Monografia Ana
Monografia Ana
Monografia Ana
Aracaju/SE
2016
ANA MARIA FERREIRA DE OLIVEIRA
Aracaju/SE
2016
ANA MARIA FERREIRA DE OLIVEIRA
EXAMINADORES
Marc Bloch
RESUMO
LISTA DE SÍGLAS
LT - Livro de Tombo
LISTA DE FONTES
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 11
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 50
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 52
APÊNDICE ................................................................................................................ 55
ANEXOS ................................................................................................................... 76
11
1 INTRODUÇÃO
1
Primeira denominação de Paripiranga no início do processo de povoamento, em decorrência da coloração avermelhada
das suas terras; ricas em ferro.
12
4
ARRAES, Damião Esdras A. Curral de reses, curral de almas: urbanização do sertão nordestino entre os séculos XVII e
XIX. Dissertação (Mestrado), Universidade de São Paulo / Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, 2012.
16
5
SANTANA, Roberto Santos de. Adustina – Sua História. Aracaju. 2008. p.18.
17
meados do XVII, por conta da expansão dos pastos para criação de gado e
concessão de sesmarias; quando as terras que hoje correspondem à cidade de
Paripiranga, passam a compor os domínios de Mathias Curvelo de Mendonça, por
concessão, de terras que englobam as chamadas Matas de Simão Dias:
A partir da trilha do gado, o rio se foi tomando uma risca por entre as
sesmarias, margeantes, desdobradas através de seus tributários de que o
rio do peixe é a expressão maior. Em começos do século XVII, alguns já
obtinham alvará de sesmarias, em que se pese quase nunca corresponder
ao título de posse uma presença desbravadora, o que se inclui, entre
outros, o ato de 20 de agosto de 1733, em que o Conde de Sabugosa
transfere para Mathias Curvelo de Mendonça, morador da Capitania de
Sergipe, a posse da “sesmaria de Legoa e meyo de terra pelo Ryo salgado
de vaza-barris a sima de comprido, e 1 delargo, P.ª Sertam, thé abara da
Tábua, cujas sehavião dado no ano de 609 a Bento da Costa machado”. O
primeiro agraciado lá não foi; é verdade, porém as terras de Paripiranga
àquela altura, já não se perdem por desconhecidas, de vez que alcançadas
nessas demarcações 6.
6
SILVA, Cândido da Costa e. Roteiro da vida e da morte: um estudo do catolicismo no Sertão da Bahia. 1882. Pag. 17.
7 DANTAS. Mônica Duarte. Povoamento e ocupação do sertão de dentro baiano: Itapicuru 1549-1822; p. 12.
19
Assim, foi no cenário descrito por Silva e Dantas, marcado pela eminente ameaça
de invasão dos franceses e da formação de mocambos; surgiram as povoações da
região do Vaza-Barris; entre elas, a de Malhada Vermelha, que, dada a fertilidade
das terras, aos poucos substituindo a pecuária pela lavoura, ao passo que o
incômodo “problema” com os nativos é solucionado com o uso da força.
Santana Jr (2005) em seu livro de memórias intitulado Meus Passos Pela
Vida; obra de cunho autobiográfico onde o autor suas observações e impressões
pessoais acerca da sociedade e da cultura local, e a memórias dos seus
antepassados, que lhe foram transmitidas oralmente, sobre as origens históricas de
Paripiranga; menciona a presença indígena, como primeiros habitantes desta terra,
sendo estes denominados Tapuias; um termo genérico que os índios de etnia Tupi
usavam para designar todos aqueles outros grupos que não falavam o idioma Tupi,
quase, portanto, na acepção de “bárbaros”, povos sem nome.
Os índios do interior baiano apresentavam particularidades em relação a
aqueles das tribos nas regiões litorâneas. Os nativos do sertão eram de tipo mais
baixo, tez mais acobreada, e pouco receptiva ao contato com a “civilização”. Por
desenvolverem língua considerada mais rude e diferenciarem-se dos grupos de
ramificação Tupi, foram denominados por estes, como Tapuias, que em uma
tradução livre para o português, significa índio bravio, índio do mato.
8
Id. Povoamento e ocupação do sertão de dentro baiano: Itapicuru 1549-1822p.01.
20
Tudo aqui era mata apenas habitada pelos bugres. Não longe do
nosso acampamento, foi encontrada uma lagoa oculta no meio da
mata. É a atua Lagoa Escondida. Pela natureza acima exposta,
Paripiranga teve os seus primeiros habitantes naquele destacamento,
isto é, em fins do século XVIII, em 1795 ou 1796. Chamou-se a
princípio “Malhada vermelha”, e pertencia ao município de Itapicuru.
A 25 de Outubro de 1831, sendo Jeremoabo elevada à categoria de
município, Malhada Vermelha foi incorporada a esse município.
