Manual de Orientação para Quesitação Oficial À Perícia Forense Do Estado Do Ceará
Manual de Orientação para Quesitação Oficial À Perícia Forense Do Estado Do Ceará
Manual de Orientação para Quesitação Oficial À Perícia Forense Do Estado Do Ceará
Fortaleza - Ceará
2020
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Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o
Desenvolvimento do Estado do Ceará – Inesp
João Milton Cunha de Miranda
Coordenador Editorial
Rachel Garcia Bastos de Araújo
Valquiria Moreira Carlos
Assistentes Editoriais
Luzia Leda Batista Rolim
Assessora de Comunicação
José Gotardo de Paula Freire Filho
Diagramação e Projeto Gráfico
Cícero Edigênio de Oliveira Lima
Capa
Lúcia Maria Jacó Rocha
Revisão
Gráfica do Inesp
Impressão e Acabamento
Luiz Ernandes dos Santos do Carmo
Coordenação de Impressão
ISBN: 978-65-88252-13-0
CDD 341.434
Permitida a divulgação dos textos contidos neste livro, desde que citados autores e fontes.
Inesp
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GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
GOVERNADOR
Camilo Sobreira de Santana
VICE-GOVERNADORA
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
CARTAS DE SERVIÇO DA
COORDENADORIA DE ANÁLISES
LABORATORIAIS FORENSES – CALF........................ 79
A COORDENADORIA DE ANÁLISES
LABORATORIAIS FORENSES – CALF...................................... 81
1 NÚCLEO DE PERÍCIA EM DNA FORENSE........................... 81
1.1 Exame de determinação de perfis genéticos para
identificação humana...................................................................... 81
1.2 Exame para identificação de perfis genéticos em casos
de crimes sexuais............................................................................. 82
1.3 Exame de identificação de perfis genéticos deixados
em locais de crimes variados (criminalística biológica)
e comparação com suspeitos.......................................................... 83
1.4 Exame de paternidade em casos de crimes sexuais............ 83
1.5 Exame de comparação com o banco de dados de
perfis genéticos................................................................................ 83
2 NÚCLEO DE QUÍMICA FORENSE........................................... 83
2.1 Exame de vestígios de disparo de arma de fogo.................. 83
2.2 Exame de identificação de combustíveis, verificação de
adulteração e identificação de substâncias inflamáveis........... 83
2.3 Exame de identificação de substância explosiva................. 84
2.4 Exame de constatação de objetos metálicos......................... 84
2.5 Exame de identificação de numeração suprimida de
arma de fogo .................................................................................... 84
2.6 Exame de identificação de álcool em bebidas e
verificação de adulteração em bebidas alcoólicas..................... 84
2.7 Exame de determinação do teor alcoólico em
formulações antissépticas.............................................................. 84
2.8 Exame de microvestígios em locais e crime......................... 85
2.9 Exame de resíduos de projéteis em anteparos..................... 85
3 NÚCLEO DE TOXICOLOGIA FORENSE................................ 85
3.1 Exame de identificação de cocaína (em pó e na
forma pétrea – crack)....................................................................... 85
3.2 Exame de identificação de Cannabis Sativa L. (maconha)
e haxixe.............................................................................................. 85
3.3 Exame de identificação de drogas sintéticas........................ 86
3.4 Exame de identificação de medicamentos............................ 86
3.5 Exame de identificação de voláteis......................................... 86
3.6 Exame de identificação de anabolizantes............................. 86
3.7 Exame de constatação de venenos.......................................... 87
3.8 Exame de alcoolemia................................................................. 87
3.9 Exame de drogas em urina e/ou em sangue......................... 87
3.10 Exame de identificação de veneno em conteúdo
estomacal ou em humor vítreo de cadáver................................. 87
4 NÚCLEO DE BIOQUÍMICA E BIOLOGIA FORENSE......... 88
4.1 Exame de detecção de sangue humano................................. 88
4.2 Exame de detecção de sangue................................................. 88
4.3 Exame de detecção de sêmen em manchas observadas
em suportes diversos...................................................................... 88
4.4 Exame de identificação de pelo humano............................... 88
4.5 Exame de detecção de sêmen em amostra biológica .......... 88
4.6 Exame de detecção do Hormônio Gonadotrofina
Coriônica Humana – HCG – em amostras biológicas.............. 89
4.7 Exame de detecção de Trichomonas Vaginallis
em amostras biológicas ................................................................. 89
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À
COORDENADORIA DE ANÁLISES
LABORATORIAIS FORENSES – CALF............................ 167
INTRODUÇÃO............................................................................... 169
1 NÚCLEO DE PERÍCIA EM DNA FORENSE......................... 170
1.1 Exame de determinação de perfis genéticos para
identificação humana.................................................................... 170
1.1.1 Vínculo genético com material de confronto
de parentes..................................................................................... 170
1.1.1.1 Comentário........................................................................ 172
1.1.2 A partir de vínculo genético com material de confronto
presente em objetos............................................................................ 173
1.1.2.1 Comentário........................................................................ 173
1.1.3 A partir de vínculo genético com material de confronto
presente em restos mortais............................................................... 174
1.1.3.1 Comentário........................................................................ 175
1.2 Exame para identificação de perfis genéticos em casos de
crimes sexuais................................................................................. 176
1.2.1 Comentário........................................................................... 176
1.3 Exame de identificação de perfis genéticos deixados
em locais de crimes variados (criminalística biológica)
e comparação com suspeitos........................................................ 177
1.3.1 Comentário........................................................................... 178
1.4 Exame de paternidade em casos de crimes sexuais.......... 178
1.4.1. Comentário.......................................................................... 179
1.5 Exame de comparação com o banco de dados de
perfis genéticos.............................................................................. 179
2 NÚCLEO DE QUÍMICA FORENSE......................................... 180
2.1 Exame de vestígios de disparo de arma de fogo................ 180
2.1.1 Comentário........................................................................... 183
2.2 Exame de identificação de combustíveis, verificação
de adulteração e identificação de substâncias inflamáveis... 184
2.2.1 Comentário........................................................................... 184
2.3 Exame de identificação de substância explosiva............... 185
2.3.1 Comentário........................................................................... 186
2.4 Exame de constatação de objetos metálicos....................... 186
2.4.1 Comentário........................................................................... 189
2.5 Exame de identificação de numeração suprimida de
arma de fogo................................................................................... 189
2.5.1 Comentário........................................................................... 191
2.6 Exame de identificação de álcool em bebidas e
verificação de adulteração em bebidas alcoólicas................... 191
2.6.1 Comentário........................................................................... 191
2.7 Exame de determinação do teor alcoólico em
formulações antissépticas.............................................................................193
2.7.1 Comentário........................................................................... 193
2.8 Exame de microvestígios em locais de crime..................... 195
2.8.1 Comentário........................................................................... 195
2.9 Exame de resíduos de projéteis em anteparos................... 196
2.9.1 Comentário........................................................................... 198
3 NÚCLEO DE TOXICOLOGIA.................................................. 198
3.1 Exame de identificação de cocaína (em pó e na
forma pétrea – crack)..................................................................... 203
3.1.1 Comentário........................................................................... 203
3.2 Exame de identificação de Cannabis Sativa L. (maconha)
e haxixe.................................................................................................205
3.2.1 Comentário........................................................................... 205
3.3 Exame de identificação de drogas sintéticas...................... 207
3.3.1 Comentário........................................................................... 207
3.4 Exame de identificação de medicamentos.......................... 208
3.4.1 Comentário........................................................................... 209
3.5 Exame de identificação de voláteis....................................... 210
3.5.1 Comentário........................................................................... 210
3.6 Identificação de anabolizantes.............................................. 212
3.6.1 Comentário........................................................................... 212
3.7 Identificação de venenos........................................................ 214
3.7.1 Comentário........................................................................... 214
4 NÚCLEO DE BIOQUÍMICA E BIOLOGIA FORENSE....... 216
4.1 Exame de detecção de sangue humano............................... 216
4.1.1 Comentário........................................................................... 217
4.2 Exame de detecção de sêmen em manchas observadas em
suportes diversos........................................................................... 217
4.2.1 Comentário........................................................................... 218
4.3 Exame de identificação de pelo ............................................ 219
4.3.1 Comentário........................................................................... 220
BIBLIOGRAFIA................................................................ 221
34
OBJETIVOS CENTRAIS DOS TRABALHOS
35
SOBRE AS CARTAS DE SERVIÇO
DA PERÍCIA FORENSE DO ESTADO
DO CEARÁ
38
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL – COMEL
CARTAS DE SERVIÇO DA
COORDENADORIA DE
MEDICINA LEGAL – COMEL
39
1 NÚCLEO DE TANATOLOGIA FORENSE
1.1 Exame de necropsia (exame cadavérico)
Necropsia de corpos de vítimas de morte violenta ou suspeita,
com a finalidade de esclarecer a causa mortis e confirmar a identida-
de do morto.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresen-
tação de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do
procedimento pertinente (policial ou judicial).
