ao da vítima, a
partir do material encaminhado (especificar se vestes, swab de coleta
da vítima etc)?
2) Na amostra analisada, foi identificado perfil genético compatí-
vel com o perfil obtido na amostra referência do suspeito“X”?
Caso de crime sexual com resultados negativos nos swabs vagi-
nais e retais (Figura 64). Identificação do DNA da vítima das vestes
do suspeito (Figura 65).
Figura 64: resultados negati- Figura 65: identificação do DNA
vos nos swabs vaginais e retais. da vítima das vestes do suspeito.


Fonte: arquivos da Pefoce. Fonte: arquivos da Pefoce.

1.2.1 Comentário
O exame de corpo de delito, na vítima e no agressor, em casos
de abuso sexual, deve ser realizado tão logo o crime for notificado.
Para tanto, a Perícia Forense no Estado do Ceará, em Fortaleza, con-
ta com atendimento ininterrupto em todos os dias.
176
O envio das vestes/armas/materiais diversos para exames labo-
ratoriais devem ser realizados no horário de expediente (segunda a
sexta-feira, de 8h às 17h), considerando-se a preservação dos vestí-
gios e a cadeia de custódia.
As vestes e materiais diversos propensos à proliferação de micro-
organismos devem ser acondicionados de forma a evitar a degrada-
ção do material a ser analisado, conforme orientações na introdução
da quesitação dirigida à Coordenadoria de Análises Laboratoriais

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


Forenses – Calf.
Os exames de amostras coletadas de vítimas de crimes sexuais
são extremamente importantes, para identificar autoria do crime.
Os perfis genéticos obtidos podem ser comparados com amostras
de suspeitos, ou inseridos no banco de dados de perfis genéticos, o
que permite uma comparação com outros vestígios de crimes co-
metidos em todo território nacional, bem como amostras de indiví-
duos condenados por crimes hediondos que já tiverem seu material
genético inserido no banco de dados.

1.3 Exame de identificação de perfis genéticos deixados


em locais de crimes variados (criminalística biológica)
e comparação com suspeitos
1) Foi obtido perfil genético compatível com vítima/suspeito, a
partir do material (nome do objeto) encaminhado para exame?
Armas de crime (Figuras 66 e 67). Identificação de perfis genéti-
cos de acusados e/ou vítima.

Figura 66: arma de fogo. Figura 67: arma branca (faca).

onte: arquivos da Pefoce.


F F onte: arquivos da Pefoce.

177
1.3.1 Comentário
Os exames de amostras coletados no local de crimes são impor-
tantes para identificar autoria do crime. A diversidade de amostras
e de situações, faz o exame de DNA uma ferramenta extremamente
importante para fins de investigação. Os perfis genéticos obtidos
em objetos e cenas de crimes diversos podem ser comparados com
amostras de suspeitos e vítimas.
Finalmente, esses perfis genéticos irão para o banco de perfis ge-
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

néticos, o que permite uma comparação com outros vestígios de


crimes cometidos em todo território nacional, bem como amostras
de indivíduos condenados por crimes hediondos que já tiverem seu
material genético inserido no banco de dados.

1.4 Exame de paternidade em casos de crimes sexuais


Pode-se afirmar que o indivíduo “X” apresenta vínculo genético
de paternidade com o indivíduo “Y” (Figura 68)?
Figura 68: indivíduo preso por constatação de
crime sexual.

Fonte: arquivos da Pefoce.


178
1.4.1. Comentário
O estupro de vulnerável (menor de 14 anos) pode ser comprova-
do com a realização de paternidade criminal. Nesse caso, amostras
da mãe, da criança e do suspeito devem ser coletadas para compro-
vação da paternidade.
Existe, também, a possibilidade de exame de amostras de fetos que
foram abortados. O material deve ser encaminhado, devidamente,
identificado e congelado para o Núcleo de Perícia em DNA Forense.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


1.5 Exame de comparação com o banco de dados de
perfis genéticos
A autoridade policial ou judiciária poderá requisitar, mediante
ofício, a comparação de um determinado indivíduo (vivo ou mor-
to) com o banco de Dados de Perfis Genéticos (Figura 69), a fim de
investigar o envolvimento do mesmo com crimes hediondos e vio-
lentos contra a pessoa, ou para fins de identificação humana.

Figura 69: brasão da Rede Integrada de


Bancos de Perfis Genéticos – RIBPG.

Fonte: arquivos da Pefoce.

O Núcleo de Perícia em DNA Forense faz parte da rede integrada


de bancos de perfis genéticos. Usando essa ferramenta é possível re-
alizar cruzamento de perfis genéticos entre todos os bancos de dados
estaduais, nacional e da Polícia Federal, contribuindo para a elucida-
ção de crimes.
No Banco de Dados de Perfis Genéticos regulamentado pela Lei
nº 12.654/2012, constam perfis genéticos de criminosos condenados
179
por crimes tipificados na Lei, tais como, crimes hediondos, crimes
violentos contra a pessoa, entre outros. Além dos perfis de crimino-
sos, o banco conta com a inserção de perfis genéticos identificados
em vestígios coletados, em local de crime e coletados em vítimas
de crimes sexuais, dessa forma auxiliando em investigações crimi-
nais. Além de contar com perfis de cadáveres não identificados e
familiares com parentes desaparecidos, possibilita a identificação
de pessoas desaparecidas.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

2 NÚCLEO DE QUÍMICA FORENSE

2.1 Exame de vestígios de disparo de arma de fogo


1) Foi detectada uma partícula contendo chumbo, bário e anti-
mônio no material recolhido?
Regiões de coleta de vestígios de disparo de arma de fogo em
mãos (GSR) (Figura 70) e stubs de coleta (Figura 71) para uso em Mi-
croscopia Eletrônica de Varredura com Energia Dispersiva de Raios
X (MEV/EDS) (Figura 72).

Figura 71: ilustração de stubs


Figura 70: vestígios de GSR. para coleta.


Fonte: arquivos de BRUNI, VELHO Fonte: Fonte: arquivos de BRUNI,
e OLIVEIRA (2019). VELHO e OLIVEIRA (2019).
180
Figura 72: Microscópio Eletrônico de Varredura
– MEV – instalado na Pefoce.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


Fonte: arquivos da Pefoce.

Fotomicrografia (Figura 73) e espectro de EDS (Figura 74) da


partícula determinante de disparo de arma de fogo, encontrada na
amostra identificada como “mão direita”.
Os resultados foram descritos na Tabela 3, conforme a identifi-
cação dos elementos químicos determinantes encontrados em uma
única partícula proveniente de disparo de arma de fogo: antimônio
(Sb), bário (Ba) e chumbo (Pb). Os resíduos indicativos e ambien-
tais, também, foram apresentados para a amostra da partícula, tais
como o cobre (Cu), zinco (Zn), estanho (Sn) e ferro (Fe).

181
Figura 73: micrografia de uma partícula
de GSR.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Fonte: arquivos da RPCPF (2012).

Figura 74: espectro de EDS.

Fonte: arquivos da RPCPF (2012).

182
Tabela 3: quantidade de resíduos determinantes e indicativos en-
contrados em uma amostra de exame residuográfico, que apresen-
tou uma partícula proveniente de disparo de arma de fogo.

Identificação Determinantes Indicativos


Ambientais*
da amostra SbBaPb SbBa SbPb BaPb

CuZn (1),

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


“mão direita” 1 - - - Pb (1), Sn (1) e
lighter flint (1)

CuZn (4),
“mão esquerda” - 1 - - Sn (1) e
Fe (6)

* Valor em parênteses indica a quantidade de resíduos de cada tipo.

Fonte: arquivos da Pefoce.