Sempre crescendo, aumentando, em 1848, segundo testemunho do
Sr. José Rodrigues da Silva (Parente do nosso Valdomiro José de
Sousa) que, ficando órfão de pai e mãe, se incorporou aos seus
moradores. Malhada Vermelha, já era um povoado, com suas feiras
semanais regulares 11.
10
SOUZA, João Batista de. Paripiranga: Especial para O IDEAL. O Ideal, ano II, nº. 66. P. 1-4. 01 de agosto de 1954.
Paripiranga, Bahia. Acervo do LEPH – UniAGES.
11 “O IDEAL” Ano II – de 01.08.54. Apud: SANTANA JR, Sebastião Araújo de. Meus passos pela vida. Aracaju. 2005; p 05.
22
13
Primeira denominação dada a cidade de Paripiranga, no início do processo de povoamento, em decorrência das
condições geográficas do lugar e da coloração avermelhada de suas terras (SILVA, 1982, p. 05).
25
14
ARQUIVO NACIONAL, Fundo DK - Constituições e Emendas Constitucionais do. Constituição para o Império do
Brasil. Rio de Janeiro. 1824. p. 07.
26
de João Viana de Andrade, de onde seguirá para o rio das Carahybas; e por
este abaixo, dividindo-se com a freguesia de São João Baptista d
Geremoabo, até ao rio Vasa-Barris no logar denominado Barra; e
atravessando o rio irá dividindo-se com a mesma freguesia de Geremoabo
até encontrar a freguesia de Santo Antônio e Almas, e dividindo-se com
esta até ao logar denominado Barra do Rio Salgado onde principia. Art. 3º
Revogam-se as disposições em contrário. 15
15
PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO. Livro do Tombo II. 1897. Paripiranga. Bahia. p. 17-19 v. Acervo
Digital do LEPH - UniAGES.
27
Bahia e Sergipe, acontecidos no século XIX, que seguiram até meados do século
XX, promoveram transformações na organização territorial e político-administrativa
do lugar. Pois, foi à sombra pé do coité, à margem da Estrada Real 16, que surgiu por
iniciativa dos Carvalho, em meados de 810, o engenho e uma pequena feira, que
marcam os primeiros movimentos de formação de Paripiranga. Como o Engenho de
Coité ficava bem próximo da linha divisória, em redor dessa pequena povoação, eu
já era conhecida pelas das autoridades das duas jurisdições como Coité, e a
circulação de pessoas e mercadorias ente a Coité e Matas de Simão Dias era
intensa, tanto que os fiéis de Coité frequentavam a igreja de Snt’Ana, e nela
cumpriam todos os sacramentos da fé católica, por não haver ainda tempo religioso
erigido no lugar, e por ser esta, a igreja mais próxima.
A longa disputa de lideranças e pela posse da terra se acirrava ao longo do
tempo e à medida que desenvolvia-se a povoação. Confrontos estes, liderados pelos
moradores mais influentes, ávidos maior autonomia e afirmação do seu prestígio na
região; que, estimulados pelas altas autoridades baianas de Jeremoabo, temerosos
pela perda das terras sob sua jurisdição, travam uma intensa e nada amistosa
discussão com os religiosos e os políticos das Vilas de Lagarto e de Simão Dias; que
insistiam em anexar as terras do Coité aos limites de sua paróquia, uma vez que
atendiam aos anseios das almas cristãs dos moradores. Cândido da Costa e Silva
ressalta ser essa disputa “coisa que nunca preocupou o povo, sempre distantes das
esferas de decisão e estranho às sutilezas canônicas 17”. Cresce nesse embate, a
necessidade de definir e se fazer respeitar os limites paroquiais da povoação.
É nesse clima de ânimos asseirados que se ergue a Capela, custeada pelo
Major José Antônio de Menezes, apontado por Cândido da Costa e Silva como o
grande senhor de terras do Coité e responsável pela violência exercida contra os
índios da taba de “Cerca Verde”; muito respeitado e apoiado pelos demais homens
fortes do lugar, que viam na criação da Capela, a possibilidade de rompimento com
os laços religiosos que ligavam a povoação a Simão Dias e o fortalecimento dos
vínculos indenitários com o lado baiano, estando à dita capela vinculada à matriz de
Bom Conselho. O poder do Major é herança do seu pai, o Capitão José Victorino de
Menezes, que deixou ao filho como legado, terras, poder e influência política:
16
SILVA, Cândido da Costa e. Roteiro da vida e da morte: um estudo do catolicismo no Sertão da Bahia. p.18
17 Ibidem. p. 08-09
28
A força da terra lhe deu prestígio e fôlego para se impor aos mais fracos e
lhes propor as regras do jogo; bem assim, mais tarde, coadjuvando pelo
filho Major José Antônio de Menezes, a desafiar as lideranças políticas e os
vigários de lagarto e Simão Dias. Com o Apoio dos influentes de Jeremoabo
e Bom Conselho, particularmente o Coronel João Dantas dos Reis, dono da
Fazenda Caritá e político prestigioso em Salvador, ele se torna o preposto
dos interesses baianos, em cujo nome reivindica e faz reconhecida a linha
fronteiriça do seu território 18.
