Metrologia Quimica
Metrologia Quimica
Metrologia Quimica
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 9
UNIDADE I
INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA............................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA METROLOGIA............................................................................. 11
CAPÍTULO 2
ESTRUTURA METROLÓGICA: CENÁRIO NACIONAL E INTERNACIONAL ...................................... 16
CAPÍTULO 3
INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA E ANÁLISES QUÍMICAS.................................................... 20
CAPÍTULO 4
PRINCÍPIOS DOS EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO E A METROLOGIA QUÍMICA....................... 25
UNIDADE II
ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA................................................ 40
CAPÍTULO 1
ESTATÍSTICA E METROLOGIA QUÍMICA...................................................................................... 40
CAPÍTULO 2
OPERAÇÕES UNITÁRIAS EM LABORATÓRIO.............................................................................. 51
UNIDADE III
INCERTEZAS EM ANÁLISES QUÍMICAS.................................................................................................... 57
CAPÍTULO 1
O QUE SÃO INCERTEZAS? ....................................................................................................... 57
CAPÍTULO 2
CÁLCULO DAS INCERTEZAS EM ANÁLISES QUÍMICAS ............................................................... 59
CAPÍTULO 3
ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS E OPERAÇÕES.......................................................................... 64
UNIDADE IV
CALIBRAÇÃO EM ANÁLISES QUÍMICAS.................................................................................................. 71
CAPÍTULO 1
CALIBRAÇÃO EM ANÁLISE QUÍMICA ....................................................................................... 71
CAPÍTULO 2
CALIBRAÇÃO DE VIDRARIA VOLUMÉTRICA............................................................................... 75
CAPÍTULO 3
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA CALIBRAÇÃO .......................................................... 80
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 84
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
8
Introdução
É natural do ser humano sentir a necessidade de mensurar coisas. Isso foi diagnosticado
desde o início da humanidade, tentativas de estabelecer padrões de medidas. Nos
dias de hoje, já existe o Sistema Internacional de Unidades (SI) que busca estabelecer
padrões internacionais de medição.
9
Objetivos
»» Apresentar conceitos relativos a metrologia química.
10
INTRODUÇÃO
A METROLOGIA UNIDADE I
QUÍMICA
CAPÍTULO 1
Introdução à história da metrologia
Medida Correspondente em cm
1 polegada 2,54 cm
1 pé 30,48 cm
1 jarda 91,44 cm
11
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA
Segundo Amaral (2012), são erros muito comuns na prática que devem ser
evitados:
ERRADO CERTO
Km km
Kg kg
μ μm
A grama O grama
5 hs 5h
Peso de 30 quilos Massa de 30 kg (quilogramas)
70 KM 70 km/h
270 ºK (270 graus Kelvin) 270 K (270 kelvin)
Símbolo da Unidade
Grandeza Mensurando
Resultado da medição
Mas o que significa cada uma dessas parcelas? De forma resumida, na figura 2 são
apresentados os principais conceitos relacionados a metrologia, necessários para
o entendimento deste conteúdo, segundo o Vocabulário Internacional de Termos
Fundamentais e Gerais da Metrologia (VIM, 2012).
12
INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE I
Unidade de Medição
Grandeza • É o valor numérico de uma
grandeza física. o Sistema
• Tudo aquilo que é possível Internacional de Unidade
de ser medido. (SI) estabelece as unidades
de medição padrão das
grandezas para efetuar
uma padronização das
medidas.
Tolerância
• É uma faixa admissível de
variação na qual podem
estar situados certos
valores.
13
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA
Ambiente de
Método
Operador Trabalho
Instrumento Padrão
Fonte: (PLENILUNIA, 2018; 123RF, 2018; ACISPES, 2018; DEPOSITPHOTOS, 2018; QUANTOBRASIL, 2018).
14
INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE I
15
CAPÍTULO 2
Estrutura metrológica: cenário nacional
e internacional
De acordo com o CNI (2012), a estrutura metrológica internacional está dividida sob
a forma de dois grandes grupos: Metrologia Científica Industrial e a Organização
Internacional de Metrologia Legal (OIM).
16
INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE I
17
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA
Políticas Públicas:
Industrial e Comércio Exterior;
Relações de Consumo;
Desenvolvimento Científico e Tecnológico;
Meio Ambiente. BIPM
OIML
CONMETRO CBM
Plenária
CBC Câmaras Setoriais
Secretaria Executiva
CONACRE
INMETRO
18
INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE I
19
CAPÍTULO 3
Introdução à química analítica e
análises químicas
Biologia:
botânica,
genética,
Química: microbiologia,
bioquímica, biologia
molecuar, Geologia:
química
zoologia. geofísica,
inorgânica,
geoquímica,
química
paleontologia,
orgânica,
paleobiologia.
físico-
química.
Ciência do
Física: Meio
astrofísica, Ambiente:
astronomia, ecologia,
biofísica. meteorologia,
oceonografia.
Química
Analítica
Agricultura:
agronomia,
ciências dos
Engenharia:
animais,
civil, química,
ciências da
elétrica e
produção,
mecânica.
ciência dos
alimentos,
horticultura.
Medicina:
Ciências
análise
Sociais:
clínica,
arqueologia,
química
antropologia,
medicinal,
Ciência dos forense.
toxicologia.
Materiais:
metalurgia,
polímeros.
A química analítica pode ser dividida em dois ramos: análise qualitativa e quantitativa.
A primeira define a identidade química das espécies em uma amostra. Já a quantitativa
identifica a quantidade relativa de uma ou mais espécies numericamente.
Uma análise química quantitativa pode ser definida por seis passos, os quais possuem a
mesma importância e influência no resultado final da análise. Os passos são ilustrados
na figura 8.
20
INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE I
4 - Preparo da amostra.
21
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA
Métodos
Métodos Clássicos Instrumentais
- Ideal para análises - Ideal para rotina.
esporádicas. - Custo mais elevado.
- Baixo custo. - Pessoal treinado;
- Aparelhagem de fácil - Análise de traços.
aquisição.
- Necessita calibração do
- Macro constituinte; . aparelho.
- Grande aplicação em
industria.
- Maior sensibilidade.
Amostragem
O processo de amostragem é aquele que seleciona uma amostra representativa de um
todo para realizar análises, cujos resultados representam toda a população investigada.
Matriz
Analito
particular que
interessa medir ou
Porção do material estudar.
coletado para Conjunto de
análise. Outros componentes
substâncias que que não sejam de
Ideal que amostra compõem uma interesse devem ser
seja a mais amostra. considerados na
representativa selação do método:
possível do restante compatibilidade
do material. método-amostra,
interferentes - erro
no resultado final.
Preparo da amostra
Matos (2013) apresenta as etapas de preparado da amostra.
22
INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE I
Lote
Amostragem
Amostra bruta
representativa
Preparo da Amostra
Amostra
homogênea
de laboratório
Análise
Análise química
Nesta etapa, é medida a concentração do analito para as várias alíquotas existentes e,
assim, avalia-se a incerteza da análise. Para isso, deve-se verificar todas os fatores que
interferem na análise para que não haja comprometimento do resultado.
Concentração
Solução
Química
"É uma mistura "Concentração qúmica
homogênea de duas ou de uma substância
mais substâncias. A refere-se a quantidade
espécie em menor de soluto contida em
quantidade é chamada um dado volume ou
de soluto, e a de maior massa de solução ou de
chamada de solvente." solvente."
23
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA
Em g.L-1
g massa soluto ( )
=
L Vsolução ( )
Em mol.L-1
Composição percentual
Normalidade
massa ( )
nº equiv − g =
equiv − g
Massa molar
equiv − g =
y
24
CAPÍTULO 4
Princípios dos equipamentos de
laboratório e a metrologia química
25
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA
Princípios de funcionamento
Nesta seção, são apresentados os princípios de funcionamento dos equipamentos mais
comumente utilizados em laboratório.
P=m·g
26
INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE I
Analíticas
Semianalíticas
De precisão
Industriais
Rodoviárias
27
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA
28
INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE I
29
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA
30
INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE I
1ª Etapa:
Posicionar a massa a ser medida sobre a balança. Se for necessário um instrumento auxiliar
(como massas dentro de béquers) estes devem ser tarados.
2ª Etapa:
No caso da medição de reagentes, eles devem ser colocados até que o display indique a massa
desejada. É importante que haja um tempo para que o display atualize a massa medida.
3ª Etapa:
A massa exerce uma força de compressão sobre a balança. Os dados dessa força são enviados
para o microprocessador que é responsável por interpretar.
4ª Etapa:
Após a interpretação, o microprocessador envia a leitura para o display que indica a massa
medida.
Centrífugas
Feito isso, é induzida uma velocidade de rotação, a qual é controlada pelo analista, e
o equipamento é ligado e começa a girar junto aos tubos fixados. A força centrífuga
gerada por esse movimento, induz a precipitação das partículas sólidas. Na figura 21 é
ilustrada um tipo de centrífuga muito comum em laboratórios de química.
31
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA
Fornos e estufas
Para isso, existem os fornos, as muflas e as estufas que aquecem o material até a
temperatura desejada. As muflas atingem altas temperaturas e, em geral, são aplicadas
para fusão ou aquecimento elevado. Os fornos, por sua vez, atingem temperaturas mais
baixas e são utilizados para remoção do teor de umidade na superfície dos materiais.
As estufas, por sua vez, são as de menor temperatura e são utilizadas para análises
microbiológicas para um controle maior de temperatura.
32
INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE I
Dessecador
33
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA
Microscópico
34
INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE I
35
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA
36
INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE I
37
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA
38
INTRODUÇÃO A METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE I
Você sabe as medidas usadas em microscopia? Veja na tabela a seguir para saber
as medidas utilizadas e suas equivalentes no SI.