Principais etapas do processo: 1. Registro de entrada no Sistema
da Pefoce; 2. Fotografar o corpo de frente e de perfil, sobretudo de
desconhecido; 3. Exame necroscópico: histórico, descrição somática
do cadáver, das vestes e pertences do morto (que devem ser guarda-
das, ficando à disposição da justiça), verificação de sinais de morte,
45
3.3 Exame de lesão corporal Ad Cautelam
(ou Cautelar)
Tem a mesma natureza e o mesmo objeto do exame de lesão corpo-
ral, com a particularidade de realizar-se, quando da prisão-captura do
autor de crime. Tem como escopo a conciliação entre os direitos funda-
mentais do preso e a salvaguarda do Estado-polícia sobre denúncias
vazias de que eventuais confissões tenham sido obtidas sob tortura1.
A autoridade competente requisita o exame, mediante apresentação
de ofício ou guia, em que constará o número do tombo do procedimen-
to pertinente (policial ou judicial). Na mesma oportunidade, o condu-
tor da prisão-captura apresenta o preso a fim de submetê-lo ao exame.
Principais etapas do processo: 1. Verificar se a requisição atende aos
parâmetros para a realização do exame; 2. Registro de entrada no Sis-
tema da Pefoce; 3. Verificação da identidade do periciando por meio
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL – COMEL
Figura 5: NAMCA.
54
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC
CARTAS DE SERVIÇO DA
COORDENADORIA DE
PERÍCIA CRIMINAL – COPEC
55
1 NÚCLEO DE PERÍCIA EXTERNA – NUPEX
Para os exames descritos, a seguir, as principais etapas do processo
são: 1. Acionamento da perícia por meio da CIOPS ou pela autoridade;
2. Neste último caso, verificar se a requisição atende aos parâmetros
para a realização do exame; 3. Registro de entrada no sistema da Pefoce;
4. Histórico da ocorrência; 5. Exame pericial conforme o tipo de ocor-
rência; 6. Elaboração, digitação e assinatura digital do laudo pericial; 7.
Envio do laudo à autoridade requisitante; 8. No caso da Polícia Civil, é
necessária a inclusão no sistema SIP3W do ofício referente à requisição
para receber o laudo via sistema.
Ressalta-se que a autoridade competente requisita o exame, me-
diante apresentação de ofício, circunstanciando, tanto quanto possí-
vel, o fato investigado, documento esse em que constará quesitação
objetiva e o número do tombo do procedimento pertinente (policial
ou judicial).
70
6 NÚCLEO DE PERÍCIA INDIRETA
E REPRODUÇÃO SIMULADA
A Pefoce realiza o serviço atinente à perícia indireta e à reprodu-
ção simulada por meio de uma comissão específica, haja vista que o
referido núcleo se encontra em sede de implantação no organogra-
ma do órgão.
Quando necessário, a autoridade competente requisitará os exa-
mes, mediante apresentação de ofício, em que constará o número do
tombo do procedimento pertinente (policial ou judicial), anexando
cópia dos autos do procedimento. O envio da cópia dos autos deve
ocorrer, antecipadamente, para que o perito responsável, designado
pelo presidente da Comissão de Perícias Indiretas e Reprodução Si-
mulada, conforme Portaria 062/2018, publicada no Diário Oficial do
Estado, em 16 de maio de 2018, possa analisar o material.
72
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB
CARTAS DE SERVIÇO DA
COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO
HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB
73
1 NÚCLEO DE IDENTIFICAÇÃO CIVIL
1.1 Exame pericial em cédula de identidade
Procedimento baseado na metodologia científica Analysis, Com-
78
CARTAS DE SERVIÇO DA COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
CARTAS DE SERVIÇO DA
COORDENADORIA DE ANÁLISES
LABORATORIAIS FORENSES – CALF
79
A COORDENADORIA DE ANÁLISES
LABORATORIAIS FORENSES – CALF
A Coordenadoria de Análises Laboratoriais Forenses – Calf –
possui, atualmente, os seguintes núcleos técnicos: Bioquímica e Bio-
logia Forense, DNA Forense, Toxicologia Forense, Química Forense
e Anatomopatologia Forense.
Essa Coordenadoria possui suas ferramentas de triagem, princi-
palmente, na área de exames toxicológicos em fluidos biológicos e
82
1.3 Exame de identificação de perfis genéticos deixados
em locais de crimes variados (criminalística biológica)
e comparação com suspeitos
Nesse caso, procede-se à identificação de variados tipos de ves-
tígios deixados no local de crime, que possam fazer ligação entre o
delito e o criminoso, tais como: roupas, sapatos, sandálias, relógios,
copos, pontas de cigarro, óculos, lençóis, colchões, sofás, cadeiras,
garrafas, pratos, talheres, bancos de carros etc.
87
4 NÚCLEO DE BIOQUÍMICA E
BIOLOGIA FORENSE
4.1 Exame de detecção de sangue humano
Exame que visa constatar a presença de sangue humano em
manchas observadas em suportes diversos, tais quais vestes, facas,
lençóis etc, os quais foram coletados em locais de crimes.
89
DO CEARÁ – PCCE
MODELOS DE QUESITOS
PARA INVESTIGAÇÕES DA
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO
91
MODELOS DE QUESITOS PARA INVESTIGAÇÕES DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO CEARÁ – PCCE
MODELOS DE QUESITOS
A seguir, são apresentados modelos de quesitos, a fim de base-
ar a autoridade requisitante. Servem de parâmetro sem, contudo,
esgotar as possibilidades, visto que é o caso concreto que vai apre-
sentar as questões a serem enfrentadas pelos peritos, de modo a dar
subsídios, por exemplo, ao delegado de polícia quando da condu-
ção da investigação criminal.
93
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À
COORDENADORIA DE
MEDICINA LEGAL – COMEL
95
1 NÚCLEO DE TANATOLOGIA FORENSE
97
b) Lesão de projétil de arma de fogo de alta energia (Figuras 8 e 9,
fuzil calibre .223 Remington).
Figura 8: ferimento de entrada.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL
98
c) Vítima de enforcamento (Figuras 10 e 11).
Figura 10: sulco submandibular por enforcamento.
99
d) Imagens radiológicas (Figuras 12, 13 e 14), evidenciando projé-
teis de arma de fogo.
100
Figura 14: radiografia de abdome.
101
Figura 16: disparo à curta distância,
com zona de tatuagem.
102
Figura 19: escoriações e infiltra-
do equimótico, na parte posterior
do cadáver.
1.1.1 Comentário
Em caso de achado de cadáver, quando não se sabe a data da
morte, deverá a autoridade requisitante perquirir sobre a data pro-
vável da morte, ou seja, requisitar ao perito que afirme, se possível,
há quanto tempo se deu o óbito.
