INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA

PARAÍBA – CAMPUS JOÃO PESSOA

CURSO SUPERIOR DE BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
DISCIPLINA: MÁQUINAS ELÉTRICAS
PROF.: EDUARDO MEUPAU NEGREIROS DE SOUZA

DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DE

CIRCUITO EQUIVALENTE DE UM MOTOR DE

INDUÇÃO TRIFÁSICO

BRYAN LUCAS GONÇALVES DOS SANTOS

MARCELLO DE ARAÚJO AIRES
PEDRO NOLASCO BANDEIRA NETO
RILBERT LIMA DA SILVA

João Pessoa
Julho/2018
 BRYAN LUCAS GONÇALVES DOS SANTOS
MARCELLO DE ARAÚJO AIRES
PEDRO NOLASCO BANDEIRA NETO
RILBERT LIMA DA SILVA

DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DE CIRCUITO

EQUIVALENTE DE UM MOTOR DE INDUÇÃO
TRIFÁSICO

Relatório apresentado ao professor Eduardo

Vidal Negreiros de Souza, referente a disci-
plina de Máquinas Elétricas do curso supe-
rior em Engenharia Elétrica do IFPB.

João Pessoa
julho/2018
 Lista de ilustrações

Figura 1 – Representação Básica do Motor de Indução. . . . . . . . . . . . . . . . 6

Figura 2 – Placa do Motor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Figura 3 – Circuito equivalente simplificado por fase do ensaio a vazio de um motor
de indução trifásico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Figura 4 – Circuito equivalente simplificado do ensaio de rotor travado do motor
de indução trifásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Figura 5 – Circuitos equivalentes com suas respectivas impedâncias após os cálcu-
los. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
 Lista de tabelas

Tabela 1 – Materiais utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Tabela 2 – Especificações do motor de indução utilizado. . . . . . . . . . . . . . . 9
Tabela 3 – Grandezas medidas durante o experimento. . . . . . . . . . . . . . . . 12
 5

Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.1 Motor de Indução Trifásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2 Estrutura do Relatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

3 MATERIAIS E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.1 Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.2 Motor de Indução em Y . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.3 Métodos simplificados dos ensaios a vazio e de rotor bloqueado . . 10
3.3.1 Ensaio a vazio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.3.2 Ensaio com rotor travado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

4 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
 6

1 Introdução

1.1 Motor de Indução Trifásico

Um motor de indução é um motor elétrico de corrente alternada no qual a corrente
elétrica no rotor necessária para produzir torque é obtida por indução eletromagnética do
campo magnético do enrolamento do estator. O rotor de um motor de indução pode ser
do tipo enrolado ou do tipo gaiola de esquilo.
A vantagem deste motor é de não requerer nenhum dispositivo de partida, no caso
pode-se dizer que são motores de indução de partida automática. Para melhor compreen-
são, o princípio do motor de indução trifásico, deve-se conhecer as partes que constituem
o motor, que normalmente são divididos em duas partes principais:
O estator do motor de indução trifásico é composto de números de ranhuras para
construir um circuito de enrolamento de 3 fases, o qual nos conecta-se com a fonte de
corrente trifásica. Organiza-se o enrolamento trifásico de tal maneira que nas ranhuras
que eles produzam um campo magnético rotativo quando liga-se a fonte de alimentação
CA trifásica.

Figura 1 – Representação Básica do Motor de Indução.

Fonte: Electrical Academia.

O rotor do motor de indução trifásico consiste em núcleo laminado cilíndrico com

ranhuras paralelas que podem transportar condutores. Os condutores são pesados de cobre
ou barras de alumínio instalados em cada slot e curto-circuitados pelos anéis finais, esta
estrutura é conhecida como gaiola de esquilo. As ranhuras não são exatamente paralelas
ao eixo do eixo, mas são um pouco distorcidas, porque esse arranjo reduz o ruído de
zumbido magnético e pode evitar a parada do motor.
Capítulo 1. Introdução 7

1.2 Estrutura do Relatório

Este relatório é composto de cinco capítulos. O primeiro capítulo é destinado
à introdução. O segundo capítulo os objetivos do relatório. O terceiro capítulo trata dos
materiais utilizados e métodos aplicados durante a execução da atividade prática. O quarto
capítulo apresenta os resultados obtidos e compara os valores reais com os ideais, e o quinto
e último capítulo apresenta as principais conclusões obtidas com o desenvolvimento do
trabalho realizado.
 8

2 Objetivos

∙ Determinar experimentalmente os parâmetros do circuito equivalente monofásico de

um motor de indução trifásico de modo semelhante ao que foi feito para o transfor-
mador trifásico;

∙ Determinar por vias experimentais, as perdas em vazio e em carga mecânica dos

motores de indução, esta, se for necessário.