Estabilização da forma.
Montagem e cobertura.
Conservação da amostra.
Fonte: Embrapa (2002).
Para saber mais sobre cada uma dessas etapas, consulte o material“Processamento
de Amostras para Microscopia Eletrônica de Varredura”, da Embrapa (2002).
39
ESTATÍSTICA E
ALGARISMOS
SIGNIFICATIVOS UNIDADE II
NA METROLOGIA
QUÍMICA
Nesta unidade, são apresentados os conceitos essenciais da estatística, necessários para
desenvolvimento da metrologia. Além disso, é feita uma revisão sobre as operações
unitárias em laboratórios e apresentados exemplos.
CAPÍTULO 1
Estatística e metrologia química
A estatística dentro da metrologia química tem papel fundamental para a escolha
do melhor método de validação e os melhores equipamentos. Neste sentido, para a
definição do melhor método, devem ser avaliados os seguintes requisitos:
Custo
Método
de
Validação
Eficiência Prazo
40
ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE II
Medidas e unidades no SI
O Sistema Internacional de Unidades (SI) foi criado com o objetivo de padronizar as
medidas nos diferentes lugares do mundo. O SI surgiu na França, com o nome Système
International d’Unités. A partir do SI, outras unidades fundamentais podem se derivar.
No quadro 5, são apresentadas as principais grandezas, unidade e definição no SI, que
são de interesse para a metrologia química.
Conforme dito, além das grandezas apresentadas no SI, tem-se as unidades derivadas.
No quadro a seguir são apresentadas as principais unidades derivadas do sistema SI de
interesse para a metrologia química.
41
UNIDADE II │ ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA
Em metrologia química, deve-se ter muita atenção aos dados utilizados, especialmente
na manipulação de concentrações. A existência de um grande número de zeros
(como na concentração de um composto 0,0000000007 mol.L-¹) pode levar a erros
e comprometer o entendimento da grandeza. Por isso, foram criados prefixos que
significam multiplicadores. No quadro a seguir, são apresentados os principais prefixos
utilizados em química analítica.
Para certas grandezas, é comum o uso de outras unidades, as quais possui valor
equivalente no SI. No quadro 8, são apresentadas as principais grandezas utilizadas em
metrologia química e sua equivalente no SI.
42
ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE II
Distribuição Gaussiana
MÉDIA
Média aritmética
43
UNIDADE II │ ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA
∑
n
Xi
x= i =1
n
onde é a média dos valores obtidos; são os valores de medidas realizados; e n o número
de repetições do experimento.
Média Ponderada
A média ponderada é muito parecida com a média aritmética, porém, atribui aos valores
pesos. De forma genérica, a fórmula de média ponderada pode ser calculada como:
=
∑ (x × w)
i i
w1 + w 2 + w 3 +…+ w i
Sousa e Costa (2012) apresentam um exemplo do cálculo da média ponderada das notas
de 4 bimestres de alunos.
Desvio padrão
O desvio padrão (s) mede a distância que um valor está da média. Ele pode ser calculado
por meio da equação:
∑
n
( X i − x )2
s= i =1
n
44
ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE II
Análise Resultado
1 14,32
2 14,03
3 14,56
4 14,2
5 14,33
6 14,35
7 14,22
8 14,98
9 14,56
10 14,27
11 14,65
12 14
13 14,01
14 14,02
15 14,09
16 14,98
17 14,66
18 14,55
19 14,2
20 14,99
MEDIA()=
Por outro lado, o desvio padrão obtido foi de 0,3291. No software Excel ele é
calculado por meio da função:
=DESVPAD()
45
UNIDADE II │ ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA
t . s
= x±
n
Clique em
INSERIR
Clique em
FUNÇÃO
Selecione
ESTATÍSTICA
Clique em INT.
CONFIANÇA e OK
Digite o valor de
ALFA, digitar 0,05
para 95% de
confiança.
Digite o valor do
DESVIO PADRÃO
Digite o tamanho
amostral.
46
ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE II
Para solucionar esse problema, os autores sugerem o diagrama a seguir, para execução
no software EXCEL.
Clique em
INSERIR
Clique em
FUNÇÃO
Clique em
ESTATÍSTICA
Clique em
TESTE.T e
OK
No diagrama apresentado, o valor das matrizes são os resultados dos teores de oxigênio
em cada um dos pontos para cada mês de estudo. Na tabela a seguir, são apresentados
os cálculos estatísticos do teor de oxigênio dissolvido em um lago não poluído.
47
UNIDADE II │ ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA
O valor de 6,26 x 10-7 diz que há uma variação muito pequena no período amostral e,
por isso, a probabilidade de que os valores reais de oxigênio dissolvido estejam fora da
faixa dos valores de média e intervalo de confiança determinado é baixa.
Teste Q
O teste Q é usado para descartar ou não um dado quando ele parece não consistente
com os outros dados. Para realizar esses dados, deve-se seguir os seguintes passos:
Organizar os dados em
ordem crescente de
valores.
