Políticas Educacionais-No-Brasil
Políticas Educacionais-No-Brasil
Políticas Educacionais-No-Brasil
Resumo
Este texto apresenta uma visão geral das políticas educacionais no Brasil, discutindo os
desafios colocados à educação superior, mais precisamente no que tange às suas novas
missões e funções. Assim, pretende realizar um esforço de síntese e análise dialética
(ação-reflexão-ação) de modo a oferecer aportes adicionais à compreensão da educação
brasileira no período de 1930 até os dias atuais.
INTRODUÇÃO
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Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás e Diretora
geral da Faculdade Católica de Anápolis
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DESENVOLVIMENTO
A década de 1930 pode ser tomada como um marco referencial na história da
política da educação nacional. Nessa época, iniciava-se o processo de industrialização
do país. Segundo Freitag (1977) com a queda da bolsa de Nova Iorque e a consequente
crise do café, era necessário o esforço de produzir mais bens de consumo, que eram até
então importados. Essa fase, denominada de substituição das importações, levou à
criação de um maior número de escolas superiores para a formação dos recursos
humanos necessários às novas exigências do processo produtivo.
A autora afirma que Vargas assume o poder em 1930 implantando, em
1934(sic), o Estado Novo, com traços ditatoriais. Isto significou que a sociedade política
invade áreas da sociedade civil, que se subordinam então ao seu controle. É o que
ocorreu com as instituições de ensino. Esse governo estabelecera na Constituição de
1934 (Art.150 a) a necessidade da elaboração de um Plano Nacional da Educação que
coordenasse e supervisionasse as atividades de ensino em todos os níveis.
De acordo com Freitag (1977), neste cenário, a universidade é
regulamentada pelo Estatuto das Universidades Brasileiras, que centralizava e
concentrava o poder no Executivo. Surgiram nesse período duas universidades públicas
no Brasil, a USP (SP/1934) e a Universidade do Distrito Federal-UDF (RJ/1935). As
universidades, ao invés de seguirem as propostas dos educadores intelectuais, que seria
uma formação voltada para a pesquisa com autonomia universitária, seguem um outro
caminho, imposto pelo governo ditatorial. A UDF, exemplo claro disso teve existência
breve, dada a perseguição feita ao seu idealizador Anísio Teixeira, que era tido como
comunista. O nível superior foi reservado, exclusivamente, para formar o professor
secundário.
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situação não dá margem para diversificação de estruturas e liberdade acadêmica fora das
restrições do currículo mínimo.
A política educacional nesse período representava a expressão da
reordenação das formas do controle social e político. O sistema educacional foi
reestruturado para assegurar esse controle. A educação estava novamente a serviço dos
interesses econômicos que fizeram necessária a sua reformulação, na atuação do novo
governo militar.
Segundo Freitag (1977) a Lei no 5.540, de 1968, resultou de um Anteprojeto
de Lei elaborado por um Grupo de Trabalho, designado pelo Presidente Costa e Silva e
presidido pelo Ministro da Educação, Tarso Dutra. Esse grupo recebeu a incumbência
de “estudar a Reforma da Universidade brasileira visando à sua eficiência,
modernização, flexibilidade administrativa e formação de recursos humanos de alto
nível para o desenvolvimento do país” (art.1°).
Para Cardoso (1972, p.149) a política educacional, expressa “reordenação
das formas de controle social e político”, usará o sistema educacional reestruturado para
assegurar esse controle. A educação estará novamente a serviço dos interesses
econômicos que fizeram necessária a sua reformulação. Essa afirmação encontra seu
fundamento nos pronunciamentos oficiais, nos planos e leis educacionais e na própria
atuação do novo governo militar.