Fatores
Motor do item 1 Motor d
de Seleção
Frequência de Alimentação (Hz) 60 60
Tensão de linha com Corrente de linha na ligação Y
Valor de tensão de linha
(menor valor em V) na ligação corrente de linhas correspodente, isto
para o mesmo fator de potência dado
Potência Ativa Trifásica (kW/CV)

Fator de Serviço 1 1
Regime de Serviço S4 S1
Classe de Isolamento F E
Ip/In
Categoria do Motor H N
Grau de Proteção IP IP66 IP55
 9

3 Materiais e Métodos

3.1 Materiais
Na Tabela 1 estão dispostos os materiais utilizados neste experimento.

Tabela 1 – Materiais utilizados

Item Quantidade Especificação

01 01 Wattímetro alicate digital
02 01 Motor WEG de indução trifásico
03 05 Cabos
Fonte: Autoral.

Tabela 2 – Especificações do motor de indução utilizado.

1
Potência 1 cv
2
Tensão Nominal (Y) 380V
Corrente Nominal (Y) 3A
Frequência Nominal 60Hz
Velocidade 1720RPM
Classe de isolamento B
Regime de serviço S1
Grau de proteção 21
Fonte: Autoral.

3.2 Motor de Indução em Y

Para a prática, inicialmente deve-se fazer o ligação do motor de indução em estrela
(ou em Y), de modo geral, em um dos lados das três bobinas deve-se fazer um curto e no
terminal restante das três bobinas deve-se alimentar com uma fase em cada uma.
Na Figura 2, pode-se observar que a ligação em estrela juntam os terminais 1, 2 e
3, fazendo um ponto em comum e os terminais restantes, estão isolados, ou seja, esperando
a alimentação trifásica.
Capítulo 3. Materiais e Métodos 10

Figura 2 – Placa do Motor.

Fonte: Autoral.

3.3 Métodos simplificados dos ensaios a vazio e de rotor bloqueado

3.3.1 Ensaio a vazio
Antes de realizar o ensaio, foi medido a resistência a frio do motor, junto com a
temperatura ambiente.
Não sendo consideradas perdas rotacionais separadamente, então elas estarão in-
cluídas na potência medida por fase deste ensaio a vazio. Foi medida a potência a vazio
com o alicate wattímetro, tal que sua ponta de referência ficou ligada ao ponto comum da
ligação Y do estator e a outra ponta de tensão foi ligada em uma das fases deste estator,
ou seja, foi medida a potência a vazio monofásica. Com esta mesma ligação de wattímetro,
a tensão por fase 𝑉𝑜𝑐 e a corrente por fase (medida com a garra do wattímetro) 𝐼𝑜𝑐 , no
mesmo wattímetro foi obtido o fator de potência.
O circuito equivalente que pode ser utilizado é o circuito mostrado na Figura 3
Capítulo 3. Materiais e Métodos 11

Figura 3 – Circuito equivalente simplificado por fase do ensaio a vazio de um motor de

indução trifásico.

Fonte: Autoral.

3.3.2 Ensaio com rotor travado

Com o alicate wattímetro, foram realizadas as mesmas medidas do ensaio a vazio,
porém, agora travando o rotor para que o mesmo não girasse: potência monofásica, tensão
por fase, corrente de fase e fator de potência. Para isso, inicialmente, foi reduzida a tensão
dos terminais trifásicos e ao alimentar o motor de indução, foi verificado a corrente em
uma das fases, com isso foi-se aumentando a tensão até obter uma corrente de 3𝐴, corrente
em estrela nominal do motor, como pode ser visto na Figura 2.
Após o ensaio, foi-se desligado o motor de indução e rapidamente houve a medição
da resistência a quente do motor de indução.

Figura 4 – Circuito equivalente simplificado do ensaio de rotor travado do motor de in-

dução trifásico

Fonte: Autoral.
 12

4 Resultados

A Tabela 3 mostra os valores medidos durante os ensaios a vazio e com rotor

travado realizados.

Tabela 3 – Grandezas medidas durante o experimento.

Grandeza Valor
𝑅𝑒𝑓 , Resistência "a frio" 7,1 Ω
𝑇𝑟𝑒𝑓 , Temperatura ambiente antes do ensaio 26 ∘ C
𝑅𝑡 , Resistência "a quente" 7,4 Ω
𝑉𝑂𝐶 , Tensão de fase a vazio 222,3 V
𝐼𝑂𝐶 , Corrente de linha 1,96 A
𝑃𝑂 , Potência de uma fase em vazio 88,3 W
𝐹 𝑃𝑂 , Fator de potência de uma fase em vazio 0,2
𝑉𝑅𝑇 , Tensão de rotor travado 48,2 V
𝐼𝑅𝑇 , Corrente de linha 3,04 A
𝑃𝑅𝑇 , Potência de uma fase com rotor travado 107,8 W
𝐹 𝑃𝑅𝑇 , Fator de potência de rotor travado 0,72
Fonte: Autoral.