Calcular a variação do
valor questionado e do
valor mais próximo.
Calcular o intervalo
entre o primeiro e o
último valores da escala.
Sousa e Costa (2012) apresentam o exemplo de uma análise de fósforo. Para tal, foram
obtidos os seguintes valores:
12,53 12,66
12,54 12,53
12,55 12,52
12,52 12,53
48
ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE II
Variação
Qcalculado =
Intervalo
Intervalo = 0,14
Fonte: modificado de Sousa e Costa (2012).
A partir da análise da tabela anterior, nota-se que existem oito observações com QTabelado >
. Indicando que o valor de 12,66 deve ser descartado, uma vez que:
49
UNIDADE II │ ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA
Soliciação
de auditoria
Auditoria
Vistoria da
calibração
Emissão de
certificado
50
CAPÍTULO 2
Operações unitárias em laboratório
Operação Descrição
Transferência de movimento. Transporte de fluidos, filtração, fluidização sólida.
Transferência de calor. Evaporação, condensação.
Transferência de massa. Absorção gasosa, destilação, extração, adsorção e secagem.
Filtração
A filtração é um processo cujo objetivo é a separação dos sólidos de um líquido. Isso
acontece através da passagem da solução heterogênea em um meio permeável, no qual
as partículas sólidas são retiras.
Em laboratório, faz-se a filtração por meio de um funil de vidro e um papel filtro, que
pode ser de celulose ou de fibra de vidro, de acordo com o material passante. Além do
funil, também pode-se utilizar um funil de Buchner (figura 41) quando for necessária a
filtração a vácuo.
51
UNIDADE II │ ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA
Mistura
RESÍDUO
FILTRADO
52
ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE II
Funil de
buchner
Mangueira
Bomba de Vácuo
Sucção
Kitassato
1ª Etapa
2ª Etapa
3ª Etapa
4ª Etapa
53
UNIDADE II │ ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA
Destilação
O processo de destilação é utilizado para separar misturas como água e álcool. Para tal,
utiliza-se operações numéricas como transferência de calor e de massa, as quais devem
ser contabilizadas no processo. Na figura 45 é apresentado o esquema de um processo
de destilação.
Termômetro
Condensador
Rolha
Chama
Erlenmeyer
Adsorção e absorção
Apesar de possuírem um nome parecido, essas operações unitárias são processos
distintos. O processo de adsorção é quando uma substância adere a superfície de outra,
através de mecanismos físicos ou químicos.
Por outro lado, a absorção é quando uma substância fica retira dentro de outra. De
forma macroscópica, pode-se notar o processo de absorção quando a água fica retira
dentro de uma esponja, que é um meio poroso. Na figura 46, a diferença entre esses
processos fica mais evidente.
54
ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA │ UNIDADE II
Adsorção Absorção
Fonte: DEPOSITPHOTOS (2018).
A A+C
B B+C
55
UNIDADE II │ ESTATÍSTICA E ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NA METROLOGIA QUÍMICA
Relato
Planejamento
BPL
Realização
Monitoramento
Registro
Elemento Finalidade
Cabeçalho Informar ao setor onde será realizado o POP, o tipo de atividade, data,
código, versão, página.
Objetivo Estabelecer o objetivo do POP.
Campo de Aplicação Descrever os setores onde devem ser realizados os procedimentos.
Apresentação ou introdução Descrever, objetivamente, com o apoio de literatura citada no texto, a
atividade a ser desenvolvida.
Materiais Expor os materiais utilizados.
Procedimento Expor a metodologia da atividade. Sua condução e análise devem
ser descritos com clareza e precisão. Os processos e as técnicas já
publicados e amplamente conhecidos devem ser referenciados por
citação.
Registros Registrar os dados obtidos em planilhas, fichas diagramas.
Resultados esperados Expor o que se espera de resultados, podendo ser incluídos as faixas
de valores normalmente obtidos.
Medidas de segurança Descrever as condições operacionais que garantam a segurança do
procedimento e as medidas a serem adotadas em caso de acidente.
Responsáveis Nomear o funcionário responsável pela execução e pelo controle do
procedimento.
Bibliografia Informar a referência bibliográfica citada no procedimento.
56
INCERTEZAS
EM ANÁLISES UNIDADE III
QUÍMICAS
Nesta Unidade III, é feito um estudo sobre as incertezas das medições. Inicialmente, é
definido o conceito de incerteza, seguido pelo cálculo em análises químicas e apresentado
a teoria sobre algarismos significativos e operações, para apresentação dos resultados.
CAPÍTULO 1
O que são incertezas?
Todas as medições, sejam elas feitas em laboratório ou não, estão sujeitas a incertezas.
Essas incertezas podem ter diversas causas, inclusive podem ser oriundas de causas
associadas. O grau de incerteza de uma medição, ou seja, a dúvida sobre ela, indica
também a qualidade da medida.