2.1.1 Comentário
Atualmente, não são mais realizados exames de parafina para
a identificação de vestígios de disparo de arma de fogo, sendo
adequada a requisição de exame residuográfico para detecção de
chumbo, bário e antimônio como identificação definitiva de um re-
síduo de disparo de arma de fogo, por meio do Microscópio Ele-
trônico de Varredura – MEV – (metodologia em aplicação, Figura
72) e detecção de chumbo, por meio da reação de complexação de
rodizonato de sódio, como metodologia alternativa, quando não
houver a possibilidade de realização da análise por MEV.
A coleta de vestígios de disparo de arma de fogo (GSR) é realiza-
da nas mãos do atirador, em regiões específicas (Figura 70) que pos-
suem elevada probabilidade de se encontrar esses resíduos. Para a
coleta, são utilizados stubs de microscopia revestidos com fita ade-
siva de carbono condutora, a qual é colocada contra a superfície
183
de ambas as mãos (ou suportes, objetos etc), sem esfregar ou girar,
efetuando, no mínimo, 50 toques nas regiões indicadas.
Nos casos de prisão em flagrante, ou havendo suspeito encon-
trado pouco tempo depois do fato, deve-se proceder ao encaminha-
mento do mesmo de forma imediata. Caso haja um lapso temporal
maior entre o fato delituoso e o exame pericial, recomenda-se o en-
vio do suspeito em até doze horas do fato ocorrido para a coleta dos
vestígios de disparo de arma de fogo, nos casos de requisição de
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

exame residuográfico das mãos.

2.2 Exame de identificação de combustíveis,


verificação de adulteração e identificação de
substâncias inflamáveis
1) O combustível enviado apresenta vestígios de adulteração?
2) O material enviado a exame trata-se de gasolina/diesel/álcool
combustível?
3) O material enviado é inflamável?

2.2.1 Comentário
Ao encaminhar o material à perícia, a autoridade requisitante deve-
rá fazer um breve relato acerca do local, onde o mesmo foi coletado (se
de tanque de combustível de veículo automotor, se de bomba do posto
de gasolina, ou se de um recipiente de armazenamento etc).
Deve-se indicar a finalidade do exame (identificação do tipo de
combustível, identificação de substância inflamável ou adulteração).
Recomenda-se não quesitar da forma a seguir:
• Qual a qualidade do combustível em questão?
• Qual a capacidade explosiva do combustível?
• Faça a perícia no material enviado.
A respeito da amostragem, orienta-se a coleta de, no mínimo, 100
mililitros do combustível a ser submetido a exame. A amostra deverá
184
ser acondicionada em garrafa plástica, com vedação suficiente (em
razão da volatilidade), cuidando-se da identificação e evitando-se a
exposição à luz.
Nos casos em que não é possível coletar a quantidade mínima re-
comendada, orienta-se enviar todo o material disponível, ficando a
critério do perito responsável pela análise avaliar a possibilidade de
realização, ou não do exame.

2.3 Exame de identificação de substância explosiva

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


1) O material enviado é um de artefato explosivo?
2) Em caso de resultado positivo, qual a substância explosiva
em questão?
O equipamento para a análise rápida em explosivos é o Espec-
trômetro RAMAN Portátil, marca Metrohm, modelo Mira DS, lo-
calizado no Núcleo de Química Forense – Nuqfo (Figura 75). Esse
equipamento possibilita, também, a identificação direta de compos-
tos majoritários em combustíveis, bebidas, medicamentos, drogas
brutas e sintéticas etc.
Pode-se observar a ilustração de materiais apreendidos pela Po-
lícia Civil (PCCE) (Figura 76) e a realização da constatação e identi-
ficação de compostos utilizados na preparação destes materiais ca-
racterizados como explosivos (nesse caso foi identificado o nitrato
de amônio) (Figura 77).

Figura 75: equipamento Figura 76: materiais


RAMAN. apreendidos (PCCE).

Fonte: arquivos da Pefoce. Fonte: arquivos da Pefoce.


185
Figura 77: constatação de explosivos.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Fonte: arquivos da Pefoce.

2.3.1 Comentário
Recomenda-se não quesitar da seguinte forma:
• Qual a potencialidade lesiva do explosivo enviado?

2.4 Exame de constatação de objetos metálicos


1) Descreva o material encaminhado.
2) Qual o peso do material?
3) O material enviado é ouro, prata ou qualquer metal precioso?
O equipamento para a análise dos materiais é Espectrômetro
de Raios X por Dispersão em energia (EDX ou EDS), instalado no
Núcleo de Química Forense – Nuqfo (Figura 78). Pode-se observar
a ilustração das peças para a realização da constatação de objetos
metálicos (Figura 79).

186
Figura 78: equipamento de EDX.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF



Fonte: arquivos da Pefoce.

Figura 79: peças metálicas.

Fonte: arquivos da Pefoce.

A Tabela 4 mostra os resultados de uma análise de EDX em amos-


tras para a constatação de objetos metálicos (relógios, pulseiras, co-
lares, pingentes, anéis, pares de brinco etc), em relação à composição
química dos materiais e pode-se observar que foi possível obter os
teores de ouro (Au) (e a classificação em quilates, a unidade de me-
dida para a determinação de pureza de ouro), prata (Ag), níquel (Ni)
e cobre (Cu).
187
Tabela 4: demonstrativo das análises de EDX em diferentes amostras
periciais requisitadas pela autoridade policial.

AMOSTRAS DESCRITIVO EDX


QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Cor dourada arredondado va- 76% de ouro


zado por quadrados, diâmetro (Au), 14% de
OBJETO 1
de 23 mm, massa de 2,9 g, arra- prata (Ag) e 10%
nhões ao longo das superfícies. de cobre (Cu).

74% de ouro
Formato de chave, comprimento
(Au), 9% de co-
PINGENTE 2 de 45 mm, massa de 5,2 g, arra-
bre (Cu) e 7% de
nhões ao longo das superfícies.
níquel (Ni).

Formato de crucifixo de 50 por 57% de níquel


35 mm, cor prata, massa: 3,4 g, (Ni), 41% de pra-
PINGENTE 3
aspecto de arranhões ao longo ta (Ag) e 2% de
das superfícies. cobre (Cu).

Cor dourada, tipo anel, com


diâmetro interno de 15 mm, 75% de ouro
massa: 4 g, detalhe dos caracteres (Au), 14% de
OBJETO 4
“ORLANDO♥ DEBORA♥ ”, prata (Ag) e 11%
aspecto de arranhões ao longo de cobre (Cu).
das superfícies.
Fonte: arquivos da Pefoce.

188
2.4.1 Comentário
Para a identificação dos componentes metálicos é realizada a ex-
posição das superfícies dos materiais a um Espectrômetro de Raios
X por Dispersão em energia (EDX ou EDS), conforme as Figuras 78
e 79.
Recomenda-se não quesitar da forma como segue:
• Qual o valor do material enviado?

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


• Qual a avaliação pecuniária do material enviado?
Isso porque a análise do valor do objeto, bem como a avaliação
pecuniária não são afeitas à carta de serviços do Núcleo de Química
Forense. É procedimento atinente à Merceologia Forense, estranho
às atribuições da Calf.

2.5 Exame de identificação de numeração suprimida de


arma de fogo
1) É possível identificar a numeração total ou parcial da arma?
2) Em caso de resultado positivo, qual é a numeração?
A seguir, pode-se observar uma perícia realizada em uma arma
de fogo (Figura 80) com a numeração de caracteres suprimida, me-
diante requisição da autoridade policial. A revelação final dos ca-
racteres (Figura 81), à base de reagentes químicos e as etapas do
processo, onde ocorre um ataque químico na superfície, por meio
de um reagente ácido, em contato com a peça por certo tempo, per-
mitindo a visualização das fases na microestrutura, a partir da cor-
rosão da superfície (Figura 82).
Essa aplicação estende-se à identificação de caracteres dos ele-
mentos de segurança de veículos, tal qual o chassi.

189
Figura 80: arma de fogo.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


Fonte: arquivos da Pefoce.

Figura 81: caracteres da arma.

Fonte: arquivos da Pefoce.


190
Figura 82: processo químico de revelação
de caracteres.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


Fonte: arquivos da Pefoce.

2.5.1 Comentário
Sempre que possível, a autoridade requisitante deverá informar o
local da numeração suprimida e que seja de interesse para a análise.

2.6 Exame de identificação de álcool em bebidas e


verificação de adulteração em bebidas alcoólicas
1) O material enviado possui álcool em sua composição?
2) Trata-se de bebida adulterada/falsificada?**

2.6.1 Comentário
O referido exame presta-se a dois fins específicos: saber se a
substância examinada contém álcool (segundo a OMS), ou se trata
de uma substância falsificada ou adulterada (Figura 83). Essas que-
191
sitações podem ser respondidas, a partir das análises rápidas e da
técnica de Espectrofotometria de Ultra-Violeta na Região do Visível
(UV-Vis), onde o Nuqfo possui o referido equipamento da técnica
em suas instalações.
Para as análises preliminares das amostras, tem-se a determina-
ção da presença de álcool etílico, ou de outras substâncias, por meio
do Espectrômetro RAMAN Portátil (Figura 75); a medição do teor
alcoólico, por meio de um alcoômetro de Gay-Lussac (Figura 84) e
da densidade, por meio de densímetro. O equipamento analítico,
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Espectrofotômetro de Ultravioleta Visível, UV-Vis, é capaz de ana-


lisar amostras de bebidas, a padrão e a questionada, a fim de cons-
tatar o processo de adulteração/falsificação do material periciado,
a partir de análises estatísticas que possibilitam a identificação dos
perfis das substâncias (Figura 85).

Figura 84: medição do


Figura 83: bebida comercial. teor alcoólico.

Fonte: arquivos da Pefoce. Fonte: arquivos da Pefoce.

Figura 85: Espectrofotômetro de Ultravioleta


Visível (UV-Vis).

Fonte: arquivos da Pefoce.


192
Não são realizadas análises dos padrões de qualidade de alimen-
tos e bebidas, uma vez que a demanda de controle de qualidade
pertence à Agência de Vigilância Sanitária.
**Para viabilizar a resposta ao quesito de nº 2, deve ser encami-
nhada uma amostra de bebida, reconhecidamente, original para
efeitos de confrontação.
Recomenda-se não quesitar:

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


• Faça a perícia no material enviado.
• A bebida, se consumida, causa danos à saúde humana? Qual
a qualidade da bebida em questão?

2.7 Exame de determinação do teor alcoólico em


formulações antissépticas
1) O material enviado possui álcool etílico em sua composição?
2) A rotulagem, a qualidade da matéria-prima utilizada e o teor al-
coólico da amostra de formulação antisséptica atendem as normativas,
como RDC e notas técnicas, da Anvisa? Pode ser classificado como
álcool em gel 70º INPM?
3) Trata-se de um produto de adulterado/falsificado?***

2.7.1 Comentário
As exigências mínimas de rotulagem dos materiais (Figura 86)
são estabelecidas por Resoluções de Diretórios Colegiados, RDC, de
nº 46, de 25 de outubro de 2013, (ou outras RDC, notas técnicas atuali-
zadas e vigentes no período do caso).
Por se tratar de perícia oficial de natureza criminal e considerando a
magnitude de suas consequências ao devido processo legal, recomen-
da-se o emprego de duas técnicas analíticas, para a validação dos re-
sultados da quantificação do teor de álcool etílico nos géis: Densime-
tria e Cromatografia acoplada à Espectrometria de Massas (CG/EM)
(Figura 87).
Para a identificação da presença de álcool etílico, por uma análise
qualitativa, utiliza-se o RAMAN Portátil (Figura 75). A composição
193
do rótulo, através da identificação do polímero adicionado ao produto
como agente espessante, é obtida por meio da Técnica de Espectrosco-
pia Vibracional na Região do Infravermelho (FT-IR), a qual o Nuqfo
possui este equipamento para a realização das análises (Figura 88).

Figura 86: rotulagem de materiais. Figura 87: análise via CG/EM.


QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Fonte: arquivos da Pefoce. Fonte: arquivos da Pefoce.

Figura 88: análise via FT-IR.

Fonte: arquivos da Pefoce.

***Para viabilizar a resposta ao quesito de nº 3, deve ser enca-


minhada uma amostra da formulação, reconhecidamente, original
para efeitos de confrontação.
Recomenda-se não quesitar:
• Faça a perícia no material enviado.
• Este material é álcool em gel?

194
2.8 Exame de microvestígios em locais de crime
1) Houve luminescência (emissão de luz) durante a aplicação
do luminol?
2) Em caso de resultado positivo, quais os locais/objetos apre-
sentaram reação positiva (luminescente)?
3) É possível a confirmação da presença de sangue humano no
local/objeto analisado?

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


4) Foi realizada coleta de amostras para extração e identificação
de DNA de perfil genético no local/objeto analisado?
5) O perfil genético obtido é passível de confronto? Em caso de
resultado positivo, é compatível com aquele obtido do material ge-
nético do indivíduo “X” ou de seus genitores/filhos e/ou irmãos?
6) O perfil genético eventualmente obtido, a partir do material
questionado, é compatível com algum dos demais perfis genéticos
já cadastrados no Banco de Perfis Genéticos Combined DNA Index
System – CODIS?

Aplicação

de luminol em piso de veículo sem mancha aparente
(Figuras 89 e 90).

Figura 90: piso do veículo


Figura 89: aplicação de luminol. com luminol.

Fonte: arquivos da Pefoce. Fonte: arquivos da Pefoce.

2.8.1 Comentário
A análise de microvestígios abrange a coleta de diferentes tipos
de materiais, em locais de crime, como disparo de arma de fogo,
fibras, pelos, cabelos, DNA e fluidos biológicos, tais como manchas
195
de sêmen e sangue. Ainda abrange a busca de sangue latente por
meio da aplicação de luminol.
Apesar do exame de microvestígios, em locais de crime, ser
abrangente, a autoridade requisitante deve especificar que tipo de
vestígios deseja investigar, além de ser indispensável a apresen-
tação de um relato da ocorrência. Dessa forma, o perito poderá
planejar quais coletas realizar e a sequência desses exames, uma
vez que a aplicação de um reagente poderá interferir na coleta de
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

outro vestígio.
Existindo suspeitas de que tenha havido a alteração do cenário do
crime, ou seja, que alguém tenha tentado remover os vestígios de san-
gue do local, recomenda-se o exame de pesquisa de sangue por meio
do luminol. Como os exames no local estão condicionados ao planeja-
mento do perito, a aplicação do luminol será avaliada, con- siderando
a necessidade real e a preservação dos demais vestígios.
Com base nas informações colhidas, no curso da investigação,
sempre que possível, compete à autoridade requisitante orientar
os trabalhos periciais na utilização do reagente, apontar o local es-
pecífico, ou a região da cena de crime em que deve ser aplicado
o reagente.
Não se deve quesitar da seguinte maneira:
• Faça a perícia no local indicado.

2.9 Exame de resíduos de projéteis em anteparos


1) É possível identificar a natureza do material periciado?
2) Foi identificado um orifício no material periciado? Se sim, é
característico de uma transfixação causada por um projétil?
3) Caso o orifício identificado seja de um projétil, torna-se possí-
vel estimar a distância do disparo realizado?
Pode-se observar um estudo de caso, onde o material humano exu-
mado (ossada craniana), a reconstrução do orifício (Figuras 91 e 92), os
resultados de imagens do MEV mostrando a presença de partículas,
na superfície analisada e o espectro de EDS caracterizando os elemen-
196
tos presentes nas partículas (constituintes de projeteis) (Figuras 93 e 94).
Esse caso foi extraído da Revista de Perícia Criminal da Polícia Federal
– RPCPF –, em 2012.

Figura 91: ossada craniana. Figura 92: reconstrução do orifício.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


Fonte: arquivos da RPCPF (2012).

Fonte: arquivos da RPCPF (2012).

Figura 93: imagem da superfície analisada via MEV.


Fonte: arquivos da RPCPF (2012).

197
Figura 94: espectro de EDS.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Fonte: arquivos da RPCPF (2012).

2.9.1 Comentário
A análise de resíduos de projéteis em anteparos está relacionada
à coleta de vestígios em orifícios encontrados em ossadas, madei-
ras, vidros, equipamentos eletrônicos, entre outros suportes. Essas
coletas são realizadas para a identificação de resíduos provenientes
de projéteis que possam ter transfixados os suportes supracitados
(Figuras 91 e 92), quando foi observada a presença de um orifício
em uma ossada (material humano exumado) e, após a coleta do
fragmento da reconstrução da fratura para a análise do Microscópio
Eletrônico de Varredura – MEV –, constatou-se a presença de resídu-
os provenientes de projéteis.
Não se deve quesitar da seguinte maneira:
• Faça a perícia no material enviado.

3 NÚCLEO DE TOXICOLOGIA
O Núcleo de Toxicologia Forense, atualmente, é responsável pela
realização das perícias em amostras brutas, enviadas das delegacias
198
(drogas de abuso, medicamentos, venenos, entre outros), além de
realizar as análises toxicológicas em materiais biológicos coletados
no necrotério e em exames in vivo.
O envio desses materiais deve levar em consideração três critérios
mínimos: quantidade suficiente para análise inequívoca, guarda da
contraprova e representatividade do material apreendido.
Diante do exposto, os itens abaixo trazem orientações da quanti-
dade mínima recomendada do material a ser encaminhado (amos-

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


tragem), juntamente, com a requisição de perícia que garanta o
cumprimento dos critérios supramencionados. Para fins práticos,
considerou-se a amostragem dos tipos 1 e 2, a depender da caracte-
rística do material, conforme será apresentado a seguir.
A orientação do quantitativo de material (Tabelas 5 e 6) foi elabo-
rada pela Coordenadoria de Análises Laboratoriais Forenses, cum-
prindo as exigências mínimas das normas vigentes: Instrução Téc-
nica (IT) nº 006/2006 – POLÍCIA FEDERAL (pequenas apreensões)
e NBR 5426/1985 – ABNT (apreensões maiores).
Para uma melhor interpretação das tabelas, apresentam-se as
seguintes definições:
• Se o material apreendido apresentar características físicas ho-
mogêneas (mesma cor, mesmo aspecto, formato etc), conside-
ra-se único, e a amostragem deve ser realizada, considerando
o peso total. Caso contrário, separar em subgrupos antes de
realizar a amostragem;
• Um subgrupo apresenta características iguais de cores, for-
matos e formas de apresentação. Para selos, por exemplo,
deve-se considerar de subgrupos diferentes amostras com
estampas, tamanhos ou cores distintos;
• As formas de apresentação mais comuns: selos, comprimi-
dos, pós, líquidos, pedra, sais, ampolas, frascos etc;
• Volume representa a unidade e/ou compartimento que acon-
diciona determinada quantidade de material (pacote, frasco,
trouxinha, saco, papelote etc).
199
Amostragem do tipo 1, amostras com aspecto semelhante à co-
caína, crack, maconha ou formulações líquidas, lança-perfume etc,
que possuem as formas de apresentação: “a”, “b”, “c” e “d”.
a) pó, pedra, sais, grânulos;
b) material vegetal (maconha: erva seca, prensada, haxixe, inflo-
rescências, plantas frescas);
c) ampolas, frascos e formulações líquidas;
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

d) lança-perfume/loló (ou outros voláteis).


Segue-se a orientação de amostragem na Tabela 5.
Tabela 5: amostragem em subgrupos e quantidades, de acordo com as
formas de apresentação supracitadas.
SUBGRUPO QUANTIDADE
Enviar TODOS os volumes (quando o peso
de cada volume não ultrapassar 2 g), ou re-
De tirar uma pequena quantidade de todos os
um a dez pacotes. Não se deve retirar o rótulo do fras-
volumes co e/ou da ampola, devendo-se verificar a
vedação, a fim de evitar a perda do seu con-
teúdo durante o transporte.
Selecionar dez volumes, aleatoriamente,
(quando o peso de cada volume não ul-
trapassar 2 g), ou retirar uma peque-
De
na quantidade de todos os pacotes.
dez a 100
Não se deve retirar o rótulo do frasco
volumes
e/ou da ampola, devendo-se verificar a
vedação, a fim de evitar a perda do seu
conteúdo durante o transporte.
Selecionar 12 volumes, aleatoriamente,
(quando o peso de cada volume não ultra-
passar 2 g), ou retirar uma pequena quan-
De
tidade de todos os pacotes. Não se deve
101 a 500
retirar o rótulo do frasco e/ou da am-
volumes
pola, devendo-se verificar a vedação,
a fim de evitar a perda do seu conteúdo
durante o transporte.
200
Selecionar 13 volumes, aleatoriamente,
(quando o peso de cada volume não ultra-
passar 2 g), ou retirar uma pequena quan-
De
tidade de todos os pacotes. Não se deve
501 a 3.200
retirar o rótulo do frasco e/ou da ampola,
volumes
devendo-se verificar a vedação, a fim de
evitar a perda do seu conteúdo durante
o transporte.
Selecionar 20 volumes, aleatoriamente,

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


(quando o peso de cada volume não ultra-
passar 2 g), ou retirar uma pequena quan-
De
tidade de todos os pacotes. Não se deve
3.201 a 35.000
retirar o rótulo do frasco e/ou da ampola,
volumes
devendo-se verificar a vedação, a fim de
evitar a perda do seu conteúdo durante
o transporte.
Selecionar 32 volumes, aleatoriamente,
(quando o peso de cada volume não ultra-
passar 2 g), ou retirar uma pequena quan-
De
tidade de todos os pacotes. Não se deve
35.001 a 500.000
retirar o rótulo do frasco e/ou da ampola,
volumes
devendo-se verificar a vedação, a fim de
evitar a perda do seu conteúdo durante
o transporte.
Selecionar 50 volumes, aleatoriamente,
(quando o peso de cada volume não ultra-
passar 2 g), ou retirar uma pequena quan-
tidade de todos os pacotes. Não se deve
>500.000 volumes
retirar o rótulo do frasco e/ou da ampola,
devendo-se verificar a vedação, a fim de
evitar a perda do seu conteúdo durante
o transporte.
Fonte: arquivos da Pefoce.

201
Amostragem do tipo 2, amostras com aspecto semelhante ao
LSD, medicamentos em comprimidos etc, que possuem as formas
de apresentação: “e” e “f”.
e) comprimidos e selos de drogas sintéticas;
f) comprimidos/cápsulas/drágeas de medicamentos.
Segue-se a orientação de amostragem na Tabela 6.
Tabela 6: amostragem em subgrupos e quantidades, de acordo com as
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

formas de apresentação supracitadas.


