Educacao Comparada Relevancia Epistemologica e Ope

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Educação Comparada

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Educação Comparada: Relevância Epistemológica e Operacional


Comparative Education: Epistemological and Operational Relevance

Adelcio Machado Dos SANTOS1


Joel Haroldo BAADE2
Everaldo da SILVA3 

RESUMO: A Educação Comparada não constitui propriamente disciplina curricular, mas método para deslinde
da realidade, aferindo sistemas pedagógicos, do ponto de vista didático e institucional. Pelas discrepâncias,
peculiaridades e similitudes enseja o entendimento e fornece subsídios para o aprimoramento das estruturas
aferidas. De um lado, vale-se da Sociologia e, de outro, da Filosofia. Por via de regra, os estudos da matéria não
efetuaram abordagem epistemológica, optando pela aplicação pura e simples do método. Assim sendo, faz-se
mister desenvolver pesquisas acerca de Educação Comparada na América Latina, em função do avanço da
integração latino-americana. A implementação do método comparativo comporta várias vertentes de análise. O
princípio da comparação emana da alteridade, projetando luz sobre as disparidades e assemelhamentos. Urgem
esforços para estudos de Educação Comparada, visto que as nações latino-americanas podem auferir sobremodo
com os avanços educacionais das outras, mormente ensejo da conjuntura de globalização que ora se processa.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Educação Comparada. América Latina.

Introdução
Configura consenso de que a concepção de teorias e metodologias na educação
e nas Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, em geral, se efetua em condições
sociais específicas que não lhe conferem validade universal para explicar fenômenos
processados em conjunturas históricas e geográficas diferentes.
Em consonância do magistério de Niskier e Carvalho (1973), a sociedade
contemporânea, fortemente influenciada pelos avanços científicos e tecnológicos,
coloca em xeque os diferentes sistemas educacionais, outorgando relevo à necessidade
de muitas transformações.
Portanto, cotejar constitui recurso eficiente nos misteres da cognição. Devem
os pesquisadores educacionais, por isso mesmo, empregar o método comparativo
para esclarecimento de problemas teóricos e práticos referentes à sua necessidade.
Reserva-se, todavia, o nome Educação Comparada para designar certo tipo de
estudos, primeiramente caracterizado pela escala de observação que emprega e, deste
modo, a extensão do objeto que tem em vista elucidar. A Educação Comparada é

1 Doutor. Docente e Pesquisador do Mestrado Interdisciplinar em Desenvolvimento e Sociedade da Universidade


Alto Vale do Rio do Peixe - UNIARP. Endereço eletrônico: [email protected].
2 Doutor. Docente e Pesquisador do Mestrado Interdisciplinar em Desenvolvimento e Sociedade da Universidade
Alto Vale do Rio do Peixe - UNIARP. Endereço eletrônico: [email protected].
3 Doutor. Docente e Pesquisador do Mestrado Interdisciplinar em Desenvolvimento e Sociedade da Universidade
Alto Vale do Rio do Peixe - UNIARP. Endereço eletrônico: [email protected].

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como um vasto domínio de estudos interdisciplinares, mais que simples setor isolado
de pesquisa. Pode-se dizer que dela partem e para ela convergem todos os ramos de
estudos pedagógicos.
Nem por outra razão muitos dos cultores da especialidade sustentam que
o método comparativo precisa figurar na formação geral dos docentes, sendo
indispensáveis, com maior profundidade, aos gestores, legisladores e analistas. Analisar
questões do método em Educação Comparada é uma das tarefas mais complexas e,
por isso mesmo, das mais gratificantes para o analista, investigador ou estudioso da
disciplina. Sendo um campo de estudos relativamente jovem, a história da Educação
Comparada, bem como sua sistematização metodológica está, ainda, por se realizar.
No entanto, previamente, faz-se urgente a abordagem epistemológica e histórica, com
ênfase na Educação Comparada na América Latina.