Em um sistema de medição (SM), só é possível existir medidas sem erros se ele for
perfeito e o que estiver sendo medido não tiver invariante para outras condições. Para
esse único caso, o resultado de uma medição (RM) pode ser expresso por meio de um
único número e sua respectiva unidade de medição.
De forma genérica, o resultado de uma medição é composto por duas parcelas distintas:
57
UNIDADE III │ INCERTEZAS EM ANÁLISES QUÍMICAS
Resultado
base
Resultado
de uma
medição
Incerteza
da
medição
Identificar e
Conhecer o Conduzir uma
avaliar as
processo de análise crítica
influências sobre
medição por sobre o
o resultado de
completo. processo.
medição.
Operador e
Sistema de Condições
técnica
Medição Ambientais
empregada
• Nem sempre as • Temperatura, campos • Uso de técnicas
dimensões, a eletromagnéticos, inadequadas e força
geometria, o material, umidade do ar, excessiva podem levar
as propriedades diferentes pressões a erros também.
mecânicas, elétricas atmosféricas, vibrações
correspondem ambientais, entre
exatamente ao ideal. outros podem induzir a
• Desgastes e erros nas medições.
deterioração de partes
também podem gerar
incertezas.
58
CAPÍTULO 2
Cálculo das incertezas em análises
químicas
Incerteza absoluta
Quando se realiza uma medida, há sempre uma incerteza associada a esse processo. Esse
tipo de incerteza é chamada de absoluta. Exemplos são quando se faz a transferência de
um volume usando uma pipeta calibrada e graduada, de 70,0 mL na realidade podem
estar sendo transferidos 70,1 ou 69,9 mL. Isto quer dizer que a incerteza absoluta
relativa a esse processo é de ± 0,1 mL. Esse tipo de exemplo pode ser aplicado para
bureta, erlenmeyer, béquer, proveta e outros equipamentos e vidrarias de laboratório.
Essas vidrarias são ilustradas na figura 52.
Béquer Erlenmeyer
Proveta
59
UNIDADE III │ INCERTEZAS EM ANÁLISES QUÍMICAS
Incerteza relativa
INCERTEZA RELATIVA
INCERTEZA RELATIVA =
MEDIDA PERFEITA
Supondo que uma medida de bureta leva a um resultado de 12,72 ±0,02 mL, calcula-se
a incerteza relativa como (SOUSA; COSTA, 2012):
0,02
INCERTEZA RELATIVA = = 0,0016
12,72
Contudo, restam ainda os erros aleatórios, que são de difícil diagnóstico e que são
possíveis apenas de estimar, por meio da confiabilidade do instrumento ou da
experiência do executor.
Para compreender melhor como é feita a propagação destas incertezas, são apresentados
nas operações de adição e subtração; além da multiplicação e divisão.
Como exemplo, considere que foram feitos três experimentos que resultaram nos
valores de (figura 53):
60
INCERTEZAS EM ANÁLISES QUÍMICAS │ UNIDADE III
Calculando o e4:
e4 = 0, 032 + 0, 022 + 0, 022
Esse resultado pode ser expresso como incerteza relativa percentual, como:
0, 041
INCERTEZ RELATIVA PERCENTUA = ×100 = 1, 3
3, 06
»» 3 06 ± 0 04 ( incerteza absoluta ) .
»» 3, 06 ± 1, 3 (incerteza relativa ) .
b. Multiplicação e divisão: para as operações de multiplicação e divisão, deve-
se seguir os seguintes passos para cálculo da propagação de incerteza:
61
UNIDADE III │ INCERTEZAS EM ANÁLISES QUÍMICAS
Segundo Vicente et al. (2014), deve-se seguir os seguintes passos para estimar a
incerteza de medição:
62
INCERTEZAS EM ANÁLISES QUÍMICAS │ UNIDADE III
Para os passos citados e que não foram abordados nesta apostila, recomenda-se
a leitura do material Vicente et al. (2014).
Rastreabilidade da medição
Uma medição pode ser rastreada se for possível identificar os erros referentes ao
método, calibração ou validação. Isso só é possível se tais requisitos forem atendidos:
»» Calibração.
»» Ensaio.
»» Padrões de referência.
»» Materiais de referência.
»» Verificações intermediárias.
»» Transporte e armazenamento.
63
CAPÍTULO 3
Algarismos significativos e operações
Sabe-se que, em todas as análises químicas, ocorre algum tipo de erro, decorrentes do
processo de medição. Nem sempre os erros são fáceis de detectar, outros são impossíveis.
Para compreender melhor o processo de incerteza em análises químicas, é apresentado
a teoria sobre algarismos significativos, necessária para a posterior classificação dos
tipos de erros.
Ao calcular o
número de casas
decimais, qual será
o resultado final?
Quantos
algarismos Qual a
significativos incerteza
devem ser relativa deste
usados no cálculo?
resultado final?