A nível de legislação, para Freitag (1977), as iniciativas governamentais de
maior destaque na área educacional no período de 1964 a 1975 foram:
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“O neoliberalismo, como arcabouço teórico e ideológico não é algo novo. Nasce como combate
implacável, no início da década de 40, às teses Keynesianas e ao ideário do Estado de Bem–Estar,
sobretudo aos direitos sociais e aos ganhos de produtividade da classe trabalhadora. [...] O mercado
mundial e financeiro, assume uma expansão e um poder sem precedentes e subordina os Estados
Nacionais e as empresas. O poder de fato como assinala Noam Chomski, situa-se no Fundo Monetário
Internacional, no Banco Mundial etc. Esse processo dá-se concomitante e relacionado a um
revolucionamento da base técnica, do processo produtivo. Ao monopólio econômico-financeiro
corresponde o monopólio da ciência e da técnica, elementos cruciais na luta intercapitalista e nas
relações capital-trabalho”. (BIANCHETTI, 2001, p.11).
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do Brasil moderno. Mesmo assim, carrega hoje e para o futuro uma enorme
responsabilidade: contribuir, de forma decisiva, para um novo projeto de
desenvolvimento nacional, que compatibilize crescimento sustentável com eqüidade e
justiça social. Para que a universidade pública tenha gradativamente um papel
estratégico na formação do Brasil contemporâneo, é preciso ampliar o seu
financiamento e assegurar as condições político-institucionais para o efetivo exercício
da sua autonomia. Este é o eixo norteador da presente proposta de Reforma da
Educação Superior, construída com a participação de todos os segmentos
De um lado, o desenvolvimento e o progresso, buscados pelo Estado e pela
sociedade civil brasileira, intensificaram o aumento quantitativo de escolas no país e,
conseqüentemente, o aumento da demanda por formação regular e sistemática do
profissional destinado a desempenhar a função docente. De outro lado, a precariedade
do modelo da prática educativa predominantemente na escola primária e secundária
tornaram-se condições para o desencadeamento de um processo nacional visando a
regulamentar a formação do professor, em nível superior, para atender às demandas de
desenvolvimento econômico e político, principalmente a partir da década de 1990 com a
homologação da LDB 9.394/96. Em ambos os casos o fator qualidade foi
desconsiderado.
Em 2002, 88,1 % das vagas no Ensino Superior foram ofertadas pelas
instituições privadas. Isso confirma o fato de que os governos democráticos adotaram as
políticas neoliberais que também promoveram o crescimento do Ensino Superior
privado. (UEG, LPP, 2005).
Segundo dados do INEP, como resultado tem-se apenas 9,0 % da população
entre 18 e 24 anos cursando o ensino superior e cerca de 11 % da população brasileira
terminando esse grau de ensino. “Países como México e a Argentina atendem
aproximadamente 30% dos seus jovens nesta faixa etária, enquanto nos Estados Unidos
são atendidos cerca de 50 %, considerando que 70 % das vagas do ensino superior neste
país são públicas”. (INEP, 2006).
Essa valorização do papel da educação superior contrasta com o quadro
brasileiro que enfrenta, hoje, o maior desafio em termos latino-americanos: o nível de
acesso é um dos mais baixos do continente (9% para a faixa etária 18 e 24 anos); a
proporção de estudantes nas instituições públicas reduziu-se drasticamente nos últimos
dez anos, representando hoje menos de 1/3 do total; o peso da matrícula e das
instituições privadas tornou-se o mais alto da América Latina (70% e 88,9%). Esses
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co mp r eend e três ins tru mentos : a A valiação das Ins tituições , dos
C u rs o s e dos Es tudantes . A principal diferença cons is te no fato de, ao
co n tr ár io da prova anterior, que avaliava anualmen te todos os
f o r man dos de curs os univers itários , o ENA D E avalia apenas uma
amo s tr age m de alunos iniciantes e concluintes de deter min ados curs os .
Eles s ão es colhidos por sorteio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ABSTRACT
Th is p aper pres ents an overview of educational poli tics in B razil,
d is cu ss ing the challenges to higher education, s pecificall y in regard to
th eir n ew mis s ions and functions . S o it w ants to make a s ynthes is and
d ialecti cal anal ys is (action- reflect ion- action) to offer additiona l
co n tr ib utions to unders tand ing B razilian education from 1930 until
to d ay.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS