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Revista Recuperar Ed41

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Pisos Industriais

Fórmula revolucionária promove


melhor endurecimento em pisos
de concreto
Saiba tudo sobre o produto que tornou as fórmulas à base de silicato
antiquadas para o endurecimento de pisos de concreto.

Carlos Carvalho Rocha

Quem já executou pisos de concreto, sejam


comerciais ou industriais, sabe o quão é co-
mum obter uma superfície com pouca ou
nenhuma resistência à abrasão que, como
conseqüência, irá produzir pó, muito pó, ao
mesmo tempo que notar-se-á a surgência de
areia com o passar de empilhadeiras ou
mesmo pessoas, enfurecendo o cliente. Este
estado patológico é causado por três fato-
res básicos:
• Excesso de água de amassamento no con-
creto;
• Técnica de acabamento inadequado;
• Cura de má qualidade.

Com aplicação de endurecedores de super-


fície à base de silicato de sódio, tem-se con-
seguido excelentes resultados, obtendo-se,
suficiente endurecimento para acabar com
todo aquele pó e desagregação. Os endure-
cedores à base de silicato ou fluorsilicato,
quando aplicados, penetram no substrato
algo em torno de 3mm, ao mesmo tempo
que reagem com a enorme quantidade de
cal não hidratada existente na matriz do
concreto (pasta de cimento), produzindo
silicatos cálcio hidratados ou a chamada
tobermorita. É pelo aumento da concentra-
ção da tobermorita no substrato que ocorre
a melhora da resistência abrasiva do piso.
Mais ainda, esta melhoria da qualidade da
superfície do piso, em função da concen-

4 RECUPERAR • Maio / Junho 2001



O fio da meada: o silicato, o sódio e o lítio





O sódio é o protótico dos metais alcalinos, muito difundido na natureza, especialmente na


forma de cloreto que aparece em enormes quantidades nos mares e também em jazidas.


Trata-se de um metal branco, com brilho prateado, que reage com a água formando hidróxido



de sódio. É facilmente oxidado, recobrindo-se com uma camada de hidróxido quando exposto


ao ar. É muito eletropositivo e tem a valência +1. É extremamente reativo. Se adicionarmos



um pouco de pasta de cimento portland com silicato de sódio puro veremos que o endurecimento


é instantâneo. O silicato por si só é um sal derivado do ácido silícico. No silicato de sódio, a


água atua como solvente e o produto é usado na forma líquida. O lítio é um elemento raro e o



mais leve de todos os metais.























Após a aplicação da acabadora mecânica é reco-


mendável a aplicação de endurecedores de superfí-


cie para curá-la e endurecê-la.




○ profundidade em razão da reatividade vio-
lenta desta substância com os compostos

cálcicos não hidratados da matriz do con-



creto (pasta de cimento).


O tratamento final de grandes pisos de concreto com acabadoras mecânicas é obrigatório; assim como o

seu endurecimento com produtos específicos, de modo a permitir uma boa cura e consequente endureci-
O endurecimento

mento.

à base de lítio


tração da tobermorita, diminui a movimen- elemento muito reativo. Quando na forma



tação do fluxo de umidade, tanto do terre- de silicato de sódio para penetrar nos poros A baixa reatividade do lítio aliada, a sua


no para o interior, quanto do interior para o do substrato do concreto para provocar o menor alcalinidade freiam substancialmente

terreno, oferecendo impermeabilidade ao endurecimento da superfície, fica extrema- a reação com os compostos cálcicos da


piso. Contudo, sabemos que o sódio é um mente limitado aos primeiros milímetros de matriz do concreto, permitindo que as par-

continua na pág. 08.

A aplicação de spray com endurecedores sobre o piso, imediatamente após a O uso de endurecedores em pistas de concreto é fundamental para sua durabi-
acabadora mecânica, ajuda na cura ao mesmo tempo em que promove um en- lidade.
durecimento do piso.

RECUPERAR • Maio / Junho 2001 5


A ação das empilhadeiras...

6 RECUPERAR • Maio / Junho 2001


...no seu piso de concreto.

As antigas “fórmulas” à base de silicato ou fluorsilicato


penetram no máximo 3 milímetros no substrato do piso o que,
com o correr dos anos, é insuficiente para resistir ao tráfego
contínuo de empilhadeiras e outros processos abrasivos ou de
impactos. A fórmula revolucionária à base de lítio de
PENTRASIL penetra profundamente no concreto, oferecendo
maior e melhor dureza assim como durabilidade inigualável.

RECUPERAR • Maio / Junho 2001


Fax consulta nº 19
7
Um outro aspecto de extrema importância



no processo de endurecimento de pisos de


concreto está no fato de que o sódio (Na2O)



e a magnesia (MgO) estão presentes no con-


creto, tornando-se difícil ou impossível



medir a profundidade e a eficácia do trata-


mento com endurecedores à base de silica-



to de sódio ou fluorsilicatos de magnésio.


O lítio não está presente no concreto, tor-



nando-se mais fácil de medir sua concen-


tração e penetração, atestando-se a efetivi-



dade do endurecimento e da impermeabili-


dade do piso. Combatem eficazmente a re-


atividade álcali sílica.