18
Id. Roteiro da vida e da morte: um estudo do catolicismo no Sertão da Bahia p. 8-9
29
[...] Não foi de meu tempo, mas parece que vejo os quatro garbosos
Tenentes e Alferes da “velha guarda” – José Cardoso dos Santos,
Presidente; Alexandre José Ribeiro, Vice P.; Ludjero de Souza Rocha e
Joaquim Norberto de Santana, enfiados em jaquetas de casinetas preta;
gravatas largas de laço; e botinas de elástico “banidas”, sentados em torno
de uma mesa tosca, em casa alugada por particulares, os quais,
simplesmente com suas presenças, oficializavam a instalação do novo
município, suas palavras e gestos eram ditadas e acenados por um moço
que beiradava a mesa, pronto para ser nomeado Secretário da nova
comuna, o que se dera da encomenda no mesmo dia e na cessão imediata;
era o politicastro ourives Jesuino José Vieira. A Camara se constituía de
mais 03 vereadores; eram Elpido Justino de Oliveira, Quintino Rodrigues
Guimarães, e João Antônio dos Anjos que embora sendo cidadãos
respeitáveis e independentes, não davam à vaidade de patentes fictícias e
como também eram homens de pouca ilustração e quisessem zelar pela
cartilha ourives Secretário, limitavam-se a não comparecer. 19
19
DÉDA, Francino Silveira. O Município e sua Edilidade. O IDEAL. Ano I. Nº 04. Pag. 02. 24 de maio de 1953.
Paripiranga. Bahia. Acervo do Laboratório de Ensino e Pesquisa em História da UniAGES.
30
Para Silva (1982) O Arraial, quase que por regra, inicia-se ao redor de
estruturas físicas e práticas agrícolas, e de uma ordem religiosa que assume as
funções espirituais, políticas e administrativas. Ela está, em geral, presente na
existência da capela para uso do lugar que é administrada em “padroado” comum
aos moradores, com maior ou menor presença do pároco. Nela se venera um santo,
particular padroeiro do lugar. Nela se levam a cabo atos de culto, eventualmente
missa dominical. Nela se suporta a instalação das espécies consagradas para levar
em viático aos moradores doentes e in “articulo mortis”20.
22
Id. Roteiro da vida e da morte: um estudo do catolicismo no Sertão da Bahia. 1982. p. 18- 20.
32
mobilizam a comunidade pra a sua preparação para a vida espiritual, para a Morte e
a vida do Além, tendo a mística da cruz e todos os seus significados, como alimento
e sustentação na vivência cotidiana:
23
Id. Roteiro da vida e da morte: um estudo do catolicismo no Sertão da Bahia. 1982. p. 60.
33
24
Barracão que servia como ponto de paragem e descanso para trabalhadores da agricultura, dos engenhos e vaqueiros
condutores dos rebanhos.
34
Foto 1: Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio nos primeiros anos do século XX.
Fonte: Acervo Digital do LEPH – UniAGES, Paripiranga/BA
25
PARÓQUIA DE CÍCERO DANTAS. Livro de Tombo Nº II, Compilação. p. 5 - 5 v. Acervo da Paróquia de Nossa
Senhora do Bom Conselho. Cícero Dantas. Bahia. p. 42
26 DÉDA, José de Carvalho. Simão Dias: Fragmentos de sua História. Aracaju: Livraria Regina. 1966. P, 25.
36
29
DÉDA, Francino Silveira. Freguesia. O Ideal. ano II. nº 55. P. 3. De 16 e maio de 1954. Acervo do LEPH - UniAGES.
30 TRATADO DE LIMITES BAHIA/ SERGIPE. Correspondência oficial do Estado. 1916. P,
39
dos casos, o Padre João de Mattos Freire de Carvalho, escreve ao Arcebispo Primaz
da Bahia, informando a construção de uma residência particular na zona rural da
cidade; o que segundo ele, eram necessidade, “Pelas injustiças e perseguições a
que tenho sofrido na minha paróquia, vi-me obrigado a construir uma propriedade
rural em outra, distante uns quinze minutos de viagem...”31. O padre João de Matos
ao cita as condições conflituosas de seu relacionamento com os habitantes da
cidade, demonstra a situação conflituosa vivida pelos primeiros párocos, e justifica a
construção da propriedade fora dos limites da paróquia, como refúgio e medida de
segurança distante da situação conflituosa em que vivia na cidade. Porém as
indisposições entre os pároco e parte da população, não impediam a o crescimento
da fé entre os fiéis, que se faziam presentes em brande número em todos os ritos e
cerimoniais na matriz.