Considerações Preliminares
Cumpre reiterar que a Educação Comparada não constitui, propriamente,
disciplina curricular, mas método que se propõe a investigar sistemas educacionais
de diferentes países ou regiões, abarcando uma dimensão intra ou internacional, um
termo histórico fixo ou em movimento e uma perspectiva, sempre e necessariamente,
comparativa.
À luz do magistério de Bonitatibus (1989), aferir consiste em perlustrar dois
ou mais elementos ao mesmo tempo, a fim de buscar semelhanças e disparidades.
A comparação, nesse sentido, é uma atividade mental, uma forma intuitiva de
conhecimento do ser humano. Toda vez que o indivíduo se depara com um fato
novo, com algo desconhecido, procura relacioná-lo a outros da mesma espécie ou
categoria, já vivenciados, conhecidos ou experienciados e, dessa maneira, aprendê-lo
e incorporá-lo, por sua vez, ao cabedal de conhecimentos. É assim que se processa o
conhecimento humano e é nesse sentido que o indivíduo assegura ser, a comparação,
uma atitude mental espontânea intuitiva.
No entanto, a comparação, como método sistemático de trabalho e análise
científica, vem se mostrando um método fértil para o estudo e investigação, não
apenas nas áreas epistemológicas das Ciências da Natureza, e sim, mais recentemente,
nas Ciências Sociais Aplicadas e Humanas.
Desse modo, presentemente, verificam-se ramos comparativos em quase todas
as disciplinas. Em tal contexto, a educação se apresenta como relevante objeto de tal
abordagem. A Educação Comparada se propõe a investigar os sistemas educacionais
num tempo histórico fixo ou em movimento (FERREIRA, 2008).

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Em termos mais específicos, a Educação Comparada pode ser diacrônica ou


sincrônica. As comparações sincrônicas lidam com uniformidades de coexistência, isto
é, com fenômenos que coexistem num dado momento histórico. Já as comparações
diacrônicas lidam com uniformidades de sucessão, isto é, com fenômenos que se
incidem no tempo (BONITATIBUS, 1989).
Embora no campo das ciências sociais e humanas, das quais se apóia a
Educação Comparada, nem sempre seja possível estabelecer relações causais entre
fenômenos, não resta dúvida de que este seria, em última instância, o objetivo das
análises diacrônicas.
Os estudos mais recentes de Educação Comparada, voltada para as relações
intra-escolares, e até para as intraclasses, segundo Bonitatibus (1989), têm, de fato, se
mostrado altamente promissores em seus resultados.
Têm demonstrado também que, para determinados tipos de estudos, as
investigações no âmbito da unidade escolar podem ser muito produtivas. Para
Lourenço Filho (1961), uma faina relevante da Educação Comparada consiste
em alertar o espírito dos educadores para o significado de suas tarefas, dentro de
conjuntos, sem a visão do qual perdem elas a maior parte de seu sentido funcional.
No caso particular, nenhuma orientação diversa será satisfatória. Essa
abordagem sistematiza material para que, caracterizados certos fins de ação social,
expressos num sistema de ensino, com eles se conectem meios ou recursos operacionais
hábeis.
Ademais disso, a Educação Comparada se situa entre os instrumentos
do avanço, pelas experiências positivas que uma nação pode recolher de outra. O
valor das investigações comparativas clássicas, atualmente pouco corriqueiras, jaz,
precisamente, na interpretação histórico-filosófica que faziam dos sistemas nacionais
de educação e nas conexões que estabeleciam, ainda que em uma perspectiva
culturalista e enciclopédica, entre sociedade e educação.
As origens da interdisciplinaridade em Educação Comparada estão, sem
dúvida, em tais estudos que procuram investigar as sociedades em todas as suas
dimensões, antes mesmo de tentar compreender seus sistemas de educação.
Contudo, impõe-se colimar que a educação, efetivamente, constitui subsistema
do sistema social mais amplo e, nessa medida, a apreensão isolada do sistema
educacional carece de operacionalidade. A educação se conecta umbilicalmente
com a sociedade, da qual constitui dimensão, fazendo-se evidente que um estudo de
Educação Comparada não pode se limitar à investigação dos aspectos estritamente
pedagógicos ou educativos dos sistemas educacionais (BONITATIBUS, 1989). Neste
sentido, para cada fenômeno educativo existe um espectro de razões sociais e culturais