Os endurecedores à base de lítio são à base


d’água. Não possuem odor, podendo ser usa-



dos em qualquer substrato que contenha ci-


mento portland. Não são cancerígenos ou



metagênicos. Podem ser usados em áreas


onde há preparação de alimentos. Podem


Simulação de uma vista microscópica da matriz do concreto com seus canais capilares. A utilização de


produtos lentamente reativos em suas paredes é fundamental para o seu preenchimento.

tículas de lítio e do endurecedor, penetrem



e se distribuam profundamente no piso atin-


gindo, possivelmente, toda a sua espessura



e procedendo lentamente a reação comple-


ta de endurecimento, com formação de es-



truturas rígidas e estáveis de silicatos inso-


lúveis. Adicionalmente, o endurecedor à base



de lítio ainda reage com hidróxido de cálcio


que envolve aqueles canais capilares e mi-



croscópicos existentes na matriz, impossíveis


de serem atingidos pelos endurecedores à



base de silicato de sódio e magnésio, produ-


zindo substâncias complexas à base de sili-



cato tricálcico, formando uma perfeita bar-


reira à introdução de umidade, tornando o


O objetivo final para todo piso de concreto é uma excelente cura e, principalmente, o seu endurecimento,

piso extraordinariamente mais denso. permitindo o aproveitamento da superfície sem outros gastos como a aplicação de resinas epóxicas.

ainda ser utilizados em pisos antigos ou ime-


A diferença entre as “fórmulas” existentes

diatamente após o trabalho de concretagem



e da aplicação da acabadora mecânica.



Fax consulta nº 17

Para ter mais informações



sobre Pisos Industriais.


Click aqui:

http://www.recuperar.com.br




REFERÊNCIAS

• Carlos Carvalho Rocha é engenheiro civil,



especialista em serviços de recuperação.





Não perca



nº 42


8 RECUPERAR • Maio / Junho 2001


Tintas

Novidade:
as tintas à base de silicato
Conheça esta nova tinta, bem superior às tintas à base de latex.

Michele Batista

Antes de mais nada, devemos dar umas pin-


celadas nas tinta latex para entender o as-
sunto. Latex significa que a tinta contém
uma resina sintética orgânica dispersa em
água na forma de finas partículas, ao invés
de dissolvida. Lembre-se que a resina está
presente na forma de particulazinhas mi-
croscópicas. Após a aplicação deste tipo de
tinta, começa seu período de cura por coa-
lescência, isto é, a água começa a evaporar
e as partículas de resinas e pigmentos, dis-
persos, entram em contato uns com os ou-
tros, eventualmente fundindo-se. Se olhar-
mos o filme em um microscópio, veremos
uma união de finas partículas aglomeradas,
parecendo um favo de mel, nada parecido
com um suposto filme liso e plano.
Precisamos entender agora que existem re-
sinas orgânicas, aquelas que tem carbono
em sua estrutura ou cadeia, e as resinas inor-
gânicas, que não apresentam qualquer tra-
ço de carbono.

10 RECUPERAR • Maio / Junho 2001


10 RECUPERAR • Maio / Junho 2001
RECUPERAR • Maio / Junho 2001 11
Fax consulta nº 20
Pontes estão entre as obras mais adequadas às tintas à base de silicato.

A tinta de silicato é 100% inorgânica. Sua filme não sofre trincas, não descama e é pela formação de ligações micro-cristalinas



tecnologia é recente, se comparada às resi- facilmente lavável. O silicato, assim como com o substrato. Este processo é chamado


nas à base de latex. Como já pincelamos o silicone, são derivados do dióxido de silí- de “silificação”.



anteriormente, as tintas de silicato baseiam- cio, o qual é inorgânico e é o segundo ele-



se na ligação Si-O-Si, bastante estável, de- mento mais abundante na face da Terra, sen- ○
O que é a resina de silicato

vido a resistência à oxidação, o que difere do frequentemente usado em aplicações in-



dos filmes orgânicos que são, acima de tudo, dustriais, espaciais e em computadores Parece brincadeira, mas existem mais polí-

instáveis. De um modo geral, estas tintas (ships de silício). Um benefício inerente do meros inorgânicos do que orgânicos, muito


apresentam altíssima estabilidade química, silício e seus derivados é que, uma vez rea- embora o segmento deste último tenha se

com excelente resistência à radiação UV, gido, permanecerá num estado químico al- desenvolvido mais. Uns poucos polímeros


chuva ácida e ambientes corrosivos. Seu tamente estável, petrificando na superfície inorgânicos como o vidro, o carbureto de

tungstênio, as cerâmicas e os semi-condu-


tores são feitos pelo homem. Muitos destes



inorgânicos são baseados na química do si-


lício. Os mais importantes aglomerantes ou



resinas deste elemento, hoje empregados,


são os silicatos solúveis e aqueles que for-



mam o Cimento Portland.


Esta classe de silicato solúvel usado



como aglomeramento em resinas e tin-


tas são os chamados álcali-silicatos, pro-



venientes dos metais alcalinos ( sódio,


potássio e lítio). Os filmes formados so-



frem também um processo de perda


d’água (desidratação), predominante-



mente por evaporação e por absorção


para dentro do substrato. Quando a água



é perdida, os álcali-silicatos ficam con-


centrados e, eventualmente, forma-se um



filme seco. Neste estágio, o silicato ain-


da é solúvel em água, mas gradualmente



começa a hidrolizar para formar o ácido


A performance das tintas de silicato garantem uma durabilidade até então impossível com as tintas latex.
silícico o qual, em troca, reage com o

Após cerca de dez anos, normalmente, as fachadas necessitam apenas de uma lavagem.

12 RECUPERAR • Maio / Junho 2001


O gel de mercado tem Veja agora a diferença
estas características com o nosso Gel
GEL X GEL XPTO
Procedência .................................... Alemanha Procedência .................................... Alemanha
Base ............................................. Poliuretano Base ............................................. Poliuretano
Coloração .................................. Marrom Claro Coloração .................................. Marrom Claro
Densidade ...................................... 1,02g/cm3 Densidade ...................................... 0,98g/cm3
Relação de mistura ...................... 3:1 em peso Relação de mistura ...................... 2:1 em peso
Viscosidade ......................................... 285cps Viscosidade ........................................... 90cps
Pot life ...................................................... 50’ Pot life ...................................................... 50’
Tempo de reação ................................. 2 horas Tempo de reação ................................. 2 horas
Resistência à tração .............................. – Resistência à tração ........................... 2,2MPa
Dureza Shore .............................................. 40 Dureza Shore .............................................. 52
Preço ....................................... R$ 55,00/litro Preço ....................................... R$ 45,00/litro
Obs.: Atende norma alemã (KTW) para contato Obs.: Atende norma alemã (KTW) para contato
com água potável. com água potável.

Injete

XPTO
Nos próximos serviços de injeção de poliuretano para
acabar com infiltrações em barragens, estações de
tratamento de águas e esgotos e etc. Não aceite
outro GEL para injetar.
RECUPERAR • Maio / Junho 2001
ROGERTEC 13
Tel/Fax: (21) 2493-4702
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Prédios como este foram pintados com tinta de silicato e a perspectiva é de 25 anos sem qualquer problema
de repintura.

pigmento e com o substrato. A resina sílica polimérica e como a água é per-


de silicato, normalmente com relação dida promove filmes verdadeiramente



superior a 1:1 de SiO 2 : Na 2O, contém resistentes.


O que é latex?
São partículas de resina ou borracha, geralmente de hidrocarbonetos dispersas em meio
aquoso, tomando a forma de emulsão ou suspensão igual a um líqüido leitoso. Os latexes
mais comuns são à base de acetato de polivinila (PVA), de acrílico vinila, de estireno butadi- Nada de injeção e perda de tempo.
eno e de acrílico acetato vinila. O latex de cloreto de polivinila (PVC) já está se tornando Preencher e monolitizar trincas e fissuras
bastante comum. Todos são bastante empregados na formulação de tintas arquitetônicas. no concreto estrutural ficou mais fácil com
o revolucionário sistema epóxico de baixa
viscosidade PP50. Isento de solventes,
com 100% de sólidos, possui viscosidade
Tintas orgânicas? praticamente igual a da água. Basta ver-
ter e pronto. Sua estrutura está novamen-
As tintas orgânicas líquidas tem três componentes básicos, a resina, o solvente e o pigmen-
te monolitizada. PP50 só tem dois compo-
to, sendo que a resina é o componente formador do filme. O solvente é usando para dissol- nentes e é um potente monolitizador, su-
ver a resina e modificar a viscosidade da tinta, ao passo em que o pigmento é a sua porção perior ao metacrilato pelo preço e pela
sólida. Normalmente, uma tinta orgânica contém támbém aditivos que a tornam específica a facilidade de aplicação. Ideal para aplica-
uma determinada aplicação. Existem muitas maneiras de descrever o comportamento do ção em estruturas com trincas e fissuras
filme de uma tinta. A mais genérica é aquela em que a tinta forma um filme protetor pela como lajes, pisos industriais, lajes de ver-
simples evaporação do solvente orgânico ou água, sem qualquer mudança química, caracte- tedouros, etc.
rizando um filme termoplástico. É o caso das tintas latex. A outra situação é aquela em que
a tinta forma um filme protetor devido a uma mudança química, formando um filme termor-
rígido. A mudança química pode ser por oxidação pelo ar de óleos secativos não saturados
ou pela reação com outro componente da tinta, água ou dióxido de carbono do ar. São os PP50 na sua estrutura!
casos dos epóxis, poliuretanos, poliésters etc.

14 Fax consulta• Maio


RECUPERAR nº 399
/ Junho 2001
Comparação entre as tintas Latex e as de Silicato
Descrição Tinta de Silicato Latex Acrílico

Durabilidade Teste de envelhecimento acelerado (ASTM G53) A expectavida de vida de uma tinta acrílica varia
evidencia ausência ou pouca deterioração após de 5 a 7 anos. Após esse período, é necessário
105 anos. um novo tratamento.
Adesão Torna-se parte do substrato (emboço, reboco ou Forma um filme contínuo e orgânico na superfí-
concreto). Não fissura, empola ou descama. cie do substrato que é inorgânico.
Permeabilidade ao Alta - deixa a umidade passar, evitando a con- Baixa - Cria dificuldades à passagem do vapor,
vapor d’água que densação e permitindo que as superfícies freqüentemente formando bolhas onde
entra e sai natural- permaneçam secas, o que é bastante útil há muita umidade interna.
mente das paredes para regiões com umidade alta.
Algas e mofo Superfícies inorgânicas são insensíveis. São totalmente sensíveis já que servem de ali-
mento.
Manutenção Ausência de manutenção Necessitam de repintura após 5 anos.
(apenas lavagem após 10 anos).

As características da tinta de • Um catalizador reage para tornar a pelí- mento difere das tintas orgânicas tradicio-



silicato cula resistente à água. nais.


• A ligação química é formada com dispo-


Fax consulta nº 22


As tintas de silicato presentes, hoje, no nos- nibilidade de íons metálicos no substrato.


Para ter mais informações


so mercado são à base d’água e fabricadas • A película interage com o substrato, pe-


sobre Tintas.


também com pigmentos inorgânicos. Após trificando em forma de carbonatos (silifi-


a aplicação, a película passa por quatro pro- cação).


Click aqui:


cessos de cura separados: Os benefícios das tintas de silitado mineral


http://www.recuperar.com.br

• A água evapora e forma-se um gel. são bastante interessantes. Seu comporta- ○



REFERÊNCIAS
Algumas características das tintas de silicato

• Michele Batista é química.