31
PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO. Livro do Tombo II. 1897. Paripiranga. Bahia. p. 11 v. Acervo
Digital do LEPH - UniAGES
40
Não se sabe a data desta missa. Com o passar dos anos e com o frequente
empenho do Padre Caetano Dias, a capela vai tomando um novo rumo, instituída a
Lei Imperial de 18 de setembro de 1850, sobre o registro imobiliário, a capela com o
empenho do Padre Caetano é a precursora para a organização do registro
imobiliário de Malhada Vermelha.
Em meio a tantas outras povoações surgidas a partir da ocupação do sertão
Baiano no início do século XIX; num processo marcado pela imposição da pecuária
extensiva, e pela violência no trato com indígenas; o Arraial de Malhada Vermelha
desenvolvia-se na lavoura. Abatiam-se as matas para o arroteamento dos terrenos,
e Erguia-se o Arraial a cada edificação construída, a cada melhoramento social
alcançado. De modo que já pelo idos de 1840; por necessidade e desejo de seus
habitantes, representados pelo Major José Antônio de Menezes, em solicitação ao
Vigário de Bom Conselho dos Montes do Boqueirão, se fez construir a Capela de
Nossa Senhora do Patrocínio.
Silva (1982) apresenta dados que sobre o povoamento de Malhada Vermelha
em meados do XVII, e descreve traços da população que habitou região de
Jeremoabo a qual Paripiranga pertencia no período, ao relatar a existência de
população muito pequena, em relação à áreas de terra, assim como o estado de
pobreza e servidão em que viviam:
O contexto apresentado por Silva (1982) nos traz uma noção da precariedade
da vida da população de Paripiranga, no início de sua formação; em um ambiente
rural, desprovido das estruturas administrativas e sociais que permeiam o universo
urbano. Um ambiente em que as reformas educacionais promovidas pelo governo
ainda não haviam chegado, e a população vivia em condições de extrema
simplicidade e analfabetismo; uma vez que o conhecimento da leitura e da escrita
32
Id. Roteiro da vida e da morte: um estudo do catolicismo no Sertão da Bahia. 1882. p. 11-012.
41
era privilégio dos mais abastados donos de terras, que gozavam de condições
financeiras e base familiar que sustenta a formação educacional de sua prole; um
reflexo do que ocorria no grande sertão da Bahia Imperial.
O processo civilizatório que ali se desenvolvia e a situação de abandono
intelectual em que viviam os habitantes de Malhada Vermelha, fomentava a
necessidade de um sistema de instrução pública. Como o modelo de colonização
Portuguesa não contemplava grandes investimentos na educação dos colonos,
deixada a cargo da igreja católica desde o início da ocupação da terra; que apesar
da forte atuação os jesuítas, não abarcavam a todas as localidades; até meados do
século XVIII, o que se via nas pequenas povoações como Malhada Vermelha, onde
a presença da igreja se fazia através da figura do vigário, acumulando funções de
líder espiritual e político, sem que houvesse maior atenção à educação escolar; as
crianças eram iniciadas nas letras por professores leigos com instrução mínima, que
lecionavam em casa, a meninos e meninas cujos pais possuíam condições
financeiras para o financiamento das aulas; aos demais, restavam às lições que a
vivência social cotidiana lhes proporcionava.
As mudanças na instrução pública efetivadas pela Carta Régia de 06/11/1772,
e posteriormente a organização das Escolas Públicas Primárias, também tiveram
reflexo no já Distrito de Malhada Vermelha; que 1869, não possuía ainda uma escola
pública, e o ensino primário era ainda mínimo e continuava a cargo de educadores
leigos; havia uma escola pública na sede da Freguesia, em Bom Conselho, 15
léguas distante, como nos mostra o Francino Silveira Déda, em seus textos de
memórias, publicados no jornal local.
33
DÉDA, Francino Silveira. As Escolas Primárias. O Ideal, ano I; nº 05; p, 04. Paripiranga, Bahia; 31 de maio de 1953.
Acervo do LEPH; UniAGES, Paripiranga/BA.
42
34LIMITES DO ESTADO DA BAHIA. Ofício nº 160. Imprensa Oficial do Estado. 1916. p. 404. Acervo do LEPH - UniAGES.
Paripiranga. Bahia.
43
35
Id. Ofício nº 161. Imprensa Oficial do Estado. 1916. p. 406. Acervo do LEPH – UniAGES. Paripiranga, Bahia.
44
município, regida pelo Prof. Marcionillo a partir de 1879, veio curar os anseios
daqueles que tinham vontade de aprender. Marcionillo enfrentou problemas
estruturais, como falta de estrutura física adequada, já que não havia prédio público
com instalações específicas para funcionamento da escola; e as aulas continuaram
a ser ministradas em espaços cedidos e adaptados com mobilha alguns materiais
fornecidos pela população.
Tempos depois tivemos a permanência aqui por algum tempo do Frei Paulo.
Criada a Freguesia em 22 de maio de 1871, com as simpatias do Vice-Presidente da
província Francisco José da Rocha, que diz:
36
Id. Ofício nº 161. Imprensa Oficial do Estado. 1916. p. 406. Acervo do LEPH – UniAGES. Paripiranga, Bahia.
45
37
SANTANA JR, Sebastião Araújo de. Meus Passos pela vida: Autobiografia. Aracaju. Publicação Independente. 2005. P,
06.
46
38 HOBBESBAWN, Eric. RANGER, Terence. A Invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 21
47
Percebe-se no texto acima extraído do jornal da década de 50, mas que trata
de memórias que remontam a épocas anteriores, quando as tradições culturais de
Paripiranga já estavam desde o seu processo de formação territorial, atreladas aos
ritos do catolicismo, porém recheadas de elementos agregados de outras culturas e
crenças. O texto do O IDEAL demonstra a riqueza cultural que há na história da
cidade. O mês de junho é um dos meses mais alegres e movimentados, em
comemoração aos santos da trindade católica; festejos que reúnem as famílias em
volta de fogueiras, comes e bebes fazem a alegria do povo, fogos, foguetes que
anunciam a solenidade do mês.
A nota do semanário O IDEAL citada acima, aborda a alegria da população
com as comemorações que envolvem aspectos do culto católico e da cultura pagã:
“(...) Era de ver a alegria e entusiasmo que reinava em tão sadias e agradáveis
reuniões familiares; velhos e moços entregavam-se aos ardores da folia ao som das
sanfonas, dos violões e dos pandeiros. (...)” 4038. Entre essas comemorações que
faziam a alegria da população, destacamos as procissões em homenagem à
padroeira Nossa Senhora do Patrocínio, em que os fiéis e devotos se reúnem na
praça da matriz e percorrem as principais ruas da cidade.
A devoção à padroeira Nossa Senhora do Patrocínio, é o ponto forte dos
39
DIAS, Antônio Conde. Festas Juninas. “O Ideal”, Ano II, nº 60, p. 01; 20 de junho de 1954. Acervo0 do LEPH; UniAGES.
40 Idem. p, 01.
48
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
SANTOS, Márcio Marcio Roberto Alves dos. Fronteiras do Sertão Baiano: 1640-
1750. Monografia (graduação). USP. São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas; São Paulo; 2010.
SANTANA, Roberto Santos de. Adustina – Sua História. Aracaju. J. Andrade. 2008.
250 p.
SANTANA JR, Sebastião Araújo de. Meus Passos pela vida: Autobiografia.
Aracaju. Publicação Independente. 2005. 278 p.
SILVA, Cândido da Costa e. Roteiro da vida e da morte: um estudo do
53
PINSKY, Carla; LUCA, Tania Regina de (Org.). O historiador e suas fontes. São
Paulo: Contexto, 2009. 366 p.
LISTA DE FONTES
SANTANA, Roberto Santos de. Adustina – Sua História. Aracaju. J. Andrade. 2008.
250 p.
Colonial.
SOUSA. João Batista de. Paripiranga. O IDEAL. Ano II. nº 66. 1954. p 04. Acervo
Laboratório de Ensino e Pesquisas em História. UniAges, Paripiranga – BA.
O IDEAL” Ano II – de 01.08.54. Apud: SANTANA JR, Sebastião Araújo de. Meus
passos pela vida. Aracaju. 2005; p 05.
DÉDA, Francino Silveira. O Município e sua Edilidade. O IDEAL. Ano I. Nº 04. Pag.
02. 24 de maio de 1953. Paripiranga. Bahia. Acervo do Laboratório de Ensino e
Pesquisa em História da UniAGES.
DÉDA, Francino Silveira. As Escolas Pimárias. O Ideal, ano I. Nº 05. Pag. 04.
Paripiranga, Bahia. 31 de maio de 1953. Acervo do LEPH - UniAGES. Paripiranga.
O Ideal. Ano II, nº 60, p. 01,20 de junho de 1954. Paripiranga. Acervo do LEPH -
UniAGES. O Ideal. Ano II, nº 60, p. 01,20 de junho de 1954. Acervo do LEPH -
UniAGES.
APÊNDICE
56
TRANSCRIÇÕES
SOUZA, João Batista de. Paripiranga: Especial para O IDEAL. O Ideal. An0 II,
nº. 66. P. 1-4. 01 de agosto de 1954. Paripiranga, Bahia. Acervo do LEPH –
UniAGES.
- Eu tinha apenas 16 anos de idade, na época. Tudo aqui era mata. Apenas
habitada pelos bugres. Não longe do nosso acampamento, foi encontrada uma
lagoa oculta no meio da mata. É a atual “Lagoa Escondida”.
Pela narrativa acima exposta, Paripiranga teve seus primeiros habitantes
naquele destacamento, isto é, em fins do século XVIII, em 1795, ou 1796.
Chamou-se a princípio, “Malhada Vermelha” e pertencia ao município de
Itapicuru.