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mais amplas, que somente podem ser aprendidas por meio da relação recíproca entre
sociedade e educação.
Do ponto de vista da Educação Comparada, isto implica que, para se
realizar com proveito um estudo comparativo em educação, não bastarão os
conhecimentos pedagógicos. Mas é necessário que, fundamentalmente, se lance
mão de conhecimentos advindos dos mais variados campos do saber. A par disso,
a tentativa de compreender conhecimentos advindos de diversos campos do saber
com o desígnio de esclarecer seu próprio objeto de estudo não é, contudo, atributo
da Educação Comparada. Ao contrário, suas raízes estão radicadas na própria
disciplina que lhe serve de sustentação, que é a educação.
Por conseguinte, a própria educação é multi ou interdisciplinar em seu
processo e a Educação Comparada, ao tomar os sistemas e os fatos educacionais
como elemento de seus estudos comparativos, não teria como fugir a esta mesma
configuração. É possível, contudo, que no caso da Educação Comparada, a questão
se torne um tanto mais complexa, nem tanto por não se limitar aos fatos educativos
no âmbito de um único contexto, mas, sim, por ampliá-lo, a fim de cobrir, em
perspectiva comparativa, diferentes povos, culturas e tempos históricos.
A Educação Comparada constitui, de fato, uma auspiciosa área epistemológica.
Não obstante, cumpre reconhecer a complexidade de sua execução. Não basta o
conhecimento de uma disciplina, de um campo específico do saber. Faz-se mister
que o indivíduo se esforce em tentar abarcar um complexo de conhecimentos,
uma área verdadeiramente interdisciplinar, um conjunto de disciplinas e campos
científicos extremamente amplos e holísticos.
É por este motivo que, em universidades de países que contam com centros
de Educação Comparada muito desenvolvidos, a disciplina é trabalhada não por
um ou alguns poucos indivíduos, mas por equipes altamente especializadas em
diferentes campos do conhecimento. Especializados nas diversas Ciências Sociais
Aplicadas e Humanas dedicam-se a estudos integrados, cada um deles oferecendo
contributo, ou a perspectiva própria de sua especialização, aos estudos comparativos
em educação.
São restringidos, em número, os compêndios de Educação Comparada, além
de se mostrarem um tanto frágeis no modo como discorrem sobre a matéria, poucas
são as obras que realmente a apresentam de forma orgânica, bem-estruturada e
sistemática. A grande massa bibliográfica disponível é, ao contrário, composta
de estudos monográficos, caracterizados justamente pela fragmentação, pelas
exposições simplesmente descritivas e que, exatamente por estes motivos, estão
designadas a uma atualidade efêmera.

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A Educação Comparada é indispensável à cultura pedagógica. Através dela, o


educador e a educadora serão levados à melhor compreensão do próprio sistema de
educação e ao conhecimento dos resultados operacionais, das soluções outorgadas aos
problemas do ensino pelos sistemas estrangeiros. Consoante preleciona Bonitatibus
(1989), que tem sido possível detectar, por meio de estudos comparativos, algumas
regularidades entre os diferentes sistemas de educação, tanto do ponto de vista de suas
estruturas quanto de suas funções e, consequentemente, de seus problemas de ordem
educativa (FERREIRA, 2008).
Muitos autores chegam mesmo a falar em problemas educacionais universais,
planetários ou comuns aos vários povos na atualidade, o que não significa,
evidentemente, que sejam absolutamente idênticos por toda parte, mas que possuem
fortes pontos de contato, o que permitiria caracterizá-los como universais.
Destarte, na medida em que suscita o interesse pelo estudo de sistemas
educacionais forâneos, abordados, refletidos e confrontados com o próprio sistema
educacional, a Educação Comparada propicia um melhor conhecimento da própria
realidade educacional. A Educação Comparada transforma-se, também, não somente
num veículo de cultura pedagógica, mas num instrumento de conhecimento mais
profundo da realidade, à luz da experiência de outros povos (FERREIRA, 2008).
Está superada, há muito, a premissa de que poder-se-ia, mecanicamente,
transplantar um sistema educacional de um país para outro, de uma cultura para
outra. Todavia, desde que inteligentemente implementada, a reflexão sobre sistemas
diferentes, seus problemas e soluções aventadas, podem ser de utilidade para a busca
de alternativas aos problemas mais abrasadores da realidade educacional, problemas
estes que estão a exigir dos educadores soluções urgentes e apropriadas. Dessa forma,
para Bonitatibus (1989), não é possível desconsiderar a contribuição dos estudos de
Educação Comparada à formação dos profissionais da educação.
Ao desvendar a íntima e intrincada relação entre as características da sociedade
e seu sistema educacional, ao confrontar sistemas variados, ampliando horizontes,
descentralizando pontos de referência e conduzindo-os à superação do etnocentrismo,
a Educação Comparada estaria propiciando um conhecimento mais crítico, seguro
e sistemático da realidade educacional. Entrementes, em sua dimensão pragmática,
estaria permitindo a necessária revisão de instituições e práticas educativas, dirigindo
ao levantamento de alternativas de ação e, portanto, ao aproveitamento inteligente
de experiências já avaliadas em outros povos, lugares e épocas (FERREIRA, 2008).
Se for partir do pressuposto de que toda ciência deve possuir uma área e um
método que lhe sejam específicos, peculiares e, ainda, que tal campo e tal método
devam emergir do próprio objeto de estudo da tal ciência, então, pode-se assegurar com
segurança que a Educação Comparada não é uma ciência. Isto porque, em Educação

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Comparada, nenhum destes parâmetros encontra-se perfeitamente dimensionados.