Durabilidade Aparência Estabilidade Segurança


(não apresentam) (não apresentam)


“Como reconhecer a corrosão


•Fissuramento. •Engisamento ou pulve- •Com relação à •Incombustível.


•Descascamento. rulência. chuva ácida. •Não produz fumaça.


bacteriológica?”

•Escamas. •Perda de cor (bem •Insensível à UV. •Praticamente antialérgica.


superior às tintas •Reduzida absorção. •Base água. Não perca


convencionais). •Insensível ao mofo e à



fumaça
nº 41


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Fax consulta nº 09

RECUPERAR • Maio / Junho 2001 15


Métodos de Recuperação

A recuperação
da Torre de Pisa
Obra de recuperação, finalmente, reduz a inclinação e dá
estabilidade ao monumento.

Carlos Alberto Monge

Finalmente o monumento deverá ser de- ma ocorrido em setembro de 1995, que fi- Jamiolkowski, professor de engenharia ge-



volvido, em junho, ao seu guardião histó- cou conhecido como “setembro negro” e otécnica da Escola Técnica de Turin e pre-


rico, a Opera Primaziale Pisana pertencen- quase provocou o colapso da torre, devido sidente da Comissão Internacional para Pre-



te à Igreja Católica Romana. As escoras a substituição dos pesos de chumbo empi- servação da Torre de Pisa. O grupo foi com-


internas, instaladas há pouco tempo para lhados no lado norte da torre, por tirantes posto por engenheiros, arquitetos e histori-



reforçar seus frágeis pilares periféricos, verticais. adores vindos de todas as partes do mundo.


além dos cabos de aço inoxidável em tor- “Um dos principais motivos para o suces- Como em toda obra política, Jamiolkowski



no do revestimento de mármore serão os so da operação de recuperação foi a natu- sucedeu inúmeros outros engenheiros de


únicos vestígios desta obra de 11 anos. A reza multidisciplinar da equipe que coor- dezesseis comissões anteriores, produzin-



missão foi um sucesso apesar do proble- denava os trabalhos”, disse-nos Michele do uma verdadeira biblioteca sobre o as-


sunto. Na verdade, foi o desmoro-
namento de uma torre contemporâ-
nea e perfeitamente vertical, em Pa-
via, em 1999, que fez com que o go-
verno italiano resolvesse tomar me-
didas enérgicas em relação à Tor-
re de Pisa.
Pesando 142 toneladas estava,
aparentemente, à beira do colap-
so. Possuía um fator de segurança
quase nulo em relação a um pos-
sível desabamento e sua inclina-
ção aumentava a cada ano. A cres-
cente carga excêntrica introduzia
tensões quase no limite de rutura
das alvenarias de pedra de 10cm
de espessura, revestidas com már-
more. O monumento está assen-
tado sobre camadas alternadas de
argila e areia, à semelhança dos
prédios de Santos, em São Paulo.
A torre, provavelmente, teria de-

A torre de PISA durante os trabalhos de recuperação. Note os cabos de aço fixados em torno da torre.
20 RECUPERAR • Maio / Junho 2001
RECUPERAR • Maio / Junho 2001 21
Tel/Fax: (21) 2493-4702
empresas interessadas quase levou à desas-



trosa decisão de substituir os contrapesos


de chumbo, que haviam sido empilhados no



lado norte da torre para estabilizá-la, por


tirantes ancorados no solo. Desatrosa, por-



que seria uma verdadeira “cirurgia” desne-


cessária para um doente que estava entre a



vida e a morte. Em 1992, a comissão con-


tratada, sabendo da instabilidade política



reinante e da sua autoridade decidiu traba-


lhar de modo a impedir o pior e aliviar as


tensões atuantes nas alvenarias do lado sul.



O monitoramento topográfico da torre con-


tinuava informando que ela inclinava e



afundava para o lado sul, ao mesmo tempo


em que seu lado norte levantava. Mais 600



toneladas de contrapesos de chumbo foram


posicionados no lado norte, sobre uma viga



protendida chumbada à fundação da torre.


Esta medida freiou o recalque, ao mesmo



tempo em que reverteu o movimento ligei-


ramente. É interessante relatar que durante


Note os cabos de aço fixados na parede (foto esquerda) da torre. Estes cabos foram presos a um sistema de


contrapesos a cerca de 200m da torre (foto direita). esta etapa de serviços a comissão era lite-


sabado durante a construção. John Burland, italianas e algumas firmas especializadas ralmente bombardeada com opiniões con-



professor de engenharia civil do Imperial em projetos de recuperação para implemen- trárias à solução dada com os contrapesos,


College de Londres e coordenador da co- tar os trabalhos. alegando falta de estética.


Em 1995, cedendo à pressão, a comissão


missão de recuperação da torre, dizia que Para evitar interferências, uma lei especial


os longos períodos sem qualquer atividade deu à esta comissão liberdade de ação para decidiu executar 10 tirantes verticais nas


camadas de areia mais profundas, anexan-


de construção no local permitiram que a atuar conforme achasse necessário. Mas

argila se consolidasse. havia um problema grave, o Parlamento ita- do-as à cinta protendida executada apenas


no lado norte. É interessante relatar que a

Motivado pelo desastre da torre de Pavia o liano havia inicialmente concedido à comis- ○

governo italiano, em 1990, com interven- são poderes para atuar apenas durante 6 construção da viga protendida anexa à fun-

dação da torre exigiu o congelamento do



ção direta do primeiro ministro Giulio An- meses. Após esse prazo haveria votação de

dreotti, criou esta comissão de modo a eli- renovação para um novo período. Foi o que solo a uma profundidade e largura calcula-

dos de modo a não criar maiores danos à



minar as rivalidades que haviam paralisa- aconteceu. Perdeu-se mais doi anos para se

do os trabalhos das comissões anteriores, reiniciarem os serviços. A pressão de ou- manutenção insessante da torre, devido à

presença do nível freático alto. Adicional-



que, por sua vez contratou, por empreitada, tros grupos interessados era muito forte.

um consórcio formado por 5 empreiteiras Este clima e a opinião concomitante de mente, foi necessário retirar um piso de pla-


○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Parece difícil recuperar?

