ANAMT - Recomendação 04.2020 COVID19
ANAMT - Recomendação 04.2020 COVID19
ANAMT - Recomendação 04.2020 COVID19
23 de março de 2020
ATUAÇÃO DO MÉDICO DO TRABALHO E ASSISTÊNCIA PRESENCIAL E REMOTA
AO TRABALHADOR DURANTE O ENFRENTAMENTO DA CRISE DO COVID-19
A Associação Nacional de Medicina do Trabalho, no uso de suas atribuições, face ao curso
evolutivo da COVID-19 e,
Considerando que a medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da
coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza;
Considerando que o médico do trabalho é o acesso mais rápido à assistência à saúde para
dezenas de milhares de trabalhadores;
Considerando o importante papel do médico do trabalho no atendimento em atenção
primária de saúde;
Considerando o Art 10 da Convenção 161 da OIT que dispôs que o pessoal que prestar
serviços de saúde no trabalho deverá gozar de plena independência profissional, tanto a
respeito do empregador como dos trabalhadores e de seus representantes;
Considerando a Portaria Interministerial no 5, de 17 de março de 2020 que dispôs
sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância
internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019.
Considerando a Portaria no 188/GM/MS, de 03 de fevereiro de 2020, que declara
Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (ESPIN) em decorrência da
Infecção Humana pelo novo Coronavírus (Covid-19);
Considerando a Portaria MS no 454, de 20 de março de 2020, que declara em todo
território nacional, o estado de transmissão comunitária do Coronavírus (Covid-19);
Considerando a Medida Provisória no 927, de 22 de março de 2020, que dispôs sobre as
medidas trabalhistas para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido
pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública
de importância internacional decorrente do Coronavírus (Covid-19);
Considerando a condição de transmissão comunitária do Coronavírus (SARS Cov-2)) e
a necessidade premente de envidar todos os esforços em reduzir a transmissibilidade e
oportunizar manejo adequado dos casos leves na rede de atenção primária à saúde e dos
casos graves na rede de urgência/emergência e hospitalar;
Considerando o crescimento exponencial dos casos de transmissão e o provável
colapso do Sistema Único de Saúde no atendimento dos pacientes vítimas de Síndrome
Respiratória Aguda;
Considerando a Resolução CFM no 1643/2002 que dispôs que em caso emergência, ou
quando solicitado pelo médico responsável, o médico que emitir o laudo a distância
poderá prestar o devido suporte diagnóstico e terapêutico;
Considerando que a Telemedicina é o exercício da Medicina através da utilização de
metodologias interativas de comunicação áudio - visual e de dados, com o objetivo de
assistência, educação e pesquisa em Saúde;
RECOMENDA:
• Que o médico do trabalho não se abstenha de realizar o atendimento clínico de triagem
dos trabalhadores que, durante o serviço, apresentem sintomas gripais, aplicando-lhes
a semiologia clínica para diagnóstico de possíveis complicações respiratórias, devendo
fornecer as orientações aplicáveis a cada caso.
• Que nas situações nas quais os protocolos de segurança não sejam atendidos, o médico do
trabalho realize a notificação por escrito da empresa ou clínica de medicina do trabalho ao
Ministério Público do Trabalho e ao Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição.
• Que o médico do trabalho das clínicas de medicina do trabalho ou o que está vinculado
a uma ou mais empresas, estabeleçam o fluxo de atendimento remoto (teletriagem/
teleorientação/teleconsulta), com isso fornecendo todo suporte aos trabalhadores e às
empresas, contribuindo para evitar que milhões de pessoas busquem atendimento do
serviço público de saúde, nos casos leves de covid-19.
• O médico do trabalho deve afastar o trabalhador que apresentar sintomas de COVID-19 pelo
prazo inicial de 14 (quatorze dias) ou até completar os procedimentos diagnósticos, além de
emitir atestado para o trabalhador e para os integrantes de seu núcleo familiar/contactantes
(modelo anexo), consoante Portaria MS no 454, de 20 de março de 2020. Nesse caso, o
trabalhador encaminhará ao médico do trabalho, por email, uma declaração por ele assinada
(modelo anexo).
• A ANAMT, está atenta e publicando Recomendações com vistas a nortear a conduta dos
médicos do trabalho no enfrentamento do COVID-19.
Presidente da ANAMT