A 25 de outubro de 1831, sendo Geremoabo elevado a á categoria de
município, “Malhada Vermelha” foi incorporada a esse novo município. Sempre
crescendo, aumentando, em 1818, segundo o testemunho de meu avô paterno,
José Rodrigues da Silva, que ficando órfão de pae e mãe, se incorporou aos seus
moradores, indo os seus dois irmãos mais velhos morara na antiga província de
Alagoas, onde fundaram o Arraial de “Água Branca”.
Hoje município, “Malhada Vermelha” já era um povoado com as suas feiras
semanais regulares. Todavia, como se vê do nosso conterrâneo e ilustre Cronista
Francino Silveira Déda, no seu artigo, “Escolas primárias”, publicado nas colunas
dêsse órgão de 31 de maio de 1953. Em “Malhada Vermelha” não havia uma só
escola pública, senão muitos anos depois, graças à influência dos irmãos Paulo
Cardoso, Vitor Marcolino, Lourenço Justino de Menezes, apoiados por Estanisláu
Garcia de Carvalho e outros moradores do lugar, que a 15 de fevereiro de 1869,
no sentido de dirigirem um pedido ao presidente da província.
Pela lei provincial nº. 1.168. de 22 de maio de 1871, “Malhada Vermelha”
elevada a categoria de distrito ou freguesia, tomou o nome de Nossa Senhora do
Patrocínio do Coité.
Em 9 de junho de 1875, Bom Conselho elevado à categoria de município,
para este novo município passou Paripiranga.
A lei provincial nº. 2.553, de 1 de maio de 1886 o elevava a categoria de
município, instalada e a 1º de fevereiro de 1888. E Finalmente pelo Decreto nº.
12.978, de 1º de junho de 1944, foi elevada à categoria de comarca, data que,
segundo presumo, passou a denominar-se Paripiranga.
58
São estes os dados históricos que conheço do meu torrão natal. A outros
filhos daí, mais cultos, mais competentes, e mais inteligentes, entrego a tarefa de
completá-la de corrigirem algumas falhas deste meu artigo.
Sirvo-me de artigo d’O Ideal para concluir este meu artigo. Isto porque, no
meu tempo de menino, Paripiranga parecia de progresso, salvo aqueles
empreendidos e executados pelo dinâmico padre Vicente Valentim da Cunha, que
testemunho: Terraplanagem das ladeiras da “Lagoa Escondida” e do “Tanque da
Missão”; e a reconstrução da Capela, no seu interior e outros trabalhos que lhe
dizem respeito. O Padre Vicente Valentim foi um grande realizador a quem essa
cidade deve relevantes serviços. M 1899, deixando essa minha cara terra, não
pude acompanhar a evolução do seu progresso, embora com a frente virada para
ela. Hoje, acompanhando os artigos publicados nesse semanário, posso afirmar
que Paripiranga, colocado no vigésimo oitavo lugar entre os 150 dos outros
municípios do estado; é uma cidade civilizada, com uma plêade de homens
ilustres, cultos, inteligentes; ruas bem traçadas; praças importantes, qual a
“Praça da Bandeira”; próprios para a sua administração, mercado; edifícios para
a cadeia pública, cinema, hospital, correios e telégrafos; uma igreja católica; um
templo adventista e um posto médico, etc.
É que os seus últimos governantes, entre os quais, dinâmico Jonathans
Lima, deram o exemplo do padre Vicente Valentim da Cunha. Tenho fé nos
homens da minha terra, principalmente nos que enfeixam nas suas mãos os
poderes públicos, que, como outros do passado, hão de trabalhar pelo seu
engrandecimento. Congratulo-me com os meus conterrâneos.
Paripiranga, uma palavra de origem tupi-guarani – pari-cercado – piranga
– vermelho.
também eram homens de pouca ilustração e quisessem zelar pela cartilha ourives
Secretário, limitavam-se a não comparecer. Seguiram-se outras Camaras e uma
delas eu posso informar o seguinte: Um Fiscal de Rendas Municipais certo dia
entrou no Talho, diriiu-se ao Vereador presidente do Conselho que ali vendia
carne verde e cobrando-lhe cicença do dia, cobrava-lhe também dez tostões do
imposto de sua casa de farinha, Santos Deus!... Alarmou o Vereador em plena
feira; - “Quem já “viu” falar em imposto de casa de farinha?”... O fiscal era um
mocinho metido a discutir e não era se não o velho rabiscador desta crônica, que
respondera: - Perdão Sr. Ferreira da Costa. O Sr. Não é o próprio presidente do
Conselho que decretou a lei? “Não sei disso” replicou furioso o Edil e continuou:
vou perguntar ao compadre Justino e lhe respondo depois.