Aliás, a partir da própria definição do objeto de estudo da Educação Comparada é
enfrentada uma série de questões controvertidas. Divergências de ordem conceptual
e epistemológica têm conduzido os comparatistas a dificuldades intransponíveis. Não
há, definitivamente, qualquer consenso em torno de qual seja, especificamente, o
objeto de estudo da Educação Comparada.
O fim da Educação Comparada é o de descobrir as diferenças nas forças e
causas que produzem diferentes sistemas educativos. Seu maior valor consiste na
análise das causas que determinam o desenvolvimento dos sistemas, na comparação
das diferenças entre os distintos sistemas, nos motivos subjacentes e, por último, no
estudo das soluções tentadas.
Os sistemas nacionais de educação – objeto da Educação Comparada – são
a expressão exterior do caráter nacional e, como tal, assinalam uma nação da outra.
Com isso, a Educação Comparada tem como objeto os sistemas nacionais de ensino
determinados como conjuntos dotados de configuração própria e sentido peculiar, ou
unidades complexas em que se pode proceder a uma análise do processo educativo em
toda sua riqueza de aspectos e variedade de condições. De fato, o sistema de ensino de
cada país não representa somente um agregado de instituições educativas de caráter
isolado.
A par disso, a Educação Comparada é o estudo de uma das modalidades mais
complexas dos fenômenos. A Educação Comparada não pode estar confinada ao
estudo dos sistemas escolares ou ao estudo de qualquer outro tipo de fatos singulares,
assim como não é uma descrição inerte de atos e instituições educativas estrangeiras,
como se estas pudessem ser adotadas e importadas para sua exibição em museus. Está
interessada nas peculiaridades do processo educativo, considerado como um processo
total.
Tomando-se a expressão Educação Comparada e fazendo-se sua interpretação
com base na própria etimologia, o indivíduo é levado a concluir que, em sentido
lato, significa comparação dos fatos de educação, quaisquer que sejam eles. Assim, e
por isso, a Educação Comparada pode ser definida, simples e totalmente, como um
método de abordagem dos fatos educacionais (BONITATIBUS, 1989).
A Educação Comparada, em seu sentido mais amplo, pode ser definida
como a comparação intercultural da estrutura, o processo, as metas, os métodos e
os rendimentos dos distintos sistemas educativos e seus elementos. A finalidade da
Educação Comparada é o estudo das inter-relações que têm lugar entre a educação e
a sociedade, não apenas na situação nacional, mas, também, na internacional, com o
propósito de entender problemas tanto locais quanto universais.

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De fato, a inexistência de uma definição consensual e a multiplicidade de


pontos de vista do que seja a Educação Comparada tem sido um motivo a mais de
insatisfação para os que a estudam, suscitando o desejo de vê-la colocada em outros
e melhores termos. Enquanto ciência, a Educação Comparada deveria dispor de
um corpo estruturado e sistemático de conhecimentos, delimitado por um objeto
e campo específicos que consequentemente, não se confundiriam com os de outras
ciências.
Ademais disso, se é verdade que, ao confrontar sistemas educacionais
diversos, a Educação Comparada se propõe buscar algumas regularidades e, nessa
medida, estabelecer padrões uniformes e universais, também é verdade que, ao lado
da universalidade, da padronização e das regularidades recorrentes, a Educação
Comparada procura estabelecer particularidades, destacando, precisamente, aquilo
que foge aos padrões universais da perspectiva científica.
Esse destaque na singularidade, mais do que na universidade, é que faz
supor que, provavelmente, a Educação Comparada não possa, e talvez nem deva,
ser enfrentada como ciência. Na medida em que a Educação Comparada possa
ser encarada, não como ciência ou método, mas, somente, como área de reflexão
e investigação educativa, poderá aumentar seus desígnios, abrangendo tanto o
conhecimento puro e acadêmico, quanto o conhecimento aplicado, pragmático e
utilitarista.
Encarada, simplesmente, como área de reflexão pedagógica, a Educação
Comparada, em consonância com a preleção Bonitatibus (1989), poderá buscar,
por via método comparativo, a elucidação das relações entre educação e sociedade,
em processo que efetivamente amplie e aprofunde o conhecimento, por romper o
hermetismo de campos científicos especializados.
Vista sob a ótica de um campo de investigação educativa, a Educação
Comparada poderá, por fim, vir a se constituir em um importante recurso de análise,
seja para o autoconhecimento educacional, seja para promover a descentralização,
seja, ainda, para apreender a dimensão internacional do processo educativo, via
comparação.
A análise comparativa tornar-se-á, nessa medida, um meio de detectar
evidências sobre aspectos de sistemas educacionais diferenciados, de testar proposições
sobre relações particulares entre educação e sociedade, ali onde a experimentação não
encontraria lugar ou possibilidades.
Em síntese, como campo de reflexão e investigação educacional, a Educação
Comparada insere-se no âmbito da análise e interpretação da ação educativa, sem ter
de, em princípio, comprometer-se com uma precisão conceptual que, de fato, não
possui.

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Para alguns doutrinadores, o objeto de estudo da Educação Comparada


seria os sistemas educativos. Outros expressam ideia semelhante referindo-se aos
sistemas nacionais de educação. Outros, ainda, restringem-se ao que denominam
sistemas nacionais de ensino (BONITATIBUS, 1989). Abandonando o conceito de
sistema, mas ainda centralizados na educação, alguns comparatistas mencionam fatos
educacionais ou, ainda, processo educativo. Enfim, outros ressaltam, na definição
do objeto de estudo da Educação Comparada, a análise intercultural ou societal das
inter-relações entre educação e sociedade.
Ao estabelecer inter-relações entre educação e sociedade, a Educação
Comparada ressalta, também, a noção de subsistema educacional, como parte
integrante, assim, de uma configuração ainda mais ampla, que é o contexto sócio-
econômico.
Para Bonitatibus (1989), quando se pensa no objeto de estudo da Educação
Comparada em termos de educação formal, sistemática e limitada à instituição
escolar, está-se confundindo sistema educacional com sistema escolar, de vez que o
termo educação tem conotação muito mais ampla, envolvendo a formação integral
do indivíduo, o que evidentemente se dá inclusive além dos limites da escola.
Assim, quando as pessoas se referem aos sistemas educacionais como objeto
de estudo da Educação Comparada, não podem restringir à educação escolar, mas
precisam preparar algumas considerações, ainda que ligeiras, sobre o termo nacional,
também presente na expressão sistema nacional de educação.
De modo geral, os comparatistas têm se preocupado mais em fazer Educação
Comparada que em dar-lhe um fundamento epistemológico, elaborar uma
metodologia, construir modelos teóricos ou teorias. Isto não significa que não tenham
se utilizado de determinadas teorias e métodos, mas, simplesmente, que não têm se
preocupado, especificamente, em analisar os instrumentos que empregam, em validá-
los e aplicá-los com rigor metodológico.

Breve histórico da Educação Comparada


Diferentes são as periodizações da história da Educação Comparada, elaboradas
e apresentadas pelos diversos autores. Evidentemente, todos se referem aos mesmos
fatos históricos. Porém, dependendo do período estabelecido para cada uma das fases,
encontram-se delimitações mais amplas ou mais restritas, rótulos diversos, bem como
caracterizações bem definidas ou, relativamente, mais vagas.
Toda ciência passa por um período pré-científico. Nele colocam-se e discutem-
se os mesmos problemas que logo serão objeto de investigação e ensino, mas são

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abordados ocasional e assistematicamente, em vez de examiná-los e expô-los, como


ocorreria no período científico, de uma maneira sistemática e com métodos rigorosos.
Sendo assim, o período pré-científico da ciência se iniciou quando alguém
começou a utilizar a comparação, para esclarecer e melhor compreender os temas
educativos. Esta concepção ocasional se generaliza desde há muito no pensamento
pedagógico (FERREIRA, 2008).
Já no período de predição, a Educação Comparada passou do processo
de coletar dados puramente descritivos para o tratamento especulativo das forças
responsáveis pelas práticas educacionais (BONITATIBUS, 1989). Assim como no
período analítico-explicativo, as comparações se baseiam, fundamentalmente, na
história; pode-se assegurar que no período propriamente comparado se inicia uma
estreita colaboração entre a Educação Comparada e as ciências sociais. Neste período,
a Educação Comparada recebe forte influência das ciências sociais que se manifesta,
em especial, no aspecto morfológico, assim como nas técnicas de investigação
(FERREIRA, 2008).
Os estudos comparados em educação, encarados em sua fase sistemática,
têm origem atual. Na realidade, sendo os sistemas nacionais de educação o objeto
específico desta disciplina, não poderia ela existir senão após a organização de tais
sistemas, o que viria a acontecer apenas nos fins do século XVIII e início do século
XIX.
A preocupação com a educação em nível nacional, bem como a tentativa de
se realizar estudos sistemáticos em Educação Comparada somente puderam surgir
no momento em que a Europa passou, em matéria de educação, do universalismo ao
nacionalismo, ou seja, pelos fins do século XVIII.
Para Lourenço Filho (1961), é recente a origem dos estudos propriamente
chamados de Educação Comparada, antes de tudo por uma questão de fato. Se o
objeto da Educação Comparada são os sistemas nacionais de ensino, não poderia ela
existir antes que esses sistemas se viessem a organizar e a apresentar linhas definidas,
o que só se deu nos fins do século XVIII.
Entretanto, a organização dos sistemas nacionais de ensino atuou-se por efeitos
de lentas transformações da vida política, social e econômica das nações da Europa,
desde as descobertas de novas terras em outros continentes que não a Europa, até às
guerras napoleônicas.
O período entre os anos de 1830 e 1914 pode ser chamado dos “inquiridores”,
em que pesquisadores percorriam os países com o objetivo de estudar os seus sistemas
educacionais. Entre as duas guerras, por sua vez, houve um momento de sistematização
teóricas. Somente após 1955, os estudos comparados em educação passaram a voltar-

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se mais para o futuro, sendo que nos períodos precedentes as preocupações haviam
sido essencialmente históricas (FERREIRA, 2008).

Estudos Comparados na América Latina


A Educação Comparada na América Latina tem se caracterizado,
tradicionalmente, por um trabalho de natureza sistêmica. Países inteiros e seus
indicadores de escolaridade, de exclusão escolar, de analfabetismo e outros são
tratados de uma forma a-histórica, descontextualizada, como se estes pudessem
expressar, por si mesmos, algo independente das condições que lhes deram origem,
isolados do desenvolvimento social, econômico, cultural e educacional, da história
de cada país. De forma que fenômenos de grande densidade social são reduzidos a
aspectos qualitativos ou a um conjunto de dados estatísticos.
Este limite básico, de natureza epistemológica, e a questão política das
ideologias assépticas, de suposta neutralidade científica, veiculadas por muitos estudos,
conduziram a Educação Comparada à insuficiência de respostas para os principais
problemas da educação na América Latina. A discussão dos estudos comparados
comporta várias vertentes de análise. Segundo Franco (1992), no Congresso Nacional
de Educação Comparada (1986), um especialista de renome internacional, o Dr.
Ettore Gelpi, fez um balanço dos tabus de conteúdos e de posições políticas dos
estudos de Educação Comparada e apontou algumas possibilidades de sua superação.
O princípio da comparação é a questão do outro, o reconhecimento do outro
e de si mesmo pelo outro. A comparação é um processo de perceber as diferenças e
semelhanças e de assumir valores nessa relação de mútuo reconhecimento. Trata-se de
entender o outro a partir dele mesmo e, por exclusão, se perceber na diferença. No
curso histórico das ciências sociais, a percepção das diferenças tem sido uma espécie
de estudo ideológico para justificar a ocupação territorial, para subjugar ou para
extinguir o outro. Esse uso ideológico das diferenças visando um rendimento político
foi, no mundo ocidental, muitas vezes, revestido de respeitabilidade política. Ele está
ligado ao desenvolvimento da sociedade europeia aristocrática e hierarquizada de
onde proveio a pretensa superioridade do homem branco e a pretensa legitimidade
de sua posição de explorador e colonizador.
A prática do comparativismo tem por base uma concepção positivista de
ciência que, aplicada à educação, implica considerar os fenômenos educacionais pelas
suas características exteriores e isoladas da totalidade histórico-social que os constitui.
Complementarmente, o comparativismo tem por base a sociologia de Augusto
Comte, que, utilizando-se da metodologia das ciências, compreendia a observação,
a classificação, a comparação e o método histórico-evolutivo segundo o qual se pode

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observar a herança cultural das diversas gerações humanas, as leis de sua evolução
que vão permitir a previsão que facilitará o controle social, objetivo primordial de
sua doutrina.
Refletindo sobre os estudos de Educação Comparada na América Latina, a
redução dos fenômenos educacionais à dimensão quantitativa tem como finalidade
produzir ilusões sobre a realidade complexa que acaba, assim, simplificada e suscetível
de adaptar-se aos modelos estabelecidos teoricamente.
Do ponto de vista cultural, recria-se uma escala evolutiva universal e invariável,
com alta capacidade normativa, onde alguns modelos de sistemas educativos são
considerados ideais. Estabelece-se, desse modo, um estatuto teórico para a educação
fundamentado na ideia de homogeneidade, onde comparar é estabelecer semelhanças
e diferenças com esses modelos. Reduzem-se, portanto, as diferenças entre os sistemas
educacionais e eliminam-se as formas culturais diversas ou antagônicas em relação
dominante (FRANCO, 1992).
Assim, a questão dos estudos comparados e da educação dos países
dependentes, comparada aos sistemas educacionais dos países avançados, coloca-se,
basicamente, como a análise do produto de uma situação assimétrica de dominação/
dependência, que se qualifica pelo desenvolvimento desigual e combinado dos países
dependentes, sob a estratégia da expansão da acumulação do capital transnacionalizado
(FRANCO, 2000). De acordo com Cruz (1984), a recente relação estabelecida
entre desenvolvimento e educação leva a maioria dos educadores a associarem,
imediatamente, a ideia de treinamento para o trabalho à de rendimento econômico.
As nações em via de desenvolvimento apaixonaram-se por essa relação,
na suposição de que a implantação de um ensino técnico e profissional em larga
escala pudesse colaborar no processo e continuidade do desenvolvimento. Outros,
como o Brasil, que se apresentam como países capitalistas, já despertaram para a
impossibilidade de uma educação profissional e técnica de maior alcance sob o
patrocínio governamental e começam a promover o interesse dos meios de produção
e de serviços para participarem da formação de seus operários, técnicos e especialistas
(FRANCO, 2000).
Mas o problema principal, que incide na necessidade de uma educação voltada
para um desenvolvimento no seu sentido amplo, abrangendo os setores econômicos,
social, político e cultural, e fundamentado no ser humano, nas suas dimensões,
individual e social, ao que parece não interessa suficientemente aos povos menos
desenvolvidos, em razão da partida para o desenvolvimento econômico. Há urgência
em alcançar as grandes potências mundiais para fugirem a uma dependência que
parece eterna, e, ao que tudo indica, ampliando-a cada vez mais.