Sugere-se, para tanto, a inclusão de um quinto quesito, com re-
dação a seguir:
5) Qual a estimativa do tempo de morte?
103
Faz-se necessário informar ao perito as condições e o meio am-
biente em que o corpo foi encontrado, haja vista que os fenômenos
transformativos cadavéricos são influenciados por tais fatores.
1.2.1 Comentário
É possível subsistirem dúvidas acerca da identidade do cadá-
ver/ossada, ou mesmo acerca da causa mortis, ou das circunstâncias
que levaram à morte do indivíduo após a inumação.
Admitindo essa hipótese, o legislador previu a possibilidade de
exame de necropsia (cadavérico) após o sepultamento. Nesse caso,
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL
Se a lesão resultou:
2) Perigo de vida;
4) Aceleração de parto;
6) Enfermidade incurável;
8) Deformidade permanente;
9) Aborto.
107
3.2.1 Comentário
Tais quesitos se prestam a graduar as lesões, tendo em vista que
o Código Penal dispõe de penas diversas relacionadas ao grau dos
ferimentos e suas consequências. Ressalta-se que o legislador con-
templou quesitos específicos no caso do estado de gravidez.
(...)
(...)
4.1.1 Comentário
O exame de virgindade em si é irrelevante na seara criminal, em-
bora seja possível, de acordo com o caso concreto, verificar a rotura
himenal para efeito de compor a materialidade do delito. Ademais,
fatalmente, o que se pretende investigar é um possível crime de es-
tupro, não interessando, a priori, se a mulher é virgem ou não.
111
4.2 Exame de corpo de delito – verificação de aborto
1) Houve abortamento?
2) Foi ele provocado ou espontâneo?
3) Qual o meio empregado?
4) Em consequência do abortamento, ou meio empregado para
provocá-lo, sofreu a gestante: incapacidade para as ocupações ha-
bituais por mais de trinta dias, ou perigo de vida, ou debilidade
permanente, ou perda, inutilização de membro, sentido ou função,
ou incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incu-
rável, ou deformidade permanente? Caso afirmativo, especifique.
5) O abortamento provocado foi o único meio de salvar a vida
da gestante?
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL
112
Figura 24: comparação das características odontoló-
gicas de um mesmo indivíduo: 1. post mortem, 2. e
3. ante mortem.
5.1.1 Comentário
O exame de arcada dentária, em necrópsia, tem larga aplicação
quando se pretende identificar vítimas cujos corpos restaram car-
bonizados, putrefeitos, mutilados, entre outros, em algum evento
criminoso ou não.
Os dentes são as estruturas mais resistentes do corpo, capazes de
suportar altas temperaturas. Também se pode afirmar que é neles
onde fica preservado, por mais tempo, o material genético de uma
ossada. A identificação do cadáver, via arcada dentária, é tão preci-
sa quanto o estudo do DNA e é mais vantajoso por ser mais viável
financeiramente.
Para que seja possível a identificação do cadáver por meio de
sua arcada dentária (formato dos dentes, quantidades, disposição,
intervenções odontológicas etc) deverá a autoridade requisitante
fornecer aos peritos material para confrontação, tais quais: imagens
de raios X, fichas de atendimento odontológico, fotografias em que
mostrem os dentes da pessoa sobre quem recaem suspeitas serem
do cadáver.
113
5.2 Exame de arcada dentária para estimativa de idade
1) O periciando é menor de 18 anos?
2) O periciando é menor de 14 anos?
3) O periciando é menor de 12 anos?
Exame de arcada dentária para estimativa de idade (Figura 25).
Figura 25: análise da sequência da erupção dentária.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAl – COMEL
5.2.1 Comentário
O exame de arcada dentária, para estimativa de idade, trata-se
de um exame subsidiário, pois somente deverá ser requisitado pela
autoridade policial, quando o periciando não apresentar documen-
tos que assegurem de forma correta a idade.
5.3 Exame de marca de mordida para fins de
identificação do agressor
1) As marcas examinadas são compatíveis com mordida humana?
2) As marcas de mordida são compatíveis com a arcada dentária
do suspeito?
114
Marca de mordida para fins de identificação do agressor (Figura 26).
Figura 26: lesão corporal produzida por
mordida na região posterior do antebraço.
5.3.1 Comentário
As marcas de mordidas podem identificar o agressor, uma vez
que o formato, a quantidade, a disposição e o molde dos dentes
representam padrões de mordidas diferentes, capazes de individu-
alizar o agente que as provocou. Portanto, cabe à autoridade requi-
sitante, diante de uma vítima que apresente mordidas, requisitar o
exame de tais lesões, sem prejuízo do exame de lesão corporal.
Vale lembrar que para viabilizar a identificação do agressor por
meio do exame de marca de mordida, faz-se imprescindível a apre-
sentação do suspeito à Pefoce.
116
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À
COORDENADORIA DE
PERÍCIA CRIMINAL – COPEC
117
1 NÚCLEO DE PERÍCIA EXTERNA - NUPEX
1.1 Exame perinecroscópico
1) É possível identificar a quantidade de autores envolvidos
na ocorrência?
2) É possível identificar a dinâmica do evento? Caso positivo,
descrever.
3) Existiram vestígios no local? Caso afirmativo, descrever quais
e se algum possibilita a identificação do autor.
4) Por meio das características das lesões no corpo, é possível
inferir o(s) instrumento(s) utilizado(s)?
119
1.1.1 Comentário
Referida quesitação relaciona-se ao exame perinecroscópico de
crimes contra a vida, nomeadamente, homicídio; lesão corporal se-
guida de morte; induzimento, instigação e auxílio ao suicídio; in-
fanticídio e aborto.
Havendo necessidade de exames complementares, a autoridade
requisitante deverá enviar os quesitos, conforme o respectivo caso,
fazendo menção ao procedimento policial pertinente, bem como
aos expedientes previamente dirigidos à Pefoce (ofícios, guias etc).
Por força da recente mudança na sistemática, os ofícios de requi-
sição devem ser inseridos, digitalmente, junto ao Sistema de Infor-
mações Policiais – SIP.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC
122
Figura 29: identificação de adulteração veicu-
lar após tratamento mecânico.
2.1.2.2.1 Comentário
Quando oportuno e necessário, deve-se requisitar o acompanha-
mento do perito criminal ao local.
2.1.2.5.1 Comentário
Recomenda-se não quesitar da seguinte maneira:
• É possível identificar o número da linha telefônica, o endere-
ço ou o nome do responsável pelo envio das mensagens?
Os peritos criminais não têm acesso a essas informações. Elas só
podem ser fornecidas pelo provedor de serviço de Internet, o qual
pode ser demandado pela autoridade, a fim de que forneça as infor-
mações pertinentes.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC
2.2.1.1 Comentário
A fim de proporcionar uma eficaz resposta acerca do indagado, é ne-
cessário que a autoridade competente forneça as seguintes informações:
um breve histórico do ocorrido e/ou suspeita de ter ocorrido; identifica-
ção do indivíduo e/ou veículo suspeito; informações de como o arquivo
foi registrado, instante temporal, cor da vestimenta entre outras caracte-
rísticas. Deve-se enviar o arquivo original.
Para esclarecer, ressalta-se que é inviável a perícia de tratamento de
arquivos audiovisuais, em material obtido, a partir de gravação de gra-
vação, a exemplo de casos em que o interessado grava em aparelho ce-
lular exibição de vídeos de outros dispositivos.
2.2.3.1 Comentário
Para proporcionar uma eficaz resposta acerca do indagado, é neces-
sário que a autoridade competente forneça: a) arquivos de áudio sem
criptografia, ressaltando que não é possível a realização do exame peri-
cial, em arquivo criptografado, ainda que acompanhado de respectiva
senha; b) padrão de voz da pessoa questionada, coletado pelos peritos
criminais especializados, ressaltando-se que, assim, o exame terá uma
maior viabilidade; c) informação acerca do indivíduo suspeito; d) defi-
nição do arquivo a ser examinado, delimitando-se o instante temporal
da fala do suspeito, para cada arquivo submetido.