Não houve tréplica, o velho Justino Virgens, era homem probo honrado,
chefe político local, de reconhecido mérito e caráter invejável pagou os dez tostões
pelo seu amigo e tudo estava acabado... Hoje, Paripiranga tem um Conselho à
altura: sua vereação atual é composta homens capazes e ali se discute com
segurança os interesses vitais do município.
Alí está á palavra dócil, convincente e insinuante do Edil Sebastião Araújo,
atrevéz de um rizo amável que convence. Alí está um neto de João Antônio dos
Anjos um dos primeiros Vereadores do Municipio, desde a instalação é o Edil
Deoclecino Dias que ao contrário do avô homem simples, é o edil neto homem
sabe justificar sempre os seus votos conscientes. Ali está o Vereador Justino
Virgens honrando o nome do seu velho pai, referido linhas atrás. E vamos
recordar que li está também o anãozinho de corpo e gigante de alma, o Edil
Analdino Carvalho que de quando em quando, firma-se nas plantas dos pés e
levanta-se com ênfase, veementes protestos contra o executivo por não ter
cumprido até hoje a lei que manda adquirir a Praça de Esportes e com galhardia
defende a necessidade da prática do “Foott-Ball Association”; de sua vez o Edil
Elson Correia de supercílios fechados, e cílios longos que se enrolam pela
pálpebras, com um fragmento de papel rolando nas pontas dos dedos olha para
seus pares estarrecidos Pedro Rabelo, Paulo Dias e Ribeiro Santiago e fica
apensar consigo mesmo: - Será o Orlando “Ponto de Ouro” meia esquerda do
Flamengo, protestando contra o agressor Haldway de Montevideu, ou será
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mesmo o colega Analdino quem fala?! A verdade é que Paripiranga tem hoje uma
Camara de Vereadores que não se deixa levar por simples insinuações de
Secretarios encomendados nem os seus membros assinam de “cruz”. E, eu de
longe, recordando o progresso de meinha terra.
Ideal. Ano II. DÉDA, Francino Silveira. Das margens do Itapicurú ao vale do
Irapiranga. O Nº 78. Pag. 03. 23 de maio de 1955. Paripiranga. Bahia. Acervo do
Laboratório de Ensino e Pesquisa em História da UniAGES.
Instituída nas cousas do passado, procurando a cepa pela raiz, vamos topar
com o tronco do velho Itapicurú e esgravetando o pé da cêpa, vamos encontrar o
seguinte sobre Paripiranga antes de ser Malhada Vermelha.
Corria ano de 1648 e pessoas que foram em busca de trabalho à região
marginal do rio Itapicurú de Cima, alí erigiram uma ermida e vieram ao local
moradores de outras paragens; dada porém a infertilidade das terras, só
cinquenta anos depois, era criada alí, freguesia de N. S. de Nazareth do Itapicurú
de Cima, e naquela freguesia estavam encravadas as terras da nossa região que
mais tarde seria o distrito de Malhada Vermelha, hoje cidade de Paripiranga.
Naquela Freguesia, e lá para os lados do sertão. Estava, a alguns anos depois,
edificada também uma Capela de Senhora de Brotas que foi arruinada e
desaparecida, mas, depois algum tempo, foi edificada naquelas imediações, a
margem do Rio Jeremoabo, a Capela de São João Batista de Jeremoabo do Sertão
de Cima.; a qual, por alvará de sua Real majestade, foi em 1718, desmembrada
da Freguesia de Itapicuru, ficando independente e a nossa região, ainda sem
povoamento, por força daquele Alvará, passou a pertencer à Freguesia de
Jeremoabo e esta tinha apenas três povoações; a da sede, a de Massacará, aldeia
dos índios cahimbés e Cariris e a de Sacos dos Morcegos, aldeia também de índio
cariris. A nova Freguesia de Jeremoabo era 80 léguas de nascente ao poente e 30
léguas de norte ao sul e o grau de educação e incultura de sua gente e o atrazo da
Freguesia a que pertencíamos era de tal modo, que dizia o padre Januário José de
Souza Pereira, 6º pároco daquela freguesia: - “Em todo o Estado do Brasil, não há
Freguesia de peor nome que esta do Jeremoabo; de tal sorte que deu seu nome e
ouvido com temos em todas as partes. Os naturais e moradores saindo fora, negão
a pátria e freguesia; os bons de envergonhados e os maus por temos de seus
malefícios”.
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referida Lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente como
nela de contém.
O Secretário desta Província faça imprimir, publicar e correr.
Palácio do Governo da Bahia, 22 de março de 1872 – 51º da Independência e
do Império.
Nesta Secretaria do Governo da Bahia foi publicada a presente lei em 22 de
março de 1872 – O Secretário Paulino Nogueira Borges da Fonseca. Reg.
Fls. 145 v. do liv.7 das Leis e Resoluções da Assembleia Legislativa
Provincial da Bahia.
Secretaria do Governo da Bahia 22.