Usando esse valores pode-se calcular, segunda a ABNT NBR 17094-3:2018, a tem-
peratura 𝑇𝑡 do enrolamento de fase do estator, dada por:

𝑅𝑡 − 𝑅𝑟𝑒𝑓
𝑇𝑡 = 𝑇𝑟𝑒𝑓 + (234, 5 + 𝑇𝑟𝑒𝑓 )
𝑅𝑟𝑒𝑓 (4.1)
∘
𝑇𝑡 = 37, 0 𝐶

Consultando a Tabela do motor, Figura 2, é possível ver que no campo 𝐼𝑆𝑂𝐿 está
escrito 𝐵, que a partir de (WEG, 2011), quer dizer que a Temperatura Especificada 𝑇𝑒𝑠𝑝
para motores classe 𝐵 é de 135∘ 𝐶.
Com isso pode-se então calcular 𝑅1, a resistência por fase do estator como:

𝑇𝑒𝑠𝑝 + 234, 5
𝑅1 = 𝑅𝑡
𝑇𝑡 + 234, 5 (4.2)
𝑅1 = 10, 07Ω

A partir do circuito equivalente simplificado por fase do ensaio a vazio mostrado

Capítulo 4. Resultados 13

na Figura 3, pode-se calcular 𝑅𝐶 como:

2
𝑉𝑂𝐶
𝑅𝐶 = 2
𝑃𝑂 − 𝑅1 × 𝐼𝑂𝐶 (4.3)
𝑅𝐶 = 996, 08Ω

Com isso, pode-se calcular a reatância 𝑋𝑚 como:

𝑉𝑂𝐶
𝑋𝑚 = √︃ )︂2
𝑉𝑂𝐶
(︂
2
𝐼𝑂𝐶 − (4.4)
𝑅𝐶
𝑋𝑚 = 114, 16Ω

A partir do circuito equivalente simplificado do ensaio de rotor travado mostrado

na Figura 4, pode-se calcular a potência de rotor travado como:

𝑃𝑟𝑡 = 𝑉𝑟𝑡 × 𝐼𝑟𝑡 × 𝐹 𝑃𝑟𝑡

(4.5)
𝑃𝑟𝑡 = 107, 8𝑊

E a partir desta potência pode-se calcular a resistência 𝑅2 como:

𝑃𝑟𝑡
𝑅2 = 2
− 𝑅1
𝐼𝑟𝑡 (4.6)
𝑅2 = 1, 34Ω

Logo:

𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2
(4.7)
𝑅𝑒𝑞 = 10, 07 + 1, 34 = 11, 41Ω

E por fim, pode-se calcular a reatância equivalente 𝑋𝑒𝑞 como:

√︁
𝑉𝑟𝑡2 − (𝑅1 + 𝑅2 )2 × 𝐼𝑟𝑡
2
𝑋𝑒𝑞 =
𝐼𝑟𝑡 (4.8)
𝑋𝑒𝑞 = 11Ω

Segundo a placa do do motor, Figura 2, o motor em questão é de Categoria N, e

𝑋𝑒𝑞
pela norma IEEE-112-1991, tais motores possuem 𝑋1 = 𝑋2 = = 5, 5Ω.
2
A Figura 5 mostra os circuitos equivalentes e suas respectivas impedâncias.
Capítulo 4. Resultados 14

(a) Ensaio a vazio (b) Ensaio de rotor travado

Figura 5 – Circuitos equivalentes com suas respectivas impedâncias após os cálculos.

 15

5 Considerações Finais

A determinação das características de funcionamento dos motores de indução

trifásicos, pode ser realizada através de ensaios práticos, a vazio e com rotor bloque-
ado, de forma similar aos ensaios a vazio e em curto circuito usados em transformado-
res.(CHAPMAN, 2013)
Com os resultados dos ensaios e conhecendo a topologia de ligação do motor,
torna-se possível estabelecer os valores dos parâmetros do mesmo e assim estabelecer o
modelo ou circuito equivalente que o representa.
A partir do circuito equivalente é possível analisar o funcionamento do motor
como se fosse um simples circuito elétrico, fazendo a devidas relações entre as correntes,
o torque e as perdas que são “teoricamente” dissipadas em cada componente do circuito
equivalente.
Desta forma a analise de desempenho do motor fica mais fácil de ser realizada e
ainda podemos traçar gráficos dos principais parâmetros, como torque e corrente para
diferentes velocidades, ficando ainda mais fácil a compreensão.
É importante lembrar que podem ocorrer erros nas medições feitas durante o
ensaio, seja pela precisão dos instrumentos ou pela incorreta operação dos mesmos.
Então fica evidenciado o grande potencial dos ensaios realizados em laboratório
para determinar os parâmetros do circuito equivalente monofásico do motor de indução
trifásico permitindo prever de maneira satisfatória, o desempenho do motor em regime
permanente, contribuindo para sua análise e como parte de uma consolidação das teorias
já vistas.
 16

Referências

CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. [S.l.]: AMGH Editora, 2013.

Citado na página 15.

WEG. Guia prático de treinamento técnico comercial. 2011. Citado na página 12.