A ARCANO recupera.
A ARCANO Engª é especializada na arte de recuperar concreto
armado. Nossa especialidade é o reforço estrutural com fibra de
carbono e a utilização de resinas de baixa viscosidade no trata-
mento de trincas e fissuras. Utilizamos pro-
teção catódica para interromper a corrosão
no concreto armado e protendido. Consul-
Tel/Fax: (21) 252-1154
te-nos hoje mesmo.
Celular: (21) 9913-2679

22 RECUPERAR • Maio / Junho 2001


Curativos não resolvem!
Nossas condições são favoráveis ao desenvolvimento
da corrosão em pontes e viadutos. As conseqüências
são trincas, desplacamentos e o comprometimento do
concreto armado ou protendido. O tratamento
convencional da corrosão é um círculo vicioso que
implica em conseqüências danosas à estrutura,
acarretando reforços com novas sobrecargas.
A 3M, sensível a este problema, desenvolveu a MAZ,
um novíssimo sistema galvânico de proteção catódica,
extremamente rápido e fácil de instalar, interrompendo
de vez processos de corrosão antigos e impedindo
novos. A MAZ é uma película fina de zinco, com um
revolucionário adesivo iônico condutivo, bastando
apenas pressioná-la contra a superfície da estrutura que
se deseja tratar a corrosão. O resultado é a imediata
interrupção da corrosão. Adequada também para
aplicação em estruturas novas. Pare de dar pilha à
corrosão com massinhas e adesivos.

MAZ
Innovation

RECUPERAR • Maio / Junho 2001 Fax consulta nº 452 23


cas de mármore totalmente enterrado que



apresentava 3 metros de largura e 1 de pro-


fundidade, totalmente independente da fun-



dação da torre.


Como conseqüência, o congelamento do



solo ao norte elevou o solo anexo à funda-


ção, alavancando a torre para o lado sul. A



estrutura assentou novamente quando des-


congelou-se o solo.



Esperando que a mesma coisa acontecesse no


sentido inverso, o consórcio começou a con-



gelar o solo do sul, mas a torre inclinou-se


novamente para o sul, continuando a se mo-



ver. Em uma só noite a torre se moveu mais


do que poderia ter se movido, normalmente,



em um ano. Durante um crítico período de 3


semanas, o peso excêntrico da torre combi-



nado ao solo que se dilatava ao norte fez com


que a torre se inclinasse para o sul contra o



solo congelado, originando grandes tensões


de compressão.



À medida que se permitia que o solo descon-


gelasse, posicionava mais contrapesos de



chumbo no lado norte. Neste mesmo ano, o


governo dissolveu a comissão e empossou-a



seis meses mais tarde, substituindo 5 de seus


14 membros. Com esta mudança, a direção



da comissão obteve maioria para proceder a


etapa subseqüente de serviços que era extrair



o solo sob o lado norte da torre. Explica-se:
parte do pessoal da antiga comissão tinha por

opinião cravar centenas de micro estacas em


torno da fundação da torre, o que era comba-



tido pela maioria. Este plano vinha sendo


montado desde 1970. O argumento contrário



às estacas baseava-se no fato de que seria uma


operação arriscada, considerando a fragilida-



de da torre. A idéia da extrassão controlada


do solo, sob o lado norte, visava a busca de



Os contrapesos de chumbo sendo posicionados no lado norte. um equilíbrio mais estável para a torre. Esta

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

24 RECUPERAR • Maio / Junho 2001


Os 41 tubos trado instalados no lado norte da torre. A solução final.

solução já havia sido apresentada, 30 anos A comissão começou a fazer testes, em pe- norte da torre a uma profundidade da fun-


antes por um engenheiro italiano. Foi descon- quena escala, fazendo a extração do solo dação que não excedesse uma distância

siderada em razão do forte lobby, existente na sob o lado norte da torre para ver como igual a um quarto de seu diâmetro, reduzi-


época, para a recuperação da torre. Com téc- aconteceria a transferência de tensões para ria a inclinação do monumento. As análi-

nicas “mais avançadas”, esta solução, nesta o lado sul, mais fraco, como muitos céticos ses, feitas por computador, além dos mode-


época, foi posteriormente adotada, com su- temiam. Uma aluna do curso de pós-gradu- los reduzidos realizados confirmaram os cál-

cesso, em inúmeros prédios que recalcavam ação do Imperial College de Londres fez culos anteriormente executados, o que le-


na cidade do México. estudos demonstrando que perfurar o lado vou Burland a recomendar um ensaio em

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

• Controle global da qualidade na construção;


• Controle tecnológico de concreto, solos e pavimentação;
• Recuperação e reforço de estruturas;
• Gerenciamento e fiscalização de obras;
Grupo falcão bauer • Inspeções e laudos técnicos em estruturas;
Rua Aquinos, 111 - São Paulo - CEP 05036-070
fones: (11) 861-0833 / 861-0677 - fax: (11) 861-0170
internet: http://www.falcaobauer.com.br • Provas de cargas e controle de recalques;
e-mail: [email protected]
CREDENCIADO: INMETRO E IBQN • Análises químicas, físicas e metalográficas.

RECUPERAR • Maio / Junho 2001 25


res detalhes da perfuração através de faxes


MOVIMENTO NORTE-SUL DA TORRE


escritos à mão pelo pessoal da comissão.


Objetivando-se melhores resultados, o con-


Perfuração preliminar
Setembro Negro


sórcio decidiu instalar ao todo 41 tubos tra-


Início da do, posicionados de forma inclinada, espa-


perfuração


principal
çados de 50 centímetros e chumbados em


uma viga de concreto independente da fun-



Equipamento de Perfuração
dação, já que servia apenas de lastro. Após


Ângulo arcsec

os serviços, os tubos-trado foram retirados



permitindo-se que os furos desmoronassem.


À medida que a extração permitia um re-



torno de 10% na inclinação da torre, remo-


via-se os contrapesos. Um pêndulo, insta-


Tubos trado


lado na década de 30, com este novo posi-


Trado
cionamento ou inclinação começou a fazer



Assine





Tel.: (21) 2491-1724


Datas



grande escala na praça próxima à torre.

Quando a perfuração, com extração contro-


lada do solo, finalmente teve início, em fe-



vereiro de 1999, todo o trabalho teórico pre-


paratório já havia tranqüilizado o governo



italiano e a oposição, que sempre se mani-


festava.

Em junho de 1999, após a extração do solo


em apenas 12 furos, interrompeu-se os tra-



balhos já que a inclinação da torre havia sido


reduzida em aproximadamente 85/3600 de



um grau. Depois de vários meses de monito-


ramento, a extração recomeçou em feverei-



ro do ano passado. Com base em relatórios


diários, que recebia do canteiro de obras,



Burland de Londres, monitorava os meno- Obstáculo: um piso antigo enterrado foi cortado para possibilitar a instalação dos tirantes.

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26 RECUPERAR • Maio / Junho 2001


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Você está tratando
minação d’água
com produtos de
superfície?
Tratamentos tópicos
apresentam riscos
e você sabe disso.

A tecnologia da injeção com


poliuretano hidroativado PH
Flex ataca, de maneira pro-
funda, a água de onde quer
que ela venha. Assim, infil-
trações em galerias e paredes
de barragens, paredes dia-
fragma, minações d’água, pi-
sos e poços de elevadores,
metrôs e vazamentos em cas-
telos d’água são resolvidos di-
reta e profundamente, sem
chance de retorno. Para sem-
pre!

PH FLEX de
Conheça o novo
baixíssim a visc osidade.
cp s é pene tração total.
Com 60

Fechada há uma Década, a torre, agora estabilizada, estará novamente aberta aos visitantes em junho.
pressão na alvenaria da torre. Naturalmen- um futuro distante, assim como a uma nova

te teve que ser reposicionado, juntamente comissão de recuperação que deverá ser cri-

com mais dois que foram instalados agora. ada. É o que todo mundo diz. A partir de

É quase certo que recalques diferenciais junho próximo teremos a inauguração e o



voltem a criar problemas para a torre em início das visitas.


Fax consulta nº 27
Para ter mais informações sobre

PH FLEX.
Técnicas de Recuperação,
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REFERÊNCIAS

• Carlos Alberto Monge é engenheiro civil, especialista em serviços de recuperação.


• Internacional Commission for the preservation of the tower of PISA.

Fax consulta nº 328


RECUPERAR • Maio / Junho 2001 27
Corrosão

Detectando a corrosão no concreto


armado e protendido (Final)
Dicas práticas de como detectar corrosão, fazendo o mapeamento dos
potenciais com a semi-pilha.

Joaquim Rodrigues

Nesta matéria estamos juntando o quinto e mente seca. De qualquer forma, quando gião não imersa ou desenterrada, isto é, a



sexto artigos da série prometida a respeito se verifica potenciais mais positivos que armadura acima da linha d’água ou do ter-


do levantamento do estado de corrosão no –200mV com eletrodo de sulfato de co- reno.



concreto armado e protendido. bre (ESC) poder-se-á afirmar, com segu- É difícil de explicar agora, mas este mode-


A existência de pilares parcialmente enter- rança, que não existe corrosão. Por outro lo de macrocélula não pode explicar, por si



rados ou mesmo estacas de pontes e piers lado, caso se constate potenciais da or- só, danos ou sintomas tão violentos, exata-


imersos em água são exemplos de estru- dem de –500mV com ESC nestes pilares mente porque a condutividade acima da li-



turas com alto risco de corrosão, já que o ou estacas estaremos diante de um sério nha d’água ou acima do terreno costuma ser


acesso e conseqüente monitoramento tor- processo de corrosão para tratar. Uma das tão baixa que as correntes de corrosão ne-



na-se difícil. Adicionalmente, podemos explicações para a análise destes resulta- cessárias para causar aquele nível de corro-


afirmar que onde há fluxo de oxigênio dos tão negativos poderá estar na existên- são não poderiam circular, evidenciando


constata-se, seguramente, potenciais mais cia de macrocélulas de corrosão (anodos) aquela diferença de potencial tão grande

negativos do que com a estrutura total- acompanhadas de grandes catodos na re- entre o anodo e o catodo. Esta diferença de


continua na pág. 30.

Os potenciais obtidos no pé de pilares semi-enterrados ou


em contato com a água do mar costumam ser comprome-
tedores.

28 RECUPERAR • Maio / Junho 2001


RECUPERAR • Maio / Junho 2001 29
potencial, para situações similares, costu- relação com a área da superfície das ar- armaduras mais sujeitas ou vulneráveis



ma ser da ordem de 250 a 300mV. Logo, maduras para a supefície do concreto, si- à corrosão.


outros mecanismos precisam ser explicados. tuada na zona abaixo da definida como



Para o caso de estacas de pontes marítimas de variação da maré e outras que funcio- Com o objetivo de se determinar o gradi-


ou de piers, um importante mecanismo será nem como áreas catódicas; ente de potenciais, dever-se-á iniciar o ma-



a variação do nível da maré que, literalmen- • A técnica de construção da estrutura. peamento numa região acima do terreno


te, enche o concreto de oxigênio, muito mais • Uma vez feito um croqui da seção das ou fora do nível de variação da maré, algo



que propriamente de água. Assim no caso estacas (concreto e armaduras), definir as em torno de 2 a 3 vezes o lado (no caso de


de maré alta, a armadura deste concreto fun- ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○


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cionaria ou justificaria ser aquele forte ca-
todo, passível de transportar uma densida-
de de corrente da ordem de 30mA/m2 ou
mais. Para se analisar a extensão da corro-
são em situações tão particulares torna-se O Silano 120 é um alquilo trialcoxilato, à base de solvente, que penetra
necessário investigar: profundamente em paredes e pisos, promovendo uma reação com a umidade e a
• A idade da estrutura; alcalinidade do substrato, formando uma camada água-repelente interna,
• Sua geometria, especialmente a seção das bastante durável. Esta camada água-repelente interna impede a penetração de
peças; sais, água e contaminantes sem, no entanto, criar problemas à transmissão de
• A quantidade de armaduras, assim como vapor através do concreto ou pisos. Recomendado para aplicação em emboços,
seu diâmetro, de modo a conhecer-se a paredes e pisos de concreto.
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Fax consulta nº 287

Fax consulta nº 351

30 RECUPERAR • Maio / Junho 2001


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seções quadrados) ou o diâmetro (para da estaca ou da estrutura, sendo necessá-



seções circulares). Dever-se-á levantar rio que haja cabo suficiente sem qualquer


também o potencial médio da parte emenda. Uma vez posicionado no fundo,



enterrada. vá levantando e fazendo leituras a cada


• Para estacas sujeitas à ação do mar, la- metro ou fração, dependendo da profun-



goas ou rios, dever-se-á medir o didade. Refaça a leitura, de modo a se cer-


Extrai-se o pó do
potencial médio, aplicando o eletrodo na tificar de que os potenciais se repetirão


concreto a


água. Para pontos onde o x ≥ 0 o eletrodo com diferença de uns poucos mV. Caso o várias profundi-


dades...
da semi-pilha deverá ser aplicado no eletrodo seja contaminado pela água, pro-



concreto (lembrar que, na RECUPERAR vavelmente obter-se-á grande diferença


os


n 39 e 40 estabelecemos que a distância entre as leituras. Nos gráficos


entre cada medida seria de 25cm. Logo, apresentados mostramos uma tomada de


x = 10 significa dizer a 2,5m do nível potenciais feita em uma estaca meia imer-

zero). Para pontos mais baixos que x ≥ sa n’água.



10 (cerca de 2,5m) o eletrodo deverá ser Na figura 1 fica aparente que o gradiente

mantido à distância de aproximadamente de potenciais muda ao nível do terreno, ca-



25cm da superfície do concreto. Se racterizando uma área de anodo primário


existir uma grande variação no nível da em torno deste ponto e, portanto, um pos- ...Insere-se o pó

no recipiente

maré, dever-se-á registrar, separadamen- sível processo de corrosão nesta região. plástico com o

te, os potenciais tanto na maré alta, Um outro exemplo prático é mostrado na


reagente. A

normal, como baixa. figura 2, evidenciando uma situação dife- sonda informará

o teor de
• Para pilares semi-enterrados, os primei- rente onde a área do anodo primário está

contaminação

ros três pontos abaixo do nível do terre- abaixo do nível d’água. O processo de cor- por cloretos.

no deverão ser medidos com o mesmo in- rosão está, certamente, na zona de batimen-

tervalo descritos acima, no caso 25, 50 e to (splash) das ondas onde o potencial tor-

Mole, mole... fácil, fácil.


75cm. na-se mais negativo e o gradiente de po-



tenciais alcança o zero, obtendo-se uma


Como fazer o mapeamento área de anodo secundário.


debaixo d’água

Um terceiro exemplo é mostrado na figu-


Contaminação no concreto armado e protendido é

ra 3, onde os potenciais tornam-se mais


fatal. O que se pode fazer para saber se o concreto


Antes de mais nada dever-se-á checar se o negativos à medida que se aproximam do


está ou não contaminado? CHLOR-TEST é a única

eletrodo da semi-pilha de sulfato de cobre nível d’água. Trata-se da estaca de uma


maneira de verificar se há ou não contaminação por


está completamente cheio de líquido e cris- ponte sobre água salgada com uma gran-
íons cloretos, esses “bichinhos” que ativam a mas-

tais, pois de outra forma a água do mar (la- de altura de variação da maré (zona de

sa do concreto, tornando-a um “inferno” para o aço.


goa, rio, etc) poderá permear pela cerâmi- splash). Nos exemplos em que o gradien-
CHLOR-TEST é um teste high-tec que, em apenas 3

ca da ponta do eletrodo e contaminá-lo. De- te de potenciais geralmente aparecem


minutos, informa a existência daqueles bichinhos e


ver-se-á permitir que o eletrodo afunde (se mais negativos, como na figura 2 e 3, a
sua quantidade. CHLOR-TEST é vendido em 3 versões:

for o caso, coloque um peso nele) até o pé área anódica estará certamente na área

CHLOR-TEST “S” - para averiguar


o estado de contaminação de superfícies de
concreto e metálicas.

CHLOR-TEST “W” - para checar a


presença de concentrações perniciosas de
cloretos na água de amassamento.

CHLOR-TEST “A” - para verificar


se sua areia de jateamento está ou não con-
taminada com cloretos.