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Dessa maneira, a maioria dessas nações subestimam os aspectos éticos,


morais e culturais da educação, em face dos imperativos econômicos que estão a
exigir delas uma rápida e radical transformação das suas infraestruturas sociais e
educacionais, acompanhadas de visível desequilíbrio da funcionalidade política e
dos padrões culturais. Esse, por exemplo, é o propósito do estudo realizado por
Franco (2000), que se propõe a refletir sobre os problemas postos pela comparação,
partindo de uma pesquisa comparativa sobre políticas de formação profissional de
trabalhadores em três países, México, Brasil e Itália.
Uma política proposta ao desenvolvimento econômico, por intermédio
da educação para o crescimento e o bem-estar social, é atualmente uma política
amplamente aceita. Entretanto, nem sempre a ação política dos países em
desenvolvimento efetua-se em sentido de totalidade sistêmica, isto é, com base na
interação dos aspectos sociais e culturais, com os econômicos e educacionais. Esses
países, com a política centrada no desenvolvimento econômico, sem considerar
a anomia evidente entre os componentes da sua organização social, dificultam
ainda mais a interação entre eles, porque desviam o enfoque humanístico do
desenvolvimento para a rentabilidade econômica.
Apesar de os investimentos em educação terem crescido em grande parte dos
países da América Latina e das constantes reformas dos seus sistemas de educação,
não tem havido mudança significativa nem de qualidade e nem de quantidade,
principalmente naqueles países que sustentam uma insidiosa tradicionalidade de
insulamento da escola em relação ao contexto social, cultural e político. De fato,
as mudanças acontecem apenas na cúpula, sem repercussão do significado dessas
reformas na consciência social.
Para Cruz (1984), os Estados Unidos, como país que surgiu sob o signo da
democracia, onde teve participação interessada do povo nos destinos da educação,
parece que administram a interação da organização educacional com os setores
do desenvolvimento social de maneira espontânea e de acordo com o interesse da
coletividade. Assim sendo, uma das grandes preocupações dos comparatistas em
educação tem sido encontrar, na comparação de sistema de educação estrangeiros,
um coeficiente comum que determine as tendências, isto é, novos rumos da
educação com vistas ao aperfeiçoamento dos sistemas. É importante lembrar que
a Educação Comparada, como disciplina, surgiu dessa necessidade de confrontar
experiências de outras nações, visando obter recursos para aperfeiçoar o sistema
educacional.
A falta de utilização de uma metodologia apropriada tem levado muitas
nações subdesenvolvidas a adotarem modelos de países mais avançados que não se
adaptam às suas condições históricas, culturais, econômicas e sociais.

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Educação Comparada Artigos/Articles

Da mesma maneira, quando se ignoram os resultados negativos de experiências


educacionais de outras nações, corre-se o risco de cometer os mesmos erros, perdendo
a oportunidade de corrigir o que está necessitado no próprio país e de valorizar o que
está correto.
Por fim, apesar de serem recentes os estudos comparados de sistemas
educacionais, há bastante interesse na sua evolução, principalmente nos países mais
desenvolvidos.