SUBGRUPO QUANTIDADE
Enviar TODOS os volumes (quan-
do o peso de cada volume não ultra-
passar 2 g), ou retirar uma peque-
De
na quantidade de todos os pacotes.
um a 20
No caso de medicamentos, não reti-
volumes
rar da embalagem primária (blister),
enviar embalagem secundária, caso
esteja disponível (caixa).
Selecionar 20 volumes, aleatoria-
mente, (quando o peso de cada vo-
lume não ultrapassar 2 g), ou retirar
De
uma pequena quantidade de todos os
20 a 35.000
pacotes. No caso de medicamentos,
volumes
não retirar da embalagem primária
(blister), enviar embalagem secundá-
ria, caso esteja disponível (caixa).
Selecionar 32 volumes, aleatoria-
mente, (quando o peso de cada volu-
me não ultrapassar 2 g), ou retirar uma
De
pequena quantidade de todos os paco-
35.001 a 500.000
tes. No caso de medicamentos, não re-
volumes
tirar da embalagem primária (blister),
enviar embalagem secundária, caso
esteja disponível (caixa).

202
Selecionar 50 volumes, aleatoria-
mente, (quando o peso de cada vo-
lume não ultrapassar 2 g), ou retirar
uma pequena quantidade de todos os
>500.000 volumes
pacotes. No caso de medicamentos,
não retirar da embalagem primária
(blister), enviar embalagem secundá-
ria, caso esteja disponível (caixa).

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


Fonte: arquivos da Pefoce.

3.1 Exame de identificação de cocaína (em pó e na


forma pétrea – crack)
1) Qual a natureza e característica do material submetido a exame?
2) A amostra encaminhada para exame contém cocaína
(metilbenzoilecgonina)?
3) Foi possível identificar outra(s) substância(s)? Qual(is) subs-
tância(s) ou classe(s) de substância(s) foi(ram) identificada(s)?
4) A(s) substância(s) identificada(s) ou classe(s) de substância(s)
está(ão) elencada(s) na Portaria nº 344/98 da Anvisa/ Ministério da
Saúde e suas atualizações como psicotrópica(s) ou entorpecente(s),
ou está(ão) sujeita(s) ao controle do Ministério da Justiça pela
legislação correlata?

3.1.1 Comentário
A cocaína possui diversas formas de apresentação final, porém,
as formas mais encontradas e apreendidas pela polícia são as
formas de sal (cloridrato de cocaína), oriunda de refinamento mais
delicado e que, por muito tempo, dominou o mercado e sustentou
o narcotráfico mundial; e o “crack” (pasta base de cocaína), o qual
inicialmente era um “subproduto” do refinamento do cloridrato,
mas que, ao longo dos anos, tornou-se o líder do mercado con-
sumidor de cocaína por ser mais barato e mais fácil de ser pro-
duzido. Conforme o material apresentado, a seguir (Figura 95),
possíveis substâncias identificadas como psicotrópicas, entor-
203
pecentes, ou estão sujeitas ao controle do Ministério da Justiça,
por meio da legislação correlata, elencada na Portaria nº 344/98
da Anvisa/Ministério da Saúde.
Figura 95: apreensão de cocaína.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Fonte: arquivos da Pefoce.



Atenção especial deve ser dispensada aos principais adulterantes
da cocaína com estrutura, farmacologicamente, ativa: a lidocaína, um
anestésico local que mimetiza os efeitos anestésicos da cocaína; a ben-
zocaína, outro anestésico local; a cafeína que mimetiza/potencializa
o efeito estimulante da cocaína e também é utilizada como diluente.
A fenacetina (outrora, usada como antitérmico) foi proibida, no Bra-
sil, devido a uma série de efeitos colaterais que causava: náuseas e
enxaqueca de grande monta.
Um novo adulterante tem sido identificado em amostras apre-
endidas, a partir de 2010, no Distrito Federal e em outros estados, e
que, supostamente, estaria sendo utilizado em conjunto com a fena-
cetina: a aminopirina, um fármaco com propriedades analgésicas,
anti-inflamatória e antipirética. Outrossim, esse medicamento é co-
nhecido por ser mielotóxico, gerando risco de desencadear quadros
de agranulocitose nos pacientes.
É oportuno apontar, ainda, que o levamisol (Ascaridil® terapêu-
tica específica para ascaridíase) tem sido usado como adulteran-
te e, recentemente, tem sido identificado em amostras de cocaína
apreendidas. Trata-se de um fármaco de características imunorre-
guladoras e anti-helmínticas, utilizado em tratamento de doenças
autoimunes, tal qual a AIDS, sendo adjuvante de quimioterapias.
204
Ademais, esse medicamento, supostamente, é capaz de potenciali-
zar o efeito estimulante da cocaína, devido aos produtos secundá-
rios gerados durante sua metabolização: o aminorex.
Além dessa classe de adulterantes, requerem, especial atenção, os
resquícios dos diversos produtos químicos, utilizados durante seu
processo de refinamento, os ácidos e as bases fortes: HCl (Ácido Clo-
rídrico), H2SO4 (Ácido Sulfúrico) e NaOH (Hidróxido de Sódio), junto
aos solventes orgânicos: gasolina, querosene, óleo diesel etc, podem ser
identificados. Acrescentem-se os diversos diluentes inertes; amido, car-

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


bonatos, talco, entre outros, que são as principais substâncias utilizadas
para diluir a droga e aumentar o volume disponível para o mercado,
sem comprometer a concentração original da droga.
Enfim, é fundamental conhecer-se a composição química resultante
do refino dos entorpecentes, pois pode levar a pistas que elucidem a
origem do material ilícito. Com a identificação dos contaminantes, fica
mais fácil mapear a região de onde está vindo aquela droga.

3.2 Exame de identificação de Cannabis Sativa L.


(maconha) e haxixe
1) Qual a natureza e característica do material submetido a exame?
2) A amostra encaminhada para exame contém canabinói-
des como tetrahidrocannabinol (delta-9-THC) próprio da Cannabis
sativa L. (maconha)?
3) A(s) substância(s) identificada(s) está(ão) elencada(s) na Por-
taria nº 344/98 da Anvisa/ Ministério da Saúde e suas atualizações
como psicotrópicas ou entorpecentes, ou está(ão) sujeita(s) ao con-
trole pelo Ministério da Justiça por meio da legislação correlata?

3.2.1 Comentário
Nos últimos anos, a extração de concentrados de maconha vem
se mostrando de extrema importância, quer na área medicinal (na
criação de fármacos canábicos), quer na área recreativa para usu-
ários contumazes de THC (Figura 96). No tocante aos concentra-
dos, podemos relatar uma infinidade de preparações: haxixe, BHO,
rosin, shatter, wax, kief, óleo essencial CO2, skank e muitos outros. A
205
diferença do haxixe (que nada mais é que um prensado da resina
da planta) em relação aos outros comentados é que, no haxixe, o
processo de extração é meramente físico; enquanto que em outros
concentrados utilizam-se solventes, ou uma combinação de pressão
e calor em sua produção (Figura 97).
Os produtos concentrados de Cannabis, quase sempre, apresen-
tam uma concentração muito acima dos valores encontrados na
planta in natura (Figura 98) e podem atingir valores acima de 70%
do esperado em um extrato.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Figura 96: ervas secas Figura 97: variedades


e sementes. de haxixe.

Fonte: arquivos da Pefoce. Fonte: arquivos da Pefoce.



Figura 98: planta da maconha seca.

Fonte: arquivos da Pefoce.



206
3.3 Exame de identificação de drogas sintéticas
1) Qual a natureza e a característica do material submetido ao exame?
2) Qual(is) a(s) substância(s) ou classe(s) de substância(s) presente(s)?
3) A(s) substância(s) ou classe(s) de substância(s) identificada(s)
está(ão) elencada(s) na Portaria nº 344/98 da Anvisa/ Ministério
da Saúde e suas atualizações como psicotrópica ou entorpecente ou
está(ão) sujeita(s) ao controle pelo Ministério da Justiça por meio da

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


legislação correlata?

3.3.1 Comentário
Drogas sintéticas são substâncias ou misturas de substâncias
produzidas por meios químicos, cujos principais componentes ati-
vos não são encontrados na natureza e provocam alucinações no
usuário, por estimular ou deprimir o sistema nervoso central. Essa
classe de drogas possibilita que uma pessoa veja, ouça e sinta algo,
sem que haja estímulo por perto para tais sensações.
Ao contrário do que alguns pensam que essas drogas causam me-
nos dependência, elas causam dependência e trazem um sem número
de malefícios ao organismo. Podem ser utilizadas sob as formas de in-
jeção, comprimido ou pó (Figuras 99 e 100). São consumidas, princi-
palmente, por jovens e adolescentes para entretenimento. Vale salien-
tar que, atualmente, é a classe de droga que mais cresce e, portanto, é
a preferencial entre os usuários. As drogas sintéticas mais conhecidas
são: anfetaminas, LSD, GHB, ecstasy e anabolizantes.
Geralmente, as substâncias que podem ser encontradas em selos
são impregnadas em papel, em baixas concentrações (Figura 99). En-
tre as diversas substâncias sintéticas encontradas em selos, destaca-se
o Dietilamida do Ácido Lisérgico, LSD, que é fotossensível e, portan-
to, orienta-se coletar todos os selos em embalagem que o proteja da
luz ambiente, por exemplo, invólucro de papel, a fim de evitar a de-
gradação da substância.

207
Figura 99: escala milimetrada com drogas sintéticas.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Fonte: arquivos da Pefoce.

Pós, grânulos e substâncias sólidas com características físicas dis-


tintas devem ser considerados como amostras distintas, portanto,
coletados, embalados (Figura 100) e identificados individualmente.
Figura 100: drogas sintéticas em pós.

Fonte: arquivos da Pefoce.

3.4 Exame de identificação de medicamentos


1) Quais substâncias foram detectadas nas análises realizadas
nos medicamentos questionados?
2) Foram detectadas substâncias entorpecentes ou capazes de
causar dependência física e/ou psíquica?
3) Há evidências de que os medicamentos sejam falsificados
ou adulterados?
4) É obrigatório o uso de receituário de controle especial para
que eles sejam adquiridos?
5) Quando e em que situação devem ser ministrados ao ser humano?
208
3.4.1 Comentário
Historicamente, o homem utiliza substâncias químicas que cau-
sam alterações em seu nível de consciência, ou que produzem rea-
ções físicas ou mentais, temporariamente, prazerosas. Neste contex-
to, os medicamentos psicotrópicos ganham destaque. Os fármacos
benzodiazepínicos, em especial, estão entre os mais prescritos no
mundo. No Brasil, esse quadro se reproduz. Os benzodiazepínicos
são medicamentos hipnóticos e ansiolíticos com efeitos notáveis e

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


com amplo índice terapêutico. Apresentam, ainda, propriedades
anticonvulsivante, relaxante muscular e amnésica. Mas geram o de-
senvolvimento de tolerância, abstinência e dependência. Possuem
muitos efeitos colaterais e apresentam várias contraindicações que
passam despercebidas.
Fatores psicossociais com baixo nível socioeconômico, baixa es-
colaridade e violência são desencadeantes de sintomas como ansie-
dade, insônia e depressão. Fator preponderante para o incremen-
to do uso dessa classe de medicamento é que eles são intitulados
como Drogas Facilitadoras de Crimes Sexuais – DFCS –, portanto,
seu consumo cresce assustadoramente.
Para análise em comprimidos e/ou cápsulas, recomenda-se cole-
tar a quantidade prevista na Tabela 6. Enviar, preferencialmente, no
interior da embalagem primária (cartela), caso a embalagem secun-
dária (caixa) esteja disponível, a mesma deve ser enviada junto com
os comprimidos e/ou cápsulas para análise (Figuras 101 e 102).
Comprimidos e/ou cápsulas com características físicas (tais como
cor, formato e tamanho) distintas e que não apresentem embalagem
primária e secundária, devem ser considerados como amostras distin-
tas, portanto, coletados, embalados e identificados individualmente.
No caso de formulações líquidas, recomenda-se coletar a quan-
tidade prevista na Tabela 5 na embalagem primária (frasco e/ou
ampola) e se, possível, enviar junto com a embalagem secundária
(caixa). Não se deve retirar o rótulo do frasco e/ou ampola, deven-
do-se verificar a vedação, a fim de evitar a perda do seu conteúdo,
durante o transporte (pois, como é sabido, muitas dessas especiali-
dades farmacêuticas são voláteis).
209
Figura 101: embalagem
de comprimidos. Figura 102: cápsulas para análise.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Fonte:
arquivos da Pefoce. Fonte: arquivos da Pefoce.

3.5 Exame de identificação de


voláteis
1) Qual a natureza e característica do material submetido a exame?
2) A(s) substância(s) identificada(s) está(ão) elencada(s) na Por-
taria nº 344/98 da Anvisa/ Ministério da Saúde e suas atualizações
como psicotrópica ou entorpecente está(ão) sujeita(s) ao controle do
Ministério da Justiça por meio da legislação correlata?

3.5.1 Comentário
Chamam-se inalantes os solventes voláteis, isto é, aqueles que se
evaporam muito rapidamente, e, por isso mesmo, são facilmente ina-
lados. Muitos deles são inflamáveis. No cérebro humano, produzem
alguns efeitos similares aos do álcool etílico e manifestam efeitos anes-
tésicos dissociativos. Têm poder de criar dependência química. O uso
crônico de inalantes associa-se com alterações cognitivas leves e até
degeneração demencial, passando por sintomas psicóticos, agrava-
mento de transtornos de humor e de ansiedade, uso promíscuo de
outras drogas, suicídio, facilitação da contaminação por HIV, delin-
quência e agravamento de transtornos de personalidade.
O lança-perfume (Figura 103, primeira embalagem da esquer-
da para direita) é um inalante clássico. É uma mistura de éter, clo-
rofórmio, cloreto de etila e essências perfumadas, comercializada no
Brasil a partir de 1897. Após vários casos de morte, principalmente,
por parada cardíaca, seu uso foi proibido em 1961. Continua em uso,
especialmente, nas tradições de carnaval, usando o contrabando.
210
O popper ou “incenso líquido” é outro produto clandestino, algumas
vezes encontrado em sex-shops, anunciado como afrodisíaco.
O problema dos inalantes, contudo, é bem maior. Um número
enorme de produtos comerciais, como esmaltes, colas, tintas, thin-
ners, propelentes, gasolina, removedores, vernizes etc, contêm esses
solventes (Figura 104). Eles podem ser aspirados tanto involuntaria-
mente (por exemplo, trabalhadores de indústrias de sapatos ou de
oficinas de pintura, o dia inteiro expostos ao ar contaminado por estas
substâncias) quanto voluntariamente (por exemplo, a criança de rua

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


que cheira cola de sapateiro; o menino que cheira em casa acetona ou
esmalte, ou o estudante que cheira o corretivo carbex etc).
Portanto, o uso de inalantes pode ocorrer em crianças e adolescen-
tes, com substâncias guardadas em casa, ao alcance de todos. Os sol-
ventes mais comuns são substâncias pertencentes a um grupo quími-
co chamado de hidrocarbonetos, tais quais o tolueno, xilol, acetato de
etila, tricloroetileno. Tais substâncias industriais têm importância na
saúde ocupacional, além de serem usados recreativamente.
Habitualmente, todos os solventes/inalantes são substâncias que
apresentam baixo ponto de ebulição, ou seja, evaporam-se facilmente.
Por isso, após finalizar a coleta, é importante fechar/vedar o recipien-
te por completo para impossibilitar o escape do material para volatili-
zação (evaporação) (Figura 104).
Figura 103: embalagens. Figura 104: amostra de inalante.

Fonte: arquivos da Pefoce. Fonte: arquivos da Pefoce.

211
3.6 Identificação de anabolizantes
1) Qual a natureza e característica do material submetido a exame
2) São hormônios esteróides anabolizantes?
3) Os medicamentos questionados estão registrados na Anvisa?
Eles podem ser importados ou comercializados no Brasil?
4) É obrigatório o uso de receituário de controle especial para
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

ser adquirido?

3.6.1 Comentário
Os Esteroides Anabolizantes – EA – são drogas que têm como
função principal a reposição de testosterona (hormônio responsá-
vel por características que diferem homem e mulher). Isso ocorre
nos casos em que tenha ocorrido um déficit desse hormônio, por
exemplo, no envelhecimento, pois atuam no crescimento celular e
em tecidos do corpo, como o ósseo e o muscular (Figura 105).
Pode-se relatar como principais efeitos adversos: tremores; acne
severa; retenção de líquidos; dores nas juntas; aumento da pres-
são sanguínea; tumores no fígado e pâncreas; alterações nos níveis
de coagulação sanguínea e de colesterol; aumento da agressivida-
de, que pode resultar em comportamentos violentos, às vezes, de
consequências trágicas.
Os efeitos crônicos pelo consumo indevido causam em homens:
redução na quantidade de esperma; calvície; crescimento irreversí-
vel das mamas (ginecomastia); impotência sexual. Já em pessoas do
sexo feminino, os efeitos são: engrossamento da voz; crescimento
de pelos no rosto e no corpo; redução dos seios ou interrupção das
menstruações. Usar anabolizantes para fins estéticos ou para au-
mentar o rendimento esportivo é proibido, além de ser um grande
risco para a saúde. São medicamentos sob controle especial e só
podem ser vendidos em farmácias e drogarias, com retenção da re-
ceita médica, de acordo com a legislação.
Para análise em comprimidos e/ou cápsulas, recomenda-se cole-
tar a quantidade prevista na Tabela 6 da especialidade farmacêuti-
ca e enviar, preferencialmente, no interior da embalagem primária
212
(cartela). Caso a embalagem secundária (caixa), esteja disponível, a
mesma deve ser enviada junto com os comprimidos e/ ou cápsulas
para análise.
Comprimidos e/ou cápsulas com características físicas (tais
como cor, formato, tamanho, etc) distintas e que não apresentem
embalagem primária e secundária, devem ser considerados como
amostras distintas, portanto, coletados, embalados e identificados
individualmente. Evita-se, com o procedimento recomendado, o

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


contato físico entre as amostras. Com isso, preserva-se a estrutura
química do material recebido, evitando-se a contaminação.
No caso de formulações líquidas, , recomenda-se coletar a quan-
tidade prevista na Tabela 5 na embalagem primária (frasco e/ou
ampola) e, se possível, enviar a embalagem secundária (caixa) jun-
to. Não retirar o rótulo do frasco e/ou ampola e verificar se o mes-
mo encontra-se bem vedado, a fim de evitar a perda do seu conteú-
do durante o transporte (Figura 106).

Figura 105: amostra Figura 106:


de anabolizantes. embalagem (ampola).

Fonte: arquivos da Pefoce. Fonte: arquivos da Pefoce.

213
3.7 Identificação de venenos
1) Quais substâncias foram detectadas?
2) Qual a classe agronômica e o grupo químico do ingrediente
ativo? Herbicida (ureia), rodenticida (cumarínico)?
3) Qual a classificação toxicológica do veneno?
4) Essa substância pode acarretar dano à saúde?
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

5) Essa substância é de uso permitido?

3.7.1 Comentário
Pesticidas são substâncias químicas naturais ou sintéticas, destina-
das a exterminar, controlar ou combater, de algum modo, pragas, no
sentido mais amplo: tudo aquilo que ataca, lesa ou transmite enfermi-
dade às plantas, aos animais e ao homem (Figura 107). Porém, quando
mal usadas, podem trazer sérias consequências ao meio ambiente e à
população, o que tem levado a sociedade civil a cobrar dos órgãos am-
bientais um controle mais rigoroso, aumentado a demanda por dados
analíticos. Existem três classes de pesticidas que são largamente usa-
dos na agricultura: pesticidas organoclorados, organofosforados e car-
bamatos. Contudo, os organoclorados estão nos primeiros lugares em
várias listas de poluentes, devido à sua grande persistência no meio
ambiente e se de fácil acumulação.
Em função de sua persistência, têm sido responsabilizados como
poluidores do meio ambiente. Acumulam-se nos tecidos gordurosos
do homem, causam redução de fertilidade em animais e desequilíbrios
biológicos na natureza, ressaltando que muitas espécies de insetos se
tornaram resistentes.
No Brasil, os pesticidas foram primeiramente utilizados em pro-
gramas de saúde pública, no combate aos vetores e ao controle de pa-
rasitas, passando a ser usados mais intensivamente na agricultura, a
partir da década de 1960. Com efeito, apesar do aumento na produtivi-
dade agrícola proporcionado pelos pesticidas, o uso inadequado des-
sas substâncias traz impactos negativos à saúde humana e ambiental.
O grande problema apresentado por essa classe de pesticidas é o uso
dos mesmos com intenções suicidas ou mesmo homicidas. Merece
relato um produto da classe dos carbamatos (aldicarb) mais
214
conhecido como “chumbinho” (isso devido a sua apresentação em
grânulos de chumbo) que, além de muito usado na agricultura, tam-
bém, tem propriedades rodenticidas e é frequentemente utilizado na
prática de suicídios ou homicídios.
Para análise de identificação/quantificação, faz-se o uso da técnica
de Cromatografia Gasosa acoplada ao Espectrômetro de Massas (CG/
EM) (Figura 108). Nesse caso só é possível analisar as substâncias ter-
moestáveis (ou seja, aquelas que suportam temperaturas elevadas).
Uma vez que a maioria das substâncias classificadas como venenos são

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


termossensíveis, isto é, podem ser alteradas em virtude das condições
do meio, as análises de veneno restringem-se a algumas substâncias.
Ressalta-se, contudo, a importância de coletar todas as amostras
suspeitas de venenos, independente de sua classificação e de metodo-
logias disponíveis, para análise no núcleo. Assim, uma recomendação
muito relevante é que o envio da amostra suspeita seja encaminhada,
preferencialmente, no interior da embalagem encontrada – com vistas
a dar um direcionamento ao screening toxicológico. Deve-se, portanto,
evitar, ao máximo, o manuseio da amostra, cuidando-se de deixá-la em
recipiente bem vedado.
Figura 107: pulverização de venenos.

Fonte: FREEPIK (2020), baseada nas artes


de Macrovector.

Figura 108: análise via CG/EM.

Fonte: arquivos da Pefoce.


215
4 NÚCLEO DE BIOQUÍMICA E
BIOLOGIA FORENSE

4.1 Exame de detecção de sangue humano


1) O material apresenta vestígio de sangue humano?
2) É possível a obtenção de perfil genético a partir do material
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

encaminhado?
3) O perfil genético obtido é passível de confronto? Em caso de re-
sultado positivo, é compatível com aquele obtido, a partir do material
genético do indivíduo “X” ou de seus genitores/filhos e/ou irmãos?
4) O perfil genético eventualmente obtido, a partir do material
questionado, é compatível com algum dos demais perfis genéticos
já cadastrados no Banco de Perfis Genéticos Combined DNA Index
System – CODIS?
Envio de material para realização do exame de detecção de san-
gue humano (Figura 109).
Figura 109: materiais para detecção de
sangue humano.

Fonte: arquivos da Pefoce.

Identificação de sangue humano em objeto aparentemente limpo


(Figura 110).
216
Figura 110: análise de sangue humano em objeto.