III. 1872 Altino Rodrigues Pimentel
Chefe da 5ª Sessão
Vide vol. 17 – Pgs. 9 a 11 – Leis e resoluções provinciais – Arquivo Público –
Gabinete do B. Diretos.
N. B. 1 lei 2. 152 de 18 de maio de 1881 transferiu a sede de Massacará para
Cumbe – Vol. 25 das leis e Resoluções – Arquivo público – Pgs. 25 -.
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- PARIPIRANGA –
Francisco José da Rocha, Vice Presidente da Província - faço saber a todos os seus
habitantes que a Assembleia Legislativa Provincial decretou e eu sanciono a lei
seguinte:
Art. 1º - Fica criada uma freguesia com a denominação de N. Senhora do
patrocínio do Coité, cuja (sede) matriz será a capela do mesmo nome
desmembrada da paróquia de Nossa Senhora do Bom Conselho dos Montes do
Boqueirão.
Art. 2º - A nova freguesia terá os limites seguintes: Começará no Rio Vasa-Barris,
no lugar denominado Barra do Riacho Salgado e dai dividindo-se com a Freguesia
de Santana de Simão Dias pela Paróquia de Sergipe, á baixa da Ladeira Grande e
dahi, rumo direito ao Olho D’água do Coité na ponta de baixo da mesma Serra e
dahi à Lagoa das Antas, rumo direito ao Riacho Caiçá no lugar denominado Olho
D’água do Má-fim-tem e por ele (abaixo); acima divide-se com a freguesia de
Nossa Senhora dos Campos do Rio Real, da adita paróquia de Sergipe; dividindo-
se com esta freguesia até as cabeceiras do referido Rio Real na fazenda chamada
São Francisco, e dahi para o Umbuzeiro, inclusive e dahi para a Fazenda João
Vieira de Andrade, donde seguirá para a o Rio Carahyba e, por este abaixo
dividindo-se com a Fazenda de São João Batista de Geremoabo até o Rio Vasa-
Barris, no lugar denominado Barra e Atravessando o rio irá dividindo-se com a
mesma freguesia de Geremoabo até encontrar com esta o lugar denominado
Barra do Rio Salgado onde principia.
Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário. Mandamos, portanto a todos os
habitantes e autoridades as quais o conhecimento e a criação da referida lei
pertencer, que a cumpram façam cumprir tão inteiramente como nela se contém -
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capelão a administração dos sacramentos sem sua licença por escrito, exigindo
por elas esportulas consideráveis, sem atenção á pobreza, e que ele sendo
reverendo representante e informado de tal proceder, passara logo a autorizar ao
capelão para administrar aqueles povos todos os sacramentos, e ainda assistir a
celebração dos matrimônios todos as vezes que se fizesse necessário na ausência
do pároco, recebendo tão somente as expostulas dobradas exorbitantes; sem que
ele tivesse por elas o menor incômodo. Mas que nada disto fôrce bastante; os
males continuam o pároco cheio de ambição e avareza, recusa entrar nos seus
deveres, assim, tendo muito em vista a comodidade e bem espiritual daqueles que
fazem uma parte do seu rebanho, que lhe foi conferido ao seu cuidado, passava a
representar a V. Magestade que esta Capela de N. Sª. Do Bom Conselho tem toda
a capacidade para se erigir Matriz, tanto pela grande povoação que a cerca, coo
pela imensidade de povos que se acham espalhados por aquelas matas, tornando-
se para esse fim tão somente tão somente uma pequena parte das freguesias
confiantes, o que lhes não faz detrimento, visto que pela distância os respectivos
párocos, não podem socorrer os seus habitantes como confessa o paroco do
Itapicuru de Cima e se vê da sua carta n. No Caso, pois que V. Magestade se
digne a erigir a dita capela em Matriz vem a ficar com vinte e duas léguas de
comprimento e treze de largo, como fazia ver pela demarcação descrita no mapa
do padre missionário que juntamente apresentava a V. Magestade no documento
n. Ultimamente unindo êle. Reverendo Arcebispo Eleito, suas suplicas as
daqueles miseráveis povos passava a implorar a V. Magestade o remédio dos seus
males que só poderiam terminar com a ereção daquela capela em Matriz.
Continuou-se vista ao Procurador Geral dar providencia ao objeto proposto pelo
Reverendo Arcebispo Eleito da Bahia, quanto é a necessidade dos povos
habitante, e aplicada à capela aqui mencionada para se crear a freguesia na
forma requerida, no que convenho. Mandou esta mêza que o mesmo Reverendo
Arcebispo Eleito e Vigário Carticular da Bahia informasse quaes deveriam ser os
limites da nova freguesia e o numero dos moradores que lhes ficaria
pertencendo, ouvidos os párocos confiantes por escrito a que em lugar d’ele
Reverendo Arcebispo Vigário Capitular então falecido, respondeu o Vigário
Capitular Arcebispo Borges Leal – o procurador dos habitantes daquele lugar
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ANEXOS
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