Considerações Finais
Os estudos comparativos impuseram uma compreensão de mais ampla escala
para observação de fatos e situações; obrigaram a uma compreensão dinâmica do
mundo em que vive; permitiram conjugar conceitos de muitas disciplinas, antes de
tratamento estanque, para explicações de síntese. Eles evidenciaram, por fim, que
a natureza do conhecimento mais se refere a mudanças nas coisas que às próprias
coisas, estando estreitamente ligada às capacidades de ação do ser humano e a seus
propósitos, como as técnicas que ele possa dominar e na medida em que as possa com
mais discernimento empregar.
O progresso da Educação Comparada, mediante a unificação de suas
várias tendências, antes em conflito, deve-se à admissão do ponto de vista muito
abrangente, fundado numa revisão dos próprios pressupostos até agora empregados,
o qual só pode ser apurado por um tratamento interdisciplinar. Por conseguinte, o
“expert” em Educação Comparada precisa ter uma formação muito ampla, fundada
em conhecimento de diversas disciplinas. Deve conhecer, pela história da educação,
como as ideologias políticas e os objetivos têm influído no curso da educação.
Ademais disso, o método da Educação Comparada, estudo interdisciplinar,
requererá esquemas e modelos dos estudos sociais, de princípios críticos da lógica
e da epistemologia, como ainda e também das modernas investigações nos setores
político, econômico e administrativo.
A necessidade de pensar o intercâmbio acadêmico e a integração latino-
americana e caribenha a partir de um olhar próprio sobre os problemas e interesses
tornou imperativa e ruptura com o paradigma comparativista, marcado por eixos
temáticos e metodológicos externos à realidade.
A Educação Comparada levou os indivíduos a buscar alternativas de resposta
ao tratamento das diferenças e semelhanças entre os países. A direção esboçada neste
conjunto de estudos comparados é, assim, fruto da reflexão que vem ocorrendo em
diversos espaços do ensino e da pesquisa no continente.

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A discussão dos estudos comparados comporta várias vertentes de análise. O


princípio da comparação é a questão do outro, é um processo de perceber as diferenças
e as semelhanças com o outro.
No curso histórico da vida dos povos, do desenvolvimento das ciências sociais
e do comparativismo em educação, a percepção das diferenças tem sido uma espécie
de escudo ideológico usado para justificar diferentes formas de dominação.
O exame comparativo não poderá restringir-se às construções legislativas, nem
só também à expressão numérica de estatísticas esparsas, em cada país. Não obstante,
e desses elementos que deverão partir, a fim de que as demais expressões da vida social
se relacionem, como problema integral de cultura, analisada de forma objetiva.
Todavia, o Brasil só terá espaço para a Educação Comparada, como nos países
em processo de desenvolvimento em geral, se ela desempenhar um papel de mediação
superadora da situação de dependência a partir da perspectiva econômica, política e
cultural do país.
Dada a sua afinidade com os estudos sociais, a Educação Comparada tem se
valido de técnicas e instrumentos de pesquisa dessa área de estudos. Há um verdadeiro
esforço de comparatistas americanos em transformá-la em uma disciplina científica,
com o rigor dos métodos analíticos usados nos estudos sociais e na psicologia. Assim,
a tendência a se restringir às ambições da área dos estudos vem aumentando a cada
dia, e a Educação Comparada vai perdendo o seu sentido inicial, à medida que se
desvincula de suas origens metodológicas para adotar a linha das ciências aplicadas.
Finalmente, no ensejo do fortalecimento da integração regional e planetária
entre nações, a Educação Comparada pode contribuir sobremodo para melhoramento
da qualidade educacional.

ABSTRACT: Comparative Education is not precisely a curricular discipline, but a method to disentangle reality,
gauging pedagogical systems from the didactical and institutional point of view. Through the discrepancies,
peculiarities and similarities it leads to understanding and provides resources for the improvement of the gauged
structures. On one side it makes use of Sociology and on the other of Philosophy. Normally, the studies of
the subject did not carry out an epistemological approach, opting for the pure and simple application of the
method. Thus, it becomes priority to develop research about Comparative Education in Latin America, due to
the advance in Latin American integration. The implementation of the comparative method comprises various
aspects of analysis. The principle of comparison emanates from otherness, projecting light on the disparities
and similarities. Efforts toward studies of Comparative Education are urgently needed, being as Latin American
nations can greatly gain with the educational advances of the others, especially considering the conjuncture of
globalization which is now in process.
KEYWORDS: Education. Comparative Education. Latin America.

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Educação Comparada Artigos/Articles

Referências
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Petrópolis: Vozes, 1984.
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FRANCO, Maria Ciavatta. Estudos comparados e educação na América Latina. São Paulo: Livros do
Tatu/Cortez, 1992.
FRANCO, Maria Ciavatta. Quando nós somos o outro: questões teórico-metodológicas
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Ago. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
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LOURENÇO FILHO, M. B. Educação comparada. São Paulo: Melhoramentos, 1961.
NISKIER, Arnaldo Si CARVALHO, Marlene de. Educação comparada moderna. São Paulo:
Tabajara, 1973.

Recebido em: 01/09/2015.


Aprovado em: 28/11/2016.

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