Use CHLOR-TEST

Figura 1 - Gradientes de potenciais de um pilar semi-enterrado com corrosão ao nível do terreno. Cada linha
CHLOR-TEST
define cada uma das quatro faces do pilar. Os potenciais foram verificados da altura de 3m para baixo.

RECUPERAR • Maio / Junho 2001 Fax consulta nº 402 31


que –150mV com ESC abaixo do nível da



água ou para a situação de estrutura enterra-


da. O fator limitante para o processo de cor-



rosão, na situação submersa ou enterrada é,


normalmente, a quantidade de oxigênio que



pode penetrar no concreto. Poder-se-á usar


uma regra prática com base na tabela acima,



de modo a se obter a corrente da reação ca-


tódica, considerando-se água do mar aera-




Potencial Típico Densidade de



(mV com ESC) Corrente no


Catodo


(mA/m2)



< –450 30



–450 a –300 10



Figura 2 - Estaca semi-imersa em água, com corrosão séria abaixo do nível d’água, além de corrosão na
–300 a –150 3


zona de splash entre 1 e 2m.


Determinação de uma


submersa (ou enterrada). Torna-se, pois,

Tabela - fluxo de corrente típico para estruturas


necessário executarem-se testes adicio- possível área anódica submersas.



nais para avaliar a extensão do processo

Através da abertura de “janelas” acima da da. Usando a taxa de reação do catodo e o


de corrosão. provável tamanho da área catódica, será pos-


linha d’água, na estaca da figura 2, levan-


tou-se que existe uma área de armaduras de sível definir a quantidade total de corrente


Determinando o que está circulando, muito útil para o dimen-


60m2 abaixo da linha d’água. A área anódi-


gradiente de potenciais


ca máxima é geralmente menos do que algo sionamento de uma proteção catódica com


Pastilhas ou Jaqueta G, ou simplesmente para


em torno de 10% da área da armadura le-


O gradiente de potenciais de uma macropi-

vantada. Logo, para este exemplo, espera- se obter a taxa de corrosão (perda de seção)


lha de corrosão pode ser definido como uma da estrutura. A estaca analisada através da


se uma área anódica de 6m2, que pode ser



mudança de potenciais através de uma dis-

mais concentrada, o que torna o processo figura 2 tem 1,2m de diâmetro. Se conside-

tância de 1 a 2m acima do nível d’água e ○


rarmos que a área de armadura catódica é de

de corrosão mais sério à medida que há des-


pode ser expressa em mV/m. Quanto maior


placamentos com armaduras expostas e/ou 1m2 por m2 de superfície de concreto, a cor-

o gradiente de potenciais, maior a corrente rente de corrosão pode ser obtida para:

concreto bastante permeável.


que passará através do concreto entre o ano-



do e o catodo. Isto para uma situação espe- De 0 a 1,5m : 1,2 X 1,5 X 30mA = 540mA
Determinando a área catódica

cífica. Por exemplo, a partir dos dados da


De 1,5 a 3,5m : 1,2 X 2,0 X 10mA = 240mA



figura 2, o gradiente de potenciais é apro- Vimos que há possibilidade da existência de TOTAL 780mA


ximadamente 250mV/m.

corrosão para potenciais mais negativos do


Figura 3 - Potenciais da estaca de uma determinada ponte. Os potenciais tornam-se geralmente mais negativos abaixo do suposto nível d’água em –2,00m.

32 RECUPERAR • Maio / Junho 2001


RECUPERAR • Maio / Junho 2001 33
Como se processa a corrosão
Em estruturas de concreto armado sujeitas à corrosão
existirão áreas anódicas e catódicas, isto é, região onde
haverá oxidação e região onde haverá redução. Para
que haja corrosão, isto deve ficar bem claro, é necessá-
rio que haja não só armaduras suscetíveis à corrosão,
mas também zonas em que possam acontecer reações
de redução. Ora, sabemos que o aço é uma mistura de
metais diferentes que, uma vez imerso num ambiente
propício ou eletrolito haverá corrosão, já que os poten-
ciais elétricos destes metais (de equilíbrio) são diferen-
tes. Esta será a zona de oxidação (pilhas de corrosão)
ou anodo. O catodo serão regiões anexas onde se veri-
ficam, simultaneamente, a redução do oxigênio. No
catodo há um ganho de elétrons, originário da região
anódica que, efetivamente, detona o processo de cor-
rosão. À medida que se inserem íons cloretos, a situa-
ção se complica.

Generalizando, podemos entender que é



Técnicos de Recuperação

REFERÊNCIAS


impossível proceder ao mapeamento da


zona enterrada ou submersa de pilares e • Joaquim Rodrigues é engenheiro civil, mem-



estacas, tornando-se impraticável analisar bro de diversos institutos nos EUA, em assun-


processos de corrosão do tipo pites ou ge- tos de patologia da construção. É editor e dire-


tor da RECUPERAR, além de consultor técni-


neralizada.

co de diversas empresas.
Finalizando, o mapeamento com a semi-
Plantão técnico

• Standard test method for taking and interpreting


pilha é a técnica mais efetiva para a visua- half cell potentials. American Society for

lização de um possível estado de corrosão


Testing and Materials, Philadelphia.


em estruturas de concreto armado ou pro- • Location of Corroding Reinforcement by


Electrochemical Potencial Surveys. Rilem.


tendido.


Fax consulta nº 28


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sobre Corrosão. consulta Recuperar Online.


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Próxima Edição





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Só existe uma maneira de interromper a REATIVIDADE ÁLCALI-SÍLICA...


... Para estruturas existentes
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Fax consulta nº 364
34 RECUPERAR • Maio / Junho 2001

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