64
INCERTEZAS EM ANÁLISES QUÍMICAS │ UNIDADE III
1,76 m
Algarismo duvidoso
Algarismo correto
Algarismo correto
Fonte: Próprio autor (2018).
Considerando então uma medida feita em um pHmetro, com o resultado de 3,65, com
uma faixa de variação de ± 0,02, entende-se que a leitura pode ter sido de 3,67 ou 3,63.
Mas como é determinado essa faixa de leitura do aparelho?
65
UNIDADE III │ INCERTEZAS EM ANÁLISES QUÍMICAS
Grandezas Grandezas
Escalares Vetoriais
Precisam apenas do valor Como o próprio nome diz,
em módulo para serem as grandezas vetoriais
caracterizadas. São precisam de três
descritas por um número, informações para serem
seguido de uma unidade de completamente descritas:
medida. módulo, direção e sentido.
As operações com algarismos significativos seguem algumas regras para que o resultado
seja preciso. As quatro operações básicas são: soma, subtração, divisão e multiplicação.
Para executar essas operações, é necessário conhecer as casas decimais e os algarismos
significativos de cada parcela.
Para o caso de executar análises em um mesmo método analítico, porém com dois
equipamentos de precisão diferente, deve-se considerar o número de algarismos
significativos e casas decimais do equipamento que tiver a menor precisão.
66
INCERTEZAS EM ANÁLISES QUÍMICAS │ UNIDADE III
Adição e subtração
O número de algarismos significativos que devem ter em uma resposta de uma operação
de adição ou subtração deve ser o mesmo dos números envolvidos na operação.
Conforme:
Para o caso dos números que não tiverem a mesma quantidade de algarismos
significativos, a resposta deve ter a mesma quantidade do menor número de algarismos
significativos. Conforme:
67
UNIDADE III │ INCERTEZAS EM ANÁLISES QUÍMICAS
3,260
x 1,78
5,80 x
Tipos de erros
Todos os tipos de medidas vêm acompanhadas com erros, os quais são oriundos do
método de medição, do operador ou do equipamento. Os erros experimentais são para
quantificar as incertezas existentes nas medições. Os erros experimentais podem ser
classificados como:
a. Erro sistemático:
Sousa e Costa (2012) citam o exemplo do uso de turbidímetro. Durante uma leitura,
registra-se o valor de 35,00 NUT, mas o valor real é de 35,04 NTU. Este erro gerado na
medida de turbidez é chamado de sistemático pois todo vez que fizer uma repetição, ele
existirá.
Para fazer a correção deste tipo de erro, é necessário utilizar uma medida padrão com
valor real conhecido.
68
INCERTEZAS EM ANÁLISES QUÍMICAS │ UNIDADE III
b. Erro aleatório:
Os erros aleatórios são aqueles gerados por variáveis que não podem ser controladas na
execução das medidas. Este tipo de erro não pode ser corrigido.
Precisão e exatidão
Tabela 8. Resultados obtidos de uma análise de sangue dos teores de ácido lático, cujo valor
69
UNIDADE III │ INCERTEZAS EM ANÁLISES QUÍMICAS
Método preciso
mas não exato. Razoavelmente
Método preciso
Os valores são Não é preciso e exato, mas não
e exato. Todos
produtíveis mas nem exato. Não preciso. Exato
foram possíveis
não exatos, foram porque os
de reproduzir e
uma vez que reprodutíveis e valores estavam
com boa
nas 10 análises nem próximos próximos ao
proximidade ao
os valores não ao valor real. real, mas não
valor real.
foram próximos reprodutíveis.
ao real.
Planejar
Corrigir Fazer
Verificar
70
CALIBRAÇÃO
EM ANÁLISES UNIDADE IV
QUÍMICAS
CAPÍTULO 1
Calibração em análise química
O que é certificação?
Todas as análises feitas em laboratório, para serem confiáveis, precisam de certos níveis
de segurança. A certificação são indicações que analisam se a qualidade dos dados está
dentro destes critérios. Existem certificações (normativas de controle) para a coleta
das amostras, até a análise final dos dados obtidos. Segundo Sousa e Costa (2012), são
alguns exemplos de certificação de qualidade:
71
UNIDADE IV │ CALIBRAÇÃO EM ANÁLISES QUÍMICAS
Controle da
Grau de variação
linearidade das Verificação
nos resultados
curvas de periódica
obtidos
calibração
Produção de
Como os Linearidade dos
sinais e baixa
instrumentos são equipamentos de
intensidade pelos
mantidos laboratório
brancos
Documentação de
Reprodutibilidade Calibração
como as amostras
de análises periódica desses
são conservadas
repetidas equipamentos
adequadamente
O certificado de calibração é emitido para uma finalidade específica. Isto quer dizer que
um processo de calibração deve ser conduzido quando há um interesse estabelecido em
emitir esse certificado. Como por exemplo para garantir a segurança dos dados obtidos
em uma balança.
Existem dois importantes órgãos que atuam no processo de calibração de forma distinta:
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o Instituto Nacional de Metrologia
(INMETRO). Por um lado, a ABNT cria normas para orientar os laboratórios para
obtenção dos certificados de calibração.