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


Fonte: arquivos da Pefoce.

4.1.1 Comentário
A identificação do material genético pode ser realizada sob duas óp-
ticas: 1. confronto direto – entre a amostra de DNA coletada e o DNA
da vítima/suspeito; 2. confronto indireto – quando há a possibilidade
de comparação entre a amostra de DNA coletada e o DNA de parentes
da vítima/suspeito (pai, mãe, filhos ou irmãos).
Cumpre ressaltar que, em caso de irmandade, encaminhar, no míni-
mo, dois irmãos, se existentes.

4.2 Exame de detecção de sêmen em manchas


observadas em suportes diversos
1) O material enviado apresenta indícios de sêmen?
2) É possível a obtenção de perfil genético, a partir do material
encaminhado?
3) Foi identificado perfil genético compatível com o perfil obtido
na amostra referência, coletada da vítima e/ou suspeito?
4) O perfil genético eventualmente obtido, a partir do material
questionado, é compatível com algum dos demais perfis genéticos
já cadastrados no Banco de Perfis Genéticos Combined DNA Index
System – CODIS?
217
Vestes utilizadas para perícia de detecção de sêmen. A vítima
relatou um abuso sexual ocorrido há dias, não apresentando mais
sinais físicos da ocorrência. No entanto, restaram preservadas as
peças íntimas utilizadas, durante o evento, as quais foram pericia-
das, sendo detectada a presença de sêmen na região da calcinha
(Figura 111).
Figura 111: detecção de sêmen na região da calcinha.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

Fonte: arquivos da Pefoce.

4.2.1 Comentário
O exame de corpo de delito, na vítima e no agressor, em casos
de abuso sexual, deve ser realizado tão logo o crime for notificado.
Para tanto, a Perícia Forense no Estado do Ceará, em Fortaleza, con-
ta com atendimento ininterrupto, todos os dias da semana (inclusi-
ve finais de semana e feriados) por 24 horas.
O envio das vestes/armas/materiais diversos para exames labo-
ratoriais deve ser realizado em horário comercial (segunda a sexta,
8h às 17h), considerando-se a preservação do vestígio e a cadeia
de custódia. As vestes e materiais diversos, propensos à prolifera-
ção de microorganismos devem ser acondicionados de forma a evi-
tar a degradação do material a ser analisado.
As orientações de acondicionamento estão contidas na parte in-
trodutória deste tópico de Quesitações Dirigidas à Coordenadoria
de Análises Laboratoriais Forenses.
218
4.3 Exame de identificação de pelo
1) O material enviado é pelo humano, ou de animal não humano?
2) Quais suas características?
3) É possível a obtenção de perfil genético, a partir do
material encaminhado?
4) O perfil genético obtido é passível de confronto? Em caso

QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF


de resultado positivo, é compatível com aquele obtido a partir do
material genético do indivíduo “X”, ou de seus genitores/filhos
e/ou irmãos?
5) O perfil genético eventualmente obtido, a partir do material
questionado, é compatível com algum dos demais perfis genéticos
já cadastrados no Banco de Perfis Genéticos?
Lençol encontrado em local de crime de maus-tratos contra ani-
mais (Figura 112). A análise laboratorial detectou a presença de pe-
los e sangue de animal não humano no objeto periciado.
Figura 112: lençol coletado em local de crime.

Fonte: arquivos da Pefoce.

219
4.3.1 Comentário
A coleta dos fios destinados à perícia deverá, sempre que possí-
vel, ser realizada utilizando-se luvas. Recomenda-se o acondiciona-
mento e envio dos fios em sacos de papel.
Quanto às possibilidades de confronto, vide comentário do item
4.1 referente à quesitação.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF

220
BIBLIOGRAFIA

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224
SOBRE A COMISSÃO DE ELABORAÇÃO

Amando Albuquerque Silva


Delegado de Polícia Civil. Bacharel em Direito/Universidade de
Fortaleza. Assessor Jurídico da Polícia Civil do Estado do Ceará.
Antônio José dos Santos Pastor
Delegado de Polícia Civil. Bacharel em Direito/Faculdade de
Direito de Maceió. Especialista em Processo Penal/Universida-
de Federal do Ceará. Diretor da Coordenadoria de Operações e
Recursos Especiais.
Fábio Torres Vieira
Delegado de Polícia Civil. Bacharel em Direito/Universidade
de Fortaleza. Especialista em Direito Processual/Universidade do
Sul de Santa Catarina. Diretor-Adjunto do Departamento de Polícia
da Capital.
Francisco de Assis Oliveira Filho
Perito Criminal Adjunto. Supervisor do Núcleo de Classificação
e Perícias Papiloscópicas. Bacharel em Geografia/Universidade Es-
tadual do Ceará. Especialista em Perícia Criminal/Universidade
Estácio de Sá.
José Luciano Freire Júnior
SOBRE A COMISSÃO DE ELABORAÇÃO
Escrivão de Polícia Civil. Coordenador de Tecnologia da Infor-
mação e Comunicação/SSPDS. MBA em Gestão da Tecnologia da
Informação/Faculdade Integrada do Ceará. Mestrando em Infor-
mática Aplicada/Universidade de Fortaleza.
Júlio César Nogueira Torres
Perito Legista. Supervisor do Núcleo de DNA Forense. Bacha-
rel em Farmácia/Universidade Federal do Ceará. Especialista em
Análises Clínicas e Toxicológicas/Universidade Federal do Ceará.
Mestre em Biologia Molecular/Universidad de Buenos Aires.
225
Julius Caesar Augustus Fernandes Rocha Bernardo
Delegado de Polícia Civil. Bacharel em Direito/Centro Universi-
tário de Brasília. Bacharel em Tecnologia em Processamento de Da-
dos/Instituto Compacto de Ensino Superior e Pesquisa. Membro
do Departamento de Inteligência Policial.
Manuela Chaves Loureiro Cândido
Perita Criminal. Coordenadora de Análises Laboratoriais Foren-
ses. Bacharel em Química Industrial/Universidade Federal do Cea-
rá. Mestre em Química/Universidade Federal do Ceará.
Marciliano de Oliveira Ribeiro
Delegado de Polícia Civil. Bacharel em Direito/Universidade Fe-
deral do Ceará. Diretor-Adjunto do Departamento de Polícia Judi-
ciária Especializada – DPJE.
Patrícia Lopes Aragão
Delegada de Polícia Civil. Bacharel em Direito/Universidade Fe-
deral do Ceará. Especialista em Direito Público/Universidade Es-
tácio de Sá. Titular da Oitava Delegacia de Homicídios e Proteção
à Pessoa.
Rômulo de Oliveira Lima
Perito Criminal. Assessor Técnico da Coordenadoria de Planeja-
mento e Gestão – CPLAG. Graduado em Engenharia de Produção
Mecânica/Universidade de Fortaleza. Especialista em Perícia Fo-
rense/Universidade Ateneu.
SOBRE A COMISSÃO DE ELABORAÇÃO

Victor Hugo Medeiros de Alencar


Médico Perito Legista. Orientador do Centro de Estudos da
Perícia Forense do Estado do Ceará – Pefoce. Graduado em Medi-
cina/Universidade Federal do Ceará. Bacharel em Administração/
Universidade Estadual do Ceará. Mestre em Farmacologia/Univer-
sidade Federal do Ceará.

226
João Milton Cunha de Miranda
Diretor Executivo

EDIÇÕES INESP

Ernandes do Carmo
Orientador da Célula de Edição e Produção Gráfica
Cleomarcio Alves (Márcio), Francisco de Moura,
Hadson França, Edson Frota e João Alfredo
Equipe de Acabamento e Montagem
Aurenir Lopes e Tiago Casal
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