Quando há a necessidade de coleta de padrão vocal, faz-se ne-
cessária a apresentação do indivíduo à Pefoce com o objetivo de se
obter material fonético em laboratório.
Registre-se que, a fim de compatibilizar o direito fundamental de
nemo tenetur se detegere, direito de não produzir provas contra si mesmo,
o interlocutor poderá se recusar a fornecer material de sua voz para o
confronto. Nesse caso, é facultado-lhe assinar um termo de não consen-
timento no ato da coleta.
Excepcionalmente, caso o interlocutor esteja impedido de compare-
cer à coleta de padrão de voz, a exemplo de encontrar-se preso ou ainda
hospitalizado, poderá a autoridade requisitar a presença dos peritos, no
132
local, onde o periciado se encontre. Ressalte-se que se trata de uma situ-
ação extraordinária, uma vez que não é recomendado proceder coleta
de padrão vocal em ambiente não controlado. Cabe à equipe pericial
avaliar a possibilidade de adequação do ambiente citado.
2.2.4.1 Comentário
É necessário que a autoridade competente forneça: a) imagem
da pessoa ou objeto questionado, coletada pelos peritos criminais
especializados, ressaltando-se que, assim, o exame terá uma maior
133
viabilidade; b) informação acerca do indivíduo suspeito; c) defini-
ção do arquivo a ser examinado, delimitando-se o instante temporal
em que o suspeito ou objeto aparece nas imagens para cada arquivo
submetido; d) arquivo original, não se devendo fazer uso de grava-
ção da gravação.
Quando há a necessidade de coleta de imagem, faz-se necessária
a apresentação do indivíduo (investigado, vítima, testemunha etc)
ou objeto (veículos, armas, vestimentas etc) questionado à Pefoce
de modo a se colher material, em laboratório, para comparação.
Registre-se que, a fim de compatibilizar o direito fundamental
de nemo tenetur se detegere, direito de não produzir provas contra si
mesmo, o indivíduo, a ser comparado, poderá se recusar a fornecer
material padrão de imagens para o confronto. Nesse caso, é facul-
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE PERÍCIA CRIMINAL – COPEC
2.2.5.1 Comentário
Compete à autoridade requisitante delimitar em qual o trecho do
arquivo haja dúvida de edição fraudulenta.
Sempre que possível, deverá ser encaminhado à Pefoce o equipa-
mento em que o arquivo audiovisual foi produzido (câmera, smar-
tphone, gravador etc). Tais equipamentos produzirão um padrão de
gravação específico, ainda que sejam da mesma marca, modelo ou
do mesmo lote de fabricação.
134
Vale lembrar que não é viável, em hipótese alguma, a análise da
verificação de edição em arquivos regravados. Ou seja, só é possí-
vel a realização do exame em arquivos originais.
2.2.6.1 Comentário
A autoridade requisitante deverá evitar, no máximo, ligar e ma-
nusear o dispositivo, haja vista que a manipulação imprópria cos-
tuma apagar as imagens lá contidas. Há o risco de o equipamento
sobrescrever registros mais antigos.
É necessário, ainda, saber-se sobre a existência de senha e, caso
possível, informá-la por ofício. Deve-se delimitar o trecho temporal
de interesse para a investigação e, caso necessário, fornecer uma mí-
dia para o acondicionamento das imagens extraídas.
135
Figura 35: aferição da distância percorrida pelo
veículo usado no crime, em um intervalo de tempo.
2.2.7.1 Comentário
É necessário que a autoridade competente: a) explicite qual o
suspeito, ou objeto a ser mensurado; b) deixe claro o local onde os
mesmos estão (endereço e cômodo do estabelecimento), ou expli-
cite qual o veículo suspeito (e instante temporal no qual o mesmo
aparece); c) informe qual a via em que o veículo trafegou, de acordo
com as imagens investigadas; d) envie o arquivo original sempre
que possível (evitar a gravação de gravação).
Em regra, faz-se necessária a presença da equipe pericial ao local
do crime investigado, com a finalidade de avaliar as referências fi-
xas do ambiente e catalogar as medidas necessárias para o exame.
3.2.3.1 Comentário
Para a realização dos exames grafotécnicos, a autoridade requisitante
deve: apresentar as vias originais dos documentos questionados (que
contêm os manuscritos suspeitos), pois não se deve realizar perícia gra-
fotécnica em fotocópias de manuscritos; apresentar ao Nupdc as pesso-
as que fornecerão, de próprio punho, manuscritos que servirão de pa-
radigmas e/ou apresentar documentos preexistentes que contenham
manuscritos que servirão de paradigmas. O termo “documentos pre-
existentes” refere-se àqueles documentos que não foram produzidos
com o objetivo de serem utilizados como paradigmas em exames grafo-
técnicos, como, por exemplo, cartões de autógrafos de bancos/cartórios
e/ou atas de reuniões de condomínio.
3.3.1 Comentário
Para a realização dos exames documentoscópicos, a autoridade
requisitante deve apresentar os documentos sobre os quais se deseja
realizar a perícia, e não cópias ou fotocópias, ainda que autênticas/au-
tenticadas deles. Quando for necessário, apresentar o modelo padrão
autêntico do tipo de documento, ora questionado, para ser utilizado
nos cotejos periciais. Devem ser utilizados envelopes para a armaze-
nagem e para o transporte dos documentos, largos o suficiente para
139
o acondicionamento deles sem dobras. Não se deve grampear, colar e
nem prender os documentos com clipes.
Ressalta-se que, dada a fragilidade de muitos documentos, recomen-
da-se protegê-los de altas temperaturas, da radiação eletromagnética e
de condições elevadas de umidade. Enfatiza-se a importância do histó-
rico completo acerca dos elementos motivadores da requisição da perí-
cia, haja vista que isso balizará o perito na realização dos exames.
Além disso, recomenda-se estritamente: a) não tocar o documento
com caneta, lápis ou outro instrumento pontiagudo; b) não colar as pe-
ças de um documento cortado ou rasgado por sobre um suporte (os
pedaços devem ser guardados da maneira como foram apresentados);
c) não produzir rasuras.
4.3.1 Comentário
A autoridade policial deve informar as condições, de forma mais
detalhada possível, em que ocorreu o disparo acidental.
O exame de recenticidade de disparos não é mais realizado, pois
não se reveste de idoneidade, por não definir data e nem período pro-
vável do tiro de arma de fogo.
No ofício que encaminha o material, deve constar o número do
procedimento policial respectivo.
143
Ilustramos a seguir um exame pericial em local de explosão de cilin-
dro de GNV (Figura 41, um exame pericial em local de incêndio (Figura
42) e um exame pericial em local de desabamento (Figura 43).
144
Figura 43: imóveis periciados após ocorrência de desabamento.
5.1.1 Comentário
(Figura 44).
Figura 44: medição da corrente elétrica por meio
de alicate amperímetro.
5.2.1 Comentário
Geralmente, quando há suspeita de subtração de água ou ener-
gia, a investigação inicia-se por provocação da empresa concessio-
nária do serviço público em questão.
146
Esse tipo de exame limita-se à constatação, não sendo objeto de
perícia, por exemplo, mensurar o quanto foi desviado ou, ainda, há
quanto tempo o desvio vem ocorrendo.
Independentemente da subtração ou adulteração ter sido detec-
tada pela concessionária prestadora do serviço público, deverá a
autoridade requisitante produzir a prova técnica por meio do órgão
oficial do Estado, no caso, a Pefoce.