Por outro lado, o INMETRO é responsável por emitir esses certificados. Para tal, os
laboratórios precisam ser credenciados ao INMETRO e cumprir os diversos outros
requisitos necessários para obtenção do Certificado de Qualidade.
72
CALIBRAÇÃO EM ANÁLISES QUÍMICAs│ UNIDADE IV
Certificação de qualidade
Para tal, Sousa e Costa (2012) sugerem os seguintes passos para atingir de fato uma
certificação de qualidade:
73
UNIDADE IV │ CALIBRAÇÃO EM ANÁLISES QUÍMICAS
1o Passo: escolher
uma equipe
responsável.
2o Passo: definir o
sistema de
qualidade
adequado.
3o Passo: adaptar
o sistema à
legislação vigente.
O sistema PBL pode inclusive ser aplicado em outros tipos de laboratórios, como de
solos. Este sistema usa como referência a OECD, que significa series on principles of
good laboratory practice (GLP) and compilance monitoring.
Sousa e Costa (2012) apresentam o esquema que mostra as operações que levam a boas
práticas de laboratório.
Relato
Laboratório (BPL)
Boas Práticas de
Planejamento
Realização
Monitoramento
Registro
Fonte: modificado de Sousa e Costa (2012).
74
CAPÍTULO 2
Calibração de vidraria volumétrica
Proveta Bureta
Fonte: Guarulab (2018); Cial (2018); Polo Química (2018); Labor Shopping (2018); Alibaba (2018).
75
UNIDADE IV │ CALIBRAÇÃO EM ANÁLISES QUÍMICAS
Pipeta monocanal de
Pipeta monocanal de interface de ar Pipeta de deslocamento positivo
interface de ar
Fonte: Prolab (2018); Prolab (2018); Prolab (2018); MedicalExpo (2018); MedicalExpo (2018); Direct Industry (2018); Biotek
(2018); Analítica (2018).
76
CALIBRAÇÃO EM ANÁLISES QUÍMICAs│ UNIDADE IV
DE-M
H é o símbolo de certificação em
conformidade da BRAND de acordo
com ‘Eichordnung’, a norma Federal
Alemã de Pesos e Medidas e a
Fabricante norma DIN 12600.
Norma
Marca registrada BRAND para
instrumentos volumétricos classe A e AS País de origem
Limite de erro
Classe “A”, o mais alto
Grau de qualidade,
“S” para vertido rápido
Unidade de volume
Transferir
Relacionar o volume real
quantitativamente a água
Encher com água até o da vidraria para definir
no interior da vidraria para
traço de calibração ou qual o real valor do
um recipiente previamente
aferição da vidraria volume da vidraria que
tarado em uma balança
está calibrando.
analítica.
77
UNIDADE IV │ CALIBRAÇÃO EM ANÁLISES QUÍMICAS
Além disso, o valor da massa específica da água é conhecido para várias temperaturas,
apresentado na tabela a seguir.
Este saiba mais é baseado no trabalho de Moriwaki e Kimura (2005), cujo título
é “Exatidão das Vidrarias Volumétricas e Impacto sobre a Quantificação de
Metoclopramida em Solução Oral”. O trabalho destas autoras buscou avaliar
a qualidade das vidrarias volumétricas que foram adquiridas por licitação, e o
impacto desses padrões nas análises de medicamentos.
Tabela 10. Resultado das pipetas volumétricas de acordo com a ISO 648.
78
CALIBRAÇÃO EM ANÁLISES QUÍMICAs│ UNIDADE IV
Tabela 11. Resultado dos balões volumétricos de acordo com a ISO 1042.
Tabela 12. Resultado das buretas volumétricas de acordo com a ISO 385.
79
CAPÍTULO 3
Impacto das novas tecnologias na
calibração
O mundo tem mudado muito nos últimos anos. As tecnologias estão sendo desenvolvidas
de forma muito rápida, e novas soluções para o cotidiano estão cada vez mais presentes.
Diferentemente de gerações de 70 anos atrás, os nascidos na era digital estão vendo
a substituição da mão de obra humana por equipamentos inteligentes que realizam
diversas tarefas com precisão. Isto causa uma imensa preocupação, especialmente
quanto a perda de postos de trabalho.
Contudo, o que se deve ter em mente é que a tecnologia vem para auxiliar o ser humano
a simplificar tarefas repetitivas e de pouco esforço mental. As chamadas “profissões do
futuro” estão totalmente relacionadas a atividades que exigem pensamento crítico e
análises humanas. Isto porque o pensamento crítico, a experiência e o sentimento que
o ser humano possui, ainda, são características de difícil reprodução.
Desta maneira, essas inovações vêm impactando diversas áreas da ciência e da tecnologia,
dentre elas insere-se a metrologia. Nos últimos anos, diversos equipamentos em
laboratório têm sido desenvolvidos para realização de medições, os quais apresentam
maior eficiência e reduzem a probabilidade de erros em função do operador.