Na realização desse exame, verifica-se qual a irregularidade no
local e se configura subtração, onde e como essa ocorreu, bem como
se foi de maneira intencional. E, ainda, se houve dano ou adultera-
ção no aparelho registrador de consumo. Verifica-se, também, se a
subtração foi realizada, a partir de um imóvel vizinho, ou da rede
pública, e se é possível identificar o autor da subtração.
5.3.1 Comentário
Para a realização de tal exame pericial, a autoridade requisitan-
te deverá encaminhar o produto questionado e uma amostra do
produto original, haja vista que a perícia é realizada por método
de comparação.
Cabe salientar que para exame de contrafação em CD e DVD, dis-
pensa-se o envio de material de confronto,visto que tais produtos
apresentam características de fabricação universais.
Nas grandes apreensões, não é necessário enviar toda a carga, apenas
uma amostra de cada tipo, com seus respectivos padrões originais.
Registre-se que a Pefoce, atualmente, não realiza a avaliação mer-
ceológica dos produtos examinados.
147
Ao encaminhar o material para a Pefoce, a autoridade requisi-
tante deverá realizar um breve relato da demanda para orientar os
trabalhos periciais.
5.5.1 Comentário
Trata-se de perícia realizada após a ocorrência de sinistro. Dessa
forma, não compete à Pefoce exame de natureza preventiva, o qual
ficará sob responsabilidade de outros órgãos, tais como, o Corpo de
Bombeiros ou da Defesa Civil, incumbidos, por exemplo, de ava-
liar se uma estrutura pode ou não desabar. Cumpre destacar que
148
a Pefoce, em caso de desabamento e/ou desmoronamento, não faz
avaliações merceológicas.
6.1.1 Comentário
6.2.1 Comentário
Destaca-se que o sucesso do referido exame está condicionado
ao grau de confiabilidade da fonte responsável pelas informações
objetivas, colhidas durante a investigação.
151
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À
COORDENADORIA DE
IDENTIFICAÇÃO HUMANA
E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB
153
1 NÚCLEO DE IDENTIFICAÇÃO CIVIL
155
Figura 45: elementos identificadores e de segurança da atual carteira
de identidade civil do estado do Ceará.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB
impressão digital
1) A impressão digital presente, no documento, pertence à pes-
soa informada?
2) O Sistema Automatizado de Identificação de Impressões Digi-
tais – Afis –, identificou o possuidor da impressão digital?
Observe a sequência de fotografias ilustrando laudos em crimes
de estelionato/falsificação de documento (Figura 47), nos quais foi
detectada a falsificação de documento apresentado.
Figura 47: confronto de impressões digitais em do-
cumentos periciados, com constatação de falsificação.
2.1.1 Comentário
Os documentos a serem submetidos a exames periciais não de-
vem ser dobrados, uma vez que pode haver a destruição de algum
detalhe importante das impressões digitais.
158
2.2 Exame pericial em local de crime
1) Qual técnica de revelação de impressão papilar foi utilizada
no local de crime?
159
Figura 49: impressão digital levantada em vestígios
(fita durex). Local de crime com explosivos.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB
2.2.1 Comentário
Recomenda-se o isolamento e a preservação do local de crime,
devido à fragilidade dos vestígios papilares.
Quanto ao material apreendido, na realização de perícia de le-
vantamento de impressões papilares em vestígios arrecadados das
cenas de crime, é de fundamental importância o correto manuseio,
o acondicionamento e o envio ao laboratório de perícias papiloscó-
picas. Para tanto, seguem-se algumas orientações:
1) Quanto ao manuseio:
a) Sempre utilizar luvas durante o procedimento. A utilização
das luvas apenas impede a contaminação das impressões de
quem manipula o material, mas não garante a integridade
das impressões, pois, dependendo do local onde o objeto é to-
cado, pode-se apagar impressões papilares depositadas pelo
possível suspeito.
b) Os objetos devem sempre ser manuseados pelas bordas, ou
arestas (Figura 50), a fim de minimizar os riscos de destruição
das impressões papilares existentes naquele material. Emba-
160
lagens com produtos líquidos devem ser tampadas, caso não
possuam tampa, colocar papéis e fitas adesivas para vedar
a embalagem.
2) Quanto ao acondicionamento:
a) Preferencialmente, deve-se acondicionar o material a ser peri-
ciado em caixas de papelão, afixadas pelas bordas ou arestas,
com suas superfícies livres de atrito com qualquer material,
tais como tecidos, espumas, isopor, plásticos, papéis e outros
materiais absorventes (Figura 51). Após a devida proteção, su-
gere-se a colocação em invólucros e lacres numerados, para
garantia da cadeia de custódia.
Figura 51: acondicionamento adequado para realização de perícia
papiloscópica. Note que o material livre do atrito com outra super-
fície evita que as impressões latentes sejam danificadas.
161
b) Na impossibilidade de encaminhar o material a ser periciado,
em caixas de papelão, recomenda-se acondicioná-lo em sacos
plásticos transparentes. Não é aconselhável acondicionar mais
de um material no mesmo saco plástico, bem como a utilização
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB
3) Quanto à identificação:
4) Quanto ao deslocamento:
163
Figura 54: destaque para as impressões digitais reveladas no instru-
mento do crime.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE IDENTIFICAÇÃO HUMANA E PERÍCIAS BIOMÉTRICAS – CIHPB
3.1.1 Comentário
166
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À
COORDENADORIA DE ANÁLISES
LABORATORIAIS FORENSES – CALF
167
INTRODUÇÃO
170
Tabela 1: dados do perfil genético com condição de exclusão
de paternidade.
171
Tabela 2: dados do perfil genético com condição de inclusão
de maternidade.
TPOX 7–9 7 – 10
TH01 9 – 10 8–9
D3S1358 10 – 17 17 – 19
D5S818 11 – 11 11 – 13
D7S820 10 – 13 13 – 18
D8S1179 12 – 14 14 – 17
D13S317 12 – 12 8 – 12
D18S51 15 – 19 12 – 15
VWA 11 – 12 10 – 11
AMELOGENINA X-Y X-Y
Fonte: arquivos da Pefoce.
1.1.1.1 Comentário
Trata-se de exame de comparação genética entre a amostra ques-
tionada (cadáver) e a amostra referência (familiares, ascendentes ou
descendentes diretos: pai, mãe e filhos) ou em último caso, irmãos.
Requisita-se tal exame, quando não se tem a identificação do cadá-
ver e há possibilidade de extração de material de confronto.
Em caso de irmandade, encaminhar à Pefoce, no mínimo, dois ir-
mãos, preferencialmente.
Deve-se evitar o seguinte quesito:
• É o cadáver de fulano de tal?
Quando existirem indícios da identidade do cadáver ou dos res-
tos mortais, é recomendável quesitar sobre a compatibilidade do
172
perfil genético das amostras envolvidas, pois somente a análise peri-
cial dará certeza quanto à identidade do periciado.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
Fonte: arquivos da Pefoce. Fonte: arquivos da Pefoce.
1.2.1 Comentário
O exame de corpo de delito, na vítima e no agressor, em casos
de abuso sexual, deve ser realizado tão logo o crime for notificado.
Para tanto, a Perícia Forense no Estado do Ceará, em Fortaleza, con-
ta com atendimento ininterrupto em todos os dias.
176
O envio das vestes/armas/materiais diversos para exames labo-
ratoriais devem ser realizados no horário de expediente (segunda a
sexta-feira, de 8h às 17h), considerando-se a preservação dos vestí-
gios e a cadeia de custódia.
As vestes e materiais diversos propensos à proliferação de micro-
organismos devem ser acondicionados de forma a evitar a degrada-
ção do material a ser analisado, conforme orientações na introdução
da quesitação dirigida à Coordenadoria de Análises Laboratoriais
177
1.3.1 Comentário
Os exames de amostras coletados no local de crimes são impor-
tantes para identificar autoria do crime. A diversidade de amostras
e de situações, faz o exame de DNA uma ferramenta extremamente
importante para fins de investigação. Os perfis genéticos obtidos
em objetos e cenas de crimes diversos podem ser comparados com
amostras de suspeitos e vítimas.
Finalmente, esses perfis genéticos irão para o banco de perfis ge-
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
Fonte: arquivos de BRUNI, VELHO Fonte: Fonte: arquivos de BRUNI,
e OLIVEIRA (2019). VELHO e OLIVEIRA (2019).
180
Figura 72: Microscópio Eletrônico de Varredura
– MEV – instalado na Pefoce.
181
Figura 73: micrografia de uma partícula
de GSR.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
182
Tabela 3: quantidade de resíduos determinantes e indicativos en-
contrados em uma amostra de exame residuográfico, que apresen-
tou uma partícula proveniente de disparo de arma de fogo.
CuZn (1),
CuZn (4),
“mão esquerda” - 1 - - Sn (1) e
Fe (6)
2.1.1 Comentário
Atualmente, não são mais realizados exames de parafina para
a identificação de vestígios de disparo de arma de fogo, sendo
adequada a requisição de exame residuográfico para detecção de
chumbo, bário e antimônio como identificação definitiva de um re-
síduo de disparo de arma de fogo, por meio do Microscópio Ele-
trônico de Varredura – MEV – (metodologia em aplicação, Figura
72) e detecção de chumbo, por meio da reação de complexação de
rodizonato de sódio, como metodologia alternativa, quando não
houver a possibilidade de realização da análise por MEV.
A coleta de vestígios de disparo de arma de fogo (GSR) é realiza-
da nas mãos do atirador, em regiões específicas (Figura 70) que pos-
suem elevada probabilidade de se encontrar esses resíduos. Para a
coleta, são utilizados stubs de microscopia revestidos com fita ade-
siva de carbono condutora, a qual é colocada contra a superfície
183
de ambas as mãos (ou suportes, objetos etc), sem esfregar ou girar,
efetuando, no mínimo, 50 toques nas regiões indicadas.
Nos casos de prisão em flagrante, ou havendo suspeito encon-
trado pouco tempo depois do fato, deve-se proceder ao encaminha-
mento do mesmo de forma imediata. Caso haja um lapso temporal
maior entre o fato delituoso e o exame pericial, recomenda-se o en-
vio do suspeito em até doze horas do fato ocorrido para a coleta dos
vestígios de disparo de arma de fogo, nos casos de requisição de
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
2.2.1 Comentário
Ao encaminhar o material à perícia, a autoridade requisitante deve-
rá fazer um breve relato acerca do local, onde o mesmo foi coletado (se
de tanque de combustível de veículo automotor, se de bomba do posto
de gasolina, ou se de um recipiente de armazenamento etc).
Deve-se indicar a finalidade do exame (identificação do tipo de
combustível, identificação de substância inflamável ou adulteração).
Recomenda-se não quesitar da forma a seguir:
• Qual a qualidade do combustível em questão?
• Qual a capacidade explosiva do combustível?
• Faça a perícia no material enviado.
A respeito da amostragem, orienta-se a coleta de, no mínimo, 100
mililitros do combustível a ser submetido a exame. A amostra deverá
184
ser acondicionada em garrafa plástica, com vedação suficiente (em
razão da volatilidade), cuidando-se da identificação e evitando-se a
exposição à luz.
Nos casos em que não é possível coletar a quantidade mínima re-
comendada, orienta-se enviar todo o material disponível, ficando a
critério do perito responsável pela análise avaliar a possibilidade de
realização, ou não do exame.
2.3.1 Comentário
Recomenda-se não quesitar da seguinte forma:
• Qual a potencialidade lesiva do explosivo enviado?
186
Figura 78: equipamento de EDX.
74% de ouro
Formato de chave, comprimento
(Au), 9% de co-
PINGENTE 2 de 45 mm, massa de 5,2 g, arra-
bre (Cu) e 7% de
nhões ao longo das superfícies.
níquel (Ni).
188
2.4.1 Comentário
Para a identificação dos componentes metálicos é realizada a ex-
posição das superfícies dos materiais a um Espectrômetro de Raios
X por Dispersão em energia (EDX ou EDS), conforme as Figuras 78
e 79.
Recomenda-se não quesitar da forma como segue:
• Qual o valor do material enviado?
189
Figura 80: arma de fogo.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
Fonte: arquivos da Pefoce.
190
Figura 82: processo químico de revelação
de caracteres.
2.5.1 Comentário
Sempre que possível, a autoridade requisitante deverá informar o
local da numeração suprimida e que seja de interesse para a análise.
2.6.1 Comentário
O referido exame presta-se a dois fins específicos: saber se a
substância examinada contém álcool (segundo a OMS), ou se trata
de uma substância falsificada ou adulterada (Figura 83). Essas que-
191
sitações podem ser respondidas, a partir das análises rápidas e da
técnica de Espectrofotometria de Ultra-Violeta na Região do Visível
(UV-Vis), onde o Nuqfo possui o referido equipamento da técnica
em suas instalações.
Para as análises preliminares das amostras, tem-se a determina-
ção da presença de álcool etílico, ou de outras substâncias, por meio
do Espectrômetro RAMAN Portátil (Figura 75); a medição do teor
alcoólico, por meio de um alcoômetro de Gay-Lussac (Figura 84) e
da densidade, por meio de densímetro. O equipamento analítico,
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
2.7.1 Comentário
As exigências mínimas de rotulagem dos materiais (Figura 86)
são estabelecidas por Resoluções de Diretórios Colegiados, RDC, de
nº 46, de 25 de outubro de 2013, (ou outras RDC, notas técnicas atuali-
zadas e vigentes no período do caso).
Por se tratar de perícia oficial de natureza criminal e considerando a
magnitude de suas consequências ao devido processo legal, recomen-
da-se o emprego de duas técnicas analíticas, para a validação dos re-
sultados da quantificação do teor de álcool etílico nos géis: Densime-
tria e Cromatografia acoplada à Espectrometria de Massas (CG/EM)
(Figura 87).
Para a identificação da presença de álcool etílico, por uma análise
qualitativa, utiliza-se o RAMAN Portátil (Figura 75). A composição
193
do rótulo, através da identificação do polímero adicionado ao produto
como agente espessante, é obtida por meio da Técnica de Espectrosco-
pia Vibracional na Região do Infravermelho (FT-IR), a qual o Nuqfo
possui este equipamento para a realização das análises (Figura 88).
194
2.8 Exame de microvestígios em locais de crime
1) Houve luminescência (emissão de luz) durante a aplicação
do luminol?
2) Em caso de resultado positivo, quais os locais/objetos apre-
sentaram reação positiva (luminescente)?
3) É possível a confirmação da presença de sangue humano no
local/objeto analisado?
2.8.1 Comentário
A análise de microvestígios abrange a coleta de diferentes tipos
de materiais, em locais de crime, como disparo de arma de fogo,
fibras, pelos, cabelos, DNA e fluidos biológicos, tais como manchas
195
de sêmen e sangue. Ainda abrange a busca de sangue latente por
meio da aplicação de luminol.
Apesar do exame de microvestígios, em locais de crime, ser
abrangente, a autoridade requisitante deve especificar que tipo de
vestígios deseja investigar, além de ser indispensável a apresen-
tação de um relato da ocorrência. Dessa forma, o perito poderá
planejar quais coletas realizar e a sequência desses exames, uma
vez que a aplicação de um reagente poderá interferir na coleta de
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
outro vestígio.
Existindo suspeitas de que tenha havido a alteração do cenário do
crime, ou seja, que alguém tenha tentado remover os vestígios de san-
gue do local, recomenda-se o exame de pesquisa de sangue por meio
do luminol. Como os exames no local estão condicionados ao planeja-
mento do perito, a aplicação do luminol será avaliada, con- siderando
a necessidade real e a preservação dos demais vestígios.
Com base nas informações colhidas, no curso da investigação,
sempre que possível, compete à autoridade requisitante orientar
os trabalhos periciais na utilização do reagente, apontar o local es-
pecífico, ou a região da cena de crime em que deve ser aplicado
o reagente.
Não se deve quesitar da seguinte maneira:
• Faça a perícia no local indicado.
197
Figura 94: espectro de EDS.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
2.9.1 Comentário
A análise de resíduos de projéteis em anteparos está relacionada
à coleta de vestígios em orifícios encontrados em ossadas, madei-
ras, vidros, equipamentos eletrônicos, entre outros suportes. Essas
coletas são realizadas para a identificação de resíduos provenientes
de projéteis que possam ter transfixados os suportes supracitados
(Figuras 91 e 92), quando foi observada a presença de um orifício
em uma ossada (material humano exumado) e, após a coleta do
fragmento da reconstrução da fratura para a análise do Microscópio
Eletrônico de Varredura – MEV –, constatou-se a presença de resídu-
os provenientes de projéteis.
Não se deve quesitar da seguinte maneira:
• Faça a perícia no material enviado.
3 NÚCLEO DE TOXICOLOGIA
O Núcleo de Toxicologia Forense, atualmente, é responsável pela
realização das perícias em amostras brutas, enviadas das delegacias
198
(drogas de abuso, medicamentos, venenos, entre outros), além de
realizar as análises toxicológicas em materiais biológicos coletados
no necrotério e em exames in vivo.
O envio desses materiais deve levar em consideração três critérios
mínimos: quantidade suficiente para análise inequívoca, guarda da
contraprova e representatividade do material apreendido.
Diante do exposto, os itens abaixo trazem orientações da quanti-
dade mínima recomendada do material a ser encaminhado (amos-
201
Amostragem do tipo 2, amostras com aspecto semelhante ao
LSD, medicamentos em comprimidos etc, que possuem as formas
de apresentação: “e” e “f”.
e) comprimidos e selos de drogas sintéticas;
f) comprimidos/cápsulas/drágeas de medicamentos.
Segue-se a orientação de amostragem na Tabela 6.
Tabela 6: amostragem em subgrupos e quantidades, de acordo com as
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
202
Selecionar 50 volumes, aleatoria-
mente, (quando o peso de cada vo-
lume não ultrapassar 2 g), ou retirar
uma pequena quantidade de todos os
>500.000 volumes
pacotes. No caso de medicamentos,
não retirar da embalagem primária
(blister), enviar embalagem secundá-
ria, caso esteja disponível (caixa).
3.1.1 Comentário
A cocaína possui diversas formas de apresentação final, porém,
as formas mais encontradas e apreendidas pela polícia são as
formas de sal (cloridrato de cocaína), oriunda de refinamento mais
delicado e que, por muito tempo, dominou o mercado e sustentou
o narcotráfico mundial; e o “crack” (pasta base de cocaína), o qual
inicialmente era um “subproduto” do refinamento do cloridrato,
mas que, ao longo dos anos, tornou-se o líder do mercado con-
sumidor de cocaína por ser mais barato e mais fácil de ser pro-
duzido. Conforme o material apresentado, a seguir (Figura 95),
possíveis substâncias identificadas como psicotrópicas, entor-
203
pecentes, ou estão sujeitas ao controle do Ministério da Justiça,
por meio da legislação correlata, elencada na Portaria nº 344/98
da Anvisa/Ministério da Saúde.
Figura 95: apreensão de cocaína.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
3.2.1 Comentário
Nos últimos anos, a extração de concentrados de maconha vem
se mostrando de extrema importância, quer na área medicinal (na
criação de fármacos canábicos), quer na área recreativa para usu-
ários contumazes de THC (Figura 96). No tocante aos concentra-
dos, podemos relatar uma infinidade de preparações: haxixe, BHO,
rosin, shatter, wax, kief, óleo essencial CO2, skank e muitos outros. A
205
diferença do haxixe (que nada mais é que um prensado da resina
da planta) em relação aos outros comentados é que, no haxixe, o
processo de extração é meramente físico; enquanto que em outros
concentrados utilizam-se solventes, ou uma combinação de pressão
e calor em sua produção (Figura 97).
Os produtos concentrados de Cannabis, quase sempre, apresen-
tam uma concentração muito acima dos valores encontrados na
planta in natura (Figura 98) e podem atingir valores acima de 70%
do esperado em um extrato.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
3.3.1 Comentário
Drogas sintéticas são substâncias ou misturas de substâncias
produzidas por meios químicos, cujos principais componentes ati-
vos não são encontrados na natureza e provocam alucinações no
usuário, por estimular ou deprimir o sistema nervoso central. Essa
classe de drogas possibilita que uma pessoa veja, ouça e sinta algo,
sem que haja estímulo por perto para tais sensações.
Ao contrário do que alguns pensam que essas drogas causam me-
nos dependência, elas causam dependência e trazem um sem número
de malefícios ao organismo. Podem ser utilizadas sob as formas de in-
jeção, comprimido ou pó (Figuras 99 e 100). São consumidas, princi-
palmente, por jovens e adolescentes para entretenimento. Vale salien-
tar que, atualmente, é a classe de droga que mais cresce e, portanto, é
a preferencial entre os usuários. As drogas sintéticas mais conhecidas
são: anfetaminas, LSD, GHB, ecstasy e anabolizantes.
Geralmente, as substâncias que podem ser encontradas em selos
são impregnadas em papel, em baixas concentrações (Figura 99). En-
tre as diversas substâncias sintéticas encontradas em selos, destaca-se
o Dietilamida do Ácido Lisérgico, LSD, que é fotossensível e, portan-
to, orienta-se coletar todos os selos em embalagem que o proteja da
luz ambiente, por exemplo, invólucro de papel, a fim de evitar a de-
gradação da substância.
207
Figura 99: escala milimetrada com drogas sintéticas.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
Fonte:
arquivos da Pefoce. Fonte: arquivos da Pefoce.
3.5.1 Comentário
Chamam-se inalantes os solventes voláteis, isto é, aqueles que se
evaporam muito rapidamente, e, por isso mesmo, são facilmente ina-
lados. Muitos deles são inflamáveis. No cérebro humano, produzem
alguns efeitos similares aos do álcool etílico e manifestam efeitos anes-
tésicos dissociativos. Têm poder de criar dependência química. O uso
crônico de inalantes associa-se com alterações cognitivas leves e até
degeneração demencial, passando por sintomas psicóticos, agrava-
mento de transtornos de humor e de ansiedade, uso promíscuo de
outras drogas, suicídio, facilitação da contaminação por HIV, delin-
quência e agravamento de transtornos de personalidade.
O lança-perfume (Figura 103, primeira embalagem da esquer-
da para direita) é um inalante clássico. É uma mistura de éter, clo-
rofórmio, cloreto de etila e essências perfumadas, comercializada no
Brasil a partir de 1897. Após vários casos de morte, principalmente,
por parada cardíaca, seu uso foi proibido em 1961. Continua em uso,
especialmente, nas tradições de carnaval, usando o contrabando.
210
O popper ou “incenso líquido” é outro produto clandestino, algumas
vezes encontrado em sex-shops, anunciado como afrodisíaco.
O problema dos inalantes, contudo, é bem maior. Um número
enorme de produtos comerciais, como esmaltes, colas, tintas, thin-
ners, propelentes, gasolina, removedores, vernizes etc, contêm esses
solventes (Figura 104). Eles podem ser aspirados tanto involuntaria-
mente (por exemplo, trabalhadores de indústrias de sapatos ou de
oficinas de pintura, o dia inteiro expostos ao ar contaminado por estas
substâncias) quanto voluntariamente (por exemplo, a criança de rua
211
3.6 Identificação de anabolizantes
1) Qual a natureza e característica do material submetido a exame
2) São hormônios esteróides anabolizantes?
3) Os medicamentos questionados estão registrados na Anvisa?
Eles podem ser importados ou comercializados no Brasil?
4) É obrigatório o uso de receituário de controle especial para
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
ser adquirido?
3.6.1 Comentário
Os Esteroides Anabolizantes – EA – são drogas que têm como
função principal a reposição de testosterona (hormônio responsá-
vel por características que diferem homem e mulher). Isso ocorre
nos casos em que tenha ocorrido um déficit desse hormônio, por
exemplo, no envelhecimento, pois atuam no crescimento celular e
em tecidos do corpo, como o ósseo e o muscular (Figura 105).
Pode-se relatar como principais efeitos adversos: tremores; acne
severa; retenção de líquidos; dores nas juntas; aumento da pres-
são sanguínea; tumores no fígado e pâncreas; alterações nos níveis
de coagulação sanguínea e de colesterol; aumento da agressivida-
de, que pode resultar em comportamentos violentos, às vezes, de
consequências trágicas.
Os efeitos crônicos pelo consumo indevido causam em homens:
redução na quantidade de esperma; calvície; crescimento irreversí-
vel das mamas (ginecomastia); impotência sexual. Já em pessoas do
sexo feminino, os efeitos são: engrossamento da voz; crescimento
de pelos no rosto e no corpo; redução dos seios ou interrupção das
menstruações. Usar anabolizantes para fins estéticos ou para au-
mentar o rendimento esportivo é proibido, além de ser um grande
risco para a saúde. São medicamentos sob controle especial e só
podem ser vendidos em farmácias e drogarias, com retenção da re-
ceita médica, de acordo com a legislação.
Para análise em comprimidos e/ou cápsulas, recomenda-se cole-
tar a quantidade prevista na Tabela 6 da especialidade farmacêuti-
ca e enviar, preferencialmente, no interior da embalagem primária
212
(cartela). Caso a embalagem secundária (caixa), esteja disponível, a
mesma deve ser enviada junto com os comprimidos e/ ou cápsulas
para análise.
Comprimidos e/ou cápsulas com características físicas (tais
como cor, formato, tamanho, etc) distintas e que não apresentem
embalagem primária e secundária, devem ser considerados como
amostras distintas, portanto, coletados, embalados e identificados
individualmente. Evita-se, com o procedimento recomendado, o
213
3.7 Identificação de venenos
1) Quais substâncias foram detectadas?
2) Qual a classe agronômica e o grupo químico do ingrediente
ativo? Herbicida (ureia), rodenticida (cumarínico)?
3) Qual a classificação toxicológica do veneno?
4) Essa substância pode acarretar dano à saúde?
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
3.7.1 Comentário
Pesticidas são substâncias químicas naturais ou sintéticas, destina-
das a exterminar, controlar ou combater, de algum modo, pragas, no
sentido mais amplo: tudo aquilo que ataca, lesa ou transmite enfermi-
dade às plantas, aos animais e ao homem (Figura 107). Porém, quando
mal usadas, podem trazer sérias consequências ao meio ambiente e à
população, o que tem levado a sociedade civil a cobrar dos órgãos am-
bientais um controle mais rigoroso, aumentado a demanda por dados
analíticos. Existem três classes de pesticidas que são largamente usa-
dos na agricultura: pesticidas organoclorados, organofosforados e car-
bamatos. Contudo, os organoclorados estão nos primeiros lugares em
várias listas de poluentes, devido à sua grande persistência no meio
ambiente e se de fácil acumulação.
Em função de sua persistência, têm sido responsabilizados como
poluidores do meio ambiente. Acumulam-se nos tecidos gordurosos
do homem, causam redução de fertilidade em animais e desequilíbrios
biológicos na natureza, ressaltando que muitas espécies de insetos se
tornaram resistentes.
No Brasil, os pesticidas foram primeiramente utilizados em pro-
gramas de saúde pública, no combate aos vetores e ao controle de pa-
rasitas, passando a ser usados mais intensivamente na agricultura, a
partir da década de 1960. Com efeito, apesar do aumento na produtivi-
dade agrícola proporcionado pelos pesticidas, o uso inadequado des-
sas substâncias traz impactos negativos à saúde humana e ambiental.
O grande problema apresentado por essa classe de pesticidas é o uso
dos mesmos com intenções suicidas ou mesmo homicidas. Merece
relato um produto da classe dos carbamatos (aldicarb) mais
214
conhecido como “chumbinho” (isso devido a sua apresentação em
grânulos de chumbo) que, além de muito usado na agricultura, tam-
bém, tem propriedades rodenticidas e é frequentemente utilizado na
prática de suicídios ou homicídios.
Para análise de identificação/quantificação, faz-se o uso da técnica
de Cromatografia Gasosa acoplada ao Espectrômetro de Massas (CG/
EM) (Figura 108). Nesse caso só é possível analisar as substâncias ter-
moestáveis (ou seja, aquelas que suportam temperaturas elevadas).
Uma vez que a maioria das substâncias classificadas como venenos são
encaminhado?
3) O perfil genético obtido é passível de confronto? Em caso de re-
sultado positivo, é compatível com aquele obtido, a partir do material
genético do indivíduo “X” ou de seus genitores/filhos e/ou irmãos?
4) O perfil genético eventualmente obtido, a partir do material
questionado, é compatível com algum dos demais perfis genéticos
já cadastrados no Banco de Perfis Genéticos Combined DNA Index
System – CODIS?
Envio de material para realização do exame de detecção de san-
gue humano (Figura 109).
Figura 109: materiais para detecção de
sangue humano.
4.1.1 Comentário
A identificação do material genético pode ser realizada sob duas óp-
ticas: 1. confronto direto – entre a amostra de DNA coletada e o DNA
da vítima/suspeito; 2. confronto indireto – quando há a possibilidade
de comparação entre a amostra de DNA coletada e o DNA de parentes
da vítima/suspeito (pai, mãe, filhos ou irmãos).
Cumpre ressaltar que, em caso de irmandade, encaminhar, no míni-
mo, dois irmãos, se existentes.
4.2.1 Comentário
O exame de corpo de delito, na vítima e no agressor, em casos
de abuso sexual, deve ser realizado tão logo o crime for notificado.
Para tanto, a Perícia Forense no Estado do Ceará, em Fortaleza, con-
ta com atendimento ininterrupto, todos os dias da semana (inclusi-
ve finais de semana e feriados) por 24 horas.
O envio das vestes/armas/materiais diversos para exames labo-
ratoriais deve ser realizado em horário comercial (segunda a sexta,
8h às 17h), considerando-se a preservação do vestígio e a cadeia
de custódia. As vestes e materiais diversos, propensos à prolifera-
ção de microorganismos devem ser acondicionados de forma a evi-
tar a degradação do material a ser analisado.
As orientações de acondicionamento estão contidas na parte in-
trodutória deste tópico de Quesitações Dirigidas à Coordenadoria
de Análises Laboratoriais Forenses.
218
4.3 Exame de identificação de pelo
1) O material enviado é pelo humano, ou de animal não humano?
2) Quais suas características?
3) É possível a obtenção de perfil genético, a partir do
material encaminhado?
4) O perfil genético obtido é passível de confronto? Em caso
219
4.3.1 Comentário
A coleta dos fios destinados à perícia deverá, sempre que possí-
vel, ser realizada utilizando-se luvas. Recomenda-se o acondiciona-
mento e envio dos fios em sacos de papel.
Quanto às possibilidades de confronto, vide comentário do item
4.1 referente à quesitação.
QUESITAÇÕES DIRIGIDAS À COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSES – CALF
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BIBLIOGRAFIA
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SOBRE A COMISSÃO DE ELABORAÇÃO
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João Milton Cunha de Miranda
Diretor Executivo
EDIÇÕES INESP
Ernandes do Carmo
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