Sousa e Costa (2012) apresentam dois perfis de analista: o analista de ontem e o analista
de hoje. As características de ambos são apresentadas na figura 70.
80
CALIBRAÇÃO EM ANÁLISES QUÍMICAs│ UNIDADE IV
Repetitividade
Analista de
ontem
Reprodutividade
Emitir opinião
analítica
Entender o
princípio e validar
Analista de hoje
por outra
metodologia
Explicar os
procedimentos
utilizados
Conforme apresentado na figura anterior, o analista de hoje deve ser capaz de validar
uma metodologia através da proposição de outra. Sousa e Costa (2012) apresentam
alguns critérios que devem ser satisfeitos para a validação de um método, demonstrado
no quadro a seguir.
Critério Definição
Neste critério deve ser observada a estabilidade do analito. Um analito instável não é adequado ao
método desenvolvido, isso porque, ao iniciar a análise, os reagentes começam a reagir com o analito
Condição analítica definida que se encontra em determinado estado molecular ou iônico. Se esse estado muda durante a reação
química, devido à sua instabilidade, somente parte dele irá reagir, produzindo um falso negativo ou
falso positivo.
Uma metodologia deve ser seletiva (ou específica) para um determinado analito. Isto significa que,
Seletividade ou especificidade ao executar um método analítico, o reagente deve agir de forma específica com relação à espécie
química que se deseja determinar.
O procedimento é realizar várias corridas analíticas com concentrações diferentes. O que deve
acontecer é que a razão de concentração dessas várias soluções deve se alterar de forma linear. Isso
Recuperação
significa que, ao mudar a concentração do analito, a recuperação deve ter as mesmas características
em qualquer concentração.
81
UNIDADE IV │ CALIBRAÇÃO EM ANÁLISES QUÍMICAS
Quando uma determinada metodologia está sendo testada, os padrões analíticos são lidos de
acordo com as várias metodologias disponíveis. Como resultado, obtém-se uma curva de resposta.
Uma boa curva de reporte oferece uma boa linearidade, ou seja, o conjunto dos pontos resultantes
Linearidade
quando linearizados dão como resultado um coeficiente de probabilidade muito próximo de 100%.
Normalmente, uma boa curva os resultados são do tipo 0,999; 0,998, 0,999 etc. portanto, próximos
de 1,0.
A medida da precisão é facilmente identificada com a utilização de técnicas de repetitividade e
reprodutividade. Repetitividade pode ser verificada numa sequência com a análise de padrões de
Precisão
concentrações distintas. Reprodutividade é verificada analisando-se as médias obtidas das medidas
das concentrações iguais, ou comparando-se precisão entre essas medidas.
É determinada medindo-se a média de concentrações de padrões distintos, quando esse valor da
Exatidão
média é próximo ou igual ao valor teórico, diz-se que o método tem boa exatidão.
Quando desenvolvemos determinada metodologia para uma análise química, ela pode sofrer
interferência no resultado analítico em função da mudança de equipamentos, reagentes, caráter do
Robustez meio, mudança de fabricante, entre outros. Quando isso ocorre, diz-se que o sistema não é robusto,
por isso medidas devem ser tomadas para evitar esse tipo de contratempo. Uma metodologia deve
dar resultados precisos mesmo na mudança das condições analíticas.
Proposta de validação podem ser feitas durante a validação do método: sugestões de confiabilidade
também são interessantes, porém, qualquer que seja a sugestão haverá discussões. Alguns critérios
Propostas de validação
deverão ser observados tais como: (1) clareza das medidas; (2) não desperdício durante as análises;
(3) busca de dados intercambiáveis e confiáveis; (4) precisão e exatidão das medidas.
Esta norma foi publicada em 2001 para substituir a ISO/IEC Guia 25 de 1993, para
estabelecer a competência técnica dos laboratórios para realização de calibrações
e ensaios. Esta norma é adotada em diversos países para reconhecimento da
competência do laboratório (CNI, 2012).
82
CALIBRAÇÃO EM ANÁLISES QUÍMICAs│ UNIDADE IV
Figura 72. Vantagens para os laboratórios e para os usuários da NBR ISO/IEC 17025.
Laboratórios Usuários
Marketing, diferencial
Confiança nos resultados.
competitivo.
83
Referências
______. Bureta com linha azul sobre fundo branco do leite vidro. Disponível
em: <https://portuguese.alibaba.com/product-detail/burette-with-blue-line-on-milk-
white-background-glassware-355674829.html>. Acesso em: maio de 2018.
84
REFERÊNCIAS
CIAL. (2018). Pipeta volumétrica com capilaridade para solo. Disponível em:
<http://cial-paulinia.com.br/produto/pipeta-volumetrica-com-capilaridade-psolo/>.
Acesso em: maio de 2018.
85
REFERÊNCIAS
86
REFERÊNCIAS
87